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GFV 8,80 kWp

MEMORIAL TÉCNICO
DESCRITIVO

MEMORIAL DESCRITIVO TÉCNICO

PROJETO DE MICROGERAÇÃO DISTRIBUÍDA


FOTOVOLTAICA
GFV DE 8,80 kWp CONECTADO À REDE
Projeto de Microgeração Fotovoltaica
Memorial Descritivo Técnico

SUMÁRIO

1 APRESENTAÇÃO _______________________________________________________ 2
2 NORMAS TÉCNICAS DE REFERÊNCIA _______________________________________ 3
3 LISTA DE ABREVIAÇÕES _________________________________________________ 4
4 DESCRIÇÃO GERAL DO SISTEMA ___________________________________________ 5
4.1 RESUMO ________________________________________________________________ 5
4.2 ENTRADA DE ENERGIA _____________________________________________________ 6
4.3 QUADROS DE MEDIÇÃO E PROTEÇÃO GERAL ___________________________________ 6
5 GERADOR FOTOVOLTAICO E SISTEMA DE BT ________________________________ 7
5.1 PLANTA FOTOVOLTAICA____________________________________________________ 7
5.1.1 Módulos Fotovoltaicos ___________________________________________________________ 7
5.1.2 Estruturas de Montagem _________________________________________________________ 8
5.2 STRINGBOXES ___________________________________________________________ 10
5.3 INVERSORES ____________________________________________________________ 11
5.3.1 Especificações Técnicas _________________________________________________________ 11
5.3.2 Aspectos de instalação __________________________________________________________ 13
5.4 QDCA __________________________________________________________________ 13
5.5 REDE DE CABEAMENTO BT-CC ______________________________________________ 14
5.5.1 Cabeamento das Strings _________________________________________________________ 14
5.5.2 Cabeamento dos Subarranjos Fotovoltaicos _________________________________________ 15
5.6 REDE DE CABEAMENTO BT-CA ______________________________________________ 15
5.6.1 Cabeamento dos Circuitos dos Inversores ___________________________________________ 16
5.7 INFRAESTRUTURA DE CABEAMENTO ________________________________________ 16
5.7.1 Cabeamento aparente CC de strings _______________________________________________ 16
5.7.2 Cabeamento CC de extensão das strings em telhado. _________________________________ 16
5.7.3 Cabeamento CC e CA no Abrigo dos inversores. ______________________________________ 17

6 ATERRAMENTO E EQUIPOTENCIALIZAÇÃO _________________________________ 18


6.1 DESCRIÇÃO GERAL DO SISTEMA ____________________________________________ 18
6.2 EQUIPOTENCIALIZAÇÃO E ATERRAMENTO DA PFV _____________________________ 18
6.3 EQUIPAMENTOS, QUADROS E BARRAMENTOS PRINCIPAIS DO SATEP ______________ 20
6.3.1 Stringboxes ___________________________________________________________________ 20
6.3.2 Inversor ______________________________________________________________________ 20
6.4 DISPOSITIVOS DE PROTEÇÃO CONTRA SURTOS ________________________________ 20
6.5 ENSAIOS E MEDIÇÕES FINAIS _______________________________________________ 20
7 CONDIÇÕES FINAIS ____________________________________________________ 21

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Projeto de Microgeração Fotovoltaica
Memorial Descritivo Técnico

1 APRESENTAÇÃO

O presente memorial descritivo tem por objetivo descrever as soluções e parâmetros técnicos adotados
para a implementação de um Gerador Fotovoltaico de Minigeração Distribuída a ser instalado nas
dependências de uma unidade consumidora residencial conectada à rede de distribuição de baixa tensão
da Amazonas Energia.
Este documento, assim como os projetos relacionados, foi elaborado com base nas normas técnicas
nacionais da ABNT, relacionadas à conexão de sistemas de geração fotovoltaica à rede de distribuição,
além dos procedimentos e normativos técnicos da concessionária Amazonas Energia. Todos os
documentos de referência são elencados no item 2.
Serão apresentadas primeiramente as soluções adotadas quanto ao sistema de corrente contínua de
geração, incluindo localização, distribuição e dimensionamentos dos arranjos fotovoltaicos, compatibilização
do conjunto de inversores, e montagem completa da interface CC/CA. Posteriormente serão descritas as
especificações da rede de corrente alternada que interligará o gerador fotovoltaico à entrada de energia da
unidade. Por fim é detalhada a solução para o sistema de aterramento proposto para o GFV, compatibilizado
com os sistemas de aterramento existentes.
Todas os sistemas e instalações especificadas neste projeto, sejam novos ou adequações, deverão ser
compatibilizados com as instalações já existentes na unidade, de forma que o conjunto atenda aos requisitos
definidos neste projeto e às normas técnicas relacionadas. Somente serão mantidos, sem modificações,
equipamentos e sistemas já existentes que atendam às exigências desse projeto para a correta conexão e
do gerador.
Este memorial descritivo, os documentos gráficos de projetos (desenhos, planta-baixas e diagramas),
tabelas e a documentação técnica dos equipamentos constituem um conjunto único de documentação do
projeto. Sendo assim, todos os documentos devem ser avaliados e seguidos rigorosamente em conjunto,
não cabendo a consideração em separado de cada um.

