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Universidade Federal do Rio Grande do Norte

Escola de Ciência e Tecnologia

Matrizes, Sistemas, Inversa e Determinantes

(ECT3102) Álgebra Matricial e Vetorial

UNIDADE 1

UFRN Álgebra Matricial e Vetorial C&T 1 / 171


Matrizes

Matrizes

UFRN Álgebra Matricial e Vetorial C&T 2 / 171


Matrizes Definições iniciais

Definição 1
Uma matriz A de ordem m × n é uma organização de dados (elementos
da matriz) dispostos em m linhas e n colunas.

Exemplo 1 (Exemplo de matriz)

Altura Peso Idade  


1.70 60 40
Pai 1.70 60 40  
⇒
 1.72 50 30 

Mãe 1.72 50 30
1.50 60 15
Filha 1.50 60 15

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Matrizes Definições iniciais

A matriz A de ordem m × n pode ser denotada por Am×n e seus elementos


por aij . Assim, temos:
 
a11 a12 ... a1j ... a1n
 
a a22 ... a2j ... a2n 
 21 
 . .. .. .. 
 . 
 . . . . 
A= 
 ai1 ai2 ... aij ... ain 
 
 .. .. .. .. 
 
 . . . . 
 
am1 am2 ... amj ... amn

aij termo geral da matriz (definem os elementos da matriz);

Mm×n é o conjunto das matrizes de ordem m × n;

A(i) é a i-ésima linha de A;

A(j) é a j-ésima coluna de A.


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Matrizes Definições iniciais

Exemplo 2 (Alguns exemplos de matrizes)


 √ 
1 2
 
(a) Matriz de ordem 3 × 2 : 
 2/3 −1 

5 14
 
cosθ −senθ
(b) Matriz de ordem 2 × 2:  
senθ cosθ
h √ i
(c) Matriz de ordem 1 × 4: 6 −1/5 1 − 3
 
2
 
(d) Matriz de ordem 3 × 1: 
 −1 

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Matrizes Definições iniciais

Exemplo 3 (Matriz definida pelo termo geral)


Determine a matriz A2×3 cujo termo geral é aij = i − j se i < j e
aij = i + j se i ≥ j.
 
a11 a12 a13
Solução: Cada elemento da matriz A =   deve ser
a21 a22 a23
calculado com a regra do termo geral:

a11 = 1 + 1 = 2, pois 1 = 1 a21 = 2 + 1 = 3, pois 2 > 1


a12 = 1 − 2 = −1, pois 1 < 2 a22 = 2 + 2 = 4, pois 2 = 2
a13 = 1 − 3 = −2, pois 1 < 3 a23 = 2 − 3 = −1, pois 2 < 3
 
2 −1 −2
Logo: A =  
3 4 −1

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Matrizes Definições iniciais

Definição 2
As matrizes Am×n e Bm×n são iguais se seus elementos aij e bij
correspondentes são iguais.

Exemplo 4
Encontre os valores de x e y para que se tenha:
   
x+y 5 0 5
 = .
−2 2x − 3y −2 1

Solução: Igualando os elementos correspondentes, temos o sistema:


 
 x + y = 0 ×3  3x + 3y = 0
⇒ .
 2x − 3y = 1  2x − 3y = 1

Resolvendo o sistema (método da adição ou substituição),


1 1
encontraremos x = e y = − .
5 5
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Matrizes Definições iniciais

Definição 3
(a) Matriz retangular : o número de linhas e colunas são diferentes.

(b) Matriz quadrada: o número de linhas e colunas são iguais.

Exemplo 5
(a) Alguns exemplos de matriz retangular:
   
0 5   7
  0 5 6 h i  
 −2 1    0 5 6 −3  −1 
−2 1 0
   
6 9 4
(b) Alguns exemplos de matriz quadrada:  
  1 0 0 1
  0 5 6 
 −1

h i 0 5   2 5 1 
12    −2 1 0 




−2 1  0 2 1 0 
 
8 −1 2  
1 0 2 −1

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Matrizes Definições iniciais

Definição 4
A matriz quadrada An×n possui duas diagonais:

Diagonal secundária
a11 a12 · · · a1n

a21 a22 · · · a2n


.. .. · · · ..
. . .
an1 an2 · · · ann
Diagonal principal

Exemplo 6
 
0 5
Os elementos da diagonal principal da matriz   são 0 e 1, já
−2 1
os elementos da diagonal secundária são -2 e 5.
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Matrizes Definições iniciais

Definição 5
Uma matriz com todos os elementos iguais a zero recebe o nome de
matriz nula. A matriz nula pode ser denotada por Om×n .

Exemplo 7
Alguns exemplos de matriz nula:
   
0 0   0
  0 0 h i  
O3×2 =
0 0
 O2×2 =  O1×4 = 0 0 0 0 O3×1 = 0

0 0

0 0 0

Observação: Quando não for necessário especificar a ordem da matriz


nula, podemos denotá-lo apenas com a letra O.

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Matrizes Definições iniciais

Definição 6
As matrizes colunas são aquelas que possuem apenas uma coluna:
 
a
 11 
 a21 
 
A= . 

 .. 

 
am1

Definição 7
As matrizes linha são aquelas que possuem apenas uma linha:
h i
A= a11 a12 . . . a1n

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Matrizes Matrizes quadradas especiais

Definição 8
Uma matriz quadrada An×n é chamada de matriz diagonal quando
aij = 0 para i ̸= j.

Exemplo 8
Alguns exemplos de matriz diagonal:
 
  0 0 0 0
    4 0 0  
5 0 1 0    0 0 0 0 
     0 −3 0 




0 −3 0 1  0 0 0 0 
 
0 0 5
 
0 0 0 0

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Matrizes Matrizes quadradas especiais

Definição 9
Uma matriz quadrada An×n é chamada de matriz identidade quando
aij = 1 para i = j e aij = 0 para i ̸= j.

Exemplo 9
Alguns exemplos de matriz identidade:
 
  1 0 0 0
  1 0 0  
1 0    0 1 0 0 
   0 1 0  



0 1  0 0 1 0 
 
0 0 1
 
0 0 0 1

Observação: A matriz identidade de ordem n × n pode ser denotada


por In .
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Matrizes Matrizes quadradas especiais

Definição 10
Uma matriz quadrada An×n é chamada de matriz simétrica quando
aij = aji .

Exemplo 10
Alguns exemplos de matriz simétrica:
 
    1 0 0 0
 √  4 −2 3 1 0 −1  
2 1  0 −2 0 0
 
   
  −2 0 5 
  0 3 2 
  
  
1 −5  0 0 0 0
 
3 5 −1 −1 2 −1
 
0 0 0 3

Observação: Nas matrizes simétricas, os elementos da i-ésima linha são


iguais às da j-ésima coluna.
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Matrizes Matrizes quadradas especiais

Definição 11
Uma matriz quadrada An×n é chamada de matriz antissimétrica
quando aij = −aji para i ̸= j e aii = 0.

Exemplo 11
Alguns exemplos de matriz antissimétrica:
 
    0 0 0 0
  0 −2 3 0 0 −1  
0 1      0 0 0 0 
2 0 −5   0 0 2
     
 
−1 0  0 0 0 0 
   
−3 5 0 1 −2 0
 
0 0 0 0

Observação: Nas matrizes simétricas, se aij são os elementos da i-ésima


linha, então −aij são os elementos da j-ésima coluna.
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Matrizes Matrizes quadradas especiais

Definição 12
Uma matriz quadrada An×n é chamada de matriz triangular superior
quando aij = 0, para i > j (elementos abaixo da diagonal principal são
nulos).

Exemplo 12
Alguns exemplos de matriz triangular superior:
   
  −2 1 −1 2 −2 0 0 0
  4 0 3    
−1 2    0 1 3 1   0 1 0 0 
   0 −2 1  







0 3 0 0 2 4  0 0 2 0 
   
0 0 2
   
0 0 0 3 0 0 0 3

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Matrizes Matrizes quadradas especiais

Definição 13
Uma matriz quadrada An×n é chamada de matriz triangular inferior
quando aij = 0, para i < j (elementos acima da diagonal principal são
nulos).

Exemplo 13
Alguns exemplos de matriz triangular inferior:
   
  3 0 0 0 0 0 0 0
  2 0 0 
 1 −1 0 0
  
1 0     0 0 0 0 
   −3 1 0  







−2 3  0 2 5 0  0 0 0 0 
  
5 0 1
   
1 −2 1 4 0 0 0 0

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Matrizes Exercı́cios

Resolva exercı́cios para fixar o aprendizado!

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Matrizes Exercı́cios

1. Determine as matrizes de acordo com as regras estabelecidas para seus elementos:

(a) A ∈ M2×2 , tal que aij = 1 + (−1)i+j .


(
3, se i < j
(b) B ∈ M2×3 , tal que bij = .
i − j, se i ≥ j
(
i + j, se |i − j| ≥ 1
(c) C ∈ M3×2 , tal que cij = .
1, se |i − j| < 1
2. Encontre a, b, c ∈ R para que se tenha:
  " #
2a − 2 2a + c 1−c a+b+2
 1 = .
3 b−c+ a 3 a+1
2

3. Classifique as afirmações abaixo em verdadeiras (V) ou falsas (F).


(a) A soma dos termos da diagonal principal da matriz A ∈ M3×3 , tal que
aij = (−1)i+j , é 3.
(b) Toda matriz nula é também diagonal.
(c) Uma matriz identidade é também diagonal, simétrica, triangular inferior e
triangular superior.
(d) A soma dos termos de uma matriz antissimétrica é sempre igual a 0.
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Matrizes Exercı́cios

(e) Toda matriz triangular superior é também diagonal.

(f) Se A ∈ Mn×n é simétrica, então A ∈ Mn×n não pode ser triangular inferior.

4. Determine a, b, e c para que a seguinte matriz seja simétrica:


 2 
1 −1
 9 

 
 1
 a − b + 3c

 2 2 −2 
.
 2 
1
 
2a + b + c a+c 9
2

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Matrizes Operações com matrizes

Operações com matrizes

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Matrizes Operações com matrizes

Definição 14
A soma das matrizes Am×n e Bm×n é a matriz (A + B)m×n de elementos
(a + b)ij = aij + bij .

Exemplo 14
   
1 2 1 0 1 −2
Calcule a soma das matrizes A =  eB= .
0 1 2 2 4 7

Solução:
   
1 2 1 0 1 −2
A+B =  + 
0 1 2 2 4 7
 
1+0 2+1 1 + (−2)
=  
0+2 1+4 2+7
 
1 3 −1
=  .
2 5 9
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Matrizes Operações com matrizes

Teorema 1
Para quaisquer matrizes A, B, C ∈ Mm×n , temos:

(a) A adição é comutativa:


A + B = B + A.

(b) A adição é associativa:


A + (B + C) = (A + B) + C.

(c) A adição possui elemento neutro:


Existe O ∈ Mm×n , tal que A + O = A, para toda A ∈ Mm×n .

(d) A adição possui oposta:


Para toda A ∈ Mm×n , existe −A ∈ Mm×n , tal que A + (−A) = O.

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Matrizes Operações com matrizes

Definição 15
A multiplicação da matriz Am×n pelo escalar k ∈ R é a matriz
(kA)m×n de elementos (ka)ij = kaij .

Exemplo 15
 
1 0 4
A multiplicação da matriz A =   por 3 é a matriz:
2 −1 5
     
1 0 4 3(1) 3(0) 3(4) 3 0 12
3A = 3  = = 
2 −1 5 3(2) 3(−1) 3(5) 6 −3 15

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Matrizes Operações com matrizes

Teorema 2
Para quaisquer A, B ∈ Mm×n e k1 , k2 ∈ C, temos:

(a) (k1 k2 )A = k1 (k2 A).

(b) (k1 + k2 )A = k1 A + k2 A.

(c) k1 (A + B) = k1 A + k1 B.

(d) 1A = A.

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Matrizes Operações com matrizes

Observação 1

(a) Subtração:
A − B = A + (−B)
       
1 2 0 1 1−0 2−1 1 1
Exemplo: − = = 
0 1 2 4 0−2 1−4 −2 −3
(b) Equação

X +A=B

⇔ X + A + (−A) = B + (−A)

⇔ X +O =B−A

⇔ X =B−A

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Matrizes Operações com matrizes

Definição 16
A multiplicação de Am×r por Br×n é a matriz ABm×n cujos elementos (ab)ij
são: r
X
(ab)ij = ai1 b1j + ai2 b2j + · · · + air brj = aik bkj
k=1
  
a11 ... a1k . . . a1r b11 . . . b1j ... b1n
.. .. .. .. .. ..
  
