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Instituto Federal do Norte de Minas Gerais (IFNMG) - Campus Januária

Curso de Licenciatura em Física

Notas de Aula
Cálculo Diferencial e Integral II

Prof. Gustavo Pereira Gomes

Januária
2023
Sumário

1 Sequências e séries numéricas 4


1.1 Sequências . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4

1.2 Séries numéricas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7

1.3 Testes de convergência . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9

1.3.1 Teste da divergência . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9

1.3.2 Teste da integral . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9

1.3.3 Teste da comparação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11

1.3.4 Teste da série alternada . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12

1.3.5 Teste da razão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13

1.3.6 Teste da raiz . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14

1.4 Séries de potências . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14

1.5 Exercícios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18

2 Curvas parametrizadas e coordenadas polares 19


2.1 Curvas denidas por equações paramétricas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19

2.2 Cálculo com curvas parametrizadas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22

2.2.1 Tangente . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22

2.2.2 Áreas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23

2.2.3 Comprimento de arco . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24

2.3 Exercícios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24

3 Coordenadas polares 25
3.1 Sistema de coordenadas polares . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25

3.2 Curvas polares . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26

3.3 Áreas em coordenadas polares . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29

3.4 Comprimento de arco em coordenadas polares . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30

3.5 Exercícios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31

4 Funções de Várias Variáveis 33


2
SUMÁRIO 3

4.1 Denições básicas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33

4.2 Curvas de nível . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35

4.3 Limite . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38

4.4 Continuidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40

4.5 Exercícios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41

5 Diferenciabilidade 43
5.1 Derivadas parciais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43

5.2 Derivadas de ordem superior . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44

5.3 Plano tangente . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45

5.4 Diferencial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 46

5.5 Regra da cadeia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 46

5.6 Derivada direcional . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 47

5.7 Vetor gradiente . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 48

5.8 Valores máximo e mínimo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 49

5.9 Exercícios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 52
Capítulo 1

Sequências e séries numéricas

1.1 Sequências
Denição 1.1.1. Uma sequência de números reais (ou simplesmente sequência) é uma função
f : {1, 2, 3, . . .} → R, onde cada número real f (n) é denominado n-ésimo termo (ou elemento)
da sequência.

n
Exemplo 1.1.1. A função f : {1, 2, 3, . . .} → R denida por f (n) = é uma sequência,
2n + 1
onde
f (1) = 1/3 (primeiro termo da sequência)
f (2) = 2/5 (segundo termo da sequência)
f (3) = 3/7 (terceiro termo da sequência)
.
.
.

Para simplicar a notação, iremos escrever f (n) = an , onde an é chamado de termo geral
da sequência. Assim, em relação ao exemplo anterior, temos a1 = 1/3, a2 = 2/5, a3 = 3/7,
etc. Esta nova notação permite associar o conceito de sequência a uma lista innita de números
reais onde cada elemento possui uma posição bem estabelecida. Além desta, é possível encontrar
diversas notações para uma sequência como verica-se no exemplo seguinte.

n
Exemplo 1.1.2. A sequência f : {1, 2, 3, . . .} → R denida por f (n) = pode ser descrita
2n + 1
de diferentes modos:

 ∞  
n n
(i) , ou simplesmente,
2n + 1 n=1 2n + 1
n
(ii) an =
2n + 1
 
1 2 3 n
(iii) , , ,··· , ,···
3 5 7 2n + 1

(vi)

(v)

4
1.1. SEQUÊNCIAS 5


Exemplo 1.1.3. { n − 3}∞
n=3 . Observe que não é necessário que n comece do número 1.

(−1)n (n + 1) 
Exemplo 1.1.4. an = : −1, 34 , − 12 , 16
5
,...
2n
Exemplo 1.1.5 (Sequência constante). an = 2, para todo n ≥ 1.
an + 6
Exemplo 1.1.6 (Sequência denida por recorrência). a1 = 2 e an+1 = , n = 1, 2, 3, . . .
2
Exemplo 1.1.7. Assumindo que o padrão de repetição dos números continue, a sequência
(−1)n−1
 
1 1 1 1
1, − , , − , , . . . pode ser representada pelo termo geral an = , para todo n ≥ 1.
3 9 27 81 3n−1
Observação 1.1.1. Note que, por denição, as sequências consideradas são compostas por
innitos números reais.

Observe que os elementos da sequência do Exemplo 1.1.1 estão cada vez mais próximos do
número 1/2, embora nenhum deles seja exatamente 1/2. Ou seja, é possível obter um elemento
da sequência an tão próximo de 1/2 quanto desejamos e, para isto, basta tomar um n muito
grande. Sequências com este comportamento são chamadas de sequências convergentes.

Denição 1.1.2. Uma sequência {an } converge para um número L (ou tem limite L), escrevemos
lim an = L ou lim an = L ou an → L quando n → ∞,
n→∞

se para todo ε > 0 dado, existe um número natural N > 0 (que depende de ε) tal que se
n > N , então |an − L| < ε. Neste caso, também dizemos que a sequência an é convergente. Caso
contrário, a sequência an é dita divergente.

Exemplo 1.1.8. Na sequência {an } representada abaixo, tem-se lim an = L


n→∞
e para o ε infor-

mado, basta tomar N =5 para que n > N ⇒ |an − L| < ε.

n
Exemplo 1.1.9. A sequência an = é convergente. De fato, para todo ε>0 dado, basta
2n + 1
1
tomar um número natural N> 4ε . De fato,

1 1 n 1 1 1
n>N > ⇒ <ε e − = < < ε.
4ε 4n 2n + 1 2 4n + 2 4n

Observação 1.1.2. A única diferença entre os limites lim an = L


n→∞
e lim f (x) = L
x→∞
é que

n ∈ {1, 2, 3, . . .}.
6 CAPÍTULO 1. SEQUÊNCIAS E SÉRIES NUMÉRICAS

4n2
Exemplo 1.1.10. (a) lim
n→∞ 2n2 + 1
=2

 n
2n 2 1
(b) lim n+1 = lim =0
n→∞ 3 n→∞ 3 3

π sen πn
(c) lim n sen = lim =π
n→∞ n n→∞ n1

n2 + 1 n
n2 +1
o
(d) lim = ∞, ou seja, a sequência
n é divergente.
n→∞ n

Proposição 1.1.1. Se {an } e {bn } são sequências convergentes e c ∈ R, então as seguintes


propriedades são válidas:

1. lim (an ± bn ) = lim an ± lim bn


n→∞ n→∞ n→∞

2. lim c = c e lim c · an = c · lim an


n→∞ n→∞ n→∞

3. lim an · bn = lim an · lim bn


n→∞ n→∞ n→∞

an lim an
4. lim = n→∞ se lim bn ̸= 0
n→∞ bn lim bn n→∞
n→∞

 p
5. lim apn = lim an se p > 0 e an > 0 para todo n
n→∞ n→∞

Proposição 1.1.2. Se n→∞


lim an = L e f é uma função contínua em L, então

 
lim f (an ) = f (L), de forma equivalente, lim f (an ) = f lim an .
n→∞ n→∞ n→∞

Proposição 1.1.3. Se n→∞


lim |an | = 0, então lim an = 0.
n→∞

n 1 1 1
Exemplo 1.1.11. (a) lim
n→∞ 2n + 1
+ = +0=
n 2 2
π  π
(b) lim sen = sen lim = sen 0 = 0
n→∞ n n→∞ n

(−1)n 1 (−1)n
(c) lim = lim = 0, logo lim = 0.
n→∞ n n→∞ n n→∞ n

Teorema 1.1.1 (Confronto) . Se an ≤ bn ≤ cn para n ≥ N e lim an = lim cn = L, então


n→∞ n→∞
lim bn = L.
n→∞

Exemplo 1.1.12. Vamos analisar a convergência da sequência an = n!


nn . Observe que

 
n! 1 · 2 · 3···n 1 2 · 3···n
an = n = = ,
n n · n · n···n n n · n···n

1 n!
logo 0 < an ≤ lim
n . Portanto, pelo Teorema do Confronto, n→∞ = 0.
nn
1.2. SÉRIES NUMÉRICAS 7

1.2 Séries numéricas


Sabe-se que não faz sentido somar uma quantidade innita de parcelas como no exemplo

1 1 1 1 1
+ + + + + ···
2 4 8 16 32
Sendo assim, precisamos estabelecer um procedimento sistemático para dar sentido a somas
1
innitas, caso contrário, o valor da expressão 1 − 1 + 1 − 1 + 1 − 1 + ··· pode ser 0, 1 ou
2
dependendo da maneira na qual somamos os termos. Deste modo, vamos dar sentido a expressão
1 1 1 1 1
2 + 4 + 8 + 16 + 32 + ··· = 1 ao desenvolver a teoria sobre séries convergentes.

Denição 1.2.1. Uma série numérica (ou simplesmente série) é a soma dos termos de uma
sequência. Ou seja, se {an } é uma sequência, então a soma


X
a1 + a2 + · · · + an + · · · = an .
n=1

é denominada série e an é chamado termo geral da série. Os termos

s1 = a1
s2 = a1 + a2
s3 = a1 + a2 + a3
.
.
.
sn = a1 + a2 + · · · + an

são chamados de somas parciais da série.


1 1 1 1 1
Exemplo 1.2.1. 2n −1
X
1 3 7
= + + + + · · · ⇒ s1 = 2, s2 = 4, s3 = 8, . . . , sn = 2n .
2n 2 4 8 16
n=1

3 3 3 3 3
Exemplo 1.2.2.
X
3 6 9 3n
+ + + +· · · = ⇒ s1 = 2, s2 = 3, s3 = 4, . . . , sn = n+1 .
2 6 12 20 n(n + 1)
n=1
∞  
n 1 2 3
Exemplo 1.2.3.
X
log = log + log + log + · · · ⇒ s1 = log 12 , s2 = log 13 ,
n+1 2 3 4
n=1
s3 = log 14 , . . . , sn = log n+1
1
= − log(n + 1).

Observação 1.2.1. sn+1 = sn + an+1 .


Note que

Denição 1.2.2. Dada uma série an , denote por sn sua n-ésima soma parcial.PSe a sequência
P
{sn } for convergente e lim n → ∞sn = S existir como número real, então a série an é chamada
de convergente e escrevemos


X
a1 + a2 + · · · + an + · · · = S ou an = S.
n=1

O número S é chamado a soma da série. Caso contrário, dizemos que a série diverge ou é
divergente.


1
Exemplo 1.2.4.
X
(a) converge para 1.
2n
n=1

X 3
(b) converge para 3.
n(n + 1)
n=1
8 CAPÍTULO 1. SEQUÊNCIAS E SÉRIES NUMÉRICAS

∞  
X n
(c) log diverge.
n+1
n=1

Exemplo 1.2.5 (Série geométrica). Toda série da forma


X
r 3
a + ar + ar + ar + · · · = arn−1 ,
n=1

onde a e r são dois números reais com a ̸= 0, é chamada de série geométrica de razão r.
a
Vamos mostrar que a série geométrica converge para
1−r quando |r| < 1 e, caso contrário, ela é
divergente. De fato,

(a) r = 1: sn = a + · · · + a = na ⇒ lim sn = ±∞ e a série diverge.

