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Joseph Paxton e o Palácio de Cristal – Um Marco do Design e da Arquitetura

Chapter · January 2008

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5 authors, including:

Priscilla Garone Olympio José Pinheiro


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Roberto Alcarria Nascimento Plácido Da Silva


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Joseph Paxton e o Palácio de Cristal – Um Marco do
Design e da Arquitetura

GARONE, Priscilla Maria Cardoso - Mestranda, FAAC-UNESP/Bauru - prigarone@gmail.com

MARCATO, Daniela de Cássia Gamonal -Mestranda, FAAC-UNESP/Bauru - danigmarcato@gmail.com

PINHEIRO, Olympio José - Professor Doutor - FAAC-UNESP/Bauru - olympiop@faac.unesp.br

NASCIMENTO, Roberto Alcarria do - Professor Doutor - FAAC-UNESP/Bauru - alcarria@faac.unesp.br

SILVA, José Carlos Plácido - Livre-docente em Ergonomia, FAAC-UNESP/Bauru - placido@faac.unesp.br

Resumo

O presente artigo busca discutir o Palácio de Cristal como uma obra de arquitetura que teve
como criador de seu projeto Joseph Paxton, um jardineiro e paisagista, que pode ser
considerado um designer pela inovação e pelas preocupações em sua concepção levando
em consideração as limitações arquitetônicas e dos materiais da época.
Palavras-chave: Palácio de Cristal, design, projeto.
1. Introdução

O Palácio de Cristal é, ao lado de outras edificações, um dos feitos que marca o


desenvolvimento da tecnologia na construção baseada na claridade estrutural e no emprego
coerente dos novos materiais.

Foi projetado por Joseph Paxton como um enorme espaço para exposições temporárias, a
Exposição Universal de Londres de 1851, e representou um notável avanço no
desenvolvimento da arquitetura da época.

Feito com elementos pré-fabricados de aço e vidro, o projeto exigiu inovações técnicas.
Consumiu um terço da produção de vidro do país e provocou a extinção do imposto que era
cobrado sobre este material. A importância destes avanços foi ímpar, pois percebeu-se a
possibilidade de se projetar utilizando materiais que eram considerados outrora estruturais
ou de acabamento.

O Palácio de Cristal forneceu a mais completa e indiscutível contribuição para seu tempo,
marcando a primeira fuga dos estilos históricos na arquitetura e, simultaneamente, uma
concepção estritamente ligada aos conceitos de produção em massa.

Construtivamente, representou uma síntese de componentes estudados separadamente e


coordenados entre si por uma rede modular que, segundo Külh (1998), era formada por uma
malha de 2,44m, com 71.793m² de superfície coberta, equivalente a 3.300 colunas e 2.224
vigas de ferro que seriam vedadas com 300 mil placas de vidro.

Alguns autores entendem como designer o profissional capaz de assimilar os processos de


criação de maneira inovadora, aproveitando a tecnologia disponível para o melhor projetar
para a sociedade, visando suprir suas necessidades.

Percebe-se que, não obstante, o Palácio de Cristal pode ser compreendido como uma obra
projetada levando em consideração as limitações da época; um espaço resultante da

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somatória de elementos padronizados e industrializados, fruto perfeito da tecnologia
empregada e do estudo racional dos vínculos, dos limites econômicos e de tempo, dos
condicionantes técnicos de produção e montagem, isolados de toda problemática estilística
e formal.

Por esta razão, pontua-se que a obra de Paxton teve profunda similaridade com o que se
espera de um projeto de design, e é sobre este enfoque que esta pesquisa busca
enveredar-se.

2. Objetivos

O artigo aqui apresentado pretende analisar o Palácio de Cristal, refletindo sobre seus
aspectos construtivos e conceituais, apontando o design como ponto central do projeto
desta obra feita por um jardineiro e paisagista, Joseph Paxton. Outra pretensão desta
pesquisa é a de viabilizar e enquadrar o trabalho como uma obra de um designer nato.

3. Revisão

3.1. Palácio
Palácio de Cristal
O Palácio de Cristal representou um grande marco na arquitetura, não apenas por ter sido
uma construção totalmente pré-fabricada em ferro e vidro, desenhado para produção em
escala industrial de suas partes, mas também por ter demonstrado o primeiro afastamento
maior dos estilos históricos na arquitetura da época. (PEVSNER, 2001).

