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Estética e Cosmética: marcos históricos

Profª. Claudia Lúcia Batalha

Descrição

O conhecimento da história de uma profissão, seus principais personagens, civilizações antigas,


atravessando gerações até o século atual com a promulgação lei da regulamentação.

Propósito

Compreender fatos ocorridos em épocas passadas e que ainda permanecem ativos, contribuindo para
profissão esteticista atual.

Objetivos

Módulo 1
Origem e história da estética, cosmética e beleza

Compreender a origem e história da estética, cosmética e beleza.

Módulo 2

Trajetória e regulamentação da profissão

Descrever a trajetória profissional de estética e cosmética e regulamentação da profissão.


Introdução
Neste estudo, abordaremos fatos que deram início a toda evolução da estética no mundo até a sua
chegada ao Brasil.

Desde o início dos tempos, mesmo sem conhecer a palavra correta para definir o ato de se arrumar,
existia uma atitude ritualística em cuidados com aparência praticada, inicialmente, pelas mulheres.
Pentear os cabelos, escolher a vestimenta perfeita e os adornos para enfeitar a aparência, tudo
visando proporcionar um destaque no meio de seu convívio social, o que posteriormente seria
definido como “beleza”.

Com o despertar de uma sociedade vaidosa e mulheres cada vez mais desejando exibir sua beleza,
iniciou-se uma procura para saciar a vaidade ainda mais. Além dos acessórios, percebeu-se a
necessidade de promover uma hidratação da pele, ressaltar os traços dos olhos, os tons dos lábios,
as maçãs do rosto, entre outras características. Houve assim uma constante evolução pelo
aperfeiçoamento da beleza e da sedução a seu favor.

Sucumbindo aos apelos da sociedade da época, reis, rainhas, plebeus e plebeias iniciaram uma
preocupação constante com compor sua aparição em público. Assim, passaram a aderir a cabelos
arrumados, pinturas na face e vestimentas, apesar de recatadas, que valorizassem as curvas de
corpo. Desse conjunto de rituais, surgiu a estética.

Dentro de toda essa harmonização do indivíduo, a estética é conhecida como a filosofia da arte,
crítica literária ou tudo do que se proporciona ao belo nas manifestações artísticas e naturais.

Estética
Palavra originária do termo grego aisthetiké, que significa “aquele que nota ou percebe”.
1 - Origem e história da estética, cosmética e
beleza
Ao final deste módulo, esperamos que você compreenda a origem e
história da estética, cosmética e beleza.

A mitologia grega, a inspiração ao belo e à


estética
Estátua Vênus de Milo, atribuída a Alexandre de Antioquia.

Ao nos reportarmos à história da mitologia grega, é fácil nos lembrarmos das grandes estátuas erguidas às
deusas do Olimpo, que representavam, de maneira filosófica, a percepção do “belo” e da estética.

Esculturas em tamanho real da deusa Afrodite, entre outras, representavam o que seria considerado um
corpo belo, harmonioso em proporção entre as partes, dentro do que seria símbolo de padrão de beleza
feminina, com muita poupa.

Ainda assim, a beleza da mulher era considerada como algo perverso e, a do homem, rica de formas
musculares exuberantes, passou a ser mais evidente.

A civilização grega se preocupava com a saúde e a beleza, principalmente no que


se referia aos cuidados com o corpo, como higiene, atividades físicas, banhos com
óleos essenciais, massagens aromáticas, cabelos penteados e enfeitados, e
maquiagem muito delicada.

Estética e o conceito do belo como definição


Com uma visão generalizada, a história definiu a beleza de uma forma muito complexa. Contudo, é possível
que alguns tenham concepção contrária do que outros consideram belo. O conceito e o exemplo de beleza
variam de indivíduo para indivíduo.

Podemos descrever a estética como uma ciência que fez um apanhado de recursos e eventos, ocorridos ao
longo dos séculos, aprimorando-os a partir da evolução do tempo e do indivíduo. A definição de estética
está associada à saúde e ao bem-estar. Em consonância, a Organização Mundial de Saúde (OMS), em 1946,
define que a saúde é o estado de completo bem-estar físico, mental e social, e não meramente a ausência
de doenças.

De maneira inicial, para definir um padrão, cujo conjunto se refere ao somatório que leva ao belo, os
cuidados com a aparência passaram a fazer parte do dia a dia dos indivíduos. Para compor um visual “belo”,
eram necessários:

Cabelos apresentáveis

Silhueta corporal definida


Maquiagem

Acessórios e vestimenta
Assim, a estética é uma ciência que remete à beleza, aos cuidados e às transformações dos cuidados com
o corpo, que sofre influências de um contexto cultural (SILVA et al., 2014).

A civilização egípcia, o berço da estética


Algumas vezes, devemos voltar ao passado para entendermos o presente. Desse modo, é necessário
conhecermos a contribuição da civilização egípcia para a estética atual.
Técnicas de maquiagem
Ao pensarmos em maquiagem, em olhos bem delineados e marcantes, logo pensamos nos
egípcios antigos. Essa civilização foi muito bem representada nos filmes que contam a
história do Egito e dos grandes faraós.

Cuidados com cabelo e vestimenta


Do mesmo modo, nos lembramos dos cabelos cheios de adornos, dos banhos contendo
ervas aromáticas e das vestimentas exuberantes.

Banhos
Os banhos de leite de cabra de Cleópatra, rainha do Egito, a fim de promover uma hidratação
da pele, atualmente são ofertados para os chamados “Dia da Noiva”. Seus banhos
aromáticos, realizados com ervas, tinham como intuito perfumar e acalmar, e hoje são
disponibilizados em diversos spas.

Observe uma imagem que retrata os tratamentos de beleza egípcios:


Representação dos tratamentos de beleza do Egito.

Curiosidade

Nenhuma civilização representa tanto a estética quanto a egípcia. Papiros antigos narram a história e os
feitos de vários personagens importantes do Egito para a nossa estética atual, como a lendária Cleópatra. A
rainha do Egito também era a rainha da vaidade, dos padrões de sedução. Era uma usuária de tratamentos
de beleza de sua época, buscando bem-estar e ostentar luxo. Em uma comparação dos costumes de beleza
dos tempos antigos com os dos atuais, percebemos o legado, passado por gerações, de Cleópatra, grande
representante da estética e cosmética.

