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Anais do Evento
ISBN 978-85-94099-03-7
São Carlos – SP
Fevereiro de 2019
V Jornada de Gestão e Análise Ambiental
Universidade Federal de São Carlos
Rod. Washington Luís, km 235 - SP-310
São Carlos, SP
Corpo Editorial
Prof. Dr. Vandoir Bourscheidt
Prof. Dr. Victor S. Saito
Msc. Murilo Cassimiro
Eng. Mauricio Rosso Pinto
Apoio especial:
Apoio institucional:
Apoio externo:
V Jornada de Gestão e Análise Ambiental
Apresentação:
Nesse sentido, vem sendo realizada desde 2011 a Jornada de Gestão e Análise
Ambiental da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). O evento é organizado
atualmente por pós-graduandos do Programa de Pós-Graduação em Ciências Ambientais,
graduandos do Curso de Gestão e Análise Ambiental e por docentes de ambos os cursos
lotados no Departamento de Ciências Ambientais da Universidade Federal de São Carlos.
O evento tem como objetivo propiciar discussões, debates, troca de experiências,
compreensão de casos e atualizações sobre problemáticas na área ambiental, congregando
acadêmicos, profissionais, empresas, consultores, ambientalistas, coordenadores e
gestores públicos atuantes em questões ambientais.
A quinta edição teve como tema “Áreas Naturais Protegidas”. O tema foi
escolhido mediante votação sobre diversas sugestões dadas pelos alunos/docentes,
visando um processo democrático e que represente o interesse da maioria. A temática,
por outro lado, vem ao encontro de interesses atuais da sociedade, que demanda o debate
sobre a importância, os impactos e sobre a forma de se gerir as diferentes categorias de
áreas naturais protegidas.
V Jornada de Gestão e Análise Ambiental
SUMÁRIO
TRABALHOS COMPLETOS
RESUMOS EXPANDIDOS
1. Introdução
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Jornada de Gestão e Análise Ambiental da UFSCar
São Carlos, 02-04 de outubro de 2018.
educação ambiental não formal e na oportunidade de se ter uma área de cerrado
remanescente no campus. Assim, há 26 anos a Trilha da Natureza vem conduzindo visitas
guiadas à um trecho, de aproximadamente, 2km de fisionomias savânicas e ripárias. A
Trilha é mantida pela atuação de voluntários, bolsistas-atividade, bolsistas de extensão,
estagiários e servidores da UFSCar, vinculados ao Departamento de Apoio à Educação
Ambiental (DeAEA) e à Secretaria de Gestão Ambiental e Sustentabilidade (SGAS).
Sabendo-se que o estado de São Paulo atualmente conta com menos de 1% do
Cerrado, o fato de a UFSCar ter cerca de 240 hectares de uma área de cerrado torna claro
a oportunidade de aproximar a comunidade universitária, e aos munícipes, deste domínio,
no intuito de contribuir para uma melhor compreensão sobre a sua fragilidade de forma
específica e para maior sensibilização ambiental de forma ampla. Durante as visitas à
Trilha da Natureza, podemos trocar algumas informações específicas, como o fato de que
há quatro nascentes no cerrado da UFSCar, e que 15% do abastecimento da água do
município advém da Estação de Captação de Água do Espraiado (SOUZA et al., 2011);
que o cerrado é habitat do lobo-guará (Chrysocyon brachyurus) e do tamanduá-bandeira
(Myrmecophaga Tridactyla) e sobre o registro de, aproximadamente 215 espécies de aves
(MOTTA-JÚNIOR; VASCONCELLOS, 1996). Podemos, também, simplesmente
propiciar momentos de vivência e contato direto com este ameaçado ambiente.
Em síntese, o projeto Visitas Orientadas à Trilha da Natureza objetiva aproximar
e fortalecer a ligação da comunidade interna e externa com este remanescente de cerrado
do campus de São Carlos da UFSCar a partir de uma abordagem crítica, trabalhando com
a percepção ambiental acerca de sua riqueza em biodiversidade, de seus mais distintos
serviços ecossistêmicos, de sua importância enquanto um fragmento nativo, como parte
de um corredor ecológico e valorizando o simples fato dele ainda resistir Despertando
assim o interesse da comunidade pela sua conservação e promovendo a participação da
comunidade no sentido de fortalecer a proteção desta área. O presente trabalho objetiva
relatar a abordagem da EA aplicada pelo projeto; compartilhar algumas das experiências
de 2018 na pretensão de elucidar a importância de áreas verdes para a educação
ambiental; e destacar a importância do projeto para a formação dos membros da Trilha
da Natureza.
2. Relato de Experiência
A área de Cerrado da UFSCar, local onde acontecem as atividades da Trilha da
Natureza, está representada na figura 1. Constata-se que o cerrado da UFSCar se estende
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por 246 ha, e que as principais interferências antrópicas no local são: o aviãozinho, espaço
de solo descoberto onde ocorrem práticas de aeromodelismo e atividades de atletismo; o
Centro de Convenções, instalação que supostamente receberia diversos eventos e
impulsionaria a economia da cidade; o Instituto Federal, instituição de ensino superior; e
a silvicultura, que se distribui em 214 ha. Há três ambientes lênticos: o lago Mayaca, o
lago da ABASC, e a represa do Espraiado. O córrego que abastece o lago da ABASC é
chamado de Fazzari, e tem suas nascentes no cerrado da UFSCar, bem como o córrego
que abastece a Estação de Captação do Espraiado. Assim, há 70 hectares de vegetação
ripária, devido à presença de matas de galeria na área.
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a responsabilidade de manter ações de educação ambiental através de visitas monitoradas
ao fragmento natural. O CDCC recebe visitantes desde 2008, e atende estudantes dos
ensinos fundamental e médio de São Carlos e Região.
O percurso é representado na figura 2, que apesar de não estar em escala, é didático
o suficiente para demonstrar informações gerais da trilha, e de seu entorno. Percebe-se
que a trilha tem seu início próximo ao quiosque, segue um aceiro e adentra uma trilha no
cerrado, a qual conduz até outro aceiro, caminho necessário para se chegar ao tablado.
Contudo, quando a visita é conduzida pelo projeto de extensão da UFSCar, a trilha tem
seu início na estrada de terra próxima à rotatória, uma vez que no local existe uma entrada
próxima ao DeAEA, e por fazermos as visitas caminhando, é preciso percorrer um trecho
de cerrado até se chegarmos no quiosque. Normalmente, o CDCC adentra a área de
ônibus, até o quiosque. A trilha é de, aproximadamente, 2 km, e passa por: a) ambientes
dominados por gramíneas e outras espécies invasoras; b) ambientes de Cerrado Stricto
Sensu, com indícios da fauna nativa e espécies características da flora; c) ambientes
lóticos e lênticos, representados pelo córrego Fazzari e pelo lago Mayaca; d) ambiente de
floresta ripária, compreendido pela mata de galeria do córrego Fazzari.
Partindo-se dos quatro ambientes mencionados anteriormente, a seguir serão
relatadas as paradas comumente adotadas durante as visitas guiadas pelos monitores da
Trilha da Natureza da UFSCar:
a) Ambientes dominados por espécies invasoras: logo ao adentrarmos o primeiro aceiro
da visita, deparamo-nos com a presença demasiada de uma gramínea nas bordas do
caminho que percorremos: é o capim-gordura (Melinis minutiflora) e,
principalmente, a brachiaria (Urochloa decumbens). Conforme caminhamos, é
possível vermos alguns eucaliptos esparsos, e no momento que antecede à
experiência na mata de galeria é inevitável avistarmos uma espécie de samambaia
(Pteridium sp.) na entrada do tablado (caminho feito de madeira dentro da área da
mata de galeria). O fato de haver espécies invasoras no Cerrado deve ser considerado
para se trabalhar a percepção dos visitantes sobre desequilíbrios ecossistêmicos e
interferências antrópicas no ambiente, visto que a presença de gramíneas está, muitas
vezes, relacionada a atividades agropecuárias. Ademais, para visitas de propostas
mais técnicas, pode-se, através da ocupação pela brachiaria, por exemplo, explicar o
efeito de borda.
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b) Ambientes de Cerrado Sensu Strictu: ambientes de cerrado mesclam-se com a
vegetação exótica na maior parte da trilha, mas é totalmente possível ver o cerrado
em suas características mais marcantes e únicas, através do solo; das pegadas da
fauna silvestre registrada em bancos de areia, que se acumulam devido ao transporte
pela água da chuva de sedimentos à montante; das espécies da flora, tais como o
barbatimão (Stryphnodendron adstringens), quaresmeira-branca (Miconia albicans),
pimenta-de-macaco (Xylopia aromática) e a gabirobeira (Campomanesia
adamantium). No que tange à flora do cerrado da UFSCar, três espécies são
enfatizadas: a lobeira (Solanum lycocarpum), o angico (Anadenanthera falcata) e o
pequizeiro (Caryocar brasiliense).
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vegetal e o lobo-guará, animal que ao se alimentar da fruta-do-lobo dispersa as suas
sementes ao defecar. Entretanto, as sementes dispersadas pelo lobo-guará são fontes de
nutrientes para as colônias de fungos dentro dos sauveiros, o que faz as formigas levarem
as sementes para dentro do sauveiro, e depois que os nutrientes da camada proteica das
sementes são absorvidos, as saúvas as retiram e depositam, novamente, no ambiente.
O angico é um testemunho de incêndio no cerrado da UFSCar, e através da sua espessa
e rústica cortiça é possível ver fuligem, e pedaços de madeira totalmente queimados.
