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1 Q2307689 Português > Morfologia - Verbos


Ano: 2023 Banca: VUNESP Órgão: PC-SP Prova: VUNESP - 2023 - PC-SP - Investigador de Polícia

A igualação e a desigualdade
A ditadura da sociedade de consumo exerce um totalitarismo simétrico ao de sua irmã gêmea, a ditadura da organização
desigual do mundo.
A maquinaria da igualação compulsiva atua contra a mais bela energia do gênero humano, que se reconhece em suas
diferenças e através delas se vincula. O melhor que o mundo tem está nos muitos mundos que o mundo contém, as
diferentes músicas da vida, suas dores e cores: as mil e uma maneiras de viver e de falar, crer e criar, comer, trabalhar,
dançar, brincar, amar, sofrer e festejar que temos descoberto ao longo de milhares e milhares de anos.
A igualação, que nos uniformiza e nos apalerma, não pode ser medida. Não há computador capaz de registrar os crimes
cotidianos que a indústria da cultura de massas comete contra o arco-íris humano e o humano direito à identidade. Mas
seus demolidores progressos saltam aos olhos. O tempo vai se esvaziando de história e o espaço já não reconhece a
assombrosa diversidade de suas partes. Através dos meios massivos de comunicação, os donos do mundo nos comunicam
a obrigação que temos todos de nos contemplar num único espelho, que reflete os valores da cultura de consumo.
Quem não tem não é: quem não tem carro, não usa sapato de marca ou perfume importado está fingindo existir.
(Eduardo Galeano, De pernas pro ar: a escola do mundo ao avesso)

A nova redação dada à passagem – O melhor que o mundo tem está nos muitos mundos que o mundo contém… – está de
acordo com a norma-padrão de emprego de tempos e modos verbais em:

A É desejável que o melhor que o mundo tenha esteja nos muitos mundos que o mundo contiver.

B Será desejável que o melhor que o mundo tem estará nos muitos mundos que o mundo conter.

C Seria desejável que o melhor que o mundo tiver esteja nos muitos mundos que o mundo conter.

D Era desejável que o melhor que o mundo tivesse estava nos muitos mundos que o mundo conterá.

E Será desejável que o melhor que o mundo teve estava nos muitos mundos que o mundo contivesse.

2 Q2263837 Português > Morfologia - Verbos


Ano: 2023 Banca: VUNESP Órgão: TJM-SP Prova: VUNESP - 2023 - TJM-SP - Escrevente Técnico Judiciário

Leia um trecho do texto “Entre a orquídea e o presépio”, de Carlos Drummond de Andrade, para responder à questão.
A moça ficou noiva do primo — foi há tanto tempo. Casamento, depois da festa de igreja, era a maior festa na cidade
casmurra, de ferro e tédio. O noivo seguia para a casa da noiva, à frente de um cortejo. Cavalheiros e damas, aos pares, de
braço dado, em fila, subindo e descendo, descendo e subindo ruas ladeirentas. Meninos na retaguarda, é claro, naquele
tempo criança não tinha vez. Solenidade de procissão, sem padre e cantoria. Janelas ficavam mais abertas para espiar. Só
uma casa se mantinha rigorosamente alheia, como vazia. É que morava lá a antiga namorada do noivo — o gênio dos dois
não combinava, tinham chegado a compromisso, logo desfeito.
Murmurava-se que, à passagem do cortejo em frente àquela casa, o noivo seria agravado. Não houve nada: silêncio,
portas e janelas cerradas, apenas. E o cortejo seguia brilhante, levando o noivo filho de “coronel” fazendeiro, gente de muita
circunstância, rumo à casa do doutor juiz, gente de igual altura. A casa era “o sobrado”, assim a chamavam por sua
imponência de massa e requinte: escadaria de pedra, em dois lanços, amplo frontispício1 abrindo em sacadas, sob a
cimalha2 a estatueta de louça-da-china3 — espetáculo.
E houve o casamento e houve o jantar comemorativo e houve o baile, com a quadrilha fazendo ressoar no soalho de
tábuas a música dos tacões dos homens, dos saltos das mulheres.
A noiva era uma risonha morena saudável, o noivo um passional tímido, amavam-se. E lá se foram para a fazenda longe,
fim do mundo ou quase, onde as notícias demoravam uma, duas semanas para chegar. Que dia sai o cargueiro4 ? Que dia
ele volta? Voltava com revistas, cartas, moldes de roupas, açúcar, fósforos, ar da cidade, vento do mundo.
Começaram a nascer as meninas. Dava muita menina naquele casal. Como educá-las? A dona de casa virou professora,
virou uma escola inteira, se preciso virava universidade.
(Elenco de cronistas modernos. José Olympio Editora. Adaptado)
1. frontispício: fachada principal.
2. cimalha: parte mais alta das paredes.
3. louça-da-china: porcelana.
4. cargueiro: pessoa que conduz animais de carga.
Os verbos empregados nas frases elaboradas a partir do texto seguem a norma-padrão na alternativa:

A Enquanto o cargueiro mantiver suas viagens até a cidade, sempre chegarão bons artigos para os habitantes.

B Alguns trabalhadores da fazenda preveram que o cargueiro e seus animais chegariam no fim da semana.

C As lojas da cidade que disporem de produtos recém-chegados serão as mais procuradas pelas mulheres.

Quando o cargueiro vir com a tropa carregada de novas mercadorias, as negociações de compra e venda vão
D
aumentar.

E Se tempestades e estradas lamacentas reterem o cargueiro em outros paragens, talvez falte açúcar na cidade.

3 Q2251849 Português > Morfologia - Verbos


Ano: 2023 Banca: VUNESP Órgão: Prefeitura de Piracicaba - SP Prova: VUNESP - 2023 - Prefeitura de Piracicaba - SP - Telefonista
Auxiliar de Regulação Médica - TARM

Leia a tira.

(O melhor de Calvin BillWatterson, https://escolaeducacao.com.br/calvin-e-haroldo/)


Assinale a alternativa que preenche, correta e respectivamente, as lacunas.

A duravam ... sabíamos ... tem

B duram ... saberíamos ... tem

C durariam ... saberíamos ... tem

D durassem ... saberíamos ... têm

E duraram ... soubéssemos ... têm

4 Q2251817 Português > Morfologia - Verbos


Ano: 2023 Banca: VUNESP Órgão: Prefeitura de Guararapes - SP Prova: VUNESP - 2023 - Prefeitura de Guararapes - SP -
Telefonista

Leia o texto para responder à questão.