Cuidados com a higiene eram uma maneira de se proteger do mal e de


doenças (GERSON et al., 2011).

A cultura egípcia se destaca na história pela maquiagem. Olhos muito bem delineados e com contornos
marcantes eram pintados com recursos primitivos, utilizando carvão, tinturas e especiarias para promover
um traçado impactante. Para acompanhar o traçado dos olhos, sombras eram produzidas a partir da
extração de um pó de mineral conhecido como pedra de Malaquita, que oferecia um pigmento na cor
esverdeada às pálpebras dos poderosos do Egito. Já as sobrancelhas eram pintadas a partir da extração da
henna egípcia. Cury, açafrão, entre outras especiarias conferiam uma forma de pó e tintura para maquiar a
pele.

Destaque da maquiagem dos olhos e das sobrancelhas de uma egípcia.


Povo hebreu
Na civilização hebreia, os cuidados com a pele envolviam hidratação, proteção e conservação. Esse povo
utilizava preparos de cosméticos à base de óleos de semente de uvas, azeite de Oliva e um unguento
(pomada) feito a partir de uma planta aromática, conhecida como hissopo, utilizada para a higiene. Também
usavam bálsamos à base de canela, mirra e romã, e cada propriedade terapêutica das plantas descobertas
era empregada em prol da saúde, como uma forma de realizar a higiene bucal, repelir pulgas, vermes
intestinais, entre outros tratamentos.

Os cuidados com o corpo e as preocupações com a higiene do povo hebreu tinham uma razão. Eles
acreditavam que o corpo deveria estar cercado de cuidados, pois fora um presente divino. Seus recursos
eram ervas aromáticas que apresentassem algum benefício e frutas que tivessem poderes terapêuticos
voltados à saúde.

Grandes civilizações influenciadoras da


estética
Elencamos três das grandes civilizações que influenciaram diretamente na construção do conceito de
estética.

Gregos

Na contramão da civilização egípcia em relação aos excessos com a produção visual, os gregos tinham
uma expectativa estética mais voltada para a saúde. Por exemplo, a prática de atividades físicas visava ao
mecanismo fisiológico, além da performance corporal. Eles consideravam o corpo um templo, por isso se
banhavam com ervas aromáticas (óleos essenciais) e utilizavam mel e azeite para máscaras corporais.
Essas práticas compunham benefícios para o bem-estar do indivíduo.

Para Hipócrates, além dos cuidados com o corpo, a higiene e os banhos de sol e de água eram uma maneira
de tratar e prevenir doenças. O asseio do corpo e das mãos era um modo de manter a saúde. Esse fato foi
comprovado cientificamente séculos mais tarde, demonstrando o quanto importante eram os ensinamentos
passados no início dos tempos.

Embora a Grécia Antiga considerasse o corpo humano como um templo sagrado, que deveria ser cuidado e
preservado, também teve a sua história de glamour. Mesmo de maneira discreta, a vaidade fazia parte do
público feminino. Por exemplo, mulheres usavam penteados com cachos exuberantes, belas fitas de seda
em tons discretos e maquiagem delicada e sutil. Podemos perceber, portanto, que a civilização grega
buscava o equilíbrio entre a saúde e o belo.

O termo cosmético está associado à palavra grega kosmetikos, que significa hábil no uso da estética
(GERSON et al., 2011)

Romanos

Na Roma Antiga, os padrões de beleza eram voltados aos banhos. Fazia parte da cultura dos romanos a
“arte dos banhos” ou “casas de banhos”, locais construídos para o bem-estar dos frequentadores, separando
o lado masculino do feminino. O banho consistia em uma espécie de piscina artesanal rústica, onde o corpo
repousava. Nas águas, havia um preparo de ervas aromáticas, flores, açafrão, amêndoas entre outros
elementos naturais.

Os romanos também eram adeptos à prática do tratamento com vapor, a massagens e à hidratação
corporal, ocorridos na casa de banho. Ainda é possível, encontrar ruínas dessas “casas” em Roma. O povo
romano acreditava nos benefícios das águas, ervas aromáticas, massagens, da hidratação e dos cuidados
com a pele para a saúde.

Uma curiosidade é que o exército romano, um dia antes de ir à luta, descansava na “casa de banho”, a fim de
preparar o corpo para a guerra.

Asiáticos

Os asiáticos também contribuíram culturalmente para a estética. Os chineses e japoneses, por exemplo,
eram adeptos dos recursos oferecidos pela natureza em prol de tratamentos para manter corpo e mente
sãos. A utilização dos chás como bebida medicinal, o uso do bambu em variadas práticas de tratamento e
os cuidados na preservação do corpo compunham uma cultura sofisticada.

Segundo relatos da história, uma mistura proveniente de cera de abelhas, goma arábica, gelatina e claras de
ovos era aplicada sobre as unhas, para proporcionar coloração nos tons carmim ou preto. Não podemos
deixar de citar as gueixas, exemplos de beleza com exuberantes maquiagens e vestimentas e lindos
adornos em seus fabulosos penteados.

As gueixas realizavam uma técnica de retirada de pelos com a utilização de linhas, o que nos reporta aos
dias atuais com a “depilação com linha”.

Hipócrates

Considerado o Pai da Medicina, viveu entre 460 a.C e 375 a.C.

A concepção de beleza ao longo da história


O caminhar da beleza e os cuidados com a higiene e com o corpo estavam se propagando. Porém, isso
cessou com a chegada da Idade Média, também conhecida como Idade das Trevas, após a queda do
Império Romano (em 476 d.C.) e as invasões bárbaras. Toda atenção dedicada ao cultivo do corpo e à
beleza era algo reprovável de acordo com o entendimento e radicalismo da Igreja, pois caracterizava uma
prática contra os princípios do cristianismo. Desse modo, foram reprimidas com rigor a higiene (declínio do
banho), a maquiagem, a prática da utilização de ervas, salvo pela Igreja, e a contemplação ao belo. Foram
impostas ainda vestimentas recatadas, banindo qualquer atitude que levasse ou induzisse os indivíduos ao
pecado.

Com a ausência da prática de banho, infestações de piolhos (pediculose), epidemias e doenças associadas
à falta de higiene acometeram a população dessa época.

