Estudo dirigido P1 ASE 4 – Sistema Nervoso medula espinal.

Os nervos periféricos
servem como linhas de comunicação que
1. Definir os componentes do sistema
ligam todas as regiões do corpo ao sistema
nervoso, indicando sua anatomia e função.
nervoso central. No SNP também estão
Nota abertura: |Nota fechamento:
incluídos os gânglios, que são áreas onde os
Segundo Marieb (7° edição):
corpos celulares dos neurônios ficam
Composição: o SN divide-se em SNC e SNP.
agrupados.
O SNC é composto pelo encéfalo e pela
Funções específicas de alguns
medula espinhal. Integrando o encéfalo
componentes:
tem-se o cérebro, formado pelo telencéfalo
a) Bulbo: retransmite as vias sensitivas
(corresponde aos hemisférios cerebrais) e
ascendentes que transmitem impulsos
diencéfalo (corresponde ao tálamo e
da pele e dos propioceptores através
hipotálamo), o cerebelo e o tronco
dos núcleos cuneiforme e grácil;
encefálico (que abrange o mesencéfalo, a
retransmite informações sensitivas ao
ponte e o bulbo, situados cranialmente,
cérebro através dos núcleos olivares
entre ambos e caudalmente, de forma
inferiores; contém núcleos viscerais que
respectiva). Funcionalmente, com esses
controlam a frequência cardíaca, o
componentes trabalhando em conjunto, O
diâmetro dos vasos sanguíneos,
SNC é o centro de integração e comando do
frequência respiratória, vômito, tosse,
sistema nervoso, pois recebe sinais
entre outros.
sensitivos, interpreta-os e determina as
b) Ponte: os núcleos da ponte
respostas motoras com base em
retransmitem as informações do
experiências pregressas, reflexos e
cérebro ao cerebelo;
condições atuais. Os órgãos do SNC são
c) Cerebelo: processa a entrada do córtex
protegidos por estruturas esqueléticas
motor cerebral, dos propioceptores, das
(caixa craniana, protegendo o encéfalo; e
vias visual e de equilíbrio; fornece saída
coluna vertebral, protegendo a medula) e
ao córtex motor cerebral e aos motores
por membranas denominadas meninges,
subcorticais que resultam em
situadas sob a proteção esquelética: dura-
movimentos musculares esqueléticos
máter (mais externa), aracnóide (média) e
suaves e coordenados; responsável pelo
pia-máter (mais interna). Entre a aracnóide
equilíbrio e pela postura.
e pia-máter há um espaço (subaracnóideo)
d) Tálamo (diencéfalo): retransmite os
preenchido por um líquido denominado
impulsos sensitivos ao córtex cerebral
líquido cefalorraquidiano (LCR) ou líquor. Já
visando a sua interpretação;
o SNP constitui-se de nervos, gânglios e
retransmite os impulsos entre o córtex
plexos. Os nervos são estruturas de tecido
cerebrais e os centros motores
nervoso que se ramificam a partir do SNC, e
subcorticais, incluindo os núcleos da
se dividem em nervos cranianos e nervos
base e cerebelo; relacionado ao
espinhais. Os cranianos se originam do
processamento da memória.
encéfalo, 2 pares do cérebro e 10 pares do
e) Hipotálamo (diencéfalo): é o principal
tronco encefálico, totalizando 12 pares de
centro integrador das atividades dos
nervos cranianos. Os espinhais têm origem
órgãos viscerais (SNA), sendo um dos
na medula espinhal e totalizam 31 pares,
principais responsáveis pela
que emergem das regiões cervical, torácica,
homeostase corporal. Ele faz ligação
lombar, sacral e coccígea; esses 31 pares
entre o sistema nervoso e o sistema
originam mais nervos, sobretudo nos MMS
endócrino, atuando na ativação de
e MMI. Então, 43 pares de nervos emergem
diversas glândulas endócrinas e
do SNC. Os nervos cranianos levam e
também como um órgão endócrino
trazem sinais para o encéfalo, enquanto os
(produz ADH e oxitocina – hormônios
nervos espinais transmitem sinais de/para a
 hipofisários). É o hipotálamo que como exemplo, quando você prova um
controla a temperatura corporal, regula alimento, o seu sistema nervoso integra
o apetite e o balanço hídrico do corpo, o essa informação sensorial e sinaliza às
sono e está envolvido na emoção e no suas glândulas salivares para secretarem
comportamento sexual. mais saliva na sua boca.