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Projeto de Microgeração Fotovoltaica
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2 NORMAS TÉCNICAS DE REFERÊNCIA

Todas as definições e especificações técnicas de equipamentos, materiais e dispositivos de proteção,


bem com a elaboração dos estudos apresentados neste documento, atendem aos requisitos exigidos pelas
seguintes normas e documentação técnica de referência:

ABNT NBR 16690 - Instalações elétricas de arranjos fotovoltaicos - Requisitos de projeto


ABNT NBR 5410/2004 – Instalações Elétricas de Baixa Tensão
ABNT NBR 14039/2005 – Instalações Elétricas de Média Tensão (de 1,0kV a 36,2kV)
ABNT NBR 5419/2015 – Sistemas de Proteção contra Descargas Atmosféricas
ABNT NBR 5356/2017 – Transformadores de Potência
ABNT NBR 5460 – Sistemas Elétricos de Potência
ABNT NBR 6855/2018 – Transformadores de Potencial Indutivos – Requisitos e Ensaios
ABNT NBR 6856/2015 – Transformadores de Corrente – Especificação e Ensaios
ABNT NBR 16149 – Sistemas Fotovoltaicos (FV) – Características da Interface de Conexão com a
rede elétrica de distribuição
ABNT NBR 16612 – Cabos de Potência para sistemas fotovoltaicos, não halogenados, isolados, com
cobertura – Requisitos de desempenho.
AMAZONAS ENERGIA MPN-DC-01/N-007 – Conexão de Acessantes à Rede de Distribuição –
Microgeradores
AMAZONAS ENERGIA MPN-DC-01/NDEE-02 – Fornecimento de Energia Elétrica em Baixa Tensão
(Edificações Individuais)
ANEEL REN nº 956/2021 - PRODIST – Módulo 3 – Conexão ao Sistema de Distribuição de Energia
Elétrica, de 7 de dezembro de 2021
ANEEL REN nº 1000/2021, de 07 de dezembro de 2021
NR-10: Segurança em Instalações e Serviços de Eletricidade

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3 LISTA DE ABREVIAÇÕES

ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas


AME Amazonas Energia
ANEEL Agência Brasileira de Energia Elétrica
ANSI American National Standards Institute
BEP Barramento de Equipotencialização Principal
BEL Barramento de Equipotencialização Local
BT Baixa Tensão
CA/AC Corrente Alternada
CC/DC Corrente Contínua
DGBT Disjuntor Geral de Baixa Tensão
DGMT Disjuntor Geral de Média Tensão
DJ Disjuntor
DPS Dispositivo de Proteção contra Surtos
FDI Fator de Dimensionamento de Inversor
FV Fotovoltaico(a)
GD Geração Distribuída
GFV Gerador Fotovoltaico
LV/BM Linha Viva/Barra Morta
MDFV Módulo Fotovoltaico
MPPT Maximum Power Point Tracking (Rastreamento de Ponto de Máxima Potência)
MT Média Tensão
PAC Ponto de Acesso do Consumidor
PFV Planta Fotovoltaica
QDCA Quadro de Distribuição de Corrente Alternada
QG Quadro Geral
QGBT Quadro Geral de Baixa Tensão
RSMT Relé Secundário de Proteção em Média Tensão
SATEP Sistema de Aterramento e Equipotencialização
SC Short-Circuit (Curto-Circuito)
SFCR Sistema Fotovoltaico Conectado à Rede
SE Subestação de Energia Elétrica
SPDA Sistema de Proteção Contra Descargas Atmosféricas
TC Transformador de Corrente
TP Transformador de Potencial
TRAFO Transformador de Potência/Acoplamento
UC Unidade Consumidora
UFV Usina de Geração Fotovoltaica

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4 DESCRIÇÃO GERAL DO SISTEMA

4.1 RESUMO
O novo gerador fotovoltaico de microgeração distribuída será instalado em unidade consumidora
localizada na Rua C9-CJ Japiim II, 1774, Bairro Japiim, Manaus-AM, coordenadas -3.117027°, -
59.978225° - referentes ao ponto de acesso do consumidor à rede de distribuição, conforme indicado na
Figura 1.
A unidade consumidora, de nº de UC 0325743-6, refere-se a uma residência pertencente à União
Noroeste Brasileira da Igreja Adventista do Sétimo Dia.
O GFV a ser construído no local será integralmente constituído com módulos fotovoltaicos em
instalação de telhado, ocupando uma área útil total de 41,4m². A capacidade total de geração em
MDFVs será de 8,80kWp, sendo essa potência distribuída entre 01 inversor do tipo string de 8kW de
potência nominal CA.
A estimativa de produtividade do gerador fotovoltaico, em seu primeiro ano de operação, é de 11.173,0
kWh/ano de energia gerada, com rendimento anual específico de 1266,0 kWh/kWp.
O inversor será instalado em local junto à entrada de energia da unidade onde estará conjuntamente
abrigada a caixa de junção CC - String-box.
A unidade é atendida em nível de tensão secundária da rede de distribuição de 220/127V da
AMAZONAS ENERGIA.

Figura 1: Mapa de localização da unidade a ser instalada a UFV

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4.2 ENTRADA DE ENERGIA


A unidade é atendida em tensão secundária trifásica a 4 fios a partir da rede de distribuição aérea da
AMAZONAS ENERGIA. O ramal de ligação é aéreo, derivando da rede pública secundária até o PAC situado
no ponto de ancoragem em poste particular comum às medições agrupadas, este instalado junto à divisa
da propriedade com a via pública.
O ramal de entrada deriva do PAC até o Quadro de Medição (QM) junto ao poste particular, sendo
formado por 04 cabos de cobre unipolar classe de isolamento 750V PVC 70ºC seção #16mm², sendo 01
cabos por fase e 01 cabo de neutro (3F#16mm²+N#16m²).

