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FEUP – MIEQ - Análise Matemática II Caderno de exercícios (resolvidos)

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12. TÓPICOS DE ANÁLISE VETORIAL


12.1. Integrais de linha: definição e avaliação
12.2. Integrais de linha e campos vetoriais
12.3. Integrais de superfície: definição e avaliação
12.4. Integrais de superfície e campos vetoriais

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Caderno de exercícios (resoluções) 12. Tópicos de Análise Vetorial
FEUP – MIEQ – Análise Matemática II 12. Tópicos de análise vetorial
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12.1. Integrais de linha: definição e avaliação

1. Para cada uma das seguintes curvas C, exprima ∫ f ( x, y) ds em termos de um integral ordinário em
C
ordem a um parâmetro t:
3
3
2 2 2
x y
a) x2 + y2 = 9; 2 b) + =1; 1
1
16 9
−4 −3 −2 −1 1 2 3 4
−1
−3 −2 −1 1 2 3
−1 −2

−2 −3

−3
3
3

c) 2
d) 2

1
1

−1 1 2 3 4
−1 1 2 3 −1
−1

4
1
e) y = x ∧ y = x; f) y = x ∧ y = 4;
2

2
1

Resolução:

a)
∫ f ( x, y) ds = 3 ∫0 f (3 cos t,3sent ) dt ;
C


b)
∫ f ( x, y) ds = ∫ f (4 cos t,3sent )
C 0
16sen2t + 9 cos2 t dt ;

1 1 1 1
c) ∫ f ( x, y) ds = 3∫0 f (3t,0) dt + 3∫0 f (3,3t ) dt + 3∫0 f (3 − 3t,3) dt + 3∫0 f (0,3 − 3t) dt ;
C

1 1 1
d)
∫ f ( x, y) ds = 5∫0 f (4t,3t ) dt + 3∫0 f (4,3 − 3t) dt + 4∫0 f (4 − 4t,0) dt ;
C

1 1
1 4t + 1
e) ∫
C
f ( x, y ) ds =
2 ∫
0
f(t, t )
t
dt – 2 f (t , t ) dt ;

0

2 1 1

∫ f ( x, y) ds = ∫0 f (t, t ) ∫ ∫
1 + 4t dt + 2 f (2 − 2t ,4) dt + 4 f (0,4 − 4t ) dt ;
2 2
f)
C 0 0

1
2. Calcule o integral de linha ∫1+ x
C
2
ds , em que C é a curva x = t, y = t2/2, 0 ≤ t ≤ 2.

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Resolução:
2 2
1 1
∫ 1+ t ∫
1
∫ 1+ x 1 + t dt =2
ds = dt . Faz-se uma mudança de variável: t = tg u ⇒ dt
2 2
C 0 0 1+ t 2

= sec u du e onde 1 + tg u = sec u. Portanto:


2 2 2

2 arctg 2

∫0 sec u du = [ln sec u + tg u ]


1

arctg 2
dt =
0
= ln |sec(arctg 2) + 2|.
0 1+ t 2

∫C (x )
− xy ds de (0, 4) até (4, 0) sendo C a circunferência x2 + y2 = 16.
2
3. Calcule

Resolução:
π /2

∫ (x )
− xy ds = 64
∫0 (sen t − cos t sen t )dt = 16(2π – 1) .
2 2

4. Determine a área de superfície do cilindro y = x2 de altura z = 4x, para 0 ≤ x ≤ 3 (esboce esta


superfície).
Resolução:
3 z
A=
∫C 4 x ds = ∫0
1
4 x 1 + 4 x dx = 37 37 − 1 .
3
2
( )
x

5. Uma peça de motor em aço tem forma cilíndrica circular de raio 2 e cuja altura pode ser
representada pela função z = 1 + y2 (estando a base centrada na origem de coordenadas). Esboce
esta peça e determine a sua área de superfície lateral. z
Resolução:

∫C (1 + y ∫0
) ds = 2 (1 + 4sen 2t )dt = 12π .
2
A=

y
6. Determine a área lateral do cilindro circular x + y = 4 2 2
x
cuja altura é delimitada pela superfície z = x2 – y2 + 4.
Resolução:
2π z

∫C ( x ∫0
− y + 4) ds = 8 (cos t − sen t + 1)dt = 16π .
2 2 2 2
A=

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y
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7. Calcular ∫C (2x − y)dx + (3 + 3y) dy ao longo da curva C:
a) C é a trajetória parabólica x = t ∧ y = 2t2, de (0, 0) a (2, 8);
b) C é a trajetória elíptica x = 4 sen t ∧ y = 3 cos t, de (0, 3) a (4, 0).
Resolução:

∫C (2x − y)dx + (3 + 3y) dy = ∫ [(2t − 2t ) + (3 + 6t )2t ]dt


2
2 2 176
a) = ;
3
0

π /2

∫C (2x − y)dx + (3 + 3 y) dy = ∫ [(8sen t − 3cos t )4cos t + (3 + 9cos t dt)(−3sen t )]dt =


13
b) − 3π .
2
0

8. Determine a massa de um filamento cuja forma é uma hélice x = 3cos t, y = 3sen t, z = 4t, (0
kx
≤ t ≤ π/2) se a densidade for δ = g/m (k > 0).
1 + y2

(nota: a massa de um filamento é


∫C δ ( x,y,z) ds )
Resolução:
π/ 2
3k cos t
m=
∫0 1 + 9sen 2t (− 3sen t )2 + (3 cos t )2 + 16 = 5k arctg 3.

9. Determine a massa de um filamento com a forma da curva x = 2t, y = ln t, z = 4 t , (1 ≤ t ≤ 4) se


a densidade for proporcional à distância acima do plano Oxy.
Resolução:
4

∫1 4k
136
m= t 4 + 1/ t 2 + 4 / t = .
3

10. O centro de massa de um filamento tridimensional, (x) , y), z) ) , é definido como sendo

)
∫ xδ ds ∫ xδ ds )
∫ yδ ds ∫ yδ ds ∫ zδ ds ∫ zδ ds
x = C = C , y = C = C e z) = C = C . Determine o centro
M

C
δ ds M

C
δ ds M

C
δ ds

de massa do arame com a forma de hélice x = a cos t, y = a sen t, z = bt, (0 ≤ t ≤ 3π) se a densidade
for constante.
Resolução:

M= ∫C δ ds = k ∫ (− asen t )2 + (a cos t )2 + b 2 = 3π k a 2 + b 2 ;
0

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∫C xδ ds ∫0 cos t dt = 0
)
= ka a + b
2 2
⇒ x =0 ;

∫C yδ ds ∫0 sen t dt = 2ka
2a
= ka a + b
2 2
a 2 + b 2 ⇒ y) = ;


9π 2 kb a 2 + b 2
∫ ∫0
3π b
zδ ds = kb a + b
2 2
t dt = ⇒ z) = .
2 2
C

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12.2. Integrais de linha e campos vetoriais

r r
1. Calcule ∫
C
F ⋅ dr nos seguintes casos:

r r
a) F = x 2 , xy , r = 2 cos t, 2 sen t , 0 ≤ t ≤ π ;

r x y r
b) F = , r = e t sen t, e t cos t , 0 ≤ t ≤ 1;
( ) ( )
,
2 3/ 2 2 3/ 2
x +y 2
x +y 2
r r
c) F = z, x, y , r = sen t, 3sen t, sen 2t , 0 ≤ t ≤ π/2.

Resolução:

∫ [4 cos ]
π
r r
a) ∫
C
F ⋅ dr =
0
2
t (−2sen t ) + 4 cos t sen t (2 cos t ) dt = 0 ;

1
r r
∫ ∫0 e
−t 1
b) F ⋅ dr = dt = 1 − ;
e
C

∫0 (7sen t cos t + 3sen t cos t ) dt = 6 .


π/ 2
r r

23
c) F ⋅ dr = 2

C
r
2. Calcule o trabalho realizado pela força F sobre um móvel que se desloca ao longo da curva C:
r
a) F = x 2 , xy , C: x = cos3t, y = sen3t, desde (1, 0) até (0, 1);
r
b) F = xy, x 2 , C: x = y2 desde (0, 0) to (1, 1);
r
c) F = − x, − y , C: no sentido contrário ao dos ponteiros do relógio, ao longo da semi-

circunferência x = − 4 − y 2 , desde (0, 2) to (0, –2);


r r
d) F = x, y, z , C: r = 2 cos t, 2sen t, t , 0 ≤ t ≤ 2π ;
r
e) F = yz, xz, xy , C: o segmento de reta de (0, 0, 0) para (5, 3, 2).

