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Vida de Padre Antônio Vieira

Padre Antônio Vieira (1608-1697) foi um religioso, escritor e orador português, a


principal expressão do Barroco Literário da língua portuguesa. Escreveu cerca de 200
sermões, nos quais revela conhecimento político, social e religioso.
Padre Antônio Vieira nasceu em Lisboa, na Rua do Cônego, próximo a Sé, no dia 6 de
fevereiro de 1608. Filho de Cristóvão Vieira, funcionário da coroa, e de Maria de
Azevedo tinha sete anos quando seu pai foi nomeado para o cargo de escrivão em
Salvador. Estudou no colégio dos jesuítas e com 15 anos ingressou na Companhia de
Jesus, iniciando seu noviciado.

Obra
Deixou uma obra complexa que exprime as suas opiniões políticas, não sendo
propriamente um escritor, mas sim um orador. Antônio Vieira escreveu mais de 200
sermões, 700 cartas, além de tratados proféticos, relações etc. A Obra Completa do
Padre António Vieira, anotada e atualizada, começou a ser publicada em 2013, quase
quatro séculos após o seu nascimento. Esta publicação em 30 volumes inclui a
totalidade das suas cartas, sermões, obras proféticas, escritos políticos, sobre os
judeus e sobre os índios, bem como a sua poesia e teatro, e é a primeira edição
completa e cuidada de toda a sua vasta produção escrita.

Particular “Sermão aos peixes”


O Sermão de Santo António aos Peixes constitui um documento da surpreendente
imaginação, habilidade oratória e poder satírico do Padre António Vieira, que toma
vários peixes (o roncador, o pegador, o voador e o polvo) como símbolos dos vícios
daqueles colonos. Com uma construção literária e argumentativa notável, o sermão
tem como objetivo louvar algumas virtudes humanas e, principalmente, censurar com
severidade alguns vícios dos colonos. Este sermão foi pregado três dias antes de Padre
António Vieira embarcar ocultamente para Portugal, onde pretendia obter uma
legislação mais justa para os índios, prejudicando assim os interesses dos colonos
europeus.

Época – Barroca
Ao contrário do resto da Europa o Barroco português não se inicia em 1600. Portugal
encontra-se nesta época em profunda crise política, económica e de identidade social.
O Barroco como estilo arquitetónico exige dinheiro que Portugal não tinha, após a
perda do nordeste do Brasil para os holandeses e a sua independência para a Espanha.
A economia não era sustentável porque grande parte da riqueza nacional baseava-se
no ouro e nas pedras vindas do Brasil, com as quais se comprava todos os bens de
consumo que não eram produzidos no país.

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