4.3 QUADROS DE MEDIÇÃO E PROTEÇÃO GERAL


O quadro de medição existente é do tipo medição direta e será adequado na troca do medidor existente
por um medidor bidirecional compatível ao sistema de microgeração distribuída.
A proteção geral de sobrecorrente existente se constitui de um disjuntor tripolar termomagnético caixa
moldada de 50A de corrente nominal.
Em complemento às adequações descritas na entrada de energia, cabe igualmente ao proprietário a
fixação, em parede junto à caixa de medição e com face voltada para a via pública, uma placa de
advertência, conforme modelo da Figura 2, confeccionada em PVC com espessura mínima de 1mm com os
seguintes dizeres impressos (não devem ser utilizados adesivos):

“CUIDADO – RISCO DE CHOQUE ELÉTRICO – GERAÇÃO PRÓPRIA”

Figura 2: Modelo de placa de advertência a ser fixada na grade proteção da Cabine de Medição

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5 GERADOR FOTOVOLTAICO E SISTEMA DE BT

Neste tópico serão descritos os arranjos e as especificações dos materiais e equipamentos que
compõem o sistema do GFV como um todo. Para fins de simplificação de nomenclatura, o GFV - no caso
específico deste projeto - se refere a todo o sistema de baixa tensão, desde os MDFVs até a interface com
o sistema elétrico das cargas da unidade, que neste caso será o QG existente.

5.1 PLANTA FOTOVOLTAICA


A planta fotovoltaica constitui-se essencialmente dos arranjos dos módulos fotovoltaicos e suas
estruturas metálicas de fixação. A PFV será em toda sua totalidade instalada em telhado existente. Serão
instalados um total de 16 MDFVs, com uma potência pico de geração – sob condições STC de operação,
de 8,80kWp.

5.1.1 Módulos Fotovoltaicos


Os MDFVs que constituirão a PFV serão de modelo KOFV FR 550 MP-HC do fabricante KOMECO,
cujas especificações técnicas constam na Tabela 1. Na Figura 3 são mostrados os detalhes dimensionais
dos módulos fotovoltaicos, bem como as indicações dos pontos de fixação nos perfis de montagem.
Os arranjos das strings foram distribuídos de forma atender aos valores máximos e mínimos de tensão,
corrente e potência por MPPTs para os inversores fotovoltaicos selecionados.

Tabela 1: Especificações dos modelos de módulos fotovoltaicos *


Modelo KOFV FR 550 MP-HC
Fabricante KOMECO
Número total de módulos 16
Potência nominal total em módulos 8,80Wp
ESPECIFICAÇÕES DO MÓDULO
Potência Máxima 𝑷𝒎𝒂𝒙 550 Wp
Corrente de Curto-Circuito 𝑰𝑺𝑪 13,9 A
Tensão de Circuito Aberto 𝑽𝑶𝑪 50,32 V
Corrente de Máxima Potência 𝑰𝒎𝒑 13,01 A
Tensão de Máxima Potência 𝑽𝒎𝒑 42,28 V
𝜷: Coeficiente de temperatura (𝑽𝑶𝑪 ) -0,28 %/°C
𝜶: Coeficiente de temperatura (𝑰𝑺𝑪 ) 0.05%/°C
𝜸: Coeficiente de temperatura (𝑷𝒎𝒂𝒙 -0.36%/°C
Eficiência 21,28%
Tipo Monocristalina PERC
Nº de Células x144 Half Cell
Dimensões físicas (mm) 2279 x 1134 x 35
Peso 27,5Kg
* Sob condições de teste padrão (STC), irradiação 1000w/m², espectro AM de 1.5 e temperatura da célula de 25ºC

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Figura 3: Detalhes dimensionais do modelo dos módulos fotovoltaicos.

5.1.2 Estruturas de Montagem


A planta fotovoltaica terá, em sua totalidade de águas e áreas FV, a utilização de estruturas metálicas
de montagem do tipo minitrilho, dedicada a instalação em telhados do tipo metálico trapezoidal. O kit de
estruturas é constituído dos seguintes itens:

• Perfis de alumínio tipo minitrilho/speed com aba – 500mm


• Grampo/clamp final em alumínio regulável para módulos com frames de 30/50mm
• Grampo/clamp intermediário em alumínio regulável para módulos com frames de 30/50mm

Os perfis deverão ser instalados diretamente nas telhas metálicas através de parafuso autobrocante,
que acompanham o kit de estruturas.

Os MDFVs serão todos instalados em orientação retrato e a sua fixação deve ser realizada conforme
representação da Figura 3. Devem ser rigorosamente respeitados os espaçamentos entre os minitrilhos
para cada conjunto de montagem de um MDFV, sendo excepcionalmente aceitável diferentes
espaçamentos, respeitando o máximo de 158cm e o mínimo de 136cm para a distância G indicada na
Figura 4.

Figura 4: Espaçamentos G de montagem dos minitrilhos.

Nas Figura 5 e Figura 6 é mostrado detalhes de instalação da estrutura minitrilho junto ao telhado
metálico trapezoidal, bem como detalhes de fixação dos MDFVs por meio grampos finais ajustáveis.

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Figura 5: Perfil tipo minitrilho/speed de montagem dos MDFVs

Figura 6: Detalhe montagem grampo/clamp final ajustável

O posicionamento de cada área de montagem dos MDFVs no telhado, com seus espaçamentos
recomendados em relação às bordas do telhado ou a outros pontos de referência relevantes, deve
prioritariamente estar de acordo com as especificações do projeto em anexo. De forma complementar, mas
não substituindo as indicações já presentes no projeto, devem ser respeitados os espaços mínimos em
relação às bordas do telhado, conforme Figura 7, de forma a garantir suportabilidade mínima para cargas
de ventos ascendentes, bem como permitir área circulação para manutenção. Igualmente, deve ser prevista
área de circulação entre as fileiras de MDFVs à cada 03 em conjuntos de fileiras justapostas em retrato (ou
à cada 6,8m de fileiras de MDFVs).