Resolução:

∫ [3 cos ]
π/ 2
r r

9
a) W = F ⋅ dr = 6
t cos 2 t ( −sen t ) + 3 cos3 t sen 3t sen 2t cos t dt = ;
35
C 0

∫ [y .2 y + y ]dy = 5 ;
1
r r

3
b) W = F ⋅ dr = 3 4

C 0

r r 3π/ 2
c) W = ∫
C
F ⋅ dr =
π/ 2
∫ [− 2 cos t (−2sen t ) − 2sen t 2 cos t ]dy = 0;
r r 2π
d) W = ∫
C
F ⋅ dr =
∫ [2 cos t (−2sen t ) + 2sen t 2 cos t + t ]dt = 2π
0
2
;

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Caderno de exercícios (resoluções) 12.2. Integrais de linha e campos vetoriais 12.2. 2
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1
r r
e) W = ∫
C

F ⋅ dr = 90 t 2 dt = 30.
0
r
3. Calcule o trabalho realizado pela força F sobre a partícula que se move no sentido contrário ao
do movimento dos ponteiros do relógio à volta do percurso C:
r
a) F = xy , (x + y) e C: x2 + y2 = 4;
r
b) F = e x − 3 y, e y + 6 x e C: r = 2 cos θ ;
r
c) F = x 3 / 2 − 3 y, 6 x + 5 y e C: fronteira do triângulo de vértices (0, 0), (5, 0) e (0, 5).

Resolução:
2π 2
r r  ∂Q ∂P 
a) W = ∫
C
F ⋅ dr =

C
Pdx + Qdy =
∫∫ D
 − dA =
 ∂x ∂y 
∫∫(1 − x)dA = ∫ dθ ∫ (1 − r
D 0 0
cos θ ) rdr = 4π ;

π 2 cos θ
r r  ∂Q ∂P 
b) W = ∫
C
F ⋅ dr =

C
Pdx + Qdy =
∫∫ D
 − dA =
 ∂x ∂y 
∫∫(6 + 3)dA = 9∫ dθ
D
∫ rdr = 9π ;
0 0

5 5− x
r r  ∂Q ∂P 
c) W = ∫
C

F ⋅ dr = Pdx + Qdy =
C
∫∫
D
 − dA =
 ∂x ∂y  ∫∫D (6 − 3)dA = 3∫ dx ∫ dy = 75/2.
0 0

4. Determine o trabalho realizado por uma pessoa que pese 75 kg para dar exatamente uma volta
numa escada helicoidal de raio 1 m e altura 3 m.
Resolução:
r 3t
F = 0, 0, − 75 ; C: x = cos t, y = sen t, z = , 0 ≤ t ≤ 2π ;

3(− 75)

r r
W= ∫
C
F ⋅ dr =
∫ 2π
dt = – 225 N.
0
r
5. Para o campo de forças F = a, a , 0 < a < 1, e a curva C representados na figura, obtenha por
r
∫C F ⋅ dr e justifique a sua resposta.
r
inspeção

4 4

−4 4 −4 4

−4 −4

Resolução:

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Caderno de exercícios (resoluções) 12.2. Integrais de linha e campos vetoriais 12.2. 3
FEUP – MIEQ – Análise Matemática II 12. Tópicos de análise vetorial
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r r
- No primeiro caso, à esquerda, a força e o percurso têm sempre a mesma direção, donde

C
F ⋅ dr

r
= F ⋅ d cosθ, onde d é a distância percorrida, e θ o ângulo formado entre o vetor força e o vetor

tangente ao percurso (θ = 0° ⇒ cosθ = 1). Portanto W = 2 a × 64 + 64 = 16a;


r
∫C F ⋅ dr
r
- No segundo caso, à direita, a força é sempre perpendicular à deslocação, logo = 0.

6. Verifique que os seguintes campos vetoriais são conservativos. Determine a função potencial
associada:
r
a) F = e xsen y + tg y, e x cos y + x sec 2 y ;
r
b) F = 5 y 3 + 4 y 3 sec 2 x, 15 xy 2 + 12 y 2 tg x ;
r
c) F = sen yz, xz cos yz, xy cos yz .

Resolução:
∂P ∂Q ∂P ∂Q r
a) = excos y + sec2y; = excos y + sec2y: = ⇒ F é conservativo;
∂y ∂x ∂y ∂x

φ= ∫ (e sen y + tg y )dx = e sen y + x tg y + k(y);


x x

∂φ dk dk
= excos y + x sec2y + ⇒ =0⇒k=C
∂y dy dy

⇒ φ = exsen y + x tg y + C;
∂P ∂Q ∂P ∂Q r
b) = 15y2 + 12y2 sec2x; = 15y2 + 12y2 sec2x: = ⇒ F é conservativo;
∂y ∂x ∂y ∂x

φ= ∫ (5 y )
+ 4 y 3 sec 2 x dx = 5y3x + 4y3 tg x + k(y);
3

∂φ dk dk
= 15y2x + 12y2 tg x + ⇒ =0⇒k=C
∂y dy dy

⇒ φ = 5y3x + 4y3 tg x + C;
∂P ∂Q
c) = z cos yz ; = z cos yz;
∂y ∂x

∂P ∂R
= y cos yz ; = y cos yz;
∂z ∂x

∂Q ∂R
= x cos yz – xyz sen yz; = x cos yz – xyz sen yz;
∂z ∂y

∂P ∂Q ∂P ∂R ∂Q ∂R r
= ∧ = ∧ = ⇒ F é conservativo;
∂y ∂x ∂z ∂x ∂z ∂y


φ = sen yz dx = x sen yz + k(y, z);

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Caderno de exercícios (resoluções) 12.2. Integrais de linha e campos vetoriais 12.2. 4
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∂φ ∂k ( y, z ) dk ( y, z )
= xz cos yz + ⇒ = 0 ⇒ k = k(z)
∂y ∂y dy

∂φ dk(z) dk(z)
= xy cos yz + ⇒ =0⇒k=C
∂z dz dz

⇒ φ = x sen yz + C.

7. Considere os dois campos de forças mostrados nas figuras i) e ii). Refira se serão, ou não,
conservativos. Justifique devidamente.
i) ii)

Resolução:
∂Q
i) Não é conservativo. Note, por exemplo no 1º quadrante, que >0 (como varia a
∂x
r ∂P r
componente y de F com x) e <0 (como varia a componente x de F com y), logo não se
∂y
∂Q ∂ P r
verifica a condição necessária e suficiente, = , para que F seja conservativo;
∂x ∂y
r
ii) O campo de forças é do tipo F = − a , b , a, b ∈ ℝ. O campo de forças é conservativo porque

∂Q ∂P
= = 0.
∂x ∂y

8. O laço do folium de Descartes, de equação x3 + y3 = 3axy, é apresentado


1
na figura junta (a = 1). Use o teorema de Green para calcular a sua área C2

(sugestão: parametrize a equação definindo o parâmetro t = y/x; verifique C1

também que a parte do laço abaixo de y = x corresponde a valores de 0 −1 1

≤ t ≤ 1). −1

Resolução:
1 0
3a t 2 (*)
ydx = – 9 a 2 t − 2t dt –
2 5

3a t 1 3 9 3 2
∧y= A= −
∫ (1 + t ) ∫ x dx = − 8 a
2
x= 3
; + a2 = a .
1+ t 3
1+ t 2 33 8 4
C1 +C 2 0 3 / 2a
(* ver problema 4 do capítulo 7.2)
9. Um móvel, partindo do ponto (1, 0) percorre a parte superior da semicircunferência x2 + y2 = 1 e
regressa ao ponto original através do eixo Ox. Use o teorema de Green para calcular o trabalho
r 1
exercido pela força F = xy 2 , x 3 + x 2 y sobre a partícula.
3

Resolução:

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Caderno de exercícios (resoluções) 12.2. Integrais de linha e campos vetoriais 12.2. 5
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1
r r  ∂Q ∂P 
W= ∫
C1 +C2
F ⋅ dr =
C
∫ P( x,y)dx + Q( x,y)dy = ∫∫
D
 − dA =
 ∂x ∂y 