  

 . . . 
 . . . 

 ai1 ... aik . . . air   bk1 . . . bkj ... bkn .
  
.. .. .. .. .. ..
  
  

 . . . 
 . . . 

am1 . . . amk ... amr br1 . . . brj ... brn

O elemento (ab)ij é obtido multiplicando (produto escalar) os elementos da


linha A(i) pelos da coluna B (j) . Esse produto pode ser indicado por:

(ab)ij = A(i) · B (j) = ai1 b1j + ai2 b2j + · · · + air brj

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Matrizes Operações com matrizes

Observação 2
Condição necessária para existência do produto:

Am×r Br×n
Iguais

ABm×n

Por exemplo:

(a) A3×5 e B5×7 ⇒ AB3×7

(b) A4×2 e B2×5 ⇒ AB4×5

(c) A5×2 e B4×3 ⇒ não existe AB

(c) A4×4 e B3×2 ⇒ não existe AB

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Matrizes Operações com matrizes

Exemplo 16
   
2 0 4 2 0
   
Calcule AB para A = 
 −3 1 eB= 1
0  
.
−1 
0 5 3 4 1

Solução:    
(ab)11 (ab)12 20 4
   
AB = 
 (ab)21  =  −5
(ab)22   −1 

(ab)31 (ab)32 17 −2

(ab)11 = A(1) · B (1) = a11 b11 + a12 b21 + a13 b31 = 2(2) + 0(1) + 4(4) = 20.
(ab)21 = A(2) · B (1) = a21 b11 + a22 b21 + a23 b31 = −3(2) + 1(1) + 0(4) = −5
(ab)31 = A(3) · B (1) = 0(2) + 5(1) + 3(4) = 17.
(ab)12 = A(1) · B (2) = 2(0) + 0(−1) + 4(1) = 4.
(ab)22 = A(2) · B (2) = −3(0) + 1(−1) + 0(1) = −1.
(ab)32 = A(3) · B (2) = 0(0) + 5(−1) + 3(1) = −2
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Matrizes Operações com matrizes

Observe que:
O elemento (ab)11 é o produto escalar da primeira linha de A pela
primeira coluna de B:
    
2 0 4 2 0 20 (ab)12
    
 −3 1 0   1 −1  =  (ab)21 (ab)22  .
    
0 5 3 4 1 (ab)31 (ab)32

O elemento (ab)21 é o produto escalar da segunda linha de A pela


primeira coluna de B:
    
2 0 4 2 0 (ab)11 (ab)12
    
  1 −1  =  −5
.
 −3 1 0 (ab)22 
   
0 5 3 4 1 (ab)31 (ab)32

O mesmo acontece com os outros elementos (ab)ij .


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Matrizes Operações com matrizes

Exemplo 17
 
 1  0 1
1 0  2 
2   −1 − 
Calcule AB para A =  eB= .

1  3 
−3 1 
3

3 1
2

Solução:    1 7 
(ab)11 (ab)12 2 4 
AB =  =
2 31
 
(ab)21 (ab)22 −
3 18
1 1
(ab)11 = 1(0) + 0(−1) + (1) =
2 2
1 2
(ab)21 = −3(0) + (−1) + 1(1) =
3
   3
2 1 3 7
(ab)12 = 1(1) + 0 − + = .
3 2 2 4
   
1 2 3 31
(ab)22 = −3(1) + − +1 =−
3 3 2 18
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Matrizes Operações com matrizes

Exemplo 18
 
2 1  
  1 −1
Calcule AB para A = 
 4 eB=
2   .
0 4
5 3

Solução:    
(ab)11 (ab)12 2 2
   
AB = 
 (ab)21 = 4
(ab)22   4 

(ab)31 (ab)32 5 7

(ab)11 = 2(1) + 1(0) = 2


(ab)21 = 4(1) + 2(0) = 4
(ab)12 = 2(−1) + 1(4) = 2
(ab)22 = 4(−1) + 2(4) = 4
(ab)31 = 5(1) + 3(0) = 5
(ab)32 = 5(−1) + 3(4) = 7
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Matrizes Operações com matrizes

Exemplo 19
 
h i 4 3 0
Calcule AB para A = 5 2 eB= .
5 0 1

Solução: h i h i
AB = (ab)11 (ab)12 (ab)13 = 30 15 2

(ab)11 = 5(4) + 2(5) = 30

(ab)12 = 5(3) + 2(0) = 15

(ab)13 = 5(0) + 2(1) = 2

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Matrizes Operações com matrizes

Exemplo 20
 
h i 5
 
Calcule AB para A = A = 3 5 2 eB=
 −3 .

Solução: h i h i
AB = (ab)11 = 2 =2

(ab)11 = 3(5) + 5(−3) + 2(1) = 2

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Matrizes Operações com matrizes

Teorema 3
A multiplicação de matrizes satisfaz às seguintes propriedades:

(a) A(BC) = (AB)C, ∀A ∈ Mm×s , B ∈ Ms×r e C ∈ Mr×n .

(b) A(B + C) = AB + AC, ∀A ∈ Mm×n e B, C ∈ Mn×p .

(c) (A + B)C = AC + BC, ∀A, B ∈ Mm×n e C ∈ Mn×p .

(d) Im A = A e AIn = A, ∀A ∈ Mm×n , onde Im e In são as matrizes


identidades de ordens m × m e n × n.

(e) Om A = Om×n e AOn = Om×n , ∀A ∈ Mm×n , onde Om×n e Om×n são as


matrizes nulas.

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Matrizes Operações com matrizes

Observação 3
(a) A existência de AB não garante a existência de BA.

(b) Quando AB e BA existem, elas podem ser iguais ou diferentes.

(c) Quando AB = BA dizemos que A e B são comutativas.

Exemplos:
    
−1 0 1 2 −1 −2
(a) AB =   = 
2 3 3 0 11 4
    
1 2 −1 0 3 6
(b) BA =   = 
3 0 2 3 −3 0
    
2 1 3 −1 1 0
(c) CD =   = 
5 3 −5 2 0 1
    
3 −1 2 1 1 0
(d) DC =   = 
−5 2 5 3 0 1
As matrizes C e D são comutativas.
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Matrizes Operações com matrizes

Exemplo 21
   
x+1 2 −1 4
Encontre x e y tal que A =  eB= 
1 3 y+2 −2
comutem.

Solução:
    
x+1 2 −1 4 −x + 2y + 3 4x
AB =   = 
1 3 y+2 −2 3y + 5 −2

e
    
−1 4 x+1 2 −x + 3 10
BA =   = ,
y+2 −2 1 3 (x + 1)(y + 2) − 2 2y − 2

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Matrizes Operações com matrizes

(continuação) Fazendo AB = BA, temos:


 

 −x + 2y + 3 = −x + 3 

 y = 0
5

 

x =
 
 4x = 10 
⇒ 2


 3y + 5 = (y + 2)(x + 1) − 2 

 xy − 2y + 2x = 5

 

2y − 2 = −2
 
 y = 0

5
Resolvendo o sistema, encontramos x = e y = 0.
2

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Matrizes Operações com matrizes

Definição 17 (Produto por colunas)


O produto de Am×n por Bn×r pode ser definido da seguinte forma:
h i h i
AB = A B (1) B (2) ··· B (r) = AB (1) AB (2) ··· AB (r) .

Exemplo 22
   
−1 0 1 2
Calcule o produto de A =   por B =   usando o
2 3 3 0
produto por colunas.

Solução:
         
h i −1 0 1 −1 0 2 −1 −2
AB = AB (1) AB (2) =        = 
2 3 3 2 3 0 11 4

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Matrizes Operações com matrizes

Definição 18
Definimos as potências de An×n por:

(a) A0 = In ;

(b) Ak = AA · · · A (k fatores), para k ∈ N = {1, 2, 3, . . .}.

Teorema 4
Para A, B ∈ Mn×n e r, s ∈ N, temos:

(a) Ar As = Ar+s ;

(b) (Ar )s = Ars .

Observação: Em geral, An B n ̸= (AB)n

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Matrizes Operações com matrizes

Exemplo 23
 
1 2
Seja A =  . Calcule:
−3 1

(a) A2 (b) A3 (c) A6

Solução:
    
1 2 1 2 −5 4
(a) A2 = AA =   = .
−3 1 −3 1 −6 −5
(b) A3 = A2+1 = A2 A. Logo:
    
3 −5 4 1 2 −17 −6
A =  = .
−6 −5 −3 1 9 −17

(c) A6 = A3(2) = (A3 )2 = A3 A3 . Logo:


    
6 −17 −6 −17 −6 235 204
A =  = .
9 −17 9 −17 −306 235

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Matrizes Operações com matrizes

Definição 19
A transposta de Am×n , denotada por AT , é a matriz de ordem n × m cujos
elementos são aTij = aji , isto é, as linhas de AT são as colunas de A.

Exemplo 24
Obtenha a transpostas das seguintes matrizes:
 
2 1  
  T
2 0 −4
(a) A = 
 0 −3 ⇒A =
 
1 −3 5
−4 5
 
h i
T
2
(b) B = 2 10 ⇒ B =  
10
 
  2 0
2 1 5  
(c) C =   ⇒ CT =  1 −3 
0 −3 1
 
5 1

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Matrizes Operações com matrizes

Teorema 5
An×n é simétrica se, e somente se, AT = A.

Teorema 6
Para A, B ∈ Mm×n e k ∈ R, temos:

(a) (A + B)T = AT + B T .

(b) (kA)T = kAT .

(c) (AT )T = A.

(d) (AB)T = B T AT

Observação: (A1 A2 . . . An )T = ATn . . . AT2 AT1

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Matrizes Operações com matrizes

Definição 20
h iT
Dados Am×n e x = x1 x2 . . . x n , definimos o produto
matriz-vetor por: Ax = x1 A(1) + x2 A(2) + . . . + xn A(n) .

Exemplo 25
   
1 0 −1 2
   
Sejam A = 
 0 2  e x =  −3 . Calcule Ax.
1   

2 1 −2 2

Solução: Usando o produto matriz-vetor, temos:


       
1 0 −1 0
       
 0  − 3  2  + 2  1  =  −4
Ax = 2        .

2 1 −2 −3

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Matrizes Operações com matrizes

Definição 21
O traço de An×n , denotado por traço(A), é a soma dos elementos da
diagonal principal, ou seja:
n
X
traço(A) = a11 + a22 + .... + ann = akk .
k=1

Exemplo 26
 
1 0 −7
 
O traço de A = 
 −2 3  é:
0 
8 3 −6

traço(A) = 1 + 3 − 6 = −2

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Matrizes Exercı́cios

Resolva exercı́cios para fixar o aprendizado!

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Matrizes Exercı́cios
" # " #
1 1 1 0
5. Sejam A = e I2 = . Determine X ∈ M2×2 , tal que
1 1 0 1
3
−2(X − 3I2 ) = X + A.
2
6. Determine o valor de k para que se tenha AB = BA, onde A, B ∈ M2×2 são definidas
" # " #
3 −4 7 4
por A = eB= .
−5 6 5 k
 
" # " # −1
1 2 3 −2 0 1   h i
7. Sejam A = ,B= ,C=  2  e D = 2 −1 .

2 1 −1 3 0 1
4
Quando possı́vel, calcule:

(a) D(A + B); (c) (DA)(−C);


(b) (2A − B)C; (d) [D(A − 2B)]C.
     
3 0 " # 1 5 2 6 1 3
  1 4 2    
8. Sejam A =  −1 2 ,B = , C = −1 0 1 , D = −1 1 2.
3 1 5
    
1 1 3 2 4 4 1 3
Calcule as seguintes operações (quando possı́vel):

(a) tr(C − 3D) (b) (CA)T (c) tr(B T AT + 2DT )

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Matrizes Exercı́cios

9. Classifique as afirmações em verdadeiras (V) ou falsas (F). Justifique suas respostas.


(a) Se A ∈ M6×4 , B ∈ Mm×n e B T AT ∈ M2×6 , então m = 4 e n = 2.
(b) Se A, B e C são matrizes de mesma ordem e A − C = B − C, então A = B.
(c) Se A e B são matrizes quadradas de mesma ordem, então
(A + B)2 = A2 + 2AB + B 2 .
(d) Se A e B são matrizes 2 × 2, então AB = BA.
(e) Se A, B e C são matrizes tais que AC e BC estão definidas, então A e B devem
ter a mesma ordem.
(f) Se A e B são matrizes quadradas e C é uma matriz qualquer, tais que AC e BC
estão definidas, então A e B tem a mesma ordem.
(g) Se A e B são matrizes tais que AB e BA estão definidas, então A e B devem ser
quadradas de mesma ordem.

