Física, Tecnologia, CQ e Auditoria em Radiofarmácia Hospitalar e
Terapias Associadas
Como desenvolver controle de qualidade (físico-químico, químico, radioquímico,
radionuclídeo, microbiológico, biológico) de radiofármacos e validação de método analítico?
Radiofármacos são preparações farmacêuticas com finalidade diagnóstica ou
terapêutica que, quando prontas para o uso , contêm um ou mais radionuclídeos. Os radiofármacos compreendem, também, os componentes não-radioativos para marcação e os radionuclídeos, incluindo os componentes extraídos dos geradores de radionuclídeos. A produção dos radiofármacos deverá atender os requisitos das Boas Práticas de Fabricação (BPF) de Radiofármacos, além de atender às especificações farmacológicas. Os radiofármacos têm a sua produção, suprimento, estocagem, uso e despejo regulamentados pela legislação nacional vigente. Os radiofármacos devem ser mantidos em recipientes vedados e em local suficientemente protegido para evitar irradiação do pessoal por emissões primárias ou secundárias, de acordo com regulamentos nacionais e internacionais sobre manuseio de substâncias radioativas. Radiofármacos injetáveis devem ser preparados de acordo com as BPF de modo a assegurar a esterilidade, atendendo aos critérios do Teste de esterilidade.Por causa das características radioativas das preparações, não é praticável atrasar a liberação de alguns produtos farmacêuticos radioativos por conta do teste de esterilidade. Em tais casos, os resultados dos testes de esterilidade fornecem apenas evidência retrospectiva confirmatória para a garantia da esterilidade, que, portanto, depende dos métodos iniciais estabelecidos na fabricação e nos procedimentos de validação/certificação. No caso de radiofármacos preparados em pequenos lotes e para os quais a execução do teste de esterilidade apresenta grau elevado de risco radiológico, a quantidade de amostra requerida no teste de esterilidade deve ser considerada. Se a preparação radiofarmacêutica é esterilizada por filtração ou processada assepticamente, a validação do processo é necessária. Para estabelecer a pureza radionuclídica da preparação, a radioatividade e a identidade de cada radionuclídeo presente devem ser conhecidas. O método mais comumente utilizado para examinar a pureza radionuclídica é o da espectrometria gama. Não é um método totalmente preciso porque as impurezas alfa e beta-emissoras geralmente não são detectáveis e, quando são empregados detectores de iodeto de sódio, os picos devidos às impurezas são frequentemente encobertos pelo espectro do radionuclídeo principal. Por exemplo, o espectro de raios gama não deve diferir significativamente daquele da fonte padrão) e pode estabelecer limites para impurezas radionuclídeos específicas (por exemplo, molibdênio-99 em tecnécio-99m). Essas exigências são necessárias embora elas por si só não sejam suficientes para assegurar que a pureza radionuclídica da preparação seja adequada para uso humano. O fabricante deve analisar seus produtos, especialmente as preparações de radionuclídeos de meia vida curta, quanto à presença de impurezas de meia-vida longa, após período conveniente de decaimento. Dessa maneira, podem ser obtidas informações sobre a adequação dos processos de fabricação e dos procedimentos de controle. A determinação da pureza radioquímica requer a separação das substâncias químicas diferentes contendo o radionuclídeo e a estimativa da porcentagem da radioatividade associada à substância química declarada. A atividade específica é calculada relacionando-se a concentração radioativa (radioatividade por unidade de volume) com a concentração da substância química em análise, após verificação de que a radioatividade é devida somente ao radionuclídeo (pureza radionuclídica) e à espécie química (pureza radioquímica) em questão. A atividade específica muda com o tempo, devendo ser expressa tendo como referência a data e, se necessário, a hora. A especificação deve ser garantida durante todo o período de validade do radiofármaco. Atenção especial deve ser dada à validação de processos, incluindo validação dos métodos de esterilização, controle de processo e monitoramento dos parâmetros estabelecidos, especialmente do ambiente, particularmente quando o produto necessita ser liberado antes da conclusão dos ensaios de controle, como ocorre com a maioria dos radiofármacos. A produção de radiofármacos tem várias peculiaridades e envolve dois aspectos fundamentais: a proteção radiológica e o trabalho em condições especiais de assepsia. O manuseio de radiofármacos é potencialmente perigoso. O nível de risco depende particularmente do tipo de radiação emitida e do tempo de meia‑vida do radioisótopo usado. Atenção especial deve ser dada ao risco da contaminação cruzada, assim como ao rejeito produzido no final de cada linha de produção de radiofármacos. A produção conta ainda com rigoroso controle de processo, que deve ser feito preconizando a não contaminação cruzada, o menor grau de exposição do operador e a eficácia do produto final. O controle de qualidade por sua vez inclui: integridade da embalagem do produto final, pureza radioquímica, pureza radionuclídica, pureza radiativa, pureza química, esterilidade e pirogênio. Todos esses parâmetros devem ser rigorosamente analisados, para tanto se faz uso de técnicas modernas de análise, a saber: Cromatografia Líquida de Alta Resolução, Cromatografia Gasosa e Teste de Esterilidade e Apirogenicidade. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICAS CONTROLE DE QUALIDADE DE RADIOF�RMACOS. Disponível em: <http://www.sbpcnet.org.br/livro/56ra/banco_conf_simp/textos/laviniabrito.htm>. Acesso em: 16 dez. 2022.
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