1 1− x 2 1 π −1 1
π
= ∫
−1
dx ∫ ( x 2 + 2 xy − 2 xy)dy =
∫ x 2 1 − x 2 dx =
∫0 cos 2 t sen 2 t dt =
8
0 −1

se usar a mudança de variável x = cos t, ou, mais convenientemente, em coordenadas polares:


π 1
π
∫ cos ∫
2
= θ dθ r 2 r dr = .
8
0 0

10. Use o teorema de Green para validar as seguintes fórmulas:

dx sendo ( x , y ) o centroide da região de área A delimitada


1
a) x = ∫C x dy e y = − 1
∫y
2 2
2A 2A
C

pela curva simples fechada C;


b) A área da porção de plano delimitada pela curva simples fechada C dada em coordenadas
1
polares é A = ∫ r dθ .
2
2
C

Resolução:

∫∫ x dA 1 1
a) Por definição x = R ⇒ x = ∫∫R x dA ⇒ x = 2 A ∫∫R 2x dA
∫∫ dA
R
A

∂Q
Pelo teorema de Green:
∫∫ 2 x dA = ∫ Pdx + Qdy sendo C a curva que delimita R e se
R C
∂x

∂P 1
∫∫ ∫ x 2 dy ⇒ x =
∫C x dy ;
2
– = 2x ⇒ (por exemplo) Q = x2 e P = 0 ⇒ 2 x dA =
∂y 2A
R C

∫∫ y dA 1 1
De modo idêntico, y = R ⇒ y = ∫∫R y dA ⇒ y = 2 A ∫∫R 2 y dA
∫∫ dA
R
A

∂Q
Pelo teorema de Green: ∫∫2 y dA = ∫ Pdx + Qdy sendo C a curva que delimita R e se
R C
∂x

∂P 1
∫∫2 y dA =– ∫ y dx ⇒ y = − 2A C∫ y dx ;
2
– = 2y ⇒ (por exemplo) Q = 0 e P = – y2 ⇒ 2
∂y
R C

1
b) Usando A = ∫∫ dA = 2 ∫ x dy − y dx com x = r(θ)cos θ e y = r(θ)sen θ, tem-se que:
R C

 dr 
y dx = r(θ)sen θ  cos θ − r (θ )senθ  dθ
 dθ 

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Caderno de exercícios (resoluções) 12.2. Integrais de linha e campos vetoriais 12.2. 6
FEUP – MIEQ – Análise Matemática II 12. Tópicos de análise vetorial
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 dr 
x dy = r(θ) cos θ  senθ + r(θ ) cos θ  dθ
 dθ 

1
substituindo na equação acima e simplificando, obtém-se diretamente A = ∫ r dθ .
2
2
C

11. a) Mostre que se C for o segmento de reta entre os pontos (x1, y1) e (x2, y2), então

∫ − y dx + x dy = x y
C
1 2 – x 2y 1;

b) Sejam (x1, y1), (x2, y2), …, (xn, yn) os vértices de um polígono. Mostre que a sua área é dada por

A=
1
2
[(x1 y2 − x2 y1 ) + (x2 y3 − x3 y2 ) + ... + (xn-1 yn − xn yn −1 ) + (xn y1 − x1 yn )] .

Resolução:
 x = x1 + ( x2 − x1 )t
a) Verifique que a curva C pode ser parametrizada como sendo  com 0
 y = y1 + ( y2 − y1 )t
≤ t ≤ 1. Assim:
1

∫C -y dx + x dy = ∫ {[(− y 0
1 − ( y2 − y1 )t ]( x2 − x1 ) + [x1 + ( x2 − x1 )t ]( y2 − y1 )}dt =

1
= ∫ [x ( y
0
1 2 − y1 ) − y1 ( x2 − x1 )]dt = x1y2 – y1x2 c.q.d.;

n
1
∫ ∑
1
b) Pelo corolário do teorema de Green, A =
2
− ydx + x dy =
C
2
i=
∫ − ydx + x dy onde cada um
1 Ci

dos integrais de linha é sobre cada um dos lados Ci do polígono. Portanto, tendo em conta o

resultado da alínea anterior


Ci
∫ − ydx + x dy = x y i i+1 – xi+1 yi .

Obtém-se o resultado pretendido se somarmos todos estes integrais desde i = 1 até n. Note
que para i = n, xn+1 = x1 e yn+1 = y1.

∫C y
n
12. Considere o integral de linha dx + x n dy onde C é a fronteira da região contida entre os

gráficos de y = a 2 − x 2 , (a > 0), y ≥ 0.


a) Calcule o integral de linha usando o teorema de Green para n ímpar (n = 1, 3, 5, 7);
b) Calcule o integral de linha usando o teorema de Green para n par (n = 2, 4, 6, 8).

Resolução:

a2 − x2

∫-a dx ∫0 (x )
a

∫C y ∫∫D (x )
− y n −1 dA = n − y n −1 dy =
n n-1
dx + x n dy = n n-1


Caderno de exercícios (resoluções) 12.2. Integrais de linha e campos vetoriais 12.2. 7
FEUP – MIEQ – Análise Matemática II 12. Tópicos de análise vetorial
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a a

∫ (a )
n/ 2
∫x
n-1 2 2 2
= n a − x dx − − x2 dx
-a −a

Usa-se uma mudança de variável: x = a sen t; dx = a cos t dt


π/ 2 π/ 2 -a -a


n +1 n −1
∫-ππ cos
2 n +1 n +1
=n a sen t cos t dx – a t dx
-ππ2 2

a) Para n ímpar:
π/ 2 π/ 2
⇒ a2
∫ cos2 t dx – a 2

2
n=1 cos t dx = 0;
-ππ 2 -ππ 2

π/ 2 π/ 2
⇒ 3 a4
∫ sen 2t cos 2 t dx – a 4
∫-ππ cos
4
n=3 t dx = 0;
-ππ 2 2

π/ 2 π/ 2

∫2sen t cos ∫-ππ cos
6 4 2 6 6
n=5 5 a t dx – a t dx = 0;
-ππ 2

π/ 2 π/ 2

∫ sen t cos ∫-ππ cos
8 8
n=7 7 a 8 6 2
t dx – a t dx = 0;
-ππ2 2

b) Para n par:
π/ 2 π/ 2
4a 3

∫ ∫ cos3 t dx = −
3 2 3
n=2 2 a sen t cos t dx – a ;
3
-ππ2 -ππ2

π/ 2 π/ 2
16a5

∫ ∫ cos 5 t dx = −
5 3 2 5
n=4 4 a sen t cos t dx – a ;
15
-ππ2 -ππ2

π/ 2 π/ 2
32a 7

∫ ∫ cos 7 t dx = −
7 5 2 7
n=6 6 a sen t cos t dx – a ;
35
-ππ2 -ππ2

π/ 2 π/ 2
256a9
n=8 ⇒ 8 a9

-ππ2
sen 7t cos 2 t dx – a 9
-ππ2
∫ cos 9 t dx = −
315
.