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Figura 7: Espaçamentos mínimos de montagem dos MDFVs em relação às bordas do telhado

5.2 STRINGBOXES
A etapa de proteção e seccionamento dos circuitos de corrente contínua do GFV estará concetrada
nas caixas de junção ou stringboxes, cujas especificações e requisitos de instalação seguem o padrão NBR
16690. As stringboxes serão todas instaladas fixadas sobrepostas em parede no abrigo dos inversores,
recebendo os circuitos de strings provenientes da PFV.
Será instalada um total 01 stringbox da marca KOMECO, cujas especificações técnicas constam na
Tabela 2. Todas as stringboxes KOMECO são dotadas de chave seccionadora CC (em quantidades a
depender do modelo) e DPS-CC classe II, classe II, padrão EN-50539-11 – sendo 01 DPS por MPPT de
inversor. Igualmente todas as stringboxes possuirão, cada uma, 01 cabo de equipotencialização derivando
diretamente do barramento de saída dos DPS. Este cabo deverá obrigatoriamente ser conectado ao
barramento de equipotencialização local (BEL), que corresponderá ao barramento PE do QDCA.

Para o entendimento correto das ligações entre os cabos strings e as entradas e saídas das
stringboxes, ver diagrama unifilar e multifilar de projeto em anexo e manual de montagem.

As stringboxes não poderão ter suas ligações internas modificadas, caso contrário estará
comprometida a garantia do produto.

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Tabela 2: Especificações dos modelos do Stringboxes


KO22 2E-2S
Modelo
600VCC
Fabricante KOMECO
Quantidade instalada 1
KOFV IN 8KW
Inversor relacionado
220V-1F S
Entradas/Saídas 2/2
𝑰𝑫𝑪 𝑴á𝒙/𝑬𝒏𝒕𝒓𝒂𝒅𝒂 32,0 A
𝑰𝑫𝑪 𝑴á𝒙 𝑺𝒂í𝒅𝒂 32,0 A
Proteção corrente
-
reveresa
4P, 40 A
Chave Seccionadora
1000 VCC
2P Classe II
DPS
20/40kA, 800VCC

5.3 INVERSORES

Será instalado um total de 01 inversor fotovoltaico do tipo string da marca KOMECO de potência de
saída CA de 8kW.

5.3.1 Especificações Técnicas


O modelo do inversor utilizado no GFV, bem com suas especificações técnicas principais, é indicado
na Tabela 3. O diagrama de blocos funcional dos circuitos internos do inversor KOFV IN 32KW-AR é
mostrado na Figura 8, a título de exemplificação. Os demais modelos de inversor utilizados neste projeto
seguem representação semelhante, com particularidades no número de entradas DC, e no número de fases
de saída CA.
Todos os modelos dos inversores possuem funções de proteção próprias desempenhadas pelos seus
relés e circuitos internos de controle, tanto para o lado de corrente contínua quanto para corrente alternada,
em atendimento aos requisitos das certificações internacionais ou do INMETRO, listadas na Tabela 3. Na
Tabela 4 são indicadas as principais destas funções de proteção.

Figura 8: Diagrama de blocos do inversor KOFV IN 32KW – AR

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Tabela 3: Especificações dos modelos de Inversor


Modelo KOFV IN 8KW 220V-1F S
Fabricante KOMECO
Quantidade instalada 1
𝑷𝑫𝑪 𝑴á𝒙 12 kWp
𝑽𝑫𝑪 𝑴á𝒙 550 V
Faixa de Tensão DC de
60V - 540 V
MPPT
𝑽𝑫𝑪 𝑷𝒂𝒓𝒕𝒊𝒅𝒂 50 V
𝑰𝑫𝑪 𝑴á𝒙/𝑴𝑷𝑷𝑻 30,0 A/15,0 A
MPPTs/Entradas por
2 (2/1)
MPPT
𝑷𝑪𝑨 𝑵𝒐𝒎 8kW
𝑷𝑪𝑨 𝑴á𝒙 8,8kW
220V
𝑽𝑪𝑨 𝑵𝒐𝒎
F/N/PE, 60Hz
𝑰𝑪𝑨 𝑴á𝒙 40 A
TDH Máx 3%
Eficiência máxima 98,0%
Eficiência europeia 97,5%
IEC 61727, IEC 61000,
Certificações
IEC 62116, Inmetro

Tabela 4: Proteções internas dos inversores


FUNÇÃO ANSI
PROTEÇÃO DO INVERSOR
EQUIVALENTE1
Proteção Anti-ilhamento -
Proteção contra Fuga de Corrente -
Proteção de sobretensão CC -
Proteção de sobretensão CA 59
Proteção de subtensão CA 27
Proteção de sub e sobfrequência da rede 81O/U
Proteção de Falta à Terra CC -
Proteção contra sobrecorrente CA 50/51
Proteção contra Surtos CC e CA -

1 As funções ANSI indicadas não necessariamente representam a forma de atuação dos circuitos de proteção do inversor,
mas sim representam o relé de proteção externo dedicado com função equivalente à proteção indicada.

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5.3.2 Aspectos de instalação

Os inversores possuirão área exclusiva de instalação em abrigo e serão todos instalados fixados em
parede, onde deverá ser respeitado o espaçamento mínimo de 30cm entre os inversores e entre inversor e
qualquer outro equipamento, quadro de comando ou obstáculo, conforme ilustração da Figura 9, para fins
de correta ventilação e dissipação de calor.
Os circuitos de saída dos inversores partirão para os quadros de distribuição CA (QDCA), onde
constarão as proteções dos circuitos CA e proteção geral do GFV. Os inversores possuem cada um 01
condutor PE e 01 condutor de equipotencialização de massa metálica, que deverão obrigatoriamente ser
conectados no barramento PE ou BEL do QDCA.

