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Quanto mais repetitivo o movimento durante o desen- volvimento da atividade

realizada pelo colaborador, maior será a proba- bilidade de aparecimento dos


distúrbios. Outro fator relacionado na repe- titividade é o fator tempo, pois a
freqüência (número de ocorrências por segundo) alta aumenta em muito o
risco; logo, quanto maior o tempo de exposição à repetitividade, maior a
possibilidade de aparecimento dos distúrbios.

força excessiva. A força necessária à


realização das tarefas agrava o desgaste
físico; logo, quanto maior for a força
exercida, maior será o risco.

1. Todas as posturas estáticas em geral;

2. Pescoço excessivamente estendido;

3. Pescoço excessivamente fletido;

4. Braços abduzidos;

5. Braços elevados acima do nível dos


AS POSTURAS INADEQUADAS IMPÕEM ESFORÇOS ADICIO- NAIS DESEQUILIBRADOS ombros;

POSTURAS INADEQUADAS. E INESPERADOS, PODENDO ATINGIR A COLUNA VERTEBRAL E AS EXTREMIDADES


SUPERIORES. AS POSTURAS INADEQUADAS PODEM LEVAR A FADIGA MUSCULAR 6. Membros superiores suspensos por
PELA MANUTENÇÃO PROLONGADA DE CONTRAÇÕES MUSCULARES ESTÁTICAS. longos períodos;
HARGBERG, APUD COUTO (1998), FALA SOBRE AS 10 POSTURAS CRÍTICAS:
7. Sustentação estática dos antebraços
pelo braços;

8. Flexão exagerada do punho;

9. Extensão exagerada do punho;

10. Desvio ulnar mantido.

compressão e Vibração Mecânica. A


compressão mecânica de regiões, como
por exemplo a região da palma das mãos
por chaves de parafuso, ou região do
punho pelo canto vivo de mesas, são SUBTÓPICO 1
especialmente danosas aos tecidos
envolvidos. Com relação à vibração
mecânica, Couto (1998) cita serem
especialmente deletérias as vibrações nas
freqüências de 8 a 100 Hz, com alta
aceleração.

a fadiga crônica

e as alterações metabólicas e/ou nutricionais que tornam as fibras musculares e


outras estruturas do aparelho locomotor e do sistema nervoso periférico (SNP)
mais vulneráveis a microtraumatismos e menos competentes para beneficiar-se
da reparação tecidual
Evidenciaram-se, entre os
O tempo de exposição do trabalhador a fatores de risco, principalmente em
fatores predisponentes das
atividades em que se exerce pouca força e elevada repetição de movimentos
afecçôes musculoesqueléticas,
Co-morbidades, com o hipotireoidismo, durante um período de tempo prolongado, os microtraumatism os cumulativos,
A sintomatologia pode surgir dias,
neuropatias, fibromialgia, depressão,
semanas, meses ou anos após a exposição
dentre outros fatores
osteoartrose, diabete melito, desnutrição, entre
a fatores desencadeantes, agravantes ou
outras, podem agravar ou perpetuar a A sobrecarga psíquica, a monotonia, a repetitividade no trabalho, o exagero de
perpetuantes.
sintomatologia dos DORT.
horas extras, a ausência de repouso adequado, a falta de autonomia no trabalho,
A CONCORRÊNCIA DE MAIS DE UM FATOR BIOMECÂNICO EM DETERMINADAS podem comprometer a recuperação
a desorganização do sistema de trabalho, o relacionamento inadequado com as
ATIVIDADES AUMENTA O RISCO DA INSTALAÇÃO DAS AFECÇÕES. funcional de diversos elementos do chefias e colegas, as condições de trabalho e as políticas de prom oção Os estresses tendem a
aparelho locomotor e do SNP e neles inadequadas são outros fatores que tam bém estão relacionados à ocorrência dos aumentar o tônus muscular e
induzir lesões estruturais.
DORT predispor à instalação das S
A OCORRÊNCIA DOS DORT MODIFICOU O CONCEITO
TRADICIONAL DE QUE O TRABALHO PESADO, ENVOLVENDO
ESFORÇO FÍSICO, É MAIS DESGASTANTE QUE O TRABALHO LEVE, Os fatores de risco não são
QUE ENVOLVE ESFORÇO MENTAL, SOBRECARGA DOS MEM BROS Há polêmica quanto à quantificação necessariamente as causas diretas de LER/
SUPERIORES E POUCO GASTO DE ENERGIA desses fatores em relação à força que um Dort, mas podem gerar respostas que
indivíduo suporta, ao grau de produzem as lesões ou os distúrbios
repetitividade e à duração temporal das
posturas inadequadas Os fatores de risco não são
A etiologia dos casos de LER/ independentes: interagem entre si e
Dort é multifatorial. devem ser sempre analisados de forma
integrada.