Normalmente pedimos a ajuda de algum visitante voluntário para falarmos sobre a
questão do fogo no cerrado, pedindo para que o visitante passe a mão sobre o caule da
árvore e mostre às pessoas a cor de sua mão (figura 3). Quando os participantes percebem
que se trata de fogo, começamos a expor, com precaução, a relação do fogo e o domínio.
Vamos tecendo, coletivamente, dois cenários: um de queimada natural e outro de
queimada antrópica, e os visitantes vão falando o que pensam sobre as causas, e as
consequências destes dois tipos de queimadas sobre a biota. A intenção é enfatizar que há
grandes diferenças entre o fogo natural e o antrópico, e que nem sempre o fogo é benéfico
ao cerrado, posto que, muitas vezes, é devastador, quando criminoso ou acidental.
Finalizamos a fala comentando que é possível aplicar técnicas de manejo do fogo
FIGURA 3 – Parada para o debate sobre o fogo no Cerrado. Fonte: Trilha da Natureza (2018).
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efeito de borda é menor e a presença de gramíneas exóticas é mais rara. Fazemos uma
parada para apresentarmos o pequi aos visitantes, árvore icônica do domínio e de grande
relevância para a culinária brasileira, além de ser mencionada na literatura brasileira,
como por exemplo, no livro Grande Sertão Veredas, de Guimarães Rosa, demonstrando
que há uma relação cultural entre habitantes de alguns estados com esta planta. Ademais,
abordamos que a polinização do pequizeiro ocorre por quiropterofilia, tópico que introduz
uma exposição sobre os morcegos e a sua variedade alimentar.
c) Ambientes lêntico e lótico: o lago Mayaca, conhecido assim devido à abundância da
macrófita Mayaca fluviatilis, é um ponto de parada muito importante por dois
motivos principais: beleza cênica e ecologia. O lago pode secar totalmente em
períodos de estiagem, demonstrando uma paisagem diferente aos visitantes. Contudo,
felizmente é comum vermos o Mayaca cheio por vários meses, e nestas ocasiões ele
impressiona pela sua água rasa e pelos capim-vassourinha (Andropogon bicornis) às
suas margens. No que tange à ecologia, durante o dia conseguimos ver algumas aves,
e a noite conseguimos ouvir diversas espécies de anfíbios vocalizarem. Salientamos
sempre que mesmo tratando-se de um ambiente de gênese antrópica, atualmente o
Mayaca é fundamental para o ecossistema.
d) Ambiente de floresta ripária: no tablado realizamos uma imersão num ambiente
ripário, próximo ao córrego do Fazzari, que também tem suas nascentes no Cerrado
da UFSCar. Antes de adentrarmos a área, enfatizamos na entrada que os visitantes
irão ver, e sobretudo, sentir, uma outra paisagem. Contudo, nunca dissociamos o fato
de que a vegetação ripária compõe, também, o domínio Cerrado, mas se diferencia
do mesmo em diversos aspectos, os quais os próprios participantes compartilham
com o grupo ao adentramos totalmente o trecho. Nesta etapa da visita, é comum
ocorrer uma maior interação, pois afinal de contas trata-se de um contraste muito
diferente, e coisas como “as árvores são maiores”, “as árvores são mais retas”, “é
mais fresco”, etc., são ditas, e aproveitamos a deixa para explicar estes fatores
ecológicos e a importância do Cerrado para a manutenção do ciclo hidrológico. Por
fim, fazemos a dinâmica do silêncio, que consiste em permanecermos poucos
minutos em silêncios, confortavelmente acomodados, para nos conectarmos ao
ambiente; ao finalizarmos o silêncio discutimos sobre o que foi escutado e
evidenciamos como mesmo, aparentemente distante, o ser humano impacta o
ambiente, visto que durante a dinâmica o barulho é constante provindo do tráfego da
rodovia que conecta São Carlos e Ribeirão Preto.
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Todavia, não há rigidez no trajeto, ou seja, de acordo com o grupo desenvolvemos
uma abordagem, para tornar a visita mais enriquecedora para os interessados. Ainda há
visitas específicas, nas quais iniciamos a visita com um enfoque pré-definido. Sempre
ouvimos atentamente as experiências dos participantes e procuramos valorizar dividir
com o grupo o conhecimento trazido por todos. Esta prática faz com que cada visita seja
única e que seja um aprendizado para todas e todos em sentido amplo.
A procura pelo projeto tem aumentado nos últimos anos e a expectativa é de que
continue aumentando. Os motivos para tal são principalmente a percepção por parte das
professoras e professores de que esta atividade complementa o aprendizado de crianças e
adolescentes sobre o estudo do Cerrado. Em algumas escolas, a visita ao cerrado da
UFSCar já constitui atividade de rotina. Da mesma forma, docentes de cursos de
graduação e pós-graduação da UFSCar, e de outras instituições já incorporam a visita à
Trilha da Natureza dentre as atividades práticas a serem realizadas. A cidade de São
Carlos carece de espaços e oferta de projetos de lazer e aprendizado continuado. A Trilha
da Natureza apresenta grande potencial neste sentido, justificado pelo interesse e
participação crescentes da população em todas as atividades oferecidas pelo Projeto.
Além destas visitas "sob demanda" desde que o Projeto está sob coordenação do DeAEA,
em 2014, adotamos a prática de ofertar as Visitas Abertas à Comunidade. Estas são visitas
que tem o intuito de levar pessoas interessadas da comunidade interna e externa a
conhecerem o cerrado da UFSCar. São marcadas com antecedência de pelo menos duas
semanas e são divulgadas de forma ampla (via Inforede, redes sociais e imprensa externa).
Procuramos alternar os dias da semana (dias úteis, feriados ou finais de semana) e os
períodos das visitas (diurna, noturna ou vespertina), de forma a contemplar públicos
diversos. Recebemos um público extremamente diverso em termos de idade, origem,
formação, etc. A figura 4 é o registro de uma visita noturna ocorrida em 2017.
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FIGURA 4 – Foto oficial da visita noturna de 28/05/2017. Fonte: Trilha da Natureza (2017)
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FIGURA 5 – .Atividade desenvolvida no 29º Pedal Integração. Fonte: Trilha da Natureza (2018)
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existência de 5% de toda a biodiversidade mundial e o abastecimento de oito das 12
principais bacias hidrográficas brasileiras. Enfim, são inúmeros os benefícios do Cerrado
para a sociosfera; e nós, membros da Trilha da Natureza, consideramo-nos
disseminadores de sementinhas de conscientização e admiração ao domínio, um dos dois
hotspots do Brasil e um dos 34 mundiais.
3. Considerações Finais
O Cerrado Resiste.
Referências
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24. 2011.
CARVALHO, I. C. M. O Sujeito Ecológico: A Formação de Novas Identidades
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DURIGAN, G; SIQUEIRA, M. F; FRANCO, G. A. D. Threats to the Cerrado
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Transformaciones Recientes. Ciencia, Docencia y Tecnologia., v. 27, n. 53, p. 234-
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MYERS, N et al. Biodiversity hotspots for conservation priorities. Nature, v. 403, p.
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NUNES, M. E. R; FRANÇA, L. F; PAIVA, L. V. Eficácia de Diferentes Estratégias no
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TRILHA DA NATUREZA. Disponível em:
<https://www.facebook.com/TrilhaDaNaturezaUfscar/?ref=settings>. Acesso em: 08
maio. 2018.
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Universidade Federal de São
Carlos - UFSCar
02 a 04 de Outubro de 2018
ISBN: 978-85-94099-03-7
1
Universidade Federal de São Carlos – UFSCar, Gestão e Análise Ambiental,
jg.mello97@gmail.com, mateuslanalan@gmail.com
2
Orientadora. Universidade Federal de São Carlos – UFSCar, Departamento de
Engenharia Civil – DECiv, marcilene.dantas@gmail.com
1. Introdução:
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articulada sobre as questões referentes a atualidade e o modelo de desenvolvimento
sustentável, visando impactar positivamente a esfera socioeconômica e assim permitindo
a construção de uma visão interligada do tempo, do espaço físico e dos compartimentos
biológicos, como também contribui para a formação de opiniões críticas e cidadania,
proporcionando reflexões quanto a sustentabilidade, utilização de recursos e a dinâmica
da Terra.
Para uma educação ambiental transformadora, englobando a visão popular, do
ponto de vista da representação do perfil cultural, do senso comum e do comportamento
civil do indivíduo diante do ambiente, e a visão científica que produz o embasamento
teórico para justificar a mudança, é necessária a utilização de abordagens e metodologias
que proporcione interatividade, diálogo, reflexões, analogias e curiosidade para então
concretizar a unificação de um conhecimento coletivo, nota-se a necessidade de projetos
educacionais que estimulem a disseminação do conhecimento produzido pelas
universidades dentro das salas de aula de ensino fundamental e médio e que permitam por
meio da interatividade a construção de parcerias entre as esferas de ensino e seus
indivíduos.
Tendo em vista os problemas de cunho ambiental, segunda a Agência Nacional
das Águas (ANA,2014) é notória a redução das pluviosidades no território brasileiro
desde 2012, delineando um complexo quadro de escassez hídrica. O fenômeno
relacionado às mudanças climáticas, e o impacto direto na disponibilidade hídrica carrega
consigo grandes problemas relacionados aos múltiplos usos da água na manutenção não
só da vida, mas da atual formação da sociedade. Evidenciando assim a necessidade de se
trabalhar os múltiplos aspectos das bacias hidrográficas, onde dentro do campo da
geociências é possível abordar essa temática de maneira multidisciplinar e integradora.