Caderno de exercícios (resoluções) 12.2. Integrais de linha e campos vetoriais 12.2. 8
FEUP – MIEQ – Análise Matemática II 12. Tópicos de análise vetorial
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12.3. Integrais de superfície: definição e avaliação

(os problemas 1., 2., 3. e 4. são exercícios de revisão sobre superfícies paramétricas, assunto já tratado na secção 11.5)

1. Faça uma correspondência entre o gráfico e a função de valores vetoriais:


z z
z
z

x y
x x
y x y
i) ii) iii) iv) z
r
a) r (u, v) = u cos v, u sen v, u ;
r
b) r (u, v) = 4 cos u, 4sen u, v ;
r
c) r (u, v) = u cos v, u sen v, u ;
2

r
d) r (u, v) = sen u cos v, sen u sen v, cos u ; v)
x y
r
e) r (u, v) = u, v, u − v .
2 2

Resolução:

a) É um cone circular de inclinação a 45° e de eixo Oz, gráfico iv;


b) É um cilindro circular vertical de raio 4, gráfico iii);
c) É um paraboloide circular de eixo Oz, gráfico v);
d) É uma esfera de raio 1, gráfico ii);
e) É um paraboloide hiperbólico, gráfico i.

r
2. Diga em que difere o gráfico das superfícies s (u, v) dadas relativamente ao gráfico de
r
r (u, v) = u cos v, u sen v, u2 , 0 ≤ u ≤ 2, 0 ≤ v ≤ 2π ;

r
a) s (u, v) = u cos v, u sen v, − u , 0 ≤ u ≤ 2, 0 ≤ v ≤ 2π ;
2

r
b) s (u, v) = u cos v, u , u sen v , 0 ≤ u ≤ 2, 0 ≤ v ≤ 2π ;
2

r
c) s (u, v ) = u cos v, 2u sen v, u 2 , 0 ≤ u ≤ 2, 0 ≤ v ≤ 2π ;

r
d) s (u, v ) = v cos u, v sen u, v 2 , 0 ≤ u ≤ 2, 0 ≤ v ≤ 2π ;

r
e) s (u, v) = 4u cos v, 4u sen v, 16u , 0 ≤ u ≤ 2, 0 ≤ v ≤ 2π ;
2

r
f) s (u, v) = 4u cos v, 4u sen v, u2 , 0 ≤ u ≤ 2, 0 ≤ v ≤ 2π .


Caderno de exercícios (resoluções) 12.4. Integrais de superfície: e campos vetoriais 12.4. 1
FEUP – MIEQ – Análise Matemática II 12. Tópicos de análise vetorial
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Resolução:
r
O gráfico de r (u, v) = u cos v, u sen v, u2 é um paraboloide circular vertical (eixo de simetria

sobre Oz), de concavidade virada para Oz+, terminando em z = 4.


r
a) É o mesmo paraboloide mas de concavidade virada para Oz-, simétrico a r (u, v) relativamente

ao plano Oxy;
b) É o mesmo paraboloide mas de eixo sobre Oy e de concavidade virada para Oy+;
c) Paraboloide elíptico vertical de concavidade virada para Oz+;
d) É o mesmo paraboloide;
e) É o mesmo paraboloide mas mais longo, terminando em z = 64;
f) É o mesmo paraboloide, mas mais largo. O traço em z = 4, onde termina, é uma circunferência
de raio 8, e não de raio 2 como o paraboloide original.

3. Obtenha a função vetorial cujo gráfico é a superfície indicada:


a) O plano z = y;
b) O plano x + y + z = 6;
c) O cilindro x2 + z2 = 16;
d) O cilindro 4x2 + z2 = 16;
e) O cilindro z = x2;

x2 y2
f) O elipsoide + + z2 = 1 ;
9 4
g) A parte do plano z = 4 que se encontra dentro do cilindro x2 + y2 = 9;
h) A parte do paraboloide x2 + y2 = z que se encontra dentro do cilindro x2 + y2 = 9.

Resolução:
r
a) r (u, v) = u, v, v , – ∞ ≤ u ≤ +∞, – ∞ ≤ v ≤ ∞ ;
r
b) r (u, v) = u, v, 6 − u − v , – ∞ ≤ u ≤ +∞, – ∞ ≤ v ≤ ∞ ;
r
c) r (u, v) = 4 cos v, u, 4 sen v , – ∞ ≤ u ≤ +∞, 0 ≤ v ≤ 2π ;
r
d) r (u, v) = 2 cos v, u, 4 sen v , – ∞ ≤ u ≤ +∞, 0 ≤ v ≤ 2π ;
r
e) r (u, v) = u, v, u2 , – ∞ ≤ u ≤ +∞, – ∞ ≤ v ≤ ∞ ;
r
f) r (u, v) = 3sen u cos v, 2sen u sen v,cos u , 0 ≤ u ≤ π, 0 ≤ v ≤ 2π ;
r
g) r (u, v) = u cos v, u sen v, 4 , 0 ≤ u ≤ 3, 0 ≤ v ≤ 2π ;
r
h) r (u, v) = u cos v, u sen v, u , 0 ≤ u ≤ 3, 0 ≤ v ≤ 2π .
2

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Caderno de exercícios (resoluções) 12.4. Integrais de superfície: e campos vetoriais 12.4. 2
FEUP – MIEQ – Análise Matemática II 12. Tópicos de análise vetorial
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4. Escreva as equações paramétricas da superfície obtida por revolução do gráfico da função dada
em torno do eixo indicado:
a) y = x/2, 0 ≤ x ≤ 6, em torno de Ox;
b) y = x3/2, 0 ≤ x ≤ 4, em torno de Ox;
c) x = sen z, 0 ≤ z ≤ π, em torno de Oz;
d) z = 4 – y2, 0 ≤ y ≤ 2, em torno de Oy.
Resolução:
u

a) u/ 2 cos v , 0 ≤ u ≤ 6, 0 ≤ v ≤ 2π ;
u/ 2 sen v

u

b) u 3 / 2 cos v , 0 ≤ u ≤ 4, 0 ≤ v ≤ 2π ;
u 3 / 2 sen v

sen u sen v
c) sen u cos v , 0 ≤ u ≤ π, 0 ≤ v ≤ 2π ;
u

( )
 4 − u 2 cos v
d) u , 0 ≤ u ≤ 2, 0 ≤ v ≤ 2π .
( )
 4 − u 2 sen v

5. Calcule ∫∫σ f (x,y,z) dS :


a) f ( x, y, z ) = x2, σ : porção de z = x3 acima do triângulo no plano Oxy de vértices (0, 0), (1, 0) e

(1, 1);

b) f ( x, y, z ) = y, σ : porção do plano z = x + y que se encontra no primeiro octante e dentro do

cilindro elíptico 4x2 + 9y2 = 36;

( )
c) f ( x, y, z ) = x2 + z2, σ : porção do cone x = 3 y 2 + z 2 para 0 ≤ x ≤ 3;

x2 + z2
d) f ( x, y, z ) = , σ : porção do cilindro de eixo paralelo a Oy e de raio 5, para 1 ≤ y ≤ 3;
y3

e) f ( x, y, z ) =sen y + cos z, σ : porção do plano x + y + z = 1 que se encontra no 1º octante.


z
Resolução:
σ
a) A superfície σ é dada na forma z = f ( x, y ) ⇒

∫∫ f ( x , y , z ) dS = ∫∫ f (x,y,f ( x,y))
σ D
z x2 + z 2y + 1 dA x
D

(1,1)

y
Caderno de exercícios (resoluções) 12.4. Integrais de superfície: e campos vetoriais 12.4. 3
FEUP – MIEQ – Análise Matemática II 12. Tópicos de análise vetorial
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onde a D é a projeção da superfície sobre o plano Oxy.

1 x
103 / 2 − 1 z
f (x,y,z) dS = dx
⇒ ∫∫σ ∫ ∫ x 2 9 x 4 + 1 dy =
54
;
0 0
σ
3 2 / 3 9− x 2
b) ∫∫σ f (x,y,z) dS = 3 ∫ dx ∫ y 0 0
dy = 4 3 ;

2 y
c) A superfície pode ser parametrizada usando a forma explícita: D

3( y 2 + z 2 ) ,y,z , com D = {(y, z): y2 + z2 ≤ 3};


r
r ( y, z ) = 3
x

∫∫σ f (x,y,z) dS = 2∫∫ [3(y 2 + z 2 ) + z 2 ]dA =


r
N =2 ⇒ z
√3
D

2π 3
63 π
∫ (3r 2 + r 2 sen 2 θ )rdr
D

= 2 dθ
0 0
=
2
;
√3
y
_____________ x
σ
Alternativamente, a superfície pode ser parametrizada como:

r 3 3
r (u, v) = u , u cos v, u sen v , 0 ≤ u ≤ 3, 0 ≤ v ≤ 2π ;
3 3

3 2π
 sen 2 v  63 π
f (x,y,z) dS = 2 u 3du
r
∫∫σ
2
N = u ⇒
3 3 ∫
0

0
1 +
 3 
dv =
2
;

d) O cilindro pode ser parametrizado como:


r r
r (u, v) = 5 cos v , u,5sen v , 1 ≤ u ≤ 3, 0 ≤ v ≤ 2π ; N = 5 ⇒

3 2π
f (x,y,z) dS = 125
∫∫σ
1 1000 π
∫u ∫ dv =
z
3
du ;
9
1 0
1
1 1− y
e) ∫∫σ f (x,y,z) dS = 3 ∫ dy ∫ (sen y + cos z )dz =
0 0

= 3 (2 – sem 1 – cos 1).