(b) r ̸= 1: sn = a + ar + ar2 + · · · + arn−1 ⇒ r · sn = ar + ar2 + ar3 + · · · + arn ⇒ sn − r · sn =


n)
a − arn ⇒ sn = a(1−r
1−r e restam duas possibilidades:

 
n a(1−rn ) a a n a
(i) −1 < r < 1 (|r| < 1): lim r = 0 ⇒ lim sn = lim = lim 1−r − 1−r r = 1−r .
1−r

(ii) |r| ≥ 1:
ˆ r = −1: lim rn não existe ⇒ lim sn não existe ⇒ a série diverge.
ˆ r > 1: lim rn = ∞ ⇒ lim sn = ±∞ ⇒ a série diverge.
ˆ r < −1: o lim rn não existe ⇒ lim sn não existe ⇒ a série diverge.

2
Exemplo 1.2.6.
X
1
é convergente, pois a série é geométrica com r= 3.
3n
n=1

Exemplo 1.2.7 (Aplicação da série geométrica). Vamos escrever o número 2, 317 = 2, 3171717 . . .
como uma razão de inteiros. Inicialmente, observe que

17 17
2, 317 = 2, 3 + 0, 01717 . . . = 2, 3 + 0, 017 + 0, 00017 + · · · = 2, 3 + 3
+ 5 + ···
10 10
1 17 17 1
sendo
103
+ 105
+ ··· uma série geométrica com a= 103
e r= 102
⇒ converge para

17
103 17
1 = .
1− 102
990

Portanto,

1 17 23 17 1147
2, 317 = 2, 3 + 3
+ 5 + ··· = + =
10 10 10 990 495

1
Exemplo 1.2.8 .
X
1
(Série harmônica) A série harmônica diverge. Com efeito, s2 = 1 + 2,
n
n=1
2 3 n
s4 > 1 + 2, s8 > 1 + 2 e de modo geral, s2n ≥ 1 + 2 para todo n ∈ N ⇒ lim s2n = ∞, logo {sn }
não pode ser convergente.

Teorema 1.2.1. Se an e bn são séries convergentes, então as séries can , onde c ∈ R, e


P P P
an ± bn também são convergentes. Além disso,
P

1. an .
P P
can = c

2. an ± bn .
P P P
an ± bn =
∞ ∞ ∞
15 1 3 X 1
Exemplo 1.2.9.
X X
+ n =5 + = 5 · 3 + 1 = 16
n(n + 1) 2 n(n + 1) 2n
n=1 n=1 n=1
1.3. TESTES DE CONVERGÊNCIA 9

Observação 1.2.2. Um número nito de termos não afeta a convergência ou divergência de



X ∞
X
uma série. Por exemplo, sabemos que a série an converge, então a série an também é
n=1 n=10

X ∞
X
convergente. Além disso, se an converge, então an também converge.
n=N +1 n=1

1.3 Testes de convergência


Na maioria dos casos é difícil encontrar uma fórmula explícita para sn e, por esse motivo,
vamos desenvolver métodos para vericar se uma determinada série converge ou diverge sem
determinar uma fórmula para sn .

1.3.1 Teste da divergência

Teorema 1.3.1. Se a série an é convergente, então lim an = 0.


P
n→∞

Observação 1.3.1. A contrapositiva do teorema anterior nos diz que se lim an ̸= 0,


n→∞
então a
P
série an diverge. Esse resultado é conhecido como teste da divergência.


n2 n2 1
Exemplo 1.3.1.
X
A série diverge, pois lim = .
5n2 + 4 2
n→∞ 5n + 4 5
n=1


1
Observação 1.3.2. A recíproca do Teorema 1.3.1 não é verdadeira, pois a série harmônica
X
n
n=1
1
diverge, apesar de que lim = 0.
n→∞ n

1.3.2 Teste da integral

Teorema 1.3.2. Seja f é uma função contínua, decrescente e com valores positivos para todo
∞ Z ∞
[N, ∞) e an = f (n). Então a série an é convergente se a integral imprópria
X
f (x) dx
n=N N
existir e, caso contrário, será divergente.

Exemplo 1.3.2.
X
ne−n
n=1

Neste caso, f (n) = ne−n .

(i) f é contínua para todo x∈R (em particular, para [1, ∞))

(ii) f é decrescente para todo x ≥ 1: f ′ (x) = e−x (1 − x)

(iii) f assume valores positivos para todo x∈R (em particular, para [1, ∞))

Assim, podemos aplicar o teste da integral:

Z ∞ Z t
−x
xe dx = lim xe−x dx
1 t→∞ 1
t+1 2 2
= lim − t
+ =
t→∞ e e e
10 CAPÍTULO 1. SEQUÊNCIAS E SÉRIES NUMÉRICAS

Portanto, a série converge.

Z t t
Z t
−x −x
(∗) xe dx = x(−e ) + e−x dx (u = x e dv = e−x dx)
1 1 1
t+1 2
= − +
et e

1
Exemplo 1.3.3.
X

n=2 n ln n

Neste caso, f (n) = √1 .


n ln n

(i) f é contínua para todo n≥2

(ii) f é decrescente para todo n ≥ 2: f ′ (n) = − x2 √1ln x − √1 <0


2x2 (ln x)3

(iii) f assume valores positivos para todo n≥2

Assim, podemos aplicar o teste da integral:

Z ∞ Z t
1 1
√ dx = lim √ dx
2 x ln x t→∞ 1 x ln x
1 1
= lim 2(ln t) 2 − 2(ln 2) 2 = ∞
t→∞

Portanto, a série diverge.

Z t Z t
1 1 1
(∗) √ dx = (ln x)− 2 dx (u = ln x)
2 x ln x 2 x
1 t 1 1
= 2(ln x) 2 = 2(ln t) 2 − 2(ln 2) 2
2

1
Exemplo 1.3.4.
X
Vamos usar o teste da integral para mostrar que a série diverge se
np
n=1
p≤1e converge se p > 1. As séries deste tipo são chamadas de série p ou p-séries. Sendo assim,
1
f (n) = np e

1
(i) p < 0: lim =∞=
̸ 0⇒ a série diverge.
n→∞ np
1
(ii) p = 0: lim = 1 ̸= 0 ⇒ a série diverge.
n→∞ np
(iii) p > 0: a função f é contínua, decrescente (f
′ (n) = −px−(p+1) ) e positiva para todo n ≥ 1.
Daí, podemos aplicar o teste da integral. Observe que quando p = 1,
Z ∞
1
dx = lim ln t − ln 1 = ∞,
1 x t→∞

ou seja, a série diverge. Agora, considere p ̸= 1:


Z ∞ Z t
1 1
dx = lim dx
1 xp t→∞ 1 xp

t−p+1 − 1

∞ se 0<p<1
= lim = 1
t→∞ 1−p − 1−p se p>1
∞ ∞
1 1
Exemplo 1.3.5.
X X
A série converge e a série diverge.
n5 n−3
n=1 n=1
1.3. TESTES DE CONVERGÊNCIA 11

1.3.3 Teste da comparação

Teorema 1.3.3 . Suponha que an e bn sejam séries com termos


P P
(Teste da comparação 1)
positivos.

1. Se bn for convergente e an ≤ bn para todo n ≥ N , então an também será convergente.


P P

2. Se bn for divergente e an ≥ bn para todo n ≥ N , então an também será divergente.


P P

5
Exemplo 1.3.6.
X
2n2 + 4n + 3
n=1
5 2 2
n2 ,
P
Sabemos que
2n2 +4n+3
< n2
, sendo
n2
convergente (a comparação foi feita com o
pois é o termo dominante, ou seja, o que faz a maior diferença quando x → ∞). Logo, a série
5 5
converge. Além disso, poderíamos ter escrito que
2n2 +4n+3
< 4n , mas nesse caso, não podemos
aplicar o teste da comparação.

n+1
Exemplo 1.3.7.
X

n=1
n n
n+1 n+1 n 1 P 1
Sabemos que √
n n
= 3 > 3 = 1 , sendo 1 divergente. Logo, a série diverge.
n2 n2 n2 n2
Teorema 1.3.4 . Suponha que an e bn sejam séries com termos
P P
(Teste da comparação 2)
positivos. Se
an
lim = c > 0,
n→∞ bn
onde c é um número nito, então ambas as séries convergem ou ambas as séries divergem.

1
Exemplo 1.3.8.
X
2n
−1
n=1
P P 1 P P 1
Considere as séries an = 2n −1 e bn = 2n (converge), obtemos:
1
an 2n −1 1
lim = lim 1 = lim = 1 > 0,
n→∞ bn n→∞
2n
n→∞ 1 − 21n
P 1
logo a série
2n −1 converge.
∞ 2 n + 4n
Exemplo 1.3.9.
X
n4 + 5
n=1
P P n2 +4n P P n2 P 1
Tomando an =
n4 +5
e bn = n4
= n2
(escolhemos os termos dominantes do
numerador e denominador de an ), obtemos:

n2 +4n
an 4 n4 + 4n3
lim = lim n 1+5 = lim = 1 > 0.
n→∞ bn n→∞ n→∞ n4 + 5
n2
P P n2 +4n
Como bn converge, a série
n4 +5
também converge.


2n2 + 3n
Exemplo 1.3.10.
X

n=1
5 + n5
P P 2n2 +3n P P 2n2 2
Tomando an = √
5+n5
e bn = √ = 1 (escolhemos os termos dominantes do
n5 n2
numerador e denominador de an ), obtemos:

2n2
√ +3n 2+ 3
an 5+n5 n
lim = lim 2 = lim q = 1 > 0.
n→∞ bn n→∞ n→∞ 5
1
n2 2 n5
+1
P P 2n2 +3n
Como bn diverge, a série √
5+n5
também diverge.
12 CAPÍTULO 1. SEQUÊNCIAS E SÉRIES NUMÉRICAS

1.3.4 Teste da série alternada

Até aqui estudamos testes de convergência para séries com termos positivos. Agora, vamos
estudar a convergência de séries cujos termos variam entre positivo e negativo.

Denição 1.3.1. Uma série alternada é aquela cujos termos são alternadamente positivos e
negativos.

Exemplo 1.3.11. São exemplos de séries alternadas:

X (−1)n−1 ∞
1 1 1
(a) 1 − + − + ··· =
2 3 4 n
n=1

X n 1 2 3 4
(b) (−1)n = − + − + − ···
n+1 2 3 4 5
n=1
∞ ∞
Teorema 1.3.5 (Teste da série alternada). Se a série alternada (−1)n bn , ou (−1)n−1 bn ,
X X

n=1 n=1
satisfaz

1. bn > 0 para todo n > N


2. bn+1 ≤ bn para todo n > N
3. lim bn = 0
n→∞

então a série alternada é convergente.



(−1)n−1 1
Exemplo 1.3.12.
X
⇒ bn =
n n
n=1

1
(i)
n >0 para todo n≥1
1 1
(ii)
n+1 ≤ n para todo n≥1
1
(iii) lim =0
n→∞ n

Portanto, a série converge.


3n
Exemplo 1.3.13.
X
(−1)n
4n − 1
n=1

3n 3
bn = 4n−1 ⇒ lim bn = , logo não podemos aplicar o teste da série alternada (isso não
n→∞ 4
3n
signica que a série é divergente). Entretanto, note que lim (−1)n não existe, ou seja, a
n→∞ 4n − 1
série diverge pelo teste da série alternada.


n2
Exemplo 1.3.14.
X
(−1)n+1
n3 + 1
n=1
n2
bn = n3 +1
.

n2
(i)
n3 +1
>0 para todo n≥2
1.3. TESTES DE CONVERGÊNCIA 13

2 x(2−x3 )
(ii) Se f (x) = x3x+1 , então f ′ (x) = (x3 +1)2
<0 para todo x ≥ 2, ou seja, bn é decrescente para

todo x ≥ 2

n2
(iii) lim =0
n→∞ n3 + 1

Portanto, a série converge.

