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P693c
Pilotto Neto, Egydio
Caderno de receitas de concreto armado, volume 1 : vigas / Egydio
Pilotto Neto. - 1. ed. - Rio de Janeiro : LTC, 2018.
il. ; 21 cm.
Apêndice
Inclui bibliografia e índice
ISBN 978-85-216-3468-3
O Autor
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SUMÁRIO
PARTE VI Apêndices
Apêndice A Participação do Vento no Peso do Telhado
A.1 Cargas Atuantes no Telhado
A.2 A Origem do Vento
A.3 A Força do Vento
A.4 Leis da Resistência do Ar
A.5 Elementos de Cálculo
A.6 A Velocidade do Vento
A.7 Fatores de Correção da Velocidade do Vento
A.7.1 Fator Topográfico (S1)
A.7.2 Fator de Rugosidade (S2)
A.7.3 Fator Estatístico (S3)
A.8 Conceito Físico de Pressão do Vento
A.8.1 Pressão de Obstrução
A.8.2 Coeficiente de Forma
A.9 Conceito Físico de Sucção
A.10 Turbulência
A.11 Características dos Telhados
A.11.1 Formas de Telhados
A.11.2 Inclinação
A.12 Componentes dos Telhados
A.12.1 Composição dos Esforços no Telhado
A.12.2 Cálculo Prático
Apêndice B Vigas Contínuas com Vãos Iguais
B.1 Tabelas para Cálculo de Vigas Contínuas
B.2 Método de Cross
B.3 Convenção de Grinter
B.4 Aplicação do Método de Cross
B.4.1 Coeficiente de Rigidez da Barra
Apêndice C Recuperação e Reforço de Vigas
C.1 Fissuras de flexão
C.2 Fissuras de cisalhamento
C.3 Medidas corretivas e de reforço
C.4 Falhas na execução
RECEITAS BÁSICAS
▷ CAPÍTULO 1
Receitas Básicas
▷ CAPÍTULO 2
Receitas para Dosagem das Cargas
▷ CAPÍTULO 3
Receitas sobre o Comportamento dos Materiais
▷ ação;
▷ reação;
▷ equilíbrio;
▷ resistência.
1.2.2 Vantagens
O concreto armado apresenta, entre outras, as seguintes
vantagens:
▶ resiste bem à ação do fogo;
▶ adapta-se bem a qualquer forma;
▶ necessita de um mínimo de manutenção;
▶ sua resistência cresce com o tempo.
Para que uma estrutura de concreto armado se mantenha
estável é preciso que se conheça a condição da carga que lhe
será aplicada.
1.9 A GRAFOSTÁTICA
A solução gráfica de composição de forças, ou grafostática,
permite, usando meios geométricos, determinar as condições de
equilíbrio de sistemas de forças. Em alguns casos em que as
fórmulas matemáticas se tornam muito trabalhosas, recorre-se ao
processo gráfico, baseado em propriedades geométricas para a
determinação da resultante de várias forças aplicadas
conjuntamente.
As bases da grafostática foram estabelecidas pelo belga Simon
Stevin (1548-1620). Posteriormente, Poncelet, Rankine, Maxwell,
Cremona e Culmann, com seus trabalhos, deram aos métodos
geométricos seu pleno desenvolvimento.
A soma de duas forças que não sejam paralelas não pode ser
feita pela simples adição das intensidades das forças. No caso de
forças concorrentes, que formam entre si um determinado ângulo,
a resultante é obtida pela soma geométrica das forças. A solução
gráfica se resume na construção de um paralelogramo sobre a
representação das duas forças e o traçado da diagonal que
corresponderá à resultante.
M=P×L
2.1 PROCEDIMENTO
A razão de ser de uma estrutura é suportar uma carga. Portanto,
saber qual a carga que deve ser suportada é a principal
preocupação de quem realiza o cálculo da estrutura.
Para que a estrutura cumpra com segurança a finalidade a que
se destina são necessárias duas condições:
1) Que a estrutura se mantenha estável enquanto suporta a
carga que lhe é imposta.
2) Que a estrutura se assente em bases capazes de suportar
a edificação, sem ocasionar esforços que sejam nocivos
ao comportamento da estrutura.
Nas duas condições, é de grande importância a determinação
das cargas que compõem o conjunto de elementos da estrutura,
bem como a sobrecarga nela aplicada.