O ponto de partida para a criação da obra de Paxton atribui-se a um grupo de comerciantes


liderado por Henry Cole que desenvolveu a idéia de uma grande exposição em que os
produtos do mundo industrializado seriam mostrados. Assim, neste mesmo ano foi feito um
concurso para o desenho de um galpão de exposições, conforme contextualiza Judice
(1998). O pré-requisito para sua produção era que este salão deveria ser provisório,
econômico em relação ao material de construção, fácil de ser mantido, de rápida edificação
e desmontagem e ampliação.

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De acordo com Darby (2002), após inúmeros desenhos insatisfatórios, convidaram Joseph
Paxton para desenvolvê-lo. Este era o jardineiro do Duque de Devonshire, e ficou conhecido
por suas estufas de cristal e pelas construções inspiradas na estrutura da folha de vitória-
régia.

O jardineiro, ainda segundo a mesma autora, possuía o hábito de desenhar e observar a


natureza, trazendo dela elementos para seus projetos. Algumas das casas de vidro
desenhadas por ele eram baseadas na estrutura da folha de vitória-régia. Paxton começou a
fazer uso deste suporte após perceber que a planta em questão suportava sobre ela o peso
de sua filha de 8 anos, concluindo que o desenho estrutural da folha proporcionava grande
resistência.

A história relata que ele soube conquistar a confiança dos organizadores e da Câmara da
Construção de Londres e, em dez dias, apresentou um anteprojeto que incluía todos os
detalhes da construção. O primeiro rascunho já possuía as características básicas e mais
fortes do projeto (figura 1).

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Figura 1 - Primeiro rascunho de Paxton.
[Fonte: http://www.victorianweb.org/history/1851/8.html]

Nota-se que houve um cuidado e que foram feitos estudos antes de se chegar ao desenho
final. Fazendo uma breve analogia com o projeto de design, Montenegro (1987) reforça esta
afirmação ao explicar que todo projeto está apoiado em um preparo prévio, seja em estudo
ou pesquisa, e na familiarização com aquilo que se irá projetar.

Após algumas mudanças, como o aumento de um transepto abobadado, o desenho do


Palácio de Cristal estava pronto e aprovado. Mas, apesar do resultado aparentemente
simples, é preciso expor as circunstâncias externas da época: correntes filosóficas,
artísticas, arquitetônicas, econômicas, sociais.

Também apelidado de “Arca de Vidro”, a obra ficou como protótipo do modo de construção
do século XIX. (FRIEMERT apud BÜRDEK, 2006). O Palácio de Cristal aparece como um
resultado inovador e sintético de sua era, tanto sobre a ótica construtiva quanto no aspecto

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conceitual. Sendo assim, faz-se necessário fundamentar-se de maneira mais detalhada
ambas características.

3.2. Aspectos Construtivos


O aspecto preponderante do Palácio de Cristal é o construtivo (figura 2). Novidade para a
Inglaterra, o sistema construtivo idealizado por Joseph Paxton estava prenunciando a
utilização da pré-fabricação e do princípio estrutural dos anos posteriores.

O jardineiro possuía ampla experiência em construções de estufas e entendia os materiais


utilizados nelas. Estes foram alguns dos fatores indispensáveis para a convergência entre
sua percepção e a projeção do Palácio de Cristal. Para Montenegro (1987) o projetar é uma
combinação livre de elementos coletados na pesquisa, na vivência e na necessidade e vai
produzir respostas.

Figura 2 - Estrutura do Palácio de Cristal. (Bürdek, 2006)

Segundo Darby (2002), o Palácio de Cristal foi pioneiro em muitas áreas: foi a primeira
grande edificação auto-suporte de ferro fundido, precursor na utilização de paredes de
cortina de vidro, e na construção erguida com peças pré-fabricadas.

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De acordo com Judice (1998), a edificação deveria ficar pronta em um tempo recorde para a
época: dezessete semanas, o que supunha uma estrutura de fácil manejo e montagem.
Para isto, todas as peças deviam ser pré-fabricadas em ferro fundido, com exceção para as
caneletas do teto, que eram de madeira. Toda a facilidade estava na capacidade do
operário e no tamanho e peso das partes, desenhadas levando em consideração a mão-de-
obra.

O vidro utilizado representava um terço da produção total da Inglaterra. Não teria sido
possível erguer o Palácio sem a revogação do alto imposto sobre o vidro que era cobrado
antes da construção.