A repetição das tarefas pode resultar em Envolvem aspectos biome-cânicos,


contrações musculares e na necessidade cognitivos, sensoriais, afetivos e de Por exemplo, fatores organizacionais
de maiores esforços musculares com organização do trabalho. como carga de trabalho e pau-sas para
diminuição do tempo de recuperação. descanso podem controlar fatores de
MOVIMENTOS REPETITIVOS risco quanto à frequên-cia e à intensidade.
Quando a repetição é freqüente, pode REALIZADOS ACELERADAMENTE,
instalar-se um a lesão mesmo quando a
força é mínima.

BIOMECÂNICOS Descrever as condições


antiergonômicas e outros fatores
predisponentes individuais e
ambientais.

Trabalhos executados com carga elevada caracterização da exposição aos


além do limite de força aceitável para a
podem exigir grande esforço muscular, comprometendo a fatores “físicos” de risco não
estrutura, dependendo do sexo, idade,
circulação muscular, orga-nizacionais
estado de saúde, constituição física e O USO DE FORÇA POR PERÍODO DE TEMPO
resultando em sofrimento dos tecidos condicionamento físico e cardiovascular PROLONGADO E INCOMPATÍVEL COM A
induzir a fadiga mais rapidamente
moles. dos indivíduos, CAPACIDADE DO INDIVÍDUO,

e prolongar o período necessário para EX.: MOUSE COM FIO CURTO DEMAIS, OBRIGANDO O
recuperação após a execução da tarefa, TRABALHADOR A MANTER O TRONCO PARA FRENTE
SEM ENCOSTO E O MEMBRO SUPERIOR ESTENDIDO;
REFLEXOS NO MONITOR QUE ATRAPALHAM A VISÃO, O
QUE OBRIGA O TRABALHADOR A PERMANECER EM
embora as dimensões do posto de traba-lho não causem DETERMINADA POSTURA DO CORPO E DA CABEÇA
a) O posto de trabalho: distúrbios musculoesqueléticos por si, elas po-dem forçar PARA VENCER ESSA DIFICULDADE;
o trabalhador a adotar posturas, a suportar certas cargas e
a se comportar de forma a causar ou agravar as afec-ções
musculoesqueléticas

as exposições a vibrações de corpo


b) A exposição a vibrações: inteiro, ou do membro superior, podem
causar efeitos vasculares, musculares e
neurológicos

pode ter efeito direto sobre o tecido


c) A exposição ao frio: expos-to e indireto pelo uso de
equipamentos de proteção individual
contra baixas temperaturas (ex.: luvas);

d) A exposição a ruído elevado: entre outros efeitos, pode produzir


As posturas inadequadas assumidas mudanças de comportamento;
durante a realização das tarefas podem FATORES DESENCADEANTES,
sobrecarregar as articulações e os tecidos A ADOÇÃO DE POSTURAS a pressão mecânica provocada pelo
moles a seu redor INADEQUADAS, AGRAVANTES OU PERPETUANTES. e) A pressão mecânica contato físico de cantos retos ou
localizada: pontiagudos de objetos, ferramentas e
móveis com tecidos moles de segmentos
anatô-micos e trajetos nervosos
ocasionam compressões de estrutu-ras
moles do sistema musculoesquelético;

• POSTURAS EXTREMAS, QUE PODEM


as posturas que podem causar afecções FORÇAR OS LIMITES DA AMPLITU-DE DAS EX.: ATIVAÇÃO MUSCULAR PARA
musculo-esqueléticas possuem três ARTICULAÇÕES. MANTER CERTAS POSTURAS (ZIPP ET AL.,
características, que podem estar pre- 1983) E POSTURA DE PRONAÇÃO DO
sentes simultaneamente: ANTEBRA-ÇO (MARKISON, 1990);