Figura 9: Espaçamento mínimo entre inversores e demais equipamentos

É indispensável que seja consultado o Manual do fabricante antes e durante a montagem dos
inversores, seguindo as recomendações ali presentes de forma complementar às especificações
constantes neste projeto.

5.4 QDCA
O novo QDCA a ser instalado será o quadro único de comando concentrador do circuito CA do inversor
e será constituído dos seguintes materiais e dispositivos de proteção principais:

• 01 Minidisjuntor bipolar, 𝐼𝑛 = 50𝐴, 𝐼𝑐𝑠 = 6𝑘𝐴 (240𝑉), Referência: Schneider –


(proteção/seccionamento do circuito do inversor KOFV IN 8KW).
• 01 DPS CA Classe II 4P, 𝑈𝑛 = 275𝑉𝐶𝐴, 𝐼𝑁 = 20𝑘𝐴, 𝐼𝑚𝑎𝑥 = 40𝑘𝐴/20𝑢𝑠, Referência: CLAMPER
• 01 Barramento trifásico de cobre retangular, com tubo termoretrátil cores branco, vermelho e
preto por fase.
• 01 Barramento de neutro de cobre retangular
• 01 Barramento de proteção de cobre retangular (Barra de equipotencialização local)

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5.5 REDE DE CABEAMENTO BT-CC


O cabeamento de BT-CC do GFV será dividido entre o cabeamento das strings e o cabeamento dos
subarranjos fotovoltaicos, incluindo-se a rede completa de circuitos CC do GFV.

Os cabos foram dimensionados para atender os seguintes requisitos:

a) a capacidade de condução de corrente do condutor - considerado o método de instalação e o fator


de agrupamento (NBR 16612 e NBR 5410) – em compatibilidade com a máxima corrente de curto-
circuito das strings (NBR 16690);
b) a máxima queda de tensão admissível de 2%, para o trecho mais extenso do circuito de string até
o inversor.

5.5.1 Cabeamento das Strings


O cabeamento de circuitos de strings CC consitui-se dos cabos desde os módulos fotovoltaicos até as
entradas das stringboxes, incluindo-se aqui os cabos polares de ligações dos MDFVs e as extensões das
strings. Cada circuito de string será identificado através de anilhas de borracha nas terminações de cada
cabo polar, de acordo com a sua sequência numérica, idêntica à indicada em projeto, correspondente de nº
de inversor, nº de MPPT do inversor e nº de string/entrada da MPPT, da seguinte forma:

[1.1.1]

ID DO INVERSOR
Nº DE MPPT DO INVERSOR
SEQ. DA STRING DE MPPT

Os cabos de extensões dos circuitos das strings a serem instalados serão todos com as mesmas
especificações, sendo elas:

• Cabo solar flexível 2#4.0mm² (01 cabo por pólo), 1,8kV, cobre eletrolítico têmpera mole, Classe
5, proteção UV, cores: vermelha (positivo), preto (negativo). NBR16612.

Nos trechos abaixo dos MDFVs, os cabos devem ser dispostos de forma a minimizar a área de laço
formada entre eles, conforme orientação da NBR 16690. Esse procedimento permite a mitigação dos efeitos
e indução eletromagnética causados por descagas atmosféricas que venham incidir em áreas próximas ou
dentro dos limites da PFV2.
Na Figura 10 são ilustrados padrões de formação de laços de cabeamentos das strings,
compatibilizando o critério de mínima área de laço com a minimização de uso de cabos de extensões. A
aplicação dos padrões ilustrados depende do plano de formação das strings, indicados no projeto específico,
sendo tais padrões aplicados exclusivamente para o caso de impossibilidade de uso do método Leap-Frog,
devido ao comprimento insuficiente dos cabos dos MDFVs instalados.

2 A formação de laços do tipo “aberto” entre os laços de cabos dos MDFVs ligados em série e os respectivos cabos de
extensões da string, onde ambos não estão dispostos preferencialmente justapostos, cria condições de surgimento de tensões
induzidas perigosas na PFV, em eventos de descarga atmosférica próxima, sendo a tensão induzida pelo campo magnético dessa
diretamente proporcional a área de laço formada entre os cabos.

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Figura 10: Padrão de formação dos laços do cabeamento das strings

5.5.2 Cabeamento dos Subarranjos Fotovoltaicos3


O cabeamento dos circuitos de subarranjos fotovoltaicos consitui-se dos cabos que interligam as
saídas das stringboxes às entradas de MPPT do inversor correspondente. Seguindo padronização de
identificação equivalente à dos cabos de strings descrita no item 5.5.1, tais cabos serão identificados através
de anilhas de borracha nas terminações de cada cabo polar, de acordo com a sua sequência numérica
correspondente de nº de inversor e nº de MPPT do inversor, da seguinte forma:
[1.1]

ID DO INVERSOR
Nº DE MPPT DO INVERSOR

Os cabos terão especificações técnicas variando a depender do modelo de stringbox, conforme


indicação constante no projeto.

Os cabos de CC do subarranjo de todos os demais modelos de stringboxes terão todos as mesmas


especificações técnicas dos cabos strings do item 5.5.1.

5.6 REDE DE CABEAMENTO BT-CA


O cabeamento de corrente alternada de baixa tensão do GFV inclui a nova rede CA-BT do GFV
propriamente dito e o alimentador geral de BT existente da unidade. Aqui será dado ênfase aos novos
circuitos a serem instalados para o GFV, e apenas descrito o cabeamento já existente do alimentador geral
de BT, haja visto que este não necessitará de adequações para implantação do SFV.