(h) Se I é a matriz identidade de ordem 3, O é a matriz nula de ordem 3 e


 
1 0 −1
  4 2 3
A=  0 2 1 , então I (A + O )I = A.
2 1 −2

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Equações e Sistemas Lineares

Equações e Sistemas Lineares

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Equações e Sistemas Lineares Equação linear

Definição 22
Uma equação da forma

a1 x1 + a2 x2 + . . . + an xn = b (1)

ai , b ∈ R, para i = 1, · · · , n, é chamada de equação linear, onde:

(a) x1 , x2 , . . . , xn são as incógnitas ou variáveis da equação;

(b) a1 , a2 , . . . , an são chamados de coeficientes das incógnitas;

(c) b é chamado de termo independente da equação.

Observação:
(a) Quando b = 0, a equação linear é chamada de homogênea.

(b) A equação linear pode ser representada pela equação matricial A x = b, onde
h i →
h iT
A = a1 a2 . . . an ∈ M1×n e x = x1 x2 . . . xn ∈ Rn

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Equações e Sistemas Lineares Equação linear

Exemplo 27
Alguns exemplos de equações lineares são:
(a) 5x1 + 3x2 − x3 + x4 − 2x5 = 2
(b) 2a + b = 3
(c) 3x − 5y + 4z = 0

Exemplo 28
Alguns exemplos de equações não lineares são:
(a) 3x1 + x32 = 2
(b) x1 x2 + x3 = 2
(c) x1 + sen(x2 ) = 0

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Equações e Sistemas Lineares Equação linear

Observação 4

(a) A equação
 linear a11 x1 + a12 x2 = b é a equação de uma reta no plano, onde
→ x1
x=   ∈ R2 .
x2
(b) A equação linear a11 x1 + a12 x2 + a13 x3 = b é a equação de um plano no
 
x1
→   3
espaço, onde x =  x2  ∈ R .

x3

Definição 23
 
c1
 

 c2  → →
Dizemos que s =   é uma solução da equação linear A x = b se A s = b.
 
 ... 
 
cn

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Equações e Sistemas Lineares Equação linear

Exemplo 29
 
→ 4
Mostre que s =   é solução da equação x1 + 3x2 = 7.
1

Solução: Substituindo x1 = 4 e x2 = 1 na equação, temos:

4 + 3.1 = 7 ⇒ 7 = 7 (Verdadeiro!)

Exemplo 30
 
→ 3
Mostre que s =   não é solução da equação 2x1 − 3x2 = 7.
−1

Solução: Substituindo x1 = 3 e x2 = −1 na equação, temos:

2.3 − 3.(−1) = 7 ⇒ 9 = 7 (Falso!)

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Equações e Sistemas Lineares Sistemas lineares

Definição 24
Um sistema linear de m equações e n incógnitas é constituı́do por m equações
lineares com n incógnitas e pode ser representado por:


 a11 x1 + a12 x2 + ... + a1n xn = b1


 a21 x1

+ a22 x2 + ... + a2n xn = b2
.. .. .. .. , (2)



 . . . .

am1 x1 + am2 x2 + ... + amn xn = bm

onde para i = 1, 2, · · · , m e j = 1, 2, · · · , n, tem-se:

(a) xj são as incógnitas do sistema;

(b) aij ∈ R são os coeficientes das incógnitas em cada equação;

(c) bi ∈ R são os termos independentes do sistema.

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Equações e Sistemas Lineares Sistemas lineares

Exemplo 31
Alguns
 exemplos de sistemas lineares são:
 3x1 − x2 + 4x3 + x4 = 1


(a) 3x2 − x3 + 2x4 = 0


x1 − x3 + 2x4 = 1


 x + 2y − 3z = 2


(b) 3x − y + 6z = 4


2x − 3z = 5

Exemplo 32
Alguns
 exemplos de sistemas não lineares são:
 x2 − x2 = 1
1
(a)
 x1 + 2x2 = 0

 x + 2xy

 − 1z = 0
(b) x − 2y + xz = 0


x + cosy − z = 8

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Equações e Sistemas Lineares Sistemas lineares

Observação 5
Usando as operações e a igualdade de matrizes, podemos estabelecer uma
equivalência entre o sistema linear e uma equação matricial:
     
a11 a12 . . . a1n x1 b1 

 a11 x1 + a12 x2 + . . . + a1n xn = b1
     

a
 21 a22 . . . a2n  x2   b2   a21 x1 + a22 x2 + . . . + a2n xn = b2
    
 .. .. ..  .. = ..  ⇔  .. .. .. ..
    
 . . . 
 .   .  . . . .
    

 


am1 am2 . . . amn xn bm am1 x1 + am2 x2 + . . . + amn xn = bm

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Equações e Sistemas Lineares Sistemas lineares

Definição 25
→ →
Denotaremos a equação matricial correspondente ao sistema linear (2) por A x = b ,
onde:  
a11 a12 ··· a1n
 
 21 a22 · · · a2n 
 a 
(a) A =  . .. ..  ∈ Mm×n é a matriz dos coeficientes
 
 .. . . 
 
am1 am2 · · · amn
 
x1
 
 x 
→  2  n
 ..  ∈ R é a matriz de incógnitas
(b) x =  
 . 
 
xn
 
b1
 
 b 
→  2 
(c) b =   ∈ Rm é a matriz de termos independentes.
 .. 
 . 
 
bm
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Equações e Sistemas Lineares Sistemas lineares

Exemplo 33

 x1 + 2x2 + 3x3 = 6


→ →
Escreva o sistema linear 2x1 − 3x2 + 2x3 = 14 na forma A x = b .


3x1 + x2 − x3 = −2

     
1 2 3 x1 6
  →   →  
Solução: Para A = 
 2 −3 , x =  x2  e b =  14 , temos:
2     

3 1 −1 x3 −2
     
 x1 + 2x2 + 3x3 = 6 1 2 3 x1 6


    
2x1 − 3x2 + 2x3 = 14 ⇔
 2 −3   x2  =  14  .
2     


3x1 + x2 − x3 = −2 3 1 −1 x3 −2

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Equações e Sistemas Lineares Sistemas lineares

Definição 26
Quando todos os termos independentes do sistema linear são nulos, isto é:


 a11 x1 + a12 x2 + . . . + a1n xn = 0


 a21 x1 + a22 x2 + . . . + a2n xn = 0

 ...

..
.
..
.
..
.



am1 x1 + am2 x2 + . . . + amn xn = 0

ele recebe o nome de sistema linear homogêneo e pode ser denotado por
→ →
A x= 0 .

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Equações e Sistemas Lineares Sistemas lineares

Definição 27
h iT
Dizemos que s = c1 c2 ... cn ∈ Rn é uma solução do sistema linear
→ → →
A x = b se todas as equações lineares A(i) s = bi , i ∈ {1, 2, . . . , m}, são
satisfeitas.

Exemplo 34
  
→ 3  2x
1 + x2 = 1
Mostre que s =   é solução do sistema
−5  3x1 + 2x2 = −1

Solução: Substituindo x1 = 3 e x2= −5 nas equações do sistema, temos:



 2(3) + (−5) = 1  1 = 1
⇒ (Verdadeiro!)
 3(3) + 2(−5) = −1  −1 = −1

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Equações e Sistemas Lineares Sistemas lineares

Exemplo 35
  
→ 3  2x
1 − x2 = 4
Mostre que s =   não é solução do sistema
2  x1 + 2x2 = −1

Solução: Substituindo x1 = 3 e x
 2 = 2 nas equações do sistema, temos:
 2(3) − 2 = 4  4 = 4
⇒ (Falso!)
 3 + 2(2) = −1  7 = −1

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Equações e Sistemas Lineares Sistemas lineares

Exemplo 36
  
→ 0  2x
1 − x2 = 0
Mostre que 0 =   é solução do sistema .
0  x1 + 2x2 = 0

Solução: Substituindo x1 = 0 ex2 = 0 nas equações do sistema, temos:



 2(0) − 0 = 0  0 = 0
⇒ (Verdade!)
 0 + 2(0) = 0  0 = 0

Observação 6
→ → →
O vetor nulo 0 , sempre satisfaz o sistema linear homogêneo A x = 0 e recebe
o nome de solução trivial.

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Equações e Sistemas Lineares Matriz de coeficiente triangular

Teorema 7
Se An×n é triangular (inferior ou superior) com aii ̸= 0, para i ∈ {1, 2, . . . , n},
→ → →
então, para cada b ∈ Rn , A x = b possui uma única solução.

Exemplo 37

 x1 + 2x2 + 3x3 = 6


Encontre a solução do sistema linear x2 + 2x3 = 4 .


x3 = 3

Solução:
 
 x1

 + 2x2 + 3x3 = 6  x1

 = 6 − 2x2 − 3x3
x2 + 2x3 = 4 ⇔ x2 = 4 − 2x3 .

 

x3 = 3 x3 = 3
 

Substituindo x3 = 3 em x2 = 4 − 2x3 , obtemos x2 = −2. Por fim, substituindo


x3 = 3 e x2 = −2 na equação x1 = 6 − 2x2 − 3x3 , temos x1 = 1. Logo,
x = [1 − 2 3]T é a solução do sistema.
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Equações e Sistemas Lineares Matriz de coeficiente não triangular

Observação 7
Para os casos em que a matriz A não é triangular ou não é quadrada, a
→ →
solução de A x = b será obtida através de um processo que consiste em
aplicar operações nas linhas da matriz constituı́da tanto pelos
coeficientes como pelos termos independentes, a qual chamaremos de
matriz aumentada.

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Equações e Sistemas Lineares Matriz de coeficiente não triangular

Definição 28
→ → → →
Seja A x = b um sistema linear com Am×n . A matriz aumentada de A x = b ,

denotada por [A b ], é definida por:
 
a11 a12 ... a1n | b1
 

 a21 a22 ... a2n | b2 
[A b ] =  . .
 
 .. .. .. .. 
 . . | .  
am1 am2 ... amn | bm

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Equações e Sistemas Lineares Matriz de coeficiente não triangular

Exemplo 38
→ →
Escreva a matriz aumentada dos sistemas A x = b :

 x1 + 2x2 + 3x3 = 6


(a) 2x1 − 3x2 + 2x3 = 14 .


3x1 + x2 − x3 = −2


 x1 + 2x2 + 3x3 = 6


(b) x2 + 2x3 = 4 .


x3 = 3

Solução:

   
1 2 3 | 6 1 2 3 | 6
→   →  
(a) [A b] = 
 2 −3 2 | 14 
 (b) [A b] = 
 0 1 2 | 4 

3 1 −1 | −2 0 0 1 | 3

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Equações e Sistemas Lineares Exercı́cios

Resolva exercı́cios para fixar o aprendizado!

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Equações e Sistemas Lineares Exercı́cios

10. Quais das seguintes equações nas incógnitas x1 , x2 e x3 são lineares?



(a) x1 + 5x2 − 2x3 = 1 (d) x−21 + x2 + 8x3 = 5
3/5
(b) x1 + 3x2 + x1 x3 = 2 (e) x1 − 2x2 + x3 = 4

(c) x1 = −7x2 + 3x3 (f) πx1 − 2x2 + 31 x3 = 71/3

11. Encontre a solução geral no conjunto R2 para a equação linear 7x − 5y = 3.

12. Encontre a solução geral no conjunto R3 para a equação linear 3x1 − 5x2 + 4x3 = 7.

13. Resolva os sistemas lineares abaixo e esboce os gráficos correspondentes às suas

equações:
(
3x + 2y = 6
(a)
2x + 3y = 5
(
3x + 2y = 6
(b)
6x + 4y = 1
(
3x + 2y = 1
(c)
6x + 4y = 2

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Equações e Sistemas Lineares Matriz escalonada e operações elementares

Matriz escalonada e Operações elementares

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Equações e Sistemas Lineares Matriz escalonada e operações elementares

Definição 29
Uma matriz Am×n está na forma escalonada se satisfaz as seguintes
condições:
(a) Se A possui linhas nulas, então elas localizam-se abaixo de todas as
linhas não nulas.
(b) Se A possui mais de uma linha não nula, digamos A(1) , A(2) , . . . , A(p) e ki
é o ı́ndice da coluna na qual está localizado o primeiro termo não nulo da
linha A(i) , então k1 < k2 < . . . < kp .

Definição 30
O primeiro termo não nulo de cada linha de uma matriz na forma escalonada
é chamado de pivô.

