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PAZ! SEJA BEM-VINDO(A)!

É com muita alegria e satisfação que lhe dou as boas-vindas ao nosso Curso de
Violão Gospel! Todo o conteúdo foi reunido e produzido com grande dedicação e
carinho, para que você possa aprender da maneira mais simples, completa e direta.
O mundo da música é infinito, tal como seu Criador: DEUS. Por isso você
deve se dedicar ao máximo possível para conseguir trilhar este caminho com sucesso,
até conseguir ser um verdadeiro Músico Adorador, em sua plena essência e
excelência.
É importante que você tenha perseverança e disciplina, pois isso lhe ajudará
a nunca desistir de seus objetivos, tanto na música, quanto em outras áreas de sua
vida. Lembre-se de que dentro de nós há vários dons que precisam ser lapidados,
somos como “pedras brutas”, que quando trabalhadas com bastante paciência,
transformam-se em verdadeiras joias raras. Somos seres únicos, feitos a imagem e
semelhança de DEUS. Por isso nunca se julgue incapaz sem ao menos ter realmente
tentado fazer o seu melhor, deixe-se ser “trabalhado” pelo Senhor, pois somente Ele
tem o melhor para sua vida. Com certeza vai valer a pena!
Todos os músicos passam por diversas etapas no processo de aprendizado,
enfrentamos muitas dificuldades e por muitas vezes pensamos até em desistir, por
pensar que não possuímos o chamado “dom” para a música. Porém, todos nós (seres
humanos), já possuímos o maior dom de todos que é a vida, e além disso, Deus ainda
nos fez capazes de aprendermos qualquer coisa que nos dispusermos a fazer, basta
acreditar, pois “tudo é possível aquele que crê.” Não se limite e não limite o poder
de Deus em sua vida! Não decrete sua derrota perante o desafio que o seu
instrumento lhe imporá. Encare-o de frente, confie em Deus, faça sua parte e
vença-o! Que você possa desfrutar da melhor forma possível deste material, pois a
música é algo muito valioso que o Criador nos “emprestou” de forma gratuita, por isso
use-a da melhor forma possível. Você é responsável por suas atitudes, lembre-se que
prestaremos contas a respeito daquilo que nos foi confiado, valorize o dom que há
em você!
Agradeço a Deus por nunca ter desistido de minha vida mesmo quando eu
mesmo já não acreditava mais. Agradeço também a minha mãe Fabiani e pai José
Roberto, pois são peças fundamentais em minha formação pessoal. Toda minha
família, minha esposa Naiara, por compartilhar comigo tantos momentos vividos e
sempre ter me apoiado, meu filho Davi que é a inspiração que Deus colocou em minha
vida, e finalmente a todas as pessoas que estiveram ao meu lado dando-me forças,
torcendo e orando por mim, e que de alguma forma contribuíram para que este sonho
se fizesse real. Meu “muito obrigado” a todos e que Deus os abençoe grandemente!

Louvado seja DEUS, ontem, hoje e para todo o sempre. Amém!

Profº Francis Tropiano


ÍNDICE GERAL
INTRODUÇÃO À MÚSICA ......................................................................................... 1
OUVIDO MUSICAL .................................................................................................... 2
UMA VISÃO GERAL SOBRE O VIOLÃO ................................................................... 4
AS PARTES DO VIOLÃO .......................................................................................... 6
A POSTURA NO VIOLÃO .......................................................................................... 7
NOTAS E ACORDES NO VIOLÃO ............................................................................ 8
ACORDES MAIORES E MENORES .......................................................................... 9
ACORDES MAIORES COM SÉTIMA MAIOR OU COM SÉTIMA MENOR .............. 10
ACORDES MENORES COM SÉTIMA MAIOR OU COM SÉTIMA MENOR ............. 11
ACORDES COM NONA ........................................................................................... 12
ACORDES COM QUARTA ...................................................................................... 12
ACORDES DIMINUTOS .......................................................................................... 13
ACORDES MEIO-DIMINUTOS ................................................................................ 13
ACORDES COM O BAIXO ALTERADO .................................................................. 14
BICORDES OU POWERCHORDS .......................................................................... 14
COMPASSOS MUSICAIS ........................................................................................ 15
RITMOS ................................................................................................................... 16
ACIDENTES MUSICAIS .......................................................................................... 21
SISTEMA CAGED .................................................................................................... 22
TRANSCRIÇÃO MUSICAL: A TABLATURA ............................................................ 23
TÉCNICAS DE ORNAMENTO ................................................................................. 24
ESCALAS MUSICAIS .............................................................................................. 25
INTERVALOS MUSICAIS ........................................................................................ 27
FORMAÇÃO DE ACORDES .................................................................................... 29
CAMPO HARMÔNICO ............................................................................................. 35
HARMONIA FUNCIONAL ........................................................................................ 37
ACORDES RELATIVOS E ANTIRRELATIVOS ........................................................ 38
CADÊNCIA HARMÔNICA ........................................................................................ 40
REVISÃO GERAL .................................................................................................... 41
CONSIDERAÇÕES FINAIS ..................................................................................... 44
INTRODUÇÃO À MÚSICA
MÚSICA: combinação de sons e silêncio que conservam entre si relações lógicas
e ordenadas, sua finalidade é transmitir sentimentos.
SOM: tudo o que impressiona o aparelho auditivo, resultado do choque de dois
corpos sonoros definindo assim a “frequência /onda sonora” que é medida em hertz
(Hz). O ouvido humano capta de 20 a 20.000 Hz.

O SOM ASSUME 4 PROPRIEDADES


ALTURA: é o grau de execução, classificados em graves, médios e agudos.

DURAÇÃO: o tempo em que se prolonga o som.

INTENSIDADE: grau de força empregada na sua execução.

TIMBRE: registro geral (RG), que faz com que você reconheça a quem pertence
determinado som.

A MÚSICA DIVIDE-SE EM 03 PARTES


MELODIA: notas singulares sucessivas que são executadas uma por vez (solo).

HARMONIA: notas tocadas ao mesmo tempo (acorde).

RITMO: é a forma que os sons se organizam, formando assim as variações (batidas).

Existe uma infinidade de combinações harmônicas, melódicas e rítmicas, que se


bem aplicadas em conjunto, resultam na boa música como a conhecemos. Porém se
uma dessas três partes não for bem executada a música é comprometida como um
todo. Sendo assim ao ouvir uma música perceba sempre que estes três elementos,
que mesmo sendo individuais, relacionam-se entre si, dependem uns dos outros, e no
final formam todos um só elemento: Música. A música possui um sistema composto
por 12 sons musicais diferentes que definimos em notas. Temos a princípio
sete sons principais chamados de notas naturais, destes sete sons derivam outros
cinco, chamados de acidentes musicais. Para ter-se uma relação concreta entre os
sons, se fez necessário um padrão de medida entre as notas musicais (intervalo).
Essa unidade de medida é chamada de tom. O Tom pode ser dividido em duas partes
chamadas de semitons ou meio-tom. O semitom é o menor intervalo possível entre
duas notas. O agrupamento melódico das sete notas naturais, é chamado de Escala
Natural. Existem diversas escalas musicais (conjuntos de notas) de acordo com uma
regra de intervalos específica. A escala pode ser executada de forma ascendente
(grave para o agudo) ou descendente (agudo para o grave).

ESCALA NATURAL
DÓ RÉ MI FÁ SOL LÁ SI DÓ
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OUVIDO MUSICAL
Ouvido Musical é uma expressão que se usa para designar a apuração e
sensibilidade de uma pessoa para a música. Existem dois tipos de ouvido musical:

• OUVIDO ABSOLUTO: é a capacidade de se distinguir ou criar uma nota musical


isoladamente sem o uso de referências (notas) anteriores.