DIMENSIONAMENTO DA TESOURA
VÃO (m)
PEÇA
6 8 10
LINHA 6 × 12 6 × 16 6 × 16
PERNAS 6 × 16 6 × 16 6 × 16
PENDURAL 6 × 12 6 × 12 6 × 16
ESCORAS 6 × 12 6 × 12 6 × 12
DIMENSÕES DA TERÇA
DISTÂNCIA ENTRE TESOURAS
2,00 m 6 × 12 6 × 16
2,50 m 6 × 16 —
0,50 m 6 × 16 6×7
TESOURA 20,0
TERÇAS 12,0
CAIBROS 5,0
RIPAS 3,0
CONTRAVENTAMENTO 5,0
CARGAS E SOBRECARGAS
LOCAL CARGA
(kg/m2)
Sobrecarga na laje
▶ Alvenaria sobre a laje: carga distribuída equivalente ao
peso da parede.
▶ Sobrecarga: específica para o uso a que se destina.
▶ Revestimento: peso do revestimento a ser aplicado na
laje.
h (cm)
bw
(cm)
15 20 30 40 50 60
Argamassa de 1900
cal:cimento:areia
Aço 78.500
σ = P/S
ε = ∆L/L
No limite de elasticidade, as deformações são proporcionais às
tensões. Existindo essa proporcionalidade, a representação
gráfica é de uma reta. Cada material tem para a reta um
determinado ângulo α de inclinação. À tangente do ângulo α é
dada a denominação Módulo de Elasticidade do material,
representado pela letra E.
E = tg α
E = 2.100.000 kgf/cm2
σ = P/S
ΔL1/L1 = ΔL2/L2
3.2.1 Estados-limites
Segundo a observação de Hooke, há um limite além do qual não
se pode aplicar mais força na solicitação de uma peça, sob o risco
de acarretar transformações na natureza íntima do material,
causando uma deformação irreversível e até mesmo o seu
rompimento.
O objetivo do cálculo estrutural é determinar um valor de
compatibilidade entre a carga e a capacidade de suporte de um
determinado material, de modo a manter abaixo desse valor
preestabelecido a probabilidade do aparecimento de algum indício
de esgotamento da capacidade portante da estrutura, ao mesmo
tempo em que busca manter dentro dos parâmetros de economia
de custo a quantidade do material utilizado na composição da
estrutura. A condição de máxima capacidade de carregamento,
quando se dá o esgotamento da capacidade de resistência do
material, recebe a denominação estado-limite último.
Existe outro estado limitador do carregamento da estrutura.
Embora não esgotando a capacidade de suporte, uma carga maior
que a estabelecida como máxima poderá causar deformações
excessivas na estrutura, fato que impossibilita seu uso. Essa
limitação determina outro estado-limite denominado estado-limite
de utilização.
γ = 1,4
Fd = 1,4 Fk
Concreto: γc = 1,4
Aço: γs = 1,15
PARTE II
▷ CAPÍTULO 4
Receitas da Mecânica da Ação e Reação
▷ CAPÍTULO 5
Efeitos das Cargas no Mecanismo do Equilíbrio
▷ CAPÍTULO 6
Receitas para Determinar os Esforços na Estrutura
▷ CAPÍTULO 7
Receitas de Vigas Fletidas Contínuas
4.1.1 Conceituação
Tudo que sugere um objeto com massa é conhecido pelo termo
corpo.
Um bloco de madeira é um corpo. Um edifício também é
chamado de corpo. Mas um bloco de madeira não pesa o mesmo
que um edifício. A razão é óbvia e facilmente perceptível por
qualquer pessoa. Quando comparados, um corpo é bem menor
que o outro, portanto, bem mais leve. Porém, existem outras
particularidades que diferenciam um corpo do outro. Um bloco de
madeira é um corpo único e monolítico, de um material com
determinada densidade, enquanto o edifício resulta de uma
combinação de várias partes, com diferentes pesos, montadas em
conjunto, formando uma estrutura. Se cada parte ficar fixa em sua
posição, teremos um corpo estaticamente equilibrado.
Entende-se como estrutura a peça ou conjunto de peças
dispostas de forma adequada e ordenadamente interligadas, que,
pela sua própria resistência, garantem a estabilidade do conjunto,
suportando com segurança a carga que lhe é aplicada e para a
qual é destinada.
Figura 4.1 Composição da estrutura.