A condição (b) da Definição 28 diz que comparando duas linhas da matriz


escalonada, o pivô da linha de baixo está sempre à direita do pivô da linha de
cima.
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Equações e Sistemas Lineares Matriz escalonada e operações elementares

Exemplo 39
Alguns exemplos de matrizes escalonadas:
     
1 4 −3 7 3 1 0 1 −4 2 6 0  
      1 0 0
 0 3 6 2   0 5 −2   0 0 1 −1 6   
0 1 0
     
0 0 5 2 0 0 4 0 0 0 0 0

Exemplo 40
Alguns exemplos de matriz que não são escalonadas:
     
2 4 −3 7   1 2 −5 0 1 2 6 0
  0 0 0    
 0 0 0 0     1 1 0   1 0 1 −1 0 
0 3 0
     
0 0 3 5 0 0 0 0 0 0 0 1

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Equações e Sistemas Lineares Matriz escalonada e operações elementares

Um conjunto especial de matrizes escalonadas são as escalonadas


reduzidas que, além das condições necessárias listadas anteriormente,
elas possuem pivôs iguais a 1 e em toda coluna que tiver pivô, os
demais elementos são nulos.
Definição 31
Uma matriz Am×n está na forma escalonada reduzida se satisfaz as
seguintes condições:
(a) Está na forma escalonada.
(b) O pivô (primeiro número não nulo) de cada linha é 1.

(c) Se o pivô de uma linha A(i) é aij , então os demais elementos da


coluna A(j) são nulos.

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Equações e Sistemas Lineares Matriz escalonada e operações elementares

Exemplo 41
Alguns exemplos de matrizes escalonadas reduzidas:
     
1 0 0 7   1 −4 0 0 0 1 0 0
  1 0 0    
 0 1 0 2     0 0 1 −1 4   0 1
  −1 
0 1 0
   
0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0

Exemplo 42
Alguns exemplos de matriz que não são escalonadas reduzidas:
     
6 3 0 7 3 0 4 1 −4 2 0 0  
      1 2 0
 0 1 0 2   0 5 −1   0 0 1 −1 4   
0 1 0
     
0 0 5 0 0 0 0 0 0 0 1 0

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Equações e Sistemas Lineares Matriz escalonada e operações elementares

Observação 8

(a) Quando a matriz aumentada [A b ] é escalonada, o sistema linear
→ →
A x = b é facilmente solucionado.

(b) Se [A b ] não é escalonada, então podemos substituı́-la por uma
matriz escalonada especı́fica, a qual é obtida aplicando operações sobre

as linhas de [A b ].

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Equações e Sistemas Lineares Matriz escalonada e operações elementares

Definição 32
As seguintes operações com as linhas de uma matriz Am×n são
chamadas elementares:
1 Multiplicar a linha A(r) por um escalar α ̸= 0.
Notação: Lr → αLr .
2 Permutar as linhas A(r) e A(s) .
Notação: Lr ↔ Ls .
3 Somar à linha A(r) um múltiplo da linha A(s) .
Notação: Lr → Lr + αLs , α ̸= 0.

Observação: Se Bm×n é obtida aplicando uma ou mais operações


elementares a partir de Am×n , dizemos que A e B são equivalentes por
linha, o que denotaremos por A ∼ B.
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Equações e Sistemas Lineares Matriz escalonada e operações elementares

Exemplo 43
 
2 1 1
Obtenha as respectivas matrizes equivalentes à   de acordo
3 1 7
com as seguintes operações elementares:

1 (b) L1 ↔ L2 3
(a) L1 → L1 (c) L2 → L2 − L1
2 2

Solução:
 
     
2 1 1 1 1/2 1/2 2 1 1 2 1 1
(a)  ∼ (c)  ∼ 1 11 

3 1 7 3 1 7 3 1 7 0 −
    2 2
2 1 1 3 1 7 (Veja a seguir os detalhes
(b)  ∼ 
3 1 7 2 1 1 desse cálculo.)
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Equações e Sistemas Lineares Matriz escalonada e operações elementares

 
2 1 1
Matriz dada:  
3 1 7

3
Operação: L2 → L2 − L1
2
Cálculo:
3 1 7 Segunda linha de A

−3 − 2 − 32
3 Primeira linha de A multiplicada por −3/2

0 − 12 11
2 Soma das linhas

 
2 1 1
Matriz equivalente:  1 11 
0 −
2 2

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Equações e Sistemas Lineares Matriz escalonada e operações elementares

Exemplo 44
Aplique operações elementares para obter uma matriz escalonada
reduzida equivalente por linhas às seguintes matrizes:

     
2 0 0 0 1 0 1 0 0
     
(a) 
0 1 0
 (b) 
1 0 0
 (c) 
2 1 0

0 0 1 0 0 1 0 0 1

Solução:
   
2 0 0 1 0 0
   
(a)  ∼ 0 1 0 
 0 1 0   
0 0 1 0 0 1
1
L1 → L1
2
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Equações e Sistemas Lineares Matriz escalonada e operações elementares

   
0 1 0 1 0 0
   
(b)  1 0 0 ∼ 0 1 0 
   
0 0 1 0 0 1
L1 ↔ L2

   
1 0 0 1 0 0
   
 2 1 0 ∼ 0 1 0 
(c)    

0 0 1 0 0 1
L2 ↔ L2 − 2L1

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Equações e Sistemas Lineares Matriz escalonada e operações elementares

Observação 9
As operações elementares são reversı́veis, isto é, se existe uma operação
que leva A em B, então exite outra que leva B em A.

Operações Elementares Operações Elementares Reversas


Li ↔ Lj Li ↔ Lj
1
Li → αLi Li → Li
α
Li → Li + αLj Li → Li − αLj

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Equações e Sistemas Lineares Matriz escalonada e operações elementares

Teorema 8
→ → → → → →
Se A x = b e C x = d são sistemas lineares tais que [A b ] ∼ [C d ],
→ → →
então s é solução de A x = b se, e somente se, é também solução de
→ →
C x=d.

Esse teorema traça uma estratégia para resolver sistemas lineares:


→ → →
(a) Se [A b ] é escalonada, então A x = b tem solução imediata.

(b) Se [A b ] não é escalonada, basta encontrar uma matriz

equivalente por linhas [C d ] que seja escalonada e resolver o
→ →
sistema C x = d .

(c) A matriz equivalente escalonada [C d ] será obtida com os
métodos de escalonamento que ainda serão apresentados.

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Equações e Sistemas Lineares Matriz escalonada e operações elementares

Exemplo 45
→ →
Encontre a solução do sistema A x = b sabendo que
   
1 −2 1 1 1 −2 1 1
→     →
[A  1 −1 2 0  ∼  0
b] =  1  = [C
1 −1  d]
 

2 1 1 3 0 0 −6 6

→ →
Solução: Resolvendo o sistema C x = d , temos:
 


 x 1 − 2x 2 + x 3 = 1  x1 = 1 + 2x2 − x3


x2 + x3 = −1 ⇒ x2 = −1 − x3

 

− 6x3 = 6 x3 = −1
 


h iT
Aplicando a retro-substituição, concluı́mos que x = 2 0 −1 é
→ →
solução de A x = b .
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Equações e Sistemas Lineares Eliminação de Gauss

Teorema 9 (Eliminação de Gauss)


Toda matriz é equivalente por linhas a pelo menos uma matriz na
forma escalonada.

Demonstração: Se Am×n é nula, então A está na forma escalonada. Suponha


que A possui 0 < p ≤ m linhas não nulas. Os passos a seguir descrevem o
algoritmo conhecido por eliminação de Gauss:
Passo 1 : Identifique a primeira coluna com elementos não nulos a partir
de A(1) . Suponha que seja A(k1 ) , k1 ≤ n, isto é, aik1 ̸= 0 para algum
i = 1, 2, · · · , m.

Passo 2.1 : Se a1k1 = 0, então escolha ark1 ̸= 0 e permute as linhas A(1) e


A(r) (Operação: L1 ↔ Lr ).

Passo 2.2 : Se o novo elemento a1k1 ̸= 1, divida a primeira linha por a1k1
1
(Operação: L1 ). Pivô da primeira linha igual a 1, na coluna k1 .
a1k1
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Equações e Sistemas Lineares Eliminação de Gauss

Continuação da demonstração:

Passo 3 : Zere os elementos abaixo do pivô. Para i ∈ {2, 3, . . . p}, faça:

Li → Li − aik1 L1

Suponha que A1 ∈ Mm×n é a matriz obtida ao final do passo 3.

Passo 4 : Identifique a primeira coluna de A1 com elementos não nulos a


partir da linha 2 e reaplique os passos anteriores colocando um pivô na
segunda linha e zerando abaixo dele.

Passo 5 : Continue esse processo até fixar o pivô igual a 1 na s-ésima


linha, que é a última linha não nula. A matriz obtida ao final desse
processo é escalonada e equivalente por linhas à matriz A.

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Equações e Sistemas Lineares Eliminação de Gauss

Eliminação de Gauss

1. Identifique a primeira coluna com elementos não nulos a partir da linha 1.


2. O elemento da linha 1 da coluna identificada deve ser 1 (pivô).
3. Os elementos abaixo do pivô devem ser 0.

4. Identifique a primeira coluna com elementos não nulos a partir da linha 2.


5. O elemento da linha 2 da coluna identificada deve ser 1 (pivô).
6. Os elementos abaixo do pivô devem ser 0.

7. Identifique a primeira coluna com elementos não nulos a partir da linha 3.


8. O elemento da linha 3 da coluna identificada deve ser 1 (pivô).
9. Se a matriz tiver 3 linhas, o algoritmo terminou, caso contrário continue
aplicando esse mesmo processo até chegar na última linha.

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Equações e Sistemas Lineares Eliminação de Gauss

Exemplo 46

Encontre uma matriz escalonada equivalente por linhas à matriz [A b ]:
 
1 0 −1 0
 
.
 3 3 0 1 

0 −2 −6 2

→ →
Em seguida, resolva o sistema A x = b .

Solução: Aplicando a eliminação de Gauss, temos:


     
1 0 −1 0 1 0 −1 0 1 0 −1 0
  1
   
∼ 0 ∼ 0 1 1 ∼
 3 3 0 1   3 3 1 

  3
0 −2 −6 2 0 −2 −6 2 0 −2 −6 2
1
L2 → L2 − 3L1 L2 → L2 L3 → L3 + 2L2
3
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Equações e Sistemas Lineares Eliminação de Gauss

Continuação:
   
1 0 −1 0 1 0 −1 0
 1   1 
 0 1 1 ∼ 0 1 1
   
3 3

   
8 2
   
0 0 −4 0 0 1 −
3 3
1
L3 → − L3
4
Resolvendo o sistema correspondente à matriz escalonada, temos:

x1 − x3 = 0
  2


 
 x1 = x3 
 x1 = −

 1 
 1

 3
x2 + x3 = − x3 ⇒
3 ⇒  x2 =
3
x =1
 2
2  x = −2

2
  
= −
 
 x 
x3 = −

 3 3
3 3 3
 T
→ → → 2 2
Logo, a solução de A x = b é x = − 1 − .
3 3
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Equações e Sistemas Lineares Eliminação de Gauss

Teorema 10 (Eliminação de Gauss-Jordan)


Toda matriz é equivalente por linhas a exatamente uma matriz na forma escalonada
reduzida.

Eliminação de Gauss-Jordan

1. Identifique a primeira coluna com elementos não nulos a partir da linha 1.


2. O elemento da linha 1 da coluna identificada deve ser 1 (pivô).
3. Os elementos abaixo do pivô devem ser 0.

4. Identifique a primeira coluna com elementos não nulos a partir da linha 2.


5. O elemento da linha 2 da coluna identificada deve ser 1 (pivô).
6. Os elementos abaixo e acima do pivô devem ser 0.

7. Identifique a primeira coluna com elementos não nulos a partir da linha 3.


8. O elemento da linha 3 da coluna identificada deve ser 1 (pivô).
9. Os elementos acima do pivô devem ser 0. Se a matriz tiver 3 linhas, o
algoritmo terminou, caso contrário continue aplicando esse mesmo processo até
chegar na última linha.

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Equações e Sistemas Lineares Eliminação de Gauss

Exemplo 47
Encontre uma matriz escalonada reduzida equivalente por linhas à

matriz [A b ]:
 
1 0 −1 0
 
.
 3 3 0 1 

0 −2 −6 2
→ →
Em seguida, resolva o sistema A x = b .