D σ
1 y


1 x

Caderno de exercícios (resoluções) 12.4. Integrais de superfície: e campos vetoriais 12.4. 4


FEUP – MIEQ – Análise Matemática II 12. Tópicos de análise vetorial

6. Calcule ∫∫σ f (x,y,z)dS :
a) f ( x, y, z ) = x2 + y2 + z2 , σ : z = x + 2 ∧ x2 + y2 ≤ 1;

b) f ( x, y, z ) = xy/z , σ : z = x2 + y2 ∧ 4 ≤ x2 + y2 ≤ 16;

c) f ( x, y, z ) = x 2 + y 2 + z 2 , σ : z = x 2 + y 2 ∧ x2 + y2 ≤ 4;

d) f ( x, y, z ) = x 2 + y 2 + z 2 , σ : z = x 2 + y 2 ∧ (x – 1)2 + y2 ≤ 1;

e) f ( x, y, z ) = x2 + y2 + z2 , σ : x2 + y2 = 9 ∧ 0 ≤ x ≤ 3 ∧ 0 ≤ y ≤ 3 ∧ 0 ≤ z ≤ 3;

f) f ( x, y, z ) = x2 + y2 + z2 , σ : x2 + y2 = 9 ∧ 0 ≤ x ≤ 3 ∧ 0 ≤ z ≤ x.

Resolução:

1 1− x 2 z
19 2 π
a) ∫∫σ f (x,y,z) dS = 2 ∫ dx ∫ −1
x + y + ( x + 2) dy =
2 2 2
4
− 1− x 2

(o integral resolve-se em coordenadas polares); σ


ou

∫ ∫[ ]
2π 1
19 2 π
∫∫σ f ( x,y,z) dS = 2 dt u u 2 + (u cos t + 2 )2 du =
4
0 0 z
−1 −1
2π 4 D
b) ∫∫σ f (x,y,z) dS = ∫ dt ∫ u cos t sen t 4u 2 + 1du = 0 x 1 1 y
0 2
σ

2 z
2
x 4 D
2
y σ
2 4− x
32 π
c) ∫∫σ f (x,y,z)) dS = 2 ∫ dx ∫
−2
x 2 + y 2 dy =
3
− 4− x 2
−2 −2
(o integral resolve-se em coordenadas polares);
2π 2 D
f ( x,y,z) dS = 2 dt u du =
2
∫∫σ
32 π x
∫0 ∫0
2 2
ou ; z y
3

π/ 2 2 cos θ σ
∫∫σ f (x,y,z) dS = 2 ∫ dθ ∫ 2 64
d) r dr = ;
9
− π/ 2 0

x D
2 y

Caderno de exercícios (resoluções) 12.4. Integrais de superfície: e campos vetoriais 12.4. 5
FEUP – MIEQ – Análise Matemática II 12. Tópicos de análise vetorial

3

π/ 2 3 z
σ
∫∫σ f ( x,y,z) dS = 3 du (9 + v 2 ) dv = 54π ;
e)
∫0 ∫0
y
3
z
σ
π/ 2 3 cos u

∫∫σ f ( x,y,z) dS = 3
∫ ∫ (9 + v 2
f) du ) dv = 198. −3 3
x
− /2
π 0
3
x
3

y
12.4. Integrais de superfície e campos vetoriais

12.4.2. Fluxo

r
1. Determine o fluxo Φ de F através de σ:
r
a) F = 1, 1, 1 , σ: z = x 2 + y 2 ∧ 0 ≤ z ≤ 1 e orientada para fora;
r
b) F = x, y, z , σ: x2 + z2 = 1 ∧ –2 ≤ y ≤ 1 e orientada para fora. z

Resolução:
σ
2π 1
a) Φ =
∫ dv ∫ (u cos v + u sen v -u) du = – π ;
0 0

x y
z
2π 1
b) Φ = ∫ dv ∫ cos v, u, sen v
0 −2
• cos v, 0, sen v du = 6π ; σ

y
x

r
2. Se F = 2x, − 3 y, z for o vetor velocidade em m/s em cada ponto x, y e z (expressos em m) no

seio de um fluido incompressível escoando em estado estacionário, determine o volume que


passa na direção ascendente através da porção do plano x + y + z = 1 no 1º octante em 1s.
Resolução:


Caderno de exercícios (resoluções) 12.4. Integrais de superfície: e campos vetoriais 12.4. 6
FEUP – MIEQ – Análise Matemática II 12. Tópicos de análise vetorial

r z
Este volume por unidade de tempo é o fluxo de F através da superfície dada:
1
1 1− x
r r r r
Φ= ∫∫σ F • n dS =
∫∫D F • N dA =
∫ dx ∫ 2x, − 3 y,1 − x − y
0 0
• 1, 1, 1 dy = 0.

1 D
x
1
y
r
3. Se F = y, − z, 8 for o vetor velocidade em m/s em cada ponto x, y e z (expressos em m) no seio

de um fluido incompressível escoando em estado estacionário, determine o fluxo na direção


negativa do eixo Ox através da porção de paraboloide x = y2 + z2 para x ≤ 1 e z ≥ 0, orientada no
sentido de x negativo.
Resolução:
z
1 1− y 2
1
∫ ∫
32
Φ= dy y, − z,8 • − 1,2 y,2 z dz = ;
3
−1 0
D
ou
σ
1 π/ 2

∫0 du−π∫/ 2u sen v, − u cos v,8 •


32 x
Φ= − u, 2u 2sen v,2u 2 cos v dz = .
3
1
y
r
4. Se F = 0, 0, 1/ 2 z for o vetor velocidade em m/s em cada ponto x, y e z (expressos em m) no

seio de um fluido incompressível de densidade ρ escoando em estado estacionário, determine a


massa se fluido que atravessa no sentido ascendente as superfícies:
a) S: z = 16 – x2 – y2, z ≥ 0;
z
b) S: z = 16 − x 2 − y 2 .
16
Resolução:

4 4− x 2
16 − x 2 − y 2
a) Φ =

−4
dx
∫ 0,0,
2
• 2 x,2 y,1 dy = 64π ;

− 4− x 2
σ
ou
2π 4
16 − u 2
Φ=
∫0 ∫0dv 0,0,
2
• 2u 2 cos v,2u 2sen v, u dz = 64π ;
x 4
D
4 y


Caderno de exercícios (resoluções) 12.4. Integrais de superfície: e campos vetoriais 12.4. 7
FEUP – MIEQ – Análise Matemática II 12. Tópicos de análise vetorial

π/ 2 2π z
64 π
Φ = 16 dv
∫0 ∫0
2 2
b) 0,0 ,2 cos v • cos u sen v, sen u sen v, sen v cos v du = .
3

x 4 4 y
r
5. Determine o fluxo do fluido incompressível cujo campo de velocidade é F = − x,− 2x,z −1

através da porção de cilindro z = 4 – y2 no 1º octante delimitado pelo plano y = x e pelos planos


z
coordenados e orientada no sentido ascendente.
Resolução:
2 y
Φ=
∫0 dy ∫0 − x, − 2x,3 − y
2
• 0 , 2 y, 1 dx = –6.