Observação 1.3.3.
P
Dada uma sequência an , podemos considerar a nova série
X
|an | = |a1 | + |a2 | + |a3 | + · · ·
P P
Nesse contexto, dizemos que uma série an é absolutamente convergente se a série |an |
é convergente. Uma série convergente que não é absolutamente convergente é chamada condicio-
P P
nalmente convergente. Também, se an é absolutamente convergente, então an é convergente
(a recíproca não é válida).

∞ ∞
(−1)n−1 (−1)n−1
Exemplo 1.3.15.
X X
A série é absolutamente convergente, pois =
n2 n2
n=1 n=1

X 1
é convergente.
n2
n=1

(−1)n+1
Exemplo 1.3.16.
X
A série é convergente pelo teste da série alternada, mas não é
n
n=1
∞ ∞
X (−1)n+1 X 1
absolutamente convergente, pois = é divergente.
n n
n=1 n=1

1.3.5 Teste da razão

Teorema 1.3.6 . Seja an uma série onde an ̸= 0 para todo n.


P
(Teste da razão)

a
1. Se lim n+1 = L < 1, então a série é absolutamente convergente, em particular, con-
n→∞ an
verge.
an+1 an+1
2. Se lim = L > 1 ou lim = ∞, então a série diverge.
n→∞an n→∞ an
a
3. Se lim n+1 = 1, então o teste é inconclusivo.
n→∞ an

n3
Exemplo 1.3.17.
X
(−1)n
3n
n=1
3
(−1)n+1 (n+1)
3
(n + 1)3

an+1 3n+1 1 1 an+1 1
= n3
= = 1+ ⇒ lim =
an n
(−1) 3n 3n3 3 n n→∞ an 3

Portanto, a série é absolutamente convergente.


nn
Exemplo 1.3.18.
X
n!
n=1

(n+1)n+1
1 n
 
an+1 (n+1)! an+1
= nn = 1+ ⇒ lim =e
an n!
n n→∞ an

Portanto, a série diverge.


14 CAPÍTULO 1. SEQUÊNCIAS E SÉRIES NUMÉRICAS

1.3.6 Teste da raiz

Teorema 1.3.7 . Seja an uma série.


P
(Teste da raiz)

1. Se lim |an | = L < 1, então a série é absolutamente convergente, em particular, con-


p
n
n→∞
verge.
an+1
2. Se lim |an | = L > 1 ou lim = ∞, então a série diverge.
p
n
n→∞ n→∞ an

3. Se lim n |an | = 1, então o teste é inconclusivo.


p
n→∞
∞ 
2n + 3 n

Exemplo 1.3.19.
X
3n + 2
n=1
s  n
p
n n 2n + 3 2n + 3 p 2
|an | = = ⇒ lim n |an | =
3n + 2 3n + 2 n→∞ 3

Portanto, a série converge.

1.4 Séries de potências


Denição 1.4.1. Uma série de potências centrada em a é uma série da forma


X
cn (x − a)n = c0 + c1 (x − a) + c2 (x − a)2 + · · ·
n=0

onde x é uma variável e ci , com i = 1, . . . , n, são constantes chamadas coecientes da série de


potências.


(x − 3)n (x − 3)2 (x − 3)3 (x − 3)4
Exemplo 1.4.1.
X
= (x − 3) + + + + ···
n 2 3 4
n=1

Observe que para cada valor de x, a série de potências é uma série numérica na qual
podemos vericar se converge ou diverge. De fato, em relação a série de potências do exemplo
anterior, quando x=2 e x=3 a série converge e quando x=4 a série diverge.


X
Além disso, toda série de potências determina uma função f (x) = cn (x − a)n cujo
n=0
domínio é o conjunto de todos os valores de x para os quais a série converge. Note que a série
de potências sempre converge quando x = a.

(x − 3)n
Exemplo 1.4.2.
X
Determine o domínio da função f (x) = .
n
n=1

Solução: Para determinar o domínio, utiliza-se o teste da razão (ou o teste da raiz):

(x−3)n+1
an+1 n+1 n n
= (x−3)n
= |x − 3| ⇒ lim |x − 3| = |x − 3|.
an n+1 n→∞ n + 1
n

Daí,

(i) se |x − 3| < 1 ⇒ 2 < x < 4 a série converge;


1.4. SÉRIES DE POTÊNCIAS 15

(ii) se |x − 3| > 1 ⇒ x < 2 ou x>4 a série diverge;

(iii) se |x − 3| = 1 ⇒ x = 4 ou x = 2 o teste é inconclusivo e temos de analisar essas situações


substituindo esses valores de x na série de potências. Assim, a série diverge para x=4 e
converge para x = 2.

Portanto, Dm(f ) = [2, 4).



Teorema 1.4.1. A convergência de uma série de potências cn (x − a)n é descrita das três
X

n=0
possibilidades a seguir.

1. Existe um número positivo R tal que a série diverge para x com |x − a| > R, mas con-
verge absolutamente para x com |x − a| < R. A série pode ou não convergir em uma das
extremidades x = a − R e x = a + R.
2. A série converge absolutamente para todo x (R = ∞).
3. A série converge em x = a e diverge para todos os outros pontos (R = 0).
Denição 1.4.2. O número R descrito no teorema anterior é denominado raio de convergência
da série de potências.

(x − 3)n
Exemplo 1.4.3.
X
(a) f (x) = ⇒ Dm(f ) = [2, 4) e R = 1.
n
n=1

X x2n+1
(b) g(x) = (−1)n+1 ⇒ Dm(g) = (−∞, ∞) e R = ∞.
(2n − 1)!
n=1

X
(c) h(x) = n!xn ⇒ Dm(h) = {0} e R = 0.
n=0

Algumas funções conhecidas possuem representações em séries de potências, por exemplo,



X 1
xn é uma série geométrica com r=x que converge para se |x| < 1. Isto signica que
1−x
n=0

1 X
= 1 + x + x2 + x3 + · · · = xn quando − 1 < x < 1.
1−x
n=0
16 CAPÍTULO 1. SEQUÊNCIAS E SÉRIES NUMÉRICAS

A partir deste resultado podemos determinar outras funções que também possuem repre-
sentações em séries de potências. Trocando x por −x2 , obtemos


1 1 X
2
= 2
= (−1)n x2n = 1 − x2 + x4 − x6 + · · ·
1+x 1 − (−x )
n=0

que é uma série geométrica que converge quando | − x2 | < 1, isto é, |x| < 1. Por outro lado,
o resultado abaixo nos diz que, quando possível, se pode derivar e integrar séries de potências,
obtendo assim, novas séries de mesmo raio de convergência.

Teorema 1.4.2. Se a série de potências



X
cn (x − a)n = c0 + c1 (x − a) + c2 (x − a)2 + · · ·
n=0


tiver um raio de convergência R > 0, então a função f (x) = cn (x − a)n é diferenciável (e
X

n=0
portanto contínua) no intervalo (a − R, a + R) e sua derivada/integral é calculada termo a termo.
Além disso, os raios de convergência das séries de potências das obtidas pela derivação/integração
anterior são ambos iguais a R.
1
Exemplo 1.4.4. Vimos que a série de potência = 1 + x + x2 + x3 + · · · possui raio de
1−x
convergência igual a 1, logo, derivando em ambos os lados, obtemos


1 3 3
X
= 1 + 2x + 3x + 4x + · · · = (n + 1)xn
(1 − x)2
n=0

com domínio (−1, 1) (R = 1). Além disso, integrando ambos os lados da expressão inicial,


x2 x3 X xn+1
− ln(1 − x) = x + + + ··· + C = +C
2 3 n+1
n=0

e fazendo x=0 temos que C = 0. Observe que seu domínio é o intervalo [−1, 1) (R = 1).

Exemplo 1.4.5. Sabe-se que


1
1+x2
= 1
1−(−x2 )
= 1 − x2 + x4 − x6 + · · · e que (tan−1 x)′ = 1
1+x2
.

Assim, integrando membro a membro a última igualdade obtém-se


−1 x3 x5 x7 X x2n+1
tan x=x− + − + ··· = (−1)n .
3 5 7 2n + 1
n=0

Observação 1.4.1. Embora o raio de convergência seja o mesmo, o domínio pode ser diferente.

O Teorema 1.4.2 nos diz que, dentro do seu raio de convergência, uma função em série
de potências é contínua com derivadas de todas as ordens. Mas, analisando a recíproca desse
resultado, será que se uma função tiver derivadas de todas as ordens em um certo intervalo I,
ela poderá ser expressa por uma série de potências em I? Se sim, quais serão seus coecientes?
A resposta para a primeira pergunta é não.

Iniciamos esta análise considerando um função f que possui representação em séries de


potências

X
f (x) = cn (x − a)n = c0 + c1 (x − a) + c2 (x − a)2 + · · ·
n=0
1.4. SÉRIES DE POTÊNCIAS 17

Se R > 0, então f é innitamente derivável no intervalo (a − R, a + R) e

f (x) = a0 + c1 (x − a) + c2 (x − a)2 + · · · ⇒ f (a) = c0


f ′ (x) = c1 + 2c2 (x − a) + 3c3 (x − a)2 + · · · ⇒ f ′ (a) = c1
f ′′ (x) = 2c2 + 3 · 2c3 (x − a) + 4 · 3c4 (x − a)2 + · · · ⇒ f ′′ (a) = 3 · 2c2
.
.
.

f (n) (a)
Ou seja, f (n) (a) = n! cn ⇒ cn = n! . Logo, a série de potências tem a forma

f ′ (a) f ′′ (a) f ′′′ (a)


f (x) = f (a) + (x − a) + (x − a)2 + (x − a)3 + · · ·
1! 2! 3!
e é chamada de sério de Taylor centrada em a. Quando a = 0, a série de Taylor é chamada de
série de Maclaurin.

Exemplo 1.4.6. Determine a série de Maclaurin das funções f (x) = ex , g(x) = sen x e h(x) =
cos x.


x2 x3 x4 X xn
(a) ex = 1 + x + + + + ··· =
2! 3! 4! n!
n=0

x3 x5 x7 X x2n+1
(b) sen x = x − + − + ··· = (−1)n
3! 5! 7! (2n + 1)!
n=0

x2 x4 x6 X x2n
(c) cos x = 1 − + − + ··· = (−1)n
2! 4! 6! (2n)!
n=0

Exemplo 1.4.7. Determine a série de Taylor das função f (x) = ex em torno de x = 1.

Do Exemplo 1.4.6, podemos concluir que se a função ex tiver uma representação em série

X xn
de potências em torno de 0, então ex = . Mas, existem funções que não são iguais à soma
n!
n=0
de suas séries de Taylor/Maclaurin. Por exemplo, a função
( 1
− 2
f (x) = e
x se x ̸= 0
0 se x=0

não é igual a sua série de Maclaurin, pois f (0) = f ′ (0) = · · · = f (n) (0) = 0, ou seja, sua série de
Maclaurin é a série cujos termos são iguais a zero. Ao mesmo tempo, sabemos que a função f
não é a função nula, logo f não é igual a sua série de Maclaurin.