f) Telencéfalo: é dividido em dois
2. Esclarecer a divisão funcional (fisiológica)
hemisférios cerebrais bastante
do sistema nervoso.
desenvolvidos. Nestes, situam-se as
sedes da memória e dos nervos
Segundo Marieb (7° edição):
sensitivos e motores. Entre os
O sistema nervoso recebe entradas
hemisférios, estão os ventrículos
(informações) sensitivas e determina saídas
cerebrais (ventrículos laterais e terceiro
(respostas) motoras. Os sinais sensitivos, ou
ventrículo); contamos ainda com um
aferentes, são capturados pelos receptores
quarto ventrículo, localizado mais
sensitivos localizados no corpo inteiro e
abaixo, posteriormente ao tronco
transmitidos pelas fibras nervosas do SNP
encefálico. São reservatórios do líquor,
para o SNC (aferente significa “levar em
participando na nutrição, proteção e
direção a”). Os sinais motores, ou
excreção do sistema nervoso.
eferentes, são levados do SNC pelas fibras
g) Substância cinzenta cortical: localiza e
nervosas do SNP, inervando os músculos e
interpreta as respostas sensitivas;
as glândulas e fazendo que esses órgãos se
controla a atividade muscular
contraiam ou secretem (eferente significa
esquelética voluntária; age no
“levar embora”). Tanto as entradas
processamento intelectual e emocional.
(aferências) sensitivas quanto as saídas
h) Sistema límbico: inclui as estruturas do
(eferências) motoras são subdivididas de
cérebro (diencéfalo); media as
acordo com as regiões do corpo que
respostas emocionais; forma e recupera
atendem: a região somática do corpo
as memórias.
consiste nas estruturas externas à cavidade
Funções gerais:
ventral do corpo — em outras palavras, as
a) Utiliza seus milhões de receptores
estruturas do tubo externo (pele,
sensitivos para monitorar as mudanças
musculatura esquelética e ossos). A região
que ocorrem dentro e fora do corpo.
visceral do corpo consiste basicamente nas
Cada uma dessas mudanças chama-se
vísceras dentro da cavidade ventral do
estímulo e a informação reunida chama-
corpo — ou seja, as estruturas do tubo
se entrada (aferência) sensitiva.
interno do corpo (tubo digestório, pulmões,
b) Processa e interpreta a entrada sensitiva
coração, bexiga etc.). Esse esquema resulta
e toma decisões a respeito do que fazer
em quatro subdivisões principais do SNP:
em cada momento: um processo
(1) sensitiva somática (a inervação sensorial
chamado integração.
do tubo externo: pele, parede corporal e
c) Indica uma resposta ativando os órgãos
membros); (2) sensitiva visceral (a
efetores, nossos músculos ou glândulas;
inervação sensorial das vísceras); (3)
a resposta chama-se saída (eferência)
motora somática, ou motora voluntária (a
motora.
inervação motora do tubo externo,
Exemplo: quando você está dirigindo e especificamente dos músculos
ouve uma buzina à sua direita, seu esqueléticos); e (4) motora visceral,
sistema nervoso integra essa também chamada sistema nervoso
informação (ele já sabe que uma buzina autônomo (SNA) (a inervação motora
significa perigo) e os músculos do seu involuntária do tubo interno,
braço contraem-se para virar o volante especificamente do músculo liso, músculo
para a esquerda (saída motora). Ainda cardíaco e glândulas, bem como de algumas
estruturas do tubo externo: o músculo
eretor do pelo e o músculo liso nos vasos e
glândulas sudoríferas).