2
D y
x

r y x xy
6. Calcule o fluxo de F = , , para fora da superfície σ (isto é, distanciando-se do eixo Oz) assim
z z z

definida: σ: x2 + y2 = z; 1 ≤ x2 + y2 ≤ 4; x ≥ 0 ∧ y ≥ 0. z

Resolução:
r
r ( x,y ) = x,y,x 2 + y 2
r
N ( x,y) = − 2 x, − 2 y,1
r σ
Este vetor está orientado no sentido contrário ao pretendido, usa-se – N :
r r xy
Φ=
∫∫D F • N dA = 3 ∫∫ ( x
D
2
+ y2 )
dA

Em coordenadas polares: 1 2
1 y
π/ 2 2 D
3 2
∫0 senθ cos θ dθ ∫1 r dr = 4 .
_____________________ x
Alternativamente:
Pode parametrizar-se a superfície (é uma superfície de revolução de z = x2, ou z = y2, à volta de
Oz):


Caderno de exercícios (resoluções) 12.4. Integrais de superfície: e campos vetoriais 12.4. 8
FEUP – MIEQ – Análise Matemática II 12. Tópicos de análise vetorial

 x = u cos v

σ:  y = usen v , 1 ≤ u ≤ 2 ∧ 0 ≤ v ≤ π/2 (= D)
z = u 2

donde se obtém:
r r
r ∂r ∂r
–N = × = 2u 2 cos v,2u 2senv, − u
∂u ∂u
r sen v cosv
F= , ,senv cosv
u u
π/ 2 2
Φ=3
∫0 senv cos v dv ∫1 u dr …

7. Seja σ o hemisfério x2 + y2 + z2 = 1, x ≤ 0. Qual dos seguintes integrais representa o fluxo para fora
de σ (i. e., no sentido de afastamento da origem)?
r r r r
r ∂r ∂r r ∂r ∂r
a) ∫∫
F ( x,y,z( x,y )) × dxdy ;
D xy
∂x ∂y
b) ∫∫
F ( x,y,z( x,y )) × dydx
D xy
∂y ∂x

r r r r
r ∂r ∂r r ∂r ∂r
c) ∫∫
D xz
F ( x,y( x,z ) ,z ) × dxdz ;
∂x ∂z
d) ∫∫
D xz
F ( x,y( x,z ) ,z ) × dzdx
∂z ∂x

r r r r
r ∂r ∂r r ∂r ∂r
e) ∫∫
D yz
F ( x( y,z ) ,y,z ) × dydz ;
∂y ∂z
f) ∫∫
D yz
F ( x( y,z ) ,y,z ) × dzdy .
∂z ∂y

Resolução:
Será e) ou f), porque a superfície só é univocamente parametrizada a partir da sua projeção sobre
Oyz, a que corresponde Dyz, um círculo de raio 1. Resta deduzir o sentido do vetor normal, o que

depende da parametrização de σ. No caso de usar a equação explícita em x, x = − 1 − y 2 − z 2 ,


r ∂rr ∂rr
N= × = 1, x y , x z que tem o sentido de Ox+ o que não se pretende. Logo, é f).
∂y ∂z

12.4.3. Teorema da divergência (de Gauss)


8. Verifique a validade da fórmula do teorema da divergência calculando o integral de superfície e o
integral triplo:
r
a) F = 2 x − y, − (2 y − z), z ; T: região delimitada pelo plano 2x + 4y + 2z = 12 e os planos

coordenados;
r
b) F = xy, z, x+ y ; T: região delimitada pelos planos y = 4, z = 4 – x e os planos coordenados;
r
c) F = x, y, z ; T: a esfera de equação x2 + y2 + z2 = 1;


Caderno de exercícios (resoluções) 12.4. Integrais de superfície: e campos vetoriais 12.4. 9
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r
d) F = 2 x, − yz, z 2 ; T: região delimitada pelo paraboloide z = x2 + y2 ‘tapado’ pelo círculo x2

+ y2 = 1 em z = 1;
r
e) F = 2 x, − 2 y, z ; T: o cilindro x2 + y2 = 4, 0 ≤ z ≤ h.
2

r
f) F = x 2 ,z,y ; T: o cone x = y 2 + z 2 , 0 ≤ x ≤ 1.

Resolução: z
a) A) Integral de superfície: 6

4 
r r  r r 
∫∫σ F • n dS = ∑ ∫∫  F • n dS 
i =1  σ i 
 
σ4
3 6− 2 y
r σ1
∫∫ F ∫ dy ∫ 2 x − y, − (2 y − z),z
r
i) • n dS = • − 1,0 ,0 dz = 9; σ3
σ1 0 0
3
3 6− 2 y σ2 y
r r
ii)
∫∫
σ2
F • n dS =
∫ dy ∫ 2 x − y, − (2 y − z),z
0 0
• 0,0 , − 1 dx = 0;
x
6

6 6− x
r r
iii)
∫∫
σ3
F • n dS =
∫ dx ∫ 2 x − y, − (2 y − z),z
0 0
• 0 , − 1,0 dz = –36;

3 6−2 y
r r
iv)
∫∫ F • n dS =
∫ dy ∫ 2 x − y, − (2 y − z ),z
0 0
• 1,2 ,1 dz = 45;
σ4

4  
r r  r r 
⇒ ∫∫σ F • n dS = ∑ ∫∫

i =1 σ i
F • n dS  = 18;

 
3 6−2 y 6−2 y − z
r
B) Integral triplo: ∫∫∫
T
div F dV =

0
dy ∫
0
dz ∫ (2 − 2 + 1) dx = 18.
0

b) A) Integral de superfície: z
5   4
r r  r r 
∫∫σ F • n dS = ∑ ∫∫  F • n dS 
i =1  σ i 
  σ4
4 4
r r
i)
∫∫ F • n dS =
∫0 dy ∫0 xy, z, x + y • − 1,0,0 dz = 0; σ3 σ1
σ1
4 4
x σ2
r r
4 4 y
ii)
∫∫ F • n dS =
∫0 ∫0dy xy, z, x + y • 0 ,0 , − 1 dx = –64;
σ5
σ2

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Caderno de exercícios (resoluções) 12.4. Integrais de superfície: e campos vetoriais 12.4. 10
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4 4− x
r r 32
iii)
∫∫ F • n dS =
∫0 dx ∫0 xy, z, x + y • 0, − 1,0 dz = – 3 ;
σ3

4 4
r r
iv)
∫∫ F • n dS =
∫0 dy ∫0 xy, z, x + y • 1,0,1 dx = 128;
σ4

4 4− x
r r 32
v)
∫∫ F • n dS =
∫0 ∫0 xy, z, x + y • 0,1,0 dz =
dx
3
;
σ5

5 
r r  r r 
⇒ ∫∫σ F • n dS = ∑ ∫∫  F • n dS  = 64;
i =1  σ i 
 
4 4 4− x
r
B) Integral triplo: ∫∫∫
T
div F dV =
∫0 ∫0 ∫0 y dz = 64;
dy dx

c) A) Integral de superfície:
π 2π
r r
∫∫σ F • n dS =
∫0 ∫0 cos u sen v, sen u sen v,cos v • cos u sen v, sen u sen v, sen vz cos v du
dv 2 2

π 2π
= ∫0 sen v dv ∫0 du = 4π ;
2π π 1
r
B) Integral triplo: ∫∫∫ T
∫0 ∫0
div F dV = 3 dθ sen φdφ
∫0 ρ dρ = 4π ; x
2
y

d) A) Integral de superfície:

2   z
r r  r r 
∫∫σ F • n dS = ∑ ∫∫ 
i =1  σ i
F • n dS 
 σ1
 
σ2
1 1− x 2
r r
i)
∫∫
σ1
F • n dS =
∫−1dx ∫ 2 x, − yz, z 2 • 0 ,0 ,1 dy = π ;
− 1− x 2

1 2π
x 1 1 y
r r π
∫∫ ∫0 du ∫0 2u cos v, -u sen v, u 2u 2 cos v, 2u 2sen v, − u dv =
3 4
ii) F • n dS = • ;
3
σ2

2  
r r  r r 
⇒ ∫∫σ F • n dS = ∑ ∫∫  F • n dS  =
i =1  σ i 

3
;
 

r 2π 1 1

B) Integral triplo: ∫∫∫ T
div F dV =
∫ dθ ∫ rdr ∫ (2 + z ) dz = 3
;
0 0 r2

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e) A) Integral de superfície:
  z
3
r r  r r 
∫∫σ F • n dS = ∑ ∫∫ 
i =1  σ i
F • n dS 
 h σ2
 
2π h σ1
r r
∫∫ ∫0 du∫0 2 cos u, − 2 sen u,v
2
i) F • n dS = • 2 cos u,2 sen u,0 dv = 0;
σ1

2π 2 x 2 2 y
r r σ3
∫∫ ∫0 du ∫0 2v cos u, − 2v sen u,h 0 , 0 ,v dv = 4πh ;
2
ii) F • n dS = •
2

σ2

2π 2
r r
iii)
∫∫ F • n dS =
∫0 du ∫0 2v cos u, − 2v sen u, 0 • 0 , 0 , − v dv = 0;
σ3

2  
r r  r r 
⇒ ∫∫σ F • n dS = ∑ ∫∫ 
i =1  σ i
F • n dS  = 4πh ;

2

 

2π 2 h
r
B) Integral triplo: ∫∫∫
T
∫0 ∫0 ∫0
div F dV = 2 dθ rdr z dz = 4πh2.

f) A) Integral de superfície:
σ1
 
z
2
r r  r r  σ2
∫∫F • n dS = 
i =1  σ i
∑ ∫∫
F • n dS 

σ   x 1
r r
2π 1 y
i)
∫∫ F • n dS = ∫ ∫
0
dθ (−u 3 + 2u cos θ sen θ )du = –π/2
0
σ1
2π 1
r r
ii)
∫∫ F • n dS =
∫ ∫ 0
dθ u du = π
0
σ2

2  
r r  r r 
∫∫σ F • n dS = ∑ ∫∫  F • n dS  = π/2;
i =1  σ i 
 
2π 1 1
r
B) Integral triplo: ∫∫∫
T
∫0 ∫0 ∫r
div F dV = dθ rdr 2 x dx = π/2.