Wesley Barbosa tem 33 anos. Escritor de periferia, preto, natural de Itapecerica da Serra, em São Paulo. Sozinho, já
vendeu mais de 10 mil livros de um total de quatro obras publicadas.
Vindo de uma família humilde, com a mãe solo faxineira, que criou os quatro filhos sozinha, sem muitos estudos,
ninguém nunca o incentivou a ler, e essa paixão surgiu de forma natural.
“Acho que o livro me tirou um pouco da realidade que eu vivia, de pobreza mesmo. E ali eu me sentia rico por
intermédio da leitura. Rico no sentido de sair daquela realidade através da imaginação.”
Geralmente, os autores primeiro escrevem os livros e deixam o título para o final, mas no livro Viela Ensanguentada
Wesley quis fazer diferente. Após ter a ideia do título, ele escreveu em apenas dez dias o livro todo. Todas as noites ele
colocava como meta escrever dez páginas e, assim, no final das contas, um livro de 100 páginas surgiu.
A ideia inicial era produzir livros de bolso, que fossem pequenos e as pessoas pudessem levar para qualquer lugar.
Wesley queria “ensaiar” para depois escrever um romance. “Eu trabalhei de 10 a 14 horas por dia para produzir esse livro. Aí
eu percebi que estava escrevendo uma história maior.”
Como todo autor, Wesley coloca características pessoais em seus trabalhos e foi assim também com o personagem
Mariano, de Viela Ensanguentada, de 2022.
(Tamyres Sbrile, O Estado de S.Paulo, 2 de abril de 2023. Adaptado)
A expressão em destaque na frase está corretamente substituída nos parênteses na alternativa:

A Vindo de uma família humilde, com a mãe solo faxineira, que criou os quatro filhos...(criou-lhes) – 2º parágrafo.

B Geralmente, os autores primeiro escrevem os livros... (escrevem-os) – 4º parágrafo.

C ... deixam o título para o final. (deixam-lo) – 4º parágrafo

D A ideia inicial era produzir livros de bolso... (produzir-los) – 5º parágrafo.

E Como todo autor, Wesley coloca características pessoais em seus trabalhos... (coloca-as) – 6º parágrafo.

Português > Interpretação de Textos , Morfologia - Verbos , Flexão verbal de tempo (presente, pretérito, futuro)
5 Q2209378 Flexão verbal de modo (indicativo, subjuntivo, imperativo) ,
Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto
Ano: 2023 Banca: VUNESP Órgão: SAME - SP Prova: VUNESP - 2023 - SAME - SP - Auxiliar de Farmácia

Leia o texto para responder à questão.


Novembro de 1984. Um grupo de 14 mulheres está na estação de trem na cidade alemã de Stuttgart prestes a pegar
trens para suas respectivas casas. A cena está longe de ser um acontecimento casual: é um ato incomum de libertação de
pacientes que até poucas horas estavam internadas em um prestigiado centro psiquiátrico.
Anne Kahl, alemã nascida em 1942 na cidade de Berchtesgaden e secretária da clínica, encarregava-se de enviar essas
mulheres para suas casas, onde continuariam seus tratamentos longe da reclusão alienante nas instalações do excêntrico e
brilhante psiquiatra Curtius Tauler.
Embora os nomes sejam todos fictícios e os prontuários inventados, a trama central do livro publicado no Peru é real e
foi contada pela própria Anne Kahl à escritora peruana Teresa Ruiz Rosas, que anos depois decidiu publicar essa história
incrível em um romance, com o qual ganhou o Prêmio Nacional Peruano de Literatura 2020.
Sobre o processo de escrita do romance, a autora explica: “o que eu inventei foram as histórias de cada uma das 14
pacientes liberadas, porque eu não tive acesso aos prontuários, e a Anne não me contou por questão de sigilo profissional.
Ademais, ela já morreu há muitos anos. O que fiz foi refrescar minha memória para escrever sobre isso. Também é verdade
que o psiquiatra deu às pacientes um sedativo para que pudessem voltar para casa. Ele as havia preparado para que mais
tarde pudessem ficar sem ele”.
O psiquiatra era um homem que poderia ter se aposentado oito anos antes, mas que continuou a dirigir a clínica. A
certa altura, quando ele queria se aposentar, não conseguia pensar em uma maneira melhor do que fechar a clínica e
mandar as pacientes para casa.
Enquanto escrevia o romance, a autora conseguiu localizar o médico assistente-chefe. Ele já era nonagenário, mas a
recebeu. Ele ficou muito animado com o fato de que alguém estava escrevendo sobre o tema e relatou que 14 mulheres
foram liberadas. A escritora, até então, desconhecia o número exato.
(Almudena de Cabo. A história das 14 mulheres liberadas de uma clínica psiquiátrica na Alemanha que virou livro no Peru.
www.bbc.com, 05.11.2022. Adaptado)

No 1º parágrafo do texto, é possível afirmar que os fatos narrados se apresentam

no tempo passado, o que se evidencia pelo emprego de tempos verbais no pretérito (imperfeito e perfeito do
A
indicativo).

B no tempo passado, com predominância de verbos conjugados no presente do indicativo com valor histórico.

C no tempo presente, já que o que está sendo relatado passa-se no momento em que a autora do livro o escreve.

D no tempo presente, considerando o emprego de verbos nesse tempo para indicar algo habitual na vida das pacientes.

no tempo futuro, pois se trata de uma história parcialmente verdadeira com personagens inventados e trama
E
elaborada.

6 Q2202916 Português > Morfologia - Verbos , Flexão verbal de pessoa (1ª, 2ª, 3ª pessoa)
Ano: 2023 Banca: VUNESP Órgão: TJ-SP Prova: VUNESP - 2023 - TJ-SP - Escrevente

Assinale a alternativa em que a forma verbal destacada está flexionada em conformidade com a norma-padrão.

Os ataques às escolas são uma realidade inconteste e, para evitar novas ocorrências, a autoridade pública já interviu
A
com rigor.

Se as plataformas se manterem omissas em relação à violência virtual, provavelmente as agressões no mundo real
B
aumentarão.

Se as plataformas fazerem de conta que a violência não existe no mundo virtual, dará condições de elas aumentarem
C
ainda mais.