A bacia hidrográfica envolve componentes estruturais e funcionais, processos
biogeofísicos, econômicos e sociais, tornando-se assim uma unidade ideal para integrar
esforços de pesquisa e gerenciamento, por isso vêm sendo utilizada como instrumento de
percepção ambiental e atuando como um laboratório experimental para o ensino (Tundisi
& Schiel, 2002; Tundisi, 2003).
A Percepção Ambiental deve ser entendida enquanto um processo participativo,
envolvendo uma série de fatores sensoriais, subjetivos e valores sociais, culturais e
atitudes ambientais das comunidades residentes nas cidades em relação ao espaço natural
e transformado(MELAZO;2005). Segundo Faggionato (2002), cada indivíduo percebe,
reage e responde diferentemente frente às ações sobre o meio. As respostas ou
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manifestações são, portanto, resultado das percepções, dos processos cognitivos,
julgamentos e expectativas de cada pessoa. Assim estas percepções constituem o principal
elemento da educação ambiental, onde podemos mensurar a percepção do indivíduo e
direcioná-la dentro do coletivo para um pensamento onde a máxima preservação do
ambiente e seus recursos seja compreendida e aplicada.
Por fim, este trabalho busca analisar a eficácia e competência das temáticas dentro
das geociências através de oficinas didáticas como ferramenta para a educação ambiental,
em função de sua natureza que permite compreender uma ampla rede de interações,
padrões históricos e o comportamento do ser humano, o que proporciona maiores chances
de sensibilização, mudanças de conduta e a conquista consciência relacionadas ao meio
natural.
2. Objetivos:
O presente trabalho teve por objetivo utilizar-se de oficinas didáticas para ampliar
os conhecimentos do meio físico e socioambiental. A partir de temas fundamentados nas
geociências, visando o auxílio e disseminação de conhecimentos relacionados ao meio
ambiente e, assim, contribuir para o processo de conscientização e educação ambiental
dos indivíduos, para que, estes adquiram uma nova visão. Sendo essa visão, integrada e
de valorização dos recursos ambientais e serviços ecossistêmicos. Foi também observada
a eficácia das temáticas descritas no campo das geociências para a educação ambiental
3. Metodologia:
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cobrarem tal comportamento de pessoas adultas. O procedimento inicial para a seleção
das temáticas a serem desenvolvidas foi o levantamento do conteúdo programático
municipal do ensino fundamental 2, onde identificou-se que os conteúdos relacionados
geociências complementam a disciplina de ciências naturais.
Entre os eixos de ensino abordados são trabalhados problemas ambientais de
natureza antrópica, manejo e conservação ambiental, a questão sobre bacias hidrográficas
torna-se pertinente para ação educativa uma vez que esta é uma unidade de gestão de
recursos hídricos e territorial diretamente impactada pelas intervenções antrópicas.
A elaboração de uma oficina pode ser dividida em quatro etapas:
● 1° Etapa – Levantamento bibliográfico de ferramentas da educação ambiental e
estudo de casos de aplicação de oficinas relacionadas às geociências.
● 2º Etapa – Escolha do tema central: A bacia Hidrográfica Onde Vivo.
Sua escolha ocorreu por ser um eixo temático que aborda a água, sua importância, tipos,
estados físicos e o ciclo hidrológico, sendo todos temas previsto dentro do conteúdo
programático de ensino e por ser uma unidade que integra múltiplos usos deste recurso,
na os impactos sobre ela atinge esfera social, econômica e ambiental.
● 3°Etapa – Escolha dos tópicos acessórios: Os elementos que compõe uma bacia
hidrográfica; relevo, vertente, pontos altímetros, curvas de nível, divisores de
água, montante, jusante, canal principal, tributários, ordenamento de rios, foz.
● 4° Etapa – Elaboração de atividades práticas para fixação de conteúdo: a oficina
conta com três atividades práticas; criar uma bacia hidrográfica a partir de uma
folha de papel sulfite, delimitação da bacia hidrográfica onde a escola está inserida
e por último é apresentado uma imagem de satélite com o recorte da bacia
hidrográfica com o objetivo de ilustrar o uso e ocupação da área.
Os aspectos referentes a oficina foram abordados de maneira expositiva com
elementos comuns do dia a dia, em diálogo e questionamento com os alunos, para assim
incentivar a participação dos mesmos nas atividades realizadas e proporcionar troca de
conhecimento entre monitores e alunos e ocorrer a construção de um saber comum. Para
a execução das atividades foi necessária uma equipe composta por quatro monitores e um
aplicador que temporariamente assumiria o papel de professor e coordenaria as
atividades; as oficinas foram montadas para atender no máximo quarenta alunos. A turma
a ser trabalhada é dividida em quatro grupos, para garantir uma maior interação entre
aluno- monitor e um ensino claro, diminuindo os equívocos de interpretação e dúvidas.
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Como ferramenta de coleta de dados foram aplicados dois questionários, um para
o momento anterior a execução da oficina, que tem como função avaliar o grau e
compreensão do tema abordado, e se apresentam familiaridade. O segundo questionário
é executado após aplicação da oficina, para avaliar sua eficácia para conscientização a
partir dos conhecimentos adquiridos pelos alunos expressados na resposta. Após a
realização dos questionários os dados coletados foram tabulados, armazenados e
manipulados através do programa Excel,
A ação educativa foi realizada em período de aula, em turmas do quinto ano do
ensino fundamental; uma turma do período da manhã e uma da tarde na Escola Municipal
de Ensino Básico Janete Maria Martinelli Lia e uma turma no período da tarde na Escola
Municipal de Ensino Básico Angelina Dagnone De Melo, localizadas no município de
São Carlos.
4. Atividades práticas:
FIGURA 1 – Momento da atividade prática em que o aluno cria sua própria bacia hidrográfica durante a
oficina. Fonte: GeoEdu (2016).
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A atividade aplicada em seguida constitui-se do processo de delimitação da bacia
hidrográfica em uma folha A2 que possui curvas de níveis, pontos altimétricos e
hidrografia, e a localização da escola escola e para tal é necessário que os alunos não
tenham dúvidas sobre as características e os elementos que a compõe, pois, a delimitação
acontece primeiramente definindo o canal principal e o limite da bacia pela foz,
conectando sua marcação com os pontos altimétricos mais elevados, é importante que o
limite traçado circule o canal principal e seus tributários e nunca os cruze.
Por último foi apresentado aos alunos uma imagem de satélite com o recorte da
bacia hidrográfica com o objetivo de ilustrar o uso e ocupação da área, assim proporcionar
reflexões sobre as características e qualidade ambiental como também destacar os
impactos ambientais e suas consequências.
Para proporcionar maior aproximação com o dia a dia foi estimulado que os
participantes da oficina procurassem suas casas e delimita-se o caminho percorrido até a
escola e o caracterizassem para promover a percepção do entorno.
FIGURA 2 – Momento da atividade prática em que o aluno alunos localizam suas casas e observam o uso
e ocupação através da imagem de satélite. Fonte: GeoEdu (2016).
5. Resultados:
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das definições pelos alunos segundo suas convicções, o conceito é introduzido pelos
monitores.
Entre as respostas para tal questão é observado que a maioria dos alunos associa
o termo “bacia hidrográfica” com o objeto de plástico usado no dia-a-dia. Quando
verificado os resultados dos questionários para avaliação do conhecimento prévio, fica
evidente uma lacuna nos métodos de preparação do aluno, esta é identificada quando os
mesmo não conseguem correlacionar que seus comportamentos modelam o entorno e que
o mesmo afeta a sua qualidade de vida. Os dados referentes a terceira turma possuem
caráter positivo quanto às respostas devido a intervenção da docente que preparou os
alunos especificamente para a realização da oficina, pedindo para que eles realizassem
uma tarefa sobre “O que é Bacia Hidrográfica” (Figura 3).
FIGURA 3 – Análise comparativa das respostas dos alunos para a questão “Você sabe o que é uma bacia
hidrográfica” aplicada no questionário prévio. Fonte: Próprio autor (2018).
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destacaram possíveis soluções para essas situações como o plantio de novas mudas para
promover a regeneração da vegetação local e programas de conscientização, que ensine
o que seria positivo e negativo para o meio ambiente.
FIGURA 4 – Análise comparativa das respostas dos alunos para a questão “Você acredita que o homem
impacta a bacia hidrográfica onde vive? ”. Fonte: Próprio autor (2018).
Para uma avaliação do desempenho direto da oficina, foi proposto que os alunos
respondessem sim ou não para seu interesse em aprender mais sobre bacias hidrográficas,
justificando as respostas negativas. De acordo com a Figura 5 foi possível constatar que
as turmas 2 e 3 tiveram uma aderência em 100% em conhecer mais sobre o tema, já para
a turma 1 apenas 5% foram contrárias.
FIGURA 5 – Análise da disposição dos alunos a aprender mais sobre bacias hidrográficas.
Fonte: Próprio autor (2018).
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6. Conclusão
Com a realização das etapas do projeto foi possível estabelecer uma base teórica
coesa e sólida sobre as geociências aplicada a educação ambiental pelos monitores e
participantes do projeto GeoEdu, tal aporte proporcionou a construção de cartilhas e
oficinas didáticas em diferentes níveis de conteúdo, incluindo uma gama elevada de
elementos, processo e condições relacionadas ao meio ambiente, assim atingindo uma
educação ambiental transformadora, que consiste na transformação integral dos
comportamentos civis e sociais, a sustentabilidade e a ética ecológica passam a ser
consideradas nas decisões do indivíduo.
