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1) Jesus conhece o contexto do povo samaritano, distante do povo judeu por questões de
fé. Toma, contudo, a iniciativa e se aproxima dela.
2) Pede água a samaritana porque não traz consigo algo para tirá-la do fundo do poço.
Deseja, também, saber de sua história e de sua vida. Pede de sua água, isto é, de sua
cultura, sua vida, suas necessidades, suas buscas.
3) Mais do que água, está buscando uma ocasião para entrar em diálogo com ela. Deseja
aprender da vida e de sua história.
É preciso saber passar da “ocasião” do encontro para o que sabemos que reconstrói e dará
vida nova. É o que Jesus chama de “água viva”. Embora a samaritana não soubesse de que se
tratava, ela começa fazer perguntas mais profundas: “Acaso és mais do que nosso pai Jacó”?
Jesus toma o exemplo do poço para dar o salto ao que a mulher buscava: vida nova. E ela não
deixa de exclamar: “Senhor, dá-me dessa água”, embora nem soubesse o que seu coração
a levava a proferir. Não voltar mais ao poço e sair desta vida dura é o primeiro desejo. O
diálogo entre eles é marcado por uma linguagem conhecida para chegar a valores e realidades
desconhecidas: a água viva escondida no poço, símbolo do Espírito Santo.
O poço era um lugar onde se viam as pessoas que se queriam. Jesus, ao aproximar-
se da mulher, se aproxima não só como alguém que vai ensinar-lhe algo, mas se aproxima
com carinho, como amigo. Por isso os discípulos, ao regressarem, se “surpreendem que ele
estivesse falando com a mulher”... De que surpreender-se se falava com muitas mulheres?
Sabiam que Jesus era amigo de Marta e Maria (Lc 10, 38); que o acompanhavam algumas
mulheres, alem dos discípulos: Maria Madalena, Joana, mulher de Cusa, Susana e outras
muitas que o serviam com seus bens (Lc 8, 1 – 3). Surpreendem-se, contudo, do contexto
de amizade e proximidade com uma estrangeira! O acompanhante não é uma máquina de
resolver problemas; é alguém que oferece um ambiente de amizade e proximidade, que
favorece o diálogo e a confiança.
Quando entre eles se estabeleceu a confiança, sentiram-se amados, com uma nova visão
da vida e a samaritana, carregando a experiência de Deus que a recriara, supera as barreiras
que a prendiam. “Deixando o cântaro” (Jo 4, 28) – simbolizando o antigo – correu à cidade
para contar o que havia sucedido nela, levando a todo o povo da cidade boas notícias. Quem
recebe um bem, comunica-o.