Para enfrentar as dificuldades que sobrevierem no combate à violência, as redes sociais devem valer-se do Marco
D
Civil da Internet.

E Quando uma pessoa ver um conteúdo criminoso nas redes sociais, deverá comunicar as autoridades imediatamente.

7 Q2202909 Português > Morfologia - Verbos


Ano: 2023 Banca: VUNESP Órgão: TJ-SP Prova: VUNESP - 2023 - TJ-SP - Escrevente

José Dias tratava-me com extremos de mãe e atenções de servo. A primeira cousa que consegui, logo que comecei a andar
fora, foi dispensar-me o pajem; fez-se pajem, ia comigo à rua. Cuidava dos meus arranjos em casa, dos meus livros, dos
meus sapatos, da minha higiene e da minha prosódia. Aos oito anos os meus plurais careciam, alguma vez, da desinência
exata, ele a corrigia, meio sério para dar autoridade à lição, meio risonho para obter o perdão da emenda. Ajudava assim o
mestre de primeiras letras. Mais tarde, quando o Padre Cabral me ensinava latim, doutrina e história sagrada, ele assistia às
lições, fazia reflexões eclesiásticas, e, no fim, perguntava ao padre: “Não é verdade que o nosso jovem amigo caminha
depressa?” Chamava-me “um prodígio”; dizia a minha mãe ter conhecido outrora meninos muito inteligentes, mas que eu
excedia a todos esses, sem contar que, para a minha idade, possuía já certo número de qualidades morais sólidas. Eu, posto
não avaliasse todo o valor deste outro elogio, gostava do elogio; era um elogio.
(Machado de Assis, Dom Casmurro)

Na passagem – Aos oito anos os meus plurais careciam, alguma vez, da desinência exata, ele a corrigia, meio sério para
dar autoridade à lição... –, a regência e o sentido das formas verbais destacadas mantêm-se inalterados, se elas forem
substituídas, correta e respectivamente, por:

A enfatizavam; arrumava; excluir.

B exigiam; divergia; estabelecer.

C dispensavam; alterava; coibir.

D precisavam; consertava; conferir.

E ocultavam; discordava; solicitar.

Português > Interpretação de Textos , Redação - Reescritura de texto , Morfologia - Verbos


8 Q2184715
Flexão verbal de tempo (presente, pretérito, futuro)
Ano: 2023 Banca: VUNESP Órgão: Prefeitura de Pindamonhangaba - SP Prova: VUNESP - 2023 - Prefeitura de Pindamonhangaba -
SP - Guarda

Objetos de estimação

Os objetos do outro não devem ser menosprezados. Não se pode julgar pela aparência, pois, muitas vezes, são de
estimação. O valor emocional nunca está explícito na etiqueta. Assim, um tênis velho pode ser o mais confortável. Um
chinelo indigente talvez represente a liberdade do lar. Não são objetos de valor, como um relógio antigo ou um colar de
prata. Mas são objetos quebrados, machucados, sofridos, enferrujados.
O avô de Fabrício, Leônida, por exemplo, entrava em pânico quando não achava a tesourinha de aparar bigode, que tinha
desde a época de sua adolescência. Às vezes, ele nem queria a tesourinha para usar na hora, era somente para se certificar
de que permanecia no mesmo lugar onde a tinha deixado.
A maior indignação de Leônida foi quando desapareceu o seu pulôver amarelo, que repousava sempre nas costas de uma
cadeira. Tamanho o apego, nem corria o risco de colocá-lo para lavar com frequência. Vestia a malha para cortar lenha de
manhã. Qualquer um o enxergava de longe, trabalhando com a machadinha no quintal.
Um dia, depois de procurar incansavelmente o pulôver nas gavetas e nos armários, de esculhambar a casa, revirar o quarto,
chegou perto da mulher, que estava encerando o piso, e perguntou-lhe se ela não tinha pegado a peça por engano. Ela nem
precisou responder. Leônida, arrasado, enxergou o pulôver amarelo nos pés de sua esposa. Havia sido aposentado à força
e transformado num pano para lustrar o chão.

(Fabrício Carpinejar. Família é tudo. 4a ed. Rio de Janeiro:


Bertrand Brasil, 2020. Adaptado)
No trecho contido no 1o parágrafo − Não se pode julgar pela aparência, pois, muitas vezes, são de estimação. –, os verbos
destacados estão no tempo presente. Passando-os para o futuro, tem-se, respectivamente:

A Não se podia julgar pela aparência, pois, muitas vezes, eram de estimação.

B Não se poderá julgar pela aparência, pois, muitas vezes, serão de estimação.

C Não se pôde julgar pela aparência, pois, muitas vezes, seriam de estimação.

D Não se poderia julgar pela aparência, pois, muitas vezes, foram de estimação.

E Não se podia julgar pela aparência, pois, muitas vezes, serão de estimação.

9 Q2176718 Português > Morfologia - Verbos , Flexão verbal de tempo (presente, pretérito, futuro)
Ano: 2023 Banca: VUNESP Órgão: TJ-SP Prova: VUNESP - 2023 - TJ-SP - Escrevente Técnico Judiciário

Leia o texto para responder à questão.