A atuação do projeto sobre salas do ensino fundamental, demonstrou ser cativante
e eficiente, pois trata-se do momento de formação da opinião crítica do indivíduo,
despertar a curiosidade e senso de responsabilidade junto às questões ambientais nesta
época, permite que eles cresçam cobrando soluções para preservar os recursos e
harmonizar a relação homem-natureza.
Como também a presença de 4 monitores diminui a distância entre professor e
aluno, motivando os alunos a tirarem suas dúvidas e levantar mais questionamentos sobre
o assunto, garantindo assim uma troca de conhecimento maior e melhor entre educador e
educando.
Diante dos resultados apresentados é possível afirmar que a metodologia de
educação ambiental que utiliza as geociências permite conexão entre tópicos julgados
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Jornada de Gestão e Análise Ambiental da UFSCar
São Carlos, 02-04 de outubro de 2018.
complexos, uma sensibilização satisfatória pelo emprego de práticas que combinam o
cotidiano dos participantes á conceitos teóricos.
No entanto é necessário ressaltar as atividades do projeto em sua maioria foram
realizadas de maneira contínua, aquelas efetuadas de forma pontual apresentaram ser de
menor eficiência, assim verifica-se a necessidade de implementação de programas
contínuos em parceira com as universidades, para a construção do conhecimento. Por fim
conclui-se que o projeto atingiu os objetivos e avalia as geociências como uma ferramenta
eficiente para a educação ambiental.
Referências:
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interdisciplinar em educação ambiental no ensino médio: a microbacia hidrográfica do
Ribeirão dos Peixes como tema gerador. Ciência & Educação, 13(3), Bauru, SP, 2007.
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Itajaí, SC 2010.
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em <http://outubrorevista.com.br>. Acesso em: Junho de 2018
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em: http://educar.sc.usp.br/biologia/textos/m_a_txt4.html>. Acesso em: Junho de 2018.
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Universidade Federal de São
Carlos - UFSCar
02 a 04 de Outubro de 2018
ISBN: 978-85-94099-03-7
1. Introdução
2. Material e métodos
3. Discussão
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Jornada de Gestão e Análise Ambiental da UFSCar
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contraposta à visão antropocêntrica até então difundida, reestabelecendo as relações do
homem com seu meio natural. A partir de então, o ser humano não mais era visto como
um ser independente das demais espécies.
De acordo com Ferreira (2008), em 1865, na Inglaterra, foi criado o primeiro
grupo ambientalista do mundo, o Commons, Open Spaces, and Footpaths Preservation
Society, que promoveu campanhas pela preservação de áreas verdes urbanas no país. Foi
através deste movimento, em conjunto com as pressões promovidas pelo grupo, que o
governo da rainha Vitória começou a reservar áreas para o lazer público. Paralelo a esses
acontecimentos afloravam pressões pela preservação ambiental também nos EUA,
influenciado pela história natural e pelo romantismo. Em função do movimento
preservacionista, foi criado em 1872 o primeiro parque nacional do mundo, o Parque
Nacional de Yellowstone, com área de 800 mil hectares, tornando-se modelo para outros
países (CASTELLS, 1999).
McCormick (1992) afirma que a fase protecionista foi marcada pela proteção total
da natureza, através da percepção de que o meio ambiente deveria ser intocável, isolado
e sem nenhuma interferência do homem. No final do século XIX, contudo, surgiu nos
Estados Unidos um movimento ambientalista bipartido que, de um lado, tinha os
preservacionistas de áreas virgens e, do outro, os conservacionistas, centrados na
administração racional dos recursos naturais, que se fundava na tradição de uma ciência
florestal racional de vertente alemã, ideia que serviu de origem para as discussões do que
se denominou “desenvolvimento sustentável”, décadas mais tarde.
Já no início do século XX, o ambientalismo conservacionista cresceu e se
estabeleceu como um movimento concreto, tendo por algum tempo apoio do governo
norte americano. No I Congresso Internacional para Proteção da Natureza, que aconteceu
em 1909, em Paris, foi discutida a preservação ambiental e verificados os progressos da
proteção na Europa, propondo a criação de um organismo internacional de proteção da
natureza. Porém, em função da eclosão da Primeira Guerra, esse processo foi
interrompido. Até a década de 1930, pode-se dizer que houve interesse pela cooperação
internacional e a aceitação de que o movimento tinha objetivos que extrapolavam as
fronteiras nacionais. No entanto, a conversão dessa intenção em ações práticas só ocorreu
depois da Segunda Guerra Mundial (FERREIRA, 2008).
McCormick (1992) ainda defende que, em meados do século XX, com a
exacerbação do impacto das atividades humanas sobre o meio ambiente, as questões
relativas à sustentabilidade começaram a ter maior destaque, através dos primeiros
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Jornada de Gestão e Análise Ambiental da UFSCar
São Carlos, 02-04 de outubro de 2018.
estudos científicos realizados sobre o tema. Foi em função dos desastres ambientais e do
avanço dos conhecimentos científicos que houve uma sensibilização da sociedade para a
questão ambiental, pois os sinais de deterioração ficaram evidentes para mais pessoas e
não apenas para os cientistas e grupos conservacionistas. Nesse período, o movimento de
conservação já estava sendo ultrapassado por um novo movimento, independente e mais
ativista, preocupado com questões ambientais mais amplas, como superpopulação,
poluição, e custos do crescimento tecnológico e econômico, denominado Ecologia
Política.
Foi neste contexto que, em 1949, realizou-se a Conferência Científica da ONU
sobre a Conservação e Utilização de Recursos, importante marco na ascensão do
movimento ambientalismo internacional, já que iniciava a discussão a respeito da
necessidade de cooperação entre países para avançar em pesquisas ecológicas, visando
um trabalho conjunto das nações que possibilitasse converter o conhecimento em ação.
Neste momento, os efeitos dos interesses econômicos no bem-estar ambiental eram
gritantes, em função da corrida armamentista e do desenvolvimento industrial. Alguns
desastres foram observados no período, como a chuva de granizo radioativa em 1952 na
Austrália, e em Nova York no ano seguinte, eventos que se deram em função de testes
nucleares que estavam sendo realizados. Com estes e outros eventos sem solução,
percebeu-se a necessidade de um novo ambientalismo que ampliasse suas bases
científicas. Neste período, a natureza deixou de ser considerada como um horizonte
infinito e aberto à exploração humana para se tornar um horizonte de vulnerabilidade (O
DESENVOLVIMENTO..., 2017).
Em 1958, no Brasil, foi criada a Fundação Brasileira para a Conservação da
Natureza - resultado da ligação dos cientistas brasileiros com o movimento
conservacionista internacional - que surgiu como uma reação ao desenvolvimentismo
exacerbado e a qualquer custo que estava em voga no país. A organização conseguiu
amplitude e repercussão em todo o país, transformando-se em um marco para o
ambientalismo brasileiro, tanto que ainda em 1959 o governo federal voltou a utilizar a
criação de parques como instrumento de conservação, criando três em 1959 e oito em
1961, no curto governo de Jânio Quadros. Durante a década de 1960, apesar da produção
de novas leis de proteção ambiental – como o Código Florestal de 1965 e a Lei de
Proteção aos Animais, Drummond (1997) ressalta:
Temas como a poluição do ar, qualidade do ar, qualidade da água,
aglomeração urbana, zoneamento das atividades urbano-industriais e
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Jornada de Gestão e Análise Ambiental da UFSCar
São Carlos, 02-04 de outubro de 2018.
isolamento de certas atividades de maior impacto sobre o meio
ambiente ainda não suscitavam o debate público. [...] A consciência
ambientalista do Brasil foi muito prejudicada pelos altos e baixos da
democratização do país. A ditadura de 1964 desmobilizou a cidadania,
resultando numa atuação estatal tímida e particularmente voltada para
a preservação do chamado ambientalismo geográfico, naturalista.
(DRUMMOND, 1997, p. 25)
Cabe destacar, ainda, que neste momento, durante a década de 1960, a população
brasileira passou a ser predominantemente urbana. Logo, os problemas ambientais acima
citados pelo autor se intensificaram com a aglomeração populacional em áreas
urbanizadas. O intenso crescimento econômico da época, aliado ao processo de
urbanização com crescente desigualdade social resultou na concentração espacial da
pobreza, cuja expressão mais concreta é a segregação espacial e ambiental (VILLAÇA,
2012). A dificuldade de acesso aos serviços e infraestruturas urbanas de qualidade, as
menores oportunidades de emprego e de profissionalização passaram a ser parte da
realidade de boa parte da população brasileira, perpetuando o ciclo de precariedade à
medida que contribuíam para a ocupação de áreas inadequadas do ponto de vista
ambiental, para a poluição de cursos d’água, para o descarte inapropriado de resíduos,
etc., consolidando uma crise ambiental mais ampla até hoje enfrentada.
Neste mesmo período, surgiram diversas manifestações civis de contracultura no
mundo todo, as quais contestavam o modo de desenvolvimento vigente, para as quais o
ambientalismo foi forte inspiração (CASTELLS, 1999). Em 1962, servindo como
canalizador dessa onda de insatisfação para a questão ambiental, foi publicado nos
Estados Unidos o livro “Primavera Silenciosa”, de Rachel Carson, o qual relatava os
efeitos negativos causados pela utilização dos pesticidas e inseticidas químicos sintéticos,
levando à tona um grande problema ambiental e transformando temas como estes em
interesse público, o que conseguiu alarmar e chamar a atenção da opinião pública para o
meio ambiente. Castells (1999) defende que ideias de preservação da natureza, busca por
qualidade ambiental e perspectivas de vida ecológica surgiram no século XIX e
permaneceram restritas às elites intelectuais dominantes por muitas décadas. Ou seja,
eram tendências dissociadas da realidade social. Foi justamente no final da década de
1960 que, nos EUA, na Alemanha e na Europa Ocidental surgiu o “ambientalismo de
massas”, com base em opiniões públicas que, a partir daí, rapidamente se disseminou.