Teorema 1.4.3. Se f (x) = Tn (x) + Rn (x), onde


f ′ (a) f ′′ (a) f ′′′ (a) f (n) (a)
Tn (x) = f (a) + (x − a) + (x − a)2 + (x − a)3 + · · · + (x − a)n
1! 2! 3! n!
e lim Rn (x) = 0 para |x − a| < R, então f é igual à soma de sua série de Taylor no intervalo
n→∞
|x − a| < R.
Exemplo 1.4.8. As séries de Taylor possuem várias aplicações, uma delas é a possibilidade de
calcular
Z integrais de funções com as quais não poderíamos integrar. Por exemplo, vamos calcular
2
e−x dx. Sabemos que

∞ ∞
x
X xn −x2
X x2n x2 x4
e = ⇒e = (−1)n =1− + − ···
n! n! 1! 2!
n=0 n=0
18 CAPÍTULO 1. SEQUÊNCIAS E SÉRIES NUMÉRICAS

Logo,


x2 x4 x6 x3 x5 x7 x2n+1
Z Z
2
X
e−x dx = 1− + − +· · · dx = x− + − +· · · = (−1)n .
1! 2! 3! 3 · 1! 5 · 2! 7 · 3! (2n + 1) · n!
n=0

1.5 Exercícios
Exercícios do livro STEWART, J. Cálculo, Volume 2. 7.ed. São Paulo: Cengage Learnig,
2013.

Página 633 (11.1): 1 ao 56


Página 642 (11.2): 1 ao 64, 67, 68, 77 ao 79, 87 e 88
Página 651 (11.3): 3 ao 33
Página 656 (11.4): 1 ao 32
Página 660 (11.5): 1 ao 20
Página 665 (11.6): 1 ao 36
Página 668 (11.7): 1 ao 38
Página 642 (11.8): 1 ao 28
Página 678 (11.9): 1 ao 10, 13, 25 ao 32
Página 689 (11.10): 3 ao 20, 29 ao 37
Capítulo 2

Curvas parametrizadas e coordenadas


polares

2.1 Curvas denidas por equações paramétricas


Algumas curvas no plano (ou espaço) não podem ser descritas da forma y = f (x) por não
serem funções. Por exemplo a curva C descrita abaixo.

Entretanto, nestes casos, podemos imaginar que cada ponto da curva representa a posição
de uma partícula em determinado tempo, ou seja, as coordenadas x e y podem ser escritas em
função do novo parâmetro t (tempo) e, assim, x = f (t) e y = g(t).

Denição 2.1.1. Quando cada ponto de uma curva C pode ser escrito da forma

(x, y) = (f (t), g(t)),

onde t é uma terceira variável denominada parâmetro, dizemos que C é uma curva parametrizada
pelas equações paramétricas x = f (t) e y = g(t).

Exemplo 2.1.1. Identique a curva denida pelas equações paramétricas x = t2 −2t e y = t+1.
A curva parece ser uma parábola, mas, para justicar essa armação precisamos eliminar o
parâmetro t.
y = t + 1 ⇒ x = (y − 1)2 − 2(y − 1) ⇒ x = y 2 − 4y + 3.

19
20 CAPÍTULO 2. CURVAS PARAMETRIZADAS E COORDENADAS POLARES

Nenhuma restrição foi colocada no parâmetro t do exemplo anterior, no entanto, muitos


exemplos fazem restrições para o valor do parâmetro t. Ainda em relação ao exemplo anterior,
se 0 ≤ t ≤ 4, a curva seria:

Exemplo 2.1.2. x = t2 e y = t3 .
2.1. CURVAS DEFINIDAS POR EQUAÇÕES PARAMÉTRICAS 21

Exemplo 2.1.3. Qual a curva representada pelas equações paramétricas x = cos t e y = sen t,
0 ≤ t ≤ 2π ?

Exemplo 2.1.4. Como seria a curva se:

(a) x = cos t e y = sen t, 0 ≤ t ≤ 4π ?

(b) x = cos 2t e y = sen 2t, 0 ≤ t ≤ 2π ?

(c) x = sen t e y = cos t, 0 ≤ t ≤ 2π ?

Exemplo 2.1.5 (Cicloide) . A curva traçada por um ponto P na borda de um círculo quando
ele rola ao longo de uma reta é chamada de cicloide. Se o círculo tiver raio r e rolar ao longo do
eixo x e se uma posição de P for a origem, encontre as equações paramétricas para a cicloide.

Solução: Vamos escolher como parâmetro o ângulo de rotação: θ, sendo θ=0 quando P está
na origem.
22 CAPÍTULO 2. CURVAS PARAMETRIZADAS E COORDENADAS POLARES

Assim, x = |OT | − |P Q| = r(θ − sen θ) e y = |T C| − |QC| = r(1 − cos θ). Note que um
arco da cicloide é descrito por 0 ≤ θ ≤ 2π .
Observação 2.1.1 (Aplicações da cicloide) . (a) Sejam A e B dois pontos distintos. A curva na
qual uma partícula irá deslizar no menor tempo de A até B sob a inuência da gravidade é
a cicloide.

(b) Em qualquer ponto de uma cicloide, uma partícula gasta o mesmo tempo para deslizar até
seu ponto central (mais abaixo).

2.2 Cálculo com curvas parametrizadas


Agora, vamos aplicar os principais conceitos estudados no cálculo para as curvas parame-
trizadas, por exemplo, determinar retas tangentes, áreas e comprimentos de arcos.

2.2.1 Tangente

Suponha que f e g sejam funções diferenciáveis e queremos determinar a reta tangente a


um ponto da curva x = f (t) e y = g(t), onde y também é uma função diferenciável de x. Pela
regra da cadeia,
dy
dy dy dx dy dt dx
= · ⇒ = dx
, se ̸= 0.
dt dx dt dx dt
dt

Exemplo 2.2.1. Considere a curva C parametrizada x = t2 e y = t3 − 3t.

(a) Mostre que C tem duas tangentes no ponto (3, 0) e encontre suas equações.

(b) Existem pontos em que a tangente é horizontal? E vertical?

d2 y
(c) Calcule .
dx2

Solução:

(a) Inicialmente, observe que obtemos o ponto (3, 0) para os valores t = ± 3. Logo, vamos
calcular a inclinação da reta tangente para esses valores de t.
dy 3t2 − 3 dy √
= ⇒ = ± 3.
dx 2t dx
2.2. CÁLCULO COM CURVAS PARAMETRIZADAS 23

Assim, as equações das retas tangentes em (3, 0) são:

√ √
y= 3(x − 3) e y = − 3(x − 3).

dy
(b) A reta tangente é horizontal quando
dx = 0, ou seja, 3t2 − 3 = 0 e 2t ̸= 0. Daí, t = ±1
e t ̸= 0, portanto, os pontos onde a reta tangente é horizontal são (1, −2) e (−1, 2). Em
relação a segunda pergunta, a reta tangente é vertical quando
dx
dt = 0 e dy
dt ̸= 0, ou seja, se
t=0 cujo ponto correspondente é (0, 0).

(c) Sabemos que

  dy
dy d( dx ) 6t(2t)−(3t2 −3)(2)
d2 y d dx d2 y (2t)2 3(t2 + 1)
dt
= = ⇒ 2 = = .
dx2 dx dx
dt
dx 2t 4t3

Exemplo 2.2.2. Considere a cicloide de equação x = r(θ − sen θ), y = r(1 − cos θ).

π
(a) Determine a tangente à cicloide no ponto θ= 3.

(b) Em que pontos a tangente é horizontal? E vertical?

Solução:

dy r sen θ dy
√ π
(a)
dx = r(1−cos θ) ⇒ dx = 3 quando θ= 3 . Logo, a tangente é dada por

√ !
r √ πr r 3
y− = 3 x− +
2 3 2

dy dx
(b) Horizontal:
dt =0 e
dt ̸= 0. Daí, sen θ = 0 e cos θ ̸= 1 ⇒ θ = (2n − 1)π , n ∈ Z.
Vertical: Note que

dy sen θ cos θ
lim = lim = lim =∞
θ→2nπ + dx θ→2nπ+ 1 − cos θ θ→2nπ+ sen θ
dy
e lim = −∞, logo existem tangentes verticais para θ = 2nπ , onde n ∈ Z.
θ→2nπ − dt

2.2.2 Áreas

Se a curva for dada por x = f (t) e y = g(t) com α ≤ t ≤ β, então

Z β Z α

A= g(t)f (t) dt ou g(t)f ′ (t) dt.
α β

Exemplo 2.2.3. Calcule a área sob um arco da cicloide x = r(θ − sen θ) e y = r(1 − cos θ).
Solução:
Z 2π
A = r(1 − cos θ) · r(1 − cos θ) dθ
0
Z 2π
2
= r 1 − 2 cos θ + cos2 θ dθ
0
2
= 3πr
1+cos 2θ
Lembre-se que cos2 θ = 2 .
24 CAPÍTULO 2. CURVAS PARAMETRIZADAS E COORDENADAS POLARES

2.2.3 Comprimento de arco

Se C é uma curva parametrizada com equações paramétricas x = f (t), y = g(t), α ≤ t ≤ β ,


dx dy
onde
dt e dt são contínuas no intervalo [α, β] e C é percorrida exatamente uma única vez quando
t aumenta de α até β, então o comprimento de C é
s
Z β  2  2
dx dy
L= + dt.
α dt dt

Exemplo 2.2.4. Encontre o comprimento de um arco da cicloide de equações paramétricas


x = r(θ − sen θ) e y = r(1 − cos θ).
Solução:
2π √
Z p Z 2π
L = 2 2
(r − r cos θ) + (−rsen θ) dθ = r 2 − 2 cos θ dθ
0 0
s 
√ Z 2π √ √ Z 2π t 2

= r 2 1 − cos θ dθ = r 2 2 sen dθ
0 0 2
Z 2π
θ
= 2r sen dθ
0 2
Z 2π
θ θ
= 2r sen dθ, pois 0 ≤ ≤ π
0 2 2
= 8r
1−cos 2θ
Lembre-se que sen 2 θ = 2 ⇒ sen 2 2θ = 1−cos θ
2 .

2.3 Exercícios
Exercícios do livro STEWART, J. Cálculo, Volume 2. 7.ed. São Paulo: Cengage Learnig,
2013.

Página 581 (10.1): 1 ao 29, 33, 34, 40 ao 44


Página 589 (10.2): 1 ao 20, 25 ao 35, 37 ao 53 e 56
Capítulo 3

Coordenadas polares

3.1 Sistema de coordenadas polares


O sistema de coordenadas mais utilizado é o sistema de coordenadas cartesiano, na qual
os pontos P do plano são representados por pares ordenados (x, y), sendo x e y as distâncias de
P aos eixos perpendiculares x e y, respectivamente. Mas, existem outros modos de representar
os pontos do plano, por exemplo, o sistema de coordenadas polares introduzido por Newton.

Considere P um ponto do plano, se r é a distância da origem O a P e θ é o ângulo entre


o eixo x a a reta OP . Assim, pode-se representar o ponto P pelo par ordenado (r, θ), onde r
e θ são chamados coordenadas polares de P. Usa-se a convenção de que o ângulo é positivo
quando é percorrido no sentido anti-horário a partir do eixo x e negativo se for percorrido no
sentido antei-horário. Além disso, entendemos por (−r, θ) ao ponto simétrico a (r, θ) em relação
a origem O.

Exemplo 3.1.1. P = 1, π3 Q = (2, 3π), R = 2, − 2π S = −3, π2


  
, e .
3

Observação 3.1.1. P = 1, π3 = 1, π3 + 2nπ P = 1, π3 = −1, 4π


   
Note que onde n∈Z e
3 .
Sendo assim, para evitar ambiguidades nas representações dos pontos em coordenadas polares,
considera-se 0 ≤ θ < 2π e r ≥ 0.

A relação entre as coordenadas cartesianas e as coordenadas polares pode ser vista na


imagem abaixo.

