Você está na página 1de 12

5° ANO – EF

COLÉGIO PITECO
TEATRO
DATA: ________/______/_________
20

Aula 14 – Montando um espetáculo...

“Então me conte histórias do mar...”10


RESUMO:
Em 2022 tenho por objetivo trazer de volta a Oficina de Teatro Estudantil, que
em virtude da Pandemia da Covid 19 ficou parado por dois anos seguidos. Com o
objetivo de diversificar cada vez mais os temas de nossas apresentações, este ano será
inteiramente dedicado às histórias do CABO SOARES: grande contador de histórias,
parceiro de muitas ideias, que faleceu dia 04 de janeiro repentinamente.
A história ENTÃO ME CONTE HISTÓRIAS DO MAR, foi contada por ele,
sentado em um banco na Avenida Sanntana, próximo da praia, depois de um lindo dia de
sol na cidade de Mongaguá e deverá ser respeitada em todo o seu processo de criação.
Para darmos sustentação ao roteiro abaixo, faremos pequenas cenas da peça A
RAINHA E O DONO DA CIDADE11 Logo abaixo estão as sugestões de cenas, e nos
espaços em branco o grupo deverá preencher formas de completa-las para depois
transformarmos esse apanhado de ideias em um roteiro final.
CENA 01
O BANQUINHO DE HISTÓRIAS
Soares entra em cena. Ele está com uma bengala e com dificuldades de
locomoção. É muito importante que o ator que o representar entre DEVAGAR, pois ficará
o espetáculo todo sentado. Logo depois quem entra é Bruno. Está de bermuda, camiseta
regata e chinelo de dedo. Os dois se cumprimentam:
BRUNO – SOARES, há quanto tempo não te vejo...
SOARES – Eu to sempre por aqui, teacher. Você que anda sumido... Muito trabalho?
BRUNO – A correria de sempre: atribuição de aulas.... Novas peças de teatro.... Eu não paro!
SOARES – Você sabe que eu não sou muito chegado nessas coisas de teatro... Mas se um dia
você quiser contar uma boa história, tenho uma na cabeça...
BRUNO – Soares, eu ainda vou acabar escrevendo um livro só com suas histórias! (dá risada).
SOARES – Existem tantas coisas boas vindas da praia.... E que pouca gente conhece!
BRUNO – Então vamos lá... Me conte histórias do mar...

10
Texto: Bruno Casalunga / Uma homenagem ao Cabo Soares
11
Oficina de Teatro Estudantil Casalunga (OTEC) – 2010
5° ANO – EF
COLÉGIO PITECO
TEATRO
DATA: ________/______/_________
21

SOARES – ERA UMA VEZ UMA RAINHA...


CENA 2
A RAINHA E O DONO DA CIDADE
As princesas: Tamires e Isabela estão sentadas costurando uma roupa cada. Há tristeza
no rosto de Tamires e desanimo em Isabela. Ao fundo, música instrumental, que será tocada até
a chegada da Vendedora de Joias: Rebeca. Na chegada da terceira personagem, as duas param
de trabalhar e a tratam com desdém:
REBECA – Que tanto trabalham?
ISABELA (seria) – Devemos deixar isso pronto dentro de dois dias!
TAMIRES (imperativa) – E não nos desconcentre!
ISABELA (levanta-se surpresa) – Princesa Tamires? Como pode dar uma ordem dessas a uma
de nossas conhecidas?
TAMIRES – Ninguém deve ser mais conhecida neste palácio a não ser nossa irmã!
ISABELA – Mais uma razão para não sermos mal educadas com ninguém! (à vendedora de Jóias)
– Afinal, o que te traz aqui?
REBECA – Procura pela rainha Vitória?
ISABELA – Está a passeio pelo palácio...
REBECA (ofendida) – Mas eu já estou aqui há cinco minutos! Que desfeita!
ISABELA – Não sei se demora para voltar! (volta a costurar a roupa)
Neste instante, Vitória já está posicionada para entrar SEM ser vista, apenas escuta a
conversa:
TAMIRES – Nossa irmã não está para visitas!
VITÓRIA – Estou sim... E não gosto que responda em meu nome, Princesa Tamires...
TAMIRES (agacha-se) – Perdão, majestade!
VITÓRIA – Perdão aceito! (olha para a Vendedora de Jóias) – Afinal, para que me procurava
tanto?
A vendedora conduz a rainha até um canto. As duas irmãs se posicionam para escutar a
conversa:
REBECA – Ouvi dizer sobre um tal pescador que anda tirando a sua autoridade entre os homens!
5° ANO – EF
COLÉGIO PITECO
TEATRO
DATA: ________/______/_________
22