Solução: Aplicando a eliminação de Gauss-Jordan, temos:


     
1 0 −1 0 1 0 −1 0 1 0 −1 0
  1
   
∼ 0 ∼ 0 1 1 ∼
 3 3 0 1   3 3 1 

  3
0 −2 −6 2 0 −2 −6 2 0 −2 −6 2
1
L2 → L2 − 3L1 L2 → L2 L3 → L3 + 2L2
3
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Equações e Sistemas Lineares Eliminação de Gauss

Continuação:
   
1 0 −1 0 1 0 −1 0
2 
1 0 0 −
 1   1   3 
 0 1 1 ∼ 0 1 1
    
∼ 0 1 0 1

 3   3   
2

8 2
   
0 0 −4 0 0 1 − 0 0 1 −
3 3 3
1
L3 → − L3 L1 → L1 + L3
4 L2 → L2 − L3

Resolvendo o sistema correspondente à matriz escalonada, temos:



 x1 = −2/3


x2 = 1


x3 = −2/3

 T
→ → → 2 2
Logo, a solução de A x = b é x = − 1 − .
3 3
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Equações e Sistemas Lineares Eliminação de Gauss

Teorema 11
Seja [C d] uma matriz na forma escalonada com p linhas não nulas, tal
que p < n e C ∈ Mm×n . Se o número de linhas não nulas de C e [C d]
são iguais, então Cx = d possui infinitas soluções.

Teorema 12
Seja C ∈ Mm×n . Se [C d] está na forma escalonada e o número de
linhas não nulas das matrizes C e de [C d] são iguais e coincide com n,
então o sistema Cx = d possui uma única solução.

Teorema 13
Sejam C ∈ Mm×n e de [C d] ∈ Mm×(n+1) matrizes na forma
escalonada. Se o número de linhas não nulas de C é menor que o
número de linhas não nulas de [C d], então Cx = d não possui solução.

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Equações e Sistemas Lineares Eliminação de Gauss

Definição 33
Sejam C e C ′ matrizes escalonadas equivalentes por linhas à A. O
número de linhas não nulas de C e C ′ é o mesmo e esse número recebe
o nome de posto de A. Notação: posto(A).

Observação 10
→ →
Seja [C d] uma matriz escalonada e C x = d um sistema linear com
infinitas soluções. Se C (j) não possui pivô, então xj é uma variável
livre.

As variáveis livres aparecem na solução geral do sistema como


parâmetros, podendo assumir qualquer valor real. Consequentemente,
se um sistema com variável livre tem solução, ele terá infinitas soluções.

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Equações e Sistemas Lineares Eliminação de Gauss

Exemplo 48

Encontre a matriz escalonada reduzida equivalente à [A b ]:
 
0 1 2 −2
 
.
 1 1 2 1 

−2 −1 −2 −4

→ →
Em seguida, resolva o sistema linear A x = b .

Solução:
     
0 1 2 −2 1 1 2 1 1 1 2 1
     
∼ 0  ∼ 0 1 2 −2 ∼
2 −2
 1 1 2 1  1  

−2 −1 −2 −4 −2 −1 −2 −4 0 1 2 −2
L1 ↔ L2 L3 → L3 + 2L1 L3 → L1 − L2
L3 → L3 − L2
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Equações e Sistemas Lineares Eliminação de Gauss

Continuação:
 
1 0 0 3
  →
 = [C d ]
−2
0 1 2

0 0 0 0

→ → →
Observe que posto(C)=posto([C d ])=2, logo o sistema C x = d possui
solução. Como o número de incógnitas é 3 e 2 < 3, o sistema tem infinitas
soluções, pois possui variável livre. A variável livre é x3 , pois a coluna C (3)
não possui pivô. Adotaremos x3 = t, t ∈ R.
→ →
Resolvendo o sistema C x = d , temos:
 
 x1 = 3  x1 = 3

 

x2 + 2x3 = −2 ⇒ x2 = −2 − 2t

 

x3 = t x3 = t
 

→ → →
Logo, x = [3 − 2 − 2t t]T é a solução de A x = b .
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Equações e Sistemas Lineares Eliminação de Gauss

Exemplo 49

Encontre a matriz escalonada reduzida equivalente à [A b ]:
 
2 2 −6 8
 
 −3 −6 18 15  .
 
0 1 −3 2

→ →
Em seguida, resolva o sistema linear A x = b .

Solução:
     
2 2 −6 8 1 1 −3 4 1 1 −3 4
     
−3 −6 18 15 ∼ −3 −6 18 15 ∼ 0 −3
     ∼
9 27
0 1 −3 2 0 1 −3 2 0 1 −3 2
1 1
L1 → L1 L2 → L2 + 3L1 L2 → − L2
2 3

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Equações e Sistemas Lineares Eliminação de Gauss

Continuação:
   
1 1 −3 4 1 0 0 13
   
0 1
 −3 −9 ∼ 0 1
  −3 −9

0 1 −3 2 0 0 0 11
L1 → L1 − L2
L3 → L3 − L2

→ → →
Observe que posto(C)̸= posto([C d ]), logo o sistema C x = d não possui
solução.

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Equações e Sistemas Lineares Eliminação de Gauss

Exemplo 50

Encontre a matriz escalonada reduzida equivalente à [A b ]:
 
1 2 0 5
 
 4 3 1 4 .
 
2 1 1 2

→ →
Em seguida, resolva o sistema linear A x = b .

Solução:
     
1 2 0 5 1 2 0 5 1 2 0 5
     
4 3 1 4 ∼ 0 −5 1 −16 ∼ 0 1 16  ∼
     1 − 5 5
2 1 1 2 0 −3 1 −8 0 −3 1 −8
L2 → L2 − 4L1 L2 → − 15 L2 L1 → L1 − 2L2
L3 → L3 − 2L1 L3 → L3 + 3L2
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Equações e Sistemas Lineares Eliminação de Gauss

Continuação:
    
2
1 0 5 − 75 1 0 2
5 − 75 1 0 0 −3
      →
0 1 − 1 16  ∼ 
− 15 16  ∼ 
 5 5 0 1 5 0 1 0  = [C d ]
4
2 8
0 0 5 5 0 0 1 4 0 0 1 4
L3 → 52 L3 L1 → L1 − 25 L3
L2 → L2 + 15 L3


Como posto(C)= posto([C d ])=3 e existem 3 variáveis, concluı́mos que
→ →
C x = d possui uma única solução.
→ →
Resolvendo o sistema C x = d , temos:

 x1 = −3


⇒ x2 = 4


x3 = 4

→ → →
Logo, a solução do sistema A x = b é x = [−3 4 4]T .
UFRN Álgebra Matricial e Vetorial C&T 98 / 171
Equações e Sistemas Lineares Eliminação de Gauss

Exemplo 51

Encontre a matriz escalonada reduzida equivalente à [A b ]:
 
2 1 4 3 −3
 
 1 1 3 3 −1  .
 
2 0 2 0 −4

→ →
Em seguida, resolva o sistema linear A x = b .

Solução:
     
2 1 4 3 −3 1 1 3 3 −1 1 1 3 3 −1
     
1 1 3 3 −1 ∼ 2 1 4 3 −3 ∼ 0 −1 −2 −3 −1 ∼
     
2 0 2 0 −4 2 0 2 0 −4 0 −2 −4 −6 −2
L1 ↔ L2 L2 → L2 − 2L1 L2 → −L2
L3 → L3 − 2L1
UFRN Álgebra Matricial e Vetorial C&T 99 / 171
Equações e Sistemas Lineares Eliminação de Gauss

Continuação:

   
1 1 3 3 −1 1 0 1 0 −2
    →
 ∼ 0 1 2 3  = [C d ]
0 1 2 3 1  1

0 −2 −4 −6 −2 0 0 0 0 0
L1 → L1 − L2
L3 → L3 + 2L2

→ → →
O sistema C x = d tem solução, pois posto(C)= posto([C d ])=2. Como
existem 4 variáveis e 2 < 4, existem duas variáveis livres (infinitas soluções).
Como as colunas C (3) e C (4) não possuem pivô, as variáveis x3 e x4 são livres.

UFRN Álgebra Matricial e Vetorial C&T 100 / 171


Equações e Sistemas Lineares Eliminação de Gauss

Continuação:
→ →
Resolvendo o sistema C x = d , temos:
 


 x 1 + x 3 = −2 

 x1 = −2 − x3
 
1 − 2x3 − 3x4

 x + 2x + 3x = 1 
 x
2 3 4 2 =



 x 3 = s 

 x 3 = s

 

 x = t  x4 = t
4

Pela retro-substituição, temos:





 x1 = −2 − s

1 − 2s − 3t

 x
2 =

 x3 = s




 x = t
4

→ → →
Logo, x = [−2 − t 1 − 2s − 3t s t]T é a solução de A x = b .

UFRN Álgebra Matricial e Vetorial C&T 101 / 171


Equações e Sistemas Lineares Eliminação de Gauss

Exemplo 52

Encontre a matriz escalonada reduzida equivalente à [A b ]:
 
2 −2 5 1 0
 
 −3 3 −6 4 0 .
 
1 −1 2 −1 0

→ →
Em seguida, resolva o sistema linear A x = b .
Solução:
     
2 −2 5 1 0 1 −1 2 −1 0 1 −1 2 −1 0
     
−3
 3 −6 4 0 ∼ −3
  3 −6 4 0 ∼ 0
  0 0 1 ∼
0
1 −1 2 −1 0 2 −2 5 1 0 0 0 1 3 0

L1 ↔ L3 L2 → L2 + 3L1 L2 ↔ L3
L3 → L3 − 2L1

UFRN Álgebra Matricial e Vetorial C&T 102 / 171


Equações e Sistemas Lineares Eliminação de Gauss

Continuação:

     
1 −1 2 −1 0 1 −1 0 −7 0 1 −1 0 0 0
      →
 ∼ 0  ∼ 0  = [C d ]
0 0 1 3 0  0 1 0 0  0 1 0 0

0 0 0 1 0 0 0 0 1 0 0 0 0 1 0
L1 → L1 − 2L2 L1 → L1 + 7L3

→ → →
O sistema C x = d tem solução, pois posto(C)= posto([C d ])=3. Como
existem 4 variáveis e 3 < 4, existe uma variável livre (infinitas soluções).
Como a coluna C (2) não possuem pivô, a variável x2 é livre.

UFRN Álgebra Matricial e Vetorial C&T 103 / 171


Equações e Sistemas Lineares Eliminação de Gauss

Continuação:
→ →
Resolvendo o sistema C x = d , temos:
 


 x 1 − x 2 + 2x 3 = 0 

 x1 = x2 − 2x3

 

 x = t  x2 = t
2

x = 0 x3 = 0
 3

 

 


 x 
4 = 0  x4 = 0
Pela retro-substituição, temos: 


 x1 = t


 x2 = t



 x3 = 0


 x4 = 0
→ → →
Logo, x = [t t 0 0]T é a solução de A x = b .

Observe que considerando t = 0, temos a solução trivial x = [0 0 0 0]T ,
que sempre é solução do sistema linear homogêneo.
UFRN Álgebra Matricial e Vetorial C&T 104 / 171
Equações e Sistemas Lineares Exercı́cios

Resolva exercı́cios para fixar o aprendizado!

UFRN Álgebra Matricial e Vetorial C&T 105 / 171


Equações e Sistemas Lineares Exercı́cios

14. Classifique as matrizes abaixo em escalonada, escalonada reduzida, ambas ou


nenhuma.
     
1 2 0 1 0 0 1 3 0 0
     
(a) 
 0 1 0 
 (b) 
 0 1 0 
 (c) 
 0 0 1 2 

0 0 0 0 2 0 0 0 0 0
   
0 0 1 −3 4 7 " #
    1 0 0 1
(d) 
 0 0  (e) 
 0 1 2 2  (f )
1 1 0 0
 
0 0 0 0 1 5
   
1 −1 0 1 1 0 0
   
(g) 
 0 1 0 1 
 (h)  1
 1 0 

0 0 1 0 0 2 1
15. Quais das matrizes abaixo são escalonadas reduzidas?  
    1 0 1 5
1 0 0 1 1 0 0 6  
     0
 1 4 −1 
(a) 
 0 1 0  (b)  0 1 −2 4  (c) 
5    

 0 0 0 0 
0 0 1 −6 0 0 0 0  
0 0 0 0
" #
1 3 0 1
(d)
0 1 −2 6

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Equações e Sistemas Lineares Exercı́cios

16. Classifique cada afirmação em verdadeira (V) ou falsa (F):

(a) Toda matriz escalonada reduzida é também escalonada.