• OUVIDO RELATIVO: é a capacidade de se distinguir ou criar uma nota musical


somente com o uso de referências (notas) anteriores, como uma melodia.

DESENVOLVENDO O OUVIDO MUSICAL

Certas pessoas têm o ouvido mais apurado do que outras para a música.
Algumas tem maior facilidade em aprender, por exemplo, um instrumento musical,
outras cantam afinado com muito mais facilidade. As pessoas que tocam músicas "de
ouvido" em geral têm um desenvolvimento do ouvido musical mais avançado que
outras que não o conseguem, e tudo isto requer paciência consigo mesmo e muito
estudo, para assim desenvolver o dom natural que existe em nós. No geral, todos
somos capazes de desenvolver nosso ouvido musical, principalmente o ouvido
relativo, já quanto ao ouvido absoluto, alguns estudiosos defendem a tese de que
somente alguns tem a predisposição genética para se desenvolver enquanto outros
afirmam que todos podem desenvolver desde que se submeta ao estudo sistemático
desde a infância. Contudo é importante conhecer as partes de nosso aparelho auditivo
e suas funcionalidades, para compreender como é complexo o ato de ouvir.

COMO FUNCIONA NOSSA AUDIÇÃO

O pavilhão auditivo que se encontra no ouvido externo recebe as ondas


sonoras, encaminhando-as através do canal auditivo até ao ouvido médio. O
tímpano, a pequena membrana que separa o ouvido externo do ouvido interno, vai
então vibrar, solidário com as moléculas do ar em redor.

Essas vibrações vão então ser transmitidas para o interior da cóclea através dos
três ossículos: o martelo, a bigorna e o estribo, ligados em cadeia, entre o tímpano
e a janela oval. Estes três ossículos são muito importantes, podendo ser vistos como
uma espécie de amplificadores. De fato, eles atuam como uma alavanca,
aumentando a pressão das ondas sonoras cerca de 1,3 vezes. O terceiro ossículo, o
estribo, transmite a sua vibração a uma membrana 17 vezes menor (a janela oval à
entrada da cóclea), tendo por isso que aumentar a pressão de 17 vezes. Resulta assim
um aumento de pressão global de 22 vezes.

Desta forma, é possível obter a agitação necessária no interior da cóclea


(hidrodinâmica) para que células ciliadas do ouvido interno possam identificar as
frequências que compõem certo som, e transmitir essa informação ao cérebro.

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A referida transmissão é efetuada por intermédio do nervo auditivo, na forma
de impulsos eléctricos.
CONFIRA A ILUSTRAÇÃO ABAIXO

Vimos então que a energia das ondas sonoras começa por ser de origem
mecânica, como onda de pressão que se propaga primeiro no ar e depois num fluído,
acabando na forma de impulsos eléctricos que o cérebro utiliza para construir a
imagem sonora correspondente (timbre).

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UMA VISÃO GERAL SOBRE O VIOLÃO
A origem do violão, que nos EUA é chamado de acoustic guitar (guitarra
acústica) e na Europa de spanish guitar (guitarra espanhola) se baseia na teoria de
que: “...o instrumento teria derivado do alaúde Caldeu-Assírio que os Egípcios, Persas
e Árabes levaram para a Espanha; o instrumento seria resultado de sucessivas
transformações a partir da Kethara Grega ou Assíria, precursora da Cítara ou Fidícula
romana, da Rotta/Crotta medieval inglesa e, finalmente, da Vihuela espanhola do
Século XVI. É quase certo que ao chegarem à Espanha com seus Alaúdes, os Árabes
já tenham encontrado lá a vihuela.

Nas Cantigas de Santa Maria, do rei Alfonso X, El Sábio (1221 – 1284), rei de
Castela de 1221 a 1284, apareciam ilustrações de dois tipos distintos de guitarra
espanhola, uma oval, com incrustações e desenhos Árabes, mas nas mãos de um
músico Mouro, que seria a guitarra mourisca; outra em forma de oito (formato do
violão atual), com incrustações laterais, tocada por um músico de feições romanas,
que seria a guitarra latina.

Cem anos mais tarde, no século XIV, Guillaume de Machault cita em suas obras
a guitarra mourisca e a guitarra latina. No século XVI na Espanha, a guitarra mourisca
com quatro cordas, era usada para acompanhar cantos e danças populares, enquanto
que a guitarra latina – a vihuela, pertencia ao músico culto da corte. A Vihuela tinha
três denominações distintas: vihuela de mano (em nada diferente do violão atual),
vihuela de arco e vihuela de plectro (palheta). A vihuela de mano constava de cinco
cordas duplas mais a primeira que era simples. Os vihuelistas além de precursores
dos guitarristas do século XVII, foram também criadores de métodos e formas musicais
que serviriam de base para toda a música instrumental que viria depois a ser estudada
pelos violonistas clássicos.

A vihuela vai desaparecendo devido à busca de novos recursos e maior


intensidade sonora. O povo, porém, fiel à guitarra, continua descobrindo novos
caminhos para ela, utilizando-a inicialmente para os rasgueados e acompanhamento
de cantores. Sua técnica vai se desenvolvendo e o seu período de triunfo ocorrerá no
século XVII...”

O VIOLÃO NOS DIA DE HOJE

Atualmente o violão tem 6 cordas que podem ser de nylon (clássico e popular)
ou aço (mais utilizados em violões folk e jumbo ingleses e/ou americanos ou ainda
no violão de seresta no Brasil). Podendo ser utilizado de maneira acústica, ou
eletroacústica, já que nos dias atuais, o violão conta com afinador embutido, captador,
pré-amplificador, etc. Existindo diversos fabricantes, que por sua vez, fazem diversos
modelos, tipos, cores, etc. Dando uma diversidade muito grande para o violão.
Existem também violões de aço com 12 cordas, sendo seis jogos de cordas
duplas, ex: 02 cordas Mi, 02 cordas Si etc., ainda existem também violões de 07
cordas, tendo uma corda mais grave adicionada na parte de cima (SI), popularmente
utilizado para se tocar choro.
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A ORIGEM DO NOME “VIOLÃO”

Em outros países de língua não portuguesa o nome do violão é guitarra, como


pode se ver em inglês (guitar), francês (guitare), alemão (gitarre), italiano (chitarra),
espanhol (guitarra).

Porém, aqui no Brasil especificamente quando se fala em guitarra quer se


denominar o instrumento elétrico chamado guitarra elétrica. Isso ocorre porque os
portugueses possuem um instrumento que se assemelha muito ao violão e que seria
atualmente equivalente à nossa “viola caipira”. A viola portuguesa possui as mesmas
formas e características do Violão, sendo apenas pouco menor, portanto, quando os
portugueses que estavam no Brasil se depararam com a “guitarra espanhola”, que era
igual a sua viola sendo apenas maior, colocaram o nome do instrumento no
aumentativo, ou seja, de viola para violão.

DICAS DE CONSERVAÇÃO

O violão é um instrumento que deve ser cuidado com atenção especial, pois pode
sofrer alterações em sua estrutura, distorcer o som e reduzir a sua vida-útil. Tenha em
mente que ele é um instrumento de madeira, por isso evite humidade ou exposição
ao sol (temperaturas altas), quedas, pesos em cima do instrumento, ou coisas
semelhantes. Tente sempre guardar o violão em um bag (capa), e escolhe um local
adequado para deixar seu violão em segurança (evitando animais e crianças
pequenas).

LIMPEZA DO VIOLÃO

Utilize sempre uma flanela seca e limpa, antes e depois de tocar seu instrumento.
Caso o instrumento esteja muito sujo, deixe a flanela levemente húmida para fazer a
limpeza, neste caso, evitando de passar nas cordas. Evite movimentos repetidos e
nunca use a força.