4.2.2 Dimensionamento
O dimensionamento tem por finalidade, com base na tensão
admissível específica de cada material, fixar as medidas das
seções em função da carga a ser aplicada e da disponibilidade de
resistência oferecida pelo material. O dimensionamento é
realizado de modo a resistir ao esforço a que está submetida a
estrutura na pior situação de carga. O que se busca é dar à
estrutura um equilíbrio estável, dentro dos critérios de segurança e
economia.
4.2.3 Detalhamento
Mostra, por meio da linguagem gráfica, como deverá ser
executada cada peça da estrutura para o atendimento das
imposições do dimensionamento, bem como os detalhes das
ligações que mantêm a disposição estável e a transferência dos
esforços entre elementos, de forma a representar a estrutura como
um todo.
O detalhamento deve ser claro e suficiente para que o operário
não tenha dúvidas na ocasião da execução. Deve, ainda,
obedecer às regras de desenho projetivo, de modo que seja
colocada em cada plano de projeção a representação da estrutura
vista em suas três dimensões no espaço. Algumas informações
adicionais sobre o detalhamento estão apresentadas no Apêndice
B.
Genericamente, chamamos de cálculo estrutural o cálculo e o
dimensionamento dos elementos estruturais, assim como, quando
nos referimos ao dimensionamento, obrigatoriamente estamos
partindo do pressuposto de que nele estão incluídos os cálculos
que permitem o dimensionamento.
Entende-se como projeto estrutural o conjunto de informações
obtidas por meio dos cálculos e dimensionamento, representadas
graficamente de modo a permitir a execução da obra.
A estrutura, ou seja, a disposição e ordenação dos elementos
resistentes que compõem a sustentação do edifício, pode ser vista
na Figura 4.3.
Figura 4.3 Partes componentes da estrutura.
HIPÓTESE DE BERNOULLI
σ = (Mfle/Jxx) · yo
+P = + RA + RB.
RA = RB
RA = RB = P/2,
Reação de apoio:
Substituindo, temos:
Resolvendo a equação, resulta em:
Quadro comparativo
RECEITAS PARA
DIMENSIONAMENTO
▷ CAPÍTULO 8
Teoria do Cálculo de Vigas
▷ CAPÍTULO 9
Teoria do Dimensionamento
▷ CAPÍTULO 10
Dimensionamento da Viga de Concreto Armado
8.1 INTRODUÇÃO
A formulação para o dimensionamento das vigas não se deu em
um instante. Durante longo tempo foi observada, examinada,
cálculada e usada. Houve uma sequência natural. A viga de
madeira foi a primeira a ter um método de cálculo e até hoje ainda
é usada em construção, em virtude da sua abundância na
natureza, facilidade de adaptação em qualquer finalidade e sua
boa resistência aos esforços mecânicos. A madeira constitui a
classe de materiais naturais de mais longo tempo em uso,
juntamente com a pedra.
Figura 8.1 Tipos de vigas com vários materiais.
σ=εE
Ef = 2.100.000 kgf/cm2
Ec = 140.000 kgf/cm2
n = Ef / Ec = 2.100.000/140.000 = 15
ε = ΔL/L
ε = 0,35 % (3,5 ‰)
ε = 1,00 % (10 ‰)
Roteiro de cálculo
1) Geometria da viga
2) Determinação da carga atuante
3) Vão teórico
4) Momento fletor máximo
5) Diagrama de momento fletor
6) Cálculo do coeficiente K6
7) Obtenção do coeficiente K3
8) Cálculo da seção de ferros As
9) Escolha da bitola
10) Arranjo da ferragem
sendo:
bw = largura da viga
h = altura total da viga
L = vão teórico entre apoios
na qual:
d = altura útil da viga (cm)
K = coeficiente que depende da resistência do concreto
Mk = momento estimado (t · cm)
bw = largura da viga (cm)
Deve ser adotada armadura em camadas quando a colocação de uma
só camada se tornar inviável devido à falta de espaço. Neste caso, é
necessário rever o cálculo para a nova posição do centro de gravidade da
ferragem longitudinal.