VITÓRIA (tirando o anel do dedo) – Mas não pode ser? Nunca recebi esse tipo de gente em meu
palácio!
REBECA – Aviso a minha majestade que este homem está muito próximo, e pode lhe causar
problemas.
VITÓRIA (entregando o anel) – Belo serviço!
REBECA (alegre) - Faço isso pela amizade que lhe tenho!
VITÓRIA – Quero todas as joias!
REBECA (ofendida) – Não quer ao menos ver a qualidade delas?
VITÓRIA (observando a caixa) – Devem ser boas (prestando mais atenção, pega um anel
específico da caixa) – Este aqui então, é chamativo, muito bonito e me trará ótimas ideias! (coloca
o anel do dedo) – Agora pode ir!
A vendedora sai
VITÓRIA (desconfiada) – Pescador, mas como pode ter essa ousadia? (olha para as duas) – E
vocês duas, ainda não terminaram? Que incompetência! Ou terminam rápido, ou não deixarei que
compareçam em minha festa!
Vitória sai
AS DUAS (surpresas) – COMO?
ISABELA (espantada) – Nunca vi nossa irmã tão irritada, você escutou alguma coisa?
TAMIRES – Eu só ouvi sobre um tal pescador! (para um instante) – Será que ela está namorando?
ISABELA – Deixe de besteiras, princesa Tamires! Onde já se viu? Vamos terminar isso rápido,
se não seremos castigadas...
TAMIRES – É verdade, princesa Isabela, é verdade!
Continuam costurando até as luzes se apagarem no palco:
CENA 03
OS PESCADORES
SOARES – O tal do pescador era tinhoso que só... Tinha um gênio terrível! Como o povo de lá
vivia só disso, ele era o mais esclarecido.... Mas era difícil de conversar com ele, viu?
BRUNO – Mas que tanto se debatia por aqueles lados, Soares?
SOARES – FÉ, meu filho... FÉ!
5° ANO – EF
COLÉGIO PITECO
TEATRO
DATA: ________/______/_________
23

CENA 04
Há um cenário azul, com um desenho grande que simboliza o mar. Zé Pesqueiro e
Compadre João da Pesca chegam e preparam a rede.
JOÃO DA PESCA – Eeeee Zé, desse ano a gente não passa nessa pescaria!
ZÉ PESQUEIRO (sério) – Mas “Ocê” não fala isso nem de brincadeira.
JOÃO – Faz três dias que a gente num pesca é nada!
ZÉ – Vamos tentar de novo!
JOÃO – E por quanto tempo?
ZÉ (sério) – O tempo que precisar... “Ocê” tem uma “fia” pra criar, ou ta esquecendo disso?
JOÃO – NUNCA! Minha “fia” é a coisa mais sagrada que eu tenho! Olha ela brincando lá...
ZÉ – Viu? Agora acorda e “vamo trabaiá”!
JOÃO – Cuidado pra não se machucar “hein”, fia! (em forma de monólogo) - Se eu pudesse falar
com a rainha!
ZÉ – Que rainha, que nada! O povo anda dizendo por aí que ela vai virar deusa, eu não acredito
nisso!
Ao escutar a palavra “rainha”, REBECA entra carregando uma prancheta. Fica enojada
com a sujeira do lugar, mas procura disfarçar, chegando cada vez mais perto dos dois
pescadores:
REBECA – HEI, vocês dois!
ZÉ – Quem é a senhora?
JOÃO – O que quer de nós?
REBECA – Preciso que apareçam no palácio o mais rápido que puderem. A CONVITE DA
RAINHA!
OS DOIS - Da rainha?
REBECA – Sim, “da rainha”! Parecem dois gravadores! (entregam a eles um anel) – Digam que
querem vender esse anel para a deusa! (entrega).
ZÉ (irritado) – Eu não falei? (à Rebeca) – Pois não queremos vender nada e muito menos
conhecer a tal da rainha!
JOÃO (batendo no braço de Zé) – Diga a ela que vamos!
5° ANO – EF
COLÉGIO PITECO
TEATRO
DATA: ________/______/_________
24

