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ARQUITETURA E PATRIMÔNIO PAULISTA CAU/SP

Imagem de Capa

Figura 1: Foto da fachada principal. Fonte: Tayná Ferreira

Ficha Técnica

Nome da obra: Edifício CBI- Esplanada


Data do projeto/construção/inauguração: Projeto 1946 / Inauguração 1951
Localização/perímetro: R. Formosa, 367 - Centro Histórico de São Paulo, São
Paulo - SP
Autor do projeto: Arq. Lucjan Korngold
Intervenções posteriores: O hall do edifício foi reformado
Tamanho do lote e área construída: Área do terreno 1.300 m², área total
construída de 50.000 m²
Tombamento: CONPRESP Resolução 37/92 n° do processo 1991-0.005.079-2
Solicitante do tombamento: não houve
Redação da ficha: Gabrielle
Isabela Vido Carrera
Mariana Longo
Tayná Ferreira Dos Santos

Texto de apresentação da obra:

Edifício CBI Esplanada (1946) período caracterizado pelo desenvolvimento acelerado


da indústria imobiliária e pela verticalização da área central da cidade, então
incentivada pela Administração Municipal. O edifício foi empreendido por um grupo
de investidores composto de elementos nacionais e imigrantes de origem polonesa,
que escolheram o arquiteto Lucjan Korngold como responsável pelo projeto. O
edifício possui 33 pavimentos, Na composição das fachadas sul, norte e leste, uma
grelha ortogonal marca a separação dos pavimentos, na horizontal, e o ritmo vertical
dos módulos estruturais, servindo também de quebra-sol e protegendo contra a
chuva, pontos que, ao longo do tempo, podem deteriorar a estrutura.
As janelas são metálicas, de vidraças, com abertura do tipo maxim-ar, possibilitando
absoluta ventilação e iluminação quando aberta, com os módulos inferiores e
superiores fixos. Nos altos das fachadas há um coroamento que se incorpora
visualmente ao alinhamento das fachadas e abrange os 3 últimos andares, recuados
conforme determinado pelo Código de Obras.
A fachada oeste, voltada para o Hotel Esplanada, possui uma solução mais simples
em relação às demais, com dois pares de janelas basculantes menores - um par em
cada extremidade. A parte central desta fachada é cega por corresponder ao núcleo
de circulação vertical interno com 4 elevadores junto à parede lateral do edifício.
Para que se garantisse a ventilação e iluminação dos cômodos construídos, foi
projetado um andar racionalista, com flexibilidade permitida com o agenciamento dos
núcleos de circulação e conjuntos de sanitário.
Esta planta livre é conseqüência da modulação estrutural a permitir que o andar
tenha diferentes ocupações: de modo integral ou em até quatro salões de grandes
dimensões. O revestimento desses pavimentos é de argamassa texturizada imitando
mármore travertino, com acabamento em pintura látex.
O prédio possui dois núcleos de elevadores que atendem às suas laterais. Esses
elevadores foram projetados como blocos verticais que agem como pivôs da
estrutura, ou seja, absorvendo as cargas de todas as vigas e conduzindo um
equilíbrio ao peso sustentado por cada andar do edifício.
A entrada pela Praça Ramos de Azevedo tem portão pantográfico metálico com
bandeira fixa de grade metálica. O outro acesso se dá pelo Parque Anhangabaú,
exclusivamente para pedestres e ao lado da agência do Banco do Brasil. O
revestimento do térreo é de mármore travertino

Texto de apresentação do autor do projeto:

Nascido em Varsóvia, Polônia em 1897. Lucjan formou-se engenheiro-arquiteto pela


Escola Politécnica de Varsóvia entre 1921 e 1922. Obteve menção honrosa na
5ª Trienal de Milão, em 1933, com o projeto de uma residência em Varsóvia
realizado com Henryk Blum (1897 - 1943). Participou da Exposição Internacional de
Artes e Técnicas na Vida Moderna, apresentada em Paris em 1937. Em 1939 é
chamado para integrar o Exército polonês. Nesse ano, a Alemanha invade a Polônia
e inicia uma onda de perseguições aos judeus, que leva o arquiteto a fugir para
Bucareste e se exilar no Brasil. No navio em que viajava estabelece contatos
importantes para o desenvolvimento de sua carreira como arquiteto em São Paulo,
começa a trabalhar no Escritório Técnico Francisco Matarazzo Neto entre 1940 e
1943. Associa-se ao arquiteto húngaro Francisco Beck (1901 - 1990) em 1944 e dois
anos depois desfaz essa sociedade, e monta o Escritório Técnico Lucjan Korngold
Engenharia e Construções. Naturaliza-se brasileiro em 1949, e em 1953 recebe o
registro do Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura - Crea, podendo, então,
assinar e se responsabilizar tecnicamente pelos projetos e obras do escritório. Em
1960, associa-se ao arquiteto brasileiro Abelardo Gomes de Abreu (1929), que,
inspirado pelo modelo norte-americano, sugere a separação entre as atividades de
projeto e construção, que passam a ser desenvolvidas pelo Escritório Técnico Lucjan
Korngold Engenharia e Construções Ltda.
Suas obras com maior destaque foram o edifício CBI-Esplanada aqui no Brasil,
Casas e edifícios residenciais em Varsóvia, Mansão da rua Chocimska, Companhia
de seguros "Polônia".
Importância da obra para o Movimento Moderno:

A obra foi bastante significativa para arquitetura paulista e brasileira, foi o primeiro
edifício mais alto construído dentro das novas tecnologias da época, sendo o
primeiro prédio moderno com andares de laje livre, sem divisões (1200 m²), na época
de sua construção, foi a maior estrutura de concreto armado do mundo.
Em 1946, ano em que o edifício foi projetado, o gabarito de altura do vale do
Anhangabaú foi definido por lei em 80 metros. O edifício estava acima do gabarito
definido e foram abertas algumas concessões para a sua construção. Os elevadores
do edifício também foram dotados de recursos, à época, precursores, atendendo a
um trafego de 20.000 pessoas por dia.

Figura 1: Implantação. Fonte: Google Maps. Acesso em: 22 mai. 2019.

Projeto original:

Figura 2: Planta do pavimento tipo, sem escala. Fonte: Representação do grupo de


estudo
Imagens:

Figura 3: Perspectiva de altura diagonal.


Fonte: Tayná Ferreira

Figura 4: Fachada Principal. Fonte: Tayná


Ferreira
Figura 5: Fachada no seu estado atual. Fonte: Tayná Ferreira

Figura 6: Fachada no seu estado atual. 2019. Fonte: Tayná Ferreira


Figura 7: Detalhe do acesso social. Fonte: Tayná Ferreira

Figura 8: Detalhe do acesso social. Fonte: Tayná Ferreira


Indicações bibliográficas:
Segawa, Hugo. Arquiteturas no Brasil – 1900-1990. 2ª. ed. São Paulo: EDUSP,
1999
Vasconcelos, Augusto Carlos de. O Concreto no Brasil (2 vols.). São Paulo: Pini,
1985 (vol.1) e 1992 (vol.2).
Benedito Lima de Toledo. Prestes Maia e as origens do urbanismo moderno em
São Paulo. São Paulo: Empresa das Artes, 1996.
http://saudadesampa.nafoto.net 28/11/2009 Publicada por Srta. Eli Mendes(data de
acesso 07/05/2019)
Cultura, SP (3 de novembro de 2015).Edifício CBI-Esplanada - SP Cultura. SP
Cultura(data de acesso 07/05/2019)
"Prédios de São Paulo: C.B.I. Esplanada", Liz Batista, Estado de S.Paulo, 25 de
setembro de 2014 (data de acesso 07/05/2019)
Xavier, Alberto. Arquitetura moderna paulistana. Pág. 14. São Paulo: Pini, 1993.
Segawa, Hugo. Prelúdio da metrópole: Arquitetura e Urbanismoem são Paulo na
passagem do século XIX ao XX. São Paulo: Ateliê editorial , 2000.

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