(b) Toda matriz escalonada é também escalonada reduzida.
(c) A ∈ Mm×n é equivalente por linhas a apenas uma matriz
escalonada.
(d) A ∈ Mm×n é equivalente por linhas a apenas uma matriz
escalonada reduzida.
17. Encontre
 uma matriz escalonada
 equivalente por linhas
 às matrizes
 abaixo: 
1 0 −1 0 3 6 3 3 −1 −1 1 −10
     
(a) 
 3 3 0  (b)  2 4 −3
1   2  (c)  3
 3 5 6 

0 −2 −6 2 1 2 1 −1 1 1 2 1

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Equações e Sistemas Lineares Exercı́cios

18. Encontre
 uma matriz escalonada
 reduzida equivalente por
 linhas às matrizes
 abaixo:
1 2 3 0 3 6 3 3 1 1 1 1
    
(a) 
 2 −1 1 0 
 (b)  2 4 −3
 2  1 0
 0 1  
3 0 −1 0 1 2 1 −1 1 2 1 0
→ → →
19. Resolva os sistemas lineares A x = b correspondentes às matrizes aumentadas [A b ]
dadas no exercı́cio 17.

20. Mostre que para o sistema linear



 x + y + 2z = a


x+z =b


 2x + y + 3z = c

ser consistente, devemos ter c = a + b.


(
x−y =3
21. Considere o sistema linear . Para quais valores de k o sistema tem:
2x − 2y = k
(a)Uma única solução (b)Infinitas soluções (c)Não possui solução

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Equações e Sistemas Lineares Exercı́cios
(
(λ − 3)x + y = 0
22. Para quais valor(es) de λ o sistema linear tem soluções não
x + (λ − 3)y = 0
triviais? 
 x + 2y − 3z = 4


23. Considere o sistema linear 3x − y + 5z = 2 . Para quais valores de a o

 4x + y + (a2 − 14)z = a + 2

sistema tem:

(a) Uma única solução. (b) Infinitas soluções. (c) Não possui solução.

 x + 2y + z = 2


24. Considere o sistema linear 2x − 2y + 3z = 1 . Para quais valores de m o

 x + 2y − (m2 − 3)z = m

sistema tem:

(a) Uma única solução. (b) Infinitas soluções. (c) Não possui solução.

25. Encontre
  os escalares
 k1 , k2e k3 que 
satisfazem

1 0 2 4
       
k1 
 0  + k2  1  + k3 
    1  =  8 .
 
3 2 0 4
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Equações e Sistemas Lineares Exercı́cios

→ →
26. Resolver
 os sistemas lineares A x = b abaixo usando escalonamento de matrizes:


 3x1 − x2 + 2x3 = −1
(a) 2x1 + x2 = 3


 2x1 − 4x2 − 2x3 = −4



 x1 − 2x2 + x3 = 0
(b) 2x2 − 8x3 = 8


 − 4x + 5x2 + 9x3 = −9
1



 x2 − 4x3 = 8
(c) 2x1 − 3x2 + 2x3 = 1


 5x
1 − 8x2 + 7x3 = 1



 2x1 + 2x2 − x3 = 1
(d) 3x1 + x2 − 3x3 = 1


 − 2x − x2 + x3 = 0
1

 x1

 + 2x2 + x3 = −1
(e) 3x1 + 6x2 + 3x3 + x4 = 3


 2x
1 + 4x2 − 3x3 − x4 = 2
UFRN Álgebra Matricial e Vetorial C&T 110 / 171
Equações e Sistemas Lineares Exercı́cios

→ →
26. Resolver os sistemas lineares A x = b abaixo usando escalonamento de matrizes:



 x1 + 2x2 + x3 = 0
(f) 3x1 + 6x2 + 3x3 + x4 = 0


 2x1 + 4x2 + 2x3 + x4 = 0

 2x1 + x2 = 1


(g) 3x1 + 2x2 + x3 = −1


 5x + 3x2 + x3 = 1
1
(
x1 − x2 + 2x3 + x4 − 3x5 = 1
(h)
− 2x1 + x2 − x4 + x5 = 2
27. Use
 a regra de Cramer para resolver o sistema linear:
 2x + y = 2


−1x + y + 2z = 0


 x − z = 1

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Matriz inversa

Matriz Inversa

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Matriz inversa

Definição 34
Uma matriz An×n possui inversa se existir Bn×n tal que
AB = BA = In , neste caso, B é a inversa de A.

Observação 11
Se An×n possui inversa, podemos dizer que ela é inversı́vel. Caso
contrário, dizemos que ela é singular.

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Matriz inversa

Exemplo 53
   
3 −1 2 1
Mostre que B =   é inversa de A =  .
−5 2 5 3

Solução: Basta calcular AB e BA:


    
2 1 3 −1 1 0
AB =   = 
5 3 −5 2 0 1
e     
3 −1 2 1 1 0
BA =   = 
−5 2 5 3 0 1

Como AB = BA = I, concluı́mos que B é inversa de A. Também


podemos afirmar que A é inversa de B.
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Matriz inversa

Teorema 14

Se An×n é inversı́vel, então sua inversa é única.

Observação 12
Se An×n possui inversa, então existe uma única inversa, a qual
denotaremos por A−1 .

Teorema 15
→ →
Se An×n é inversı́vel, então A x = b tem uma única solução para cada
→ → →
b ∈ Rn , a qual é dada por x = A−1 b .

UFRN Álgebra Matricial e Vetorial C&T 115 / 171


Matriz inversa

Teorema 16

Se A, B ∈ Mn×n são inversı́veis e 0 ̸= k ∈ R, então:

(a) An é inversı́vel e (An )−1 = (A−1 )n para todo n ∈ N.


 
−1 1
(b) (kA) = A−1 .
k
(c) AB é inversı́vel e (AB)−1 = B −1 A−1 .

(d) AT é inversı́vel e (AT )−1 = (A−1 )T .

Observação 13
Se A1 , A2 , · · · , An são inversı́veis, então:
−1 −1
(A1 A2 · · · An )−1 = A−1n · · · A2 A1

UFRN Álgebra Matricial e Vetorial C&T 116 / 171


Matriz inversa

Teorema 17
A matriz An×n é inversı́vel se, e somente se, posto(A) = n.

Corolário 1
A matriz An×n é inversı́vel se, e somente se, A é linha equivalente com
a identidade, isto é, A ∼ In .

As demonstrações dos resultados acima exigem outros resultados


auxiliares e podem ser consultadas no livro [1] das referências
bibliográficas.

UFRN Álgebra Matricial e Vetorial C&T 117 / 171


Matriz inversa

Dedução do método para obter a inversa

Considere o caso particular onde A tem ordem 3 × 3:


 
a11 a12 a13
 
A=  a21 a22 a23 

a31 a32 a33
Queremos encontrar os elementos xij que definem a inversa de A:
 
x11 x12 x13
A−1 = B = 
 
 x21 x22 x23 

x31 x32 x33


Pela definição de inversa e de produto por coluna, temos:

AB = I ⇒ [AB (1) AB (2) AB (3) ] = [I (1) I (2) I (3) ]

UFRN Álgebra Matricial e Vetorial C&T 118 / 171


Matriz inversa

Usando a igualdade de matrizes na equação

[AB (1) AB (2) AB (3) ] = [I (1) I (2) I (3) ],

temos as seguintes equações lineares:

AB (1) = I (1)
AB (2) = I (2) ,
AB (3) = I (3)
cujas variáveis são os elementos xij que definem as colunas:

B (1) , B (2) e B (3) .

Cada equação correspondente a um sistema linear com matriz de


coeficientes A e será resolvido pelo escalonamento de Gauss-Jordan.
UFRN Álgebra Matricial e Vetorial C&T 119 / 171
Matriz inversa

Como A é inversı́vel, A é linha equivalente com a identidade, escalonando a matriz


aumentada de cada sistema, devemos ter:

      
a11 a12 a13 | 1 1 0 0 | b11 x11 b11
AB (1) = I (1) ⇒ 
       
∼ 0
| |  ⇒ x21  = b21 
 a21 a22 a23 0  1 0 b21

    
a31 a32 a33 | 0 0 0 1 | b31 x31 b31

      
a11 a12 a13 | 0 1 0 0 | b12 x12 b12
AB (2) = I (2) ⇒ 
       
∼ 0
| |  ⇒ x22  = b22 
 a21 a22 a23 1  1 0 b22

    
a31 a32 a33 | 0 0 0 1 | b32 x32 b32

      
a11 a12 a13 | 0 1 0 0 | b13 x13 b13
AB (1) = I (3) ⇒ 
       
∼ 0
| |  ⇒ x23  = b23 
 a21 a22 a23 0  1 0 b23

    
a31 a32 a33 | 1 0 0 1 | b33 x33 b33

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Matriz inversa

Nos três escalonamentos acima foram utilizadas as mesmas operações


elementares. Dessa forma, podemos aplicá-las simultaneamente considerando
as três colunas de termos independentes, isto é:
   
a11 a12 a13 | 1 0 0 1 0 0 | b11 b12 b13
   
AB = I ⇒  a21
 a22 a23 | 0 1 0  ∼  0 1 0
  | b21 b22 b23 

a31 a32 a33 | 0 0 1 0 0 1 | b31 b32 b33

Logo, podemos concluir que:


 
b11 b12 b13
A−1 = 
 
 b21 b22 b23 

b31 b32 b33
é obtida aplicando na matriz identidade I a mesma sequência de operações
elementares necessárias para obter a matriz identidade equivalente por linhas
à A (Algoritmo de Gauss-Jordan).
UFRN Álgebra Matricial e Vetorial C&T 121 / 171
Matriz inversa

Método para Obter a Inversa


Seja matriz An×n uma matriz inversı́vel e I a identidade de ordem n × n. A
inversa de A pode ser obtida com o seguinte método:

(a) Considere a matriz aumentada [A I].

(b) Aplique a eliminação de Gauss-Jordan na matriz [A I].

(c) A matriz obtida será [I A−1 ].

(d) Quando A não for linha equivalente com a identidade, ela não possui
inversa.

UFRN Álgebra Matricial e Vetorial C&T 122 / 171


Matriz inversa

Exemplo 54
 
1 2 3
 
 2 5 3 .
Encontre a inversa da matriz A =  

1 0 8

Solução: Aplicaremos operações elementares em [A I] com o objetivo


de obter a forma escalonada reduzida equivalente à A:

     
1 2 3 1 0 0 1 2 3 1 0 0 1 0 9 5 −2 0
     
2
 5 3 0 1 0 ∼ 0
  1 −3 −2 1 0 ∼ 0
  1 −3 −2 1 ∼
0
1 0 8 0 0 1 0 −2 5 −1 0 1 0 0 −1 −5 2 1
L2 → L2 − 2L1 L1 → L1 − 2L2 L3 → −L3
L3 → L3 − L1 L3 → L3 + 2L2

UFRN Álgebra Matricial e Vetorial C&T 123 / 171


Matriz inversa

Continuação:

   
1 0 9 5 −2
0 1 0 0 −40 16 9
   
0 1
 −3 −2 1  ∼ 0 1 0
0  13 −5  = [I
−3 A−1 ]
0 0 1 5 −2 −1 0 0 1 5 −2 −1
L1 → L1 − 9L3
L2 → L2 + 3L3

Como A ∼ I, consequentemente, I ∼ A−1 , isto é:


 
−40 16 9
−1
 
A =  13 −5 −3


5 −2 −1

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Matriz inversa

Exemplo 55
 
1 6 4
 
Mostre que a matriz A = 
  não possui inversa.
2 4 −1 
−1 2 5

Solução: Aplicaremos operações elementares em [A I] com o objetivo


de obter a forma escalonada reduzida equivalente à A:

   
1 6 4 1 0 0 1 6 4 1 0 0
   
[A I] = 
 2 4 −1 0 1 0 ∼ 0
  −8 −9 −2 1 ∼
0
−1 2 5 0 0 1 0 8 9 1 0 1
L2 → L2 − 2L1 L3 → L3 + L2
L3 → L3 − L1

UFRN Álgebra Matricial e Vetorial C&T 125 / 171


Matriz inversa

Continuação:

 
1 6 4 0 1 0
 
 = [C D]
−8 −9 −2 1 0
0

0 0 0 0 0 0
L2 ↔ L3 + L2

Como a última linha de C é nula, já podemos ter certeza que a matriz
identidade I não é equivalente por linhas à A. Logo, A não possui inversa.

UFRN Álgebra Matricial e Vetorial C&T 126 / 171


Matriz inversa Exercı́cios

Resolva exercı́cios para fixar o aprendizado!