Ao trocar as cordas pode-se passar uma esponja de aço, de maneira leve, apenas
nos rastilhos, para dar um lustre e tirar a sujeira (assim as cordas novas vão durar
mais tempo). Só utilize produtos fabricados para limpeza de instrumentos quando
realmente necessário. Instrumentos pretos ou foscos devem ser limpados de forma
mais cautelosa, pois as chances de marcar permanentemente o instrumento é grande.
Troque as cordas do seu violão sempre que necessário, pois assim você sempre terá
o melhor timbre e afinação do seu violão.

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AS PARTES DO VIOLÃO
CRAVELHA (tarraxa): Aumenta ou diminui a tensão (tom) das cordas do seu violão.

TIRANTE (tensor): Está em uma concavidade ao longo do braço. O aumento/redução


da tensão do tensor ajuda a fazer pequenos reparos no braço do violão.

PESTANA (traste zero ou nut): Fica no início do braço do violão, possui entalhes por
onde passam as cordas, dando a profundidade e a distância entre as cordas.

ESCALA: Parte da frente do braço do violão, onde colocamos os dedos.

TRASTES: Filetes metálicos que separam as casas, dando a afinação de cada nota.

CASAS: Espaço entre um traste e outro onde deverão ser postos os dedos.

BOTÕES (marcações): Indicadores que facilitam a localização do instrumentista nas


casas do violão, geralmente são encontradas nas casas 3, 5, 7, 9, e 12, estes pontos
de localização podem ser colocados na frente da escala, na parte superior do braço
ou simplesmente não existirem.

TAMPO: é a parte mais importante da caixa de ressonância, no que diz respeito ao


timbre do violão.

CAVALETE: é a sustentação do rastilho, e por sua vez também influencia no timbre


do instrumento, o cavalete pode ser móvel ou fixo.

RASTILHO: fica encaixado no cavalete e é encarregado de transmitir a vibração das


cordas à caixa de ressonância. O rastilho mal posicionado pode provocar problemas
de afinação.

BOCA: é o local por onde passa o som da caixa de ressonância, a boca também é um
local que influencia no timbre do violão, conforme o local em que é feita o tamanho e
a quantidade de bocas.

ROSETA (mosaico): é a decoração que circunda a boca do violão, faz parte do


acabamento do violão e tem a função de reforçar o tampo na parte da boca, onde a
madeira é frágil.

ESCUDO: é muito comum em violões de aço encontrarmos uma proteção de material


sintético que fica na parte inferior do tampo, sua finalidade é proteger o tampo do violão
de arranhões.

FAIXA LATERAL e FUNDO: geralmente são feitas do mesmo tipo de madeira, o


melhor tipo de madeira utilizado é o jacarandá brasileiro.

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A POSTURA NO VIOLÃO
Antes de você começar a tocar, é importante que você se sinta confortável
segurando o seu violão. A postura correta que você deve adotar depende do estilo
musical que você pretende tocar e de sua anatomia como um todo. Quando você for
tocar violão, primeiramente você deve se lembrar de que:

DESTROS: Mão direita rítmica, enquanto a mão esquerda é harmônica e melódica.


CANHOTOS: Mão esquerda rítmica, enquanto a mão direita é harmônica e melódica.

EXISTEM BASICAMENTE 03 FORMAS PARA SE TOCAR

CLÁSSICO: Você deve colocar o corpo do seu


instrumento confortavelmente entre suas pernas,
descansando o instrumento em cima da sua coxa. É
aconselhável que você tenha uma cadeira ajustável
e um suporte para os pés, caso você tenha
problemas para alcançar o chão.

POPULAR: Esse modo é chamado como popular,


por ser o jeito mais usado para se tocar sentando.

EM PÉ: Para tocar em pé você precisará de uma


correia. Quase todas as correias que você encontrar
nas lojas de música, irão perfeitamente se ajustar a
você, lembre-se de ajustar a correia de modo que o
violão não fique muito baixo, para evitar lesões.

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NOTAS E ACORDES NO VIOLÃO
O violão tradicional é um instrumento de seis cordas, sendo elas contadas de
baixo para cima. Para simplificar a nomenclatura das notas e acordes que utilizamos
existe o sistema chamado cifras, atualmente muito usado por instrumentistas do
mundo todo, principalmente na harmonização de músicas. Decore e saiba fazer o
acorde ou nota no violão, seja qual for sua representação gráfica.

SISTEMA DE CIFRAS
C D E F G A B
DÓ RÉ MI FÁ SOL LÁ SÍ

m Ø o ou dim + ou aum b # sus


menor meio diminuto aumentada bemol sustenido suspenso
diminuto

/ 7 7M ou 7+ 9 4 (9) 6
com com com com nona com e nona com
baixo em sétima sétima quarta sexta
maior

AS NOTAS NATURAIS NO BRAÇO DO VIOLÃO


E F G A B C D E 1ª

B C D E F G A B 2ª

G A B C D E F G 3ª

D E F G A B C D 4ª

A B C D E F G A 5ª

E F G A B C D E 6ª

NOMENCLATURA DOS DEDOS


MÃO ESQUERDA MÃO DIREITA

1 - INDICADOR P - POLEGAR
2 - MÉDIO I - INDICADOR
3 - ANULAR M - MÉDIO
4 – MÍNIMO A – ANULAR

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ACORDES MAIORES E MENORES
Acorde é a escrita ou execução de duas ou mais notas simultaneamente. Para
alguns teóricos, o acorde só se forma a partir de três ou mais notas. Os acordes são
formados a partir da nota mais grave, onde são acrescentadas as outras notas
constituintes fazendo com que sejam assim Maiores, Menores, Diminutos, Meio-
Diminutos, Aumentados, etc... Sendo que cada um deles transmite um certo tipo de
sentimento específico.

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ACORDES MAIORES COM SÉTIMA MAIOR OU COM SÉTIMA MENOR

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ACORDES MENORES COM SÉTIMA MAIOR OU COM SÉTIMA MENOR

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ACORDES COM NONA

ACORDES COM QUARTA

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ACORDES DIMINUTOS

ACORDES MEIO-DIMINUTOS

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ACORDES COM O BAIXO ALTERADO

BICORDES OU POWERCHORDS

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COMPASSOS MUSICAIS
O compasso é uma forma de divisão quantitativa, ou seja, de dividir e
organizar a música, feita em grupos sonoros de uma composição musical, com base
em pulsos e repousos (tempo e contratempo). Muitos estilos musicais tradicionais
já presumem um determinado compasso, a valsa, por exemplo, tem o compasso 3/4
e o rock tipicamente usa os compassos 4/4, 2/4 ou 3/4. Os compassos facilitam a
execução musical, pois além de dividir a música em partes iguais nos mostram
como devemos contar estas partes, facilitando assim o momento de cantar ou fazer
silencio, organizando a peça musical, fazendo assim com que todos os músicos
consigam executar juntos a música. Abaixo estão as fórmulas de compasso
simples:
COMPASSO QUATERNÁRIO 4/4 (4 tempos)
1 e 2 e 3 e 4 e 1 e 2 e 3 e 4 e

COMPASSO TERNÁRIO 3/4 (3 tempos)


1 e 2 e 3 e 1 e 2 e 3 e

COMPASSO BINÁRIO 2/4 (2 tempos)


1 e 2 e 1 e 2 e 1 e 2 e

Acima vemos os tempos (números) e os contratempos (vogal E) dentro de


cada compasso. Dentro das formulas de compassos nós distribuímos a batida, ou
seja, o ritmo, que nada mais é do que um padrão de pulsos regulares ou irregulares.
O que determina a velocidade da música não é o compasso, e sim o andamento
musical, que nada mais é do que a velocidade da música medida em BPM (batidas
por minutos). Para fazer essa medição, utilizamos um aparelho chamado de
Metrônomo. Transformando assim a música em uma verdadeira equação matemática,
de tempos, contratempos, compassos, andamentos, etc. Onde o Ritmo vem encima
de tudo isso, dando origem aos inúmeros estilos musicais existentes atualmente.