Tabela 2 Tabela de viga contínua – três apoios com momento negativo no apoio intermediário
L1 L1/L2 1,00 0,90 0,85 0,80 0,75 0,70 0,65 0,60 0,55 0,50
M
2,00 k1 0,250 0,237 0,229 0,222 0,021 0,205 0,197 0,187 0,177 0,166
k2 0,250 0,325 0,373 0,433 0,507 0,600 0,717 0,871 1,065 1,333
2,50 k1 0,390 0,370 0,358 0,347 0,334 0,321 0,307 0,293 0,276 0,260
k2 0,390 0,508 0,584 0,677 0,792 0,938 1,119 1,356 1,665 2,015
3,00 k1 0,562 0,533 0,516 0,500 0,481 0,462 0,442 0,422 0,398 0,375
k2 0,562 0,731 0,840 0,976 1,141 1,352 1,612 1,952 2,398 2,999
3,50 k1 0,765 0,725 0,703 0,681 0,655 0,629 0,603 0,574 0,542 0,510
k2 0,765 0,995 1,144 1,328 1,553 1,892 2,649 2,657 3,263 4,082
4,00 k1 1,00 0,947 0,918 0,889 0,856 0,822 0,787 0,750 0,708
k2 1,00 1,333 1,495 1,735 2,028 2,403 2,867 3,471 4,26
EXEMPLO ELUCIDATIVO
Tabela 3 Valor de k
PONTO 1 2 3 4 5 6 7 8 9
DMF
Mk = 468,7 t · cm
τd = 1,15 τwd
At/s = ρ · b
10 37,5 30,0 25,0 21,4 18,8 16,7 15,0 13,6 12,5 11,5 10,7
15 25,0 20,0 16,7 14,3 12,5 11,1 10,0 9,1 8,3 7,7 7,1
8 20 18,8 15,0 12,5 10,7 9,4 8,3 7,5 6,8 6,3 5,8 5,4
25 15,0 12,0 10,0 8,6 7,5 6,7 6,0 5,5 5,0 4,6 4,3
30 12,5 10,0 8,3 7,1 6,3 5,6 5,0 4,5 4,2 3,8 3,6
10 54,0 43,2 36,0 30,9 27,0 24,0 21,6 19,6 18,0 16,6 15,4
15 36,0 28,8 24,0 20,6 18,0 16,0 14,4 13,1 12,0 11,1 10,3
10 20 27,0 21,6 18,0 15,4 13,5 12,0 10,8 9,8 9,0 8,3 7,7
25 21,6 17,3 14,4 12,3 10,8 9,6 8,6 7,9 7,2 6,6 6,2
30 18,0 14,4 12,0 10,3 9,0 8,0 7,2 6,5 6,0 5,5 5,1
BITOLA (ø)
ESPAÇAMENTO
(cm)
5 6,3 8 10
A força de tração que compõe o binário deve ser compensada por uma
armadura colocada na parte inferior da viga.
Equações que nos fornecem a condição de equilíbrio:
y = 0,8 kx · d
Valores de y:
Mk2 = Mk – Mk 1
k6 k3
kX CONCRETO AÇO
0,22 96 71 0,35
0,24 88 66 0,36
0,26 82 62 0,36
0,28 77 58 0,36
0,30 73 55 0,36
0,32 69 52 0,37
0,34 65 49 0,37
0,36 62 47 0,38
0,38 60 45 0,38
0,40 57 43 0,39
0,42 55 41 0,39
0,44 53 40 0,39
0,46 51 38 0,40
L = Lo (1 + λ t)
em que:
L0 = comprimento inicial
t = variação de temperatura
λ = coeficiente de dilatação
L = comprimento final
Para controlar as fissuras, deve ser usada uma armadura não inferior a
Ah ≥ 50 % As Ah ≥ 0,5 × As
fck (MPa)
3 7 28
CIMENTO AREIA BRITA
DIAS DIAS DIAS
O traço deve ser corrigido em função dos ensaios com corpos de prova
obtidos no canteiro de obras.
PARTE V
RECEITAS AVULSAS
PARTE V
RECEITAS AVULSAS
TIPOS DE CIMENTO
Tipo CP II Cimento Portland composto, derivado do cimento comum, com adição de outros
produtos, a saber:
CP II-F adição de 6 % a 10 % de pó calcário.
CP II-Z adição de 6 % a 14 % de pozolana e até 10 % de calcário.
Cp II-E adição de 6 % a 34 % de escória de alto-forno.
Tipo CP III Conhecido como cimento de alto-forno, é obtido da mistura do clínquer Portland,
gipsita, 35 % a 70 % de escória de alto-forno e até 5 % de pó calcário.