ZÉ – Pois então vá sozinho! (sai)


JOÃO – ZÉ! VEM CÁ! Espera! (sai)
CENA 05
ENFIM, ACONTECE O ENCONTRO...
BRUNO – RAPAZ, que gênio difícil... Acabou que não foi?
SOARES – Depois de muita conversa: João da Pesca, com aquele jeitinho manso de falar, acabou
convencendo o Zé da Pescaria de ir... E lá ela fez foi um desafio dos grandes pra ele!
CENA 06
Zé entra com um saco de feijão, porém está emburrado. Já o compadre está
impressionado com tanta riqueza. Ao observar que o amigo continua carrancudo, procura se
conter:
JOÃO (bravo) – ZÉ... Ooo Zé, “ocê” nunca foi de ficar de cara amarrada para os amigos! Não
temos nada a perder!
ZÉ – Eu não queria vim! Foi “ocê” que insistiu!
JOÃO – “Ocê” mesmo disse que tinha uma proposta pra fazer pra ela!
Batem palmas por três vezes até que Tamires e Isabela entram espantadas:
TAMIRES - Não temos esmolas!
ISABELA – O que é isto, princesa!
JOÃO (ofendido) – Viemos a pedido da rainha!
Ao entrarem são contidos por ela:
VITÓRIA – Isto aqui é um palácio, e não um salão de festas!
ZÉ (ofendido) – Eu não queria vim... Uma mulher misteriosa apareceu lá nas nossas bandas e
disse que a senhora queria comprar esse anel!
VITÓRIA (com raiva) – Rebeca... (a eles) – Foi muito bom que vieram (pega dinheiro) – Isto
aqui deve ser favorável a vocês! (entrega moedas na mão de João)
JOÃO (empolgado) – ESTÁ ÓTIMO! Depois você diz que ela não é DEUSA!
VITÓRIA – O que disse?
ZÉ (contendo o compadre) – Ele não disse nada, não é compadre?
JOÃO – O povo ANDA dizendo que a senhora é deusa, e eu muito acredito agora!
5° ANO – EF
COLÉGIO PITECO
TEATRO
DATA: ________/______/_________
25

VITÓRIA (orgulhosa) – FANTÁSTICO! (pega mais dinheiro) – Isto é pelo elogio! Então minha
imagem está melhor do que eu imaginava pela cidade...
ZÉ (ofendido, tira o dinheiro da mão de João) – Pois eu não acredito! (devolve) – Toma, isso não
é nosso!
VITÓRIA (irritada) – PRENDAM ESTE HOMEM!
ISABELA (espantanda, pega a irmã pelo braço) – Rainha Vitória! Uma “DEUSA” jamais pode
se comportar desta forma!
ZÉ (a princesa Isabela) – Eu gostei da senhora! Essa é das nossas!
ISABELA (envergonhada) – Obrigada!
TAMIRES – Que absurdo! Tirando a autoridade de nossa irmã na frente dos estranhos.
JOÃO – VAMO encurtar a conversa que a gente tem que voltar pro mar! Já que a gente não vai
ficar pra festa!
VITÓRIA (interessada) – Quer dizer que o povo já sabe da festa?
JOÃO – Não de fala de outro assunto....
VITÓRIA – A FESTA DA DEUSA!
ZÉ – Já falei e vou repetir quantas vezes for preciso. Só acredito em um Deus, naquele que ta no
céu.
VITÓRIA – Pois então eu tenho um desafio pra você. (tira o anel do dedo) – Deixarei esse anel
com você... (para todos) – Reparem: é o mais caro que tenho! Para não saírem espalhando que
sou vaidosa!
TAMIRES – Que desperdício!
VITÓRIA – Você terá até o dia da festa para me entrega-lo... Não precisa estar com esse mesmo
brilho, mas tem que estar na minha mão. Se isso for feito, passo a acreditar no seu Deus! Do
contrário você percorrerá a cidade toda espalhando meu nome!
ZÉ – Combinado!
Ela entrega o anel a ele, permanece em cena enquanto os pescadores vão embora...
CENA 06
O JOGO SUJO
BRUNO – Mas até aí uma aposta como essa não era algo tão difícil d se cumprir
SOARES – Você que pensa, teacher. Já viu alguém com medo fazer alguma coisa certa? A rainha
tinha medo da verdade! Então resolveu jogar foi sujo com o pescador.
5° ANO – EF
COLÉGIO PITECO
TEATRO
DATA: ________/______/_________
26