ANDAMENTO BPM DEFINIÇÃO


GRAVE 40 Muito vagarosamente e solene
LARGO 40-60 Largo e severo
LENTO 60-66 Lento
ADAGIO 66-76 Vagarosamente, de expressão terna e patética
ANDANTE 76-108 Velocidade do andar humano, amável e elegante
ANDANTINO 84-112 Mais ligeiro que o andante, agradável e compassado
MODERATO 108-120 Moderadamente (nem rápido, nem lento)
ALLEGRETTO 112-120 Nem tão ligeiro como o Allegro
ALEGRO 120-168 Ligeiro e alegre
VIVACE 152-168 Rápido e vivo
VIVACÍSSIMO 168-180 Mais rápido e vivo que o vivace
PRESTO 168-200 Veloz e animado
PRESTÍSSIMO 200-208 Muito rapidamente, com toda velocidade e presteza
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RITMOS
As batidas (levadas) são compostas pelos movimentos da mão direita (esquerda
para canhotos) ao tocar as cordas do violão para obter som. As combinações para se
fazer as batidas são incontáveis, sendo que cada uma dá origem a um determinado
estilo musical. A maioria dos iniciantes tem dificuldades em aprender ritmos quando
estão treinando suas primeiras músicas, e isso é normal. Por isso separei 7 dicas
essenciais para ajudar você no desenvolvendo rítmico:

1) Memorize, solfeje, bata palmas e batuque antes de tentar executar no violão.

2) Conheça bem cada movimento que se vai executar.

3) Treine apenas a mão rítmica. Muitas pessoas já tentam fazer os ritmos juntamente
com os acordes sendo que ainda nem conseguem fazer nenhum dos dois
corretamente e separadamente. É importante que você treine uma mão de cada vez
e junte as duas quando já estiver conseguindo ter segurança nos movimentos de
ambas as mãos.

4) Treine com uma velocidade reduzida utilizando o Metrônomo. Isso fará com que
você aprenda corretamente. Aumente a velocidade gradativamente conforme seu
progresso.

5) Escute a bateria e os instrumentos de percussão para descobrir o ritmo da música.


Isso se a música tiver bateria e instrumentos de percussão, é claro. Basicamente
podemos associar as partes da bateria e da percussão com o que fazemos em
nossa mão rítmica.

6) Simplifique o ritmo ao máximo possível. Numa música com batidas complicadas é


sempre melhor aprender a base e ir colocando mais detalhes aos poucos.

7) Desenvolva sua percepção musical ouvindo atentamente ritmos diferentes e os


instrumentos rítmicos em geral, tente reproduzi-los de alguma maneira, não se
limite, pois o ritmo começa dentro de nós, em nosso coração que não para de pulsar
em nenhum instante.

Agora que você já decorou as 7 dicas, vamos começar nossa sessão de ritmos
dos mais variados tipos, lembre-se de que quanto mais ritmos você aprender, mais
completo músico você se tornará. Por isso, não tenha nenhum tipo de preconceito ou
resistência para tentar aprender algum ritmo aqui listado, todos eles, de alguma
maneira irão te ajudar no aprendizado musical. Abaixo uma tabela com as
simbologias que iremos utilizar para transcrever os ritmos:

P I M A X C R
COSTAS DA
POLEGAR INDICADOR MÉDIO ANELAR ABAFADO RASGUEADO
MÃO

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POP ROCK 1
1 e 2 e 3 e 4 e
C C P P C C

POP ROCK 2
1 e 2 e 3 e 4 e
C C P P C C P P C

POP ROCK 3
1 e 2 e 3 e 4 e
C P P C P P C

POP ROCK 4
1 e 2 e 3 e 4 e
C C P P C

REGGAE 1
1 e 2 e 3 e 4 e
P P P P

REGGAE 2
1 e 2 e 3 e 4 e
XP XP C XP XP XP C XP XP XP C XP XP XP C P

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COUNTRY XOTE
1 tá tá 2 tá tá 3 tá tá 4 tá tá
P P C P P P C P

COUNTRY CADENCIADO
1 e 2 e 3 e 4 e
P C P C P C P C P

ARROCHA
1 e 2 e 3 e 4 e
P P P C P

VANERA
1 e 2 e 3 e 4 e
P C P X
X C
X
X

CURURU
1 e 2 e 3 e 4 e
P P P
X
X
X

TOADA
1 e 2 e 3 e 4 e
P P P C

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FREVO
1 e 2 e 3 e 4 e
P P P P
I I I I I
M M M M M
A A A A A

SAMBA CANÇÃO
1 e 2 e 3 e 4 e
P P
I I I I
M M M M
A A A A

SAMBA
1 e 2 e 3 e 4 e
P P P P
I I I I I I I
M M M M M M M
A A A A A A A

BOSSA NOVA
1 e 2 e 3 e 4 e
P P P P
I I I I I I I I I I
M M M M M M M M M M
A A A A A A A A A A

BAIÃO 1
1 e 2 e 3 e 4 e
P P
I
M
A

BAIÃO 2
1 e 2 e 3 e 4 e
P P
I I I
M M
A A
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MARCHA
1 e 2 e 3 e 4 e
P P P P
I I I I I
M M M M M
A A A A A

BLUES
1 tá tá 2 tá tá 3 tá tá 4 tá tá
C C C C C C C C

BOLERO
1 e 2 e 3 e 4 e
C P P P C P C P

VALSA
1 e 2 e 3 e
P P P

GUARÂNIA
1 e 2 e 3 e
P P P P C

CHAMAMÉ
1 e 2 e 3 e
R P P P C

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ACIDENTES MUSICAIS
Acidentes são símbolos utilizados na notação musical para modificar a altura
das notas, aumentando ou diminuindo sua tonalidade, veja abaixo esses acidentes:

BEMOL: Abaixa a altura da nota que se segue em um semitom.


SUSTENIDO: Eleva a altura da nota que se segue em um semitom.
BEQUADRO: Cancela acidentes prévios em todas as notas dentro do compasso.
DOBRADO BEMOL: Efeito dobrado do bemol.
DOBRADO SUSTENIDO: Efeito dobrado do sustenido.

Com a utilização dos acidentes musicais, conseguimos nomear as 12 notas


musicais, dando assim, origem a Escala Cromática, note que C# possui o mesmo
som que Db, chamamos isso de enarmonia.

