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A vontade de Deus

Venha o teu Reino; seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu.
Mateus 6:10
Qual é a vontade do Senhor?
Onde ela está, para que eu possa conhecer e viver?
Não diz a bíblia que a vontade d’Ele é: a boa, agradável e perfeita (Rm 12.2b)?
Essas são as perguntas que passam por nossos pensamentos quando falamos na
VONTADE DE DEUS.
Mas será que nós realmente esperamos que a vontade de Deus seja feita?
Quando nós oramos para que a vontade de Deus seja feita, nos submetemos a
fazer a cumprir à vontade d’Ele. Mas, até onde nós a conhecemos? Será que
realmente sabemos em todos os aspectos, qual é vontade de Deus?
Vivemos afirmando: QUE SEJA FEITA A VONTADE DE DEUS!
Será que estamos preparados para viver?
A vontade de Deus envolve princípios diferentes dos nossos.
Grande parte do tempo, fazemos essa oração, esperando na verdade que a nossa
VONTADE, seja feita!
Esperando que Deus não se intrometa, mas apenas realize o que é melhor aos
nossos olhos.
E isso acontece porque estamos vivendo num tempo marcado pela busca
incessante por INDEPÊNCIA E AUTENTICIDADE.
Nossos desejos buscam originalidade e reconhecimento. Tudo no mundo secular
tem inspirado um estilo vida que independe de opiniões, conselhos, conceitos.
Nos últimos dias tem circulado um vídeo de um casamento, onde na parte dos
votos quando o padre/pastor pede para a noiva repetir que promete ser submissa
ela diz: - Não, ser submissa não!
Este é o reflexo da nossa sociedade, uma sociedade INDEPENDENTE, que não
quer prestar contas a ninguém, que procura viver a seu modo, em seu tempo.
Mas viver dessa forma não é ser original. No livro o Deus que destróis sonhos
tem uma citação que diz:
O desejo pela autenticidade, entendido como desejo de ser quem queremos ser,
jamais ocorre sem um mediador. Segundo Girard, esse mediador é sempre um
modelo, alguém que nos causa profunda admiração e que nos faz desejar o
queremos ser – e ter também! Imitamos um modelo em nossos desejos.
MADUREIRA, Jonas. O custo do discipulado: a doutrina da imitação de Cristo, SP
2019
Ou seja, querendo ser originais e “independentes” estamos na dependência de um
modelo!
ESCRAVOS OU SERVOS?
Tornem-se meus imitadores, como eu o sou de Cristo. (1 Coríntios 11:1 acf)
A bíblia nos mostra que temos um modelo a seguir, que é Cristo.
No Novo Testamento, nós que somos seguidores/imitadores de Cristo, somos
chamados de escravos, e em Romanos 6, Paulo nos ensina sobre isso.
Com a variedade de traduções e suas atualizações, em muitas delas a palavra
escravo, foi trocada por servos. Mas existe uma diferença, entre as definições
dessas palavras que podem mudar o sentido da aplicação em nossas vidas.
SERVOS- são contratados;
ESCRAVOS- são propriedade de alguém;
A ideia de ser um servo, preserva um certo nível de autonomia e direitos
pessoais, os escravos, já não tem liberdade, autonomia e direitos pessoais.
Tudo isso para esclarecer que: viver pela vontade de Deus, é ser escravo d’Ele!
Ou somos escravos de nossas vontades ou da vontade de Deus. Assim, não temos
essa tal liberdade de “sermos quem quisermos ser” ou a de “fazermos o que
quisermos”.
O que acontece hoje, é que nós muitas vezes estamos na condição de escravos do
pecado, mas nos comportamos como servos de Deus.
OI? Como assim?
Andamos como quem serve a Deus, indo à igreja, células, ou qualquer reunião,
servindo em eventos. Mas, no fundo, somos escravos das nossas vontades e
pecados.
A VONTADE QUE NOS LEVA A ABRIR MÃO
Não abrimos mão das práticas, deixando-as em nossa vida como se fossem tudo o
que somos. Como se não houvesse um outro caminho para nós.
Mas, nós não fomos libertos? Sim! Nós fomos.
Mas, Vocês foram libertados do pecado e se tornaram escravos de Deus para fazer
o que é direito (Romanos 6.18 acf).
Ser escravo no Reino de Deus, significa ter nossos desejos e anseios alinhados
com o do Rei!
Vivemos por meio da graça, e escolhemos obedecer e nos tornarmos escravos
deste Rei, que é um privilégio. (Entenda, que não estamos falando de um Rei corrupto e
meramente humano, mas sim do Rei dos Reis, o Senhor Jesus!)