CATEGORIAS DO CIMENTO
A categoria do cimento é dada pela resistência esperada no ensaio de compressão aos 28 dias, para a
argamassa comum de cimento.
CIM. kg SACOS SECA ÚMIDA BRITA 1 BRITA 2 LITROS 3 DIAS 7 DIAS 28 DIAS
AREIA
BRITA
1: 2 : 3 344 6,9 486 622 364 364 210 117 172 254
1: 2 1/2 319 6,4 562 719 337 337 207 100 150 228
:3
1: 2 1/2 276 5,5 487 623 390 390 201 74 114 185
:4
Para uma dosagem adequada do concreto são usadas caixas de madeira com as medidas fornecidas
na tabela a seguir.
As caixas do tipo padiola podem ser substituídas por outro recipiente que permita estabelecer um
volume dos ingredientes colocados na mistura.
É costume usar lata de 18 litros. Tal uso não é proibido, desde que haja o cuidado de verificar se a lata
não está amassada, o que reduziria seu volume.
Neste caso, a tabela para dosagem deve ser adaptada para o padrão da lata.
Tabela 2 Dosagem com lata de 18 litros – execução do concreto com nível intermediário
Procedimento
Lajes 3a9
Pilares 6a9
Vigas 5a9
Tabela 3 Abatimento
Analisando a tabela, é possível verificar que a escolha de um abatimento em torno de 6 cm, com
tolerância de 1 cm a mais ou a menos, é um valor adequado para os vários tipos de peças estruturais de
uso corrente.
PARTE VI
APÊNDICE
▷ APÊNDICE A
Participação do Vento no Peso do Telhado
▷ APÊNDICE B
Vigas Contínuas com Vãos Iguais
▷ APÊNDICE C
Recuperação e Reforço de Vigas
APÊNDICE A
PARTICIPAÇÃO DO VENTO NO PESO DO TELHADO
R = K · S · v2
na qual:
R = resistência do ar
S = superfície aparente
v = velocidade do corpo em relação ao ar
K = uma constante que depende da forma do corpo e da densidade do ar.
O vento, ao incidir sobre uma edificação, provoca pressões ou sucções que dependem de vários
fatores, entre eles: a forma e proporções das dimensões da construção; localização das aberturas
(barlavento ou sotavento); saliências e pontos angulosos (beirais e chaminés); situação de outras
edificações e obstáculos circunvizinhos (turbulência).
O vento é considerado como um esforço horizontal que requer uma situação específica da estrutura
para que esteja em condições de suportar tal esforço. Sendo o vento um fenômeno natural, previsível, mas
não inteiramente determinável, torna-se, até certo ponto, difícil de ser calculado com precisão. A velocidade
do vento considerada como máxima para o local da obra é aquela capaz de ocorrer em um intervalo de 50
anos.
As forças devidas ao vento sobre uma edificação devem ser calculadas separadamente para:
▶ elementos de vedação e suas fixações;
▶ partes da estrutura (telhados, paredes etc.);
▶ estrutura como um todo.
vk = vo · S 1 · S 2 · S 3
em que:
vo = velocidade básica do vento
S1 = fator topográfico
S2 = fator de rugosidade
S3 = fator estatístico
0 a 20 1 a 30 0,90
0 a 10 0 a 15
21 a 30 31 a 50 1,00
11 a 30 16 a 40
31 a 60 51 a 80 1,10
31 a 100 41 a 100
61 a 100 81 a 100 1,20
acima de 100 acima de 100
acima de 100 acima de 100 1,30
Conforme o teorema de Bernoulli, a pressão estática que um fluido em movimento exerce sobre um objeto
é igual à redução da pressão dinâmica do fluido. A pressão estática (W) pode ser expressa pela fórmula:
em que:
γ = massa específica do fluido
v = velocidade do fluido
g = aceleração da gravidade
q = Kv · v 2
em que:
q = pressão exercida pelo vento (kgf/m2)
Kv = constante
v = velocidade escalar do vento (m/s)
F = CF · q · A
em que:
F = força que age perpendicularmente na superfície atingida
Cf = coeficiente de força
q = pressão dinâmica do vento
A = área de atuação do vento
Os valores do coeficiente de força Cf são tabelados em função das condições do fluxo do vento. Nos
casos práticos, podemos adotar = 1,2 para vento incidindo perpendicularmente à parede.