C# D# F# G# A#
C D E F G A B C
Db Eb Gb Ab Bb

Através da Escala Cromática podemos começar a compreender melhor toda a


estrutura musical, ela será nossa ferramenta de trabalho para conseguirmos formar
outras escalas, acordes, mudar o tom da música, etc... Tudo isso através dos
cálculos matemáticos que obtemos através dos intervalos (distância entre sons) que
são medidos em tons e semitons. Uma dica básica para ajudar a decorar, é de que as
notas que terminam com a vogal I (MI e SI) só possuem 1 semitom ou meio-tom para
frente, o restante possui 1 tom de diferença. Em instrumentos que utilizam o sistema
de trastes, semitom é a diferença do som de uma casa para a casa vizinha, sendo
que, para frente 1 semitom acima e para trás 1 semitom abaixo. É importante que você
memorize a Escala Cromática no braço de seu instrumento, comece com as notas
naturais, e divida o braço em 3 partes, da casa 0 até a 5, da 6 até a 12, e da 12 em
diante. Preencha as casas em branco com os acidentes:

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SISTEMA CAGED
O sistema CAGED é muito útil para ajudar você a encontrar acordes em qualquer
região do braço do instrumento. Basta você saber onde se encontra a nota mais grave
do acorde que você deseja fazer e montar o “Shape” correto de acordo com essa
nota. O sistema se baseia nos desenhos (shapes) dos acordes de Dó, Lá, Sol, Mi e
Ré, o que dá origem ao nome CAGED. A ordem dos acordes sempre permanecerá na
mesma sequência, começando em C. Logicamente, se você começar pelo G, deve
seguir a sequência: G E D C A e assim por diante. É uma sequência infinita, de modo
que após o D, ela se repete novamente. Para entender melhor, veja a figura abaixo:

O Sistema CAGED se aplica também a acordes menores, com sétima, com nona,
etc. Veja nos exemplos abaixo:

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TRANSCRIÇÃO MUSICAL: A TABLATURA
Tablatura é um método usado para transcrever a música que pode ser tocada
em instrumentos de corda como violões, guitarras e baixos, e também em outros
instrumentos como gaita e bateria. Ao contrário das partituras que exigem maior
conhecimento de música e bastante treino, as tablaturas são voltadas para o músico
iniciante ou prático. Uma partitura indica quais notas devem ser tocadas, a duração
de cada nota, a velocidade com que deve ser tocada e etc. Indicando a nota que deve
ser tocada a partitura não diz onde esta nota se localiza no braço do instrumento ou
no teclado. A partitura serve para transcrever músicas para qualquer instrumento, seja
de sopro, de cordas, de percussão, etc... E permite que o músico que nunca tenha
ouvido a música a toque exatamente como previsto (desde que saiba ler fluentemente
partituras, o que obviamente exige geralmente anos de treino). Já uma tablatura, não
indica diretamente a nota que deve ser tocada e sim qual corda deve ser ferida e em
qual casa. Obviamente torna-se assim muito mais útil ao músico iniciante ou prático.
Por outro lado, a tablatura tem a grande desvantagem de exigir que o músico conheça
a música que deseja tocar visto que a mesma indica geralmente apenas as notas e
não a duração de cada uma ou o tempo da música. Hoje em dia existem programas
como o Guitar Pro que mescla a tablatura com a partitura, dando assim também o
tempo de duração de cada nota. A tablatura também irá indicar quando devem ser
usadas técnicas como bends, slides, hammer-nos, pull-offs, tapping, etc. O
conceito básico da tablatura é apresentar no papel um conjunto de linhas que
representam as cordas do instrumento,
contando de cima para baixo as linhas
representam as cordas mi, si, sol, ré, lá,
mi. Uma tablatura vazia de guitarra ou
violão apresenta-se da seguinte forma:
Apenas devem ser tocadas as cordas marcadas. Os números representam as
casas, sendo que o número zero representa a corda solta, e uma linha vazia nos diz
que não deve ser tocada. Devemos ler sempre da esquerda para direita, e quando
estão na mesma vertical deve-se tocar ao mesmo tempo, veja abaixo alguns exemplos
de dedilhados finalizando com um acorde no compasso quatro:

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TÉCNICAS DE ORNAMENTO
São técnicas que consistem em enfeitar a música, trazendo assim mais beleza na
execução musical. Existem infinitas técnicas, e é extremamente importante que o
músico domine cada uma delas com total precisão, e nunca exagere, pois, o
ornamento deve apenas realçar a beleza que já existe na execução musical. Os
ornamentos nunca devem ficar em evidência como primeiro plano. O bom músico
utiliza-os para ajudar na interpretação musical, nunca ao inverso, ou seja, a música
para mostrar sua “técnica apurada”.

HAMMER-ON: Martelar com um dedo da mão esquerda uma corda em um traste


fazendo soar a nota sem o auxílio da mão direita.

PULL-OFF: O inverso de um hammer-on, consiste em soltar rapidamente uma corda


fazendo com que a mesma soe solta (ou apertada em um traste anterior).

BEND: Empurrar uma corda para cima aumentando a tensão (nota mais aguda).

SLIDE: Deslizar um dedo da mão esquerda pelo braço gerando uma variação do tom.

VIBRATO: Variar a corda de lugar (tensão) com o dedo da mão esquerda.

TREMOLO: Um vibrato mais rápido.

PALM MUTING: Toque abafando a nota com a palma da mão rítmica.

LET RING: Toque e deixe soar.

TAP: Fazer soar notas feridas com a mão direita apertando as cordas nos trastes.

HARMÔNICO NATURAL e ARTIFICIAL: enquanto o harmônico natural é obtido


naturalmente em algumas casas do instrumento (tocando em cima do traste), o
artificial é obtido através da mão rítmica, utilizando normalmente a palheta.

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ESCALAS MUSICAIS
Escala Musical é uma sequência de notas organizadas de acordo com
suas frequências. É como um menu de notas dispostas em ordem crescente ou
decrescente (ascendente e descendente), da mais grave a mais aguda. As escalas
têm a função de organizar os sons musicais, assim fica mais fácil de tocar e usar
essas notas da forma que quisermos, de acordo com o sentimento desejado para a
composição musical.

Existem vários tipos de escalas e cada uma possui uma sonoridade


específica que caracteriza uma espécie de identidade sonora. Em outras palavras,
cada tipo de escala propicia certa atmosfera musical distinta. Por isso, é importante
conhecer vários tipos de escalas para se ter um repertório de possibilidades sonoras
variadas e poder realizar solos e arranjos em diferentes estilos musicais,
expressando sentimentos e intenções variadas. Para criar solos com a escala, o
primeiro passo é saber o Tom em que a música está. A escala deve ser usada na
mesma tonalidade da música ou do trecho musical em questão.

TIPOS DE ESCALAS MUSICAIS


CROMÁTICA MAIOR MENOR DIMINUTA
sem sentimento alegria tristeza dramática

A ESCALA MAIOR

É uma escala diatônica (sete notas) em modo maior, um dos modos


musicais utilizados atualmente na música tonal, ou seja, na música que é construída
em uma tonalidade específica. Também conhecida como Modo Jônico, que é o
primeiro dos 7 Modos Gregos que estudaremos futuramente. A escala fundamental
do modo maior é a escala de Dó maior, uma vez que a relação de intervalos (T – T –
ST – T – T – T – ST) desse modo pode ser obtida nesta escala sem a necessidade de
nenhuma alteração de altura.

Para formar escalas maiores iniciadas por outra nota é necessário acrescentar
alterações de altura a algumas notas, a fim de manter a mesma sequência
de intervalos, que é o que define essa escala como sendo Maior. Como na música
possuímos 12 notas musicais, poderemos através disto, dar origem a 12 escalas
maiores diferentes, tendo assim 12 tonalidades possíveis na música. Ou seja, você
pode tocar e cantar uma única música em 12 tons diferentes.

Para formar escalas maiores iniciadas por outra nota é necessário acrescentar
alterações de altura a algumas notas, a fim de manter a mesma sequência (fórmula)
de intervalos. Sabendo qual é o tom da música, você poderá montar a harmonia
(acordes) e melodia (solo) adequada para a música em questão, pois a Escala é a
base na construção musical, por isso quando você toca uma nota fora da escala ela
soa “estranho”, pois nosso ouvido musical a acusa, assim chamamos essa nota de
“desafinada”, ou simplesmente de fora do tom. Isso vale para todos os instrumentos
musicais como também para a voz.
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Por isso é muito importante também estar com o instrumento sempre muito bem
afinado, para que essa matemática perfeita seja respeitada, e assim a música soe de
forma agradável. Lembre-se de que a música é uma ciência exata, e qualquer
alteração fora daquilo que a fórmula matemática está exigindo resultará em algo
desagradável aos nossos ouvidos, pois em nosso cérebro essa “matemática perfeita”
já está pré-programada para interpretar os sons de acordo com suas fórmulas, isso
vale para todas as pessoas, mesmo para o leigo que não toca instrumento algum, ele
saberá que “algo” não está soando como deveria.