25
26 CAPÍTULO 3. COORDENADAS POLARES

Daí,

r 2 = x2 + y 2
 
x = r cos θ
e
y = r sen θ tan θ = xy

Exemplo 3.1.2. A = 2, π3 B = 1, 7π
 
Converta os pontos e de coordenadas polares para
4
cartesianas.
√  
Solução: A = (1, 3) e B = √1 , − √1 .
2 2


Exemplo 3.1.3. Converta os pontos A = (1, −1) e B = (3 3, 3) de coordenadas cartesianas
para polares.

Solução: A = 2, − π4 + 2π B = 6, π6
 
e .

3.2 Curvas polares


Algumas curvas possuem equações simplicadas quando às representamos em coordenadas
polares.

Exemplo 3.2.1. r=2


Solução: r = 2 ⇒ x2 + y 2 = 4, ou seja, é uma circunferência de centro na origem e raio 2.

Exemplo 3.2.2. θ= π
4

Solução: tan π4 = y
x ⇒ x = y.
3.2. CURVAS POLARES 27

Exemplo 3.2.3. r = 2 cos θ


Solução: Nesse caso, vamos construir a tabela:

π π π
θ 0 3 2 π √4
r 2 1 0 −2 2

x
r =2· ⇒ r2 = 2x ⇒ x2 + y 2 = 2x ⇒ (x − 1)2 + y 2 = 1
r
Exemplo 3.2.4. r = 1 + sen θ, 0 ≤ θ ≤ 2π .
Solução: Aqui, poderíamos seguir o mesmo raciocínio do exemplo anterior elaborando uma
tabela de pontos da curva, mas vamos utilizar um raciocínio diferente. Primeiro, vamos esboçar
o gráco de r = 1 + sen θ no plano θ r.
28 CAPÍTULO 3. COORDENADAS POLARES

π
Observe que quando o ângulo varia de 0 até
2 , o valor de r varia de 1 até 2. Quando o
π
ângulo varia de
2 até π, o valor de r varia de 2 até 1. Repetindo esse raciocínio, obtemos a
curva:

Essa curva é chamada de cardioide, pois tem um formato parecido com um coração.

Exemplo 3.2.5. r = cos 2θ, 0 ≤ θ ≤ 2π (rosácea de quatro pétalas)

Solução:
3.3. ÁREAS EM COORDENADAS POLARES 29

3.3 Áreas em coordenadas polares


Denição 3.3.1. A área delimitada pela curva polar r = f (θ) e pelos raios θ=a e θ = b, onde
0 < a − b ≤ 2π , é dada por

Z b Z b
1 1 2
A= [f (θ)]2 dθ ou r dθ.
a 2 a 2

Exemplo 3.3.1. Calcule a área delimitada por um laço da rosácea de quatro pétalas r = cos 2θ.
30 CAPÍTULO 3. COORDENADAS POLARES

Solução:
Z π
4 1
A = · (cos 2θ)2 dθ
− π4 2

4 1
= (1 + cos 4θ) dθ
− π4 2
π
=
8
Exemplo 3.3.2. Calcule a área da região que está dentro do círculo r = 3 sen θ e fora da
cardioide r = 1 + sen θ.
Solução: Igualando as equações:

1 π 5π
3 sen θ = 1 + sen θ ⇒ sen θ = ⇒θ= ou θ= .
2 6 6

Note que para encontrar todos os pontos comuns entre as curvas é necessário fazer um
esboço dos grácos, pois nesse caso, não encontramos θ = 0. Logo,

Z 5π Z 5π
6 1 6 1
A = · (3 sen θ)2 dθ − · (1 + sen θ)2 dθ
π 2 π 2
6 6
= π

Aqui poderíamos ter utilizado a simetria das curvas para simplicar os cálculos.

3.4 Comprimento de arco em coordenadas polares


Denição 3.4.1. O comprimento da curva polar r = f (θ) com a≤θ≤b é dado por

s 2
Z b 
dr
L= r2 + dθ
a dθ

Exemplo 3.4.1. Calcule o comprimento exato da curva polar r = θ2 , 0 ≤ θ ≤ 2π .


3.5. EXERCÍCIOS 31

Solução:
Z 2π p
L = (θ2 )2 + (2θ)2 dθ
0
Z 2π p
= θ4 + 4θ2 dθ
0
Z 2π p
= θ θ2 + 4 dθ (u = θ2 + 4)
0
4π 2 +4
1√
Z
= u du
4 2
8h 2 3
i
= (π + 1) 2 − 1
3

3.5 Exercícios
Exercícios do livro STEWART, J. Cálculo, Volume 2. 7.ed. São Paulo: Cengage Learnig,
2013.

Página 599 (10.3): 1 ao 49 e 54


Página 605 (10.4): 1 ao 42, 44 ao 48

1. Faça o esboço das curvas descritas pelas equações paramétricas. Indique com uma seta a
direção na qual a curva é traçada quando t aumenta.

t
(a) x = t2 − 4 e y= 2 , −2 ≤ t ≤ 3
√1 t
(b) x= t+1
e y= t+1 , t > −1
(c)

(d) x = 3 cos 2t e y = 1 + 2 cos2 2t, 0 ≤ t ≤ π

2. Elimine o parâmetro t nas equações do exercício anterior para encontrar as equações na


forma cartesiana.

x = t3 − 2t

3. Determine as retas tangentes a curva paramétrica dada por no ponto (0,2).
y = 2t2 − 2
π

x = t + sen 2t ,
4. Calcule a expressão da derivada da curva paramétrica t>0 e o seu
y = t + ln t
valor no ponto t = 8.
32 CAPÍTULO 3. COORDENADAS POLARES

5. Determine a área limitada:

x = e2t

(a) Pelo eixo x, x = 1, x = e e a curva de equação paramétrica .
y = 2 + 2t2
x = t2 + 1

(b) Pelas curvas de equações x=2 e .
y = t3 + 2t

6. (Bruxa de Maria de Agnesi) Maria Gaetana Agnesi (1718-1799) foi a primeira mulher no
mundo ocidental a ser chamada de matemática no sentido exato do termo. Aos 20 anos,
ela era uma cientista com vários trabalhos publicados e, aos 30, já era membro honorário
da Universidade de Bolonha. Uma década de trabalho árduo culminou com a publicação
de seu livro de cálculo Instituzioni analitiche ad uso della gioventù italiana, em 1748, que
incluía álgebra, geometria analítica, cálculo diferencial, cálculo integral, séries innitas
e a solução de equações diferenciais elementares. Nos dias de hoje, Agnesi é lembrada
principalmente pela curva em forma de sino chamada de Bruxa de Agnesi. Esse nome,
encontrado apenas em textos em inglês, é resultado de uma tradução errada. O nome dado
por Agnesi à curva era versiera (curva). John Colson, famoso matemático de Cambridge
que achou o texto de Agnesi tão importante que aprendeu italiano apenas para traduzi-la,
provavelmente confundiu a palavra versiera com avversiera, que signica bruxa. A curva
Bruxa de Agnesi consiste em todas as possíveis posições do ponto P na gura.

(a) Faça um esboço da curva.

(b) Mostre que equações paramétricas para essa curva podem ser escritas como

x = 2a cot θ e y = 2a sen 2 θ.

(c) É possível calcular a área limitada pela curva Bruxa de Agnesi e pelo eixo x? Justi-
que.

7. Encontre as coordenadas cartesianas dos seguintes pontos dados em coordenadas polares:


(4, 3π/2) e (1, 13π/4).

8. Encontre as coordenadas polares dos seguintes pontos dados em coordenadas cartesianas:


(−1, 1) e (3, 2).

9. Faça o esboço das curvas abaixo no plano xy .

(a) r=3 (e) r = 1 + 3 cos θ


π
(b) θ= 6 (f ) r = cos 3θ
(c) r = −2sen θ (g) r=θ
(d) r = sen 2θ (h) r = sec θ
Capítulo 4

Funções de Várias Variáveis

4.1 Denições básicas

Na disciplina de Cálculo Diferencial e Integral I, estuda-se, basicamente, os conceitos de


limite, derivada e integral para funções de uma variável real, na qual escrevemos da forma
y = f (x). Neste capítulo iremos introduzir a denição de funções de mais variáveis bem como
suas características e propriedades para que depois possamos estudar as adaptações dos conceitos
de limite, derivada e integral nesse novo contexto.

No mundo real, muitas regras dependem de mais de uma variável, por exemplo, o índice
de sensação térmica W mede a temperatura subjetiva que depende da temperatura real T e da
velocidade do vento v . Assim, W é uma função de T e de v , e podemos escrever W = f (T, v).
Também, o volume de um cilindro que é calculado pela fórmula V = πr2 h, pois V depende
do raio da base r e da altura do cilindro h. Sendo assim, V é uma função de r e h e, para
enfatizar esta ideia, podemos escrever

V (r, h) = πr2 h.

Denição 4.1.1. Uma funçãof de duas variáveis é uma regra que associa cada par ordenado
(x, y) de um conjunto D(f ) ⊆ R2 , chamado de domínio de f , em um único valor real, denotado
f (x, y) = z . O conjunto Im(f ) = {f (x, y) | (x, y) ∈ D(f )} ⊆ R é chamado de imagem da função
f.

Exemplo 4.1.1. f (x, y) = x2 + y 2 ⇒ f (1, 2) = 5, f (5, 0) = 25 e f (0, −5) = 25, ou seja, essa
(a)
2
função passa pelos pontos (1, 2, 5), (5, 0, 25), (0, −5, 25). Além disso, seu domínio é o R e o
conjunto imagem é R+ .

(b) f (x, y) = x ln(y 2 − x) ⇒ D(f ) = {(x, y) ∈ R2 | x < y 2 } e Im(f ) =R

33
34 CAPÍTULO 4. FUNÇÕES DE VÁRIAS VARIÁVEIS

p
(c) f (x, y) = 25 − x2 − y 2 ⇒ D(f ) = {(x, y) ∈ R2 | x2 + y 2 ≤ 0} e Im(f ) = [0, 5]

y+x+1
(d) f (x, y) = ⇒ D(f ) = {(x, y) ∈ R2 | y ≥ −x − 1 e x ̸= 1} e Im(f ) = R.
x−1

Observação 4.1.1. Também, pode-se denir funções de mais de duas variáveis. Por exemplo,
uma função f de três variáveis é uma regra que associa cada elemento (x, y, z) ∈ R3 de um
conjunto D(f ) em um único valor real, denotado f (x, y, z) = w.

Exemplo 4.1.2. f (x, y, z) = ln(z − y) + xy sen z ⇒ D(f ) = {(x, y, z) ∈ R3 | z > y} e Im(f ) = R.

Denição 4.1.2. Se f é uma função de duas variáveis, o gráco de f é o subconjunto do R3


denido por

G(f ) = {(x, y, z) ∈ R3 | z = f (x, y) e (x, y) ∈ D(f )}.

Observação 4.1.2. Muitas vezes, chamamos o gráco de uma função de duas variáveis de
superfície.

Exemplo 4.1.3. (a) f (x, y) = 6 − 3x − 2y


4.2. CURVAS DE NÍVEL 35

(b) f (x, y) = x2 + y 2

p
(c) f (x, y) = 25 − x2 − y 2

4.2 Curvas de nível


Existem vários recursos para construir grácos de funções de mais variáveis ou ter uma
ideia deles. No caso das funções de duas variáveis, um destes recursos são as curvas de nível (ou
superfícies de nível para funções de três variáveis) que são bastante aplicadas na construção de
grácos relativos a altura de montanhas na topograa e em mapas de calor.
36 CAPÍTULO 4. FUNÇÕES DE VÁRIAS VARIÁVEIS

Denição 4.2.1. As curvas de nível de uma função f de duas variáveis são aquelas com equações
f (x, y) = k , onde k é uma constante real na imagem de f.