Infeliz Aniversário
A Branca de Neve de Disney fez 80 anos, com direito a chamada na primeira página de um jornalão e farta matéria
crítica lá dentro. Curiosamente, as críticas não eram à versão Disney cujo aniversário se comemorava, mas à personagem
em si, cuja data natalícia não se comemora porque pode estar no começo do século XVII, quando escrita pelo italiano
Gianbattista Basile, ou nas versões orais que se perdem na névoa do tempo.
É um velho vício este de querer atualizar, podar, limpar, meter em moldes ideológicos as antigas narrativas que nos
foram entregues pela tradição. A justificativa é sempre a mesma, proteger as inocentes criancinhas de verdades que
poderiam traumatizá-las. A verdade é sempre outra, impingir às criancinhas as diretrizes sociais em voga no momento.
E no momento, a crítica mais frequente aos contos de fadas é a abundância de princesas suspirosas à espera do
príncipe. Mas a que “contos de fadas” se refere? Nos 212 contos recolhidos pelos irmãos Grimm, há muito mais do que
princesas suspirosas. Nos dois volumes de “The virago book on fairy tales”, em que a inglesa Angela Carter registrou contos
do mundo inteiro, não se ouvem suspiros. Nem suspiram princesas entre as mulheres que correm com os lobos, de Pinkola
Estés.
As princesas belas e indefesas que agora estão sendo criticadas foram uma cuidadosa e progressiva escolha social.
Escolha de educadores, pais, autores de antologias, editores. Escolha doméstica, feita cada noite à beira da cama. Garimpo
determinado selecionando, entre tantas narrativas, aquelas mais convenientes para firmar no imaginário infantil o modelo
feminino que a sociedade queria impor.
Não por acaso Disney escolheu Branca de Neve para seu primeiro longa-metragem de animação. O custo era altíssimo,
não poderia haver erro. E, para garantir açúcar e êxito, acrescentou o beijo.
Os contos maravilhosos, ou contos de fadas, atravessaram séculos, superaram inúmeras modificações sociais,
venceram incontáveis ataques. Venceram justamente pela densidade do seu conteúdo, pela riqueza simbólica com que
retratam nossas vidas, nossas humanas inquietações. Querer, mais uma vez, sujeitá-los aos conceitos de ensino mais
rasteiros, às interpretações mais primárias, é pura manipulação, descrença no poder do imaginário.
(https://www.marinacolasanti.com/. Adaptado)

Assinale a alternativa em que, na reescrita da passagem – Curiosamente, as críticas não eram à versão Disney cujo
aniversário se comemorava, mas à personagem em si… (1º parágrafo) –, a forma verbal destacada confere sentido de
conjectura ao enunciado.

A Curiosamente, as críticas não têm sido à versão Disney cujo aniversário se comemorava, mas à personagem em si.

B Curiosamente, as críticas não são à versão Disney cujo aniversário se comemorava, mas à personagem em si.

C Curiosamente, as críticas não foram à versão Disney cujo aniversário se comemorava, mas à personagem em si.

D Curiosamente, as críticas não seriam à versão Disney cujo aniversário se comemorava, mas à personagem em si.
E Curiosamente, as críticas não tinham sido à versão Disney cujo aniversário se comemorava, mas à personagem em si.

Português > Interpretação de Textos , Morfologia - Verbos , Flexão verbal de tempo (presente, pretérito, futuro)
10 Q2176696
Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto
Ano: 2023 Banca: VUNESP Órgão: TJ-SP Prova: VUNESP - 2023 - TJ-SP - Escrevente Técnico Judiciário

Leia o poema para responder à questão.


aqui
nesta pedra
alguém sentou
olhando o mar
o mar
não parou
pra ser olhado
foi mar
pra tudo quanto é lado
(Paulo Leminski, Caprichos e relaxos)

No poema, há uma relação entre passado e presente, este marcado pelo emprego do termo

A “olhado”.

B “lado”.

C “alguém”.

D “aqui”.

E “parou”.

Português > Interpretação de Textos , Morfologia - Verbos ,


11 Q2110121
Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto
Ano: 2023 Banca: VUNESP Órgão: TCM-SP Provas: VUNESP - 2023 - TCM-SP - Auxiliar Técnico de Controle Externo - Suporte
Administrativo ...

Dialética erística é a arte de discutir, mais precisamente a arte de discutir de modo a vencer, e isso per fas et per nefas
(por meios lícitos ou ilícitos). De fato, é possível ter razão objetivamente no que diz respeito à coisa mesma, e não tê- -la aos
olhos dos presentes e inclusive aos próprios olhos. Assim ocorre, por exemplo, quando o adversário refuta minha prova e
isso é tomado como uma refutação da tese mesma, em cujo favor se poderiam aduzir outras provas. Neste caso,
naturalmente, a situação do adversário é inversa àquela que mencionamos: ele parece ter razão, ainda que objetivamente
não a tenha. Por conseguinte, são duas coisas distintas a verdade objetiva de uma proposição e sua validade na aprovação
dos contendores e ouvintes. A esta última é que a dialética se refere.
Donde provém isso? Da perversidade natural do gênero humano. Se esta não existisse, se no nosso fundo fôssemos
honestos, em todo debate tentaríamos fazer a verdade aparecer, sem nos preocupar com que ela estivesse conforme à
opinião que sustentávamos no começo ou com a do outro; isso seria indiferente ou, em todo caso, de importância muito
secundária. No entanto, é isso o que se torna o principal. Nossa vaidade congênita, especialmente suscetível em tudo o que
diz respeito à capacidade intelectual, não quer aceitar que aquilo que num primeiro momento sustentávamos como
verdadeiro se mostre falso, e verdadeiro aquilo que o adversário sustentava. Portanto, cada um deveria preocupar-se
unicamente em formular juízos verdadeiros. Para isso, deveria pensar primeiro e falar depois. Mas, na maioria das pessoas,
à vaidade inata associa-se a verborragia e uma inata deslealdade. Falam antes de ter pensado e, quando, depois, se dão
conta de que sua afirmativa era falsa e não tinham razão, pretendem que pareça como se fosse ao contrário. O interesse
pela verdade, que na maior parte dos casos deveria ser o único motivo para sustentar o que foi afirmado como verdade,
cede por completo o passo ao interesse da vaidade. O verdadeiro tem de parecer falso e o falso, verdadeiro.
(Arthur Schopenhauer. Como vencer um debate sem precisar ter razão)
Na passagem – Donde provém isso? Da perversidade natural do gênero humano. Se esta não existisse, se no nosso fundo
fôssemos honestos, em todo debate tentaríamos fazer a verdade aparecer, sem nos preocupar com que ela
estivesse conforme à opinião que sustentávamos no começo ou com a do outro; isso seria indiferente ou, em todo
caso, de importância muito secundária. – a construção do raciocínio, no trecho destacado, é centrada na relação

de causa e efeito, expressando-se predominantemente com o emprego de formas verbais no futuro do presente e no
A
pretérito.

entre hipótese e conclusão, expressando-se predominantemente com o emprego de formas verbais no imperfeito e
B
no futuro do pretérito.

de condição e modo, expressando-se predominantemente com o emprego de formas verbais no imperfeito e no


C
presente.

entre condição e comparação, expressando-se predominantemente com o emprego de formas verbais no presente e
D
no infinitivo.

entre suposição e resultado, expressando-se predominantemente com o emprego de formas verbais no pretérito
E
perfeito e no futuro do pretérito.