Sensitiva somática (SS): os sentidos
somáticos gerais são aqueles cujos
receptores estão amplamente espalhados
por todo o tubo externo do corpo (nesse
contexto, o termo geral significa
“disseminado”). Entre eles, temos os
muitos sentidos (sensações)
experimentados na pele e na parede
corporal, como o tato, a dor, a pressão, a
vibração e a temperatura. A textura áspera
da lixa, o calor de uma caneca de chocolate
quente e a dor de uma contusão ou de um
músculo distendido são exemplos de
sensação somática geral. Outro tipo de
sensação somática geral é a propriocepção
(“sentir o próprio corpo”), um sentido que
detecta a quantidade de alongamento nos
músculos, tendões e cápsulas articulares. A
propriocepção informa a você a posição e o
movimento do seu próprio corpo no
espaço, fornecendo -lhe um “sentido
corporal”. Para demonstrar a
propriocepção, flexione e estenda seus
dedos da mão sem olhar para eles — você
será capaz de sentir exatamente quais
articulações estão se movendo. Os sentidos
somáticos especiais são aqueles cujos
receptores estão confinados em áreas
relativamente pequenas em vez de estarem
espalhados pelo corpo inteiro. A maioria
dos sentidos especiais está confinada na
cabeça, incluindo a audição e o equilíbrio
(com os receptores nas orelhas internas) e a
visão (com os receptores nos olhos).
Sensitiva visceral (VS): os sentidos viscerais
gerais incluem o alongamento, a dor e a
temperatura, que podem ser amplamente
sentidos nos tratos digestório e urinário,
nos órgãos reprodutores e em outras
vísceras. As sensações como a fome e a
náusea também são sensações viscerais
gerais. O paladar e o olfato são
considerados sentidos viscerais especiais.
Esses sentidos (também conhecidos como
sentidos químicos) têm seus receptores
sensitivos localizados na língua e na
cavidade nasal, respectivamente.
Motor somático (MS): a parte motora
somática do SNP estimula a contração dos
músculos esqueléticos. Como a gente tem o
controle voluntário sobre a contração
desses músculos, o sistema motor somático
costuma ser chamado de sistema nervoso
voluntário.
Motor visceral: a parte motora visceral do
SNP regula a contração do músculo liso e do
músculo cardíaco, além da secreção pelas
muitas glândulas do corpo. Os neurônios
motores viscerais gerais compõem o
sistema nervoso autônomo (SNA), que
controla a função dos órgãos viscerais. Uma
vez que, geralmente, a gente não tem
controle voluntário sobre atividades como o
bombeamento do coração e a
movimentação do alimento pelo trato
digestório, o SNA também é chamado
sistema nervoso involuntário. O SNA divide-
se na parte simpática, que prepara o corpo
para a atividade, e na parte parassimpática,
que conserva a energia e promove a
digestão.
3. Descrever os tipos celulares (neurônios,
células da glia nódulos de Ranvier).
Segundo Silverthorn (7° ed.) e Marieb (7°
ed.):
O sistema nervoso é constituído
primariamente por dois tipos de células: os
neurônios – as unidades sinalizadoras
básicas do sistema nervoso – e as células de
suporte, conhecidas como células da glia.
Neurônios:
 São células altamente especializadas
que conduzem sinais elétricos de
uma parte do corpo para outra.
Esses sinais são transmitidos ao
longo da membrana plasmática na
forma de impulsos nervosos, ou
potenciais de ação. Basicamente,
um impulso é uma inversão de carga
elétrica que percorre rapidamente a
membrana neuronal.
  São extremamente longevos
(duradouros) e podem viver e
funcionar por toda uma vida, mais
de 100 anos.
 Não se dividem, pois à medida que
os neurônios fetais assumem seus
papéis como ligações de
comunicação no sistema nervoso,
eles perdem a sua capacidade para
se submeter à mitose. Pode haver
um alto preço por essa característica
dos neurônios, já que não podem
ser substituídos se forem
destruídos. Existem algumas
exceções a essa regra: células-
tronco neurais foram identificadas
em certas áreas do SNC.
 Têm uma taxa metabólica
excepcionalmente elevada, exigindo
suprimentos contínuos e
abundantes de oxigênio e glicose.
Eles não conseguem sobreviver por
mais de alguns minutos sem
oxigênio.
Caracteristicamente, os neurônios possuem
uma estrutura celular única, com longos
processos que se estendem para longe do
corpo celular. Esses processos geralmente
são classificados como dendritos, que
recebem sinais de entrada, ou axônios, que
conduzem informações de saída. A forma, o
número e o comprimento dos axônios e
dendritos variam de um neurônio para o
outro, mas essas estruturas são uma
característica essencial dos neurônios,
permitindo que eles se comuniquem entre
si e com outras células.