Os marcos, de ferro fundido da cortina de vidro, representavam também uma novidade


tecnológica devida à presença de tensores em cada painel pré-fabricado, que lhe davam
uma aparência contemporânea.

A comodidade e rapidez da montagem consistiam em que, uma vez montadas quatro


colunas, estas já estariam estáveis com a ajuda de peças de união padronizadas, também
pré-fabricadas em ferro fundido (figura 3).

Figura 3 - Peças padronizadas.


[Fonte: http://www.victorianweb.org/history/1851/37.html]

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Esta engenhosa união universal foi a chave para que o Palácio de Cristal fosse tão fácil e
rápido de montar e desmontar. O galpão estava pronto em julho de 1851, mês da Grande
Exposição (figura 4).

Figura 4 – Palácio de Cristal, visão externa.


[Fonte: http://www.crystalpalacefoundation.org.uk]

Pevsner (1980) ressalta que o fato que torna a obra de Paxton o exemplo mais importante
da arquitetura de ferro e vidro dos meados do século XIX é sua grande dimensão: 556
metros de comprimento, a ausência de quaisquer outros materiais e o uso de um
engenhoso sistema de pré-fabricação dos elementos de ferro e vidro assentados numa
armação envolvente de 8 metros.

Maldonado (1991) afirma que a Grande Exibição de 1851 contou com a participação de
14.000 expositores e 6 milhões de visitantes. Ruskin, em seu tempo, considerava-o “uma
estufa maior do que qualquer já construída” e “a prova cabal de que era definitivamente
impossível” conseguir, com estrutura de ferro, uma beleza superior. (RUSKIN apud
PEVSNER, 1980, p. 128). O fato de o Palácio de Cristal ter voltado a ser construído em

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1854 em Sydenham, próximo de Londres, para fins mais duradouros, prova que a nova
beleza do metal e do vidro tinha conquistado os vitorianos mais progressistas, assim como o
público em geral. (PEVSNER opt. cit).
Em 1854 foi de fato desmontado e levado a Sydenham Hill onde permaneceu até 1936, ano
em que um incêndio o destruiu.

3.3. Aspectos Conceituais


É necessário ressaltar que toda esta tecnologia estava ligada a uma filosofia. As forças
industriais da Inglaterra, Alemanha e Rússia estavam em plena revolução industrial, e eram
as mais desenvolvidas e poderosas. O comércio internacional crescia à medida em que era
necessário importar ou exportar matéria-prima e produtos.

A idéia da exposição mundial surgiu para que fossem mostrados os avanços das potências
mundiais. Era um campo de batalha preliminar e diplomático do que seria a Primeira Guerra
Mundial. Por isso o Palácio de Cristal teria que demonstrar a capacidade tecnológica da
Inglaterra e também sua ideologia.

Para Denis (2000), o Palácio de Cristal de Londres transmitia um senso de enormidade e da


escala monumental do industrialismo e tornou-se símbolo não somente das proezas de
engenharia da época como também do próprio progresso. As exposições universais
também exerceram um papel importante em termos da codificação das normas e
características da nova sociedade.

O Palácio de Cristal é uma construção racionalista: a disposição das colunas e demais


elementos responde a um princípio estrutural; as dimensões das peças respondem a uma
necessidade de portabilidade e conjunto; e a armação da edificação leva ao limite o
trabalhador, em relação ao esforço e à capacidade física.
Os limites do homem estavam sendo empurrados aos limites de um ideal racionalizado em
que as máquinas potencializam as habilidades humanas enquanto a criatividade e a
inovação no projeto de Paxton buscavam utilizar todos os recursos disponíveis na época.

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3.4. As fileiras de árvores
Um dado que sobressai na história do Palácio de Cristal é a inclusão, no desenho, de um
transepto abobadado, num projeto preliminar totalmente racionalista.
Segundo Dugan (1953), o local em que seria edificado o Palácio de Cristal, o Hyde Park, era
una zona suburbana de Londres, predominantemente coberta por grandes árvores. Isto
causou alvoroço e preocupação no Comitê organizador da exposição. Eles propunham
derrubar os 772.824 pés quadrados (aproximadamente 19 acres, ou 76.893 metros
quadrados) que devia ocupar o palácio e edificar o galpão.
Joseph Paxton, embora jardineiro de profissão, poderia ser chamado de engenheiro,
arquiteto e designer nato. Devido à sua afeição pelas plantas, salvou a fileira de árvores de
mais de quinze metros de altura acrescentando em seu projeto um corredor de 72 pés de
largura por 108 de altura (figura 5).

