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com

Animais Marinhos

Biologia, Ecologia &


Conservação
Profª Msc. Bruna Maganhe
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Biologia, Ecologia & Conservação de


Animais Marinhos

E-book
gratuito!

Profª Msc. Bruna Maganhe


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Seja bem-vindo(a)!

Ficamos felizes por você baixar este E-book!

Acreditamos que se você se interessou por este

tema é porque tem uma preocupação especial por

esses animais fascinantes!

Acreditamos que a chave para a conservação está

na compreensão e na conscientização.

Convidamos vocês, leitores, a explorar este eBook

como um convite para se envolverem ativamente

na preservação dos animais marinhos. Sejam

estudantes, biólogos marinhos, mergulhadores

entusiastas, conservacionistas, ou simplesmente

amantes da vida marinha, cada um de vocês

desempenha um papel crucial na proteção dos

oceanos.

Esperamos que gostem e pedimos que continue

sempre buscando conhecimento nesta área.

Para isso basta nos seguir no instagram e

continuar recebendo nossas Newsletter.

Abraços,

Prof. Dalton Araujo Antunes e Profª Ana Raquel Faria

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Profª Bruna
Maganhe

Possui graduação em Zootecnia pela Faculdade de

Zootecnia e Engenharia de Alimentos - FZEA/USP (2019),

com período sanduíche pela University of Queensland

(2015). É mestre em Aquicultura pelo Instituto de Pesca,

no Núcleo de Pesquisa e Desenvolvimento do Litoral Norte

em Ubatuba com ênfase em alternativas alimentares e

avaliação de desempenho de cavalos marinho

Hippocampus reidi. Atualmente cursa doutorado no

programa de Evolução e Diversidade da Universidade

Federal do ABC, com ênfase em ecologia e nutrição de

herbívoros marinhos. Atuou como Coordenadora de

Manejo e Cultivo no Aquário de Ubatuba atuando em

manejo, nutrição e reprodução de organismos aquáticos

entre 2019 e 2022. Representou o Tubarão Mangona

(Carcharias taurus) como Studbook keeper da espécie

através do acordo de cooperação técnica entre a

Associação de Zoológicos e Aquários do Brasil (AZAB) e o

ICMBio entre 2019 e 2023. Compõe o comitê nacional de

nutrição da AZAB como representante de organismos

aquáticos. É membro da rede de pesquisa brasileira de

cavalos marinhos. AUTORA


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Trabalhando com Animais Marinhos: Estratégias e Exemplos de Atuação

Trabalhar com animais marinhos envolve uma série de atividades que visam à
conservação, pesquisa, monitoramento e educação ambiental. Abaixo, discutiremos
quando, onde e como essas atividades são realizadas, com exemplos de atuação em

diferentes contextos.

Onde Trabalhar com Animais Marinhos

1.Aquários:

Aquários desempenham um papel crucial na conservação e educação ambiental.


Eles oferecem a oportunidade de estudar o comportamento e as necessidades das
espécies marinhas em um ambiente controlado, além de educar o público sobre a
importância da preservação dos ecossistemas marinhos.

2. Projetos de Monitoramento:

Projetos de monitoramento de animais marinhos são conduzidos em habitats


naturais, como oceanos, estuários e recifes de coral. Eles envolvem a coleta de
dados sobre a distribuição, abundância, comportamento e saúde das espécies,

utilizando técnicas como marcação, rastreamento por GPS e análise de amostras


biológicas.

Foto: Programa de Monitoramento de Praias - Baía de Santos (PMP-BS)


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3. Pesquisa Científica:

A pesquisa científica em animais marinhos abrange uma ampla gama de tópicos,

incluindo ecologia, fisiologia, genética, comportamento e conservação. Exemplos de


pesquisas incluem estudos sobre a ecologia trófica de tubarões, a adaptação de
corais ao aquecimento global e o impacto da poluição plástica em tartarugas
marinhas.

4. Cultivo Comercial:

O cultivo comercial de animais marinhos, como peixes, moluscos e algas, é uma


prática importante para a aquicultura sustentável e a segurança alimentar. Além
disso, o cultivo comercial pode incluir espécies de valor ornamental, visando
minimizar a pressão sobre as populações naturais.

5. Programas de Educação Ambiental:

Programas de educação ambiental são desenvolvidos para aumentar a


conscientização sobre a importância da conservação marinha e inspirar ações
positivas. Eles podem incluir palestras, visitas a escolas, atividades práticas em
campo e materiais educacionais online.
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6. Resgate e Reabilitação

Organizações dedicadas ao resgate e reabilitação de animais marinhos trabalham


para salvar indivíduos feridos, doentes ou órfãos, com o objetivo de devolvê-los ao

seu habitat natural. Exemplos incluem o resgate de tartarugas presas em redes de


pesca e a reabilitação de aves marinhas contaminadas por óleo.

Foto: Kaio Nunes, Instituto Bioesca

O trabalho com animais marinhos requer a aplicação de metodologias científicas


rigorosas, práticas éticas e colaboração entre diferentes partes interessadas,
incluindo cientistas, conservacionistas, gestores de recursos naturais e o público
em geral. Isso envolve o uso de técnicas de campo apropriadas, conformidade com
regulamentações ambientais e bem-estar animal, e a promoção da sustentabilidade
em todas as atividades relacionadas aos animais marinhos.

Em resumo, a atuação com animais marinhos abrange uma variedade de contextos e


objetivos, todos contribuindo para a compreensão e proteção dos ecossistemas
marinhos e das espécies que neles habitam.
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Introdução

Os animais marinhos representam uma parcela significativa da

biodiversidade global e desempenham papéis essenciais nos

ecossistemas aquáticos. O estudo dessas espécies não apenas

enriquece a compreensão científica dos sistemas marinhos, mas

também desempenha um papel fundamental na formação

profissional, na conservação da fauna e no manejo ex-situ.

A compreensão das características comportamentais,

fisiológicas e ecológicas dessas espécies fornece uma base

sólida para carreiras dedicadas à pesquisa científica,

conservação, manejo de recursos marinhos e educação

ambiental. Além disso, a formação prática em campos como a

captura e marcação de animais marinhos, monitoramento de

populações e análise de dados contribui para o desenvolvimento

de habilidades técnicas e analíticas essenciais para profissionais

nesse campo.

O estudo de animais marinhos desempenha um papel crucial na

conservação da biodiversidade. Ao compreender as


8 Passos ecológicas
necessidades que serão apresentados:
dessas espécies, os cientistas podem

identificar áreas de importância para a conservação, como

habitats de reprodução, alimentação e migração. Além disso, o

monitoramento de populações e a avaliação de ameaças, como

poluição, pesca excessiva e mudanças climáticas, permitem o

desenvolvimento de estratégias eficazes de conservação.

Programas de conservação baseados em ciência contribuem

para a proteção de espécies ameaçadas e a preservação de

ecossistemas marinhos saudáveis para as gerações futuras.


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Introdução

A temática também é fundamental para o manejo ex-situ, que

envolve a criação e manutenção de populações em cativeiro

fora de seu ambiente natural. Esses programas desempenham

um papel importante na conservação de espécies ameaçadas,

oferecendo uma rede de segurança contra a extinção. Além

disso, permitem a pesquisa científica, a educação pública e a

conscientização sobre a importância da conservação marinha.

No entanto, o sucesso desses programas depende de um

profundo entendimento das necessidades biológicas e

comportamentais das espécies, bem como da aplicação de

técnicas éticas de manejo.

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Introdução
Quem são?
Os animais marinhos compreendem uma ampla variedade de organismos

adaptados à vida nos ambientes aquáticos, desde os oceanos profundos até

os recifes de coral e praias. Eles podem ser classificados em diferentes

grupos taxonômicos, refletindo sua diversidade e complexidade.

Neste contexto, os invertebrados constituem a maioria dos animais no

ambiente marinho, incluindo uma variedade impressionante de organismos,

como esponjas, cnidários (como águas-vivas e corais), moluscos (como

polvos, lulas e ostras), equinodermos (como estrelas-do-mar e ouriços-do-

mar) e artrópodes (como caranguejos e camarões).

Dentre os vertebrados, os peixes são o grupo mais abundante nos

ecossistemas marinhos, podendo ser subdivididos em diferentes grupos,

incluindo peixes ósseos (como o atum e o bacalhau) e peixes cartilaginosos

(como tubarões e raias).

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Introdução
Quem são?

Já os mamíferos marinhos, são representados por uma variedade de espécies

adaptadas à vida no mar. Este grupo inclui cetáceos (como baleias, golfinhos e

botos), pinípedes (como focas, leões-marinhos e morsas) e sirênios (como os

peixes-boi). Esses animais possuem características específicas, como a

respiração pulmonar, pelagem especializada ou a ausência de membros

posteriores, que os distinguem de outros grupos.

E não para por aí. Ainda, representando os répteis, as tartarugas marinhas e

alguns crocodilianos também podem compor os ambientes marinhos ao redor

do mundo. E por último, as aves marinhas. Elas incluem uma grande diversidade

de espécies que passam a maior parte de suas vidas no oceano ou em regiões

costeiras, onde destacam-se os albatrozes, as gaivotas, petréis, pardelas,

pelicanos, fragatas, pinguins e muitas outras espécies que habitam áreas

costeiras, ilhas e alto-mar.

Em suma, os animais marinhos abrangem uma ampla gama de grupos

taxonômicos, cada um adaptado de maneira única aos desafios da vida nos

oceanos.
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Introdução
Uso do hábitat
O uso de habitat por organismos marinhos é um aspecto fundamental da

ecologia marinha, influenciando padrões de distribuição, interações tróficas e

dinâmica populacional nos oceanos. Três principais categorias de habitat são

reconhecidas: plâncton, nécton e bentos, cada uma representando uma

variedade única de organismos e estratégias adaptativas.

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Introdução
Uso do hábitat

Plâncton

O plâncton consiste em organismos que flutuam livremente na coluna d'água,

sendo incapazes de nadar contra correntes. Inclui organismos “vegetais”

(fitoplâncton) e animais (zooplâncton). Fitoplâncton, como diatomáceas e

dinoflagelados, são produtores primários essenciais, realizando fotossíntese e

formando a base da cadeia alimentar marinha. Zooplâncton, como larvas de

peixes e copépodes, são frequentemente alimento para organismos maiores e

desempenham um papel vital na transferência de energia nos ecossistemas

marinhos. Mas não se deixe enganar: Para ser plâncton, não é preciso ser

microscópico! As medusas de águas vivas, salvo a Cassiopea sp., são

consideradas plâncton, independentemente de seu tamanho corporal. Isso se dá

porque, assim como os demais organismos planctônicos, as medusas não

possuem uma capacidade natatória verdadeira, dependendo grandemente das

correntes para se deslocarem.

8 Passos que serão apresentados:


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Introdução
Uso do hábitat

Nécton

O nécton inclui organismos marinhos capazes de nadar ativamente e controlar

sua posição na coluna d'água. Este grupo abrange uma ampla variedade de

criaturas, desde pequenos peixes até grandes mamíferos marinhos, como

baleias e golfinhos. Os peixes néctonicos ocupam uma variedade de nichos

ecológicos, desde espécies pelágicas de águas abertas até espécies demersais

que habitam o fundo do oceano. Mamíferos marinhos, como focas e tartarugas

marinhas, também fazem parte do nécton, adaptando-se a diferentes

profundidades e habitats oceânicos.

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Introdução
Uso do hábitat

Bentos

O bentos refere-se à comunidade de organismos que vivem no fundo do

oceano, seja em águas rasas ou em grandes profundidades. Isso inclui

organismos sésseis, como corais e esponjas, assim como organismos móveis,

como caranguejos e estrelas-do-mar. O bentos desempenha um papel crucial

na ciclagem de nutrientes e na estruturação dos ecossistemas marinhos,

fornecendo habitat e alimento para uma grande variedade de organismos,

incluindo muitos peixes comerciais importantes. Mas de novo: não se deixe

enganar! Organismos que nadam livremente também podem ser considerados

de hábito bentônico. Um exemplo clássico, são os cavalos-marinhos. Apesar

de nadarem ativamente – e desengonçadamente - , estes animais passam a

maior parte da vida entre os ambientes bentônicos, onde estão seus recursos

mais importantes, como alimento e refúgio.


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Introdução
A diferença é maior do que parece!

Cada grupo taxonômico de animais marinhos apresenta

diferenças distintas em sua fisiologia, termorregulação,

dependência da água e hábito alimentar, refletindo suas

adaptações únicas aos ambientes aquáticos. Por exemplo, os

peixes são ectotérmicos, ou seja, sua temperatura corporal varia

de acordo com a temperatura da água circundante, enquanto

mamíferos marinhos como os cetáceos e pinípedes são

endotérmicos, capazes de manter uma temperatura corporal

constante mesmo em ambientes frios. Quanto à dependência da

água, os peixes e muitos invertebrados marinhos são totalmente

dependentes da água para sua sobrevivência, pois realizam a

troca gasosa e regulação osmótica através de brânquias. Em

contraste, mamíferos marinhos possuem adaptações fisiológicas

que lhes permitem viver na água, mas eles precisam voltar à

superfície regularmente para respirar ar atmosférico. Essas

diferenças fisiológicas e comportamentais entre os grupos

taxonômicos refletem suas distintas estratégias de sobrevivência

ecológica nos ambientes marinhos.

Vamos nos aprofundar em cada grupo?

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Invertebrados Marinhos: Moluscos, Crustáceos e Cnidários

Os invertebrados marinhos compreendem uma vasta diversidade de organismos


que desempenham papéis essenciais nos ecossistemas aquáticos. Entre os
principais grupos taxonômicos, destacam-se os moluscos, crustáceos e cnidários,

cada um apresentando peculiaridades distintas em sua anatomia, fisiologia e


ecologia.

Moluscos
Os moluscos constituem um grupo diversificado de invertebrados marinhos,
caracterizados pela presença de um corpo mole, muitas vezes protegido por uma
concha calcária. Dentro desse grupo, os cefalópodes, como polvos, lulas e
nautilus, destacam-se pela sua inteligência e habilidades de camuflagem,
enquanto os gastrópodes, como caracóis e lesmas marinhas, exibem uma ampla

variedade de adaptações comportamentais e alimentares. Os bivalves, como


ostras, mexilhões e vieiras, são conhecidos por sua filtragem eficiente de
partículas alimentares e por sua importância econômica em atividades de
aquicultura.
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Invertebrados Marinhos: Moluscos, Crustáceos e Cnidários

Crustáceos
Os crustáceos são invertebrados marinhos com exoesqueletos quitinosos e
segmentados, incluindo camarões, caranguejos, lagostas e cracas. Esses
organismos exibem uma diversidade impressionante de formas e hábitos de vida,
desde os pequenos copépodes, importantes componentes do plâncton marinho,
até os grandes caranguejos-aranha e lagostas, predadores dominantes em seus
ecossistemas.