Estrutura dos neurônios:
Corpo celular: variam de tamanho, mas
todos consistem em um único núcleo
circundado por citoplasma. Em todos os
neurônios, exceto nos menores, o núcleo é
esférico e transparente, contendo um
nucléolo escuro próximo do seu centro. O
citoplasma contém todas as organelas
celulares comuns, além de uma substância
cromatofílica que o diferencia (corpúsculos
de Nissl). A substância cromatofílica
consiste em grandes agrupamentos de
retículo endoplasmático rugoso e
ribossomos livres que assumem uma cor
escura com os corantes básicos. Essas
organelas celulares renovam
continuamente as membranas da célula e
os componentes proteicos do citosol.
Também há a presença de neurofilamentos,
que interagem com os corpúsculos de Nissl
e impedem que a célula seja desmantelada
quando for sujeita a forças de tração. Na
maioria dos neurônios, a membrana
plasmática do corpo celular age como uma
superfície receptora que recebe sinais de
outros neurônios. A maioria dos corpos
celulares neuronais está situada no SNC. No
entanto, agrupamentos de corpos celulares
chamados gânglios situam-se ao longo dos
nervos no SNP.
Processos: processos similares a braços
estendem-se dos corpos celulares de todos
os neurônios; são de dois tipos: dendritos e
axônios.
 Dendritos: a maioria dos neurônios
possui muitos dendritos, processos
que se ramificam do corpo celular
semelhante a galhos de uma árvore.
Os dendritos funcionam como sítios
receptores, proporcionando uma
grande área de superfície para
receber sinais de outros neurônios.
Por definição, os dendritos
conduzem sinais elétricos na direção
do corpo celular.
 Axônios: cada neurônio possui um
axônio, que, diferentemente dos
dendritos, são geradores e
condutores de impulso e
transmitem os impulsos nervosos
para longe do seu corpo celular. Os
axônios não possuem os ribossomos
e todas as organelas envolvidas na
síntese proteica e, por isso, eles
precisam receber do corpo celular
seu componente proteico. Então,
eles possuem elementos
citoesqueléticos, por exemplo
neurofilamentos, que ajudam no
transporte de substâncias de/para o
corpo celular à medida que o
 citoplasma axonal é continuamente
reciclado e renovado. Esse
movimento de substâncias ao longo
dos axônios chama-se transporte
axonal. O axônio de alguns
neurônios é curto, mas em outros
ele pode ser extremamente longo.
Por exemplo, os axônios dos
neurônios motores que controlam
os músculos no pé se estendem da
região lombar da medula espinal até
a planta do pé — uma distância de
um metro ou mais. Todo axônio
longo chama-se fibra nervosa. O
diâmetro do axônio varia
consideravelmente entre os
diferentes neurônios do corpo. Os
axônios com diâmetros maiores
conduzem impulsos mais rápido do
que os axônios com diâmetros
menores. Isso acontece por causa de
uma lei básica da física: a resistência
à passagem de uma corrente
elétrica diminui com o aumento do
diâmetro de qualquer “cabo”.
Quando ocorre ramificação de um
axônio, o ramo é denominado
axônio colateral, Os ramos
terminam em botões conhecidos
como terminais axônicos.
Classificação dos neurônios: podem ser
classificados tanto estrutural quanto
funcionalmente.
Estruturalmente:
a) Neurônios multipolares: apresentam
mais de dois prolongamentos celulares.
São os mais encontrados no corpo
humano.
b) Neurônios bipolares: apresentam dois
prolongamentos celulares, um para o
dendrito e um para o axônio.
Localizados na retina e na mucosa
olfatória.
c) Neurônios pseudo-unipolares:
apresenta somente um prolongamento,
próximo ao corpo celular. Entretanto,
logo esse prolongamento se divide,
apresentando uma porção direcionada
para o SNC e uma porção direcionada
para o SNP. Encontram-se nos gânglios
espinais e nas raízes dos nervos espinais
dorsais.
Funcionalmente:
a) Neurônios motores: controlam os
órgãos efetores, como glândulas
exócrinas e endócrinas e fibras
musculares.
b) Neurônios sensórias: recebem estímulos
sensoriais do organismo e do meio
ambiente.
c) Interneurônios: estabelecem conexões
com outros neurônios, formando
circuitos neuronais.
Células da glia: são encontradas no SNC
(astrócitos, microglia, ependimárias e
oligodendrócitos) e no SNP (células de
Schwann e células satélites).
a) Astrócitos: são células da glia altamente
ramificadas e as de maior tamanho.