Em 1968, Aurélio Peccei, industrial italiano, fundou o Clube de Roma, grupo
formado por trinta profissionais de diferentes países para discutir os dilemas ambientais
da época, tendo como objetivos produzir diagnósticos da situação mundial e apontar
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Jornada de Gestão e Análise Ambiental da UFSCar
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alternativas para os líderes mundiais. (McCORMICK,1992). Desse grupo de estudo
surgiu o relatório "O Limite do Crescimento", publicado em 1972, que defendia que as
raízes da crise ambiental residiam no crescimento exponencial. O documento trazia,
também, a ideia de que o crescimento populacional ocorre em escala maior que a
produção de alimentos, o que levaria a sociedade a um colapso causado pela exaustão dos
recursos e insuficiência de alimento. Embora o relatório representasse uma visão
catastrófica e Malthusiana, ele muito contribuiu para o debate que antecedeu a
Conferência da ONU de 1972, pois trouxe à tona a noção de limitação dos recursos
naturais e fez com que a população repensasse novos conceitos e formas para o
crescimento.
Como resultado de todos esses acontecimentos da década de 1960 e início de
1970, ocorre em 1972, em Estocolmo, a Conferência sobre Meio Ambiente Humano, que
representa o marco da história do movimento ambientalista. Esta Conferência foi a
primeira tomada de consciência, no plano diplomático mundial, da discussão em torno
dos ecossistemas que, de maneira integrada, sustentam a vida na Terra. Colocando, assim,
a importância da fragilidade da natureza no meio diplomático internacional (O
DESENVOLVIMENTO..., 2017).
O objetivo da Conferência foi fazer um balanço dos problemas ambientais globais
e buscar soluções com o intuito de reduzir os danos causados ao meio ambiente
(McCORMICK, 1992). Necessário pensar, contudo, o contexto mundial no momento em
que a Conferência foi realizada. Em 1972 o mundo era marcado por polaridades definidas
– leste-oeste e norte-sul. Mesmo que tenha suscitado questões de interesse geral, a
Conferência foi caracterizada por discussões ideológicas, bem como teve importância
diplomática reduzida, já que apenas dois Chefes de Estado compareceram ao evento,
Indira Gandhi da Índia e Ingemund Bengtsson da Suécia (O DESENVOLVIMENTO...,
2017).
Os produtos resultantes da Conferência foram a criação do Programa de Meio
Ambiente das Nações Unidas e a inserção do meio ambiente na política dos países
desenvolvidos. Este momento ficou conhecido como a fase de gestão articulada do
movimento ambientalista, caracterizada pela proliferação de Organizações Não
Governamentais e pela percepção da emergência de problemas ambientais de escala
global, como o aquecimento global e a destruição da camada de ozônio.
Segundo Ferreira (2008), desde a Conferência de Estocolmo até o final da década
de 1980 foi observado um salto na consciência ambiental, como consequência das
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Jornada de Gestão e Análise Ambiental da UFSCar
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tendências das duas últimas décadas. Neste contexto, a Comissão Mundial para o Meio
Ambiente e o Desenvolvimento da Organização das Nações Unidas, presidida por Gro
Harlem Brundtland, ex-primeira ministra da Noruega, elaborou o documento “Nosso
Futuro Comum” também conhecido como Relatório Brundtland, em 1987, no qual os
governos signatários se comprometiam a promover o desenvolvimento econômico e
social em conformidade com a preservação ambiental. Foi neste relatório que a definição
mais difundida do conceito desenvolvimento sustentável foi apresentada:
“desenvolvimento sustentável é aquele que atende as necessidades do presente sem
comprometer as possibilidades de as gerações futuras atenderem suas próprias
necessidades”, marcando a fase do movimento ambientalista em que estamos até hoje: a
fase da gestão de sustentabilidade.
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São Carlos, 02-04 de outubro de 2018.
do padrão de consumo dos países desenvolvidos, obteríamos o que o autor chama de “teto
de consumo material”. Contudo, é justamente esta premissa que a Comissão Brundtland
não aborda e, aqui, se mostra contraditória.
Ao considerar um “piso de consumo material”, ao invés de um “teto”, a Comissão
aposta em inovações tecnológicas futuras que permitiriam o acesso de todos ao consumo
sem comprometer a sustentabilidade do planeta. Portanto, segundo esta lógica, não
haveria necessidade de os países desenvolvidos restringirem seu consumo, já que,
teoricamente, isto não estaria agravando a crise ambiental. O que esta ideologia deixa
implícito, todavia, é que o principal problema a ser combatido seria a “poluição da
pobreza”, afirmação extremamente controversa se considerarmos o contexto histórico e
político, o qual é deixado de lado pela própria Comissão, como previamente dito.
Aqui cabe o questionamento sobre as reais diferenças entre o chamado
desenvolvimento sustentável e o modelo convencional, guiado pelas forças do mercado.
Layrargues (1997) defende que o desenvolvimento sustentável assume uma postura de
projeto ecológico neoliberal que, simbolizando reforma, produz a ilusão de mudanças.
Ou seja, sob a pressão de uma nova realidade que demanda uma nova postura, o mercado
exibe uma nova “roupagem” sem ter mudado sua estrutura de funcionamento. A maior
contradição está no reconhecimento do próprio Relatório de que “a maior parte da
pesquisa tecnológica feita por organizações comerciais dedica-se a criar e processar
inovações que tenham valor de mercado”. Portanto, não existe o comprometimento com
a produção de bens que atendam às necessidades dos mais pobres. O maior problema,
segundo o autor, é acreditar que o chamado desenvolvimento sustentável pretende
preservar o meio ambiente, sendo que, na realidade, sua maior preocupação é preservar a
ideologia hegemônica.
Isto posto, cabe sinalizar que foi apenas durante a década de 1970, após a
Conferência de Estocolmo, que o movimento ambientalista do Brasil, como em grande
parte do resto do mundo, ganhou forças. No Brasil, a década de 1970 ainda foi marcada
pela implantação da Lei Federal nº 6.766/79, a qual dispõe sobre o parcelamento e uso do
solo (importante instrumento urbanístico que visa a proteção do meio ambiente) e pela
organização fundada na época, a Associação Gaúcha de Proteção do Ambiente Natural,
primeira associação ecologista da América Latina (VIOLA, 1986).
Já na década de 1980 foi instituída, através da Lei 6.938/81, a Política Nacional
do Meio Ambiente, que criou o Sistema Nacional de Meio Ambiente - SISNAMA,
integrado por um órgão colegiado, e o Conselho Nacional do Meio Ambiente –
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CONAMA. O SISNAMA representou um grande avanço para o ambientalismo brasileiro
uma vez que inseriu a sociedade civil organizada dentro da estrutura administrativa, de
modo a permitir uma participação concreta da população nas decisões políticas
ambientais. Já o CONAMA, por sua vez, foi formado por representantes de ministérios e
entidades setoriais da Administração Federal, diretamente envolvidos com a questão
ambiental, bem como de órgãos ambientais estaduais e municipais, de entidades de classe
e de organizações não governamentais.
Isto posto, destaca-se a ocorrência, já no início da década de 1990, da Conferência
das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, também conhecida como
Rio 92, segunda grande reunião das Nações Unidas. Importante destacar que esta foi a
primeira Conferência sobre temas globais após a queda do muro de Berlim. Neste
momento, o mundo estava marcado pelas polaridades USA – URSS, considerados polos
organizadores da agenda diplomática mundial. A Rio 92, contudo, mostrou-se como
exceção ao tratar de temas globais à luz da cooperação e não do confronto (O
DESENVOLVIMENTO..., 2017). O autor ainda destaca que esta foi a menos
governamental das Conferências globais, já que foi aberta a ONGS, contou com um fórum
global, e, também, foi aberta à opinião pública. Ou seja, foi capaz de tratar da globalização
dos temas discutidos em sintonia com a globalização da participação.
Os objetivos do encontro se deram no sentido de discutir um equilíbrio justo entre
as necessidades econômicas, sociais e ambientais das gerações presentes e futuras, além
de firmar as bases para uma associação mundial entre os países desenvolvidos e em
desenvolvimento. Para isto, buscou estabelecer uma agenda de cooperação internacional
para pôr em prática e consolidar o conceito de “desenvolvimento sustentável” no planeta,
tratando de problemas globais como mudanças climáticas e acesso e manutenção da
biodiversidade. O resultado da reunião foi o estabelecimento de acordos internacionais; a
elaboração da declaração do Rio - carta de princípios pela preservação da vida na Terra -
e a Agenda 21, plano de ação para o século XXI que visa minimizar os problemas
ambientais mundiais.
Pode-se dizer que a Conferência foi um marco na vida diplomática do Brasil, já
que este foi o maior evento organizado pelo país até então, o qual recebeu mais de cem
Chefes de Estado. O resultado pode ser considerado um “momento kantiano” da vida
internacional, marcado pela abertura à uma razão abrangente da humanidade, que colocou
o conceito do desenvolvimento sustentável em uma base indivisível, à medida que diz
respeito a todos (O DESENVOLVIMENTO..., 2017).