Um evento comum aos crustáceos é a ecdise. A ecdise ou muda, é um processo


característico dos crustáceos e de outros artrópodes, no qual o animal descarta
sua cutícula externa rígida e cresce uma nova. Esse processo é essencial para o
crescimento e desenvolvimento desses animais, pois permite que eles se adaptem

ao aumento de tamanho ao longo de suas vidas.

Durante a ecdise, o crustáceo secreta uma nova cutícula sob a antiga, enquanto
reabsorve parte dos minerais da cutícula velha para reutilização. Após a formação
da nova cutícula, o animal se descola da cutícula velha e a descarta. Esse período
é caracterizado por uma vulnerabilidade aumentada, pois o crustáceo fica
desprotegido até que sua nova cutícula se endureça completamente.
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Invertebrados Marinhos: Moluscos, Crustáceos e Cnidários

A ecdise é um processo cíclico que ocorre várias vezes ao longo da vida do


crustáceo, sendo influenciado por fatores como temperatura, disponibilidade de
alimentos e hormônios. Esse processo é vital para a sobrevivência e crescimento
saudável dos crustáceos, permitindo que eles se ajustem às mudanças ambientais
e mantenham seu tamanho corporal adequado ao longo do tempo. Os crustáceos
desempenham papéis cruciais na cadeia alimentar marinha, como presas e
predadores, além de desempenharem funções importantes na reciclagem de
nutrientes.
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Invertebrados Marinhos: Moluscos, Crustáceos e Cnidários

Cnidários
Os cnidários são invertebrados marinhos que incluem organismos como águas-

vivas, corais, anêmonas-do-mar e hidras. Eles são caracterizados pela presença


de células urticantes especializadas chamadas cnidócitos, que utilizam para
capturar presas e se defender de predadores. Os corais, por exemplo, são
organismos coloniais que constroem recifes calcários, proporcionando habitat
para uma grande diversidade de vida marinha. As águas-vivas, por sua vez, são
conhecidas por seus ciclos de vida complexos e sua capacidade de se adaptar a
uma ampla variedade de condições ambientais.

Sua anatomia básica é caracterizada por uma simetria radial e um corpo


gelatinoso composto por duas camadas de células, uma externa chamada de

epiderme e uma interna chamada de gastroderme. Entre essas camadas, há uma


cavidade digestiva chamada de celenteron, que possui uma única abertura, a boca,
que também serve como ânus em algumas espécies.

Fonte da imagem: https://bit.ly/3hYAMPi


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Invertebrados Marinhos: Moluscos, Crustáceos e Cnidários

Quanto ao ciclo de vida dos cnidários, muitas espécies apresentam alternância de


gerações entre pólipos e medusas. Os pólipos são formas sésseis, geralmente com
uma base aderida ao substrato marinho, e são responsáveis pela reprodução

assexuada, formando colônias e liberando formas jovens chamadas de éfiras. As


éfiras se desenvolvem em medusas, que são formas de vida livre e frequentemente
nadam ativamente na coluna d'água. As medusas, por sua vez, são responsáveis
pela reprodução sexual, liberando gametas na água, que se encontram para
formar zigotos e, posteriormente, larvas plânulas.

No entanto, é importante notar que nem todos os cnidários apresentam essa


alternância de gerações. Algumas espécies são predominantemente pólipos,
enquanto outras são predominantemente medusas. Além disso, o ciclo de vida
específico pode variar entre diferentes grupos e espécies de cnidários,
adaptando-se às condições ambientais e exigências reprodutivas de cada
organismo.
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Invertebrados Marinhos: Moluscos, Crustáceos e Cnidários

Equinodermos
Os equinodermos são um grupo diversificado de invertebrados marinhos,

incluindo estrelas-do-mar, ouriços-do-mar, pepinos-do-mar, lírios-do-mar e


bolachas-do-mar. Eles são caracterizados por um esqueleto interno calcificado e
um sistema de canais aquosos chamado sistema ambulacrário, que desempenha
um papel crucial na locomoção e na alimentação.

Anatomicamente, os equinodermos possuem uma simetria radial, geralmente com


cinco partes iguais dispostas em torno de um eixo central. Seu corpo é dividido
em um disco central e braços ou apêndices que se irradiam dele. Cada braço
geralmente contém fileiras de pés ambulacrais, estruturas hidráulicas que são
usadas para a locomoção e para a captura de alimentos.

O sistema ambulacrário dos equinodermos é composto por um complexo sistema


de canais preenchidos com água do mar. Esse sistema é responsável pela
movimentação dos pés ambulacrais e pela regulação da pressão hidrostática
dentro do corpo do animal. Os pés ambulacrais são projetados para se estender e
se contrair, permitindo que o equinoderma se mova ao longo do substrato
marinho. Eles também são usados para capturar e manipular alimentos.

pés ambulacrais
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Invertebrados Marinhos: Moluscos, Crustáceos e Cnidários

Quanto à alimentação, os equinodermos têm uma dieta variada, que pode incluir
algas, detritos orgânicos, pequenos invertebrados e até mesmo outros
equinodermos. A maioria dos equinodermos é predadora ou detritívora, usando

seus pés ambulacrais para capturar partículas de alimentos ou a lanterna de


Aristóteles, o aparato bucal dos ouriços-do-mar, para raspar algas das superfícies
rochosas. Alguns equinodermos, como os lírios-do-mar, são filtradores, usando
estruturas especializadas para capturar partículas de alimento suspensas na água.

A “lanterna de Aristóteles” doss ouriços-do-mar consiste em cinco dentes

calcários, usados para raspar e triturar os alimentos antes de serem ingeridos.


Eles têm uma boca localizada na parte inferior de seus corpos, perto da lanterna.
No caso das estrelas-do-mar, a estratégia é ejetar seu estômago para fora da boca
para envolver a presa e iniciar a digestão externamente. Depois que o alimento é
pré-digerido, o estômago retorna ao corpo do animal para a digestão interna. Um
pouco mais dentro do comum, os pepinos-do-mar têm um tubo digestivo
alongado, e usam tentáculos modificados, chamados de tentáculos bucais, para
coletar partículas de alimentos do sedimento ao seu redor.

Estômago evertido
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Invertebrados Marinhos: Moluscos, Crustáceos e Cnidários

Reprodução
A reprodução em invertebrados marinhos é diversificada e muitas vezes
complexa, envolvendo uma variedade de estratégias adaptativas para garantir a
sobrevivência das proles em ambientes marinhos desafiadores.

A maioria dos invertebrados marinhos produz larvas planctônicas, que são larvas
pequenas e frequentemente transparentes que vivem na coluna d'água. Essas
larvas são frequentemente dispersadas pelas correntes oceânicas e têm um
período de vida livre antes de se fixarem ou passarem pela metamorfose
necessária para se transformarem em formas adultas. Essa estratégia permite uma
dispersão eficiente das proles, mas também expõe as larvas a predação e a
condições ambientais adversas.

Alguns invertebrados marinhos exibem cuidado parental, onde os pais investem


tempo e energia na proteção dos ovos. Por exemplo, certos crustáceos e moluscos
podem carregar seus ovos ou larvas em estruturas especializadas, ou ainda,

proteger e aerar os ovos até o momento da eclosão, hábito comum entre as


fêmeas de polvo.

Foto: Kat Zhou


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Invertebrados Marinhos: Moluscos, Crustáceos e Cnidários

Muitas larvas de invertebrados marinhos são alimentadas por fitoplâncton e


zooplâncton, organismos microscópicos presentes na água. Esses invertebrados
filtram partículas alimentares da água ou caçam ativamente organismos pequenos

para garantir uma ingestão adequada de nutrientes durante seu período larval. A
disponibilidade desses alimentos pode afetar significativamente a sobrevivência e
o sucesso reprodutivo das larvas.

A dispersão das larvas é fundamental para a colonização de novos habitats e a


manutenção da diversidade genética das populações. As correntes oceânicas e os

padrões de circulação podem influenciar a dispersão das larvas, determinando


onde elas se estabelecem e se desenvolvem. Essa dispersão pode ocorrer ao longo
de distâncias consideráveis, permitindo que as espécies se adaptem a mudanças
ambientais e explorem novos habitats.

Larva plúteo de bolacha-do-mar

Foto: Banco de imagens Cifonauta (USP).


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Invertebrados Marinhos: Moluscos, Crustáceos e Cnidários

Foto: Jay Ryan, paralarva planctônica de polvo

A sobrevivência das larvas de invertebrados marinhos é influenciada por uma


série de fatores, incluindo a disponibilidade de alimentos, a presença de
predadores, a qualidade da água e as condições ambientais. Larvas bem
alimentadas e protegidas têm uma maior probabilidade de sobreviver e se
transformar em adultos reprodutivos. No entanto, muitas larvas enfrentam

desafios significativos durante seu período de vida livre, e apenas uma pequena
proporção alcança a idade adulta.

Em resumo, a reprodução em invertebrados marinhos envolve uma variedade de


estratégias adaptativas para garantir a sobrevivência das proles em ambientes
oceânicos dinâmicos e imprevisíveis. Essas estratégias incluem a produção de
larvas planctônicas, cuidado parental, dependência de alimentos minúsculos,
dispersão e sobrevivência em face de desafios ambientais.
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Vertebrados Marinhos: Peixes

O termo "peixe" é frequentemente utilizado de forma ampla para descrever uma


grande variedade de organismos aquáticos, desde pequenos peixes ósseos
coloridos até os grandes tubarões e raias. No entanto, essa categorização

abrangente muitas vezes obscurece a notável diversidade que existe dentro do


reino dos peixes. De fato, uma subdivisão mais precisa revela duas principais
categorias: os peixes ósseos, também conhecidos como teleósteos, e os
elasmobrânquios, que incluem tubarões, raias e quimeras. Esta divisão baseia-se
em características anatômicas e fisiológicas distintas que diferenciam esses
grupos de peixes, oferecendo uma compreensão mais aprofundada da fascinante

diversidade da vida marinha. Neste texto, exploraremos as características básicas


que separam os elasmobrânquios dos peixes ósseos, destacando suas adaptações
únicas.

Os peixes ósseos marinhos representam uma das formas de vida mais diversas e
adaptáveis nos oceanos. Dotados de uma vasta gama de adaptações anatômicas,
fisiológicas e comportamentais, esses animais demonstram uma incrível
capacidade de sobreviver e prosperar em uma variedade de ambientes marinhos.
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Vertebrados Marinhos: Peixes

Osmorregulação
A osmorregulação é essencial para os peixes marinhos, uma vez que vivem em um

ambiente altamente salino. Para manter o equilíbrio osmótico com a água do mar,
eles desenvolveram estratégias como a excreção ativa de íons de sódio e a
reabsorção de água através dos rins. Além disso, muitos peixes marinhos bebem
água do mar e excretam excesso de sal.

Usos de Habitat
Os peixes marinhos ocupam uma variedade de habitats, desde recifes de coral até
o abismo oceânico. Algumas espécies vivem em águas rasas perto da costa,
enquanto outras preferem ambientes de águas profundas. Além disso, os peixes

marinhos podem ser encontrados em estuários, manguezais e até mesmo em


águas polares.
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Vertebrados Marinhos: Peixes

Reprodução
A reprodução dos peixes marinhos pode variar, mas geralmente envolve a

liberação de ovos fertilizados na água, onde são deixados à deriva para se


desenvolverem. Algumas espécies depositam seus ovos em ninhos ou substratos,
enquanto outras praticam a fertilização interna e liberam os filhotes vivos já
formados.

Hermafroditismo
Alguns peixes ósseos marinhos são hermafroditas, o que significa que têm órgãos
sexuais masculinos e femininos. Existem dois tipos principais de hermafroditismo:
protândrico, onde os peixes começam como machos e se transformam em fêmeas
mais tarde na vida (como os peixes palhaços), e protogínico, onde os peixes
começam como fêmeas e podem mudar para machos conforme necessário (como
as garoupas).
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Vertebrados Marinhos: Peixes

R-Estrategista
Os peixes ósseos marinhos frequentemente exibem uma estratégia reprodutiva do

tipo "r", caracterizada pela produção de grandes quantidades de ovos ou filhotes


com poucos cuidados parentais. Essa estratégia visa maximizar a produção de
descendentes e é comum em ambientes marinhos imprevisíveis e sujeitos a alta
mortalidade juvenil.

Muitas espécies de peixes marinhos têm um ciclo de vida que inclui uma fase
larval planctônica, durante a qual as larvas são dispersas passivamente pela
correnteza oceânica. Essas larvas, frequentemente minúsculas e transparentes,
são adaptadas para flutuar na coluna d'água e se alimentar de pequenos
organismos planctônicos enquanto viajam pelos oceanos. Esta fase planctônica é

crucial para a dispersão, colonização de novas áreas e a sobrevivência das


espécies de peixes, permitindo que elas se estabeleçam em habitats adequados
para o desenvolvimento posterior.

.
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Elasmobrânquios: Adaptações e Estratégias de Sobrevivência

Os elasmobrânquios são uma ordem de peixes cartilaginosos que inclui


tubarões, raias e quimeras. Esses animais apresentam uma diversidade notável
de adaptações que lhes permitem prosperar em uma variedade de ambientes

aquáticos, desde oceanos profundos até águas costeiras e, em alguns casos,


ambientes de água doce.

Embora muitos elasmobrânquios sejam encontrados em ambientes marinhos,


algumas espécies de raias, tem como habitat corpos de água doce. É o caso das
raias motoro, populares no aquarismo jumbo. Ainda, existem espécies que

utilizam de áreas de baixa salinidade como manguezais e desague de rios como


área de berçário. Alguns estudos apontam, inclusive, que algumas espécies como
os tubarões-cabeça-chata possam ser ocasionalmente avistados em rios
próximos ao mar.

Raia Motoro, espécie de água doce comum na bacia do Rio Paraná


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Elasmobrânquios: Adaptações e Estratégias de Sobrevivência

Anatomia Básica
Os elasmobrânquios não possuem bexiga natatória, uma estrutura comum em
peixes ósseos que auxilia na flutuação. Em vez disso, eles dependem do fígado,
que é rico em óleo, e algumas estruturas adaptativas para fornecer
flutuabilidade neutra.