Apresentam dois tipos:
Astrócitos protoplasmáticos –
apresentam muitos prolongamentos
curtos e ramificados. São encontrados
na substância cinzenta.
Astrócitos fibrosos – têm longos
prolongamentos não ramificados e
estão localizados principalmente na
substância branca.
Formam uma rede funcional,
comunicando-se uns com os outros
através de junções comunicantes.
Alguns astrócitos são fortemente
associados às sinapses, onde eles
capturam e liberam substâncias
químicas. Os astrócitos também
abastecem os neurônios com substratos
para a produção de ATP, e ajudam a
manter a homeostasia do líquido
extracelular do SNC captando K+
(potássio) e água. Além disso, as
extremidades de alguns processos
astrocitários cercam os vasos
sanguíneos e fazem parte da barreira
hematencefálica, que regula o
 transporte de materiais entre o sangue
e o líquido extracelular.
b) Microglia: Pequenas células que
apresentam finas projeções que dão
origem a numerosas ramificações
espiculadas. Não são tecidos neurais.
Elas são células especializadas do
sistema imune que residem
permanentemente no SNC. Funcionam
como fagócitos, removendo restos
celulares formados durante o
desenvolvimento normal do tecido
nervoso e fagocitam microrganismos e
tecido nervoso danificado. Mas, parece
que a microglia nem sempre é útil. Às
vezes, quando ativada, a microglia libera
espécies reativas de oxigênio (ERO)
danosas, pois elas formam radicais
livres. Acredita-se que o estresse
oxidativo causado pelas ERO contribui
para o desenvolvimento de doenças
neurodegenerativas, como a esclerose
lateral amiotrófica.
c) Células ependimárias: são células
colunares dispostas em uma única
camada, apresentando microvilosidades
e cílios. É um tipo celular especializado
que cria uma camada epitelial com
permeabilidade seletiva, o epêndima, o
qual separa os compartimentos líquidos
do SNC. O epêndima é uma fonte de
células-tronco neurais, células imaturas
que podem diferenciar-se em neurônios
e em células da glia. Ademais,
produzem, monitoram e auxiliam na
circulação do líquido cerebroespinal,
além de formar a barreira
hematocefálica.
d) Oligodendrócitos: semelhantes aos
astrócitos, porém com menos
prolongamentos e de tamanho menor.
Seus prolongamentos são responsáveis
pela formação e pela manutenção da
bainha de mielina (substância
lipoproteica que envolve e isola alguns
axônios e aumenta a velocidade de
condução do impulso nervoso)
encontrada ao redor dos axônios do
SNC.
e) Células de Schwann: mesma função dos
oligodendrócitos, ou seja, envolvem os
axônios formando a bainha de mielina
ao redor deles, mas atuam no SNP. Cada
célula de Schwann mieliniza apenas um
axônio, estando envolvidas na
regeneração dos axônios, o que ocorre
mais facilmente no SNP (as células de
Schwann possuem neurolema,
responsáveis pela reparação do axônio,
e é formado pelo citoplasma e pelo
núcleo dessas células. Os
oligodendrócitos não possuem,
dificultando a regeneração do axônio no
SNC). Cada célula de Schwann envolve
um segmento de cerca de 1 a 1,5 mm,
deixando espaços pequenos, chamados
de nódulos de Ranvier, entre as áreas
isoladas com mielina. Em cada nódulo,
uma pequena porção da membrana
axonal permanece em contato direto
com o líquido extracelular. Os nódulos
possuem um papel importante na
transmissão de sinais elétricos ao longo
do axônio.
f) Células satélites: é uma célula de
Schwann não mielinizadora. São células
achatadas que envolvem os corpos
celulares dos neurônios nos gânglios do
SNP. Fornecem suporte estrutural e
regulam as trocas de substâncias entre
os corpos celulares neuronais e o líquido
intersticial.
4. Compreender e explicar a bioeletrogênese
(impulso nervoso, sinapse, e geração do
potencial de ação). – OK
5. Discorrer sobre os mecanismos de defesa
do sistema nervoso (citando e explicando a
importância da sua função) – meninges,
barreira hematocefálica e líquido
cerebroespinhal.