No Renascimento, havia uma motivação pela liberdade da arte, e pelo retorno da higiene e da beleza. Como
maneira de prevenir doenças, cosméticos e fragrâncias voltaram a fazer parte da vida das pessoas, sem ter
punição ou ser considerado crime contra a Igreja.

Saiba mais

Nesse período, destacaram-se grandes personagens que marcaram época. Leonardo da Vinci e
Michelangelo, por exemplo, retratavam a estética em suas pinturas, sob uma visão do homem, seguindo o
padrão do naturalismo, com nervos e músculos à mostra. Houve assim a volta de toda a poupa do glamour
e dos penteados, a valorização do colo feminino, com destaque dos seios fartos. As mulheres passaram a
usar espartilhos como acessório íntimo para colaborarem com a sua silhueta feminina. As perucas
ganharam espaço na cabeça do público feminino e masculino, exibindo penteados exuberantes.
Depois de Cleópatra, revolucionária rainha do Egito, podemos destacar outra rainha
pela sua forma extravagante de esbanjar um glamour avassalador: Maria Antonieta,
rainha da França (1755-1793).

Maria Antonieta, rainha da França (1755-1793).

A rainha usava vestimentas compostas de seda da mais alta qualidade e era adepta de recursos de
cosméticos como forma de cuidar da pele. Banhava-se com leite e morangos e, em seu rosto, utilizava um
pó facial, fabricado a partir de amido milho fino, que era pulverizado sobre a sua face para proporcionar um
aspecto de fina camada de cobertura e leveza em sua maquiagem. Seus lábios e suas bochechas eram
coloridos nos tons de rosa e laranja. Seus penteados e perucas eram glamorosos e altos, uma associação
ao poder na época. Flores, arames, cachos, entre outros artifícios, eram utilizados para compor o penteado.
Assim, o povo sempre ficava à espreita para copiar, dentro de seus recursos, o visual da rainha e admirar
como a sua pele estava linda e cuidada como uma relva.

As mulheres sempre estiveram contribuindo com a estética. Na contramão de Cleópatra e Maria Antonieta, a
simplicidade fazia parte do reinado da rainha Vitória da Inglaterra (1837-1901). Ainda assim, a rainha inglesa
tinha cuidados com a beleza e a preocupação com a saúde. Para tanto, utilizava recursos naturais, como
preparos de mel, leite, ovos, frutas, aveia, vegetais (pepino). Esses elementos eram empregados em
máscaras faciais para promover a jovialidade e frescor na pele.
Durante seu reinado, a rainha Vitória considerava penteados, maquiagens e roupas extravagantes
pertencentes aos saltimbancos e aos atores de teatro, como forma de compor um figurino teatral e chamar
a atenção do público para lotar a plateia e reder algumas moedas de pagamento pelas cenas teatrais.

Vitória, rainha da Inglaterra (1837-1901).

Vamos analisar a seguir um comparativo das práticas realizadas por civilizações antigas, oriundas do Egito,
Roma, Ásia e França, que foram preservadas e são executadas pela estética hoje em dia, com algumas
adaptações para as práticas atuais.

Começaremos pelo Egito. Observe:


Prática das antigas civilizações Origem Estética atual – Brasil

Dia da Noiva: banhos hidratantes


Banhos de leite de cabra Egito
com leite de cabra

Olhos bem delineados com Maquiagem definida: olhos de


Egito
carvão gatinho marcantes com delineador

Tintura à base de henna para


Pintura das sobrancelhas henna Egito
sobrancelhas

Banho de ofurô com óleos


Banhos aromáticos com ervas Egito
essenciais

Argiloterapia (facial, corporal e


Argilas Egito
capilar)

Massagens nos pés Egito Reflexologia podal e escalda pés

Esfoliação para afinar a camada


Esfoliação com pedra-pomes Egito
córnea

Utilização de óleos essenciais Aromaterapia e seus tratamentos


Egito
em vários recursos com óleos essenciais

Adornos e perucas Egito Apliques e perucas atuais

Elaborado por Claudia Batalha e adaptado por Thaiane Andrade.

Vejamos nos quadros a seguir os costumes provenientes de Roma e da França:


Prática das antigas civilizações Origem Estética atual – Brasil

Banhos à base de ervas entre


Roma Jacuzzi nos spas
outros

Tratamentos com banho de


Roma Hidroterapia com ozônio
imersão

Massoterapia com ou sem óleos


Massagem corporal Roma
essenciais

Espartilhos como acessório Cintas e espartilhos para modelar a


Roma
íntimo silhueta

Elaborado por Claudia Batalha e adaptado por Thaiane Andrade.

Prática das antigas civilizações Origem Estética atual – Brasil

Pó facial, bochechas e lábios Maquiagem com pó, blush e


França
coloridos batons

Penteados com cachos longos e


França Cachos feitos com babyliss
fitas

Elaborado por Claudia Batalha e adaptado por Thaiane Andrade.

Para concluir, elencaremos os costumes preservados e executados pela estética atual, provenientes da Ásia
e da Grécia. Veja:
Prática das antigas civilizações Origem Estética atual – Brasil

Massagem com bambu ou


Uso de bambu Ásia
bambuterapia

Retirada de pelos utilizando linha Ásia Depilação à linha

Compostos para coloração das


Ásia Esmalte de unhas
unhas

Elaborado por Claudia Batalha e adaptado por Thaiane Andrade.

Prática das antigas


Origem Estética atual – Brasil
civilizações

Recomendado para gerar vitamina D por 15


Banho de sol Grécia
minutos diários.

Elaborado por Claudia Batalha e adaptado por Thaiane Andrade.

A cosmética associada à beleza e a sua


chegada ao Brasil
Ao pensarmos na beleza, também nos vem à mente meios para conservação, preservação, cuidados com a
higiene. A estética pode ser definida como uma ciência que teve sua evolução juntamente com os séculos
desde a pré-história.

Século XVIII

Higiene e saúde
Tornam-se evidentes os benefícios da higiene em prol da saúde do indivíduo. Foi estimulada a
fabricação caseira de cosméticos utilizando ingredientes naturais, como águas de rosas,
arroz, creme à base de pepino, argilas. Essas formulações rústicas eram feitas pelas
mulheres do lar da época, que criavam seus próprios cosméticos para tratar a pele. Uma
polonesa, chamada Helena Rubinstein, ofertava às mulheres potes de cremes cosméticos de
fabricação caseira com receita da família. Surgiu assim a primeira esteticista do mundo.