Observação 4.2.1. Sendo assim, a curva de nível de f (x, y) para um certo valor de k é a
curva obtida pela interseção do plano z=k com a função f (x, y), por isso, é indispensável que
k ∈ Im(f ).

Exemplo 4.2.1. Determine as curvas de nível da função f (x, y) = 6 − 3x − 2y para k =


−6, 0, 6, 12.
Solução: As curvas de nível são do tipo y = − 32 x + k−6
2 e o gráco abaixo é chamado de mapa
de contorno.

Exemplo 4.2.2.
p
Determine as curvas de níveis da função f (x, y) = 9 − x2 − y 2 para k =
0, 1, 2, 3.
Solução: As curvas de nível são da forma x2 + y 2 = 9 − k 2 . Observe que quanto mais próximas
as curvas de nível (mantendo a mesma variação de k ), a superfície será mais inclinada.
4.2. CURVAS DE NÍVEL 37

Exemplo 4.2.3. Determine as curvas de níveis da função f (x, y) = x2 − y 2 para k = 0, 1, 2, 3.


Solução: As curvas de nível são da forma x2 − y 2 = k 2 .

Observação 4.2.2. Não conseguimos visualizar o gráco de uma função de mais de duas va-
riáveis, mas podemos construir as superfícies de nível (mesma ideia das curvas de nível). Por
exemplo, se f (x, y, z) = x2 + y 2 + z 2 , então as superfícies de nível de f são esferas centradas na
origem.
38 CAPÍTULO 4. FUNÇÕES DE VÁRIAS VARIÁVEIS

4.3 Limite
No cálculo de limites de funções de uma variável só existem as aproximações pela direita e
pela esquerda. Para as funções de mais de uma variável, existem innitas formas de se aproximar
de um ponto (x0 , y0 ).

sen (x2 + y 2 )
Exemplo 4.3.1. Vamos analisar o comportamento da função f (x) = quando x e
x2 + y 2
y se aproximam da origem. Para isso, observe a tabela abaixo:

(x, y) −0, 2 0 0, 2 0, 5
−0, 2 0, 999 1 0, 999 0, 986
0 1 1 0, 990
0, 2 0, 999 1 0, 999 0, 986
0, 5 0, 986 0, 990 0, 986 0, 959

Assim, baseado nesses dados numéricos, podemos observar que quando (x, y) aproxima de
(0, 0), a função f aproxima de 1. Na verdade, essa conjectura está correta e escrevemos esse
resultado como:
sen (x2 + y 2 )
lim = 1.
(x,y)→(0,0) x2 + y 2

Denição 4.3.1. Seja f uma função de duas variáveis cujo domínio D(f ) contém pontos arbi-
trariamente próximos de (a, b). Dizemos que o limite de f (x, y) quando (x, y) tende a (a, b) é L,
escrevemos

lim f (x, y) = L,
(x,y)→(a,b)

quando para todo ε>0 dado, existe δ>0 (depende de ε) tal que

p
se (x, y) ∈ D(f ) e 0< (x − a)2 + (y − b)2 < δ , então |f (x, y) − L| < ε.

Observação 4.3.1. Em relação a denição de limite,

(a) a distância de f (x, y) e L pode ser cada vez menor se escolhermos (x, y) sucientemente
próximo de (a, b);
4.3. LIMITE 39

(b) para que o limite lim f (x, y) exista e seja igual ao número real L, qualquer aproximação
(x,y)→(a,b)
considerada do ponto (x, y) ao ponto (a, b), o valor de f (x, y) deve aproximar a um mesmo
valor, no caso, aproximar de L;

(c) se f (x, y) tende a L1 quando (x, y) aproxima de (a, b) pelo caminho C1 e f (x, y) tende a L2
(L2 ̸= L1 ) quando (x, y) aproxima de (a, b) pelo caminho C2 , então o limite lim f (x, y)
(x,y)→(a,b)
não existe.

Exemplo 4.3.2. Os limites abaixo não existem.

x2 − y 2
(a) lim
(x,y)→(0,0) x2 + y 2

Considere os caminhos:

x2 − y 2
(i) C1 (ao longo do eixo x):y = 0 ⇒ lim =1
(x,0)→(0,0) x2 + y 2

x2 − y 2
(ii) C2 (ao longo do eixo y ):x = 0 ⇒ lim = −1
(0,y)→(0,0) x2 + y 2

xy
(b) lim
(x,y)→(0,0) x2 + y2
Considere os caminhos:

xy
(i) C1 (ao longo do eixo x): y = 0 ⇒ lim =0
(x,0)→(0,0) x2
+ y2
xy
(ii) C2 (ao longo do eixo y ): x=0⇒ lim =0
(0,y)→(0,0) x2 + y 2

x2 1
(iii) C3 (ao longo da reta x = y ): lim 2
=
x→0 2x 2

xy 2
(c) lim
(x,y)→(0,0) x2 + y 2

Considere os caminhos:

xy 2
(i) C1 (ao longo do eixo x): y = 0 ⇒ lim =0
(x,0)→(0,0) x2 + y 2

y4 1
(ii) C2 (ao longo da parábola x = y 2 ): lim 4
=
y→0 2y 2

5x2 y
Exemplo 4.3.3. lim
(x,y)→(0,0) x2 + y 2

Neste caso, para todo caminho que aproxima do ponto (0, 0), o limite aproxima do zero.
5x2 y
Logo, tudo indica que lim =0 e temos três modos de justicar esse fato:
(x,y)→(0,0) x2 + y 2

(i) provar pela denição formal;

(ii) utilizar propriedades de limites;

(iii) se a função f é contínua em (a, b), então basta calcular f (a, b) (veremos esse caso na próxima
seção).
40 CAPÍTULO 4. FUNÇÕES DE VÁRIAS VARIÁVEIS

Até este momento, só vimos o item (i) e, por isso, vamos provar que o limite vale zero
ε
utilizando a denição formal. Sendo assim, dado ε > 0, basta tomar δ = 5 para que a denição
p
seja satisfeita. De fato, se x ∈ D(f ) e 0< x + y 2 < 5ε , então
2

5x2 |y| p p
2 ≤ 5 x2 + y 2 < 5 ·
ε
|f (x, y) − 0| = 2 2
≤ 5|y| = 5 y = ε.
x +y 5
1 1 5x2 5x2
Observe que x2 ≤ x2 + y 2 ⇒ x2
≥ x2 +y 2
⇒5= x2
≥ x2 +y 2
.

Observação 4.3.2. Valem as mesmas propriedades de limites de funções de uma variável para
os limites de funções de mais de uma variável.

4.4 Continuidade
Denição 4.4.1. Uma função f de duas variáveis é dita contínua em (a, b) se

lim f (x, y) = f (a, b).


(x,y)→(a,b)

Isto signica que: (i) (a, b) ∈ D(f ); (ii) lim f (x, y) existe; (iii) lim f (x, y) =
(x,y)→(a,b) (x,y)→(a,b)
f (a, b). Dizemos que um função é contínua se for contínua em todos os pontos do seu domínio.

A denição acima nos diz, intuitivamente, que se o ponto (x, y) varia em uma pequena
quantidade, então o valor de f (x, y) variará, também, por uma pequena quantidade. Ou seja, a
representação gráca de uma função contínua não possui buracos ou rupturas.

Além disso, usando as propriedades de limite, verica-se que soma, diferença, produto e
quociente de funções contínuas são contínuas em seus domínios. Assim, funções polinomiais e
racionais (de mais de uma variável) são contínuas em seus domínios.

Exemplo 4.4.1. lim x2 y − 2x3 y 2 − y 3 = 2.


(x,y)→(−1,2)

Exemplo 4.4.2. As funções f, g : R2 → R denidas por

(
3x2 y
3x2 y x2 +y 2
se (x, y) ̸= (0, 0)
f (x, y) = 2 e g(x, y) =
x + y2 2 se (x, y) = (0, 0)

não são contínuas no ponto (0, 0), apesar de serem contínuas nos demais pontos (x, y) do R2 .
Entretanto, já a função
(
3x2 y
x2 +y 2
se (x, y) ̸= (0, 0)
h(x, y) =
0 se (x, y) = (0, 0)

é contínua em todo o R2 .

Exemplo 4.4.3. Determine o maior conjunto no qual a função

 xy
x2 +xy+y 2
se (x, y) ̸= (0, 0)
f (x, y) =
0 se (x, y) = (0, 0)

é contínua.

Solução: Inicialmente, observe que a função é contínua para todo (x, y) ̸= (0, 0). Resta vericar
a continuidade em (0, 0). Entretanto, o limite lim f (x, y) não existe, logo a função não é
(x,y)→(0,0)
contínua na origem. Portanto, f é contínua em {(x, y) ∈ R2 | (x, y) ̸= (0, 0)}.
4.5. EXERCÍCIOS 41

4.5 Exercícios
Exercícios do livro STEWART, J. Cálculo, Volume 2. 7.ed. São Paulo: Cengage Learnig,
2013.

Página 800 (14.1): 1 ao 22, 33 ao 68


Página 810 (14.2): 1, 3 ao 38

1. Se f (x, y) = x3 − y 2 − 3xy 3 + xy + x2 − 1, calcule:

(a) f (0, 0) (c) f (x, x2 )


f (x+h,y)−f (x,y)
(b) f (1, −3) (d)
h

2. Determine e esboce o domínio das funções abaixo.


x+y+1
(a) f (x, y) = arcsen (x + y) (d) z= x−1
(b) g(x, y) = √ 2 y 2 √ √
x +y −1 (e) z= y−x− 1−y
 
z = ln x−y
p
(c)
y−1 (f ) h(x, y, z) = y x2 + y 2 + z 2 − 2

3. Faça o mapa de contorno para quatro valores de k das funções abaixo.

1
(a) f (x, y) = x2 − y (c) z= x2 +y 2
p 1
(b) g(x, y) = x2 + y 2 (d) z= y2

4. Esboce a superfície de nível da função f (x, y, z) = x − y + z + 2 para k = 0, 1, 2, 3.

5. Em cada item, verique se o limite existe. Justique sua resposta.

x2 −2 2xy
(a) lim 3+xy (d) lim x 4 +y 2
(x,y)→(0,0) (x,y)→(0,0)
x4 −y 4 √ xy
(b) lim 2 2 (e) lim
(x,y)→(0,0) x +y (x,y)→(0,0) x2 +y 2
xy 2 x−y
(c) lim x 2 +y 4 (f ) lim x+y
(x,y)→(0,0) (x,y)→(0,0)

x2 y
6. Utilizando a denição formal, prove que lim 2x−4y = −10 e lim 3x 2 +3y 2 = 0.
(x,y)→(1,3) (x,y)→(0,0)

sen (x2 +y 2 ) cos (x2 +y 2 )−1


7. Use que lim x2 +y 2
=0 para mostrar que lim x2 +y 2
= 0.
(x,y)→(0,0) (x,y)→(0,0)

 2x + y , (x, y) ̸= (0, 0)
8. A função f (x, y) = |x| + |y| é contínua na origem?
 0, (x, y) = (0, 0)

 p 2xy , (x, y) ̸= (0, 0)


9. Verique se a função f (x, y) = x2 + y 2 é contínua. kh


0, (x, y) = (0, 0)

Exercícios do livro STEWART, J. Cálculo, Volume 2. 7ª Edição. São Paulo: Cengage


Learning, 2013.
42 CAPÍTULO 4. FUNÇÕES DE VÁRIAS VARIÁVEIS

Página 800 (14.1): 8 ao 54, 59 ao 68.