Segundo Marieb 7° (ed.) e Silverthorn (7°
ed.):
O tecido nervoso é delicado e os neurônios
insubstituíveis podem ser lesionados até
mesmo pelo menor impacto. O cérebro é
protegido de lesão decorrente de forças
externas pelo crânio, por membranas de
tecido conjuntivo circundante (meninges), e
pelo amortecimento aquoso do líquido
cerebrospinal produzido nos ventrículos do
encéfalo. A barreira hemato-cefálica
protege internamente o cérebro das
substâncias nocivas transportadas pelo
sangue, como as substâncias químicas
tóxicas ou os microrganismos.
Meninges: são três membranas de tecido
conjuntivo situadas no lado externo do
encéfalo e da medula espinal. Da mais
externa para a mais interna, as meninges
são a dura-máter, a aracnoide-máter e a
pia-máter. Suas funções são:
 Cobrir e proteger o SNC.
 Confinar e proteger os vasos
sanguíneos que abastecem o SNC.
 Conter o líquido cerebrospinal.
- Dura-máter: a mais forte das 3 camadas;
associada a veias que drenam o sangue do
encéfalo através de vasos ou cavidades,
chamadas de seios. Esses seios coletam
sangue do encéfalo e conduzem-no para as
grandes veias jugulares internas do
pescoço.
- Aracnóde-máter: é frouxamente ligada à
membrana mais interna, deixando um
espaço subaracnóideo entre as duas
camadas. A dura e a aracnoide circundam o
encéfalo frouxamente, nunca penetrando
nos sulcos da superfície do cérebro. O
espaço subaracnóideo é preenchido com
líquido cerebrospinhal e também contém os
maiores vasos sanguíneos que abastecem o
encéfalo. A aracnoide-máter forma
projeções parecidas com botões, chamadas
granulações aracnóideas, as quais agem
como válvulas, que permitem a passagem
do líquido cerebrospinal do espaço
subaracnóideo para os seios venosos da
dura-máter.
- Pia-máter: é uma membrana fina que
adere à superfície do cérebro e da medula
espinhal. As artérias que suprem o encéfalo
estão associadas a essa camada.
Líquido cerebroespinhal: é um caldo aquoso
que preenche o espaço subaracnóideo e os
ventrículos do encéfalo e da medula
espinal, e ajuda na proteção e nutrição do
tecido neural; é produzido nos ventrículos
do encéfalo, circula pelas cavidades
ventriculares do SNC e pelo espaço
subaracnóideo e é reabsorvido para o
sangue nos seios da dura-máter.
 O LCE proporciona um meio líquido
que circunda e confere
flutuabilidade ao SNC. O encéfalo e
a medula espinal realmente flutuam
no LCE, o que impede que esses
órgãos delicados sejam esmagados
sob seu próprio peso.
 A camada de LCE que circunda o
SNC resiste às forças de compressão
e constitui um coxim que amortece
os golpes e solavancos contra o
encéfalo e a medula espinal.
 O LCE ajuda a nutrir o encéfalo,
remover os resíduos produzidos
pelos neurônios e transportar os
sinais químicos, como os hormônios,
entre as diferentes partes do SNC.
Embora tenha composição similar
ao plasma sanguíneo que ele
origina, o LCE contém mais íons
sódio e cloro e menos proteína.
Barreira hemato-cefálica: é formada
principalmente por junções oclusivas que
unem as células endoteliais dos capilares
encefálicos junto com uma espessa
membrana basal que envolve os capilares.
As projeções de vários astrócitos
pressionam os capilares e secretam
substâncias que mantêm as características
das junções oclusivas. Desse modo, a BHC
impede a livre passagem de alguns
componentes do sangue para o líquido
intersticial do tecido nervoso. Algumas
substâncias hidrossolúveis, como a glicose,
atravessam a BHC por transporte ativo.