Década de 1920

Fabricações cosméticas

Texto do item.A indústria cosmética ganha um reforço na beleza, a empresária Helena


Rubinstein, empreendedora da época, lança batom no formato em tubo para colorir os lábios
e inova o mercado da beleza em 1921. Apesar do grande feito de contribuição para
maquiagem, era um privilégio de poucos a aquisição do batom. Devido ao valor de mercado,
uma minoria de consumidoras poderia adquirir o produto. Na sequência das fabricações
cosméticas, temos desodorantes contidos em tubos, laquês fabricados para penteados,
tinturas para coloração de cabelos, produtos para produção de cachos nos cabelos,
shampoos e creme dental.

Década de 1930

Cuidados com a pele

A indústria cosmética adota propostas atraentes, com promessas de eternizar a jovialidade


da pele.
Década de 1950

Maquiagem e penteados

No Brasil, por volta dos anos 50, a chegada da televisão influenciou o uso de maquiagem e
penteados, assim como o cinema. Empresas de cosméticos multinacionais se estabeleceram
no país.

Curiosidade

A principal concorrente de Helena Rubinstein foi Florence Nightingale Graham, mais conhecida como
Elizabeth Arden. Ambas foram desafiadas por Charles Revlon, fundador da empresa Revlon, que inicialmente
comercializava um verniz de unha, posteriormente vindo a se chamar esmalte. Outro concorrente foi David
McConnell. Ele vendia livros (incluindo Bíblias) de porta em porta e adotou a estratégia de presentear com
pequenas amostras de perfume cada venda. Connell rapidamente percebeu que seus clientes estavam mais
interessados nos perfumes do que nos livros, assim surgiu a gigante empresa Avon.

Apesar da crescente demanda de cosméticos e suas aplicabilidades sobre a pele, a estética no Brasil era
exercida somente por alguns profissionais situados em São Paulo e no Rio de Janeiro. Nas chamadas
Maisons, eram realizados pouquíssimos tratamentos estéticos faciais. Os profissionais eram treinados por
estrangeiros que vinham a trabalho, enviados por empresas de cosméticos cuja intenção era vender seus
produtos. Por isso, nesses treinamentos, forneciam somente informações com intuito explicativo do uso do
produto cosmético que comercializam.

Nessa época, ainda não se tinha cosméticos profissionais, recursos de eletroterapia, protocolos estéticos.
Era o início de toda uma trajetória que estava por vir.

No Brasil, a estética é introduzida, de forma pioneira, por Anne Marie Sophie Weil Klotz, em 1955. A brasileira
filha de um cônsul francês formou-se esteticista na França. Klotz realizava seus primeiros atendimentos em
Copacabana, no Rio de Janeiro, em um cômodo de sua casa, com equipamentos e cosméticos trazidos da
França. Com a crescente demanda de clientes por tratamentos de beleza e de mulheres que se interessaram
em aprender o ofício da beleza, Anne Marie Klotz inaugurou a primeira escola de estética no Brasil, a
Academia Científica de Tratamento de Beleza, devidamente registrada no Ministério da Educação, no ano de
1960. Também situada em Copacabana, pessoas de todas as regiões do Brasil procuravam a escola, a fim
de obter um diploma e conhecimentos de beleza ministrados pela senhora Klotz. Depois, vieram outros:
Academia Científica de Tratamento de Beleza

Carteira do curso de esteticista de 1960 e diploma de formação.

São Paulo
Devido à demanda nos cuidados com a imagem e o visual, clientes aderindo aos penteados e tratamentos
das madeixas, Janine Goossens e seu esposo inauguraram na cidade de São Paulo o primeiro Salão de
Beleza e Estética do Brasil.

Curitiba
Em Curitiba, no Paraná, um farmacêutico em sua botica manipulava fórmulas galênicas e perfumes. Em
pouco tempo, ele despontou para a indústria cosmética e inaugurou a Boticário.

Saiba mais

Na segunda metade do século, uma nova empresa surgia na Rua Oscar Freire, em São Paulo, onde dois
jovens talentosos desenvolviam produtos de beleza e ensinavam a forma correta de utilização. Nascia,
assim, a Natura Cosméticos.
Os cursos para a formação de esteticistas possibilitavam uma profissão, principalmente, para mulheres que
já tinham filhos adultos, oferecendo a elas oportunidade de se trabalhar em casa sem se ausentar das
tarefas domésticas. Algumas alunas eram senhoras que buscavam uma ocupação e viam na profissão de
esteticista um hobby ou uma forma de contribuir com as despesas do lar. Assim, a escola de estética
tornou-se uma solução promissora para o mercado de trabalho.

Atenção!

Nessa época, cursar uma faculdade era privilégio de poucos e, principalmente, de homens. Além disso, não
havia curso de estética no ensino superior.

Essa profissão promissora e atrativa foi tornando-se cada vez mais desejada, tanto que outras “escolas para
senhoras” foram abertas.

1961

No ano de 1961, também no bairro de Copacabana, no Rio de Janeiro, Elizabeth Arden


inaugura o Curso de Limpeza de Pele e Maquiagem, com registro no MEC. Depois de algum
tempo, outros cursos de formação básica na área de estética surgiram no Rio de Janeiro,
como a Escola Payot, fundada por M. G. Payot, e a Socila.

1965

A aluna da Escola France Bel, em 1965, Waldtraud Ritter Winter formou-se em esteticista.
Anos depois, participou do Curso do Comitê Internacional de Estética e Cosmética e obteve o
título internacional do CIDESCO.
1983

Apaixonada pela profissão esteticista, Winter fundou a Escola Técnica Integral em 1983, em
Belo Horizonte, Minas Gerais. Seus ensinamentos incluíam a técnica de drenagem linfática
manual, sendo a precursora do método do doutor Emil Vodder no Brasil. Winter foi a autora do
livro Drenagem Linfática na década de 90.

1979

Assim, a estética crescia e profissionais estrangeiros eram convidados a virem ao Brasil para
ministrarem cursos para capacitar as esteticistas. Naquela época, a drenagem linfática
manual não era conhecida ainda no país, e foi para apresentar esse método que o professor
Albert Leduc realizou o primeiro curso de drenagem linfática, em novembro de 1979. O curso
foi ministrado no Hotel Everest, em Ipanema, no Rio de Janeiro, e contou com apenas 20
alunas inscritas, uma vez que o método ainda era desconhecido, salvo por alguns
profissionais da saúde.