EX.: ATIVAÇÃO MUSCULAR DO OMBRO (


• a força da gravidade, que impõe HAGBERG, 1981A, 1981B; JONSSON, 1982);
aumento de carga sobre os músculos e
outros tecidos.
vibração constante, proveniente do uso de ferramentas ou A VIBRAÇÃO E A COM PRESSÃO DE ESTRUTURAS
maquinários com alta freqüência de vibração, pode resultar EX.: DESVIO DO TRA-JETO DE UM
MUSCULOESQUELÉTICAS E NEURAIS
em estresses mecânicos que acarretam vasoconstrição e em TENDÃO POR CONTATO DO PUNHO (
lesão de estruturas nervosas, podendo ocasionar a síndrome TICHAUER, 1966; ARMSTRONG; CHAFFIN,
da mão branca ou Raynaud ocupacional 1978; KEIR; WELLS, 1992);

O ACÚMULO DE TAREFAS NO AMBIENTE DE TRABALHO E/ DIMINUI-ÇÃO DA PERFUSÃO TECIDUAL


OU NO LAR (DUPLA JORNADA), QUANDO O MEMBRO SUPERIOR DIREI-TO
• posturas que modificam a geometria ESTÁ ACIMA DA ALTURA DO CORAÇÃO (
musculoesquelética e podem gerar HOLLING; VEREL, 1957);
A EXISTÊNCIA DE MAIOR PROPORÇÃO DE FIBRAS MUSCULARES f) As posturas: estresse sobre tendões, músculos e outros
DO TIPO I, QUE SÃO AS MAIS FREQÜENTEMENTE ACOMETIDAS
teci-dos e/ou reduzir a tolerância dos EFEITO DOS MOVIMENTOS DE FLEXÃO E
NO MÚSCULO TRAPÉZIO NAS MULHERES COM DORT,
tecidos. EXTENSÃO E DOS MOVIMEN-TOS DE
PRONAÇÃO E SUPINAÇÃO DO
FATORES HORMONAIS,
COTOVELO (TICHAUER, 1996);
MENOR POTÊNCIA DAS ESTRUTURAS
MUSCULOESQUELÉTICAS PARA A EXECUÇÃO DAS TAREFAS,
MENOR ATIVIDADE DA SEROTONINA NO ENCÉFALO,
justificam a maior prevalência dos DORT
REPOUSO INADEQUADO, em mulheres

FALTA DE CONDICIONAMENTO Dor relacionada ao trabalho - Lesões por


CARDIOVASCULAR E MUSCULOESQUELÉTICO, Os grupos de fatores de risco esforços repetitivos (LER) e Distúrbios
para LER/Dort podem ser osteomusculares relacionados ao
trabalho (Dort) - MINISTÉRIO DA SAÚDE -
LABILIDADE EM OCIONAL, relacionados com:
Secretaria de Vigilância em Saúde.
INSATISFAÇÃO NO AMBIENTE DE
TRABALHO, FAMILIAR E/OU SOCIAL

E MAIOR CONCENTRAÇÃO EM POSTOS DE RISCO

O DESCONDICIONAMENTO DO APARELHO
CARDIOVASCULAR E LOCOMOTOR,

A CONSTITUIÇÃO FÍSICA,

AS CARACTERÍSTICAS SEXUAIS,

O PERFIL PSÍQUICO E COMPORTAMENTAL,

A percepção de condições estressantes (estressores do trabalho) pode O MONTANTE DO ESTRESSE,


aumentar a consciência quanto aos sintomas musculoesqueléticos e às causas
(1) A TENSÃO (EX.: TENSÃO DO BÍCEPS);
dos DORT e gerar atribuições exageradas quanto aos problemas do trabalho.