Uma outra característica distintiva é o intestino espiralado, que desempenha um


papel crucial no processo digestivo e na maximização do aproveitamento dos
alimentos. O intestino espiralado é uma estrutura encontrada em muitos
elasmobrânquios, como tubarões e raias. Ele consiste em uma série de voltas e
curvas no intestino, o que aumenta significativamente a área superficial
disponível para a absorção de nutrientes. Essa anatomia complexa é uma

adaptação para otimizar a digestão e a absorção de nutrientes a partir do


alimento consumido.
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Elasmobrânquios: Adaptações e Estratégias de Sobrevivência

Quando os elasmobrânquios se alimentam, o alimento passa inicialmente pelo


estômago, onde é parcialmente digerido por enzimas digestivas. Em seguida, os
nutrientes resultantes entram no intestino espiralado, onde ocorre a absorção

eficiente de nutrientes. A estrutura em espiral aumenta a área de superfície


disponível para a absorção, permitindo que uma quantidade maior de nutrientes
seja extraída do alimento.

Essa adaptação é especialmente importante para os elasmobrânquios, que


frequentemente se alimentam de presas de alto valor nutricional, como peixes e

outros organismos marinhos. Maximizar a absorção de nutrientes é essencial


para fornecer energia e sustento para as atividades metabólicas e as demandas
de crescimento e reprodução desses animais.

Além disso, o intestino espiralado pode ajudar os elasmobrânquios a lidar com a


irregularidade na disponibilidade de alimentos. Eles podem consumir grandes
quantidades de alimento de uma só vez e armazenar nutrientes em seus corpos
por longos períodos de tempo, permitindo que sobrevivam durante períodos de
escassez alimentar.

Intestino espiralado de elasmobrânquios, Shark Foundation


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Elasmobrânquios: Adaptações e Estratégias de Sobrevivência

Os elasmobrânquios são notáveis pela sua capacidade de adaptar a sua dieta às

condições e recursos disponíveis em seus habitats. Enquanto muitos tubarões


são conhecidos predadores topo de cadeia, caçando uma variedade de presas,
desde peixes ósseos até outras espécies de tubarões, raias e até mesmo
carcaças de animais mortos, é importante notar que nem todos os tubarões se
alimentam de grandes presas como focas ou peixes gordos. A preferência
alimentar varia consideravelmente de acordo com a espécie.

Algumas espécies de tubarões são especializadas em presas específicas, como


pequenos peixes, lulas, crustáceos ou até mesmo plâncton. Por exemplo,
tubarões-martelo frequentemente se alimentam de raias, enquanto tubarões-
baleia são filtradores que se alimentam principalmente de plâncton e pequenos
peixes. Outros tubarões, como os tubarões-brancos, podem caçar mamíferos
marinhos, como focas, mas isso não é uma regra geral para todas as espécies de
tubarões.

Raia Manta, um elasmobrânquio filtrador


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Elasmobrânquios: Adaptações e Estratégias de Sobrevivência

Além disso, a dieta dos elasmobrânquios pode mudar ao longo da vida,


dependendo das necessidades nutricionais em diferentes estágios de
desenvolvimento. Por exemplo, os jovens podem se alimentar de presas menores
e mais abundantes, enquanto os adultos podem se especializar em presas
maiores e mais difíceis de capturar.

Em resumo, a dieta e alimentação dos elasmobrânquios são altamente variáveis


e específicas para cada espécie. É fundamental compreender as preferências
alimentares de cada espécie para entender melhor sua ecologia, comportamento

alimentar e seu papel nos ecossistemas marinhos.


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Ferrão das raias

O ferrão das raias é uma estrutura proeminente encontrada na extremidade da

cauda de algumas espécies de raias. Consiste em uma barba ou espinho


pontiagudo, muitas vezes serrilhado, que pode variar em tamanho e forma
dependendo da espécie. Este ferrão é utilizado principalmente para defesa contra
predadores.

Nem todas as espécies de raias possuem ferrões, e entre aquelas que possuem,
nem todas são venenosas. Nas raias venenosas, o ferrão é frequentemente
associado a glândulas de veneno, localizadas na base do ferrão. No entanto, é
importante notar que as raias marinhas geralmente não possuem glândulas de
veneno funcionais associadas ao ferrão. Em vez disso, algumas espécies podem
ter bactérias associadas à superfície do ferrão, que podem causar infecções
dolorosas se o ferrão penetrar na pele.

Zapteryx brevirotris, uma raia marinha naturalmente sem ferrão


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Ferrão das raias

(Foto: Cristiano Burmester / Unesp Ciência, ed.6). Localização do ferrão, na base da cauda

As raias de água doce, por outro lado, são mais propensas a serem venenosas, com
algumas espécies possuindo glândulas de veneno ativas associadas ao ferrão.
Essas glândulas secretam uma toxina que pode causar dor intensa, inchaço e, em
casos graves, complicações sistêmicas.

Quando uma raia se sente ameaçada, ela pode erguer sua cauda e utilizar o ferrão

como mecanismo de defesa. O ferrão é capaz de penetrar na pele de um predador


ou de um humano inadvertido, injetando veneno ou, no caso das raias marinhas,
potencialmente introduzindo bactérias na ferida. Como resultado, as feridas
causadas por ferrões de raias podem ser extremamente dolorosas e podem exigir
atenção médica.
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Reprodução e Nutrição da Prole

As estratégias nutricionais embrionárias dos elasmobrânquios revelam uma

fascinante diversidade adaptativa que reflete as complexidades de seus diferentes


ambientes reprodutivos.

Elasmobrânquios podem ser ovíparos. Essas espécies depositam seus ovos em


cápsulas ou estojos protetores que são colocados no fundo do oceano. Esses ovos
geralmente contêm um embrião em desenvolvimento que se alimenta dos nutrientes
fornecidos pelo ovo até eclodir.

Nem toda espécie é ovípara, sendo comum o desenvolvimento intrauterino. Algumas


espécies de elasmobrânquios, inclusive, praticam uma forma extrema de
competição entre os embriões dentro do útero da mãe. Nesse processo, os
embriões maiores, que frequentemente têm maior probabilidade de sobreviver, se
alimentam dos embriões menores, garantindo assim recursos adicionais para seu
próprio crescimento e desenvolvimento. Este processo é particularmente comum
em espécies de tubarões como o tubarão-tigre (Galeocerdo cuvier) e o tubarão-
mangona (Carcharias taurus).
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Reprodução e Nutrição da Prole

Outra modalidade é a oofagia, onde os embriões consomem os próprios ovos


fertilizados como fonte de nutrição. Este comportamento é observado em alguns
elasmobrânquios, onde os embriões se desenvolvem dentro de cápsulas ovíparas ou

ovovivíparas e se alimentam dos ovos não fertilizados ou em estágios iniciais de


desenvolvimento, absorvendo os nutrientes disponíveis.

Em algumas espécies de elasmobrânquios, a nutrição embrionária pode ainda ser


auxiliada por um processo chamado nutrição histotrófica. Nesse caso, as células
epiteliais da mucosa uterina ou o revestimento interno do útero secretam
substâncias nutritivas, como proteínas, lipídios e carboidratos, que são absorvidas
pelos embriões para sustentar seu crescimento. Essa forma de nutrição é
especialmente observada em espécies ovovivíparas.

Há também a lecitofagia, uma forma de nutrição embrionária na qual os embriões se


alimentam do vitelo contido dentro do ovo. O vitelo é uma reserva de nutrientes
fornecida pela mãe durante a ovulação e é essencial para o desenvolvimento inicial
dos embriões. Os elasmobrânquios que praticam a lecitofagia absorvem ativamente

o vitelo durante o desenvolvimento embrionário para sustentar seu crescimento até


o momento do nascimento. Este método é comum em muitas espécies de tubarões e
raias.
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Reprodução e Nutrição da Prole

Por último, alguns elasmobrânquios podem apresentar uma estrutura semelhante a

uma placenta para fornecer nutrientes aos embriões em desenvolvimento. Nesses


casos, há uma troca direta de nutrientes entre a mãe e os embriões através de uma
estrutura vascularizada semelhante a uma placenta. Este método é mais comum em
espécies vivíparas e oferece uma vantagem significativa em termos de fornecimento
de nutrientes essenciais para os embriões. Abaixo, um esquema reumindo todas as

possibilidades de nutrição embrionária para você se localizar.

K-estrategistas e Reprodução Assexual


Ao contrário dos peixes ósseos, os elasmobrânquios são frequentemente
considerados K-estrategistas, investindo em “cuidados parentais” e produzindo
poucos descendentes com alta probabilidade de sobrevivência. Além disso, há relatos
de espécies que são capazes de "guardar" esperma para fertilização posterior, bem
como especulações sobre a possibilidade de reprodução assexuada, conhecida como
paternogênese, apesar de pouco comum. Lembrando que, quando falamos em
“cuidado parental” estamos nos referindo ao investimento na nutrição dos embriões!
Não há relação materna ou paterna com os filhotes após o nascimento.
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Controle da Temperatura Corporal

Apesar de normalmente ectotermicos, ou seja, não controlarem a temperatura

corporal ativamente, existe uma estratégia chamada endotermia regional, que é


uma adaptação única encontrada em alguns elasmobrânquios lamniformes, como
os tubarões-mako (Isurus spp.) e o tubarão-branco (Carcharodon carcharias).
Nesses animais, certas partes do corpo, como os músculos esqueléticos e as
regiões dos olhos e cérebro, são capazes de manter uma temperatura corporal
mais alta do que a do ambiente circundante, mesmo em águas frias.

Essa capacidade de gerar e manter o calor internamente proporciona várias

vantagens adaptativas para os elasmobrânquios ‘endotérmicos’. Em primeiro lugar,


a endotermia regional aumenta a atividade metabólica desses animais, permitindo
que sejam mais ativos e eficientes na caça, mesmo em águas mais frias. Isso pode
ser especialmente vantajoso em ambientes oceânicos profundos ou em regiões
polares, onde a temperatura da água é significativamente mais baixa. Além disso, a
endotermia regional pode contribuir para a manutenção de funções biológicas
vitais, como a acuidade visual e o processamento cognitivo, uma vez que essas
atividades muitas vezes requerem temperaturas corporais mais elevadas para um
desempenho ótimo.
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Controle da Temperatura Corporal

A capacidade de regular a temperatura corporal também pode ser importante para a

migração de longa distância e para a exploração de diferentes habitats ao longo do

ano. Os elasmobrânquios ‘endotérmicos’ podem ser capazes de se adaptar a uma

ampla gama de condições ambientais, desde águas mais quentes até águas mais frias,

o que pode aumentar suas oportunidades de alimentação e reprodução em diferentes

épocas e locais.

A endotermia regional é uma adaptação impressionante que confere aos

elasmobrânquios lamniformes uma vantagem significativa em termos de atividade

metabólica, eficiência na caça e exploração de habitats variados. Essa capacidade

única destaca a incrível diversidade de estratégias adaptativas encontradas nos

elasmobrânquios e sua habilidade de prosperar em uma variedade de ambientes

marinhos.

Landeira-Fernandez, A. M. Fisiologia térmica em peixes-ênfase na


endotermia regional. Vertebrados, 119.
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Dimorfismo sexual

O dimorfismo sexual em elasmobrânquios, como tubarões e raias, frequentemente


se manifesta na presença de estruturas específicas nos machos, conhecidas como
clásperes. Os clásperes são órgãos copulatórios que desempenham um papel

fundamental na transferência de esperma para a fêmea durante o processo de


reprodução.

Essas estruturas são encontradas nas nadadeiras pélvicas, localizadas na parte


ventral do corpo dos machos. Em algumas espécies, os clásperes podem ser
bastante distintos, com tamanhos, formas e padrões variados, o que pode estar

relacionado à competição intraespecífica entre os machos pelo acesso às fêmeas


durante a reprodução.

Clásper
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Efeitos da pesca sobre os Elasmobrânquios

A pesca predatória é uma prática que representa uma ameaça significativa para as
populações de elasmobrânquios, uma classe de peixes cartilaginosos que inclui
tubarões, raias e quimeras. Esses animais desempenham papéis vitais nos
ecossistemas marinhos e são importantes para a saúde dos oceanos. No entanto, a
pesca excessiva e não regulamentada dessas espécies tem levado a sérias
consequências para seus números e para a saúde dos ecossistemas marinhos em
geral.

A pesca de elasmobrânquios tem um impacto devastador sobre as populações desses

animais. Muitas espécies de tubarões e raias têm uma taxa de reprodução


relativamente baixa (k-estrategistas), o que significa que são particularmente
sensíveis à pesca intensiva. A captura excessiva resulta na redução drástica das
populações, levando algumas espécies à beira da extinção. Além disso, a remoção de
predadores topos de cadeia, como tubarões, pode causar um desequilíbrio nos
ecossistemas marinhos, afetando a abundância e a diversidade de outras espécies.
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A regulação eficaz da pesca de elasmobrânquios é essencial para garantir a

conservação dessas espécies. Medidas como cotas de pesca, tamanhos mínimos de


captura, períodos de proibição e áreas de proteção são importantes para limitar a

captura excessiva e proteger as populações vulneráveis. Além disso, a educação e


conscientização pública sobre a importância da conservação dos elasmobrânquios
e dos ecossistemas marinhos desempenham um papel crucial na promoção de
práticas de pesca sustentáveis.

A conservação dos elasmobrânquios requer uma abordagem colaborativa e


coordenada em níveis nacional e internacional. A implementação de acordos e
convenções internacionais, como a Convenção sobre o Comércio Internacional de
Espécies Ameaçadas de Fauna e Flora Silvestres (CITES) e a Convenção sobre a
Conservação das Espécies Migratórias de Animais Selvagens (CMS), é fundamental
para garantir a proteção dessas espécies em escala global.

Foto: Jorge Nunes, Projeto da Universidade Federal do Maranhão revela comércio de


espécies do litoral da Amazônia ameaçadas de extinção
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No Brasil, a pesca de elasmobrânquios é regulamentada, mas não é


completamente proibida. Existem restrições e regulamentações específicas que
visam proteger esses animais marinhos devido à sua vulnerabilidade à sobrepesca
e à importância que desempenham nos ecossistemas marinhos.