UFRN Álgebra Matricial e Vetorial C&T 127 / 171


Matriz inversa Exercı́cios

 
a b
28. Mostre que se ad − bc ̸= 0, então a matriz A =   é invertı́vel e sua
c d
 
−1 1 d −b
inversa é A =  .
ad − bc −c a
 
cos(θ) sen(θ)
29. Encontre a inversa da matriz A =  , sendo θ um
−sen(θ) cos(θ)
número real arbitrário.
 
2 1
30. Seja A =   . Calcule (A−1 )2 .
1 4

31. Obtenha a inversa da matriz 2AAT , sabendo que A é inversı́vel.

UFRN Álgebra Matricial e Vetorial C&T 128 / 171


Matriz inversa Exercı́cios

32. Encontre a inversa das matrizes abaixo usando o algoritmo de


 Gauss-Jordan:
    2 0 0 −1
  1 0 0 1 4 2  
1 0      2 1 0 0
(a)   (b) 0 −2
 (c) 0 4
0  (d)
0
  
 
0 −1 −1 0 1 1
 
0 0 −3 0 2 1
 
0 0 2 3
   
2 1 1 −3
33. Use as matrizes A =  eB=  para verificar quer:
−1 3 0 4
(a) (A−1 )−1 = A (b) (B T )−1 = (B −1 )T (c) (AB)−1 = B −1 A−1
 
a 0 0 0
 
 0 b 0 0 
34. Encontre a inversa da matriz  , sabendo que
 
 0 0 c 0 
 
0 0 0 d
a, b, c, d ∈ R − {0}.

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Determinante

Determinante

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Determinante

O determinante é uma função que a cada matriz quadrada An×n


retorna um único número real, o qual é usualmente denotado por
det(A).
Definição 35
O determinante de uma matriz A = [a11 ] é det(A) = a11 .

Exemplo 56
O determinante das seguintes matrizes é:

(a) A = [12] ⇒ det(A) = 12

(b) A = [−8] ⇒ det(A) = −8

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Determinante

Observação 14
O determinante de uma matriz An×n de elementos aij também pode
a11 a12 · · · a1n
a21 a22 · · · a1n
ser denotado por: .
... ... ...
an1 an2 · · · ann

Definição 36
O determinante de uma matriz de ordem 2 × 2 é definido por:

a11 a12
= a11 a22 − a12 a21
a21 a22

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Determinante

Observação 15
O determinante da matriz de ordem 2 × 2 coincide com P − S, onde:

P é o produto dos elementos da diagonal principal.

S é o produto dos elementos da diagonal secundária.


 
a11 a12
 
a21 a22
S P
Exemplo 57

4 −1
(a) = 4(6) − (3)(−1) = 27
3 6

−3 5
(b) = −3(2) − 5(2) = −16
1 2

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Determinante

Definição 37 (Expansão em cofatores ao longo da primeira coluna)


O determinante de uma matriz An×n , com n ≥ 2, é definido por:
n
X
det(A) = ai1 Ci1 , (6)
i=1

onde:

Ci1 = (−1)i+1 det(A


ei1 ) é o cofator do elemento ai1 .

ei1 ∈ M(n−1)×(n−1) , chamada de submatriz de ai1 é obtida


A
retirando a i-ésima linha e primeira coluna de A.

det(A
ei1 ) pode ser calculado.

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Determinante

Teorema 18 (Teorema de Laplace)


O determinante de An×n pode ser calculado usando a expansão em
cofatores ao longo de qualquer linha de A, isto é:
n
X
det(A) = ai1 Ci1 + ai2 Ci2 + · · · + ain Cin = aij Cij
j=1

ou ao longo de qualquer coluna, isto é:


n
X
det(A) = a1j C1j + a2j C2j + · · · + a2j C2j = aij Cij .
i=1

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Determinante

Exemplo 58
 
a11 a12
Calcule o determinante da matriz A =   usando a
a21 a22
expansão em cofatores ao longo da primeira linha.

Solução: As submatrizes de a11 e a12 são:


 
a a
 11 12  ⇒ A e11 = [a22 ] ⇒ det(A
e11 ) = a22
a21 a22
 
a11 a12
 ⇒A
e12 = [a21 ] ⇒ det(A
e12 ) = a21
a21 a22

Logo,
det(A) = a11 (−1)1+1 det(A
e1 ) + a12 (−1)1+2 det(A
e12 ) = a11 a22 − a12 a21
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Determinante

Exemplo 59
 
a11 a12 a13
 
Calcule o determinante da matriz A =  a21 a22 a23  usando a

a31 a32 a33


expansão em cofatores ao longo da primeira linha.

Solução: O determinante por expansão em cofatores ao longo da


primeira linha de A é:

det(A) = a11 (−1)1+1 det(A


e11 ) + a12 (−1)1+2 det(A
e12 ) + a13 (−1)1+3 det(A
e13 )

e11 ) − a12 det(A


det(A) = a11 det(A e12 ) + a13 det(A
e13 ) (7)

Vamos calcular os determinantes das submatrizes A


e11 , A
e12 e A
e13 :

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Determinante

Continuação:
 
a11 a12 a13
  a22 a23
 a21 a22 a23  ⇒ det(A
e11 ) = = a22 a33 − a32 a23
a32 a33
 
a31 a32 a33

 
a11 a12 a13
  a21 a23
 a21 a22 a23  ⇒ det(A
e12 ) = = a21 a33 − a31 a23
a31 a33
 
a31 a32 a33

 
a11 a12 a13
  a21 a22
 a21 a22 a23  ⇒ det(A
e13 ) = = a21 a32 − a31 a22
a31 a32
 
a31 a32 a33

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Determinante

Continuação:

Substituindo det(A
e11 ), det(A
e12 ) e det(A
e13 ) em (7), temos:

det(A) = a11 (a22 a33 − a32 a23 ) − a12 (a21 a33 − a31 a23 ) + a13 (a21 a32 − a31 a22 )

= (a11 a22 a33 + a12 a23 a31 + a13 a21 a32 ) − (a31 a22 a13 + a32 a23 a11 + a33 a21 a12 ).

A expressão obtida acima, difı́cil de ser memorizada, é o determinante


da matriz de ordem 3 × 3. Existe uma regra prática, chamada Regra de
Sarrus (lê-se: Sarri), que nos ajuda a chegar a esse valor.

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Determinante

REGRA DE SARRUS

O determinante da matriz A3×3 é:

det(A) = (P1 + P2 + P3 ) − (S1 + S2 + S3 )

onde Pi e Si são os produtos dos elementos das diagonais do diagrama

abaixo:
S1 S2 S3
 
a11 a12 a13 a11 a12
 
 a21 a22 a23  a21 a22
 
a31 a32 a33 a31 a32

P1 P2 P3

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Determinante

Exemplo 60
 
1 0 2
 
Calcule o determinante da matriz A = 
 .
1 −3 −1 
−1 0 2

Solução: Usando a regra de Sarrus, temos:


S1 S2 S3
 
1 0 1 0 2
 

 1 −3 −1 
 1 −3
−1 0 2 −1 0

P1 P2 P3

det(A) = (P1 +P2 +P3 )−(S1 +S2 +S3 ) = (−6+0+0)−(6+0+0) = −12

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Determinante

Exemplo 61
 
−2 −1 1
 
Calcule o determinante da matriz A = 
 3 .
0 1 
5 1 2

Solução: Usando a regra de Sarrus, temos:


S1 S2 S3

−2 −1 1 −2 −1
3 0 1 3 0
5 1 2 5 1

P1 P2 P3

det(A) = (P1 + P2 + P3 ) − (S1 + S2 + S3 ) = (0 − 5 + 3) − (0 − 2 − 6) = 6

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Determinante

Exemplo 62
A regra de Sarrus só se aplica à matrizes de ordem 3 × 3!

Exemplo 63
 
1 −1 0 3
 
 2 1 −1 3 
Calcule o determinante da matriz A =  .
 
 −2 −1 0 1 
 
1 −1 4 1

Solução: Usaremos a expansão em cofatores ao longo da terceira


coluna, por ser a que tem mais termos nulos.

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Determinante

det(A) = a13 (−1)1+3 det(A


e13 ) + a23 (−1)2+3 det(A
e23 )

+a33 (−1)3+3 det(A


e33 ) + a43 (−1)4+3 det(A
e43 )

det(A) e) − 1(−1)det(A


0(1)det(
=  e
 A 13
e23 ) + 0(1)det(
 A33 ) + 4(−1)det(A43 )
e

det(A) = e23 ) − 4det(A


det(A e43 ) (8)

Vamos calcular os determinantes das submatrizes A


e23 e A
e43 .

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Determinante

Continuação:
 
1 −1 0 3
  1 −1 3
 2 1 −1 3 
 ⇒ det(A
e23 ) = −2 −1 1 =6
 

 −2 −1 0 1 
1 −1 1
 
1 −1 4 1

 
1 −1 0 3
  1 −1 3
 2 1 −1 3 
 ⇒ det(A
e43 ) = 2 1 3 = 12
 

 −2 −1 0 1 
−2 −1 1
 
1 −1 4 1

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Determinante

Continuação:
Substituindo det(A e43 ) = −6 em (8), temos:
e23 ) = 6 e det(A

e23 ) − 4det(A
det(A) = det(A e43 )

det(A) = 6 − 4(12) = −42.

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Determinante

PROPRIEDADES DOS DETERMINANTES

Teorema 19
Se A ∈ Mn×n tem uma linha ou coluna nula, então det(A) = 0.

Exemplo 64

1 3 4
(a) 0 0 0 =0
−1 2 1

1 3 0
(b) 2 1 0 =0
−4 6 0

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Determinante

Teorema 20
Se A ∈ Mn×n , então det(A) = det(AT ).

Exemplo 65
Se
a b c
d e f = k,
g h i
então
a d g
b e h =k
c f i

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Determinante

Teorema 21
Se A ∈ Mn×n e A(j) são as colunas de A, então
det([A(1) · · · αA(k) · · · A(n) ]) = αdet([A(1) · · · A(k) · · · A(n) ]) = αdet(A).
O mesmo é válido se uma linha é múltipla de α.

Exemplo 66

a −2b c a b c
(a) d −2e f = −2 d e f
g −2h i g h i

a b c a b c
(b) 3d 3e 3f =3 d e f
g h i g h i

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Determinante

Teorema 22
Se A′ ∈ Mn×n é obtida permutando duas linhas ou duas colunas de
A ∈ Mn×n , então det(A′ ) = −det(A).

Exemplo 67

a b c g h i
(a) d e f =− d e f
g h i a b c
L1 ↔ L3

a b c a c b
(b) d e f =− d f e
g h i g i h
C2 ↔ C3
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Determinante

Teorema 23
Se An×n possui duas linhas ou duas colunas iguais, então det(A) = 0.

Exemplo 68

a b c
(a) d e f =0
a b c

a b b
(b) c d d =0
e f f

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Determinante

Teorema 24
Se A ∈ Mn×n possui uma linha ou coluna múltipla da outra, então
det(A) = 0.

Exemplo 69

a b c
(a) d e f =0
αa αb αc

a αa b
(b) c αc d =0
e αe f

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Determinante

Teorema 25
Se A′n×n é obtida com a operação Li → Li + αLj sobre as linhas de An×n ,
então det(A′ ) = det(A). O mesmo vale para a operação Ci → Ci + αCj sobre
as colunas de An×n .

Exemplo 70

a b c a b c
(a) d e f = d + αa e + αb f + αc
g h i g h i
L2 → L2 + αL1

a b c a b c + αb
(b) d e f = d e f + αe
g h i g h i + αh
C3 → C3 + αC2
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Determinante

Teorema 26
Se A, B, C ∈ Mn×n só se diferem na r-ésima linha e A(r) = B(r) + C(r) ,
então det(A) = det(B) + det(C). O mesmo vale para colunas.

Exemplo 71

a b c a b c a b c
(a) d e f = d e f + d e f
g+j h+k i+l g h i j k l

a b c+j a b c a b j
(b) d e f +k = d e f + d e k
g h i+l g h i j k l

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Determinante

Teorema 27
Se An×n é uma matriz triangular, então det(A) = a11 a22 . . . ann .

Exemplo 72

a b c d
0 e f g
(a) = aehj
0 0 h i
0 0 0 j

a 0 0
(b) 0 b 0 = abc
0 0 c

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Determinante

DETERMINANTE DO PRODUTO

Teorema 28
Se A, B ∈ Mn×n , então det(AB) = det(A)det(B).

Exemplo 73
Sabendo que det(A) = α e det(B) = β, então det(AB) = αβ.

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Determinante

DETERMINANTE POR ESCALONAMENTO

O determinante por escalonamento consiste em calcular o determinante de


An×n utilizando os Teoremas 21, 22 e 25 a fim de obter uma matriz
triangular.