Página 810 (14.2): 1, 3 ao 24, 27 ao 38.
Página 820 (14.3): 13 ao 72.
Página 820 (14.5): 31 ao 34.
Capítulo 5

Diferenciabilidade

5.1 Derivadas parciais


Denição 5.1.1. Se f é uma função de duas variáveis, suas derivadas parciais são as funções:

f (x + h, y) − f (x, y)
(i) Derivada parcial em relação a x: fx (x, y) = lim
h→0 h
f (x, y + h) − f (x, y)
(ii) Derivada parcial em relação a y : fy (x, y) = lim
h→0 h
Observação 5.1.1. Existem outras notações para as derivadas parciais:

∂f ∂ ∂z
(i) fx (x, y) = fx = ∂x = ∂x f (x, y) = ∂x = f1 = D1 f = Dx f
∂f ∂ ∂z
(ii) fy (x, y) = fy = ∂y = ∂y f (x, y) = ∂y = f2 = D2 f = Dy f

Exemplo 5.1.1. Se f (x, y) = 3x2 − 2xy + y 2 , calcule fx , fy , fx (1, 2) e fy (2, 1).


Solução:

(a)

3(x + h)2 − 2(x + h)y + y 2 − (3x2 − 2xy + y 2 )


fx = lim
h→0 h
2
6xh + 3h − 2hy
= lim
h→0 h
= 6x − 2y

(b)

3x2 − 2(y + h) + (y + h)2 − (3x2 − 2xy + y 2 )


fy = lim
h→0 h
= −2x + 2y

(c) fx (1, 2) = 2

(d) fy (2, 1) = −2
Observação 5.1.2. Observe que, para calcular fx , trate y como constante e derive a função em
termos do x. Para calcular fy faça o contrário.

Exemplo 5.1.2. Calcule fx e fy para as funções:

43
44 CAPÍTULO 5. DIFERENCIABILIDADE

 
x
(a) f (x, y) = sen x+y

1−y
(b) f (x, y) = x2 +3y

Exemplo 5.1.3. Se f (x, y) = 4 − x2 − 2y 2 , calcule e interprete fx (1, 1) e fy (1, 1).


Solução: fx (1, 1) = −2 e fy (1, 1) = −4. Além disso, fx (1, 1) é a inclinação da reta tangente em
vermelho e fy (1, 1) é a inclinação da reta tangente em azul.

Exemplo 5.1.4 (Funções de mais de duas variáveis) . Se f (x, y, z) = exy ln z , determine fx , fy


e fz .
Exemplo 5.1.5 (Derivação implícita) . Determine
∂z ∂z
∂x e ∂y se z é denido implicitamente como
uma função de x e y pelas equações:

(a) x3 + y 3 + z 3 + 6xyz = 1
(b) yz + x ln y = z 2

Solução:
2
∂z ∂ 3 3 3 ∂ ∂z
(1) ⇒ 3x2 + 3z 2 ∂x ∂z ∂z
= − xz 2 +2xy
+2yz

(a)
∂x : ∂x x + y + z + 6xyz = ∂x + 6yz + 6xy ∂x =0⇒ ∂x
2
y +2xz
∂z ∂z
e
∂y : ∂y = − z 2 +2xy .
x
∂z ln y ∂z y
+z
(b)
∂x = 2z−y e ∂y = 2z−y

5.2 Derivadas de ordem superior


Quando f é uma função de duas variáveis, então suas derivadas parciais fx (x, y) e fy (x, y)
também são funções de duas variáveis e podemos calcular suas derivadas parciais: (fx )x , (fx )y ,
(fy )x e (fy )y (chamadas derivadas parciais de ordem superior).

Observação 5.2.1. Notações:

∂2f 2
(i) (fx )x = fxx = f11 = = ∂∂xf2
∂x∂x
 
∂ ∂f ∂2f
(ii) (fx )y = fxy = f12 = ∂y ∂x = ∂y∂x
 
∂ ∂f ∂2f
(iii) (fy )x = fyx = f21 = ∂x ∂y = ∂x∂y

∂2f ∂2f
(iv) (fy )y = fyy = f22 = ∂y∂y = ∂y 2

Exemplo 5.2.1. Se f (x, y) = x3 + x2 y 3 − 2y 2 , calcule:


5.3. PLANO TANGENTE 45

(a) fx (c) f12 (e) f22 (g) f11


∂2f
(b) fy (d) f21 (f ) f212 (h)
∂y∂x

Exemplo 5.2.2. Calcule todas as derivadas parciais de segunda ordem da função

f (x, y) = sen (3x + yz).


Observação 5.2.2. Note que nos exemplos anteriores, tem-se fxy = fyx . Esse fato não é uma
simples coincidência, mas sim, um importante teorema.

Teorema 5.2.1 (Clairaut). Suponha que f seja denida em uma bola aberta D que contenha o
ponto (a, b). Se as funções fxy e fyx forem ambas contínuas em D, então fxy (a, b) = fyx (a, b).
Observação 5.2.3. O Teorema de Clairaut continua válido para derivadas parciais de qualquer
ordem, por exemplo,
fxyy = fyxy = fyyx .

5.3 Plano tangente


Na disciplina Cálculo Diferencial e Integral I, quando damos um zoom na reta tangente,
observamos que ela ca cada vez mais próxima do gráco da função. Essa mesma ideia é aplicada
para funções de duas variáveis, mas, neste caso, obtemos um plano tangente. Suponha que uma
superfície S tenha a equação z = f (x, y), sendo que f possui derivadas parciais contínuas de
primeira ordem e seja P = (x0 , y0 , z0 ) um ponto em S .

O plano tangente a superfície S no ponto P é denido como o plano que contém as retas
tangentes T1 (de inclinação fx (x0 , y0 )) e T2 (de inclinação fy (x0 , y0 )) e possui equação
z − z0 = fx (x0 , y0 )(x − x0 ) + fy (x0 , y0 )(y − y0 ).
Exemplo 5.3.1. Determine o plano tangente ao parabolóide elíptico z = 2x2 + y 2 no ponto
(1, 1, 3). Em seguida, use o plano tangente para aproximar o valor de f (1, 1; 0, 95).
Solução: z = 4x + 2y − 3 e f (1, 1; 0, 95) ≈ 3, 3 (enquanto que o valor real é 3, 3225).

Exemplo 5.3.2. Determine o plano tangente a superfície z= xy no ponto (1, 1, 1).
Solução: z = x
2 + y
2
46 CAPÍTULO 5. DIFERENCIABILIDADE

5.4 Diferencial
Denição 5.4.1. Seja f (x, y) = z . dy como variáveis indepen-
Denimos as diferenciais dx e
dentes e a diferencial dz (também chamada diferenciação total) por dz = fx (x, y)dx + fy (x, y)dy .

Observação 5.4.1. A diferencial dz representa a alteração da altura do plano tangente quando


(x, y) varia de (a, b) para (a + ∆x, b + ∆y).
Exemplo 5.4.1. Determine dz , sendo z = x2 + 3xy − y 2 .
Solução: dz = (2x + 3y)dx + (3x − 2y)dy
Exemplo 5.4.2. Se T = v
1+uvw , calcule dT .

5.5 Regra da cadeia


Na disciplina Cálculo Diferencial e Integral I, estuda-se a regra da cadeia para calcular
derivadas de funções compostas. Por exemplo, se F (x) = (2x + 3)5 , f (x) = x5 e g(x) = 2x + 3,
então
F ′ (x) = 5(2x + 3)4 · 2 = f ′ (g(x)) · g ′ (x).
dy dy dx
Também, utilizamos a notação
dt = dx · dt . Entretanto, no caso do cálculo de várias
variáveis, existem várias versões da regra da cadeia.

Teorema 5.5.1 (Regra da cadeia). 1. Se f (x, y) = z for diferenciável em x e y , onde x =


g(t) e y = h(t) são diferenciáveis em t, então
∂z ∂z ∂x ∂z ∂y
= · + · .
∂t ∂x ∂t ∂y ∂t

2. Se f (x, y) = z for diferenciável em x e y , onde x = g(s, t) e y = h(s, t) são diferenciáveis


em s e t, então
∂z ∂z ∂x ∂z ∂y ∂z ∂z ∂x ∂z ∂y
= · + · e = · + ·
∂s ∂x ∂s ∂y ∂s ∂t ∂x ∂t ∂y ∂t
Exemplo 5.5.1. Considere z = x2 y + 3xy 4 , sendo x = sen t e y = cos t. Determine
∂z
∂t quando
t = 0.
Solução: ∂z
∂t t=0 =6 (aqui poderíamos substituir os valores de x e y na função e depois calcular

a derivada de z em função de t).


Exemplo 5.5.2. Se z = ex sen y , sendo x = st2 e y = s2 t, determine
∂z ∂z
∂t e ∂s .

Solução: ∂z 2 2 ∂z 2 2
∂s = t2 est sen (s2 t) + 2stest cos(s2 t) e
∂t = 2stest sen (s2 t) + s2 est cos(s2 t)
Exemplo 5.5.3. A regra da cadeia pode ser estendida para funções de mais variáveis. Por
exemplo, se u = x4 y + y 2 z 3 com x = rset , y = rs2 e−t e z = r2 s, sen t, calcule
∂u
∂s quando r = 2,
s=1 e t = 0.
Observação 5.5.1 (Diagrama de árvore) . Podemos seguir o seguinte diagrama para aplicar a
regra da cadeia para uma função de duas variáveis (a ideia pode ser adaptada para funções de
mais de duas variáveis):

z
∂z ∂z
∂x ↙ ↘ ∂y
x y
∂y
∂x
∂s ↙ ↘ ∂x
∂t ∂s ↙ ↘ ∂y
∂t
s t s t
5.6. DERIVADA DIRECIONAL 47

5.6 Derivada direcional


Denição 5.6.1. Seja


f (x, y) = z
v = (a, b) um vetor unitário. A inclinação da reta tangente
e
t a C em P é a taxa de variação de z na direção de → −
v , também chamada derivada direcional de


f em (x0 , y0 ) na direção do vetor unitário v = (a, b) e é dada por

f (x0 + ha, y0 + hb) − f (x0 , y0 )


D−
v f (x0 , y0 ) = lim

h→0 h
se o limite existir.

Exemplo 5.6.1. →

 
D− f (x, y) = x2 + y 2 √1 , √1 .
Calcule v f (1, 1),
→ sendo e v = 2 2

Solução:
f (1 + ha, 1 + hb) − f (1, 1) 4
D−
v f (1, 1) =
→ lim v f (1, 1) = √
⇒ D−

h→0 h 2
= 2a + 2b

Observação→

− −
5.6.1. Analisando a denição de derivada direcional, podemos concluir que se
i = (1, 0) e j = (0, 1), então D1 f = D−
→f
i
e D2 f = D−
→f .
j

Teorema 5.6.1. Se f é uma função diferenciável de x e y, então f tem derivada direcional na


direção de qualquer vetor unitário →

v = (a, b) e

v f (x, y) = fx (x, y) · a + fy (x, y) · b.


D−

Exemplo 5.6.2. Calcule D−u f (x, y) se f (x, y)


→ = x3 − 3xy + 4y 2 e


u é o vetor unitário dado
π
pelo ângulo . Qual será D−
u f (1, 2)?

6
√ √
Solução: →


u = 23 , 12 ⇒ D− →u f (1, 2) = 13−3 3
2 .