Em 2012, o Brasil promulgou a Lei nº 12.305, conhecida como Lei de Proteção à


Fauna Aquática, que estabelece diretrizes gerais para a proteção e o manejo
sustentável de espécies aquáticas, incluindo elasmobrânquios. Além disso, o país é
signatário de acordos e convenções internacionais, como a Convenção sobre o
Comércio Internacional de Espécies Ameaçadas de Fauna e Flora Silvestres
(CITES), que regulamenta o comércio internacional de espécies ameaçadas,

incluindo algumas espécies de tubarões.

Apesar das regulamentações, a pesca de elasmobrânquios ainda é praticada no


Brasil, principalmente por pescadores artesanais e industriais. No entanto,
existem restrições quanto às espécies que podem ser capturadas, às áreas onde a
pesca é permitida, aos métodos de pesca utilizados e às cotas de captura
estabelecidas pelas autoridades pesqueiras.

Recentemente, houve um aumento nos esforços para promover o manejo


sustentável das populações de elasmobrânquios no Brasil, incluindo a

implementação de medidas de conservação, monitoramento e fiscalização mais


rigorosas. Esses esforços visam garantir a conservação dessas espécies e a
preservação dos ecossistemas marinhos em que habitam, enquanto ainda
permitem o uso sustentável dos recursos pesqueiros.
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Consumo inadvertido de Carne de Cação

Vamos começar sendo claros: Cação é tubarão ou raia. Não é uma espécie ou um

filhote, é um nome genérico para QUALQUER espécie, idade ou tipo de


elasmobrânquio. O consumo inadvertido de carne de cação, muitas vezes
associado à sua presença em pratos de frutos do mar ou comercialização
disfarçada, pode acarretar riscos significativos para a saúde humana. Embora a
carne de cação seja consumida em algumas culturas e países, é importante estar
ciente dos potenciais perigos decorrentes do consumo desse alimento.

A carne de cação, assim como outras espécies marinhas de grande porte, pode
conter altos níveis de mercúrio e outros metais pesados. Estes contaminantes
são absorvidos pelos peixes através da cadeia alimentar marinha e podem se
acumular em concentrações perigosas nos tecidos do animal. O consumo regular
de carne de cação contaminada por mercúrio pode causar danos neurológicos,
problemas de desenvolvimento em crianças e complicações cardiovasculares em
adultos.
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Além dos riscos diretos para a saúde humana, o consumo inadvertido de carne de
cação também pode contribuir para a diminuição das populações de tubarões e
raias em todo o mundo. Muitas dessas espécies são vulneráveis à sobrepesca

devido à sua baixa taxa de reprodução e longos períodos de gestação. O consumo


desenfreado e não regulamentado desses animais pode levar ao declínio das
populações, causando desequilíbrios nos ecossistemas marinhos.

É fundamental que os consumidores estejam cientes dos riscos associados ao


consumo de carne de cação e que exijam maior transparência e regulamentação na
comercialização de produtos marinhos. Medidas de regulação, como rotulagem
clara e verificação de origem, podem ajudar a garantir que os consumidores façam
escolhas informadas e evitem o consumo inadvertido de carne de cação
contaminada. Além disso, campanhas educativas sobre a importância da
conservação dos tubarões e raias e os impactos do consumo desenfreado dessas
espécies são essenciais para promover práticas alimentares sustentáveis e
responsáveis.
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Mamíferos

Os mamíferos marinhos são uma categoria diversificada de animais que inclui


cetáceos, como baleias, golfinhos e botos, pinípedes, como focas, leões-marinhos e
morsas, além de outros mamíferos adaptados ao ambiente aquático, como lontras e

dugongos.

Os mamíferos marinhos possuem uma série de adaptações físicas que os tornam


bem adaptados ao ambiente aquático. Isso inclui corpos hidrodinâmicos, membros
modificados em forma de nadadeira e, em alguns casos, camadas espessas de
gordura chamadas de blubber, que ajudam na flutuação e no isolamento térmico.

Todos os mamíferos marinhos são animais de respiração aérea, o que significa que
precisam subir à superfície da água para respirar. Eles possuem pulmões bem
desenvolvidos e aberturas nasais, chamadas de espiráculos, que permitem que
respirem enquanto estão na água.
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Mamíferos

Para manter a temperatura corporal em um ambiente aquático muitas vezes frio,


os mamíferos marinhos desenvolveram adaptações para a termorregulação. Isso
inclui uma camada de gordura isolante, controles vasculares que ajudam a
conservar o calor e, em alguns casos, contrafluxo de calor nos membros para
evitar a perda excessiva de calor.

Os mamíferos marinhos têm uma variedade de dietas, dependendo da espécie.


Algumas são carnívoras, se alimentando de peixes, lulas ou outros mamíferos
marinhos, enquanto outras são herbívoras, se alimentando de algas ou plantas

aquáticas. Alguns mamíferos marinhos, como as baleias filtradoras, se alimentam


filtrando pequenos organismos da água.

Muitos mamíferos marinhos são altamente sociais e vivem em grupos, chamados de


manadas, grupos ou colônias, dependendo da espécie. Esses grupos podem ajudar
na proteção contra predadores, na busca por alimentos e no cuidado com os
filhotes.
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Mamíferos

Os mamíferos marinhos têm uma variedade de estratégias reprodutivas, que


variam de acordo com a espécie. Alguns têm ciclos de reprodução sazonais,
enquanto outros se reproduzem ao longo do ano. O cuidado parental também

varia, com algumas espécies investindo bastante no cuidado dos filhotes,


enquanto outras têm cuidado parental mínimo.

Pinípedes
Os pinípedes são uma ordem de mamíferos marinhos que inclui três grupos
principais: focas verdadeiras e elefantes-marinhos (Família Phocidae), leões-
marinhos e lobos-marinhos (Família Otariidae) e morsas (Família Odobenidae).

Quem é quem?

Morsas e elefantes marinhos são razoavelmente fáceis de serem diferenciados.


Mas quando o assunto é “pequenos” pinípedes, complica. Mas não se preocupe.
Até o final deste capítulo você será capaz de identificar as principais diferenças
entre os grupos.
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Mamíferos

As focas, os leões-marinhos e os lobos-marinhos, todos pertencentes à ordem dos


pinípedes, e apresentam distinções anatômicas que refletem suas adaptações a
diferentes ambientes e modos de vida.

As focas, da família Phocidae, possuem corpos alongados e cilíndricos, com


nadadeiras curtas e arredondadas. Suas nadadeiras traseiras são voltadas para
trás, o que as torna menos ágeis em terra. Focas não têm orelhas externas visíveis,
movendo-se arrastando seus corpos no solo, preferindo habitats mais remotos e
solitários.

Já os leões-marinhos, da família Otariidae, têm corpos mais robustos e


musculosos, com uma aparência mais aerodinâmica. Suas nadadeiras traseiras
podem ser giradas para frente, facilitando sua locomoção em terra. Eles possuem
orelhas externas visíveis e podem se mover mais facilmente em terra firme,
utilizando suas nadadeiras traseiras para caminhar. Habitam principalmente áreas
costeiras mais movimentadas, como praias e ilhas rochosas, em grandes grupos.

Orelhas!
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Mamíferos

Os lobos-marinhos, também da família Otariidae, têm corpos alongados e esbeltos,


intermediários entre focas e leões-marinhos. Assim como os leões-marinhos,
podem girar suas nadadeiras traseiras para frente e possuem orelhas externas

visíveis. Eles também são capazes de caminhar em terra firme, e podem ser
encontrados tanto em grupos menores em praias mais isoladas quanto em grandes
colônias em áreas costeiras movimentadas.

Os leões-marinhos e os lobos-marinhos apresentam diferenças basicamente na


densidade e na textura de suas camadas de pelos. Os leões-marinhos tendem a ter
uma pelagem mais espessa e áspera em comparação com os lobos-marinhos. Isso
pode ser observado especialmente nos machos adultos durante a época de
reprodução, quando desenvolvem uma juba densa ao redor do pescoço e do peito.
Essa juba é formada por pelos mais longos e grossos, conferindo uma aparência
distintiva aos leões-marinhos machos.

Por outro lado, os lobos-marinhos geralmente têm uma pelagem mais curta e mais

suave, sem o desenvolvimento proeminente de uma juba. Suas camadas de pelos


podem ser mais uniformes em termos de comprimento e densidade,
proporcionando uma textura mais suave em comparação com os leões-marinhos.

Leão
Lobo
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Mamíferos

Essas diferenças na camada de pelos entre leões-marinhos e lobos-marinhos


podem ser atribuídas às suas diferentes adaptações e necessidades específicas em
relação ao ambiente e ao comportamento. Enquanto os leões-marinhos

desenvolvem juba para exibir dominância e atrair fêmeas durante a época de


reprodução, os lobos-marinhos podem não precisar de uma pelagem tão densa e
espessa para atender às suas demandas de sobrevivência e reprodução.

Uma característica comum aos pinípedes é o processo de muda para trocar de


pelagem, garantindo sua integridade e isolamento térmico. Durante esse período,
podem buscar áreas isoladas para evitar predadores enquanto estão vulneráveis.

Foto: Projeto Pinipedes do Sul. Elefante marinho em processo de muda


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Mamíferos

Sirenios
Os sirenídeos marinhos, também conhecidos como sirenídeos, são mamíferos

marinhos herbívoros pertencentes à ordem Sirenia. Os sirenídeos incluem os


manatees, peixes-boi e dugongos, que são encontrados em regiões tropicais e
subtropicais ao redor do mundo, habitando águas costeiras, manguezais e estuários.

Esses animais têm corpos robustos e arredondados, adaptados para uma vida
aquática, com nadadeiras em forma de remo e uma cauda horizontalmente
achatada. Sua alimentação consiste principalmente de plantas aquáticas, como
algas marinhas e ervas marinhas, e passam a maior parte do tempo pastando no
fundo do mar.

Dugong
Peixe-boi
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Mamíferos

Os sirenídeos têm um ciclo de vida bastante longo e são conhecidos por sua
natureza social, muitas vezes formando grupos familiares ou pequenas
comunidades. Eles se comunicam através de uma variedade de sons e vocalizações,
e são animais dóceis e pacíficos, que raramente demonstram comportamento
agressivo.

Os sirenídeos marinhos são notáveis por serem os únicos mamíferos marinhos


herbívoros. Enquanto a maioria dos outros mamíferos marinhos, como focas, leões-
marinhos e cetáceos, são carnívoros ou se alimentam de uma dieta que inclui peixes
e outros animais marinhos, os sirenídeos são exclusivamente herbívoros.
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Mamíferos

Esses mamíferos herbívoros dependem principalmente de plantas aquáticas, como


algas marinhas e ervas marinhas, como fonte de alimento. Sua dieta é composta
principalmente por material vegetal encontrado em habitats costeiros,

manguezais e estuários.

Essa adaptação dietética única reflete a evolução dos sirenídeos em ambientes


costeiros tropicais e subtropicais, onde os recursos alimentares vegetais são
abundantes. Eles desenvolveram estruturas dentárias especializadas para mastigar
e processar esses materiais vegetais, incluindo molares adaptados para triturar e

esmagar as plantas.
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Mamíferos

O trato digestório dos sirenídeos, como o dos demais mamíferos herbívoros, é

adaptado para processar uma dieta rica em material vegetal. O sistema digestivo
desses animais inclui um estômago complexo e um intestino longo, projetados
para maximizar a extração de nutrientes dos alimentos vegetais.

Uma característica importante do trato digestório dos sirenídeos é a presença de

um ceco alongado, que é uma bolsa intestinal especializada. O ceco desempenha


um papel crucial na fermentação microbiana dos alimentos vegetais. Nele, ocorre
a fermentação bacteriana, na qual micro-organismos, como bactérias e
protozoários, decompõem a celulose e outras fibras vegetais em substâncias mais
simples, que podem ser absorvidas pelo organismo do animal.

Essa fermentação é essencial para a digestão eficiente de alimentos vegetais de


difícil digestão, como as fibras celulósicas encontradas em algas marinhas e ervas
marinhas. Por meio desse processo, os sirenídeos conseguem obter nutrientes
valiosos, como carboidratos fermentáveis e ácidos graxos de cadeia curta, que
servem como fonte de energia para seu metabolismo.

Rodriguez Chacón, Z. M. (2001). Características alimentares e nutricionais do peixe-boi da


Amazônia Trichechus inunguis (Mammalia, Sirenia), em condições de cativeiro.
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Mamíferos

Cetáceos
Os cetáceos são uma ordem de mamíferos marinhos que inclui baleias, golfinhos e
botos. Eles são notáveis por sua adaptação completa ao ambiente aquático, com
corpos hidrodinâmicos e adaptações especiais para a vida marinha.

Os cetáceos exibem uma variedade impressionante de hábitos alimentares, que


refletem suas adaptações às diferentes fontes de alimento disponíveis em seus
habitats marinhos.

Muitos golfinhos, orcas e baleias dentadas são predadores ativos, caçando uma
variedade de presas, incluindo peixes, lulas e outros mamíferos marinhos. Outros
cetáceos, como parte das baleias, são alimentadores filtradores, se alimentando

de pequenos organismos, como krill e pequenos peixes. Eles capturam esses


alimentos filtrando grandes volumes de água do mar através de estruturas
especializadas em suas bocas.
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Mamíferos

A comunicação é fundamental para os cetáceos, que utilizam uma variedade de


sons, vocalizações e gestos para se comunicar entre si e coordenar atividades
sociais, como caça em grupo e cuidado dos filhotes.

Muitas espécies de cetáceos, como as orcas e os golfinhos, têm sistemas de


ecolocalização altamente desenvolvidos, que constituem uma estrutura
denominada “melon” ou melão, que lhes permitem detectar presas, navegar e se
comunicar usando sons de alta frequência que ecoam no ambiente aquático.
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Mamíferos

Os cetáceos são animais sociais e muitas espécies vivem em grupos complexos e


organizados, chamados de grupos sociais. Esses grupos podem incluir membros de
diferentes idades e sexos e são frequentemente liderados por indivíduos mais

velhos ou experientes.

O cuidado parental é comum entre os cetáceos, com as mães geralmente cuidando


dos filhotes por um período prolongado após o nascimento. Isso pode incluir
amamentação, proteção e ensino de habilidades essenciais para a sobrevivência.
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Mamíferos

Amamentação
Na amamentação dos cetáceos, há algumas características distintivas que
diferem dos mamíferos terrestres. Ao contrário de muitos mamíferos terrestres,
o leite dos cetáceos não é líquido, mas sim altamente concentrado em nutrientes
e rico em gorduras. Essa adaptação é essencial para fornecer aos filhotes uma
fonte de energia densa, adequada para o ambiente marinho, onde a conservação
de energia é crucial.