Figura 5 - Fileira de árvores mantidas.


Fonte: http://www.victorianweb.org/history/1851/39.html

Este tratamento supõe uma ruptura do racionalismo, própria da engenharia, para dar lugar à
sensibilidade característica das artes plásticas. Duas reações paralelas para um mesmo

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problema. Assim, aparece o transepto com um estilo que, uma vez mais se adianta à sua
época, mostra o que posteriormente se chamaria de Art Nouveau.

Para Dorfles (1991), Art Nouveau, fase seguinte a da Revolução Industrial, procurou criar
objetos e projetos arquitetônicos que, embora recorrendo à mecânica, também
apresentavam um coeficiente artístico. Segundo Argan (1992), do ponto de vista
sociológico, o Art Nouveau é um acontecimento imponente, complexo, que deveria
satisfazer o que se acreditava ser “a necessidade da arte”. Trata-se de um fenômeno
tipicamente urbano que nasce nas capitais e se difunde para o interior. Interessava, como
renovação de todas as categorias, às práticas projetuais da cultura vigente.

Denis (2000) afirma que embora o Art Nouveau não seja reconhecível como um estilo
definido, possui características claramente identificáveis e uma nítida unidade formal. Dentro
desse estilo existiam duas soluções visuais. A primeira defendia o uso de formas orgânicas,
extraídas da representação realista ou convencional da natureza. E a segunda promovia a
geometrização das formas, caminhando cada vez mais em direção ao uso de motivos
abstratos e/ou lineares, com ou sem simetria.

De acordo com Dorfles (1991) o Art Nouveau teve grande mérito de propor à criação
arquitetônica, ligada ao design, módulos e decorações que prescindiam por completo de
qualquer herança estilística. Mesmo possuindo uma grande admiração pela natureza, esta
se manifestava e se identificava coerentemente com a estrutura e a decoração, permitindo a
intervenção das máquinas características da época.

Em resumo, o Palácio de Cristal é uma edificação que abre as portas à arquitetura e


engenharia modernistas e contemporâneas, sendo o primeiro e grande feito da
racionalização construtiva com um toque de sensibilidade, percepção e, acima de tudo, de
design.

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4. Discussão

A história do design modernista está no século XIX, conseqüências da industrialização nas


condições de vida e nos produtos manufaturados dos artesãos e operários, teve William
Morris, como fundador de um estilo próprio, o Arts and Crafts, que foi um de seus pontos de
partida. A visão de Morris, que era baseada no projeto e execução de objetos de forma
artesanal ou semi-industrial, teve repercussão mundial, resgatando o modo de produção das
oficinas medievais.

Design é uma palavra de origem na língua inglesa, e diz respeito à idéia de plano, designo,
intenção, projeto. Do ponto de vista etimológico, o termo contém uma ambigüidade entre o
aspecto abstrato de conceber, projetar e outro concreto de configurar e formar (DENIS,
2000). Para tal autor, a separação nítida entre projetar e fabricar é um dos marcos
fundamentais para a caracterização do design moderno.

De acordo com Schulmann (1994) o design industrial não surgiu bruscamente, mas
progressivamente, com os primórdios da revolução industrial. O design está inserido neste
processo como um importante fator de conexão entre o conhecimento e a produção
industrial. Entretanto, para isso, é necessário que o design seja reconhecido na sociedade
como uma ferramenta de inovação tecnológica. Deste ponto de vista, Joseph Paxton pode
ser considerado designer por seu projeto inovador que soube empregar a tecnologia
disponível em sua concepção do Palácio de Cristal.

Segundo Löbach (2001) o conceito de design compreende a concretização de uma idéia em


forma de projetos ou modelos, mediante a construção e configuração e tendo como
resultado um produto industrial passível de produção em série. Dorfles (1991) afirma que
para concluir se um objeto pertence ao design é necessário averiguar seu caráter em série;
sua produção mecânica; e a presença de um coeficiente estético que se deve ao projeto
inicial e não à posterior intervenção manual de um artífice. O projeto de Paxton foi resultado
da inovação e utilização dos materiais da época, e buscou através deste demonstrar todo o
avanço industrial com as peças padronizadas.