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3.2 A questão ambiental a partir de uma perspectiva neoliberal
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(ALIER, 2007). Finalmente, em 2002, consolida-se a Rede Brasileira de Justiça
Ambiental, bastante influenciada pelo seu precursor norte-americano.
No mesmo ano, em 2002, aconteceu a Conferência Mundial sobre
Desenvolvimento Sustentável em Johannesburgo, também conhecida como Rio + 10,
organizada pela Cúpula Mundial do Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas.
Esta conferência reuniu líderes e representantes de 193 países, organizações não
governamentais e mais de 700 empresários para negociar compromissos relacionados à
implantação do desenvolvimento sustentável, que revisaram e avaliaram o progresso do
estabelecimento da Agenda 21 a nível local, regional e internacional.
Mais recentemente, em 2015, houve também a Conferência de Paris, cujo objetivo
se deu no sentido de fortalecer a resposta global à ameaça das mudanças climáticas, bem
como direcionar a capacidade dos países para lidar com os impactos daí decorrentes. Nela,
foi aprovado o Acordo de Paris, assinado por 195 países que se comprometeram a reduzir
suas emissões de gases do efeito estufa. Neste sentido, outro marco importante foi a Nova
Agenda Urbana, Habitat III (2016), elaborada pela ONU, que ressalta a urgente
necessidade de redução da vulnerabilidade dos países em desenvolvimento frente ao
cenário de mudanças climáticas atualmente encontrado, destacando, portanto, a discussão
a respeito da injustiça ambiental à nível mundial.
4. Conclusões
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Jornada de Gestão e Análise Ambiental da UFSCar
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Referências bibliográficas
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Universidade Federal de São
Carlos - UFSCar
02 a 04 de Outubro de 2018
ISBN: 978-85-94099-03-7
Vaz, Renata M. G. F. C.1; Figueiredo, Rodolfo A.2; Fialho, Amanda M.3; Grilli, Victor
M.3; Morales, Lucas S.3
1
Doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Ciências Ambientais/UFSCar,
remaria.guerreiro@gmail.com;
2
Professor do Programa de Pós-Graduação em Ciências Ambientais/UFSCar,
rodolfodcam@gmail.com;
3
Graduanda/o em Análise e Gestão Ambiental/UFSCar, amandammaltez@hotmail.com,
grillivictor@gmail.com, lucs.morales@gmail.com,
1. Introdução
O presente trabalho é fruto de um projeto de extensão universitária desenvolvido
por um grupo de estudantes de graduação do bacharelado em Gestão e Análise Ambiental
e da pós-graduação em Ciências Ambientais, juntamente com um professor coordenador
do Departamento de Ciências Ambientais, todas/os da Universidade Federal de São
Carlos (UFSCar). O projeto intitulado “Ações para fortalecimento da resiliência do
sistema socioecológico Assentamento Rural Santa Helena, município de São Carlos (SP)”
Jornada de Gestão e Análise Ambiental da UFSCar
São Carlos, 02-04 de outubro de 2018.
foi desenvolvido durante o segundo semestre de 2017, com apoio da Pró-Reitoria de
Extensão (ProEx) da UFSCar.
A extensão, para nós, é entendida como comunicação, no sentido profundo e
verdadeiro da palavra, como nos indica Paulo Freire (2006) em sua obra Extensão ou
Comunicação? “[...] o conhecimento não se estende do que se julga sabedor até aqueles
que se julga não saberem; o conhecimento se constitui nas relações homem-mundo,
relações de transformação, e se aperfeiçoa na problematização crítica dessas relações”
(FREIRE, 2006, p. 36). Ainda, o mesmo autor enfatiza a importância do diálogo entre os
sujeitos para a construção do conhecimento. Entre os vários motivos que o torna
indispensável, ele destaca:
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A resiliência socioecológica, base teórica escolhida pelo grupo para entender a
dinâmica atual das/os assentadas/os do Santa Helena, vem cada vez mais sendo utilizada
para a compreensão de sistemas integrados por ecossistemas e sociedades humanas que
apresentam retroalimentação recíproca e interdependência (SALAS-ZAPATA et al.,
2011), uma vez que tem a potencialidade de verificar as pressões que tais sistemas sofrem
e suas possibilidades de adaptação ou transformação em uma realidade em constante
transformação (BUSCHBACKER, 2014). De acordo com Walker et al. (2004), resiliência
é a capacidade do sistema continuar a apresentar as mesmas funções, estruturas e
feedbacks ao passar por mudanças abruptas ou graduais, sejam estas de ordem natural ou
social. O sistema socioecológico, então, poderá absorver tais distúrbios e se reorganizar
de modo a manter a identidade (FOLKE et al., 2010).
As pessoas são as responsáveis por moldarem os sistemas socioecológicos através
de suas ações de manejo e tais ações, intencionais ou não, influenciam a resiliência do
sistema. O aprendizado sobre os atributos de um sistema socioecológico resiliente,
portanto, podem levar as pessoas a terem novas percepções sobre as pressões, as
mudanças ocorridas e as possibilidades de rumos para o futuro desenvolvimento do
sistema. Krasny et al. (2011) indicam que tal aprendizado deve se dar através da
observação, da ação e da reflexão sobre as formas de manejo dos recursos
socioambientais atuais e de como tais práticas podem ser aperfeiçoadas.
O trabalho foi realizado com o objetivo de fazer um diagnóstico socioambiental
participativo preliminar e construir uma agenda de atividades em comum com as/os
agricultoras/es do assentamento, abarcando demandas socioprodutivas e de cunho
educativo para o fortalecimento da resiliência socioecológica, diante das habilidades
presentes nos membros das/os extensionistas e interesse mútuo por parte das/os
assentadas/os.
2. Metodologia
A abordagem do trabalho encontra-se no âmbito das metodologias participativas,
que têm como principal característica a construção coletiva de compreensões e de ações
(FREIRE, 2006). Segundo o Ministério do Desenvolvimento Agrário (2017), as
metodologias participativas estão baseadas "nos princípios da ética, interdisciplinaridade,
participação, transversalidade, coerência, universalização, compromisso,
interinstitucionalidade e no respeito às diversidades étnicas, culturais e ideológicas". A
equipe, durante o desenrolar das atividades, esteve em constante diálogo com as/os
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agricultoras/es familiares do Assentamento Rural Santa Helena a fim de construírem e
reconstruírem suas compreensões de mundo tendo por base o conceito de resiliência
socioambiental.
Para o desenvolvimento de um diagnóstico participativo, foram elencados os
problemas socioambientais locais, que permitiram ao coletivo fazer uma análise das
interações existentes entre as/os moradoras/es do assentamento, na qual se destacaram as
relações comunitárias internas e externas relacionadas à produção agroecológica,
aspectos ambientais, organizacionais e políticos. Tassara e Ardans (2007, p. 36) afirmam
que as ações sobre um determinado território devem se fundamentar na elaboração, em
um primeiro momento, de um diagnóstico socioambiental, pois, pautando-se nesse
exercício, é possível desenvolver uma intervenção democrática junto ao grupo escolhido.
O diagnóstico pode ser entendido como
3. Resultados e Discussão
Como forma de manter o vínculo, estreitar laços com as/os agricultoras/es e
organizar o planejamento participativo das ações, o grupo esteve presente no momento
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em que elas/es se utilizam para montar as cestas agroecológicas para a entrega às/aos
consumidoras/es, que ocorre todas as segundas-feiras, no centro comunitário do
assentamento.
Foram feitas reuniões entre as/os participantes da equipe executora do projeto, nas
quais foi realizado o aprofundamento da equipe na temática resiliência em sistemas
socioecológicos, assim como o planejamento e a avaliação de ações realizadas no
assentamento. Também foram realizados encontros entre a equipe executora do projeto
com as/os as/os agricultoras/es para diagnóstico e troca de conhecimentos e experiências
sobre resiliência.
O diagnóstico socioambiental participativo traz uma série de elementos
importantes para a compreensão do quadro complexo que é um sistema socioecológico.
Por meio do diagnóstico, associado às visitas ao assentamento, foi possível registrar
algumas percepções particulares, mas comuns às/aos assentadas/os. As questões
abordadas visavam identificar perfis do grupo (nome, sexo, idade, estado civil etc.), as
moradias, história de vida das/os agricultoras/es, motivações e objetivos pessoais,
aspectos socioeconômicos, além de percepções relacionadas à vida coletiva.
Destacou-se que o perfil da produção familiar é relativamente variado, havendo
cultivo de milho, mandioca, banana, mamão, couve, repolho, abóbora, feijão, entre
outros. Uma parte é destinado ao autoconsumo, grande parcela é comercializada e o
excedente é destinado para alimentação dos animais de criação. A produção animal é de
galinhas, leitões e vacas, em pequena escala.
O cultivo de orgânicos se mostrou interessante após um curso sobre o tema
realizado pelo SENAR (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural) no assentamento,
fazendo com que algumas famílias passassem a ter mais confiança na produção orgânica.
Nesse sentido, obtiveram-se respostas relacionadas à utilização do neem (inseticida
biológico), a partir da planta encontrada na propriedade. Alguns também relataram que já
sofreram intoxicação pelo uso de agrotóxicos em seus trabalhos antecedentes.