Daniel Bernoulli, matemático holandês (1700-1782), formulou o teorema que leva seu nome, segundo o
qual “para uma corrente de fluido em movimento a pressão é menor onde a velocidade do fluido é maior”.
O teorema de Bernoulli é válido para um fluido incompressível e sem viscosidade, animado de
movimento lamilar. Define-se como regime lamilar aquele em que as trajetórias das partículas do fluido são
bem definidas e não se cruzam. O vento, sem obstáculos que se interponham em sua trajetória, flui em
regime lamilar.
Uma das características inerentes aos gases é a compressibilidade. Contudo, no caso do vento, a
compressibilidade do ar é desprezível, podendo ser considerado um fluido incompressível e sem
viscosidade, em fluxo horizontal, tornando-se válida a aplicação de teorema de Bernoulli.
R=C·q·A
em que:
R = resistência (uma força que se opõe ao fluxo de ar)
C = coeficiente de forma
q = pressão dinâmica do fluxo de ar
A = área da superfície do corpo que está voltada para o fluxo de ar
A resistência à passagem do fluxo aumenta com o coeficiente de forma. Mantendo-se fixa a área da
superfície do corpo voltada para o fluxo de ar, e variando a forma desse corpo, observa-se que o
coeficiente de forma diminui quando se passa de superfícies planas para esféricas.
O Quadro A.1 a seguir nos mostra o valor relativo do coeficiente de forma. O diâmetro de cada uma das
formas é o mesmo, ou seja, a área frontal é a mesma.
Como já foi visto, segundo a lei de Bernoulli, em um fluido em movimento a pressão é menor onde a
velocidade do fluido é maior. Na experiência apresentada, o ar soprado, ao sair pelo espaço entre o cartão
e o carretel, reduz a pressão na parte de cima do cartão. A pressão da atmosfera, sendo superior,
impulsionará o cartão para cima.
Outra maneira de se demonstrar o efeito da sucção pela passagem do fluxo de ar é segurar uma folha
de papel fino e soprar fortemente por cima dela. A pressão da corrente de ar será diminuída. A maior
pressão da atmosfera na parte inferior suspenderá o papel.
Esse fenômeno é o que ocorre em coberturas de edificações nas quais a inclinação é pequena e o
material é de pouco peso. Telhados com pouca inclinação, onde o caimento, em geral, se situa entre 10 e
15 graus, usando coberturas de fibrocimento ou alumínio, estão sujeitos a grandes sucções quando
submetidos a ventos fortes. São inúmeros os casos conhecidos de acidentes provocados pelo efeito da
força ascensional em coberturas desse tipo, particularmente quando se trata de obras de grandes vãos
internos, como pavilhões, ginásios de esporte etc.
A.10TURBULÊNCIA
A pressão que o ar exerce sobre um corpo depende, também, do regime de fluxo do fluido. Para um
mesmo corpo, a pressão é menor quando o ar está em turbulência do que quando o regime é mais
homogêneo.
Como já mencionado, define-se como regime laminar aquele em que as trajetórias das partículas de ar
em movimento são bem definidas e não se cruzam. Já o regime turbulento, se caracteriza pelo movimento
desordenado das partículas. Entre as situações de regime laminar e de turbulência, pode ocorrer uma
diferença no valor do coeficiente de forma em torno de seis vezes.
Normalmente os ensaios para determinação dos coeficientes são realizados em túnel de vento, no qual
a corrente de fluxo é produzida por um ventilador que simula um vento muito próximo do verificado em
campo aberto e plano, considerado de baixa turbulência. Nas grandes cidades, em virtude dos inúmeros
obstáculos oferecidos pelas edificações existentes, o regime do vento é de turbulência, havendo, em
consequência, uma alteração em certos coeficientes, em particular os que se referem à sucção em
edifícios paralelepipédicos.
Existem basicamente, três situações nas quais uma estrutura está sujeita a um carregamento
horizontal:
1) obras sujeitas à pressão hidrostática, como as barragens e paredes de reservatório de água;
2) obras sujeitas ao empuxo do terreno, como nos muros de arrimo e muralhas de contenção de
encostas;
3) obras sujeitas à ação do vento.
O vento, ao incidir sobre uma edificação, provoca pressões ou sucções que dependem de vários
fatores:
▶ forma e proporções das dimensões da construção;
▶ localização das aberturas (barlavento ou sotavento);
▶ saliências e pontos angulosos (beirais e chaminés);
▶ situação de outras edificações e obstáculos circunvizinhos (turbulência).