CENA 07
Isabela está lendo um livro enquanto Tamires continua costurando o vestido. Vitória está
na mesma da cena anterior:
VITÓRIA – Princesa Isabela, queira se retirar. Quero falar com Tamires a sós....
Isabela sai
TAMIRES – MAJESTADE...
VITÓRIA – Você quer ocupar um novo lugar na corte no dia da festa?
TAMIRES (empolgada) - É claro que sim! Este sempre foi meu sonho....
VITÓRIA – Pois bem... Vendo que este vestido não vai ficar pronto nunca, combinado nunca
saem caro!
TAMIRES – Ainda não me disse o que devo fazer...
VITÓRIA – Você irá na casa daquele pescadorzinho e comprará o meu anel pelo preço que for...
TAMIRES – Mas essa não seria uma missão mais fácil para Rebeca?
VITÓRIA – SIM... Porém ela daria com a língua nos dentes. O mais importante é saber o horário
que ele não está em casa! Investigue tudo: que horas desce pro mar, quanto tempo a esposa fica
sozinha... E o quanto precisam de dinheiro!
TAMIRES – Tudo isso para ganhar a aposta?
VITÓRIA – Eu seria capaz do impossível para vê-lo se humilhar aos meus pés... (dá um saco com
moedas a ela) – Imagino ser o suficiente! O que sobrar pode ficar pra você!
As duas saem...
CENA 08
NA HORA DO APERTO
SOARES – E a tal da princesa ficou lá na comunidade, investigando passo a passo pra chegar no
momento certo na casa...
BRUNO – Como pode, Soares!
SOARES – NÃO EXISTE MALDADE QUE NÃO SEJA BEM PLANEJADA! E o pior, rapaz,
não foi nem isso: na semana que ela apareceu na casa, ele não tinha pescado um peixe sequer...
Ai na hora do aperto, sabe como que é...
5° ANO – EF
COLÉGIO PITECO
TEATRO
DATA: ________/______/_________
27

CENA 09
Tamires bate palma três vezes. Quem sai é Maria:
MARIA – Pois não!
TAMIRES – Olá, por acaso é aqui que mora o Sr. José?
MARIA – Ele está no mar...
TAMIRES – Ai que pena, precisava comprar uma encomenda com ele.... Sabe que horas que
retorna?
MARIA – Não tem muito horário, não.... Tem vezes que volta mais cedo, outras vezes volta de
madrugada... Viver de pesca é isso!
TAMIRES – A senhora não pode me ajudar? É um saquinho vermelho bem pequenino, com
bordas douradas...
MARIA – Ah, eu sei do que a senhora ta falando. Ele me proibiu de colocar a mão naquele
negócio. Disse que era sagrado e que só ia me mostrar no dia da festa!
TAMIRES – Pois foi ele quem pediu pra vir buscar.... A um preço bom, veja! (mostra o saco
cheio de moedas)
MARIA – Mas Jesus, Maria José, que eu nunca vi tanta moeda junta! Tem certeza que não é em
outra casa?
TAMIRES – Eu não viria de tão longe pra errar uma coisa dessas... Pegue lá pra mim, por favor!
Maria entra e retorna em cena rapidamente com o saquinho dourado junto ao anel:
MARIA – Está aqui moça! (recebe o dinheiro) – Vai ser de bom grado!
TAMIRES – Passar bem! (sai apressadamente)
CENA 10
E TUDO ACONTECE QUANDO TEM QUE ACONTECER...
SOARES – Quando o pescador chegou... foi uma brigaiada danada... O Zé era ignorante, então
não sabia usar as palavras direito... O casal quase separou por causa disso!
BRUNO – E a rainha?
SOARES – Ela fez a festa antes da hora. Desfilava com o anel pra cima e pra baixo.... Até que
mandou irmã mais boazinha, a Princesa Isabela, jogar o anel no mar. Ela assim o fez... Mas
antes...
5° ANO – EF
COLÉGIO PITECO
TEATRO
DATA: ________/______/_________
28