No que diz respeito às relações comunitárias, consideram que há necessidade de
aperfeiçoar o trabalho no coletivo, embora desenvolvam diversas atividades em conjunto,
e para alguns esta questão é de grande valor. As atividades que reúnem uma parte maior
das/os assentadas/os é a montagem das cestas e as aulas que frequentavam do EJA
(Educação de Jovens e Adultos). Percebeu-se certa naturalidade com a situação das
perguntas, uma vez que muitas/os universitárias/os e coletivos visitam o assentamento.
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São Carlos, 02-04 de outubro de 2018.
Dentre os aspectos socioeconômicos, destacou-se o escoamento de produtos
especialmente pelas cestas, PNAE (Programa Nacional de Alimentação Escolar) e PAA
(Programa de Aquisição de Alimentos), e também o Restaurante Universitário da UFSCar
como uma oportunidade de comercialização interessante. As/os assentadas/os relataram
serem provenientes de diversas regiões do país (Nordeste, Sul), com ricas trajetórias de
vida e de luta até conquistarem a terra no atual assentamento.
Uma vez que o processo de construção de vínculo entre o grupo de extensão e a
comunidade exige tempo, tranquilidade e confiança, o diagnóstico socioambiental se
mostrou como uma ferramenta de aproximação, tendo em vista sempre a importância das
pessoas sentirem-se confortáveis em responder ou não às perguntas. Deste modo, as
questões foram abordadas buscando a maior naturalidade possível e em forma de
conversa.
Entre demandas levantadas no diagnóstico socioambiental destacou-se a
necessidade da realização de mutirões, tendo em vista o fato que grande parte das famílias
produtoras de orgânicos se constituem de casais de idade avançada, e muitas/os de
suas/seus filhas/os não residem nos lotes. Portanto, há necessidade de mão-obra
complementar para que o trabalho seja exitoso. Desta maneira, foram feitos cinco
mutirões em alguns lotes específicos, nos quais foram realizados manejos das áreas de
cultivo juntamente com as/os agricultoras/es. Além disso, e também como resposta a
questões colocadas pelas/os assentadas/os, foi realizado um dia de campo com um
engenheiro agrônomo colaborador, que tratou de assuntos como sanidade do solo e
nutrição de plantas em cultivos agroecológicos, realizou uma oficina prática para captura
de microrganismos eficientes (E.M.), prática de podas em árvores frutíferas em sistemas
agroflorestais, entre outras atividades.
A equipe do projeto de extensão participou da organização da festa julina do
assentamento e do coletivo que organizou a Primeira Semana de Agricultura Orgânica do
Município de São Carlos, em cujas reuniões compareceram diversos setores da sociedade
civil organizada, além do vereador que propôs o projeto de lei instituindo a Semana e do
Secretário Municipal de Agricultura. Um dos eventos da Semana foi realizado no
Assentamento Santa Helena e resultou na constituição da primeira feira exclusivamente
de produtos orgânicos do município de São Carlos, que iniciou as atividades em dezembro
de 2017.
Foram cerca de 20 agricultoras/es diretamente envolvidas/os, tendo em vista que
ao longo das reuniões compareceram 14 agricultoras/es e que nos mutirões, além delas/es,
51
Jornada de Gestão e Análise Ambiental da UFSCar
São Carlos, 02-04 de outubro de 2018.
também seus familiares se agregaram nos afazeres. O público direto foi menor que o
inicialmente esperado, uma vez que metade das famílias do assentamento não se envolveu
nas atividades do projeto. As razões do não envolvimento possivelmente estão ligadas a
essas famílias não trabalharem com agricultura de base ecológica e não terem
disponibilidade de tempo para atender às reuniões e mutirões. O envolvimento dessas
famílias, portanto, é um desafio a ser encarado e superado na continuidade das atividades.
4. Conclusão
Pode-se concluir, portanto, que a realização do projeto de extensão promoveu
resultados relevantes no tocante a fortalecer a resiliência socioecológica do Assentamento
Rural Santa Helena, posto que os mutirões e o dia de campo com a assessoria foram
executados tendo por base as fragilidades detectadas no diagnóstico socioambiental
participativo com o grupo de agricultoras/es que trabalham com a produção orgânica e se
constituem em uma associação. Além disso, o capital social da comunidade foi ampliado
pela integração com o pessoal da universidade.
Para o grupo proveniente da UFSCar, o projeto se constituiu em uma oportunidade
de entrar em contato com uma comunidade extramuros da universidade, aprendendo com
ela e podendo colocar em práticas conhecimentos adquiridos em seus cursos. Além disso,
o projeto proporcionou a possibilidade de uma das estudantes de graduação realizar sua
monografia de final de curso na comunidade e de uma pós-graduanda incluir a
comunidade de agricultoras/es do Assentamento Santa Helena como um dos focos de sua
tese de doutoramento.
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preparar para um futuro imprevisível? Boletim Regional, Urbano e Ambiental, v. 09,
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02 a 04 de Outubro de 2018
ISBN: 978-85-94099-03-7
1,2
Universidade de São Paulo. Contato: mariana.abibi@usp.br;
phelipe.anjinho@usp.br.
3
Orientador. Universidade de São Paulo. Contato: mauadffm@sc.usp.br
1. Introdução
2. Material e métodos
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A bacia está situada no interior da Área de Proteção Ambiental de Corumbataí.
No que concerne ao uso e ocupação do solo, a região possui características estritamente
rurais, com predomínio de pastagens para a criação de gado bovino, além de áreas
voltadas para atividades agrícolas, especialmente para culturas de café, cana-de-açúcar,
citrus, milho, áreas de reflorestamento com destaque para a produção de Pinus e
Eucaliptus e alguns fragmentos de áreas naturais como os campos e cerrados (TEIXEIRA,
1993 apud RODRIGUES, 2001).
56
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nm). A quantidade de energia, está também relacionada à temperatura de emissão do
corpo, pela lei de Stefan-Boltzmann (PEREIRA, ANGELOCCI e SENTELHAS, 2007).
Para cada instante haverá um balanço de radiação (Rn) que é característico da
superfície. Esse balanço de radiação (radiação líquida) é composto do balanço de onda
curtas (BOC) e do balanço de ondas longas (BOL), podendo ser representado por:
(3)
Ea = (((Esmáx+Esmín)/2)*URméd)/100
Esmáx = 0,6108*10^((7,5*Tmáx)/(237,3+Tmáx))
Esmín = 0,6108*10^((7,5*Tmín)/(237,3+Tmín))
Qgs = (0,75+2*10^-5*Altitude)*Qo
Qo = 37,6*(Sen (φ)*SEN(δ)*hn*(PI/180)+COS(φ)*COS(δ)*SEN(hn))*(d/D)2
φ = Latitude = -21,96 δ = 23,45*SEN(360*(NDA-80)/366*PI/180);
NDA = número de dias acumulados
(d/D)2 =(COS(360/365*NDA)))*0,033+1)
hn = Arc.cos (-1*TAN(δ)*TAN(φ))
Os cálculos apresentados são estimativas válidas para casos em que os valores
de radiação líquida não são medidos diretamente.
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2.3 Balanço hídrico do solo
Sendo: ET = 16(10*Tméd.mensal/I)^a
I=
a = 6,75*(10^-7)*I^3 - 7,71*(10^-5)*I^2 + 1,7912*(10^-2)*I + 0,49239
Correção = (ND/30)*(N/12); ND = número de dias do mês; N = fotoperíodo médio
mensal.
Quando a disponibilidade de água não é suficiente para suprir o processo de
ETP, ocorre o déficit hídrico (DEF), que é estimado pela diferença:
DEF = ETP – ETR (6)
58
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A lâmina de água correspondente ao intervalo de umidade do solo é denominada
CAD (Capacidade de Água Disponível) e é o parâmetro que caracteriza a capacidade do
tipo de cultura em utilizar a água disponível no solo. Diferentes plantas possuem
diferentes valores de CAD, no entanto, neste trabalho é adotado um valor médio igual a
100 mm, que abrange a faixa entre culturas anuais e culturas perenes, que correspondem
a maior parcela do uso do solo no Ribeirão Feijão.
Assim, a partir do roteiro proposto por Thornthwaite & Mather (1955), pode-se
calcular o balanço hídrico por meio da seguinte sequência (PEREIRA, ANGELOCCI e
SENTELHAS, 2007):
(7)
(8)
(9)
(10)
(12)
(13)
(14)
Essa relação deve ser mantida enquanto P-ETP apresentar valores negativos. A
partir do primeiro mês com P-ETP positivo:
(16)
(17)
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3. Resultados
O cálculo da radiação líquida foi realizado a partir dos dados obtidos no sistema
da Estação da Embrapa Pecuária Sudeste para o ano de 2016 (Coordenadas geográficas
da estação meteorológica: -21,96 S, -47,84 O, 860 m), apresentados na Tabela 1.
A partir da sequência de cálculos demonstrada no item anterior, determinou-se
os valores do BOL, BOC e do balanço de radiação, Rn (Tabela 2). A quantidade de
energia é expressa por unidade de área e de tempo.
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Ainda, a partir dos dados de temperatura média e precipitação normais para o
município de São Carlos (CEPAGRI, 2017), e assumindo que o armazenamento (ARM)
inicial é igual ao CAD (uma vez que janeiro se encontra no período chuvoso), é calculado
o balanço hídrico normal, como caracterização da região. A ETP apresentada na Tabela
3 foi estimada pelo método de Thornthwaite, como demonstrado anteriormente.
TABELA 3 – Dados normais de temperatura e precipitação e balanço hídrico normal para o munícipio de
São Carlos/SP. Estimativa da ETP por Thornthwaite.