O cabeamento CA do GFV foi dimensionado atendendo aos seguintes requisitos:

a) a capacidade de condução de corrente do condutor - considerado o método de instalação, o


fator de agrupamento e o fator de temperatura (NBR 5410) – em compatibilidade com a máxima
corrente de projeto dos circuitos.

3 De acordo com nomenclatura da NBR 16690, e adaptado às particularidades deste projeto, cabo de subarranjo
fotovoltaico refere-se aos cabos de corrente contínua que interligam diretamente as saídas das stringboxes às entradas
correspondentes do Inversor, podendo transportar a corrente de uma única string ou de um conjunto de strings em paralelo, a depender
do esquema de ligação da stringbox.

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b) a máxima queda de tensão admissível de 2%, para o trecho compreendido entre a saída do
inversor e o barramento geral do QGBT.4

Todos os cabos serão de cobre eletrolítico flexível e deverão seguir o seguinte padrão de cores:
• Fase A/R: BRANCO
• Fase B/S: VERMELHO
• Fase C/T: PRETA
• Neutro: AZUL CLARO
• Proteção/PE: VERDE

5.6.1 Cabeamento dos Circuitos dos Inversores


Constitui-se do cabeamento de saída do inversor até a entrada do disjuntor de
proteção/seccionamento correspondente no QDCA. Com seção do condutor variável indicada no projeto, o
circuito será do tipo 2F+PE para o inversor monofásico, sendo que de forma a compatibilizar o nível de
tensão de fase da rede com as tensões nominais do inversor, o conector de neutro do inversor monofásico
será conectado a uma das fases da rede, o que é permitido pelas configurações internas do equipamento.
Os cabos terão as seguintes especificações técnicas em comum:

• Cabo isolado flexível, PVC 70ºC – 450/700V, cobre eletrolítico têmpera mole. NBR NM 247-3

5.7 INFRAESTRUTURA DE CABEAMENTO


A infraestrutura de cabeamento se constitui de todos os eletrodutos, eletrocalhas, caixas de passagem
e derivação e demais itens e acessórios necessários para a estabelecer as condições adequadas de
proteção mecânica dos cabos elétricos.
Os cabos tanto da rede CA quando da rede CC do GFV deverão estar obrigatoriamente protegidos
mecanicamente nos padrões e tipos de infraestrutura indicadas em projeto. A seguir é indicada o padrão de
infraestrutura de encaminhamento de cabos para cada trecho do GFV.

5.7.1 Cabeamento aparente CC de strings


Nos trechos de cabeamento CC de strings que estejam instalados abaixo dos MDFVs é permitido o
uso de cabos solares aparentes não-alojados em tubulações dedicadas, desde que seja garantida a plena
proteção mecânica dos cabos por sua fixação abaixo dos módulos fotovoltaicos.
É indispensável que os cabos estejam devidamente fixados por cintas do tipo hellerman anti-
UV, sejam nas estruturas de montagem dos MDFVs, seja nas furações já existentes dos frames dos MDFVs

5.7.2 Cabeamento CC de extensão das strings em telhado.


Nos trechos de cabos solares CC instalados em telhado, e que não estejam protegidos pelos módulos
fotovoltaicos, é obrigatório o uso de proteção mecânica por eletrodutos ou eletrocalhas. O encaminhamento
principal dos cabos em telhado será a partir de linha de eletrocalhas interligadas com a seguinte
especificação:

• Eletrocalha perfurada do tipo “U” com tampa lisa - aço galvanizado à fogo – seção indicada em
projeto.

As eletrocalhas devem estar devidamente fixadas no telhado através de minitrilhos/perfis de aço


galvanizado montados diretamente sobre as telhas metálicas.

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Para o cálculo de máximo queda de tensão CA, considerou-se a queda de tensão máxima de 7%, sendo o somário entre
pior casa para os circuitos de CC e os circuitos de CA até o secundário do transformador de potência (incluindo-se as instalações já
existentes), de acordo com requisitos da NBR 5410

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Nos trechos desde saída dos cabos abaixo dos MDFVs até a entrada na linha de eletrocalhas, devem
ser utilizados eletrodutos flexíveis para proteção dos cabos solares, de acordo com as seguintes
especificações:

• Eletroduto flexível Sealtubo – aço galvanizado sem revestimento – seção indicada em projeto.

Na Figura 11 é ilustrado o padrão de infraestrutura metálica encaminhamento do cabeamento CC de


extensão das strings, utilizando eletrodutos Sealtubo interligados à linha de eletrocalhas.

Figura 11: Proteção mecânica de cabos solares com sealtubo e eletrocalhas.

5.7.3 Cabeamento CC e CA no Abrigo dos inversores.

Toda a infraestrutura de cabeamento do Abrigo dos Inversores deverá ser constituída de eletrocalhas
de aço galvanizado à fogo, com eletrodutos do tipo Sealtubo como proteção aos cabos de que derivam das
eletrocalhas para os quadros e stringboxes. As especificações das eletrocalhas e eletrodutos seguem as
mesmas especificações apresentadas no item 5.7.2, e devem estar rigorosamente de acordo com as
indicações apresentadas em projeto.
Não será admitido, em qualquer trecho do cabeamento no painel de inversores, cabos aparentes, ou
seja, não protegidos mecanicamente em eletrodutos ou eletrocalhas dedicadas. Exceção única aos trechos
finais dos cabos CC conectados aos inversores, onde pode ser utilizado proteção do tipo malha náutica,
caso plenamente justificada a inviabilidade mecânica de uso de eletrodutos sealtubo.
Os cabos dos sistemas CC e CA devem estar permanentemente em tubulações e caixas de
passagem/derivação distintas, não sendo admitido compartilhamento das mesmas pelos sistemas.