Teorema 21: Se A ∈ Mn×n e A(j) são as colunas de A, então


det([A(1) · · · αA(k) · · · A(n) ]) = αdet([A(1) · · · A(k) · · · A(n) ]) = αdet(A). O
mesmo é válido se uma linha é múltipla de α.

Teorema 22: Se A′ ∈ Mn×n é obtida permutando duas linhas ou duas


colunas de A ∈ Mn×n , então det(A′ ) = −det(A).

Teorema 25: Se A′n×n é obtida com a operação Li → Li + αLj sobre as


linhas de An×n , então det(A′ ) = det(A). O mesmo vale para a operação
Ci → Ci + αCj sobre as colunas de An×n .

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Determinante

Exemplo 74
Veja a seguir o cálculo de um determinante por escalonamento:

3 5 −2 6 1 2 −1 1 1 2 −1 1
1 2 −1 1 3 5 −2 6 0 −1 1 3
=− =− =
2 4 1 5 2 4 1 5 0 0 3 3
3 7 5 3 3 7 5 3 0 1 8 0
L1 ↔ L2 L2 → L2 − 3L1 L4 → L4 + L2
L3 → L3 − 2L1
L4 → L4 − 3L1

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Determinante

Continuação:

1 2 −1 1 1 2 −1 1
0 −1 1 3 0 −1 1 3
=− =− = −(1(−1)3(−6)) = −18
0 0 3 3 0 0 3 3
0 0 9 3 0 0 0 −6
L4 → L4 − 3L3

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Determinante

Observação 16
O método do escalonamento pode ser combinado à expansão em
cofatores no mesmo cálculo de determinante. Nesse caso, o objetivo é
escolher uma linha ou coluna, zerar a maior quantidade de termos
para, em seguida, aplicar a expansão em cofatores.

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Determinante

Exemplo 75
Calcule o determinante abaixo utilizando operações elementares e
expansão em cofatores:

3 5 −2 6 0 −1 1 3
−1 1 3
1 2 −1 1 1 2 −1 1
= = 1(−1)2+1 0 3 3 = −18
2 4 1 5 0 0 3 3
1 8 0
3 7 5 3 0 1 8 0
Usar regra de Sarrus
L1 → L1 − 3L2
L3 → L3 − 2L2
L4 → L4 − 3L2

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Determinante

Teorema 29
Uma matriz An×n é inversı́vel se, e somente se, det(A) ̸= 0.

Exemplo 76
 
a+1 1 3
 
Encontre os valores de a para que a matriz A = 
 0 a 1 

1 −1 a − 1
seja inversı́vel.

Solução: Pela regra de Sarrus:


det(A) = a3 − 3a + 2
As raı́zes da equação det(A) = 0 são: a = −2 e a = 1.
Para que A seja inversı́vel, devemos ter: det(A) ̸= 0.
Logo, A é inversı́vel se a ̸= −2 e a ̸= 1.
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Determinante

REGRA DE CRAMER

Teorema 30
→ →
Seja A x = b um sistema linear com A ∈ Mn×n . Se det(A) ̸= 0, então
→ →
A x = b tem uma única solução composta por

det(A[j] )
xj = , j = 1, . . . , n,
det(A)

onde A[j] denota a matriz obtida de A substituindo a coluna A(j) por b

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Determinante

Exemplo 77
→ →
Use a regra de Cramer para resolver o sistema A x = b dado por:

 3x1 + x2 = 2
 − 2x1 + x2 = −4

 
3 1
Solução: A =   ⇒ det(A) = 3(1) − (1)(−2) = 5 ̸= 0.
−2 1
 
2 1 [1]
A[1] =   ⇒ det(A[1] ) = 2(1) − 1(−4) = 6 ⇒ x1 = det(A ) = 6 .
−4 1 det(A) 5
 
3 2 [2]
A[2] =   ⇒ det(A[2] ) = 3(−4) − 2(−2) = −8 ⇒ x2 = det(A ) = − 8 .
−2 −4 det(A) 5
 
→ 6/5
Logo, x =  .
−8/5
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Determinante Exercı́cios

Resolva exercı́cios para fixar o aprendizado!

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Determinante Exercı́cios

35. Calcule o determinante das matrizes abaixo usando expansão em cofatores.


 3   
− 2 −1 0 4
2
(a) A =  .
   
1 (c) C =  0 5 .
7 
−1

5 4 7 1
 
  1 0 −1 4
1 0 0  

(b) B = 
  0 2 1 1 
 30 2 .
0  (d) D =  .
 
 2 1 2 3 
41 −7 4  
−1 2 −1 0

36. Calcule o determinante das matrizes abaixo usando a Regra de Sarrus:


 1   √ 
5 1 2 2 0
 2   
  (b) 
 3 −2 1 
(a)  −1 −1 0  √
  
  2 1 3
1
 
2 − 3
3
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Determinante Exercı́cios

37. Classifique as afirmações abaixo em verdadeira (V) ou falsa (F). Justifique.

(a) Se A, B ∈ Mn×n , então det(A + B) = det(A) + det(B).


(b) Se A ∈ Mn×n e α ∈ R, então det(αA) = αn det(A).
(c) Se A ∈ M3×3 e det(A) = −2, então det(4A) = −128.
(d) Se A ∈ Mn×n é uma matriz triangular superior, então
det(A) = a11 a22 · · · ann .
(e) Se A é uma matriz identidade, então det(A) = 1.

39. Calcule o determinante das matrizes abaixo usando operações elementares.


   
1 0 −1 4 1 0 0 −1
   
 0 2 1 1   3 1 2 2 
(a) A =  (b) B = 
   
 

 2 1 2 3 

 1
 0 −2 1 

−1 2 −1 0 2 0 0 1

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Determinante Exercı́cios

a b c
38. Calcule o determinante das matrizes abaixo sabendo que d e f = 5.
g h i
   
a b c d e f
   
(a) A =  3d 3e 3f
 
 (c) C =  g
 h i 

g h i a b c
(b) B =
   
a b c a d g
   
3d − 2a 3e − 2b
 3f − 2c
 (d) D = 
 b e h 

g h i c f i

40. Calcule o determinante das matrizes abaixo usando o método combinado de


operações elementares e cofatores.
   
1 0 −1 4 1 0 0 −1
   
 0 2 1 1   3 1 2 2 
(a) A =  (b) B = 
   
 
 2 1
 2 3 

 1
 0 −2 1 

−1 2 −1 0 2 0 0 1
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Determinante Exercı́cios

 
m 5
41. Encontre os valores de m para os quais a matriz A =   é inversı́vel.
5 m
 
λ−4 0 0
 
42. Encontre os valores de λ para os quais a matriz A = 
 0 λ 2 

0 3 λ−1
seja singular.
sen(θ) cos(θ) 0
43. Mostre que o valor do determinante −cos(θ) sen(θ) 0
sen(θ) − cos(θ) sen(θ) + cos(θ) 1
independe de θ.
   
a b d e
44. Mostre que se as matrizes A =  eB=  comutam, então
0 c 0 f

b a−c
= 0.
e d−f

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Determinante Exercı́cios

Respostas dos Exercı́cios

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Determinante Exercı́cios

RESPOSTAS
  h i
2 0 7. (a) −7 3 8
1. A =    
0 2
  24
0 3 3 (b)  
B=  −9
1 0 3
  (c) [−34]
1 3
  (d) [12]
C=
 3 1 

4 5 8. (a) -25
 
2. a = 6, b = −5, c = −9 0 −211
(b)  
12 1 8
3. (a) V (b) F (c) V (d) V (e) F  
(f) F 15 3 12
 
(c)  14
 0 7 
4. a = 6, b = −10, c = −8 
  12 12 13
3/2 −1/2
5.  
9. (a) V (b) V (c) F (d) F
−1/2 3/2
(e) F (f) V (g) F (h) V
6. k = 4
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Determinante Exercı́cios

10. (a), (c), (f) Nenhuma


3 5
   
x + t 15. (a), (b), e (c)
11.  = 7 7 ,t ∈ R
y t
16. (a) V (b) F (c) F (d) V
   5 4 7

 
x1 s− t+ 1 0 −1 0
   3 3 3 
12. 
 x2  =   , s, t ∈
    
 s  17. (a)  0 1
 1 1/3 
x3 t 0 0 1 −2/3
R  
1 2 1 1
   8   
x 5  (b)  0 0
 1 0 
13. (a)  = 
3 0 −2
 
y 0 0
5  
(b) 
Não existe 1 1 −1 10
 solução 
1 1
 
x − t (c) 
 0 0 1 −3 
= 3 3 ,t ∈ R

(c) 
y t 0 0 0 0
 
14. (a) Escalonada (b) Nenhuma (c) 1 0 0 0
 
Ambas (d) Ambas (e) Escalonada 18. (a)  0 1
 0 0  
(f) Nenhuma (g) Escalonada (h) 0 0 1 0
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Determinante Exercı́cios
  → →
1 0 0 1 iguais para que o sistema A x = b
 
(b) 
 0 1 0 −1 
 tenha solução.
0 0 1 0
21. (a) O sistema nunca terá única
2  solução.

 3 

  (b) k = 6
19. (a) x =  1 
 
  (c) k ̸= 6
2
 

3 22. λ = 2, λ = 4
(b) Não existe solução
 
−7 − t 23. (a) a ̸= ±4
→  
(c) x =  t ,t ∈ R (b) a = 4
 
−3 (c) a = −4

20. Encontre a matriz escalonada 24. (a) m ̸= 2



[C d ] equivalente por linha à (b) m = 2

matriz aumentada [A b ] do (c) m = −2
→ →
sistema A x = b . O posto das duas
→ 25. k1 = −2, k2 = 5, k3 = 3
matrizes [C d ] e C devem ser
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Determinante Exercı́cios
2
   
−2t − s
 3   


 5 


 t 
(f) x =   , s, t ∈ R
 
26. (a) x=  ,t ∈ R
 3 
 
 s 

 2 
− 0
 3 (g) Inconsistente
29 →
→   x=
(h) 
(b) x=  16 
 
−3 + 2r − 2t
3  
−4 + 4r + s − 5t
(c) Inconsistente
 
 
   r , r, s, t ∈

−1 



→    s 
(d) x=  1 
  
t
−1
  R
1 + 2t
 
x y
27. Suponha que A−1 =  e
 

 t 
z w
(e) x=  ,t ∈ R
 
 −2  resolva a equação AA−1 = I2 para
 
6 encontrar x, y, z e w.
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Determinante Exercı́cios
 
cos(θ) −sen(θ) (d) D−1 =
28. A−1 =    
sen(θ) cos(θ) 1/4 0 −1/2 1/4
 
 −1/2 1 1 −1/2 
 17 6   
− 
 3/4 0 3/2

−1/4 
29. (A−1 )2 =  49 49 
6 5  
− −1/2 0 −1 1/2
49 49
1 32. Use as matrizes dadas e verifique
30. (2AAT )−1 = (A−1 )T A−1
2 que o primeiro e o segundo membro
 
1 0 das equações coincidem.
31. (a) A−1 =    
0 −1 1/a 0 0 0
 
   0 1/b 0 0 
1 0 0 33. 
 

 1   0 0 1/c 0 
(b) B −1 =  0 0 
  
2


1
 0 0 0 1/d
0 0 −
3 11
34. (a) (b) 8 (c) −36 (d) −12
10
 
1 0 −2
 1  89 √ √ √
(c) C −1 =  0
 0  35. (a) (b) − 2 − 6 3 − 2 6 + 4
4
 6
1
 
0 − 1 36. (a) F (b) V (c) V (d) V (e) V
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Determinante Exercı́cios

37. (a) det(A) = 15 42. Use a regra de Sarrus para calcular


(b) det(B) = 15 o determinante.
(c) det(C) = 5
43. Use a equação AB = BA para
(d) det(D) = 5
obter uma relação (equação) entre
38. (a) det(A) = −12
os elementos das matrizes. Calcule
(b) det(B) = −6
o determinante e use a relação
39. (a) det(A) = −12 obtida para chegar ao valor 0.
(b) det(B) = −6    
x 0
40. m ̸= ±5 
44. 
  
 y = 2 
  
41. λ = −2, λ = 3, λ = 4 z −1

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Determinante Exercı́cios

Referências Bibliográficas

[1. ] F. T. Santana, F. L. Santana. Tópicos de álgebra linear, volume


1: matrizes, sistemas lineares e determinantes. - 1. ed. - Rio de
Janeiro: Autografia, 2021.

[2. ] F. T. Santana, H. L. Carrion. Álgebra Linear, volume 1. (A ser


publicado).

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