Português > Sintaxe , Regência , Concordância verbal, Concordância nominal Morfologia - Verbos ,
12 Q2103964
Flexão verbal de tempo (presente, pretérito, futuro)
Ano: 2023 Banca: VUNESP Órgão: Câmara de Bady Bassitt - SP Prova: VUNESP - 2023 - Câmara de Bady Bassitt - SP - Assistente
Legislativo

Leia o texto, para responder a questão.


Viajandões
Violência urbana nunca foi novidade. Aumentou, mas sempre existiu. Porém, até ela já teve dias mais românticos.
Podemos quase sentir saudades de uma época em que os crimes eram protagonizados por uma turma que queria apenas
enriquecer sem trabalhar, e para isso invadia sua casa, levava seu carro ou afanava sua bolsa, mas sempre tendo a
delicadeza de avisar antes: “Mãos ao alto, isso é um assalto!”. Eles sabiam o que estavam fazendo. E uma vez com o objeto
do desejo em mãos, iam embora apressados assim que ouviam as sirenes da polícia, não sem antes fazer uma mesura de
despedida. Quase posso ver George Clooney no papel.
Hoje os meliantes chegam agressivamente comunicando “Perdeu! Perdeu!”, a polícia não aparece e ninguém sabe
direito o que está fazendo: se antes éramos surpreendidos por um pessoal que, a seu modo, tentava evitar confusões
desnecessárias, hoje nos atacam completamente chapados, alucinados e sem a menor condição de distinguir um assalto de
um assassinato. Não se pode mais escolher entre a vida ou a bolsa: eles levam ambos.
A recomendação sempre foi a de não reagir. Eles têm uma arma, você não. Obedeça. Porém, até um tempo atrás,
contávamos com um mínimo de discernimento a nosso favor. Quem nos assaltava sabia que estava cometendo um crime,
sabia que deveria agir rápido e fazer o menor estrago possível, sem chamar atenção. Havia esperança de eles serem
minimamente lúcidos e fazerem um serviço limpo.
Hoje, o cara que nos ataca pensa que é todo-poderoso. Tem delírio de todos os tipos. Se você ousar piscar os olhos,
ele poderá interpretar como um sinal feito para o carro da frente. Se você estiver de camiseta verde, isso pode ser
considerado uma provocação, já que a grama também é verde, você por acaso o está mandando pastar? Em sua infinita
doideira, nós é que somos a ameaça.
(Martha Medeiros, Feliz por nada. Adaptado)

Assinale a alternativa que reescreve passagem do texto, de acordo com a norma-padrão de concordância, regência e
emprego do tempo verbal.

A Houveram expectativas em que a maioria deles eram minimamente lúcidos e que fariam um serviço limpo.

B Havia expectativas de que mais de um deles fosse minimamente lúcido e de que fizesse um serviço limpo.

C Haverá expectativas que qualquer um deles sejam minimamente lúcidos e que façam um serviço limpo.

D Há expectativa de que mais de um deles sejam minimamente lúcidos e que fazem um serviço limpo.

E Haveriam expectativas para que um deles era minimamente lúcido e que faria um serviço limpo.

Português > Morfologia - Verbos , Flexão verbal de tempo (presente, pretérito, futuro) ,
13 Q2103693
Flexão verbal de modo (indicativo, subjuntivo, imperativo)
Ano: 2023 Banca: VUNESP Órgão: Câmara de Marília - SP Prova: VUNESP - 2023 - Câmara de Marília - SP - Escriturário

Leia o texto para responder a questão.


O encantamento do mar.
Tenho passado longos momentos com o olhar mergulhado no oceano que se estende à minha frente.
O encantamento pelo mar é inesgotável porque, a cada dia, ele se faz diferente. Hoje, por exemplo, dia de poucas
nuvens e vento soprando de leste, sei que a água está mais fria e que é prenúncio de tempo favorável. O mar está mais
para cinzento do que para azul.
Mas o vento pode mudar a qualquer momento. Se soprar o sudoeste, o mar se encherá de pequenas ondas coroadas
de espuma e se revestirá de azul índigo.
Nestes tempos de quase verão – quase, porque a temperatura sobe desce obedecendo ao comando da chuva ou de
mais uma frente fria – o mar veste seu traje azul profundo.
Ontem à noite teve tempestade, com direito a trovões e relâmpagos. Já estava dormindo e me assustei com o primeiro
trovão, pensando que fosse uma explosão. Estamos tão acostumados com a violência urbana que já não dialogamos com a
natureza, em vez disso pensamos em tiros, explosões, enfrentamentos. Deitada e protegida pelo lençol, imaginei o mar
momentaneamente iluminado pelos relâmpagos e salpicado pela chuva torrencial. E com esse pensamento, vendo através
das pálpebras fechadas o clarão intermitente, deslizei para o sono.
(Marina Colasanti. Adaptado)

Na passagem do 2º parágrafo – Hoje, por exemplo, dia de poucas nuvens e vento soprando de leste... –, a forma verbal
destacada indica ação que

A foi concluída no momento passado.

B teve continuidade em determinado período.

C acontecerá em um momento futuro.

D ocorreu antes de outra ação no passado.

E expressa uma hipótese para o futuro.

Português > Interpretação de Textos , Morfologia - Verbos ,


14 Q2063669 Formas nominais do verbo (particípio, gerúndio, infinitivo)
Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto
Ano: 2023 Banca: VUNESP Órgão: Prefeitura de São Bernardo do Campo - SP Prova: VUNESP - 2023 - Prefeitura de São Bernardo do
Campo - SP - Professor I de Educação Básica