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Faggiani (2006) defende que design arquitetônico refere-se ao desenvolvimento de conjunto
e disposição de componentes, assim como produtos destinados à indústria de construção
civil e arquitetura, e não de apenas artigos isolados, nos quais são observadas e estudadas,
principalmente, as características ergonômicas, de comunicação e de conforto ambiental,
dentre os quais podemos destacar: ambientação, layout e planejamento, sistemas de
iluminação, forros e estruturas modulares, esquadrarias e divisórias. É o agente que
interfere com a intenção de oferecer coerência e funcionalidade aos componentes que
integram os locais previamente destinados a um determinado propósito.

De acordo com Lima (1994), a profissão de designer precisa de elementos que a determine,
e o design sempre existiu como uma resposta às necessidades da sociedade ou de um
grupo de usuários. Portanto, pode-se considerar que Paxton era designer devido ao fato de
ter desenvolvido projetos de acordo com a necessidade e limitações impostas.

Sendo assim, pode-se afirmar que no contexto industrial e econômico da época, o Palácio
de Cristal significou muito, inclusive na revogação do imposto sobre o vidro, além de ter sido
concebido em coerência com as necessidades da exposição, salvando ainda a fileira de
árvores, numa atitude sustentável e de interação da arquitetura com o ambiente,
transformando-o. As definições de design, ainda que abrangentes e imprecisas, corroboram
com a consignação do projeto de Paxton não apenas como de um designer, mas de um
designer inovador e criativo.

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5. Conclusão

Paxton soube assimilar os processos de criação de maneira inovadora aproveitando a


tecnologia disponível para o melhor projetar para a sociedade, visando suprir suas
necessidades. Trabalhou com as limitações e propôs soluções inusitadas para sua época,
principalmente com relação aos materiais empregados.

O jardineiro de profissão Joseph Paxton pode ser considerado, nesta perspectiva, um


designer nato e uma grande influência para o design, pois soube conceber o Palácio de
Cristal utilizando-se de campos do saber diversos, tornando-o assim, um projeto
multidisciplinar, tanto nos aspectos estruturais quanto nos conceituais em sua obra.

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6. Bibliografia

ARGAN, G. C. Arte Moderna. São Paulo: Companhia das Letras, 1992.


BÜRDEK, B. E. Diseño: História, Teoria y Prática del Diseño Industrial. Barcelona:
Gustavo Gilli, 1994.
DARBY, M. F. Bourgeois and Aristocratic Cultural Encounters in Garde Art, 1550-1850
editado por Michel Conan, Washington , 2002.
DENIS, R. C. Uma Introdução à História do Design. São Paulo: Edgar Blücher, 2000.
DORFLES, G. O Design Industrial e a sua Estética. Lisboa: Presença, 1991.
DUGAN, John. The Great Iron Ship. New York: Harpers, 1953.
FAGGIANI, K. O Poder do Design: Da Ostentação à Emoção. Brasília: Thesaurus, 2006.
JUDICE, R. B. Palácio de Cristal. Petrópolis: Crayon, 1998.
KÜHL, B. M. Arquitetura do Ferro e Arquitetura Ferroviária em São Paulo – Reflexões
Sobre Sua Preservação. São Paulo: Ateliê Editorial: Fapesp: Secretaria da Cultura, 1998.
LIMA, E. L. C. Sobre Design e Designers. Estudos em Design, V.2, n.2. Anais P&D
Design, 1994.
LÖBACH, B. Desenho Industrial. Bases Para a Configuração dos Produtos Industriais.
1ª edição. São Paulo: Edgar Blücher, 2001.
MALDONADO, T. Design Industrial. Portugal: Edições 70, 1991.
MONTENEGRO, G. A. A Invenção do Projeto: Criatividade Aplicada em Desenho
Industrial, Arquitetura, Comunicação Visual. São Paulo: Edgard Blucher, 1987.
PEVSNER, N. Origens da Arquitetura Moderna e do Design. Martins Fontes, São Paulo,
2001.
PEVSNER, N. Os Pioneiros do Desenho Moderno. Martins Fontes, São Paulo, 1980.
SCHULMANN, D. O Desenho Industrial. Campinas: Papirus, 1994.

Sites Consultados

http://www.crystalpalacefoundation.org.uk/ Acesso em setembro/2008


http://www.victorianweb.org/history/1851/ Acesso em outubro/2008

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