(2) A PRESSÃO (EX.: PRESSÃO SOBRE O


trabalho monótono, a percepção da elevada sobrecarga no trabalho e a CANAL DO CARPO);
pressão para aum entar a produtividade estão relacionados à ocorrência de a carga musculoesque-lética pode ser
sintom as musculoesqueléticos e que o baixo controle no trabalho e a falta de entendida como a carga mecânica (3) A FRICÇÃO (EX.: FRICÇÃO DE UM
suporte nos ambientes de trabalho estavam associados à ocorrência dos DORT exercida sobre seus tecidos e inclui: TENDÃO SOBRE A SUA BAINHA);
g) A carga mecânica
(4) A IRRITAÇÃO (EX.: IR-RITAÇÃO DE UM
anormalidades emocionais ou psicológicas musculoesquelética:
NERVO).
eram também relacionadas ao agravamento ou
à manutenção dos sintomas e sinais dos DORT AS INSATISFAÇÕES NO AMBIENTE DE
fatores implicados na gênese e na Entre os fatores que influenciam a carga
TRABALHO, FAMILIAR E/OU SOCIAL,
os estresses ocupacionais ou no trabalho, perpetuação da sintomatologia e da musculoesquelética, encontramos: a
incapacidade força, a repetitividade, a duração da carga,
PREDISPOSIÇÃO INDIVIDUAL OU FAMILIAR
relacionamento inadequado com chefes e o tipo de preensão, a postura e o método
PARA O DESENVOLVIMENTO DE
colegas, de trabalho;
SÍNDROMES DOLOROSAS CRÔNICA

ausência de autonomia no exercício das está presente quando um membro é


funções, além das variáveis médicas e mantido numa posição que vai contra a
ergonômicas, fatores psicossociais gravidade. Nesses casos, a ativi-dade
monotonia nas atividades, contribuem significativam ente para h) A carga estática: muscular não pode se reverter a zero (
tornar desfavorável o prognóstico dos esforço estático). Alguns aspectos servem
desorganização do método de trabalho, pacientes com DORT. para caracterizar a presença de postu-ras
estáticas: a fixação postural observada, as
inadequação do suporte social e tensões ligadas ao trabalho, sua
organização e seu conteúdo;
ansiedade e depressão, entre outros,
implica monotonia fisiológica e/ ou
O REFORÇO DA CONDIÇÃO DE INCAPACIDADE, i) A invariabilidade da tarefa: psicológica. Assim, a carga mecânica fica
restrita a um ou a poucos segmentos
A NEGAÇÃO DA CONDIÇÃO DE BEM -ESTAR corpóreos, amplificando o risco potencial;

E OS GANHOS E AS PERDAS PESSOAIS podem ter um papel no surgimento das


j) As exigências cognitivas lesões e dos distúrbios, seja causando um
SEGUNDO A ORGANIZAÇÃO M UNDIAL DA SAÚDE E O aumento da tensão muscular, seja
ÓRGÃO INTERNACIONAL DO TRABALHO, OS FATORES causando uma reação mais generalizada
PSICOSSOCIAIS ESTÃO RELACIONADOS AOS de estresse;
AMBIENTES DE TRABALHO, AOS AM BIENTES NÃO-
AFETAM O BEM -ESTAR E O DESEM LABORAIS E AOS INDIVÍDUOS E INTERAGEM ENTRE SI, EX.: CONSIDERAÇÕES RELATIVAS À CARREIRA, À CARGA, AO
PENHO PROFISSIONAL E AGRAVAM AS
RITMO DE TRABALHO E AO AMBIENTE SOCIAL E TÉC-NICO
ANORMALIDADES PSICOLÓGICAS
DO TRABALHO. A “PERCEPÇÃO“ PSICOLÓGICA QUE O
k) Os fatores organizacionais e INDIVÍDUO TEM DAS EXIGÊNCIAS DO TRABALHO É O
SÃO DIFÍCEIS DE SEREM M ENSURADOS RESULTADO DAS CARACTERÍSTICAS FÍSICAS DA CARGA, DA
OBJETIVAMENTE, TORNANDO INSEGURA FATORES PSICOSSOCIAIS psicossociais ligados ao PERSONALIDADE DO INDIVÍDUO, DAS EXPERIÊNCIAS
A AFIRMAÇÃO DE SEREM ATRIBUTOS trabalho: são as percepções subjetivas que o ANTERIORES E DA SITUAÇÃO SOCIAL DO TRABALHO.
SOCIOAMBIENTAIS OU PERCEPÇÕES trabalhador tem dos fatores de
INDIVIDUALIZADAS organização do trabalho.

FATORES RELACIONADOS À
ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO E AO
CONTEXTO ECONÔMICO

Para dores mais difusas, h á estudos


díspares, com o os estudos com gêm eos
que sugerem que a contribuição genética Há estudos com genes que indicam PODEM ESTAR CONTRIBUINDO PARA A
é insignificante. maior concordância em pacientes com síndrom e do FISIOPATOLOGIA DA DOR FATORES GENÉTICOS
túnel do carpo em gêmeos monozigotos que nos
dizigotos, indicando que haveria um a incidência de
50% Relacionada a fatores genéticos

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