Literatura Barroca

no Brasil
Onde e quando surgiu
No Brasil, o Barroco surgiu em 1601, na região de Minas Gerais, e durou até 1768,
se tornando assim, de forma gradativa, em um estilo de época.
Esse movimento artístico surgiu na época que o Brasil estava se estabilizando
economicamente após o período de país colônia sendo sustentado majoritariamente
pela produção e comércio de açúcar.

As atividades econômicas saíram do nordeste quando os holandeses foram expulsos de

lá, em 1654, trazendo assim mais notoriedade para a região sudeste e,
consequentemente, estímulo cultural.
 Dessa forma, o Barroco no Brasil é considerado o movimento artístico mais
relevante do período colonial, pois evidenciou a fé popular e o catolicismo.

Logo em 1601 ocorreu o grande marco literário desse estilo no país com a
publicação de “Prosopopeia”, um poema épico importante escrito por Bento
Teixeira, um dos nomes mais relevantes do Barroco.
Além da literatura, o movimento
também abrangeu arquitetura, música,
pintura, escultura, entre outros. Foi o
estilo dominante no século XVII e um
dos mais estudados em literatura, artes e
história no Brasil.
Características do Barroco no Brasil
Tanto na literatura quanto nas pinturas e esculturas, o Barroco trazia as seguintes
características:

● Adoção de linguagem dramática ● Jogo de palavras (conceptismo);

com teor pessimista; ● União do religioso e do profano;
● Valorização dos detalhes; ● Adoção de diversos tipos de figura
de linguagem;
● Rebuscamento e exagero;
● Racionalismo;
● Presença de jogo de contrastes;
● Arte dualista.
● Jogo de ideias (cultismo);
Principais autores e suas obras
Como principais nomes desse estilo temos:

● Bento Teixeira (1561-1618): “Prosopopeia”;

● Frei Vicente de Salvador (1564-1636): “História da Custódia do Brasil” e “História
do Brasil”;
● Gregório de Matos, também chamado de “Boca do Inferno” ou “Boca de brasa”
(1633-1696): autor de diversas poesias como “Senhora Dona Bahia” e “Triste
Bahia”;
● Manuel Botelho de Oliveira (1636-1711): “Música do Parnaso”;
● Frei Manuel de Santa Maria de Itaparica (1704-1768): “Descrição da Ilha de
Itaparica” e “Eustáquios”.
Cultismo
Cultismo significa “jogo de palavras”, porém também é chamado de Gongorismo
por ter inspiração nos texto do poeta espanhol Luis de Góngora (1561-1627).

Esse estilo usa descrição, termos cultos, linguagem rebuscada e ornamental para
expressar ideias, além de utilizar diversos tipos de figuras de linguagem (hipérbole,
metáfora, sinestesia, antítese, paradoxo etc), sendo
então caracterizado pela escrita mais emocional e
dramática.
Conceptismo
O Conceptismo, ou Quevedismo, significa “jogo de ideias” e é inspirado nos textos
do poeta espanhol Francisco Quevedo (1580-1645).

Sendo assim, esse tipo de escrita usa de argumentos racionais e pensamentos

lógicos, valorizando sempre o conteúdo textual e prezando por convencer o leitor
e instruí-lo por meio de ideias embasadas e concretas.
Em relação ao cultismo, que possuía
descrição e exagero, o conceptismo
preferia a concisão.
Temas abordados
Com linguagem rebuscada e conotação religiosa, a escrita barroca tem como principal
característica o uso das figuras de linguagem.
Nesse estilo, o poeta busca expressar seus
sentimentos de forma exagerada usando
antíteses e paradoxos. Os principais temas
trabalhados pela escola barroca foram:
fugacidade da vida, ilusão, instabilidade das
coisas, morte, castigo, o sobrenatural, apelo à
religião, heroísmo, erotismo, arrependimento,
narração de cenas trágicas e misticismo. ● Ficheiro: José Joaquim da Rocha
O poeta na última hora da sua vida, de Gregório de Matos