época surgido no final do século XVI, na Itália, e caracterizado por forte influência religiosa, devido ao contexto histórico marcado pela Reforma Protestante e pela Contrarreforma. No entanto, ao lado de tanta religiosidade, havia também, na época, um forte apelo aos prazeres sensoriais. Desse modo, o estilo configura-se, basicamente, na aproximação dos opostos.
Portanto, são características
presentes em obras de Gregório de Matos e Pe. António Vieira, os principais autores do Barroco brasileiro: culto ao contraste, fusionismo, pessimismo, feísmo, cultismo, conceptismo, além do uso de antítese, paradoxo, hipérbole, hipérbato e sinestesia.
As manifestações barrocas têm
como contexto histórico a ocorrência da Reforma e da Contrarreforma, as quais agitaram, sobretudo, a Europa a partir do século XVI.
O Barroco em Portugal teve início
em 1580, ano da morte de Luís de Camões, um dos maiores escritores clássicos de língua portuguesa.
Esse período vigorou em Portugal
até 1756, com a fundação da Arcádia Lusitânia e o surgimento de um novo estilo. O Barroco Literário em Portugal teve como maior representante o padre Antônio Vieira e suas obras “Sermões”, escritas em estilo conceptista.
Lembre-se que o Barroco (ou
Seiscentismo) é uma escola literária posterior ao Classicismo e anterior ao Arcadismo (Setecentismo).
Esse estilo floresceu nas artes
(arquitetura, pintura, literatura e a música) europeias a partir do século XVII.
Além da literatura, pintura e
escultura, a arquitetura teve grande destaque em Portugal. Merece atenção a arquitetura jesuítica, conhecida como arquitetura chã (estilo chão).
De influência clássica, o 'estilo
chão' buscou demostrar a simplicidade, a funcionalidade e a proporcionalidade das formas.
O Barroco no Brasil tem início no
final do século XVII. No país, essa tendência artística teve grande destaque na arquitetura, escultura, pintura e literatura.
Na literatura, o marco inicial do
barroco é a publicação da obra “Prosopopeia” (1601) de Bento Teixeira. Na escultura e arquitetura, Aleijadinho foi, sem dúvida, um dos maiores artistas barrocos brasileiros.
Padre Antônio Vieira foi um orador,
filósofo, escritor e um dos missionários enviados para a catequização dos índios (conversão para a religião católica) na conquista do Brasil, no século XVII. Ao lado do Padre Manuel da Nóbrega foi um defensor dos indígenas e judeus, se posicionando contra a escravização e a inquisição. Filho de Cristóvão Vieira Ravasco e de Maria de Azevedo, Antônio Vieira, primogênito de quatro irmãos, nasceu dia 06 de janeiro de 1608 em Lisboa, Portugal.
Em 1614, com apenas 6 anos,
mudou-se com sua família para o Brasil, visto que seu pai fora incumbido ao cargo de escrivão em Salvador, Bahia.
Destacou-se com seu brilhantismo
no Colégio dos Jesuítas de Salvador e ali despertou sua vocação religiosa. Estudou línguas, filosofia, teologia, retórica e dialética tornando-se um dos mais importantes portugueses oradores de sua época. Foi um dos jesuítas da Companhia de Jesus (Ordem dos Jesuítas) e no Brasil trabalhou como professor no Colégio dos jesuítas, na cidade de Olinda. Ademais, presenciou a invasão holandesa no Brasil, a partir de 1624. Gregório de Matos foi um dos maiores poetas brasileiros do período do Barroco. Além de poeta, Gregório foi advogado durante o período colonial.
É conhecido como o “Boca do
Inferno”, sendo famoso por seus sonetos satíricos, donde ataca, muitas vezes, a sociedade baiana da época.
Dono de uma personalidade
rebelde, Gregório criticou diversos aspectos da sociedade, do governo e da Igreja Católica. Por esse motivo, foi perseguido pela Inquisição e condenado ao degredo em Angola no ano de 1694.