Leitura como prática


A leitura é uma prática que traz inúmeros benefícios aos leitores, sobretudo quando estimulada desde a infância.
“Acessar o universo das histórias ativa a imaginação, amplia o repertório de mundo e cria condições favoráveis para as
crianças lidarem com situações cotidianas sob diferentes perspectivas. É pela linguagem que elas se conectam com o
mundo e é por meio das histórias que expressam as descobertas e os aprendizados, construindo a identidade e a
memória”, explica a psicopedagoga Glaucia Piva.
Os benefícios se estendem para os vínculos afetivos quando o momento da leitura é compartilhado. “Às vezes a criança
tem uma angústia, leva com ela algo que não sabe sequer nomear, mas quando lê, consegue elaborar a dúvida, se
identificar com o personagem e fazer conexões propiciadas pela própria trama”, relata Glaucia.
Apesar de compor a rotina de aprendizagem da criança, estimular a leitura não é uma tarefa apenas escolar. A escola
cumpre uma função mais pedagógica, enquanto a família promove uma leitura mais emocional.
“O papel da escola é de garantir algumas competências. De fazer, por meio da leitura, a criança exercitar a curiosidade
intelectual. A escola precisa procurar livros que instiguem nas crianças esse comportamento mais investigativo, a reflexão
apurada”, afirma.
“Já a família precisa cuidar daquela leitura por vezes desprovida dessa intenção, mas que promove a aproximação entre os
familiares. Ela pode escolher um livro que cuida de uma necessidade imediata, que passa exatamente aquilo que estão
vivendo. Às vezes os pais não têm um repertório tão vasto, mas possuem um repertório que é deles, da infância deles.
Então, se escolheram ler aquele livro, é porque aquela história fez muito sentido naquela ocasião, trazendo memória
afetiva. Isso precisa ser valorizado. A família não precisa ter uma obrigação técnica na escolha dos livros, mas precisa gostar
da leitura e ter o desejo profundo de inserir os filhos nesse gosto.”
Do nascimento até os 3 anos, são indicados aqueles livros “que têm uma pegada mais tátil ou auditiva, que você abre a
casinha e o livrinho emite um som ou você passa a mão e sente que aquilo é mais áspero”.
Até os 6 anos, para a especialista, “as crianças passam a se identificar com fadas e bruxas, a ter medo da morte, de perder
um ente querido. Cuidar desse terror infantil é uma providência importante, porque ajuda as crianças a visualizarem um
caminho mais otimista em relação aos problemas do dia a dia”.
(www.fadc.org.br/noticias/a-importancia-da-leitura-para-o-desenvolvimento- -das-criancas Portal da Fundação Abrinq.
23.07.2021. Adaptado)
A respeito da linguagem do texto e do emprego predominante de formas verbais no presente, pode-se afirmar, correta e
respectivamente:

A é acessível; contribui para apresentar um ponto de vista pedagógico cuja validade é atual.

B é formal; contribui para analisar a regularidade com que certos eventos se repetiram por décadas.

C é redundante; contribui para expor ações pretéritas que ocorreram simultaneamente.

D é literária; contribui para elucidar verdades permanentes cuja pertinência é indiscutível.

E é técnica; contribui para resgatar de forma saudosista concepções pedagógicas tradicionais.

15 Q2246246 Português > Morfologia - Verbos


Ano: 2022 Banca: VUNESP Órgão: CAU-SP Prova: VUNESP - 2022 - CAU-SP - Agente de Fiscalização

Leia o texto, para responder à questão.


O animal satisfeito dorme
O sempre surpreendente Guimarães Rosa dizia: “o animal satisfeito dorme”. Por trás dessa aparente obviedade está
um dos mais fundos alertas contra o risco de cairmos na monotonia existencial, na redundância afetiva e na indigência
intelectual. O que o escritor tão bem percebeu é que a condição humana perde substância e energia vital toda vez que se
sente plenamente confortável com a maneira como as coisas já estão, rendendo-se à sedução do repouso e imobilizando-se
na acomodação.
A advertência é preciosa: não esquecer que a satisfação conclui, encerra, termina; a satisfação não deixa margem para
a continuidade, para o prosseguimento, para a persistência, para o desdobramento. A satisfação acalma, limita, amortece.
Um bom filme não é exatamente aquele que termina e ficamos insatisfeitos, parados, olhando, quietos, para a tela,
enquanto passam os letreiros, desejando que não cesse? Um bom livro não é aquele que, quando encerramos a leitura, o
deixamos um pouco apoiado no colo, absortos e distantes, pensando que não poderia terminar?
Com a vida de cada um e de cada uma também tem de ser assim; afinal de contas, não nascemos prontos e acabados.
Ainda bem, pois estar satisfeito consigo mesmo é considerar-se terminado e constrangido ao possível da condição do
momento.
Nascer sabendo é uma limitação porque obriga a apenas repetir e, nunca, a criar, inovar, refazer, modificar. Quanto
mais se nasce pronto, mais refém do que já se sabe e, portanto, do passado; aprender sempre é o que mais impede que
nos tornemos prisioneiros de situações que, por serem inéditas, não saberíamos enfrentar.
Gente não nasce pronta e vai se gastando; gente nasce não-pronta, e vai se fazendo. Demora um pouco para entender
tudo isso; aliás, como falou o mesmo Guimarães, “não convém fazer escândalo de começo; só aos poucos é que o escuro é
claro”…
(Mario Sergio Cortella. Disponível em: https://www.contioutra.com. Acesso em 12.01.2020)

Para responder à questão, considere a seguinte passagem do último parágrafo:


... aliás, como falou o mesmo Guimarães, “não convém fazer escândalo de começo; só aos poucos é que o escuro é
claro”… Assinale a alternativa em que o verbo “convir” está conjugado de acordo com a norma-padrão.

A Não faça críticas, salvo se convir fazê-las.

B O escritor afirmou que talvez conviesse não fazer escândalo.

C Os dados expostos no parecer não conviram para a tomada de decisão.

D Só fecharão negócio se nós convirmos no pagamento à vista.

E As mudanças só ocorrerão quando todos convirem no projeto.

16 Q2209474 Português > Crase , Sintaxe , Regência Morfologia - Pronomes , Morfologia - Verbos , Crase
Ano: 2022 Banca: VUNESP Órgão: Prefeitura de Guarulhos - SP Prova: VUNESP - 2022 - Prefeitura de Guarulhos - SP - Guarda Civil
Municipal

Leia o texto, para responder à questão.