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6 ATERRAMENTO E EQUIPOTENCIALIZAÇÃO5

As soluções aqui abordadas se referem a novos dispositivos e materiais a serem instalados, em


complemento àqueles já existentes na unidade, sendo que a proposta apresentada neste projeto não se
encerra em si, devendo ser continuamente adaptada - após as devidas revisões técnicas do projetista - com
as instalações já existentes na unidade. Todas as soluções técnicas apresentadas nesta seção e no projeto
correspondente foram baseadas nos requisitos das normas ABNT NBR 5419, NBR 5410, NBR 16690 e
demais normas especificas correlacionadas.

6.1 DESCRIÇÃO GERAL DO SISTEMA


Para o dimensionamento do sistema de equipotencialização da PFV, de acordo com requisitos da NBR
16690, foi avaliada previamente a existência ou não de sistema de proteção contra descargas atmosféricas
nas edificações da unidade, bem como seus níveis de proteção, caso existente, de forma a direcionar as
especificações dos condutores de equipotencialização. Nesse contexto, foi constatada a inexistência de
SPDA nas edificações. No entanto as soluções de equipotencialização do sistema fotovoltaico foram
propostas prevendo uma futura instalação de sistema de SPDA.
O GFV será integrado ao sistema de aterramento e equipotencialização (SATEP) já existente na
unidade, através de condutores, barramentos e massas metálicas de equipotencialização.

6.2 EQUIPOTENCIALIZAÇÃO E ATERRAMENTO DA PFV


Todas as massas metálicas da PFV instaladas em telhado deverão estar devidamente
equipotencializadas. Para interligar todas as diferentes áreas FV de montagem distribuídas pelos telhados
das edificações, será adotada a solução de uso da própria linha de eletrocalhas metálicas como malha
de equipotencialização das instalações em telhado, otimizando o uso de cabeamento específico para
esta função.
A linha de eletrocalhas será interligada às estruturas metálicas de montagem dos MDFVs de cada
área FV através de cabos de cobre eletrolítico nú #16,0mm² (pelo menos 02 cabos para cada área FV). E
dentro de cada área FV, a equipotencialização deverá ocorrer igualmente módulo a módulo, entre todos
minitrilhos das estruturas, e entre as fileiras de módulos e as estruturas de montagem através de cabos
jumpers de cobre isolado #16,0mm². Na Figura 12 é ilustrada as soluções descritas de forma exemplar para
uma área FV, devendo tal padronização ser replicada para as demais áreas.

5 Pela nomenclatura NBR 5410: Aterramento: toda a ligação elétrica intencional e de baixa impedância com o solo
materiais; Equipotencialização: ligação elétrica que coloca massas e elementos condutores praticamente no mesmo potencial.

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Figura 12: Detalhe de conexões de condutores de equipotencialização da PFV em telhado.

Em síntese, os elementos necessários para a equipotencialização da PFV em telhado são:

• Linha eletrocalhas de aço galvanizado à fogo (seções indicadas em projeto) – condutor de


equipotencialização principal.
• Cabos de cobre eletrolítico nú, #6,0mm² - interligação dos perfis de alumínio das estruturas
de montagem à linha de eletrocalhas.
• Cabos de cobre isolado flexível, #6,0mm², PVC 450/750V, cor: verde – “jumper” de interligação
módulo-módulo, perfil-perfil e módulos à perfil.

Deverá ser instalado ainda um sistema de aterramento exclusivo da PFV, através de cabo de cobre
eletrolítico nu #16,0mm², com descida vertical pela fachada da edificação, até a haste de aterramento própria
instalada enterrada. A haste deverá ser de aço cobreado 12mm x 2,4m e alojada dentro de caixa de inspeção
em PVC.

Deve-se especialmente atentar aos seguintes aspectos de padrões de execução do sistema acima
descrito:

a) Deve ser utilizado terminal do tipo olhal estanhado em todas as terminações de cabos de
equipotencialização.

b) As conexões dos cabos jumper junto aos frames dos MDFVs deve ser realizada obrigatoriamente
nas furações já existentes para este fim. É terminantemente proibido realizar furações
adicionais nos frames, sob pena de perda completa de garantia dos MDFVs.

c) É permitida que a equipotencialização entre os MDFVs e estruturas de montagem seja realizada


em um único ponto ao longo de uma fileira de MDFVs, ao invés de módulo a módulo, desde que
se garanta a continuidade elétrica – através de medições com equipamento adequada – entre
todos os MDFVs da fileira correspondente e todos os perfis metálicos.

d) Independente da solução adotada para atender ao item c), deve obrigatoriamente haver a
conexão módulo a módulo através de cabo jumper entre os frames de alumínio de cada MDFV.

e) Deve ser verificada e validada a continuidade elétrica entre toda a extensão da linha de
eletrocalhas, devendo ser adotada medidas complementares (tais como uso de jumpers de cabo

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de cobre nú entre módulos de eletrocalhas) caso se constante a não continuidade elétrica entre
determinados trechos.

f) Deve haver cabos de equipotencialização final das eletrocalhas interligando-as ao BEL, através
de cabo de cobre isolado flexível #16,0mm², PVC 450/750V.

6.3 EQUIPAMENTOS, QUADROS E BARRAMENTOS PRINCIPAIS DO SATEP


No abrigo do Inversor ocorrerá o aterramento e equipotencialização principal do GFV, tanto entre o
sistema de corrente contínua quanto com o de corrente alternada, através do BEL (ou Barra PE), instalado
no QG-AUDITÓRIA. Todos os cabos de proteção e equipotencialização dos inversores, stringboxes,
eletrocalhas, entre outros, deverão convergir para o BEL, conforme descrito a seguir.