1981

No ano de 1981, o professor Leduc retornou ao Brasil para realização de um novo curso de
drenagem, sendo o interesse do público muito maior.

Século XX

No final do século XX, a ciência dos cosméticos e a estética do corpo se fundem para compor
a imagem pessoal, contribuindo não somente para a beleza atual, mas também para a
prevenção do envelhecimento da pele, como uma maneira de saúde e bem-estar.
No Brasil, houve um crescente interesse por métodos de cirurgias plásticas, liderando o ranking entre outros
países. Também houve um aumento do uso de cosméticos por diversas classes sociais, tornando o setor
muito produtivo e atraindo a atenção de diversos meios de investimento. A beleza se tornou um negócio
lucrativo.

Atualmente, em pleno século XXI, os avanços estéticos invadem vários seguimentos da beleza e da saúde,
fazendo parte inclusive de trabalhos aceitos no SUS, como as conhecidas PICs (Práticas Integrativas e
Complementares). A profissão de estética abraça um leque de opções de atuação de trabalho, como: spas,
navios, hotéis, clínicas, salões de beleza, entre outras.

Com os avanços da cosmetologia, resultados cada vez mais satisfatórios são demonstrados nos
tratamentos estéticos com tecnologias de ponta. Podemos destacar os cosméticos com agentes
antienvelhecimento e bloqueadores de UV, que utilizam princípios ativos com nanotecnologia, peelings
químicos à base alfa-hidroxiácidos, cremes para renovação celular da pele e tratamentos cada vez mais
sofisticados.


A história da estética até os dias atuais
Neste vídeo, a especialista Cláudia Batalha apresentará de forma sucinta os marcos mais significativos que
contribuíram com a evolução e formação da estética.
Falta pouco para atingir seus objetivos.

Vamos praticar alguns conceitos?

Questão 1

A Estética atual tem uma representação muito forte diante dos fatos ocorridos no passado histórico.
Segundo descobertas históricas, ficou constatado que, antes de Cristo (a.C.), cuidados estéticos já
eram praticados, seja por meio de maquiagens, seja por meio de massagens nos pés. Nesse contexto,
assinale a opção que caracteriza a civilização antiga que mais contribui com o seu legado para o berço
da Estética.
A Povo romano

B Povo egípcio

C Povo grego

D Povo asteca

E Povo asiático

Parabéns! A alternativa B está correta.

Nenhuma civilização teve uma cultura tão marcante e significante para a área da Estética quanto a
egípcia.

Questão 2

Entre as mais variadas civilizações antigas, a preocupação em cuidar do corpo ia além da beleza e
estética. A civilização hebreia, de forma muito específica, enxergava os cuidados com o corpo sob uma
crença divina. Marque a opção que conota a expressão do povo hebreu no aspecto dos cuidados com o
corpo.
A O corpo deveria estar cercado de cuidados, pois fora um presente divino.

B Após a morte, a alma retornaria para corpo, por isso ele deveria ser preservado.

C Com preservação do corpo, a alma era considerada pura.

D Um corpo preservado era sinônimo de saúde para toda a família.

E Com preservação da matéria corporal, após a morte, haveria um lugar no paraíso divino.

Parabéns! A alternativa A está correta.

Sob um aspecto religioso, o povo hebreu acreditava que o corpo devia estar cercado de cuidados, pois
fora um presente divino e, portanto, merecia ser muito bem tratado.
2 - Trajetória e regulamentação da profissão
Ao final deste módulo, esperamos que você descreva a trajetória
profissional de estética e cosmética e regulamentação da profissão.

O início da estética no Brasil


De maneira singela, a estética iniciou seus primeiros atendimentos, realizando somente atendimento facial.
Essa atividade laboral ficou sendo conhecida como esteticista, atraindo mulheres que buscavam aprender
um ofício que lhes desse uma ocupação profissional e autonomia de trabalho. Realizada exclusivamente
pelo gênero feminino, recursos muito básicos eram passados como forma de aprendizagem da profissão.
Os tratamentos faciais eram limitados e, nessa época, o fascínio por tratar o rosto abrangia uma percepção
muito grande. Os cuidados com a aparência se voltavam para a parte mais exposta do corpo, atraindo desde
artistas a filósofos, indivíduos que valorizavam a beleza e conservação da face, para hidratar, combater e
prevenir o envelhecimento da cútis.

Com despertar da estética no Brasil, Anne Marie Klotz criou, em 21 de agosto de 1963, a FEBECO
(Federação Brasileira de Estética do Brasil) que permitia a filiação de todas as esteticistas do país. As
reuniões da federação ocorriam na Escola France Bel, de forma inicial. Nesse período, o curso de estética
ministrava um conteúdo mais técnico voltado para ações práticas e era ofertado pelo mercado.

Federação Brasileira de Estética do Brasil

Logo e capa da carteira da FEBECO das esteticistas filiadas à federação.


Comentário

Em 1966, foi realizado o 1º Congresso Nacional de Estética, Maquiagem e Cosmetologia no Museu de Arte
Moderna (MAM), situado no Aterro do Flamengo, no Rio de Janeiro. No evento, sob a montagem de uma
grande lona branca, o professor e maquiador estrangeiro Fernando Aubry palestrou sobre maquiagem e fez
demonstrações. Nos pós-congressos, o professor Aubry ministrou um curso de maquiagem, certificado com
diploma internacional, iniciativa inédita então realizada na categoria da beleza.

A estética e a trajetória pelo embasamento


científico

1974 1978 1981

O Brasil, pela FEBECO, aceita Em 17, 18 e 19 de novembro No ano de 1981, devido às


o convite para participar do de 1978, o 1º Congresso dificuldades de
Congresso em Buenos Aires, Brasileiro e IV Latino- deslocamentos das
Segundo Congresso Latino- Americano de Estética e integrantes da FEBECO, surge
Americano de cosmetologia Cosmetologia aconteceu no a ASSERJ (Associação de
Dermatológica, com mais de Rio de Janeiro, realizado no Estética do Rio de Janeiro), a
2 mil pessoas presentes no Hotel Othon Palace, exibindo fim de reunir somente
Centro de Convenções, um conteúdo científico integrantes do estado do Rio
realizado pelo Centro apresentado de forma de Janeiro.
Argentino de Cosmetólogos inovadora.
Juan Carlos Sardá.