9. As figuras abaixo mostram um plano horizontal do campo velocidade de um fluido cujo fluxo é
paralelo ao plano Oxy (isto é, o campo vetorial é independente de z). Para cada caso, diga
qual o sinal da divergência na origem de coordenadas. Justifique.

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

a) b) c)

Resolução:
r r
O divergente de um campo vetorial F num ponto P0, div F ( P0 ) , pode ser expresso como sendo
r r r
∫∫
r 1
div F(P0 ) = lim F • n dS , limite este que é designado de densidade de fluxo de F
V (T ) → 0 V (T )
σ

em P0 para o exterior através da fronteira de T. Verifique que, pelo teorema da divergência


r r
∫∫
r
∫∫∫
1 1
lim F • n dS = lim div F dV
V (T ) → 0 V (T ) V (T ) → 0 V (T )
σ T
r
Que, pelo teorema da média, é o valor médio do div F em T que se reduz a P0. Serve esta

introdução apenas para esclarecer que o conceito de divergente de um campo vetorial


num ponto P0 coincide com o conceito de divergente num região T, que é o fluxo do
campo vetorial para fora dessa região. Assim:
r
a) div F (0,0) ≥ 0 porque, embora a origem de coordenadas seja o ponto donde emana o
fluxo (é uma fonte do fluxo), acontece que no próprio ponto o fluxo pode-se anular.
r ∂Q ∂Q
Pode-se também argumentar usando div F = ∂P + , onde ∂P > 0 e >0 ⇒ div
∂x ∂y ∂x ∂y
r
F>0 em todos os pontos do domínio considerado, exceto precisamente em (0, 0)
onde se pode anular;
r
b) div F (0) ≤ 0 porque, embora a origem de coordenadas seja o ponto para onde
concorre o fluxo (é um ponto de evanescência, ou poço, do fluxo) acontece que no
próprio ponto o fluxo pode-se anular. Pode-se também argumentar usando div
r ∂P ∂Q ∂Q r
F = + , onde ∂P < 0 e < 0 ⇒ div F < 0 em todos os pontos do domínio
∂x ∂y ∂x ∂y

considerado, exceto precisamente em (0, 0) onde se pode anular;

c) Nesta situação, a origem de coordenadas não é uma fonte de fluxo, nem um ponto
r
de evanescência. Nestas circunstâncias, div F (0) = 0. Pode também facilmente
∂Q r
verificar-se que, em (0, 0) ∂P = 0 e = 0 ⇒ div F = 0.
∂x ∂y

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Caderno de exercícios (resoluções) 12.4. Integrais de superfície: e campos vetoriais 12.4. 13
FEUP – MIEQ – Análise Matemática II 12. Tópicos de análise vetorial

r
10. Mostre que se r = x, y, z e σ é uma superfície fechada suave orientada para fora que delimita

r r
região tridimensional T, então V(T) = 1 ∫∫σ r • n dS (V(T) é o volume de T).
3

Resolução:
r
∫∫∫ ∫∫σ r • n dS = ∫∫∫
r r r r
Pelo teorema da divergência
∫∫σ r • n dS =
T
div r dV ⇒
T
3 dV

∫∫∫dV = V(T) ⇒ V(T) = 3 ∫∫ r


r 1 r r
já que div r = 3. Como • n dS c.q.d.
T σ
r
11. Use o resultado do problema anterior para calcular o fluxo de F = x, y, z através do cilindro

delimitado por x2 + 4x + y2 = 5, –1 ≤ z ≤ 4.
Resolução:
2π 3 4
r r r
Φ=
∫∫σ F • n dS = ∫∫∫
T
div F dV = 3V(T) = 3
∫∫∫dV = 3 ∫ dθ ∫ rdr ∫ dz = 135π. −1
T 0 0
r
12. Use o teorema da divergência para calcular o fluxo do campo vetorial F para fora da região
delimitada pelas superfícies dadas:
r
a) F = x2 , − 2 xy, xyz2 ; T: z = a 2 − x 2 − y 2 , z = 0;

r 1
b) F = xy2 + cos z, x2 y + sen z, ez ; T: z = x 2 + y 2 , z = 2;
2
r
c) F = x, y,− z ; T: z =4 – (x2 + y2) ∧ z = x2 + y2;

Resolução:
2π 3 4
r r r
a) Φ =
∫∫σ F • n dS = ∫∫∫
T
∫0
div F dV = 2 sen θ cos θ dθ sen 3φ cos φ dφ
∫0 ∫−1 ρ dρ = 0;
5

2π 4 2
r r r
b) Φ =
∫∫σ F • n dS = ∫∫∫
T
∫0 ∫0 ∫2
div F dV = dθ dr r (r 2 + e z )dz = 8π (27 + 5e 2 ) ;
r/
5

2π 2 4− r 2
r r r
c) Φ =
∫∫σ F • n dS = ∫∫∫ div F dV = ∫ dθd∫ r dr ∫ dz = 4π . z
T 0 0 r2

z
z
a

x a a y y
x 4 4 x y
a) b) c)

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12.4.4. Teorema de Stokes

13. Verifique a validade da fórmula do teorema de Stokes calculando o integral de linha e o integral
de superfície (assumindo que a superfície está orientada no sentido ascendente):
r
a) F = x − y, y − z, z − x ; σ é a porção do plano x + y + z = 1 no 1º octante;
r
b) F = x 2 , y2 , z 2 ; σ é a porção do cone z = x 2 + y 2 abaixo do plano z = 1;
r
c) F = x, y, z ; σ é o hemisfério z = a 2 − x 2 − y 2 ;
r
d) F = z − y, z + x, − ( x + y) ; σ é a porção do paraboloide z =9 – x2 − y2 acima do plano Oxy.

Resolução:
a) A) Integral de linha:
r r
∫ F • dr = ( x − y )dx + ( y − z )dy + ( z − x )dz
∫ z
C C 1

∫ (x − y )dx = C∫ (x − y )dx + C∫ (x − y )dx + C∫ (x − y )dx = C3


C 1 2 3 σ C2
0 1

∫1 [x − (1 − x)]dx + ∫0 xdx = 2 ;
1
=
1
1 x 1 C1
∫ ( y − z )dy = ; y
2
C
1
∫C (z − x )dz = 2
;

r r 3
⇒ ∫ F • dr = ;
2
C
B) Integral de superfície:
1 1− x
r r 3
∫∫σ rot F • n dS = dx ∫0 ∫0 1,1,1 • 1,1,1 dy = 2 ;
b) A) Integral de linha:

∫C x dx + y dy + z dz = ∫0 [cos t (−sen t ) + sen t cos t ]dt = 0;



r r

2 2 22 2
F • dr =
C
B) Integral de superfície:
2π 1
z
r r r
∫∫σ ∫0 ∫0
rot F • n dS = dv rot F • u cos v,u sen v,u du = 0; C
r σ
( rot F = 0, 0, 0 ).