Outra peculiaridade é a ausência de mamilos nas fêmeas cetáceas. Em vez de


mamilos protuberantes como em muitos mamíferos terrestres, as glândulas
mamárias das fêmeas cetáceas liberam o leite diretamente na água através de
ductos mamários. Os filhotes então capturam o leite em suas bocas, utilizando a

sucção para obter os nutrientes vitais.


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Mamíferos

Essa forma de amamentação sem mamilos é adaptada ao ambiente aquático e ao


comportamento de natação dos cetáceos. A liberação direta do leite na água
permite que as mães alimentem seus filhotes enquanto continuam a nadar, sem a
necessidade de interromper o movimento para amamentar.

Além disso, como mencionado anteriormente, o leite dos cetáceos é altamente


nutritivo, com uma alta concentração de gorduras e outros nutrientes essenciais.

Isso é crucial para os filhotes, que precisam de uma fonte de energia densa para
sobreviver e crescer em um ambiente marinho desafiador.

Essas adaptações únicas na amamentação dos cetáceos refletem suas


extraordinárias adaptações ao ambiente aquático e destacam a complexidade e
diversidade da biologia desses mamíferos marinhos.
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Mamíferos

Baleia ou golfinho?
A distinção entre baleias e golfinhos pode ser desafiadora devido à sua semelhança

morfológica e ao fato de ambos pertencerem à ordem dos cetáceos. No entanto, há


várias características anatômicas e comportamentais que podem ajudar a
diferenciar esses grupos.

Uma das diferenças mais evidentes entre baleias e golfinhos pode estar na sua
dimensão. Baleias são geralmente maiores, com algumas espécies, como a baleia-
azul, sendo os maiores animais do planeta. Em contrapartida, golfinhos são
normalmente menores em tamanho, apesar de haverem exceções. A presença e a
forma dos dentes também podem ser um indicador útil. Golfinhos geralmente têm
dentes afiados e cônicos, usados para capturar peixes e outras presas, enquanto

muitas baleias possuem barbatanas de baleia em vez de dentes. SIM, barbatana é o


nome dado aos a estrutura de queratina, com função filtradora! No entanto, é
importante notar que também existem exceções a essa regra. Outra diferença é a
forma das cabeças. Os golfinhos muitas vezes exibem um órgão conhecido como
"melon" na testa, que está relacionado com a ecolocalização, enquanto nas baleias

essa estrutura é menos proeminente.


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Mamíferos

Baleia ou golfinho?

Se levarmos somente essas características como determinantes, alguns animais


como as orcas, cachalotes e belugas acabam ficando “perdidas” na identificação,
uma vez que apresentam melon, dentes e grande tamanho corporal, normalmente
associados ao grupo das baleias. Para facilitar, podemos diferenciar os cetáceos
somente em “dentados” e “não dentados”.

Cachalote, baleia dentada e com melon

Além disso, as vocalizações e comportamentos sociais podem ser distintos entre


baleias e golfinhos. Golfinhos são conhecidos por serem altamente sociais,
formando grupos coesos e comunicando-se através de uma variedade de sons e
vocalizações complexas. Baleias também podem ser sociais, mas suas vocalizações
tendem a ser mais limitadas em comparação com as dos golfinhos.
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Mamíferos

A comunicação e o comportamento social entre os cetáceos representam um


intrincado tecido de interações que refletem sua adaptação notável ao ambiente
aquático. Esses mamíferos marinhos exibem uma rica variedade de vocalizações,
incluindo assobios melodiosos, cliques estridentes e vocalizações complexas, que
desempenham um papel vital na coordenação de atividades sociais e na
transmissão de informações dentro dos grupos. Esses sons funcionam como uma
espécie de linguagem compartilhada, permitindo que os cetáceos se comuniquem
sobre a localização de presas, o reconhecimento de membros do grupo e a
expressão de emoções.

No âmbito do comportamento social, os cetáceos formam grupos coesos e


estruturados, onde as relações sociais são fundamentais para a sobrevivência e o
bem-estar do grupo. Esses grupos podem ser compostos por membros de
diferentes idades e sexos, com indivíduos mais experientes frequentemente
desempenhando papéis de liderança e orientação. A cooperação é uma
característica marcante do comportamento social dos cetáceos, com muitas
espécies exibindo comportamentos colaborativos durante atividades como a caça
em grupo e a proteção dos membros mais vulneráveis do grupo.

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Mamíferos

Além das interações funcionais, os cetáceos também participam de


comportamentos lúdicos e sociais, que desempenham um papel crucial no
fortalecimento dos laços sociais e no desenvolvimento das habilidades sociais e

cognitivas dos indivíduos. Saltos graciosos, brincadeiras animadas e interações


físicas demonstram uma dimensão mais leve e emocional das interações sociais
entre esses magníficos animais.

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Lontras no Brasil: Marinha não, praiana sim!

As lontras neotropicais, de água doce, frequentemente exploram ambientes


costeiros e estuarinos, onde os rios se encontram com o oceano, para se
alimentar e transitar entre ilhas. Elas podem ser encontradas em manguezais,
estuários e zonas costeiras, onde caçam peixes, crustáceos e moluscos que são
abundantes nessas áreas. A capacidade das lontras de se adaptar a uma variedade
de ambientes aquáticos, incluindo água doce e salgada, reflete sua incrível

versatilidade e habilidades de sobrevivência.

Apesar de sua capacidade de utilizar ambientes de água salgada, as lontras


neotropicais do Brasil não devem ser confundidas com as espécies marinhas de
lontras, como a lontra-marinha (Enhydra lutris) encontrada nas costas do Pacífico
Norte. Enquanto as lontras-marinhas são completamente marinhas e raramente
deixam o ambiente oceânico, as lontras neotropicais são predominantemente
associadas a ambientes de água doce e raramente são encontradas em alto-mar.

Distribuição da lontra
neotropical (água doce)
em ilhas no litoral de
Santa Catarina

DISTRIBUTION OF NEOTROPICAL OTTER, Lontra longicaudis (OLFERS, 1818)


(MUSTELIDAE) IN COASTAL ISLANDS OF SANTA CATARINA, SOUTHERN BRAZIL
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Lontra marinha no Brasil?

Lontra Marinha!

Embora as lontras neotropicais possam frequentar ambientes de água salgada,


elas não são completamente adaptadas para a vida marinha. Por exemplo, suas
peles são menos densas em comparação com as lontras-marinhas, o que as torna
menos resistentes à água salgada. Além disso, seu comportamento de

forrageamento e estratégias de caça são mais adaptados para ambientes de água


doce, onde podem explorar recursos específicos disponíveis nesses habitats.

A presença das lontras neotropicais em ambientes costeiros e estuarinos destaca


sua importância na manutenção da biodiversidade desses ecossistemas. No
entanto, essas populações enfrentam ameaças como a perda de habitat, poluição,
pesca predatória e conflitos com atividades humanas. Portanto, é essencial
implementar medidas de conservação eficazes para proteger esses animais e
garantir a preservação de seus habitats naturais.
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Ursos polares são animais marinho?

A classificação dos ursos polares como animais marinhos pode ser objeto de
debate dentro da comunidade científica. Tradicionalmente considerados animais
terrestres, sua dependência dos ecossistemas marinhos para alimentação e
reprodução tem gerado infindáveis questionamentos sobre sua classificação.

Os ursos polares (Ursus maritimus) são mamíferos carnívoros adaptados para


viver em ambientes árticos. Possuem características morfológicas e fisiológicas
que refletem sua adaptação ao meio marinho, como membros palmados para

natação, pelagem espessa para isolamento térmico na água fria e uma dieta
predominantemente baseada em presas marinhas, como focas.
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A vida dos ursos polares está intimamente ligada ao gelo marinho, que serve como
plataforma para caça, acasalamento e descanso. Eles passam a maior parte de suas
vidas na zona costeira do Ártico, onde o gelo é predominante. Durante os meses de
verão, quando o gelo derrete, os ursos polares muitas vezes são forçados a se
afastar da costa em busca de presas.

Os ursos polares demonstram uma série de comportamentos adaptativos à vida

marinha, como a capacidade de mergulhar em busca de presas por longos períodos


de tempo, o uso de banquisas de gelo como plataformas de caça e a migração
sazonal em busca de condições de gelo favoráveis.

A classificação dos ursos polares como animais marinhos é suportada por


evidências morfológicas, fisiológicas e comportamentais. Sua dependência dos
ecossistemas marinhos para sobrevivência e reprodução, juntamente com suas
adaptações especializadas para a vida aquática, sugere uma afinidade mais próxima
com os animais marinhos do que com os terrestres. Então, sim. Os ursos polares
podem ser considerados “mamíferos marinhos”, a depender do objetivo dessa
classificação.
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Tartarugas marinhas

As tartarugas marinhas são répteis fascinantes que habitam os oceanos do


mundo. Existem sete espécies diferentes de tartarugas marinhas, cada uma com
suas próprias características distintivas e distribuição geográfica. Estas incluem
a tartaruga-verde (Chelonia mydas), tartaruga-de-pente (Eretmochelys
imbricata), tartaruga-cabeçuda (Caretta caretta), tartaruga-de-kemp
(Lepidochelys kempii), tartaruga-oliva (Lepidochelys olivacea), tartaruga-de-

couro (Dermochelys coriacea) e a tartaruga-de-casco-achatado (Natator


depressus).

Em relação à alimentação, as tartarugas marinhas apresentam uma dieta


variada, que pode incluir algas, medusas, moluscos, crustáceos e outras presas
disponíveis em seus habitats marinhos. A espécie e a idade da tartaruga podem
influenciar as preferências alimentares.
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Tartarugas marinhas

O ciclo de vida das tartarugas marinhas é complexo e inclui várias fases


distintas. As tartarugas fêmeas retornam às praias de nidificação, onde
nasceram, para depositar seus ovos em ninhos escavados na areia. Após a
incubação, que pode durar várias semanas, os filhotes emergem dos ovos e
correm para o mar, onde enfrentam uma série de desafios para sobreviver,
incluindo predação e condições ambientais adversas.

Quanto à estratégia reprodutiva, as tartarugas marinhas são conhecidas por


exibir comportamento de nidificação sazonal, retornando às praias de
reprodução em épocas específicas do ano para colocar seus ovos. Algumas
espécies, como a tartaruga-cabeçuda, são conhecidas por realizar migrações
longas entre áreas de alimentação e praias de nidificação.
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Tartarugas marinhas

Anatomicamente, as tartarugas marinhas possuem uma carapaça resistente e


nadadeiras adaptadas para a vida no mar. Sua carapaça consiste em uma parte
dorsal chamada de carapaça e uma parte ventral conhecida como plastrão. As
nadadeiras dianteiras são utilizadas para nadar, enquanto as traseiras auxiliam
na estabilidade e manobra. Além disso, as tartarugas marinhas possuem pulmões
e devem emergir regularmente para respirar.

Embora as tartarugas marinhas sejam frequentemente associadas à nidificação


em grupos nas praias, elas tendem a ser criaturas solitárias durante a maior
parte de suas vidas no oceano. Após emergirem dos ninhos e fazerem seu
caminho para o mar, as tartarugas marinhas geralmente seguem uma existência
solitária, buscando alimento e navegando pelos vastos oceanos de forma

independente.

Essa natureza solitária pode ser observada em várias fases da vida das
tartarugas marinhas. Durante suas migrações entre áreas de alimentação e
praias de nidificação, as tartarugas geralmente viajam sozinhas, embora possam
cruzar caminhos com outros indivíduos da mesma espécie em determinados
pontos do percurso.
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Tartarugas marinhas

Além disso, enquanto estão em seus habitats de alimentação, as tartarugas

marinhas tendem a forragear sozinhas, buscando presas de forma independente e


explorando áreas marinhas em busca de recursos alimentares. A competição por
comida pode, por vezes, levar a interações breves entre indivíduos, mas geralmente
as tartarugas seguem suas próprias rotas e padrões de alimentação.

Essa preferência por uma vida solitária pode ser influenciada por vários fatores,
incluindo a distribuição desigual de recursos alimentares, a necessidade de evitar
predadores e a busca por condições ambientais ideais para alimentação e descanso.
No entanto, mesmo sendo solitárias na maior parte do tempo, as tartarugas
marinhas ainda podem exibir comportamento social em certas situações, como
durante a reprodução nas praias de nidificação, onde se reúnem em grupos para
depositar seus ovos.
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Tartarugas marinhas: limpeza de casco

O comportamento de limpeza do casco é uma atividade observada em tartarugas

marinhas, especialmente durante períodos de descanso ou enquanto estão em


águas rasas. Embora não seja tão comum quanto em outros animais marinhos,
como peixes ou cetáceos, as tartarugas podem ocasionalmente realizar a limpeza
de seu próprio casco, principalmente para remover algas, cracas e outros
organismos que possam se acumular em sua carapaça.

Assim como outros animais, as tartarugas podem ser motivadas pela necessidade
de manter uma higiene pessoal adequada. A remoção de algas, cracas e outros
organismos pode ajudar a evitar infecções ou irritações na pele e na carapaça. Além
disso, o acúmulo de algas e organismos na carapaça pode aumentar o arrasto
enquanto a tartaruga nada, tornando mais difícil e menos eficiente o movimento
através da água. A limpeza periódica do casco pode ajudar a reduzir esse arrasto,
permitindo que a tartaruga nade mais eficientemente.

Uma carapaça limpa pode facilitar a regulação térmica da tartaruga. Algas e outros
organismos podem reter calor, tornando mais difícil para a tartaruga controlar sua

temperatura corporal, especialmente quando está exposta ao sol. A limpeza do


casco pode ajudar a dissipar o calor mais facilmente.
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Tartarugas marinhas: limpeza de casco

Em algumas espécies de tartarugas marinhas, a limpeza mútua do casco pode

ter um componente social. Ainda, tartarugas podem se juntar à outras espécies,

normalmente peixes, e participar de interações sociais, incluindo a limpeza do

casco.

Embora a limpeza do casco seja observada em tartarugas marinhas, não é um

comportamento tão comum ou tão bem documentado quanto em outros animais

marinhos. No entanto, quando ocorre, geralmente é um comportamento natural

e importante para o bem-estar e a saúde da tartaruga.