Vamos fazer abaixo a tabela com as 12 escalas maiores, é muito importante que
você memorize quantos acidentes cada escala possui, e quais são esses acidentes,
lembre-se de que está é a base da música.

ESCALAS MAIORES
T T ST T T T ST

I II III IV V VI VII VIII

C C

Db Db

D D

Eb Eb

E E

F F

Gb Gb

G G

Ab Ab

A A

Bb Bb

B B

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AS ESCALAS MAIORES E SEUS ACIDENTES
C Db D Eb E F Gb G Ab A Bb B
0 5 2 3 4 1 6* 1 4 3 2 5
- Db F# Eb F# Bb Gb F# Ab C# Bb C#
Eb C# Ab G# Ab Bb F# Eb D#
Gb Bb C# Bb Db G# F#
Ab D# Cb Eb G#
Bb Db A#
Eb

Dependendo da escala (tom) que utilizarmos para montar a escala, teremos que
utilizar o bemol ao invés do sustenido, isso para que a escrita na partitura seja
facilitada, daí então podem acontecer casos, como na escala de Gb acima, que
aparecerá um Cb, que seria o mesmo que B.

INTERVALOS MUSICAIS
Intervalo Musical é a relação entre as frequências de duas notas. São
classificados quanto à simultaneidade ou não dos sons e à distância (altura) entre eles.
O intervalo também pode ser simples ou composto, dependendo da distância entre
uma e outra nota:

SIMPLES Quando se acha contido dentro de uma oitava (06 TONS)

COMPOSTO Quando ultrapassa uma oitava (06 TONS)

Os nomes dos intervalos são dados pela distância entre duas notas – intervalo
de segunda entre duas notas seguidas (distância de 02 notas), terça ou terceira entre
duas notas cuja distância é de 03 notas, etc. – mais o designativo que indica se a
frequência entre os intervalos são mais ou menos consonantes – intervalo justo ou
perfeito, menor, maior, aumentado, diminuto, chamado também de "qualidade" do
intervalo.

Na próxima página veremos uma tabela completa com os intervalos


simples e compostos, é muito importante que você os memorize, comece com os
intervalos mais utilizados, e logo em seguida, vá decorando aos poucos a decorar
todos. Lembre-se de que todos os músicos devem dominar este assunto, já que
através dos intervalos vamos formar escalas, acordes, duetos, etc.

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INTERVALOS SIMPLES INTERVALOS COMPOSTOS
TONS DEFINIÇÃO CIFRA TONS DEFINIÇÃO CIFRA
0,0 Primeira Justa 1
0,5 Primeira Aumentada 1+ 6,5 Nona Menor b9
Segunda Menor b2 Oitava Aumentada #8
1,0 Segunda Maior 2 7 Nona Maior 9
Terça Diminuta Decima Diminuta
1,5 Segunda 2+ 7,5 Nona Aumentada 9+
Aumentada
Terça Menor m Decima Menor b10
2,0 Terça Maior 8 Decima Maior 10
Quarta Diminuta b4 Decima Primeira b11
Diminuta
2,5 Quarta Justa 4 8,5 Decima Primeira Justa 11
Terça Aumentada Decima Aumentada
3,0 Quarta Aumentada 4+ 9 Decima Primeira 11+
Aumentada
Quinta Diminuta b5, 5- Decima Segunda b12
Diminuta
3,5 Quinta Justa 5 9,5 Decima Segunda Justa 12
Sexta Diminuta Decima Terceira
Diminuta
4,0 Quinta Aumentada 5+, 10 Decima Segunda #12
5aum Aumentada
Sexta Menor b6 Decima Terceira Menor b13
4,5 Sexta maior 6 10,5 Decima Terceira Maior 13
Sétima Diminuta º , bb7 Decima Quarta
Diminuta
5,0 Sexta Aumentada #6 11 Decima Quarta Menor
Sétima Menor 7 Decima Terceira #13
Aumentada
5,5 Sétima Maior 7M 11,5 Decima Quarta Maior
Oitava diminuta b8 Decima Quinta b15
Diminuta
6,0 Oitava Justa 8 12 Decima Quinta Justa 15

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FORMAÇÃO DE ACORDES
Acordes são basicamente um conjunto de notas executadas de uma só vez,
soando juntas, resultando em um determinado sentimento através da harmonia, de
acordo com a fórmula matemática de intervalos usados. Todo acorde é formado
basicamente por uma:

TRÍADE TÉTRADE TÉTRADE ACRESCENTADA


3 notas 4 notas Mais de 4 notas

Sendo que a base de todos os acordes é uma tríade: tônica, terça e quinta.
Cada um destes intervalos tem a sua funcionalidade dentro do acorde, de acordo com
seu intervalo (distância em relação a tônica), obteremos tríades maiores (alegre),
menores (triste), diminutas (drama) e aumentadas (suspense), veja abaixo as suas
variações e funções dentro do acorde:

NOME INTERVALO FUNÇÃO


TÔNICA, FUNDAMENTAL 0 tom Define o tom do acorde.
TERÇA MAIOR 2 tons Define que o acorde será maior.
TERÇA MENOR 1,5 tons Define que o acorde será menor.
QUINTA JUSTA 3,5 tons O acorde será consonante (repouso).
QUINTA DIMINUTA 3 tons O acorde será dissonante (movimento).
QUINTA AUMENTADA 4 tons O acorde será dissonante (movimento).

TRÍADE MAIOR
TÔNICA TERÇA MAIOR QUINTA JUSTA ACORDE
T 3M 5J T + 3M + 5J
C
D
E
F
G
A
B
C#
D#
F#
G#
A#
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TRÍADE MENOR
TÔNICA TERÇA MENOR QUINTA JUSTA ACORDE
T 3m 5J T + 3m + 5
Cm
Dm
Em
Fm
Gm
Am
Bm
C#m
D#m
F#m
G#m
A#m

TRÍADE DIMINUTA
TÔNICA TERÇA MENOR QUINTA DIMINUTA ACORDE
T 3m b5 T + 3m + b5







C#º
D#º
F#º
G#º
A#º
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TRÍADE AUMENTADA
TÔNICA TERÇA MAIOR QUINTA AUMENTADA ACORDE
T 3M 5+ T + 3M + 5+
C+
D+
E+
F+
G+
A+
B+
C#+
D#+
F#+
G#+
A#+

TRIADE MAIOR COM SÉTIMA MAIOR


TÔNICA TERÇA QUINTA SÉTIMA ACORDE
MAIOR JUSTA MAIOR
T 3M 5J 7M T + 3M + 5J + 7M
C7M
D7M
E7M
F7M
G7M
A7M
B7M
C#7M
D#7M
F#7M
G#7M
A#7M
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TRIADE MAIOR COM SÉTIMA MENOR
TÔNICA TERÇA QUINTA SÉTIMA ACORDE
MAIOR JUSTA MENOR
T 3M 5J 7 T + 3M + 5J + 7
C7
D7
E7
F7
G7
A7
B7
C#7
D#7
F#7
G#7
A#7