ISABELA (Em forma de prece) – Senhor! Jamais gostaria de ser o motivo do sofrimento alheio.
Jogarei esse anel no fundo do mar, com o coração apertado, mas confio na justiça divina mais do
que na justiça dos homens.... Faça com que esse anel se encaminhe para o lugar correto! Que
assim seja!
--------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
SOARES – Gente de coração bom não sabe fazer maldade.... Pois ela jogou e foi embora chorando
para o palácio... E nada de peixe no mar...
--------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
ZÉ – A gente há de conseguir pescar nem que seja uma estrela do mar, eu não volto pra casa sem
peixe!
JOÃO – Zé.... O mar ta muito bravo pra você bancar o corajoso...
Zé – Vamo jogar a rede!
Jogam a rede, puxam juntos e fazem muita força
OS DOIS – Conseguimos!
ZÉ – Falei que não ia voltar sem peixe pra casa!
Saem os dois
--------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
SOARES – Chegando em casa resolveram dividir o peixe, mas não tinha força qu fizesse esses
dois corta no meio.... Tentaram uma, duas, três vezes e nada! Foi aí que veio a surpresa:
--------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
ZÉ (chamando) – MARIIIIIA, traz uma peixeira decente pra mim.....
Maria entra:
MARIA – Mas que agitação é essa, Zé? Até parece que nunca viu peixe na vida! (olha para João)
– Benção, cumpadre!
JOÃO – Deus te abençoe, comadre! Estamos sem força
MARIA (observando) – Mas não tem nada demais, eu vou limpar ele por dentro.... (passa uma
colher pela boca do peixe e fica completamente surpresa) – Zé... Zé... ZÉ!
ZÉ – Que foi, mulher. Parece até que ta vendo um fantasma...
Ela mostra o anel dentro da colher
MARIA – O seu anel, Zé.... “Ocê” não vai precisar ficar se humilhando pra ninguém...
5° ANO – EF
COLÉGIO PITECO
TEATRO
DATA: ________/______/_________
29

SOARES – Foi uma emoção sem tamanho... Ele logo foi no tanque lavar o anel, depois pegou
alguma coisa pra lustrar.... Parecia que tava cuidando de um brinquedo.
CENA FINAL
O DONO DA CIDADE....
BRUNO – Conta da festa, vai!
SOARES – Assim de gente, rapaz... Estava a cidade toda. A rainha fes questão de convidar as
autoridades, tudo gente chique elegante e a todo instante ficava de olho pra ver se o pescador
chegava....
BRUNO – Ele deve ter ido como?
SOARES – Todo elegante... Pegou a roupa que casou pra ir na tal da festa. Os três estavam super
bem apessoados aquele dia!
--------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
VITÓRIA – ERA EXATAMENTE VOCÊ QUEM EU ESTAVA ESPERANDO... SENHORAS
E SENHORES... MEU NOME VEM CORRENDO A CIDADE COMO A DE UMA MULHER
CAPAZ DE FAZER MILAGRES... DIZEM POR AÍ QUE SOU CAPAZ DE AJUDAR ATÉ
AQUELES QUE POUCO DE MIM NECESSITAM
--------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
SOARES – E foi se empolgando cada vez mais no discurso... Até que...
--------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
VITÓRIA – Pois vejam vocês mesmos. Desafiei este homem a me trazer o anel que lhe confiei,
ciente de suas dificuldades.... Ele está aqui? Tenho certeza que não!
ZÉ (tirando o anel do bolso) – Ta sim, óh! (devolve a ela o anel) – Eu avisei, dona moça, Deus é
um só! É o dono da cidade!
--------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
5° ANO – EF
COLÉGIO PITECO
TEATRO
DATA: ________/______/_________
30

HOMENAGEM FINAL
SOARES – Dali foi um dramalhão só... Ela fingiu que ia desmaiar, fez uma furdunçada... Não
teve nem a humildade de pedir desculpas, acredita? Mas teve que cuidar melhor daquela
comunidade de pescadores!
BRUNO – Linda história.... Adorei... Um dia faço ela no teatro... Vou descer na praia agora,
queridão!
SOARES – Vai com Deus.... Não esqueça: o bem SEMPRE vai vencer!
Bruno sai de cena. Soares levanta-se:
SOARES – Ah deixa eu cuidar da vida.... Será que eu já contei a história do porteiro pra ele?

FIM

Você também pode gostar