1
y
x 1


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FEUP – MIEQ – Análise Matemática II 12. Tópicos de análise vetorial
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c) A) Integral de linha:

∫0 [cos t (− sen t ) + sen t cos t ]dt = 0;


r r
∫ ∫C xdx + ydy + zdz
2 z
F • dr = =a
C
B) Integral de superfície:
r r
∫∫σ rot F • n dS =

2π π/ 2 σ
r
∫0 dv ∫0 rot F • cos u sen 2 v,sen u sen 2 v,sen v cos v du = 0;
2
=a
a y
r x a
( rot F = 0, 0, 0 ). zC

d) A) Integral de linha:

r r
∫ F • dr =
∫C ( z − y)dx + ( z + x)dy − ( x + y)dz = 9 ∫0 dt = 18π ;
C

B) Integral de superfície:
r r
∫∫σ rot F • n dS = σ

2π 3
= dv∫0 ∫0 − 2,2,2 • 2u 2 cos v,2u 2 sen v, u du = 18π .
x 3
C 3 y

14. As figuras abaixo mostram um plano horizontal do campo velocidade de um fluido cujo fluxo é
paralelo ao plano Oxy (isto é, o campo vetorial é independente de z). Refira, justificando,
em que casos o rotacional deste campo velocidade na origem é não nulo e se aponta na
direção positiva ou negativa de Oz.

a) b) c) d)

Resolução:
No caso em que o campo vetorial é um campo de velocidade de um fluido (que é o caso neste
problema) o rotacional desse campo vetorial é um vetor cuja grandeza se relaciona com a
velocidade de rotação (não de translação) de uma esfera colocada no seio do fluido, que tem a
direção do eixo de rotação e consegue-se determinar o sentido usando a ‘regra da mão direita’
(se enrolar os dedos da mão direita no sentido da rotação da esfera, o polegar indica a direção do
rotacional). Assim, na origem de coordenadas:

Caderno de exercícios (resoluções) 12.4. Integrais de superfície: e campos vetoriais 12.4. 16
FEUP – MIEQ – Análise Matemática II 12. Tópicos de análise vetorial

r
a) O rot F é um vetor não nulo e aponta na direção de Oz+ em qualquer ponto do domínio e na
origem de coordenadas (porque se colocarmos uma esfera na origem de coordenadas, o fluido
imprimir-lhe-á uma rotação no sentido contrário ao dos ponteiros do relógio e, portanto, o
r r
sentido de rot F é ‘para cima’ na direção e a orientação positiva do vetor normal n à superfície
r
z = k). Podemos juntar um argumento mais concreto: repare que F = − by , ax,0 , (a, b ∈ℜ+)
r
representa bem o campo vetorial ⇒ rot F = 0,0, a + b ;

r
b) O rot F é um vetor não nulo e aponta na direção de Oz−, porque se colocarmos uma esfera
na origem de coordenadas, o fluido imprimir-lhe-á uma rotação no sentido dos ponteiros do
r
relógio e, portanto, é aquela a orientação positiva de n (o que coincide com o que pode obter
r
usando a ‘regra da mão direita’). Também aqui podemos tentar quantificar: F = a + by ,0,0 é
r
o campo vetorial representado (a, b ∈ℜ+) ⇒ rot F = 0,0,−b ;

r r
c) O rot F é um vetor nulo, F é irrotacional. O fluido não provoca qualquer movimento de
rotação a uma esfera colocada na origem de coordenadas porque não existe uma componente
r
tangencial que lhe imprima movimento. F = ax, by ,0 , (a, b ∈ℜ+) representa o campo vetorial
r
⇒ rot F = 0,0,0 ;

r r
d) O rot F é nulo, F é irrotacional. O fluido não provoca qualquer movimento de rotação a uma
esfera colocada na origem de coordenadas. Embora exista uma componente tangencial, esta
é anulada por existir, no lado oposto da hélice, uma componente tangencial oposta de igual
r
grandeza. Pode-se, com facilidade, quantificar reparando que F = a,0,0 , (a ∈ℜ+).

r
15. Use o teorema de Stokes para calcular o trabalho realizado pelo campo vetorial F sobre a
partícula que se desloca sobre a curva C (no sentido contrário ao do movimento dos ponteiros do
relógio):

r
a) F = 2 y, 3z, x ; C: o triângulo de vértices (0, 0, 0), (0, 2, 0) e (1, 1, 1);

r x
b) F = arctg , ln x 2 + y 2 , 1 ; C: o triângulo de vértices (0, 0, 0), (1, 1, 1) e (0, 0, 2);
y

r
c) F = yz, (2 − 3 y) , x2 + y 2 ; C: é a fronteira da porção do cilindro x2 + z2 = 16 no 1º octante

interior ao cilindro x2 + y2 = 16;


Caderno de exercícios (resoluções) 12.4. Integrais de superfície: e campos vetoriais 12.4. 17
FEUP – MIEQ – Análise Matemática II 12. Tópicos de análise vetorial

r
d) F = z + sen x, x + y 2 , y + e z ; C: é a interseção da esfera x2 + y2 + z2 = 1 com o cone

z = x2 + y2 ;

r
e) F = xyz, y, z ; C: é fronteira da parte no 1º octante de z = x2 dentro de x2 + y2 = a2;

r x
f) F = − ln x 2 + y 2 , arctg ,1 ; C: a linha no plano z = 9 – 2x – 3y sobre o laço r = 2sen 2θ no
y

1º otante.

Resolução:

1 2− x
r r r r
a) W =
∫ F • dr = ∫∫σ rot F • n dS = ∫0 ∫ − 3, − 1, − 2 • − 1,0,1 dy
dx
x
= 1;
C

1 2− x
r r r r 2x
b) W =
∫ F • dr = ∫∫σ rot F • n dS = ∫0 dx ∫ x
0 ,0 ,
x + y2
2
• 1, − 1,0 dz = 0;
C

π/ 2 4 sen v
r r r r 64
c) W = F • d r =
∫ ∫∫σ rot F • n dS = ∫0 dv ∫0 2u,u − 8 cos v, − 4 sen v • 4 cos v,0,4 sen v dz = – 3
C
z
z
;
σ
z
C

D
D
σ σ
x
y
D 4 y
a) x b) c)
4
y x

r r r r
d) W =

C
F • dr = ∫∫σ rot F • n dS =

2π π/ 4

∫0 ∫0 1,1,1 • cos v sen u,sen v sen 2 u,sen u cos u dv = π ;


2
= du

a a2 −x2
r r r r 2a 5
e) W =
∫ F • dr = ∫∫σ rot F • n dS = ∫0 dx ∫0 0 ,xy,x 3 • 2 x,0 ,1 dy =
15
;
C


Caderno de exercícios (resoluções) 12.4. Integrais de superfície: e campos vetoriais 12.4. 18
FEUP – MIEQ – Análise Matemática II 12. Tópicos de análise vetorial
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π/ 2 2 sen 2θ
r r r r
∫0 dθ ∫0 0,0,2 sen θ
8
f) W =
∫ F • dr =
∫∫σ rot F • n dS = • 2 ,3,1 dy =
3
.
z
C z

z 9
1

C σ σ
σ

C
C
x a
d) e) D f) D 3
y
a 9/2
x y y

r x
16. Considere o campo vetorial F = x − z, y − x, z − xy

a) Use o teorema de Stokes para determinar a circulação à volta do triângulo A(1, 0, 0), B(0,
2, 0) e C(0, 0, 1) percorrido no sentido contrário aos ponteiros do relógio para quem olha da
origem para o 1º octante;
r
b) Determine a densidade de circulação de F na origem na direção de Oz+;
r r
c) Determine o vetor unitário n em cuja direção a densidade de circulação de F na origem é
máxima.
Resolução:
r r r
a)

C
F • dr é também designado de circulação do campo vetorial F ao longo de C. Pelo teorema

de Stokes:
1 1− x z
r r 1
∫ F • dr =
∫0 ∫0
dx − x,1 − 2 x − 2 z,1 • − 2 , − 1, − 2 dz = −
2
;
C 1
r
b) Densidade de circulação de F no ponto P na C σ
r r r 2 D
direção de n = rot F (P ) • n( P) = y 1 x
= x,y − 1,1 • 0 ,0 ,1 = 0 , − 1,1 • 0 ,0 ,1 = 1;
r r
c) O valor máximo da densidade de circulação ocorre nos pontos onde rot F e n têm a mesma
r
direção. Assim, dado que rot F ( 0 ) = 0 , − 1,1 , o vetor unitário que tem esta direção é

2 2
0,− , .
2 2

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