FEBECO

A federação tornou-se conhecida por seu crescimento. Nessa época, era comum profissionais viajarem a outros
países para realizar cursos de especialização e depois ministrá-los.
A título de continuar avançando na propagação dos conhecimentos no âmbito estético, a Faculdade Estácio
de Sá passou a oferecer cursos para esteticista, com duração de três meses e aulas nos fins de semana.
Fazia parte do conteúdo programático as disciplinas: anatomia, dermatologia biológica, química,
cosmetologia, física, eletricidade, cabelo e unha. Eram ofertadas aulas teóricas e práticas, seguindo os
padrões de exigência do CIDESCO.

Em meio a congressos da área de estética, nada mais que justo aderir à iniciativa de trabalhos científicos
para caracterizar ainda mais as atuações profissionais. Foi assim que a esteticista Antônia M. G. Leite Rosa
apresentou trabalhos científicos nos Congressos de Estética.

Curiosidade

Anos mais tarde, no início do século XX, uma descoberta marcou a história não somente do Egito, mas do
mundo. Foi revelado que, após 5 mil anos, cremes, incensos e recursos de tratamento corporais com
presença de óleos essenciais ainda conservavam o aroma dos óleos. Isso comprova que, desde tempos
remotos, já existia a preocupação com a estética corporal, fundamentando ainda mais a necessidade de
uma regulamentação para uma profissão cujos conhecimento e realização dos feitos atravessaram a
história.

Registros históricos de tratamentos corporais da civilização egípcia demonstram


que gordura de origem vegetal e animal, cera de abelha, leite e mel eram utilizados
nos preparos de cremes corporais, buscando hidratação e conservação da pele,
uma vez que o Egito tinha um clima desértico.

Muitas profissionais treinadas se dedicavam ao atendimento em domicílio, enquanto outras prefeririam


atender em salões de beleza, buscando expandir a agenda de clientes.

Com a crescente procura por tratamentos de pele, originou-se uma profissão que, segundo o dicionário, é
definida como: pessoa que se especializou na realização de tratamentos de beleza. Dessa forma, criou-se a
identificação do profissional que se dedica aos cuidados preventivos da pele em prol da beleza, da saúde e
do bem-estar. Esse profissional possui conhecimentos sobre cosméticos e habilidades para indicação e
vendas de produtos de embelezamento, cuidados com a higiene e proteção solar.
A partir da disseminação dos conhecimentos de estética e do legado de Anne Marie Klotz, incidiam cada
vez mais as tentativas de regularizar a profissão de esteticista. O passo inicial para a regulamentação teve
seu início no ano de 1984, por meio de um atendimento realizado por uma esteticista.

Segundo Meirelles (2006), uma esteticista tinha como cliente a senhora Eunice Michiles, que era senadora
da República pelo estado do Amazonas. Durante a sessão de atendimento, enquanto a senadora elogiava os
benefícios que o tratamento promovia e o quanto ficava satisfeita com o resultado da sua pele, a
profissional, diante do cargo importante de sua cliente, teve uma atitude importante: relatou que a sua
profissão ainda não era reconhecida. A esteticista perguntou se a senadora poderia interceder a favor do
reconhecimento da categoria. A resposta resultou em um pedido de elaboração de um projeto para levar ao
Senado todas as reivindicações da classe. Diante de todos, a voz foi concedida a senhora Maria Celina
Meirelles, que apresentou um relato circunstancial, abordando a importância do profissional de estética no
cuidado com o outro.

Naquele momento, a estética ganhou respeito e consideração de todos os presentes, e o projeto então
chegou às mãos do presidente José Sarney, mas, infelizmente, não foi assinado.

Na perseverança de novas tentativas a fim de consolidar a posição da estética no mercado de trabalho, por


meio de uma regulamentação da profissão, a ASSERJ, em setembro de 1986, cria um Código de Ética, que
foi registrado e distribuído.
Após o encerramento das atividades da FEBECO, havia a necessidade da criação de uma
sociedade que fosse responsável pela reciclagem dos profissionais de estética de todo
território nacional e que promovesse congressos para movimentar o setor. Então, em 1992, no
Rio de Janeiro, é inaugurada a Sobec (Sociedade Brasileira de Estética e Cosmetologia), tendo
como presidente a idealizadora do projeto, Ângela Capobiango, e Maria Celina Meirelles. A
Sobec teve apenas 5 anos de duração desde sua inauguração.

No decorrer de toda trajetória da estética, encontramos mulheres fortes como exemplos de


perseverança. Elas lutavam em favor da regulamentação de uma profissão que visa, acima da
beleza, aos cuidados com a saúde. Grandes personagens masculinos também aderiram à
causa de impulsionar a regulamentação. Podemos citar Fernando Lomba, idealizador dos
primeiros congressos de estética e fundador da Revista Vida Estética, que instruía as
esteticistas com informações e protocolos estéticos; e Hugo Leonardo Turovelzky, idealizador
da logo da ASSERJ e representante da classe das esteticistas.

Com o aumento da preocupação com a imagem pessoal e com a beleza, houve a


necessidade de inclusão no mercado da beleza de um profissional treinado e qualificado para
atuar em prol dos cuidados referentes ao embelezamento, tratamentos e cuidados com a pele
e com o corpo, e que dominasse a técnica, o conhecimento e aplicação dos cosméticos. A
profissão esteticista foi sacramentada diante da sociedade, só faltava a regulamentação para
solidar a classe.

À medida que o setor da beleza avançava, os cosméticos eram aprimorados.


Princípios ativos com recursos avançados eram ofertados para o setor a fim de
compor cada vez mais protocolos diferenciados, agora incluindo tratamentos
corporais.
Com a estética evoluído, partindo para tratamentos com embasamento mais científicos, protocolos,
ganharam o reforço de recursos dos aparelhos de eletroterapia, como forma de potencializar os resultados
dos tratamentos estéticos. Neste período, só existia cursos de formação técnica (técnico em estética) que
formava esteticistas atuantes no mercado.