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Fibropapilomatose em Tartarugas Marinhas

A fibropapilomatose é uma doença debilitante que afeta várias espécies de


tartarugas marinhas em todo o mundo. Caracterizada pelo desenvolvimento de
tumores fibrosos e papilomatosos na pele, mucosas e órgãos internos, esta

enfermidade representa uma preocupação significativa para a conservação desses


animais marinhos.

A etiologia da fibropapilomatose em tartarugas marinhas ainda não é


completamente compreendida, mas acredita-se que seja multifatorial, envolvendo
fatores ambientais, genéticos e virais. O herpesvírus da tartaruga marinha (HMTV)
tem sido identificado como um possível agente causal, embora outros fatores, como
poluentes ambientais e estresse, também possam desempenhar um papel no
desenvolvimento da doença. A infecção pelo HMTV leva à proliferação
descontrolada de tecido fibroso, resultando na formação de tumores
papilomatosos.

Os sinais clínicos da fibropapilomatose variam de acordo com a localização e o


tamanho dos tumores. As lesões cutâneas geralmente se apresentam como

crescimentos protuberantes e verrucosos na pele, podendo afetar áreas como


cabeça, pescoço, membros e casco. Em casos graves, os tumores podem obstruir os
orifícios naturais, interferir na alimentação, locomoção e visão, além de
comprometer órgãos internos vitais.
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O diagnóstico da fibropapilomatose em tartarugas marinhas geralmente é realizado


por meio de exames clínicos e análises histopatológicas. A presença de tumores
cutâneos característicos é um indicativo inicial da doença, seguido pela

confirmação por meio de biópsias e estudos laboratoriais para detectar a presença


do HMTV.

O tratamento da fibropapilomatose em tartarugas marinhas é desafiador e muitas


vezes limitado. Em casos leves, a remoção cirúrgica dos tumores pode ser
realizada, seguida por terapias complementares, como antibióticos e cuidados de
feridas. No entanto, em casos mais avançados, o manejo é frequentemente voltado
para o suporte à saúde geral do animal, incluindo controle de infecções
secundárias, nutrição adequada e minimização de estresse.

A fibropapilomatose representa uma ameaça significativa para as populações de


tartarugas marinhas, pois pode levar à morte de indivíduos afetados, redução da
taxa de reprodução e comprometimento da saúde geral da espécie. Além disso, a
disseminação da doença pode ser facilitada pelo aumento da poluição marinha,
degradação do habitat e mudanças climáticas, exacerbando ainda mais os impactos
sobre as populações de tartarugas marinhas.
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Relação temperatura x proporção sexual em tartarugas-marinhas

A relação entre a temperatura e a proporção sexual das tartarugas marinhas é um


fenômeno fascinante e crucial para o sucesso reprodutivo desses animais, uma

vez que a temperatura durante o período de incubação dos ovos influencia


diretamente a proporção de machos e fêmeas que nascem, como ocorre em outros
répteis.

Esse fenômeno, conhecido como determinação do sexo dependente da


temperatura (TSD, do inglês Temperature-Dependent Sex Determination), ocorre

porque o sexo das tartarugas marinhas é determinado pela temperatura do ninho


durante um período crítico de desenvolvimento dos embriões. Em geral,
temperaturas mais baixas durante o período de incubação resultam em uma
proporção maior de machos, enquanto temperaturas mais altas resultam em uma
proporção maior de fêmeas.

Por exemplo, em algumas espécies, como a tartaruga-verde, temperaturas mais


baixas (geralmente abaixo de 29°C) tendem a produzir principalmente machos,
enquanto temperaturas mais altas (geralmente acima de 30°C) tendem a produzir
principalmente fêmeas. Desta forma, mudanças na temperatura do ambiente

podem ter implicações significativas para as populações de tartarugas marinhas.


Por exemplo, o aumento das temperaturas globais devido às mudanças climáticas
pode levar a um desequilíbrio na proporção sexual, com uma proporção excessiva
de fêmeas sendo produzida em alguns locais. Isso pode ter consequências
negativas para a viabilidade das populações, especialmente se houver uma
escassez de machos para reprodução.

Não bastasse as ameaças tradicionais, como a predação dos ovos e filhotes, a


mudança do clima pode ser um grande fator na perda de biodiversidade destes
animais.
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Poluição luminosa e a sobrivevência dos filhotes de tartaruga marinha

A poluição luminosa representa uma ameaça crescente para a sobrevivência dos


filhotes de tartarugas marinhas em várias regiões do mundo. Quando os filhotes

emergem de seus ninhos e começam sua jornada em direção ao oceano, eles usam
a luz natural do horizonte para orientação. No entanto, a presença de fontes de
luz artificial, como luzes de rua, iluminação de edifícios à beira-mar e luzes de
veículos, pode desorientar os filhotes e levá-los a se afastar do oceano.

Essa desorientação pode ter consequências graves para os filhotes de tartarugas

marinhas. Em vez de seguir em direção ao mar, eles podem se dirigir para o


interior, onde enfrentam uma série de perigos, incluindo predadores terrestres,
desidratação e exaustão. Além disso, os filhotes desorientados também podem
ficar presos em obstáculos humanos, como estradas e estruturas artificiais,
aumentando ainda mais o risco de mortalidade, sobretudo por atrpelamento.

Além disso, a poluição luminosa pode afetar o sucesso reprodutivo das tartarugas
marinhas de outras maneiras. Por exemplo, a iluminação intensa ao longo das
praias pode interferir na orientação das fêmeas adultas que retornam para
desovar, levando-as a escolher locais de nidificação inadequados ou atrasando o

processo de desova.

Para mitigar os impactos da poluição luminosa sobre as tartarugas marinhas,


várias medidas de conservação podem ser adotadas. Isso inclui o uso de
iluminação de baixa intensidade ou luzes vermelhas, que são menos perturbadoras
para as tartarugas, a implementação de regulamentações que limitem a iluminação
ao longo das praias durante a temporada de nidificação e o estabelecimento de
áreas protegidas onde a poluição luminosa é controlada.
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Iguanas Marinhas: Adaptações e diferenças dos relativos terrestres

As iguanas marinhas são um grupo fascinante de répteis adaptados para a vida em

ambientes marinhos, encontrados exclusivamente nas ilhas Galápagos e no


arquipélago de Baja California, no México. Ao contrário de suas contrapartes
terrestres, as iguanas marinhas desenvolveram características únicas que as
tornam altamente especializadas para a vida no oceano, tornando-as uma das
poucas espécies de lagartos verdadeiramente marinhas do mundo.

Uma das adaptações mais distintivas das iguanas marinhas é a capacidade de


mergulho. Esses répteis podem permanecer submersos por até 30 minutos, graças
a uma taxa metabólica reduzida e ao armazenamento de oxigênio em seus pulmões
e músculos. Além disso, suas narinas expelentes de sal permitem que eliminem o
excesso de sal do organismo, uma adaptação essencial para sobreviver em
ambientes marinhos.
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Iguanas Marinhas: Adaptações e diferenças dos relativos terrestres

As iguanas marinhas possuem corpos hidrodinâmicos, com membros curtos e


achatados que funcionam como lemes durante a natação. Suas garras afiadas e
caudas musculosas ajudam-nas a se locomover nas rochas escorregadias das

costas rochosas e a se agarrar firmemente às algas marinhas enquanto se


alimentam. A coloração escura de sua pele ajuda a absorver o calor do sol
enquanto descansam nas rochas, facilitando a regulação térmica.

As iguanas marinhas alimentam-se principalmente de algas marinhas,


mergulhando em águas rasas para se alimentar dos ricos bancos de algas

encontrados nas costas rochosas. Durante a época de reprodução, os machos


exibem comportamentos territoriais e de corte, defendendo seus territórios e
cortejando fêmeas para acasalamento.

Similar as iguanas terrestres, as iguanas marinhas são estritamente herbívoras,


dependendo exclusivamente de algas marinhas como fonte de alimento. Além
disso, enquanto as iguanas terrestres passam a maior parte de suas vidas em terra
firme, as iguanas marinhas são fortemente associadas a ambientes marinhos,
raramente saindo da água, exceto para reprodução e termorregulação.

As iguanas marinhas desempenham um papel crucial nos ecossistemas marinhos


das ilhas Galápagos e de Baja California, ajudando a controlar as populações de
algas marinhas e fornecendo alimento para predadores como aves marinhas e
tubarões. No entanto, essas espécies enfrentam ameaças como a pesca incidental,
a degradação do habitat e as mudanças climáticas, destacando a necessidade de
medidas de conservação para proteger esses fascinantes répteis marinhos e seus
ambientes únicos.
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Crocodilianos

Os crocodilianos marinhos, representados principalmente pelos crocodilos


marinhos (Crocodylus porosus), são répteis semiaquáticos altamente adaptados aos

ambientes costeiros e marinhos. Eles são encontrados em várias regiões tropicais


e subtropicais do mundo, incluindo os trópicos do Oceano Índico e do Pacífico.

Esses crocodilianos marinhos diferem significativamente de seus parentes de água


doce em termos de adaptações morfológicas, fisiológicas e comportamentais. Os
crocodilianos marinhos desenvolveram glândulas especiais em suas línguas que

lhes permitem excretar o excesso de sal do ambiente marinho. Isso é essencial


para manter o equilíbrio osmótico em um ambiente salino.

Suas escamas, pele e tecidos são mais resistentes à corrosão causada pela água
salgada em comparação com os crocodilianos de água doce. Além disso, eles têm
adaptações fisiológicas que lhes permitem regular o equilíbrio de água e sal em
seus corpos.

Além disso, os crocodilianos marinhos são nadadores proficientes e podem viajar


longas distâncias no oceano. Eles têm corpos hidrodinâmicos e membros que lhes

permitem se deslocar eficientemente na água, tanto em superfície quanto em


mergulhos subaquáticos.

Enquanto os crocodilianos de água doce se alimentam principalmente de peixes


de água doce e animais terrestres, os crocodilianos marinhos têm uma dieta mais
diversificada, incluindo peixes marinhos, crustáceos, aves marinhas e até mesmo
tartarugas marinhas.
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Crocodilianos

Apesar desta espécie não ocorrer no Oceano Atlântico, de certa forma, há


crocodilos que vivem nas águas salgadas por aqui. O melhor exemplo é o

crocodilo-americano (Crocodylus acutus), que possui a maior distribuição


geográfica nas Américas.

Ele é presente, por exemplo, na costa atlântica da Flórida, bem como em ilhas
também banhadas pelo Atlântico, e vive normalmente nos estuários da região,
banhados por águas salobras em áreas costeira, graças à sua glândula de sal. E,

como seu colega do Pacífico, é a única espécie que comumente vive e prospera em
água salgada por aqui, já que os demais que possuem a glândula de sal, não se
aventuram tanto nos mares.

A diferença para seu parente distânte da Ásia é que não costuma nadar grandes
distâncias em mar aberto, mas eles certamente alçaram a maior parte da ilhas
entre o Atlântico e o Mar do Caribe, mas não chegam à costa brasileira.

Resumindo: existem crocodilos que vivem em águas salgadas no Oceano Atlântico,


mas não o chamado crocodilo de água salgada, comuns na costa Australiana, por

exemplo.
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Aves marinhas

As aves marinhas são um grupo diversificado de aves que passam a maior parte
de suas vidas no oceano, alimentando-se de peixes, crustáceos e outros
organismos marinhos. Elas possuem várias adaptações para a vida no ambiente
marinho, como penas impermeáveis, pernas e pés adaptados para nadar, e
glândulas especiais para lidar com o excesso de sal. Duas dessas adaptações são
a glândula de sal e a glândula uropigiana.

A glândula de sal, também conhecida como glândula nasal, está localizada na


base do bico de muitas aves marinhas, como gaivotas e pelicanos. Ela é
responsável por excretar o excesso de sal do organismo, permitindo que essas
aves bebam água do mar sem desidratar. As aves bebem água do mar e o excesso

de sal é eliminado através das narinas, formando uma secreção salina que é
expelida. Isso ajuda a manter o equilíbrio de sal no organismo da ave, permitindo
que ela beba água do mar para se hidratar.

A glândula uropigiana está localizada na base da cauda de muitas aves, como


pássaros aquáticos e aves de rapina. Ela produz uma substância oleosa conhecida
como óleo uropigiano.

As aves usam o bico para espalhar o óleo uropigiano sobre as penas durante o
processo de preening, também conhecido como limpeza das penas. Esse óleo
ajuda a impermeabilizar as penas, tornando-as resistentes à água. A
impermeabilização das penas é essencial para as aves que vivem em ambientes
aquáticos, pois ajuda a manter o isolamento térmico do corpo e a flutuabilidade
na água. Sem essa impermeabilização, as penas ficariam encharcadas, tornando a
ave suscetível ao frio e dificultando o voo, para aquelas que possuem essa
capacidade.
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Aves marinhas

A maioria das aves marinhas tem asas longas e estreitas, o que lhes permite
planar por longas distâncias sobre o oceano sem gastar muita energia. Essa
adaptação é particularmente útil para espécies como os albatrozes, que passam a

maior parte de suas vidas voando sobre o mar. Mas vale lembrar: nem toda ave
marinha voa, os pinguins estão aí para quebrar essa regra!

Outra estrutura importante são os pés e pernas adaptados para nadar, com
membranas entre os dedos que lhes permitem impulsionar-se eficientemente na
água. Isso é especialmente evidente em aves como os pinguins, que também
desenvolveram adaptações em suas asas, que atuam como eficientes nadadeiras

Essas adaptações são essenciais para o sucesso das aves em seus ambientes
naturais, permitindo que elas vivam e se reproduzam com eficiência em habitats
desafiadores.

Além das adaptações mencionadas, as aves também possuem uma membrana


nictitante, que é uma terceira pálpebra transparente localizada na parte interna
do olho. Esta membrana é translúcida e move-se horizontalmente sobre o olho
para protegê-lo e manter a superfície ocular úmida e limpa. A membrana

nictitante é especialmente útil para as aves que voam em alta velocidade ou que
mergulham em busca de recursos.