O vento é considerado como um esforço horizontal que requer uma situação específica da estrutura
para que esteja em condições de suportar tal esforço. Sendo o vento um fenômeno natural, previsível, mas
não inteiramente determinável, torna-se, até certo ponto, difícil de ser calculado com precisão.
A.11.1Formas de Telhados
O telhado tem por objetivo proteger a edificação contra as intempéries, tais como: chuva, vento, incidência
dos raios solares etc. Sua forma e inclinação têm papel importante no aspecto arquitetônico da edificação.
Basicamente, o telhado se compõe de um ou mais planos inclinados, denominados águas. Assim,
temos telhados de uma água ou várias águas. As formas fundamentais são a seguir melhor abordadas.
Em um telhado de quatro águas, os planos maiores, de forma trapezoidal, são chamados de águas
mestras.
Um telhado pode ser composto por várias águas, sendo que o importante é a concordância entre elas.
Daí a necessidade de se respeitar a uniformidade da inclinação do telhado.
Na figura a seguir é mostrada uma casa cuja cobertura é composta por um telhado de formato
complexo, com várias águas.
O telhado é constituído por uma parte resistente, formada pela estrutura de sustentação, e por um
conjunto de elementos de vedação que revestem a trama da cobertura. O telhado mais usado é formado
por tesouras com caimentos que acompanham os planos das duas águas principais, razão pela qual
daremos ênfase ao estudo da ação do vento nesse tipo de telhado.
A.11.2Inclinação
A inclinação do telhado é um fator determinante na avaliação dos esforços causados pelo vento na
estrutura de uma cobertura. Em geral, a carga crítica que causa acidentes em telhados é a sucção, que
acontece quando o vento contorna o telhado, ganhando velocidade. Como aprendemos no estudo dos
princípios de aerodinâmica, sempre que há um aumento da velocidade do vento ocorre, simultaneamente,
uma diminuição de pressão.
De modo geral, as sucções nos telhados de pequena inclinação são os maiores esforços causados pelo
vento sobre as edificações. Pode haver casos em que a sucção é bastante superior ao peso próprio do
telhado, ocasião em que os esforços na estrutura de sustentação da cobertura se invertem. Constatou-se
que as maiores sucções ocorrem em telhados com inclinação em torno de 10º, com vento normal à
fachada.
A inclinação do telhado é fixada em função do tipo de telha e da possibilidade de aproveitamento do
espaço para sótão. Quanto maior for a inclinação do telhado, maior a velocidade das águas da chuva na
descida sobre ele. Um caimento maior evita a possibilidade de penetração da água através da junção entre
as telhas quando a chuva é acompanhada de vento forte. O limite da inclinação é determinado pela
possibilidade de deslocamento da telha e a necessidade de amarração com arame.
Inclinação de telhado
Neste caso, para qualquer inclinação do telhado, a conformação gráfica das curvas de pressão é a
seguinte:
Ângulo de incidência do vento: 0º
O coeficiente de pressão e de forma externo (Ce) deve levar em conta as proporções entre a altura e a
base da edificação. A corrente de ar penetrando no interior de uma edificação por aberturas existentes, ou
que venham a ocorrer em virtude de acidente durante uma ventania, como a ruptura de vidros fixos,
encontrando uma vazão de saída inferior à de entrada, ou havendo mudança na direção dos filetes de ar,
irá ocasionar um aumento de pressão interna (sobrepressão). É o que ocorre quando existe uma abertura
dominante na face de barlavento.
Quando a abertura está voltada para a face de sotavento, ocorre uma tendência de a vazão de saída,
por efeito da sucção externa, ser maior que a de entrada, ocasionando uma subpressão interna.
A determinação dos coeficientes de pressão interna, conforme determina a Norma Técnica, envolve
certo grau de complexidade em virtude da necessidade de uma precisão na avaliação dos índices de
permeabilidade das paredes.
A.12.2Cálculo Prático
No caso de residências de padrão normal em que não exista grande número de recortes do telhado, o
efeito da força do vento atuando perpendicularmente à superfície inclinada do telhado faz com que as
peças voltadas para o vento trabalhem à flexão.