Diante do crescimento do conhecimento e dos recursos empregados na estética, com um mercado cada vez
mais exigente, na proposta de promover resultados mais satisfatórios e científicos e, a estética voltada para
o conhecimento na área da saúde, surgi a necessidade de abranger conhecimentos de fisiologia, anatomia,
bioquímica etc. Mas devido à carga horária oferecida pelo curso técnico, entre outras exigências e
atribuições, um curso superior seria ofertado, possibilitando uma atribuição profissional em estética
diferenciada, com destaque no mercado da beleza, no qual um diploma de graduação em estética e
cosmetologia habilitava esse profissional em executar funções mais específicas, como:

Ser responsável por uma clínica de estética;

Realizar uma avaliação do cliente (anamnese), com objetivo de tratamento estético de forma
personalizada, dentro dos padrões avaliativos de ordem estética e somente para fins meramente de
embelezamento, traçando um perfil voltado para um programa de tratamento sob as disfunções
meramente estéticas, funções essas, que não são permitidas ao técnico de estética.

Com o crescimento do atendimento em clínicas, centro estéticos, spas, hotéis, entre outros locais, o
profissional de estética tornou-se perfeito para atuar nesses locais, devido à sua qualificação, às suas
atribuições e aos seus conhecimentos na área de aromaterapia, massagens e tratamentos estéticos, faciais
e corporais.
Nos últimos anos, a estética agregou muito à indústria de beleza, saúde, bem-estar e qualidade de vida,
tornando-se um campo promissor para indivíduos, independentemente do gênero, da idade e da etnia. Há
um interesse coletivo pela profissão e pelo seu mercado que movimenta bilhões para a economia.

A estética visa cuidar do corpo por meio da prevenção e do tratamento de doenças da pele, relacionadas
aos sintomas principalmente do estresse, do tratamento dos cabelos, entre outros. Devido à amplitude de
seus conhecimentos e recursos, foi reconhecida como área da saúde, apesar de tratar somente de
indivíduos considerados saudáveis. A estética dedica-se ao bem-estar e à autoestima, por meio de suas
ações terapêuticas, contribuindo para a preservação da saúde.

A estética provou sua eficácia e seus benefícios para a saúde do ser humano. Por meio da Portaria n° 702,
de 21 de março de 2018, foram reconhecidas pelo SUS as Práticas Integrativas e Complementares à
Saúde (PICs), havendo ampliação de algumas terapias exercidas pela estética para pacientes que buscam
tratamento complementar, como aromaterapia entre outros recursos que visam ao bem-estar do
indivíduo.
Depois de tantas comprovações da responsabilidade e da competência da área, a
estética foi reconhecida como tantas outras profissões em 3 de abril de 2018. A Lei
nº 13643 foi sancionada pelo presidente da República Michel Temer,
regulamentando o setor de estética e Cosmética no Brasil. Um diploma de nível
superior aprovado pelo MEC fomenta a importância para quem deseja atuar no
segmento com um diferencial no mercado estético. Há agora uma diferenciação
entre o técnico e o graduado em estética, como em relação ao cumprimento das
atividades laborais que caracterizam cada categoria profissional.

Lei nº 13643

Art. 4º. Considera-se Esteticista e Cosmetólogo o profissional:


I - Graduado em curso de nível superior com concentração em Estética e Cosmética, ou equivalente, oferecido
por instituição regular de ensino no Brasil, devidamente reconhecida pelo Ministério da Educação;
II - Graduado em curso de nível superior com concentração em Estética e Cosmética, ou equivalente, oferecido
por escola estrangeira, com diploma revalidado no Brasil, por instituição de ensino devidamente reconhecida
pelo Ministério da Educação.

Art. 5º Compete ao Técnico em Estética:


I - Executar procedimentos estéticos faciais, corporais e capilares, utilizando como recursos de trabalho
produtos cosméticos, técnicas e equipamentos com registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária
(Anvisa);
Com o avanço dos procedimentos de cirurgia plástica no Brasil, surge a necessidade de um profissional que
II - Solicitar, quando julgar necessário, parecer de outro profissional que complemente a avaliação estética;
atue junto à beleza. Sua função está voltada para os cuidados estéticos, por isso é importante que entenda
III - Observar a prescrição médica ou fisioterápica apresentada pelo cliente, ou solicitar, após exame da
de cosmetologia, preparo da pele, inclusive antes e após a realização da cirurgia plástica, preservando o
situação, avaliação médica ou fisioterápica.
bem-estar dos clientes. Desde então, a profissão de estética vem se desenvolvendo a cada dia no Brasil,
contando
Art. com oao
6º. Compete auxílio da Sindestética
Esteticista (Sindicato
e Cosmetólogo, alémdos
dasEmpregadores e Profissionais
atividades descritas no art. 5ºLiberais em Estética e
desta Lei:
I -Cosmetologia) localizada
A responsabilidade nopelos
técnica estado de suadeatuação
centros estéticaprofissional.
que executam e aplicam recursos estéticos, observado
o disposto nesta Lei;
II - A direção, a coordenação, a supervisão e o ensino de disciplinas relativas a cursos que compreendam
Curiosidade

Após a regulamentação da profissão, o dia 18 de Janeiro foi instiuído como o Dia do Esteticista.

O que muda com a Regulamentação da Profissão


Esteticista?

A Regulamentação da profissão foi um passo inicial muito importante, pois vem a preservar os direitos e a
ampliar o campo de atuação e trabalho do profissional sobre a lei vigente. Assim, além dos feitos antes
realizados, há um atendimento qualificado, voltado à ética e à responsabilidade de atuação, amparado em
todo respaldo científico e legal.

Vale ressaltar que, para os clientes, essa regulamentação inspira mais segurança e tranquilidade nos
procedimentos que são realizados por profissionais com capacitação e conhecimentos de anatomia,
fisiologia, bioquímica. Os esteticistas compreendem que estão atuando em um programa de tratamento
personalizado, uma vez que cada indivíduo é único. Entendem também que um estudo de caso se faz
necessário para proporcionar o melhor prognóstico e um resultado que surpreenda a expectativa de seu
cliente. Assim sendo, a estética é com esteticista.

Com a regulamentação em vigor, ficam estendidas as atribuições do profissional


graduado em estética com a utilização de cosméticos e equipamentos
devidamente registrados na Anvisa.