Outras substâncias, como a creatina, a ureia
e íons, atravessam a BHC muito
lentamente. Por outro lado, vários
compostos, como proteínas e antibióticos,
não passam do sangue para o tecido
encefálico. Entretanto, substâncias
hidrossolúveis, como o oxigênio, o dióxido
 de carbono, o etanol e a maior parte dos endurecidas. A perda progressiva da
agentes anestésicos, conseguem acessar o bainha de mielina, desmielinização,
tecido cerebral livremente. A BHC é de dificulta a propagação do PA ou impulso
extrema importância pois evita que nervoso. A causa da EM é incerta mas
substâncias potencialmente nocivas entrem pode ser haver alguma suscetibilidade
em contato com o encéfalo. genética ou também exposição a algum
fator ambiental (possivelmente um
6. Citar fatores que afetam a homeostasia do
herpes-vírus).
sistema nervoso.
b) Epilepsia: caracteriza-se por crises
Homeostasia: é a manutenção dos
curtas e recorrentes de disfunção
parâmetros do nosso meio interno
motora, sensitiva ou também
constantes. Por exemplo, ao assistir uma
psicológica; ressalto que quase nunca
videoaula de repente dá fome, então vamos
afeta a inteligência. São desencadeadas
procurar algo para comer. Logo depois
por descargas elétricas sincrônicas e
sentimos sede, então bebemos água.
anormais entre milhões de neurônios
Depois dá vontade de ir ao banheiro. Esses
do encéfalo, e talvez seja por conta de
eventos são uma série de respostas geradas
circuitos reverberantes anormais, que
pelo nosso sistema nervoso central para
fogem do padrão. Essas descargas
nos manter vivos. Pois, se eu comer miojo,
estimulam neurônios a enviarem
que é salgado, ocorre o aumento no nível
impulsos nervosos pelas vias de
de sal do meu corpo, que, normalmente
condução. Então luzes, sons e cheiros
está em um valor x. Logo, nosso SNC faz
podem ser sentidos quando os olhos,
uma estimula a ingestão de líquidos para
orelhas e o nariz não foram
diluir o sal em excesso. Por fim, com o
estimulados. Também, os músculos
aumento da ingestão de líquidos aumenta
esqueléticos – que são voluntários –
também o volume de líquido no corpo,
podem se contrair involuntariamente
causando a vontade de urinar. Então.
durante uma crise epiléptica. Crises
Homeostasia não é exatamente manter o
parciais se iniciam em uma pequena
equilíbrio e sim a constância do nosso meio
área do encéfalo e possuem sintomas
interno.
leves; já as crises generalizadas vão
envolver uma maior área e se
Segundo Tortora (14° ed.):
relacionam com a perda de consciência.
Distúrbios (desequilíbrios homeostáticos):
As causas da epilepsia são variadas,
a) Destruição da bainha de mielina
dentre elas estão o dano do encéfalo
Esclerose múltipla: é uma doença que
durante o nascimento (causa mais
causa a destruição progressiva de
comum); distúrbios metabólicos
bainhas de mielina que envolvem os
também estão associados, como a
neurônios do SNC. Apresenta-se entre
hipoglicemia, hipocalcemia, uremia,
os 20 e 40 anos e afeta as mulheres
entre outros; infecções também, como
duas vezes mais do que os homens. A
a meningite; toxinas, como álcool,
EM é mais comum em brancos,
sedativos; distúrbios vasculares
incomum em negros e raras em
(hipertensão); traumatismo
asiáticos. É uma doença autoimune – ou
craniocefálico; e por fim tumores e
seja, o sistema imune do próprio
abscessos encefálicos. Contudo, a
indivíduo começa a atacar o próprio
maioria das crises não tem uma causa
corpo. O nome dessa doença se
definida.
relaciona com a forma que ela se
c) Excitotoxidade: é a destruição de
desenvolve: em múltiplas regiões as
neurônios por conta do estímulo
bainhas de mielina se tornam
prolongado da transmissão sináptica
escleroses, que são cicatrizes ou placas
 que provoca excitação. Altos níveis de
glutamato no SNC causam a
excitotoxidade, pois o glutamato é o
principal neurotransmissor excitatório
do SNC. A causa mais comum é a
isquemia, que por causa do fluxo
sanguíneo inadequado priva o encéfalo
de O2. Essa falta de oxigênio provoca
uma disfunção nos transportadores de
glutamato e o glutamato acaba se
acumulando nos espaços intersticiais
entre os neurônios e a neuroglia, de
forma literal estimulando os neurônios
até a morte.
d) Depressão: por mais que a causa seja
incerta, algumas pesquisas apontam
que a depressão está relacionada a um
desequilíbrio encefálico dos
neurotransmissores da serotonina,
norepinefrina e dopamina. Entre os
fatores que podem provocar o
desenvolvimento estão incluídos os
hereditários, estresse, doenças crônicas,
traços de personalidade – como a baixa
autoestima – e também mudanças
hormonais.