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PAVILHÃO DO BRASIL NA FEIRA MUNDIAL DE 1939-40, PASSEIO VIRTUAL POR NOVAS IMAGENS
Resumo: Este trabalho levanta imagens referentes ao Pavilhão do Brasil na Feira Mundial de Nova York,
montado em 1939 e demolido no ano seguinte, de autoria dos arquitetos Lucio Costa e Oscar Niemeyer.
Relata o processo de investigação desse material nas fontes bibliográficas: no acervo Casa de Lúcio Costa,
na Fundação Biblioteca Nacional, nos filmes amadores da época e no relatório do comissário geral do Brasil
na feira Armando Vidal. Através dessas imagens, de plantas, e cortes reconstrói em ambiente virtual,
usando softwares de desenhos e modelagem, o edifício do pavilhão gerando novas imagens de sua
espacialidade.
Palavras chave: Lucio Costa, Oscar Niemeyer, Pavilhão Brasileiro.
Abstract: This paper catalogs images related to the Brazilian Pavilion at the New York Worlds Fair, built in
1939 and demolished in the following year, which authors were the architects Lucio Costa and Oscar Niemeyer.
The study reports the investigation process of this material in bibliographical sources: in the collection of
Casa de Lúcio Costa Foundation, at the Biblioteca Nacional Foundation, in amateur films from that time
and in the report of Brazils general commissioner at the fair, Armando Vidal. Through these images, plans
and sections, it reconstructs the pavilion building in a virtual environment, using design and modeling
software, generating new images of its spatiality.
Keywords: Lucio Costa, Oscar Niemeyer, Brazilian Pavilion.
Resumen: Este trabajo levanta imágenes referentes al Pabellón de Brasil en la Feria Mundial de Nueva
York, montado el 1939 y demolido el año siguiente, de autoría de los arquitectos Lucio Costa y Oscar
Niemeyer. Relata el proceso de investigación de ese material en las fuentes bibliográficas: en el acervo
Casa de Lúcio Costa, en la Fundación Biblioteca Nacional, en las películas amadoras de la época y en el
relato del comisario general de Brasil en la feria Armando Vidal. A través de esas imágenes, plantas y
secciones, reconstruye en ambiente virtual, utilizando software de dibujo y modelaje, el edificio del pabellón,
generando nuevas imágenes de su espacialidad.
Palabras llave: Lucio Costa, Oscar Niemeyer, Pabellón Brasileño.
Introdução
O Pavilhão do Brasil na Feira Mundial de Nova York de 1939-40 foi um dos mais
importantes edifícios da arquitetura moderna brasileira. Seus autores, os arquitetos Lucio
Costa e Oscar Niemeyer, obtiveram nesse projeto maturidade profissional frente às correntes
modernas desenvolvidas até então. A repercussão positiva da crítica internacional permitiu
também que ambos tivessem suas carreiras alavancadas a partir daquele momento. No
entanto o edifício, como acontece em todas as feiras da época, foi demolido. A apreciação e
entendimento do projeto ficam restritos nos dias de hoje (70 anos depois) à pouca
documentação remanescente.
O estudo de arquiteturas efêmeras como é o caso de pavilhões de feiras universais
esbarra sempre na impossibilidade do contato direto com a obra. Por melhor documentado
que tenha sido o edifício, suas imagens não conseguem transmitir a espacialidade que o
mesmo possuía. Algumas experiências neste campo foram bem sucedidas, como o caso do
pavilhão alemão para a feira mundial de Barcelona (1929) do arquiteto Mies van der Rohe,
cuja ampla documentação possibilitou sua reconstrução em 1986. No Brasil, uma experiência
dessas também já foi realizada: o palácio Monroe, construído para representar o Brasil na
feira mundial de Saint Louis, em 1904, foi remontado no Rio de Janeiro em 1906. Seu autor,
o General Souza Aguiar, o construiu em estrutura metálica com a intenção de findada a feira,
1
Doutorando em arquitetura pela FAU-USP, professor do Departamento de Arquitetura e Urbanismo da Universidade
Estadual de Maringá-UEM.
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Graduando de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Estadual de Maringá, acadêmico do Programa de 495
Iniciação Científica PIC-UEM.
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o edifício ser desmontado e reconstruído no Brasil, e assim foi feito até que o mesmo foi
novamente demolido pela segunda e definitiva vez em 1981.
A importância desses pavilhões reside muitas vezes no caráter experimental que anima
seus projetistas. Sua transitoriedade permite que os arquitetos tomem riscos que em outros
momentos não se permitiriam. O resultado dessas experiências muitas vezes se torna um
ícone para as gerações futuras. Neste, sentido o pavilhão do Brasil na Feira Mundial de Nova
York ganha força e reverbera ao longo de toda a história da arquitetura moderna brasileira.
A ação de redesenhar o pavilhão requer uma investigação dos documentos remanescentes.
3
Uma primeira versão da história do projeto para o pavilhão foi anteriormente tratada em MACEDO 2006.
4
Alguns dos desenhos de Lucio Costa podem ser acessados através do endereço eletrônico: http:// 496
arkhebrasil.rice.edu/showwork.cfm?WorkID=1459 ou http://arkhebrasil.rice.edu/showwork.cfm?WorkID=1461.
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Figura 2 - Capa do catálogo brasileiro na feira e vista do andar superior, fonte: WORLDS
FAIR 1939-1940, 1939
Figura 3 - isométrica da proposta de Costa e Niemeyer, fonte: Fundação Casa de Lucio Costa
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tivemos acesso (WORLDS FAIR 1939-40) está armazenado na seção de iconografia da Fundação
Biblioteca Nacional.
Outra fonte muito pouco citada nos estudos sobre o pavilhão é o relatório geral do
Brasil, elaborado pelo comissário geral na Feira - Armando Vidal, dividido em dois volumes. O
primeiro volume relata o ano de 1939 e não contem imagens, enquanto no segundo volume
referente ao ano de 1940, encontramos diversas imagens do pavilhão. São fotos dos estandes,
dos visitantes, e de autoridades ou personalidades ilustres (entre outros a primeira dama dos
EUA, senhora Eleanor Roosevelt) que visitaram a feira. Para a reconstrução do pavilhão, as
imagens que mais contribuíram foram aquelas de sua demolição, onde é possível perceber
detalhes do processo construtivo do edifício.
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Figura 5 - Extração de cenas do filme (MEDICUS, 1939-40)
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Metodologia
A partir desse projeto elétrico, digitalizado por técnicos da Biblioteca Nacional, foi
possível redesenhar com o uso do software AutoCAD as plantas do edifício. As medidas das
alturas dos pavimentos foram retiradas dos cortes em blue print presentes na fundação Casa
de Lucio Costa. Com o redesenho do pavilhão em sua porção horizontal (plantas) e porção
vertical (cortes) foi possível montar o edifício em suas três dimensões, através do uso dos
softwares AutoCAD e Sketchup. Com a modelagem completa retiramos novas imagens do
pavilhão, que foram confrontadas com imagens do catálogo, do relatório de Armando Vidal e
dos filmes amadores. Atestada a qualidade do trabalho, novos ângulos e detalhes ausentes da
documentação atual foram produzidos.
Figura 8 - Imagens do Pavilhão geradas a partir de maquete virtual, fonte: dos autores
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Conclusão
Bibliografia
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