Foto: James C. Lowen, Glândula uropigiana na base da cauda de um pinguim


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Albatrozes: aves oceânicas

Os albatrozes são aves marinhas altamente adaptadas ao voo sobre os vastos


oceanos do mundo. Pertencentes à família Diomedeidae, eles são conhecidos por
suas asas longas e estreitas, que lhes permitem planar por longas distâncias sem
bater as asas. Essas aves são encontradas predominantemente no Hemisfério Sul,
com várias espécies que habitam áreas oceânicas remotas, como o sul do Oceano
Pacífico e o sul do Oceano Atlântico. E se você acha que já viu um Albatroz na

praia, pense de novo. Devido ao hábito de passarem a maior parte de suas vidas
em alto mar, longe da costa, avistar albatrozes na praia é uma ocorrência rara. Sua
distribuição oceânica e comportamento migratório dificultam seu avistamento em
áreas costeiras, tornando-os verdadeiros espectáculos raros quando se
aproximam da terra.

Os albatrozes têm várias características distintivas que os tornam verdadeiros


mestres do voo oceânico. Suas asas enormes podem atingir envergaduras
impressionantes de até 3,5 metros em algumas espécies, permitindo-lhes voar
grandes distâncias com eficiência e velocidade. Eles aproveitam as correntes de ar
sobre as ondas e usam o planeio dinâmico para conservar energia durante longos

períodos de voo.

Além de sua notável habilidade de voo, os albatrozes são conhecidos por sua
longevidade e maturidade tardia. Muitas espécies atingem a maturidade sexual
apenas após vários anos e podem viver décadas, às vezes até mais de 50 anos.
Essas aves são monogâmicas e geralmente retornam ao mesmo local de
nidificação a cada ano para acasalar e criar sua prole.
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Fragatas, gaivotas e petréis

As aves marinhas abrangem uma vasta gama de espécies adaptadas à vida nos
oceanos e mares ao redor do mundo. Elas incluem aves como albatrozes, petréis,

gaivotas, fragatas, pelicanos, cormorões, entre outros. Cada uma dessas aves tem
características únicas e adaptações especializadas para sobreviver em seu
ambiente marinho. Você conhece a diversidade de aves marinhas? Vamos falar um
pouco de cada uma delas!

Albatrozes são conhecidos por suas enormes


envergaduras e habilidades de planar sobre as correntes
de ar oceânicas durante longos períodos de tempo. Eles
são mestres do voo dinâmico e são frequentemente
avistados em áreas remotas dos oceanos.

Petréis são aves especializadas em viver em alto mar e


muitas vezes são migradores de longa distância. Eles
têm um olfato altamente desenvolvido que lhes permite
encontrar alimento em vastas extensões de oceano.

Fragatas são conhecidas por sua habilidade de roubar


comida de outras aves marinhas, aproveitando-se de sua
agilidade no ar. Elas têm uma envergadura
impressionante e são frequentemente avistadas pairando
sobre os oceanos em busca de presas.

Gaivotas são aves marinhas versáteis e adaptáveis,


encontradas em muitas regiões costeiras ao redor do
mundo. Elas têm uma dieta variada e se alimentam de
peixes, crustáceos e até mesmo restos de comida
humana.
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Fragatas, gaivotas e petréis

Pelicanos são aves distintas, conhecidas por


suas bolsas de pesca que usam para capturar
peixes. Eles são frequentemente vistos
mergulhando do ar para a água para capturar
suas presas.

Cormorões são aves marinhas mergulhadoras


habilidosas, que se alimentam de peixes
debaixo d'água. Eles têm habilidades de
natação excepcionais e são capazes de
mergulhar a grandes profundidades em busca
de alimento.

Essas são apenas algumas das muitas aves marinhas fascinantes que habitam

nossos oceanos e mares. Cada uma delas desempenha um papel único nos
ecossistemas marinhos e contribui para a beleza e diversidade da vida selvagem
oceânica.
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Não sou a prova d’água!

Os cormorões, também chamados biguá, são reconhecidos por sua capacidade


impressionante de mergulho e habilidades excepcionais na busca por alimento

debaixo d'água. Eles possuem adaptações físicas notáveis que lhes permitem
mergulhar a grandes profundidades e permanecer submersos por períodos
prolongados. Suas pernas estão localizadas mais para trás em seus corpos em
comparação com outras aves, o que lhes dá uma posição de mergulho mais
hidrodinâmica. Além disso, eles têm ossos ocos que os ajudam a flutuar na água e
músculos especializados que lhes permitem nadar com eficiência e rapidez.

Apesar de suas habilidades de mergulho excepcionais, os cormorões precisam


passar tempo secando ao sol devido à sua plumagem única. Ao contrário de muitas
outras aves marinhas, as penas dos cormorões não são à prova d'água. Isso
significa que, enquanto mergulham e nadam, suas penas absorvem água,
tornando-os mais pesados. Portanto, após cada mergulho, os cormorões precisam
secar suas penas para restaurar sua capacidade de flutuação e isolamento
térmico. Eles frequentemente são vistos com asas abertas ao sol, esticando e
alinhando suas penas enquanto aproveitam o calor para evaporar a água e secar
suas plumagens. Esse comportamento é crucial para a sobrevivência dos

cormorões, garantindo que eles possam continuar mergulhando efetivamente em


busca de alimento. E você, sabia do motivo dessas aves estarem sempre
“secando”?
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Aves marinhas: Pinguins

Os pinguins são um grupo particularmente fascinante de aves marinhas,

encontrados no Hemisfério Sul. Adaptados para nadar, os pinguins têm asas


modificadas em forma de nadadeiras, que são usadas para propulsão na água.
Suas penas são densas e impermeáveis, o que assegura que permaneçam secas
enquanto nadam.

Reproduzindo-se em colônias de grande tamanho, os pinguins geralmente


nidificam em ilhas remotas e costas rochosas. Eles constroem ninhos de
materiais como pedras e penas, e muitas espécies compartilham
responsabilidades na incubação dos ovos e cuidados com os filhotes.

Os pinguins dependem do oceano para alimentação, onde caçam uma variedade


de peixes, krill e outros organismos marinhos. Muitas espécies de pinguins são
conhecidas por mergulhar a grandes profundidades em busca de comida,
algumas alcançando profundidades superiores a 100 metros.
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Aves marinhas: Pinguins

Os pinguins são altamente adaptáveis e desenvolveram comportamentos

complexos para sobreviver em seu ambiente marinho. Eles possuem uma


estrutura social hierárquica dentro das colônias, onde o reconhecimento
individual e a comunicação vocal desempenham um papel importante na
interação entre os membros do grupo.

É importante destacar que nem todos os pinguins vivem em ambientes nevados,


como muitas vezes são retratados na mídia. Na verdade, a maioria das espécies

de pinguins habita regiões costeiras de climas temperados ou tropicais, onde as


condições variam de praias rochosas a ilhas subtropicais.
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Aves marinhas: Pinguins

Na realidade, existem cerca de 17 espécies de pinguim reconhecidas. Cada espécie

apresenta variação em tamanho, peso médio, habitat, alimentação, status de


conservação e estruturação de grupo social. Até mesmo a anatomia pode variar
entre as espécies, principalmente relacionada à alterações para climas extremos.

No Brasil, a espécie que normalmente aparece na costa é o Pinguim de Magalhães,


apesar de já termos relatos isolados de Penguim rei aparecendo na região sul. Vale
lembrar que a costa brasileira não é um ponto “natural” para a espécie, apesar de
sua presença frequente. A meta oficial de rota é a Patagônia Argentina e Chilena.
Essas aves acabam chegando no Brasil normalmente em consequência de se

perderem na rota de migração em busca de alimento, ou eventos climáticos como


ventos e tempestades que acabam resultando em alguns grupos a pegarem um
“atalho” para fugir do mal tempo ou navegantes de primeira viagem que se perdem
do grupo principal.
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Aves marinhas

Os pinguins passam por períodos sazonais de muda, durante os quais trocam


suas penas antigas por novas, garantindo que permaneçam impermeáveis e bem
isolados. Durante este tempo, eles podem parecer menos ativos, já que investem
muita energia na regeneração de suas penas.

Além disso, os pinguins também passam por períodos de jejum associados a


eventos reprodutivos, como a incubação de ovos e a criação de filhotes. Durante
esses períodos, os pinguins podem jejuar por várias semanas, confiando nas

reservas de gordura acumuladas para sustentar sua atividade metabólica e a dos


filhotes.

Foto: CePRAM/R3Animal, Pinguins de Magalhães em processo de muda


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Biogeografia

A biogeografia de animais marinhos é um campo interdisciplinar que explora a


distribuição geográfica e os padrões de diversidade das espécies nos oceanos do
mundo. Esta disciplina investiga como fatores como temperatura da água,

salinidade, correntes oceânicas, disponibilidade de alimento, profundidade do


oceano e barreiras geográficas influenciam a presença e a variedade de vida
marinha em diferentes regiões.

A temperatura da água desempenha um papel crucial na distribuição de animais


marinhos, com espécies adaptadas a faixas específicas de temperatura. A
salinidade também é importante, afetando a osmorregulação das espécies.
Correntes oceânicas transportam nutrientes, larvas e organismos, influenciando a
distribuição das espécies, enquanto a disponibilidade de alimento está
diretamente relacionada à produtividade biológica e à diversidade de vida
marinha.

A profundidade do oceano é um fator determinante na distribuição das espécies,


com diferentes comunidades adaptadas às condições específicas de cada zona

vertical do oceano. Além disso, barreiras geográficas, como continentes, ilhas e


cadeias montanhosas submarinas, podem influenciar a dispersão e o isolamento de
espécies, promovendo a especiação e a diversidade endêmica em áreas isoladas.

A compreensão desses fatores e de como eles interagem é essencial para explicar


os padrões de distribuição e diversidade dos animais marinhos em escala global e
regional. A biogeografia marinha desempenha um papel fundamental na
conservação marinha e na gestão sustentável dos recursos oceânicos.
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Biogeografia

O padrão geral na ecologia é que a diversidade aumenta em direção ao equador.


Entretanto, nas águas oceânicas, a riqueza de mamíferos e aves geralmente atinge
o pico em águas mais frias e temperadas. Este padrão é especialmente intrigante

considerando o estresse térmico que a água fria impõe aos endotermos de corpo
quente, que devem manter temperaturas corporais constantes e elevadas por
meio da atividade metabólica. Em contraste, os peixes e répteis ectotérmicos, que
dependem do calor ambiente para regular sua temperatura corporal, mostram a
maior diversidade em habitats tropicais e subtropicais.

Grady et al. (2019) buscou esclarecer os processos fisiológicos e ecológicos que


levam a padrões opostos de diversidade em predadores marinhos, utilizando
teoria e dados. Para isso, eles analisaram mapas de distribuição de 998 espécies
de tubarões, peixes teleósteos, mamíferos e aves marinhas. Descobriram que a
maioria das famílias de mamíferos e aves endotérmicos apresentam uma riqueza
elevada em latitudes temperadas, enquanto tubarões e peixes ectotérmicos
atingem o pico em mares tropicais ou subtropicais.
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Biogeografia

Esses resultados sugerem que os controles térmicos sobre a diversidade são

fortes, mas outros recursos ambientais também podem ser relevantes. Em


particular, habitats grandes, produtivos ou costeiros tendem a suportar mais

espécies, independentemente da estratégia de termorregulação. A diversidade


filogenética e a riqueza de endotermos geralmente atingem o pico entre 45° e
60° de latitude, mas quando corrigem a riqueza de endotermos pela riqueza de
ectotermos, a riqueza de endotermos aumenta sistematicamente em direção aos
oceanos polares mais frios.

Os autores também identificaram diferenças ligadas à fisiologia térmica. A


resposta metabólica à temperatura ambiente é assimétrica entre endotermos e
ectotermos: o metabolismo endotérmico é geralmente constante, enquanto em
peixes ectotérmicos, velocidade de natação, velocidade de movimento e taxas
de disparo neural diminuem exponencialmente em água fria. Isso tem
implicações tróficas e competitivas para as espécies marinhas.

No geral, os resultados e a teoria destacam a importância da energia nas


interações entre espécies e as consequências ecológicas e evolutivas da
endotermia em escalas globais. A elevada taxa metabólica pode trazer benefícios

competitivos e de forrageamento que sustentam a distribuição e abundância de


endotermos marinhos. Além disso, as descobertas têm implicações para a
conservação, pois o aumento das temperaturas oceânicas pode afetar
substancialmente as populações de mamíferos e aves independentemente da
produção de alimentos ou das condições do habitat, alterando o equilíbrio entre
endotermos e ectotermos marinhos em todo o mundo.
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Ameaças

A conservação dos animais marinhos enfrenta uma variedade de ameaças que


afetam diferentes grupos taxonômicos. Uma das principais ameaças é a poluição
plástica, que pode ser mortal para muitas espécies marinhas. Por exemplo,

tartarugas marinhas muitas vezes confundem sacolas plásticas com águas-vivas,


um de seus principais alimentos, levando à asfixia e obstrução digestiva.

Além disso, a pesca não sustentável representa outra ameaça significativa.


Golfinhos e baleias são frequentemente capturados acidentalmente em redes de
pesca, resultando em ferimentos graves, afogamento e morte.

As mudanças climáticas também têm impacto direto na vida marinha. O aumento


da temperatura dos oceanos, juntamente com a acidificação e as mudanças nos
padrões de correntes e habitats, afetam a distribuição e a disponibilidade de
alimentos para os animais marinhos. Por exemplo, os corais estão sofrendo com o

branqueamento devido ao aumento da temperatura da água, o que resulta na


perda de habitat para várias espécies.

A destruição do habitat costeiro é outra ameaça significativa para os animais


marinhos. A urbanização costeira, a destruição de manguezais e a extração de
areia afetam os habitats críticos para muitas espécies, incluindo áreas de
reprodução e alimentação. Os manguezais, por exemplo, são berçários vitais para
muitas espécies de peixes, aves e invertebrados marinhos.

Por fim, a poluição química proveniente de fontes terrestres, como escoamento


agrícola e derramamentos de petróleo, também representa uma ameaça
significativa. Derramamentos de petróleo podem causar danos graves aos
mamíferos marinhos, contaminando seu habitat e comprometendo sua capacidade
de respirar e se alimentar.

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Ameaças

Essas ameaças destacam a urgência de medidas de conservação para proteger as


espécies marinhas e seus habitats.