TRIADE MENOR COM SÉTIMA MAIOR


TÔNICA TERÇA QUINTA SÉTIMA ACORDE
MENOR JUSTA MAIOR
T 3m 5J 7M T + 3m + 5J + 7M
Cm7M
Dm7M
Em7M
Fm7M
Gm7M
Am7M
Bm7M
C#m7M
D#m7M
F#m7M
G#m7M
A#m7M
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TRIADE MENOR COM SÉTIMA MENOR
TÔNICA TERÇA QUINTA SÉTIMA ACORDE
MENOR JUSTA MENOR
T 3m 5 7 T + 3m + 5J + 7
Cm7
Dm7
Em7
Fm7
Gm7
Am7
Bm7
C#m7
D#m7
F#m7
G#m7
A#m7

TRIADE DIMINUTA COM SÉTIMA DIMINUTA (ACORDE DIMINUTO)


TÔNICA TERÇA QUINTA SÉTIMA ACORDE
MENOR DIMINUTA DIMINUTA
T 3m b5 bb7 T + 3m + b5 + bb7







C#º
D#º
F#º
G#º
A#º
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TRIADE DIMINUTA COM SÉTIMA MENOR (ACORDE MEIO DIMINUTO)
TÔNICA TERÇA QUINTA SÉTIMA ACORDE
MENOR DIMINUTA MENOR
T 3m b5 7 T + 3m + b5 + 7
Cm7(b5)
Dm7(b5)
Em7(b5)
Fm7(b5)
Gm7(b5)
Am7(b5)
Bm7(b5)
C#m7(b5)
D#m7(b5)
F#m7(b5)
G#m7(b5)
A#m7(b5)

TRIADE MENOR COM SÉTIMA MENOR E NONA


TÔNICA TERÇA QUINTA SÉTIMA NONA ACORDE
MENOR JUSTA MENOR
T 3m 5J 7 9 T + 3m + 5J + 7 + 9
Cm7(9)
Dm7(9)
Em7(9)
Fm7(9)
Gm7(9)
Am7(9)
Bm7(9)
C#m7(9)
D#m7(9)
F#m7(9)
G#m7(9)
A#m7(9)
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CAMPO HARMÔNICO
Quando nos referimos ao Campo Harmônico de determinada música, estamos
nos referindo ao conjunto de acordes que formam a composição musical em questão
como um todo. Porém, para que estes acordes combinem entre si existem uma série
de regras matemáticas que devemos seguir, para que o resultado esperado seja
alcançado. Resumindo, existem várias regras que vão nos dizer qual acorde utilizar
naquele momento da música para que combine com o acorde anterior e prepare para
o próximo acorde que está porvir. Como já dito, existem muitas regras na música,
porém, não podemos analisar a música de maneira fria, ou apenas como uma fórmula
matemática. Imagine que o compositor de uma música é como um pintor diante de
uma tela em branco, ele pode escolher qualquer cor de tinta, ou tipo de traço que ele
preferir, para que assim ele consiga transmitir aquilo que deseja, mesmo que isso fuja
de alguma regra que ele aprendeu na escola de artes. Somos seres humanos, e
devemos manter nossa identidade humana na música.

No final das contas, aprendemos muitas regras, e elas podem nos ajudar a
encontrar um caminho para aquilo que queremos, porém, você é livre para no meio do
caminho tomar um atalho diferente, fazer algo totalmente inesperado e surpreender
seus ouvintes. Música, acima de tudo, deve ser espontânea e verdadeira. Agora que
falamos da parte humana, vamos abordar a parte exata do tema. Para se obter um
Campo Harmônico, basicamente vamos precisar definir qual será o tom da música, e
assim extrairmos a escala musical deste tom. Com a escala em mãos, formaremos
tríades, tétrades ou tétrades acrescentadas com essas notas. Chegando assim em
nosso Campo Harmônico, acompanhe a tabela abaixo:

ESCALA C D E F G A B

TRÍADES CEG DFA EGB FAC GBD ACE BDF

ACORDES C Dm Em F G Am B°

ESCALA C D E F G A B

TETRADES C E G B D F A C E G B D F A C E G B D F A C E B BDFA

ACORDES C7M Dm7 Em7 F7M G7 Am7 Bm7(b5)

REGRA BÁSICA
GRAUS I II III IV V VI VII
TRÍADE Maior menor menor Maior Maior menor menor(b5)
SÉTIMA 7M 7 7 7M 7 7 7
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CAMPO HARMÔNICO DAS ESCALAS MAIORES (TRIADES)
TOM I II III IV V VI VII
C
Db
D
Eb
E
F
Gb
G
Ab
A
Bb
B

CAMPO HARMÔNICO DAS ESCALAS MAIORES (TETRADES)


TOM I II III IV V VI VII
C
Db
D
Eb
E
F
Gb
G
Ab
A
Bb
B
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HARMONIA FUNCIONAL
Cada acorde proporciona uma sensação auditiva diferente. Os acordes maiores
têm um efeito bem diferente dos menores ou diminutos. Cada tipo específico de acorde
terá uma sonoridade característica que produz efeitos específicos em uma música. A
teoria da Harmonia Funcional nos ajuda a entender o papel que cada acorde
desempenha dentro de uma tonalidade. Quando conseguimos reconhecer estas
funções auditivamente, passamos a reconhecer mais facilmente os acordes
específicos que estão sendo usados para gerar este efeito. Existem apenas três
Funções Harmônicas.

TÔNICA: Esta função é associada à ideia de repouso e estabilidade. Quando ouvimos


o acorde de função Tônica, temos a sensação de que a música chegou a um ponto de
descanso, como se este acorde pudesse ser o acorde final que conclui a música com
clareza. Porém, a Tônica pode aparecer em vários momentos durante uma canção ou
peça instrumental. A tônica corresponde ao primeiro grau do Campo Harmônico e,
muitas vezes é o acorde que conclui a música, embora isto não seja uma
obrigatoriedade.

DOMINANTE: Esta função é associada às ideias de atração, tensão e aproximação.


O acorde de função Dominante cria uma expectativa no ouvinte, uma sensação de que
algo acontecerá na música nos próximos compassos para atender a esta expectativa.
A dominante é, normalmente, um acorde maior com sétima menor que tem o poder de
atrair outro acorde. No campo Harmônico, o acorde de quinto grau que desempenha
este papel. Também é comum dizer que a dominante faz uma preparação para um
acorde que vem em seguida.

SUBDOMINANTE: Esta função é associada à ideia de afastamento. É como se o


acorde subdominante ampliasse o espaço onde a música acontece, estabelecendo
uma sensação de que, a partir dali a música pode ir em qualquer direção.

A Harmonia Funcional permite a música tonal configurar uma relação temporal


de perspectiva, onde o ouvinte é levado a perceber o movimento musical com direção
e profundidade. Na música modal ou pré-tonal, praticada na antiguidade e na idade
média, não havia esta sistematização da harmonia e suas funções. Note no exemplo
abaixo a função de cada acorde, onde o acorde dominante D7 prepara para a tônica
G7+ que por sua vez dá a sensação de alívio após a tensão criada pelo D7, e nesse
mesmo contexto o subdominante C7+ sendo o meio termo entre os dois, dando uma
sensação de profundidade a nossa harmonia:

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ACORDES RELATIVOS E ANTIRRELATIVOS
Os acordes relativos e antirrelativos são aqueles que possuem uma ligação forte
com o acorde principal devido parte de suas notas e intervalos se coincidirem. Por
exemplo, considerando o acorde C7M, seu acorde relativo é o Am7, e o antirrelativo é
o Em7. Por via de regra, para encontrarmos o acorde relativo de um acorde maior
contamos 2 graus para trás, enquanto o acorde antirrelativo está 2 graus à frente,
vejamos:

ACORDES NOTAS TIPO DE ACORDE

C7M DÓ – MI – SOL – SI PRINCIPAL

Am7 LÁ – DÓ – MI – SOL RELATIVO

Em7 MI – SOL – SI – RÉ ANTIRELATIVO

Repare que o acorde Am7 possui 3 notas em comum com o acorde C7M (as notas
dó, mi, sol), e o acorde Em7 também possui 3 notas em comum com o acorde C7M
(as notas mi, sol, si). Portanto, tanto o acorde Am7 como o acorde Em7 possuem uma
estreita relação com o acorde C7M, pois diferem por apenas uma nota.