Exemplo 5.6.3. x →
− (x, y) = 0, π3

Calcule D− →u f (x, y) se f (x, y) = e sen x, u = (−6, 8) e .

 −3√3+4
Solução: →
− − 35 , 54 ⇒ D− π

u unitário é →u f 0, 3 = 10 .
48 CAPÍTULO 5. DIFERENCIABILIDADE

5.7 Vetor gradiente


No Teorema 5.6.1, a derivada direcional pode ser escrita como produto escalar de dois
vetores:

v f (x, y) = (fx (x, y), fy (x, y)) • (a, b),


D−

onde o primeiro vetor é chamado de gradiente de f.

Denição 5.7.1. Se f é uma função de duas variáveis x e y, então o gradiente de f é a função


−→
vetorial ∇f denida por

−→ ∂f →
− ∂f →

∇f (x, y) = (fx (x, y), fy (x, y)) = i + j.
∂x ∂y

Observação 5.7.1. (a) O gradiente é uma função que associa um elemento no R2 a um vetor.

(b) A denição de gradiente pode ser estendida para funções de mais de duas variáveis.

−→
−→
Exemplo 5.7.1. Calcule ∇f (0, 1) para f (x, y) = sen x + exy .
∇f (x, y) e

−→ −→
Solução: ∇f (x, y) = (cos x + yexy , xexy ) e ∇f (0, 1) = (2, 0).
−→
Exemplo 5.7.2. Calcule ∇f (−1, 2) para f (x, y) = x2 y 3 − 4y .
−→
Solução: ∇f (0, 1) = (−1, 2) = (−16, 8).
Observação 5.7.2. Utilizando o gradiente podes reescrever a expressão da derivada direcional
do seguinte modo
−→ →

v f (x, y) = ∇f (x, y) • v .
D−

−→
Exemplo 5.7.3. Sef (x, y, z) = x sen (yz), determine ∇f (x, y) e a derivada direcional de f em

− − →
→ −
(1, 3, 0) na direção do vetor → −v = i +2j − k.
q
Solução: D− →
v f (1, 3, 0) = − 3
2.

Observação 5.7.3 (Aplicações do vetor gradiente) . (a) Maximiza a derivada direcional: se con-
siderarmos todas as derivadas direcionais possíveis de f em um ponto P, prova-se que a que
nos dará a maior taxa de variação é na direção do vetor gradiente, ou seja, a função aumenta
−→
mais rápido na direção de ∇f (x, y).
−→
(b) Como consequência do item anterior, o valor máximo da derivada direcional é ∇f (x, y) e

a função decresce mais rapidamente na direção oposta ao vetor gradiente, ou seja, na direção
−→
do vetor −∇f (x, y).
−→
(c) O vetor gradiente ∇f (x0 , y0 ) é perpendicular à curva de nível f (x, y) = k que passa pelo
ponto P = (x0 , y0 ).

Exemplo 5.7.4. (a) Determine a taxa de variação de f (x, y) = xey no ponto P = (2, 0) na
1

direção de P a Q= 2, 2 .

(b) Em que direção f tem a máxima taxa de variação? Qual é essa máxima taxa de variação?

Solução:

(a) D−
v (2, 0) = 1.

−→ √
(b) Na direção do vetor gradiente e a máxima taxa de variação é ∇f (x, y) = 5.
5.8. VALORES MÁXIMO E MÍNIMO 49

5.8 Valores máximo e mínimo


Observe os picos e vales no gráco da função z = f (x, y) abaixo:

Existem dois pontos (a, b) nos quais f tem um máximo local, ou seja, f (a, b) é maior que
os valores próximos de f (x, y). O maior desses valores é o máximo absoluto. Do mesmo modo,
f tem dois mínimos locais onde f (a, b) é menor que os valores próximos. O menor desses dois
valores é o mínimo absoluto.

Denição 5.8.1. Considere f uma função de duas variáveis x e y.

1. f tem um máximo local em (a, b) se f (x, y) ≤ f (a, b) quando (x, y) está próximo de (a, b).

2. f tem um mínimo local em (a, b) se f (x, y) ≥ f (a, b) quando (x, y) está próximo de (a, b).

Denição 5.8.2. Um ponto (a, b) é chamado ponto crítico (ou ponto estacionário) de f se
fx (a, b) = fy (a, b) = 0 ou se uma das derivadas parciais não existirem.

Exemplo 5.8.1. Seja f (x, y) = x2 + y 2 − 2x − 6y + 14. Determine os pontos críticos de f.


Solução: (1, 3) e é mínimo local de f (neste caso, também é mínimo absoluto) como pode-se
perceber pelo gráco de f.
50 CAPÍTULO 5. DIFERENCIABILIDADE

Exemplo 5.8.2. Determine os pontos críticos da função f (x, y) = y 2 − x2 .


Solução: Note que f não possui máximo nem mínimo.

Teorema 5.8.1 (Teste da segunda derivada). Suponha que as segundas derivadas parciais de f
sejam contínuas em uma bola aberta com centro em (a, b) e suponha que fx (a, b) = fy (a, b) = 0
(ou seja, (a, b) é ponto crítico de f ). Seja

fxx (a, b) fxy (a, b)


D= .
fyx (a, b) fyy (a, b)

1. Se D > 0 e fxx (a, b) > 0, então f (a, b) é um mínimo local.


2. Se D > 0 e fxx (a, b) < 0, então f (a, b) é um máximo local.
3. Se D < 0, então f (a, b) não é um mínimo nem máximo local (chamado ponto de sela).
4. Se D = 0, não podemos concluir nada.
Observação 5.8.1. Se f é uma função de duas variáveis x
y , entãoe a matriz

 
fxx (x, y) fxy (x, y)
H(x, y) =
fyx (x, y) fyy (x, y)

é chamada de matriz Hessiana de f. De modo geral, se f é uma função de n variáveis, então a


matriz Hessiana de f é dada por:

 
D11 f D12 f ··· D1n f
 D21 f D22 f ··· D2n f 
H(x1 , · · · , xn ) =  . .
 
. .. .
 .. .
. . .
. 
Dn1 f Dn2 f ··· Dnn f

Exemplo 5.8.3. Encontre e classique os pontos críticos de:

(a) f (x, y) = x4 + y 4 − 4xy + 1

(b) f (x, y) = ey (y 2 − x2 )

(c) f (x, y) = ex cos y

Solução:
5.8. VALORES MÁXIMO E MÍNIMO 51

(a) fx = 4x3 − 4y = 0 ⇒ y = x3 e fy = 4y 3 − 4x = 0 ⇒ x = y 3 ⇒ x9 − x = 0 ⇒
x(x + 1)(x − 1)(x2 + 1)(x4 + 1) = 0 ⇒ x = 0, −1, 1 ⇒ (0, 0), (1, 1) e (−1, −1) são os pontos
críticos. Assim, (0, 0) é ponto de sela, (1, 1) e (−1, −1) são mínimos locais.

Exemplo 5.8.4. Uma caixa retangular sem tampa deve ser feita com 12 2 de papelão. Deter-
m
mine o volume máximo dessa caixa.

12xy−x2 y 2
Solução: V = xyz e 2zy + 2xz + xy = 12 ⇒ z = 12−xy
2(y+x) ⇒ V (x, y) = 2(y+x) ⇒ Vx =
(12y−2xy 2 )2(y+x)−(12xy−x2 y 2 )2
4(y+x)2
= 0 ⇒ y 2 (12 − 2xy − x2 ) = 0 ⇒ y = 0(x = 0) ⇒ V = 0 (não
2 2
queremos) ou 12 − 2xy − x = 0. Por outro lado, fazendo Vy = 0, obtemos que 12 − 2xy − y =
2 2 2
0 ⇒ x = y ⇒ x = y ou x = −y (não queremos) ⇒ −3x = −12 ⇒ x = ±2 ⇒ x = 2. Logo,
x = y = 2 e z = 1 ⇒ (2, 2, 1) é um ponto de máximo local de V (também é máximo absoluto).
Portanto, o volume máximo é 4 m .
3

Exemplo 5.8.5. Determine a menor distância entre o ponto (1, 0, −2) e o plano x + 2y + z = 4.

Solução: d = (x − 1)2 + y 2 + (z + 2)2 . Se P é um ponto que pertence ao plano dado, então


p

z = −x − 2y + 4. Logo, d2 = (x − 1)2 + y 2 + (−x − 2y + 6)2 e vamos minimizar a função d2 que


2 2 2 2
depende de x e y . Sendo assim, considere f (x, y) = d = (x − 1) + y + (−x − 2y + 6) ⇒ fx =
4x + 4y − 14 = 0 e fy = 4x + 10y − 24 = 0 ⇒ x = 11 5
6 e y = 3 . Como D > 0, f tem mínimo
11 5
local em
6 , 3 (na verdade, esse ponto é mínimo absoluto, pois deve existir um único ponto no
plano que esteja mais próximo de (1, 0, −2)). Portanto,

s 2  2  √
5 2 5 6

11 5 11
d= −1 + + 6− −2· = .
6 3 6 3 6
52 CAPÍTULO 5. DIFERENCIABILIDADE

5.9 Exercícios
Exercícios do livro STEWART, J. Cálculo, Volume 2. 7.ed. São Paulo: Cengage Learnig,
2013.

Página 820 (14.3): 1, 5 ao 8, 10, 13 ao 73


Página 829 (14.4): 1 ao 6, 11 ao 19, 25 ao 30
Página 836 (14.5): 1 ao 34
Página 847 (14.6): 4 ao 34
Página 856 (14.7): 1 ao 20, 29 ao 36, 40 ao 51

1. Seja
(
xy(x2 −y 2 )
x2 +y 2
, se (x, y) ̸= (0, 0)
f (x, y) =
0, se (x, y) = (0, 0)
Mostre que f1 (0, y) = −y para todo y e f2 (x, 0) = x para todo x.

2. Determine as derivadas parciais em de primeira ordem das funções abaixo utilizando a


denição formal com limite.

(a) f (x, y) = x2 y + 2x
(b) g(x, y) = 3xy 3 − 2x + 4

3. Calcule fy (0, 0) para a função

(
y 3 −x2
x2 +y 2
, se (x, y) ̸= (0, 0)
f (x, y) =
0, se (x, y) = (0, 0)


4. Encontre as derivadas parciais em relação a x e y da função f (x, y) = ln x2 e2y + 2x.

5. Calcule:

π
f (x, y) = sen (xy) − x3 y 2 .

(a) fx 4,2 e Dfy (0, 3) para
2
(b) g3 (1, −1, −1) para g(x, y, z) = ln(xyz)ex y z .

6. Considere a função f (x, y) = 3x2 y − 4y + x ln x2 . Calcule f1 , f12 , f21 , f221 e f212 .


5.9. EXERCÍCIOS 53

7. Calcule todas as derivadas parciais de segunda ordem da função f (x, y, z) = x2 sen (yz).
∂z ∂z
8. Determine
∂x e ∂y se z é denido implicitamente como função de x e y em cada item
abaixo:

(a) x2 + y 3 − x2 z = 3 (b) x2 + xy 2 + xyz 3 − 3 = 0.


Referências Bibliográcas

[1] GUIDORIZZI, H. Um curso de Cálculo, Vol. 1 e Vol. 2. 5.ed. Rio de Janeiro: LTC,
2001.

[2] LEITHOLD, L. Cálculo com geometria analítica. 3.ed. São Paulo: Harbra, 1994.

[3] STEWART, J. Cálculo, Vol. 2. 7.ed. São Paulo: Cengage Learnig, 2013.

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