Com a regulamentação da profissão, há mais responsabilidades e separação de funções entre técnicos e


graduados.
Exemplo

A separação, além de definir as atuações, também delega funções, por exemplo, nos centros e espaços de
estética. O graduado em estética e cosmetologia assume a responsabilidade técnica de adequar e verificar
se o espaço ou ambiente se encontra conforme as exigências da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância
Sanitária), tendo também como competência exercer as atividades pertinentes à docência em cursos de
especialização na área da estética.

O papel do profissional graduado em


estética e cosmética
Na diretriz do que preconiza a CIDESCO (Comité International d'Esthétique et de Cosmétologie), a partir dos
conhecimentos adquiridos dentro de sua formação acadêmica, o profissional graduado deve prestar
serviços com excelência ao seu público, desde que mantenha o respeito e a ética profissional. Ele deve
limitar-se a cuidar da beleza de forma externa, contribuindo para o bem-estar, relaxamento físico do corpo e
mente, zelando pela moral e pelos princípios éticos de todos.

Agora, nos resta aguardar o Conselho para determinar as normas e o registro dos profissionais para a
chegada da tão sonhada carteira do profissional, mas vale lembrar que o processo legislativo é longo e
demorado.


Regulamentação da Profissão
Você sabe como ocorreu a trajetória da Estética no Brasil até alcançar finalmente a Regulamentação da
profissão esteticista? A especialista Cláudia Batalha dará mais detalhes sobre este percurso.

Falta pouco para atingir seus objetivos.


Vamos praticar alguns conceitos?

Questão 1

Com o constante crescimento da profissão esteticista, no ano de 1963, foi criado um local que permitia
a filiação e a reunião de esteticistas do Brasil, conferindo apoio à classe. Assinale a opção que
corresponde à informação do texto.

A 1º Congresso Brasileiro e IV Latino-Americano de Estética e Cosmetologia.

B ASSERJ (Associação de Estética do Rio de Janeiro).

C FEBECO (Federação Brasileira de Estética do Brasil).

D CIDESCO (Comité International d'Esthétique et de Cosmétologie).

Sindestétic RJ (Sindicato dos Empregadores e Profissionais Liberais em Estética e


E
Cosmetologia.

Parabéns! A alternativa C está correta.

Com despertar da estética no Brasil, Klotz criou a Federação de Estética. Em 21 de agosto de 1963,
surgiu a FEBECO, que indicava cursos, palestras, reunião, encontros entre outros eventos em prol da
classe de esteticistas.

Questão 2
Com a ascensão da estética em todo país, em 1981, as reuniões da FEBESCO estavam ficando com
tempo e trajeto apertado, pois reuniam integrantes de todos os estados do Brasil. Para melhor atender
às associadas, foi necessário criar um local para reunir a classe e favorecer o deslocamento das
integrantes. Assinale a opção que corresponde ao local criado, conforme enunciado do texto.

A O 1º Congresso Nacional de Estética, Maquiagem e Cosmetologia.

B CIDESCO (Comité International d'Esthétique et de Cosmétologie).

Sindestétic RJ (Sindicato dos Empregadores e Profissionais Liberais em Estética e


C
Cosmetologia).

D ACTB (Academia Científica de Tratamento de Beleza).

E ASSERJ (Associação de Estética do Rio de Janeiro).

Parabéns! A alternativa E está correta.

No ano de 1981, devido às dificuldades de deslocamentos das integrantes da FEBECO, surge a ASSERJ
(Associação de Estética do Rio de Janeiro), a fim de reunir integrantes do estado do Rio de Janeiro, uma
vez que FEBECO reunia integrantes de todo o país.
Considerações finais
Evidências demonstraram, por meio de artefatos, pinturas e outras provas, que civilizações antigas se
preocupavam em cuidar da pele, nem que fosse buscando proteção do tegumento. Com a evolução do
homem, os cuidados com a pele foram associados a maquiagens, cremes, adornos, banhos hidratantes e,
inclusive, a cuidados terapêuticos de forma rudimentar.

Nesse caminhar, entendemos que a raça humana está em constante evolução. Para acompanhá-la, é
necessário aderir aos cuidados voltados à saúde, como preservação do corpo, saúde mental e bem-estar.

Ao longo dos anos, a estética, associada à cosmetologia, acompanhava os passos da humanidade. Assim
surgiu a profissão esteticista, atuando inicialmente com tratamentos rústicos e poucos recursos, chegando
aos dias atuais com programa de tratamentos personalizados com embasamentos científicos, em prol de
prognósticos satisfatórios e respostas rápidas.

É notória a necessidade de que o profissional conheça a história da sua profissão, com registro dos
acontecimentos, marcos e personagens reais, que deixaram um legado que contribuíram para a atual
existência da profissão que escolheu trilhar, a estética.


Podcast
Para concluir, ouça um resumo dos principais aspectos abordados no conteúdo.
Explore +
Para aprimorar os seus conhecimentos no assunto estudado:

Leia o artigo Conceitos, beleza e contemporaneidade: fragmentos históricos no decorrer da evolução


estética, Camila Suenega, Caiane Carla Lisboa, Mariane Santos da Silva e Vandressa Bueno de Paula.

Consulte a Lei Nº 13.643, de 3 de abril de 2018, da Regulamentação da Profissão Estética, encontrada no


site do Planalto.

Assista ao vídeo sobre “A história da Beleza no Antigo Egito”, disponível no canal Antigo Egito, YouTube.

Assista ao vídeo “A história da Estética no Brasil”, disponível no Sindestetic RJ, Sindicato dos Esteticistas
do RJ, YouTube.

Referências
ASHENBURG, K. Passando a Limpo: o Banho da Roma Antiga Até Hoje. São Paulo: Ed. Larousse, 2008.

GERSON, J. et al. Fundamentos de Estética 1. São Paulo: Ed. Cengage Learning, 2011.

GOOSENS, J. Beleza: um conjunto em harmonia. São Paulo: Harbra, 2004.

MEIRELLES, M. C. A profissão esteticista e sua história: como eu a vivenciei. Rio de Janeiro: 2006.

SANTA’ANNA, D. B. de. A História da Beleza no Brasil. São Paulo: Contexto, 2014.

SEBRAE. Definições gerais sobre cosméticos e instruções sobre como abrir um negócio no setor.
Consultado na internet em: 14 de set. 2021.

SILVA, K. M. et al. Estética e Sociedade. São Paulo: Érica, 2014.


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