A era da dispersão
Leio que nós, brasileiros, gastamos três horas e 42 minutos todos os dias nas redes sociais. Pouco mais de dez horas na
internet, sendo metade disso em um telefone celular.
Há quem diga que não vê nenhum problema nisso. A sobrecarga de informação é um fato do nosso tempo e é natural
que percamos um pouco do dia separando o joio do trigo. Há quem vá mais longe e diga que a dispersão no mundo digital
pode ser mesmo um modo de vida.
Sou dos que desconfiam que há um problema bastante grave aí, que em geral costumamos empurrar para debaixo do
tapete.
Talvez eu ache isso porque sou professor. Percebo o efeito destruidor sobre a atenção dos alunos pela simples
presença de um celular em sala de aula. Uma pesquisa mostra que levamos até 23 minutos para retomar a atenção quando
somos interrompidos. Se fossem dez ou quinze minutos, isso não faria lá grande diferença. Esse não é o ponto central.
O ponto é que andamos em meio a uma guerra. Quem faz o alerta é um ex-estrategista do Google, James Williams, que
trabalhava na empresa exatamente na área de “programação persuasiva”. Era pago para criar estratégias de “captura” da
atenção das pessoas. Em um dado momento, percebeu que ele mesmo havia perdido o controle. A partir daí, deu um
tempo. Foi estudar em Oxford e tentar decifrar o problema.
Ele diz que vivemos uma epidemia. Que há uma indústria inteira focada em capturar aquilo que cada um de nós tem de
mais importante: nosso tempo e nossa atenção. Captura voluntária, feita com técnicas sofisticadas de inteligência artificial.
O tempo de atenção de cada indivíduo passou a ser milimetricamente monitorado. Tornou-se, ele mesmo, o produto. Há
um velho conceito de “liberdade como autodomínio” em jogo aí, e é precisamente isso, a retomada do controle sobre nossa
própria atenção, que Williams enxerga como o “grande desafio da nossa época”.
A informação foi, no passado, um bem escasso. No filme “Relatos do Mundo”, Tom Hanks faz o papel de um veterano
que ganha a vida lendo notícias de jornal em teatros e igrejas nas pequenas cidades do Velho Oeste. A atenção, à época, era
abundante, diante da informação rarefeita. A coisa hoje se inverteu. A informação se tornou abundante e a atenção, um
recurso escasso. Acessamos muito mais informação do que precisamos. Ela vem de maneira caótica, em boa parte
mesquinha, feita de qualquer besteira capaz de capturar nossa atenção.
(Fernando Schüler. https://veja.abril.com.br/coluna/fernando-schuler/ a-era-da-dispersao/. 22.01.22. Adaptado)
Considere o trecho a seguir, redigido a partir das informações do texto.
São muito variadas as informações disponíveis na rede ______________ os internautas gastam cada vez mais tempo, sendo-
____ necessário, para isso, apenas dispor de um telefone celular ______ mão. De olho nesse público, as empresas
desenvolvem novas estratégias para aumentar o tempo de controle sobre os usuários, bombardeando-______ com tal
quantidade de conteúdo que eles sequer encontram tempo para ________________ . Em conformidade com a norma-padrão,
as lacunas presentes no trecho devem ser preenchidas, respectivamente, com:

A com as quais ... lhes ... à ... os ... filtrá-la

B pelas quais ... lhes ... a ... lhes ... filtrá-la

C com as quais ... os ... à ... os ... filtrar-lhes

D nas quais ... os ... à ... lhes ... filtrá-la

E as quais ... lhes ... a ... os ... filtrar-lhes

17 Q2178904 Português > Morfologia - Verbos , Flexão de voz (ativa, passiva, reflexiva)
Ano: 2022 Banca: VUNESP Órgão: AL-SP Prova: VUNESP - 2022 - AL-SP - Técnico Legislativo

Leia o texto para responder as questão


“Pedra da morte”: Relíquia centenária aparece rachada e assusta japoneses
A cidade de Nasu, no Japão, recebe turistas diariamente em suas montanhas vulcânicas, muitos querendo ver o que é
chamado de “a pedra da morte” – sessho-seki em japonês. No sábado (05.03.2022), visitantes encontraram a famosa rocha
partida em dois pedaços e, diante da cena e do nome pouco amigável do objeto, surgiu o medo de que alguma “força
maligna” tenha escapado de lá, teoria sustentada pela mitologia local.
Segundo a lenda, a sessho-seki é o corpo transformado de Tamamo-no-Mae, mulher que participou de uma conspiração
para matar Toba, imperador de 1107 a 1123. Ela teria sido uma das cortesãs de Toba e usou artifícios para deixá-lo doente.
Mais tarde, um astrólogo expôs o que considera a verdadeira identidade de Tamamo-no-Mae: um espírito na forma de
uma raposa de sete caudas. Em outros períodos da história, o mesmo espírito já teria se aproximado de outros líderes
japoneses para prejudicá-los. Após ser vítima da raposa, Toba enviou homens para matá-la, mas ela encontrou refúgio se
incrustando na pedra em Nasu.
Desde então, diz a mitologia, a rocha passou a liberar um gás venenoso que matava tudo o que tocava. Outra parte da
lenda diz que um monge budista a exorcizou e destruiu, mas muitos japoneses não consideram esse trecho da história, por
isso a “pedra da morte” nas montanhas Nasu é considerada o objeto real da lenda.
Ao conhecer a história, fica mais fácil entender o frenesi causado pela imagem da rocha partida. Muitos acreditam que
o espírito da raposa se libertou e está novamente vagando pelo Japão.
https://noticias.uol.com.br/internacional, 09.03.2022. Adaptado)

Na voz passiva, a ênfase do enunciado recai no alvo da ação e não em quem a pratica. Isso pode ser comprovado com o
seguinte enunciado do texto:
A ... mas ela encontrou refúgio se incrustando na pedra em Nasu. (3º parágrafo)

B ... a rocha passou a liberar um gás venenoso que matava tudo o que tocava. (4º parágrafo)

C ... mulher que participou de uma conspiração para matar Toba... (2º parágrafo)

D ... visitantes encontraram a famosa rocha partida em dois pedaços... (1º parágrafo)

E ... a “pedra da morte” nas montanhas Nasu é considerada o objeto real da lenda. (4º parágrafo)

18 Q2178903 Português > Morfologia - Verbos , Formas nominais do verbo (particípio, gerúndio, infinitivo)
Ano: 2022 Banca: VUNESP Órgão: AL-SP Prova: VUNESP - 2022 - AL-SP - Técnico Legislativo

Observe as passagens do texto:


• A cidade de Nasu, no Japão, recebe turistas diariamente em suas montanhas vulcânicas... (1º parágrafo)
• Ela teria sido uma das cortesãs de Toba e usou artifícios para deixá-lo doente. (2º parágrafo)
As formas verbais destacadas expressam, correta e respectivamente:

A hipótese; ação habitual.

B ação habitual; hipótese.

C ação acabada; ação habitual.