Estratégias de conservação
Estratégias de conservação de animais marinhos envolvem uma abordagem

multifacetada que abrange diversas áreas, desde monitoramento e pesquisa até


educação ambiental e resgate/reabilitação. O monitoramento contínuo das
populações de animais marinhos é essencial para entender suas tendências
populacionais, comportamento, migrações e saúde. Resgatar animais marinhos

feridos, doentes ou encalhados é uma parte crucial da conservação, assim como


fornecer tratamento médico, reabilitação e, quando possível, reintrodução na
natureza. A sensibilização pública e a educação ambiental desempenham um
papel fundamental na conservação dos animais marinhos, incentivando práticas
sustentáveis de uso dos recursos naturais. A pesquisa científica fornece
informações essenciais sobre a ecologia, fisiologia, comportamento e genética
das espécies marinhas, ajudando a identificar áreas críticas para conservação e
desenvolver estratégias eficazes de manejo. A criação de bancos genéticos é uma

estratégia importante para conservar a diversidade genética das populações de


animais marinhos, armazenando amostras de tecido, DNA e material genético
para pesquisa futura e programas de reprodução em cativeiro, se necessário. A
implementação de leis e políticas de proteção ambiental é crucial para garantir a
conservação a longo prazo, incluindo áreas marinhas protegidas,
regulamentações de pesca sustentável e proibição de práticas prejudiciais. Essas
estratégias trabalham em conjunto para promover a conservação dos animais
marinhos e seus habitats, visando garantir sua sobrevivência e contribuir para a
saúde dos ecossistemas marinhos como um todo.

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Manejo de Fauna Oleada

O manejo de fauna oleada é um processo essencial para mitigar os impactos


adversos de derramamentos de óleo em ecossistemas marinhos e costeiros. Este
envolve uma série de procedimentos destinados a proteger, resgatar, limpar,

reabilitar e, quando possível, reintroduzir animais afetados pelo óleo derramado.

Diversas espécies de fauna marinha podem ser severamente afetadas por


derramamentos de óleo, incluindo aves marinhas, mamíferos marinhos, tartarugas
marinhas, peixes e invertebrados. As espécies mais impactadas são aquelas que
dependem diretamente da água para alimentação, termorregulação, reprodução e

proteção, e que possuem habitats sensíveis a substâncias oleosas.

Os derramamentos de óleo podem comprometer a capacidade de termorregulação


dos animais, pois sua aderência à pelagem, penas ou pele reduz a eficiência dos
isolamentos térmicos naturais. Além disso, o óleo pode prejudicar a flutuabilidade
dos animais, levando à sua incapacidade de nadar, voar ou submergir
adequadamente.

Foto: Projeto Gremar


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As estratégias de manejo de fauna oleada envolvem uma abordagem multifacetada.


Equipes especializadas identificam e localizam animais oleados, implementam

barreiras para evitar a entrada de mais animais na área afetada e resgatam os


animais afetados para transporte seguro a centros de reabilitação.

Procedimentos especializados são empregados para remover o óleo da pele, penas


ou pelagem dos animais, utilizando técnicas e produtos adequados para minimizar o
estresse e maximizar a eficácia da remoção. Cuidados veterinários são fornecidos
para tratar possíveis problemas de saúde causados pelo contato com o óleo, e os
animais são recuperados fisicamente e comportamentalmente por meio de dieta
adequada, exercícios e cuidados médicos.

Os animais reabilitados são monitorados constantemente para avaliar sua saúde e


comportamento, e são preparados para reintrodução em seus habitats naturais
quando estiverem prontos, com avaliação contínua do sucesso da reintrodução e
ajustes no manejo conforme necessário. Em suma, o manejo de fauna oleada é
crucial para minimizar os danos causados pelos derramamentos de óleo à vida
marinha e promover a recuperação dos ecossistemas afetados. Isso requer uma
abordagem coordenada e especializada, envolvendo diversas agências, organizações
e especialistas.

Foto: Aiuká Consultoria


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Aquários de visitação

Os aquários de visitação desempenham um papel importante no cenário da


conservação dos animais marinhos por várias razões. Primeiramente, eles oferecem
uma oportunidade única para o público em geral aprender sobre a vida marinha e os

desafios enfrentados por essas espécies no ambiente natural. Através de exposições


interativas, programas educacionais e apresentações, os aquários podem aumentar
a conscientização sobre a importância da conservação marinha e inspirar ações
positivas em prol do meio ambiente.

Além disso, os aquários muitas vezes atuam como centros de pesquisa e

reabilitação, além de receber animais oriundos do tráfico. Eles podem também


realizar estudos científicos sobre o comportamento, fisiologia e ecologia das
espécies marinhas, contribuindo assim para o conhecimento científico e para o
desenvolvimento de estratégias de conservação mais eficazes.

Além disso, os aquários muitas vezes participam de programas de reprodução em


cativeiro de espécies ameaçadas, contribuindo para a preservação da diversidade
genética. Eles também podem promover práticas sustentáveis, tanto em suas
operações internas quanto ao educar os visitantes sobre como podem ajudar a
proteger os oceanos em seu dia a dia.

Em resumo, os aquários de visitação desempenham um papel importante na


conservação dos animais marinhos ao educar o público, realizar pesquisa científica,
reabilitar animais feridos e promover práticas sustentáveis. Eles servem como
importantes centros de conscientização e ação em prol da preservação dos oceanos
e de suas criaturas.
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Noções Básicas de Manejo em Animais Marinhos

O manejo adequado de animais marinhos é essencial para garantir seu bem-estar


físico e comportamental, bem como para facilitar a realização de atividades de
pesquisa, conservação, educação e reabilitação. Abaixo, discutiremos algumas
noções básicas de manejo em animais marinhos.

1. Instalações Adequadas:
O primeiro passo para um manejo eficaz é garantir que as instalações onde os
animais serão mantidos atendam às suas necessidades fisiológicas e
comportamentais. Isso inclui o fornecimento de espaço adequado, qualidade da
água, substratos naturais, temperatura e iluminação apropriadas, bem como
estruturas de enriquecimento ambiental para promover comportamentos
naturais.

2. Alimentação e Nutrição:
Desenvolver dietas balanceadas e adequadas à espécie é crucial para a saúde e o
bem-estar dos animais marinhos em cativeiro. Isso pode envolver a oferta de uma

variedade de alimentos naturais, suplementação vitamínica, monitoramento do


consumo alimentar e ajustes na dieta conforme necessário para atender às
necessidades nutricionais específicas de cada espécie.
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3. Monitoramento da Saúde:
A vigilância constante da saúde dos animais marinhos é fundamental para detectar

e tratar rapidamente quaisquer problemas de saúde. Isso pode incluir exames


clínicos regulares, coleta e análise de amostras biológicas, monitoramento do
comportamento e do peso corporal, e colaboração com veterinários especializados
em animais marinhos.

4. Manejo Comportamental:

Promover comportamentos naturais e reduzir o estresse em animais marinhos é


essencial para o seu bem-estar. Isso pode ser alcançado através do enriquecimento
ambiental, que inclui a introdução de objetos, atividades e desafios que estimulam
os comportamentos típicos da espécie, como forrageamento, exploração e
interação social.

5. Treinamento e Condicionamento:
O treinamento positivo pode ser uma ferramenta valiosa no manejo de animais
marinhos, permitindo a realização de procedimentos veterinários, monitoramento
de saúde e interação com cuidadores de forma voluntária e livre de estresse.
Técnicas de reforço positivo, como o uso de recompensas alimentares e o

estabelecimento de associações positivas, são comumente empregadas nesse


contexto.

Brando, S. I. (2010). Advances in husbandry training in marine mammal care programs. International
Journal of Comparative Psychology, 23(4).
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Água

O manejo da qualidade da água é crucial para o bem-estar e a saúde dos animais


marinhos em cativeiro, e os requisitos variam entre grupos taxonômicos devido às

suas diferentes adaptações evolutivas aos ambientes aquáticos. Quando se trata de


invertebrados e peixes, a composição mineral da água desempenha um papel
fundamental em suas funções fisiológicas e metabólicas. Por outro lado, para
mamíferos e aves marinhas, como os pinguins, o principal componente que
buscamos é o NaCl (cloreto de sódio), refletindo suas necessidades específicas em
relação aos ambientes salinos.

Invertebrados e Peixes:

Para invertebrados marinhos, como corais, moluscos e crustáceos, é essencial

manter a qualidade da água com parâmetros adequados de pH, temperatura,


salinidade, oxigênio dissolvido e compostos nitrogenados. A composição mineral da
água, incluindo cálcio, magnésio, estrôncio e outros elementos traço, desempenha
um papel crucial na formação de conchas, exoesqueletos e outras estruturas
corporais desses animais.

A manutenção de níveis estáveis de pH é especialmente importante para evitar


problemas como a acidificação da água, que pode prejudicar a formação de conchas

e afetar negativamente o desenvolvimento dos organismos.


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Mamíferos e Aves Marinhas:

Mamíferos marinhos, como focas, leões-marinhos e cetáceos, e aves marinhas,


como pinguins e albatrozes, têm uma maior tolerância à variação nos parâmetros
físico-químicos da água, mas ainda requerem uma atenção especial à salinidade.

O cloreto de sódio (NaCl) é o principal componente que buscamos manter em


níveis adequados para esses animais, uma vez que suas glândulas excretoras são
adaptadas para lidar com ambientes salinos. A temperatura da água também é
importante para esses animais, uma vez que muitas espécies têm adaptações

fisiológicas específicas para os diferentes gradientes térmicos dos oceanos. Além


disso, a qualidade da água deve ser monitorada para garantir a ausência de
contaminantes químicos ou biológicos que possam representar riscos à saúde dos
animais.

Em ambos os casos, é fundamental realizar análises regulares da qualidade da água


e implementar medidas corretivas sempre que necessário para garantir um
ambiente aquático adequado para os animais marinhos. Isso pode incluir a
filtragem da água, aeração, controle de temperatura, adição de suplementos
minerais e a remoção de substâncias tóxicas. O manejo cuidadoso da qualidade da

água é essencial para promover o bem-estar, a saúde e o sucesso reprodutivo dos


animais marinhos em cativeiro.
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Como aferir o bem-estar em animais marinhos?

Nossa última questão neste ebook é: como aferir o bem-estar em animais


marinhos? Diferente de muitos animais terrestres, pode ser desafiador entender se
um animal marinho está bem, principalmente se estivermos falando de
invertebrados, peixes ósseos ou elasmobrânquios. A não-vocalização e a falta de
expressão facil nestes grupos pode dificultar muito a vida de um novato na área
tentando afeirir se o animal está em boas condições. Aferir o bem-estar de animais
marinhos é fundamental para garantir sua saúde física e mental, além de promover
condições ideais de vida em ambientes de cativeiro ou naturais. Aqui estão algumas
abordagens e indicadores comuns usados para avaliar o bem-estar desses animais:

1. Indicadores Fisiológicos:

Monitoramento de parâmetros fisiológicos, como frequência cardíaca, respiratória,


temperatura corporal e níveis hormonais. Alterações significativas nesses
parâmetros podem indicar estresse, doença ou desconforto.

2. Comportamentais:

Observação do comportamento natural da espécie, incluindo atividade locomotora,


alimentação, interações sociais, expressão facial, padrões de sono e

comportamentos estereotipados (repetitivos e sem propósito). Comportamentos


anormais ou fora do padrão podem ser indicativos de estresse ou insatisfação.
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3. Saúde Física:

Avaliação da condição física geral, incluindo a aparência da pele, plumagem ou


escamas, condição do pelo ou penas, presença de lesões, enfermidades,
deformidades ou anormalidades físicas.

4.Ambiente e Condições de Vida:

Verificação das condições do ambiente onde o animal é mantido, incluindo


qualidade da água, temperatura, salinidade, pH, disponibilidade de abrigo, espaço

adequado para movimentação e enriquecimento ambiental. Ambientes inadequados


podem causar estresse e impactar negativamente o bem-estar dos animais.
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5. Alimentação e Nutrição:

Garantir uma dieta balanceada e nutritiva adequada às necessidades da espécie,


oferecendo variedade de alimentos e respeitando padrões de alimentação natural.
Avaliar o consumo alimentar, ganho de peso, condição corporal e saúde

gastrointestinal.

6. Interação Social:

Observar as interações sociais entre os animais, incluindo comportamentos de


dominação, agressão, submissão e coesão do grupo. A ausência de interação social
ou relações negativas podem indicar problemas de bem-estar.

7. Enriquecimento Ambiental:

Oferecer estímulos ambientais e atividades enriquecedoras que promovam o


comportamento natural, como brinquedos, objetos flutuantes, áreas de exploração,
desafios alimentares e treinamento positivo. O enriquecimento reduz o tédio,
estimula a atividade física e mental, e promove o bem-estar geral.

8. Avaliação Veterinária Regular:

Realizar exames veterinários periódicos para detectar e tratar problemas de saúde,

prevenir doenças e monitorar o estado de saúde dos animais.

A avaliação do bem-estar de animais marinhos é uma tarefa complexa que requer


uma abordagem holística, integrando múltiplos indicadores e considerando as

necessidades específicas de cada espécie e ambiente. A implementação de medidas


de bem-estar apropriadas é essencial para garantir a qualidade de vida e a saúde

dos animais sob cuidados humanos.


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Palavras finais
Este eBook foi desenvolvido especialmente para você que deseja entrar nesse
fascinante universo dos animais marinhos. Aqui, exploramos alguns conceitos
básicos e fundamentos que vão te ajudar a entender melhor a dinâmica neste

ambiente. Com esse Ebook, tenho certeza que sua compreensão do conteúdo dos
próximos cursos voltado para a temática de animais marinhos na Fauna em Foco
ou em suas experiências aplicadas será muito mais fácil.

Este eBook dedicado à biologia e conservação de animais marinhos destaca a


importância crucial de compreender e proteger essas fascinantes criaturas e os
ecossistemas marinhos que chamam de lar. Ao longo destas páginas, exploramos
não apenas a incrível diversidade da vida marinha, mas também os desafios
enfrentados por esses animais e as estratégias para sua preservação. Ao aumentar
a conscientização e o conhecimento sobre a importância dos animais marinhos e
dos oceanos, cada um de nós pode desempenhar um papel fundamental na
garantia de um futuro sustentável para esses preciosos habitantes do mar. Que
este eBook sirva como um catalisador para a ação, inspirando-nos a proteger e
conservar os animais marinhos para as gerações futuras.

Um abraço,
Profa. Bruna
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CONTATOS

Esperamos que o material deste e-book possa ser


útil e principalmente, que ajude você a entender,
admirar e melhorar suas práticas de rotina com
esses animais incríveis.

Receber seu retorno sempre será bem-vindo, por


isso entre em contato, apresente sugestões que
teremos grande prazer em trocar informações
com você!

Abraços e ate breve!

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