6.3.1 Stringboxes
Cada stringbox possui um terminal de conexão de aterramento/equipotencialização, derivando direta
ou indiretamente dos DPS CC (verificar manual de montagem do produto). De cada um destes terminais
deverá derivar um cabo de equipotencialização, interligado ao BEL, com as seguintes especificações:

• Cabo de cobre isolado flexível, #6,0mm², PVC 450/750V, cor: verde.

6.3.2 Inversor
O cabo PE do circuito de saída deve ser interligado ao BEL do QDCA. Igualmente deve ser
equipotencializado o terminal de aterramento da carcaça metálica do inversor (no ponto específico indicado
na carcaça do equipamento), através de cabo de mesma seção do cabo PE do inversor (consultar diagrama
unifilar).

Sendo assim, cada inversor sempre fornecerá dois cabos a serem conectados ao BEL com a seguinte
especificação em comum:

• Cabo isolado flexível, PVC 70ºC – 450/750V, cobre eletrolítico têmpera mole, cor: verde. NBR
NM 247-3

6.4 DISPOSITIVOS DE PROTEÇÃO CONTRA SURTOS


Serão instalados DPS em todos os quadros de proteção do GFV, sejam eles quadros CC (stringboxes)
ou quadros CA – QDCA.
Para o lado CA será instalado DPS no QG-AUDITÓRIO, interligando o barramento trifásico e o
barramento de neutro ao barramento de proteção do quadro - BEL. Tais DPS serão do tipo CA classe II 4P,
𝑈𝑛 = 230/400𝑉𝐴𝐶, 𝐼𝑛 = 20𝑘𝐴, forma de onda 8/20𝑢𝑠.
Os DPS devem ser ligados sem disjuntor para proteção contra sobrecorrente exclusivo,
garantindo que, caso o DPS chegue ao fim de sua vida útil, a proteção de sobrecocorrente geral do quadro
seja acionada, sinalizando a necessidade de substituição imediata do DPS.
Todos os condutores que interligam os DPS CA às barras de equipotencialização ou de proteção dos
quadros devem ser de cobre isolado #6mm², conforme NBR 5410, item 6.3.5.2.9

Para o lado CC, instalados na stringbox, conforme arranjos do diagrama multifilar, serão utilizados
DPS Classe II 3P, 1000𝑉𝑑𝑐, 𝐼𝑛 = 20𝑘𝐴, 𝐼𝑚á𝑥 = 40𝑘𝐴, exclusivos para sistemas de corrente contínua
atendendo à norma EN 50539-11, e dotados de mecanismo de extinção de arco.

6.5 ENSAIOS E MEDIÇÕES FINAIS


Após a execução das instalações e compatibilizações do sistema de aterramento, deverão ser
obrigatoriamente relizados ensaios e medições de continuidade e de equipotencialidade.
As medições devem ser todas realizadas com equipamento adequado - sendo preferencialmente feitas
por meio de Microhmimetro, e devidamente registradas em Laudo Técnico desenvolvido por profissional
habilitado.

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7 CONDIÇÕES FINAIS

a) Deve ser previamente feita uma avaliação e levantamento completo de todas as áreas que
sofrerão influências diretas ou indiretas da instalação do GFV.

b) Toda a cobertura da edificação - incluindo telhados e suas estruturas de sustentação - deve ser
minuciosamente avaliada quanto as condições de suportabilidade da carga total das estruturas,
módulos e infraestrutura de cabeamento a ser instalada. Essa avaliação deverá ser feita
preferencialmente por Laudo Estrutural de profissional habilitado.

c) Os lançamentos de tubulação elétrica enterradas no solo devem ser antecedidos por verificação
de existência de outras tubulações, elétricas ou não – enterradas na mesma área, a fim de evitar
conflitos ou mesmo danos entre os diferentes sistemas existentes na unidade.

d) Devem ser realizadas vedações, com material adequado e específico, em todos os pontos de
perfuração nos telhados, sejam para passagem de eletrocalhas ou de parafusos de fixação de
estruturas metálicas. Tais vedações devem ser todas verificadas quanto a sua integridade antes
da conclusão das instalações.

e) Os quadros elétricos CA devem todos possuir identificação dos circuitos fixados nos invólucros
de cada um dos disjuntores correspondentes, conforme padrão de identificação constante nos
projetos em anexo.

f) Deve ser fixado, junto ao espaço de montagem dos Inversores, um quadro com o Diagrama
Unifilar completo constante na documentação em anexo.

g) Todos os inversores e stringboxes instalados devem identificação colada em suas faces


externas, seguindo o mesmo padrão de identificação ilustrada no projeto específico.

h) As identificações acima descritas deverão ser todas feitas por meio material do tipo
emborrachado, resistente ao calor, com letras impressas legíveis. Não serão admitidos
adesivos do tipo impresso ou mesmo plastificado, pois estes sofrem fácil desgaste com o tempo.

i) Todos os materiais e equipamentos utilizados nas instalações elétricas devem atender as suas
respectivas normas técnicas especificas – ABNT ou, se não houver, por outra organização
credenciada pelo CONMETRO.

j) É indispensável a realização de comissionamento completo das instalações fotovoltaicos,


seguindo os procedimentos e requisitos da norma NBR 16274.

k) Todas as instalações devem seguir rigorosamente as especificações deste projeto com


complementação das normais técnicas referenciadas.

l) Qualquer modificação sugerida nas especificações constantes neste projeto, antes ou durante
sua execução em obra, devem ser comunicadas previamente ao projetista ou responsável
técnico e somente por este autorizada.

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Manaus-AM, 18 de dezembro de 2023

Responsável Técnico

________________________________________________________
Tiago da Silva Motta
Engº Eletricista - RNP: 2216317365

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