D ação habitual; ação acabada.

E ação acabada; hipótese.

Português > Interpretação de Textos , Morfologia - Verbos , Flexão verbal de tempo (presente, pretérito, futuro)
19 Q2027496
Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto
Ano: 2022 Banca: VUNESP Órgão: Prefeitura de Piracicaba - SP Prova: VUNESP - 2022 - Prefeitura de Piracicaba - SP -
Almoxarife

O rei da boca-livre
– Preste atenção naquele homem.
Tinha pouco mais de 50 anos, altura mediana, atitudes discretas e trajes bem passadinhos. Tipo de pessoa que, mesmo
com um guarda-roupa reduzido, não faz feio em reuniões sociais. O referido comia delicadamente um bolinho. Na direita
segurava um copo de uísque.
– Quem é a figura?

– O maior frequentador de coquetéis da cidade. Já investiguei. Ninguém sabe o nome.

– Ora, quem manda os convites deve saber.


– Nunca foi convidado. Lê a notícia dos coquetéis nos jornais. E numa noite de autógrafos ou vernissage*, quem vai
barrar a entrada de prováveis compradores?
Estávamos na Livraria Teixeira. O homem de identidade misteriosa armazenara outro uísque numa estante. Colocado
num lugar em que o garçom teria obrigatoriamente de passar, abastecia-se também de salgadinhos. Não bebia nem comia
afobadamente, portando-se como um verdadeiro cavalheiro. Não comprou o livro de lançamento, mas o vi cumprimentar o
autor à distância revelando infinita admiração.
Semanas depois vou a uma exposição de pinturas e quem estava lá, observando as obras de arte? Ele, claro. O interesse
artístico não o impedia de beber uísque e comer deliciosos pasteizinhos.
Desta vez, a bela festinha era em minha homenagem. Uma entidade cismara de premiar-me pela publicação de um
romance. Recebi um objeto pequeno como troféu e um cheque ainda menor. Em compensação, quiseram que eu, diante do
fotógrafo, erguesse vitorioso uma taça de champagne. Pose exibicionista demais. Preferível brindando simplesmente com
alguém. Qualquer um. Vamos lá? Vamos.
Tintim. Choque espumante de duas taças. O primeiro tim foi meu. O segundo, olhei atônito. Foi dele, sim dele, o rei da
boca-livre! Com um sorriso e uma taça, aproximara-se:
– Não comprei seu livro porque, imagine, recebi dois de presente.
(Marcos Rey. O coração roubado. Global. Adaptado)
* vernissage: inauguração de uma exposição de arte
Assinale a alternativa que, em conformidade com o sentido do texto e com a correta relação entre os tempos verbais,
completa o trecho a seguir: Decidiu-se que

A seria preferível o autor brindar com uma pessoa que estivesse entre os presentes.

B será preferível o autor brindar com uma pessoa que esteve entre os presentes.

C é preferível o autor brindar com uma pessoa que estivera entre os presentes.

D terá sido preferível o autor brindar com uma pessoa que estaria entre os presentes.

E teria sido preferível o autor brindar com uma pessoa que estará entre os presentes.

20 Q2026881 Português > Morfologia - Verbos


Ano: 2022 Banca: VUNESP Órgão: Câmara Municipal de São José dos Campos - SP Prova: VUNESP - 2022 - Câmara Municipal de São
José dos Campos - SP - Auxiliar Legislativo

Leia o texto, para responder à questão.


‘Como Escrever Bem’ vai além dos dogmas e
tabus que cercam o ofício

É extremamente difícil e, mais do que isso, até intimidador tentar escrever um texto sobre um livro que se chama “Como
Escrever Bem”. Trata-se, afinal, de avaliar um clássico que vem atravessando gerações, algo assim como a bíblia dos
manuais de escrita, e falar dele não pode mesmo ser uma tarefa simples.
Essa poderia ser uma maneira de iniciar este texto. Seria, porém, uma maneira ruim. O parágrafo acima contraria a
maior parte do que ensina William Zinsser em seu livro. Nele há advérbios, adjetivos, clichês, períodos longos demais – e
uma autora insegura.
“Como Escrever Bem” é um sucesso desde 1976. Zinsser o escreveu nas férias do ano anterior. Sua intenção era reunir
em livro o material das aulas que dava na universidade Yale.
Resumindo muito, o que Zinsser propõe é que se busque o essencial, sem firulas. E, aos que acham que cortar
excessos vai estragar seu modo pessoal de escrever, uma advertência: enfeite não é estilo. Perucas se compram em loja.
Cabelo, não. A analogia capilar em defesa da autenticidade é dele mesmo.
E o que é essencial, então, dos conselhos de Zinsser?
Seja claro. Escreva na ordem direta. Prefira frases breves com palavras curtas. Fuja dos clichês. Verbos são melhores
que advérbios. Substantivos são melhores que adjetivos. Corte. Releia. Reescreva. E, sobretudo, confie no seu material.
Zinsser desmonta um relógio na frente do leitor, explicando como as peças se encaixam para o bom funcionamento do
mecanismo. O relógio, no caso, é o relato de uma viagem. O capítulo é uma boa síntese do que o autor pretende ensinar. Se
o tema e o momento parecem distantes, as lições que ele propicia continuam vigentes.
(Francesca Angiolillo.
https://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/2022/01/como-escrever-bemvai-alem-dos-dogmas-e-tabus-que-cercam-o-
oficio.shtml. 01.01.2022. Adaptado)

De acordo com a norma-padrão da língua portuguesa, as formas verbais expressam aconselhamento na seguinte passagem
do texto:

A É extremamente difícil e, mais do que isso, até intimidador tentar escrever um texto… (1º parágrafo)

B Essa poderia ser uma maneira de iniciar este texto. Seria, porém, uma maneira ruim. (2º parágrafo)

C … aos que acham que cortar excessos vai estragar seu modo pessoal de escrever. (4º parágrafo)

D Seja claro. Escreva na ordem direta. Prefira frases breves com palavras curtas. Fuja dos clichês. (penúltimo parágrafo)

E O capítulo é uma boa síntese do que o autor pretende ensinar. (último parágrafo)

Respostas
1: A 2: A 3: D 4: E 5: B 6: D 7: D 8: B 9: D 10: D 11: B 12: B 13: B 14: A
15: B 16: A 17: E 18: B 19: A 20: D
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