Quando o acorde principal em questão é menor, seu acorde relativo está 2 graus à
frente, enquanto o antirrelativo está 2 graus para trás, vejamos:

ACORDES NOTAS TIPO DE ACORDE

Am7 LÁ – DÓ – MI – SOL PRINCIPAL

C7M DÓ – MI – SOL – SI RELATIVO

Fm7 FÁ – LÁ – DÓ – MI ANTIRELATIVO

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ACORDES RELATIVOS E ANTIRRELATIVOS NO CAMPO HARMÔNICO
TÔNICA RELATIVA: Além do acorde do primeiro grau, o acorde do sexto grau
também pode funcionar como tônica: Em ou Em7 no tom de G. É a chamada Tônica
Relativa. Embora não tenha o mesmo efeito que o primeiro grau, ela também, possui
a capacidade de sugerir repouso ou relaxamento, porém, por ser um acorde menor,
resulta num tipo mais inesperado de repouso dentro do Campo Harmônico maior. Se
analisarmos as notas que formam o Em, veremos que, das três notas envolvidas nesta
tríade, duas são comuns ao acorde do primeiro grau, C. Por isso mesmo eles têm algo
semelhante em sua sonoridade e acabam desempenhando a mesma Função
Harmônica.

SUBDOMINANTE RELATIVA: Além do acorde do quarto grau, o outro acorde que


exerce a função SUBDOMINANTE é o acorde do segundo grau, que em Dó maior será
o Dm ou Dm7. Observamos que as tríades do quarto e do segundo grau também
possuem duas notas em comum, e compartilham também da mesma função
harmônica: SUBDOMINANTE.

DOMINANTE RELATIVA: Além do acorde de quinto grau, o outro acorde capaz de


exercer a função de DOMINANTE é o acorde do Sétimo grau, que em Dó maior será
o Bm5-, ou Bm7(5-), também chamado de meio diminuto. Novamente a presença de
várias notas em comum faz com que os dois acordes sejam semelhantes e tenham a
mesma Função Harmônica: DOMINANTE.

Entre os sete acordes do Campo Harmônico da Escala Maior Natural, apenas o


acorde do terceiro grau tem sua função harmônica menos definida. Ele pode funcionar
como Tônica ou como Subdominante, dependendo do contexto, ou seja, da sequência
em que está inserido, da melodia que harmoniza e do que vem antes e depois dele.
Vale lembrar que Harmonia Funcional é um conceito ligado à psico-acústica, quer
dizer, trata de sensações e efeitos psicológicos que certas combinações de sons nos
propiciam. Por isso, procure estudar esta matéria com o ouvido e não apenas na
teoria. Tente ouvir nas músicas como se manifesta esta funcionalidade dos acordes e
veja se, para você, esta teoria realmente faz sentido. É preciso aprender a ouvir com
a inteligência e escutar além da camada mais superficial da música, percebendo e
tomando consciência das relações estruturais e as sensações que a música evoca.
Abaixo uma tabela resumindo nosso estudo de Harmonia Funcional com todos os
acordes do Campo Harmônico:

QUALIDADE FUNCIONAL
FUNÇÃO PRINCIPAL GRAUS SUBSTITUTOS
FORTE MEIO-FORTE FRACA
TÔNICA I VI, III
DOMINANTE V VII
SUBDOMINANTE IV II
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CADÊNCIA HARMÔNICA
Cadência é um movimento harmônico direcionado onde acontece uma
preparação (expectativa criada) e uma resolução (atendimento da expectativa). A
Cadência faz uma espécie de pontuação nas frases musicais, dando um efeito de
conclusão, que pode ser mais ou menos enfatizada de acordo com o tipo de cadência
usada. A cadência mais simples e fácil de reconhecer é a chamada Cadência Perfeita.
Ela é caracterizada pela sequência harmônica onde temos um acorde dominante
seguido do acorde de tônica (primeiro grau). Por exemplo: G7 C.

A cadência perfeita, resulta numa pontuação clara do texto musical com forte
efeito de conclusão. Ela aparece normalmente no final da música ou final de uma parte
da música. É muito comum também que numa cadência, se utilize as três funções
harmônicas em sequência: subdominante → dominante → tônica.

Por exemplo: F G7 C ou Dm G7 C

Muitos músicos, ao falar sobre uma cadência preferem usar a linguagem dos
graus numéricos dizendo “quatro, cinco, um” ou “dois, cinco, um”, ao invés de dizer os
nomes dos acordes. Desse modo a indicação se aplica em qualquer tonalidade e fica
mais claro o padrão usado como sequência harmônica. Com base no conhecimento
passado até aqui em nosso Curso de Música, crie algumas cadências musicais:

TOM CADÊNCIA

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REVISÃO GERAL
1) O que é, e qual a finalidade da música?

2) O que é som e quais sãos suas propriedades? Explique-as:

3) Em quantas partes dividimos a música? Explique-as:

4) Quantas e quais são as notas que temos na música?

5) O que é uma escala musical? Cite 3 exemplos:

6) O que são acidentes musicais? Explique-os:

7) O violão é um instrumento de qual tipo?

8) Cite 7 partes do Violão:

9) Quais são as posturas para se tocar o violão?

10) Qual a diferença entre notas e acordes?

11) Como formamos os acordes? Explique:

12) O que é transcrição musical? Cite 02 exemplos:

13) O que é uma tétrade? Cite 03 exemplos:

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14) Resolva a seguinte tabela de acordes:
C7M
D#m7(9)
Eb9
Gm7(b5)
F7M

Bbm7
G7(9)

15) Qual a função do compasso? Cite 02 exemplos:

16) O que é intervalo musical simples e composto? Cite 03 tipos de intervalos:

17) Cite 05 técnicas de ornamento utilizadas no violão e defina-as:

18) Qual a função do sistema CAGED?

19) O que é um campo harmônico?

20) O que é música tonal?

21) Descreva o campo harmônico em tríades dos respectivos tons:


I II III IV V VI VII

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22) Descreva o campo harmônico em tétrades dos respectivos tons:
I II III IV V VI VII

23) Quais são as funções harmônicas? Explique-as:

24) O que são cadências?

25) O que são acordes relativos e antirrelativos?

26) Qual a diferença entre a tablatura e a partitura?

27) O que é andamento musical?

28) O que são sons enarmônicos?

29) O que é uma escala ascendente e descendente?

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30) Preencha a tabela com o sistema de cifras:

DÓ RÉ MI FÁ SOL LÁ SI

m Ø o ou dim + ou aum b # sus

/ 7 7M ou 7+ 9 4 (9) 6

CONSIDERAÇÕES FINAIS
Todo material aqui reunido e produzido foi feito com muita dedicação e carinho,
para que assim você pudesse aprender de forma simples, rápida e prática como tocar
seu instrumento.

Bons estudos e que Deus te abençoe grandemente!


“A repetição conduz à perfeição”. “Desistir não é opção”.
Profº Francis Tropiano

“Mas a hora vem, e agora é, em que os verdadeiros adoradores


adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque o Pai procura a tais
que assim o adorem.”

João 4:23

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