Para que a estrutura do telhado se comporte bem ao esforço ocasionado pelo vento, as dimensões das
peças deverão ser mais robustas, o que significa dizer que devem ter mais peso, aumentando,
consequentemente, o peso próprio da cobertura.
Considera-se que o vento atua da seguinte maneira: em superficies verticais, ele incide horizontalmente
e, em superfícies inclinadas, a incidência do vento se dá sob um ângulo de 10°.
Para a determinação do esforço do vento incidindo com determinado ângulo em uma superficie
inclinada, torna-se necessário estabelecer a pressão exercida pelo vento como incidindo
perpendicularmente ao plano do telhado. Essa determinação é feita graficamente, conforme a inclinação
do telhado.
Para telhados com inclinação menor que 30°, haverá o esforço de sucção na superficie do telhado.
Para inclinação maior que 30°, haverá compressão.
Tomando como referência a construção gráfica, torna-se possível determinar o valor de qn através da
seguinte fórmula:
qn = q × sen2 (α + 10°)
Para melhor entendimento, tomemos como exemplo de cálculo do esforço em um telhado, com
inclinação (α) de 30°, de uma casa construída no subúrbio de uma grande cidade, na qual pode haver
ocorrência de vento (vo) de até 120 km/h.
Em primeiro lugar, vamos determinar a velocidade característica do vento.
vk = vo S1 S2 S3
vo = 120 km/h
S1 = 1,00 (caso geral)
S2 = 0,90 (subúrbio de grande cidade e pouca altura)
S3 = 0,95 (baixa ocupação)
Resulta em uma velocidade característica vk = 102,6 km/h ou 28,5m/s.
Por hábito e de forma empírica, em telhados comuns destituídos de maior importância, é costume usar
um valor em torno de 30 kgf/m2 para efeito da ação do vento. Verifica-se, na prática, que o valor
encontrado em nosso exemplo não está fora dos parâmetros, podendo ser adotado na maioria dos casos,
salvo naqueles que exigem maiores cuidados.
A adoção de um valor empírico para o caso de habitações e edificações, em geral, se justifica, uma vez
que os parâmetros aplicados não podem ser considerados exatos. Dos fatores de correção da velocidade
básica do vento, o que apresenta maior variação é o S2 (fator de rugosidade), que leva em conta a
exposição e a existência de obstáculos que impeçam a livre circulação do vento.
APÊNDICE B
VIGAS CONTÍNUAS COM VÃOS IGUAIS
2 3 4 5 6
p = carga uniformemente distribuída por unidade de comprimento;ℓ = vão entre apoios; R = reação de apoio; –X = momento
negativo sobre o apoio;Mmáx = momento máximo no vão; x = distância do ponto de momento máximo ao apoio da esquerda mais
próximo.
DIAGRAMAS DE MOMENTO FLETOR
2) Rigidez dos nós: representa-se pelo “coeficiente de distribuição”. Quando temos um nó em que
convergem várias barras, um momento M aplicado no nó se distribui em quinhões nas diversas
barras, de tal modo que:
ou seja,
Mo = Ma + Mb + … + Mn
A distribuição de quinhões do momento aplicado no nó para cada uma das barras que chega nesse nó
depende dos comprimentos das barras e do momento de inércia da seção de cada uma das barras (J).
A compensação dos momentos deve ser iniciada no nó mais desequilibrado, ou seja, naquele em que a
diferença entre o momento à esquerda e à direita do nó seja a maior de todas.
Como os momentos de engaste perfeito no nó interagem, tudo se passa como se houvesse uma carga
momento concentrada no nó considerado igual à soma algébrica dos momentos no nó. A estrutura reage
produzindo um momento equilibrante igual e de sinal contrário.
Multiplicando o momento equilibrante pelo coeficiente de distribuição, achamos o valor dos momentos
absorvidos em cada um dos tramos adjacentes ao nó considerado.
Em seguida, faz-se a transmissão dos momentos para o apoio adjacente, encerrando o ciclo.
Os ciclos se repetem para cada nó, até que se tenha realizado o equilíbrio.
O valor do momento na seção será o valor do momento equilibrante, respeitando a convenção de sinal.
N=W×σ×A
em que:
A = área da seção da escora
σ = tensão admissível na madeira da escora
W = coeficiente fornecido pela tabela de Rondelet, que depende
da relação entre a altura da escora e a menor dimensão da sua
seção.
L/a = 32 W = 0,389
N = 1588 kg