O que vejo hoje, é que perdemos dentro de nós esse entendimento. Sim, somos
servos, temos direitos, vontades e sonhos. Mas, SIM. Também somos escravos,
cheios de deveres, sujeitos a uma vontade soberana e inseridos dentro uma nova
realidade que nos leva a sonhar os sonhos de Deus.
Nós escolhemos ser escravos de Deus, por amor nos submetemos a sua
vontade.
Em Êxodo 21, a lei diz que uma vez ao ano, os Israelitas deveriam soltar seus
escravos no sétimo ano de seu serviço.
Existe aí um, porém. Eles não poderiam levar com eles, suas esposas e filhos, nem
familiares. Mas, esse escravo poderia escolher seu caminho, ou ele ia embora sem
os seus, ou abria mão da liberdade para continuar escravo. Se escolhesse ficar, ele
recebia um sinal em sua orelha (era furada), e por onde ele ia carregava em si essa
marca, que POR AMOR, havia escolhido se manter escravo.
E isso não acontece com a gente? Sim!
Quando nos lembramos do que Cristo, por amor e obediência ao Pai, nos fez com
seu sacrifico, somos constrangidos com esse amor, o amor de Deus manifesto em
Cristo, em sua vida, morte e ressureição.
Não nos restará outra escolha, a não ser: ABRIR MÃO DE VIVER A NOSSA
VONTADE, para nos entregarmos a vontade do Pai!
A MINHA VONTADE X A VONTADE DE DEUS
Nas décadas de 70 e 80 surgiu a famosa Teologia da Prosperidade, que nos
mostra um Deus que está aí para atender aos nossos caprichos e vontades a todo
momento. É como se ele fosse um gênio da lâmpada, pronto e disponível para
realizar nossos desejos, ao esfregarmos a lâmpada mágica (Oração).
Canções, filmes, pregações e muitos movimentos apontam para esse Deus, movido
por nossas emoções e desejos humanos. Um Deus, RESOLVEDOR dos nossos
problemas, ao nosso COMANDO. Que audácia!
O que Deus fez por nós, não foi pensando em nos dar carros, mansões, muito
dinheiro, fama ou prazeres contidos nesse mundo. Tudo isso nós podemos
conquistar, sendo fiéis a princípios e trabalhando. A questão aqui é: Não foi com
esse propósito que ele entregou Jesus.
"Porque Deus tanto amou o mundo que deu o seu Filho Unigênito, para que todo o
que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna (João 3:16 acf).
A senso de realização, e a prosperidade são uma consequência. Não estamos
errados em buscar por bênçãos, mas estamos errados quando resumimos o
evangelho a apenas isso.
No mais profundo de nós, podemos perceber que a maior parte dos nossos desejos
estão relacionados a nós e a nossa satisfação.
Deus não está preocupado em apenas te fazer feliz e realizar seus desejos, como
pais que mimam seus pequenos filhos. Deus em sua grandeza e sabedoria, está
com a intenção de nos conduzir AO SEU PROPÓSITO: para que todo o que nele
crer não pereça, mas tenha a vida eterna!
Esse é o verdadeiro propósito, nos conduzir a vida eterna.
Siga a teologia da prosperidade e você vai viver por você. Siga o evangelho de
Cristo, e você vai escolher, morrer para você. Renunciar as suas paixões e desejos,
perder a sua vida, mas com certeza encontrará uma nova em Deus. (Mateus 16:25
acf)
Nossa geração vive um tempo tão vazio, um relacionamento tão fraco com Deus
que tudo o que fazemos ao orar é: Pedir e pedir.
Mas, a bíblia nos ensina isso: Pedi, e dar-se-vos-á; buscai, e encontrareis; batei, e
abrir-se-vos-á.Porque, aquele que pede, recebe; e, o que busca, encontra; e, ao
que bate, abrir-se-lhe-á (Mateus 7:7-8 acf).
E, tudo o que pedirdes em oração, crendo, o recebereis (Mateus 21:22 acf).
É e ela também nos diz: Pedis, e não recebeis, porque pedis mal, para o gastardes
em vossos deleites (Tiago 4:3 acf).

Assim como os discípulos temos que pedir ao Senhor que nos ensine a orar.
Porque para aqueles que decidiram ser escravos de Deus, se submetendo à
vontade dele entendem o princípio contido nessa oração (Pai Nosso). Entendem
que antes das suas vontades, vem a Deus.
John Piper diz que quanto mais nos satisfazemos em Deus e em sua justiça, menos
os prazeres desse mundo serão atrativos para nós.
Não seremos mais como crianças mimadas, ou como pessoas interesseiras que
chamam apenas quando precisam.
Não vamos orar como quem faz um encantamento, ou usa palavras mágicas ditas
ao gênio da lâmpada. Entenderemos que na verdade, a vontade de Deus sendo
estabelecida nos leva a uma rendição a Ele, tornando os nossos desejos
secundários, mas, não necessários!
Romanos 1:21-32 nos deixa bem claro o que nós fizemos após a queda, seguindo
as nossas vontades.
E aí? O que vale mais? A nossa ou a Dele?
Se lembra das primeiras perguntas, no início do texto?
A resposta para cada uma delas está na Bíblia, a Palavra do Senhor, o tesouro
deixado a nós escrito por homens, inspirados pelo Espírito Santo.
A sua vontade, conhecemos dia a dia no estudo das escrituras, que nos levam a
orar e nos relacionarmos com ele através dos princípios estabelecidos por Deus.
Sabe porque passamos o tempo todo perguntando qual é vontade de Deus? É
simples, a conclusão é que na verdade não a conhecemos através das escrituras.
Na Paz e no amor de Cristo
Pra. Gabriele Souza

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