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De maneira geral, o balanço hídrico normal para a Bacia do Ribeirão Feijão
apontou para um grande volume de excedente no meses de dezembro, janeiro e fevereiro,
devido à alta pluviosidade, e valores mais equilibrados para o resto do ano. O período
entre abril e outubro, sob uma perspectiva de cultivos agrícolas, necessitou um
incremento de água como entrada no volume de controle, sendo representado pela parcela
da irrigação, que não foi levada em consideração nesta análise do balanço.
4. Discussão
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diretamente proporcional a energia disponível no sistema. A ET redistribui o vapor da
água e a energia da superfície para a atmosfera, o que reflete as interações entre meio
físico e meio biótico, a complexidade do sistema.
Medidas e modelagem dos fluxos de energia, incluindo a ET, para diferentes
superfícies que tem impacto nos balanços de água e energia, são vitais para melhorar o
planejamento e gerenciamento dos recursos hídricos. E isso requer medidas de vapor de
água e trocas de energia entre vegetação e microclimas por períodos longos o suficiente
para se entender o comportamento e a dinâmica envolvidos com a transferência de fluxo,
pois assim modelos robustos podem ser desenvolvidos para se estimar os mesmos
processos em diferentes cenários (IRMAK, 2010).
Os avanços científicos das últimas décadas têm permitido quantificar esse
processo complexo para diferentes sistemas agroflorestais e corpos d’água com uma
precisão razoável, no entanto esses avanços são dinâmicos e ainda estão evoluindo para
melhor entendimento do processo e métodos para quantifica-lo (IRMAK, SKAGGS e
CHATTERJEE, 2014).
5. Conclusão
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Resumo: Os biomas brasileiros estão cada vez mais comprometidos, principalmente pelo
desmatamento. Grande parte da fauna silvestre, que sobrevive ao desmatamento, passa
por um processo de urbanização. O tráfico de animais também compromete a vida da
fauna silvestre, e a arara-Canindé é uma das espécies prejudicadas. Para receber animais
silvestres apreendidos, resgatados ou entregues espontaneamente, existem os Centros de
Reabilitação de Animais Silvestres (CRAS) e os Centros de Triagem de Animais
Silvestres (CETAS). Em Araras (SP), está localizado o Centro Pró Arara, um CRAS que
recebe somente aves. Uma das espécies mais recebidas é a arara-Canindé: 49 indivíduos
já foram entregues ao centro desde sua criação. Este trabalho teve como objetivo listar as
principais causas do recebimento de araras-Canindé pelo Centro Pró Arara, identificando
a origem dessas ocorrências, além de indicar o destino de algumas araras, com o auxílio
das fichas de entrada e saída desses animais. O maior número de recebimentos foi por
apreensões e entrega espontânea, transferências de outros CRAS e resgate em ambiente
urbano/ou rural. O principal motivo da saída das araras foi a soltura, seguido de morte, e
por devolução à proprietária. Os esforços para a conservação de araras-Canindé são
altamente relevantes já que a espécie é categorizada como Criticamente Ameaçada de
Extinção para o Estado de São Paulo, segundo lista do Governo do Estado de São Paulo
– Secretaria do Meio Ambiente e Fundação Parque Zoológico de São Paulo (2009), por
isso a atuação dos CRAS contribui para uma possível manutenção de populações
ameaçadas e não ameaçadas.
Palavras-chave: arara-Canindé, Centro de Reabilitação de Animais Silvestres (CRAS),
recebimento, destino.
1. Introdução
Os biomas1 brasileiros estão cada vez mais comprometidos pelas ações antrópicas.
No período compreendido entre 2014 e 2015, 18.433 hectares foram desmatados em todo
o território nacional (SOS MATA ATLÂNTICA, 2016). Assim, grande parte da fauna
1
O termo Bioma pode ter sua definição alterada de acordo com cada autor, no presente trabalho entende-se Bioma
segundo Whittaker (1971 apud COUTINHO, 2006)
A major kind of community, conceived in terms of physiognomy, on a given continent, is a biome or formation.
(formation is used when the concern is with plant communities only, biome when the concern is with both plants
and animals...)...we have to use both structure and environment when we define biomes.
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silvestre, que sobrevive ao desmatamento, passa por um processo de urbanização, ou seja,
passa a buscar acesso, abrigo, água e alimento no meio urbano. Por isso o contato com os
humanos está se tornando comum, o que gera grandes consequências para a vida desses
animais. Se o animal for carismático, atrai a prática da captura e passa a ser criado como
um animal doméstico, como é o caso de muitas aves silvestres, atividade que é proibida
por lei.
Outro fator que compromete a vida da fauna silvestre, principalmente a das aves,
é o tráfico de animais, presente em todo o mundo. No Brasil, é estimado que 38 milhões
de exemplares sejam retirados anualmente da natureza, e que aproximadamente quatro
milhões deles sejam vendidos (DESTRO et al., 2010). Segundo dados de RENCTAS
(2011), a arara-Canindé (Ara ararauna) está entre as espécies comercializadas
ilegalmente para colecionadores particulares e zoológicos.
O Brasil é o país com maior diversidade de psitacídeos do mundo, abrigando 72
espécies reconhecidas (GALETTI; GUIMARÃES JR.; MARSDEN, 2002). Os
Psittaciformes são muito visados para o comércio devido a sua plumagem, geralmente
bem colorida, e por se adaptarem facilmente ao cativeiro (GUEDES, 2004), o que gera
uma ameaça para as espécies dessa Ordem. As araras-Canindé fazem parte da Ordem
Psittaciformes, subdividida nas famílias Cacatuidae e Psittacidae (SICK, 1997). A ordem
é caracterizada por habitar zonas tropicais e possuir características morfológicas bem
conhecidas, como o bico recurvado. Assim como outros animais que se alimentam de
frutos, a arara-Canindé tem um importante papel na dispersão de sementes.
Para receber animais silvestres apreendidos, resgatados ou entregues
espontaneamente por particulares, existem os Centros de Reabilitação de Animais
Silvestres (CRAS) e os Centros de Triagem de Animais Silvestres (CETAS). Assim que
chegam, os animais são identificados, marcados e recebem cuidados de um
veterinário para que possam ser devolvidos à natureza ou encaminhados para outros
locais adequados, como criadouros registrados pelo Instituto Brasileiro do Meio
Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), centro de pesquisa ou
zoológico, caso a soltura seja inviável. A diferença entre os dois Centros é que os CETAS
são responsabilidade do IBAMA, e os CRAS são mantidos pelas prefeituras.
Em Araras, o Centro Pró Arara foi criado no ano de 2014 e tem como principal
objetivo a reabilitação de aves silvestres. Desde que foi fundado, já reabilitou 373 aves.
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Segundo Mônica Brito2, responsável pelos animais do Centro, uma das espécies mais
recebidas é a arara-Canindé. Quando possível, as araras reabilitadas são encaminhadas
para a área de soltura presente na região, para então voltarem à natureza.
2. Objetivo Geral
3. Material e Métodos
4. Resultados
2
Comunicação pessoal da bióloga Mônica Brito, do Centro Pró – Arara, em 17 de outubro de 2016.
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No total foram analisadas 72 fichas, sendo 49 de Fichas de Entrada e 23 de Saída,
somente da espécie Ara ararauna. Os animais que ainda permanecem no CRAS não
possuem fichas de saída.
No período de três anos, desde a criação do CRAS, foram recebidas 373 aves, das
quais 49 eram araras-Canindé sendo que destas, 23 já saíram do centro. O gráfico 1 mostra
a quantidade total de araras-Canindé recebidas e os motivos do recebimento nesse
período.O gráfico 2 mostra a quantidade total araras-Canindé que saíram do CRAS e os
motivos da saída nesse período.
Entrada
Entrega
Espontânea
Saída
Soltura
GRÁFICO 2 – Quantidade de araras-Canindé que saíram do CRAS de Araras e respectivos motivos, no perído de
2014 a 2017.
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condição física e coleta de material biológico para exames, além de outros atendimentos
mais específicos, caso existam lesões corporais.
FIGURA 2 – Gaiolas nas quais as aves que chegam ao CRAS de Araras, SP ficam até que seja feito o atendimento
veterinário. Fonte: Própria autora.
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Se as condições de saúde dos animais estão boas, eles são encaminhados para os
viveiros. O viveiro 1 (Figura 5) abriga papagaios em reabilitação e os que estão já prontos
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para a soltura. A Figura 6 mostra os viveiros 2 e 3, que abrigam maritacas em processo
de reabilitação e as que já estão aptas a soltura, respectivamente.
FIGURA 5 – Viveiro número 1, que abriga papagaios em reabilitação no CRAS de Araras, SP.
Fonte: Própria autora.
FIGURA 6 – Viveiros número 2 e 3, que abrigam maritacas em processo de reabilitação e as que já estão aptas a
soltura, respectivamente no CRAS de Araras, SP. Fonte: Própria autora.
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FIGURA 7 – Viveiro número 4 abriga as araras e os tucanos em processo de reabilitação e prontos para a soltura no
CRAS de Araras, SP. Fonte: Própria autora.
5. Discussão
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fazer o resgate, por se tratar de um animal silvestre. Após o resgate foi constatado que um
dos animais já havia passado pelo CRAS e tinha sido solto.
O processo de reabilitação das araras-Canindé ocorre pelo reestabelecimento das
condições de saúde, e quando são transferidas para o viveiro 4 começam a treinar o voo.
Quando a capacidade de voo é recuperada, aliada à capacidade de alimentação
independente, as aves são encaminhadas para a saída do CRAS. Algumas aves
apresentam lesões irreversíveis nas asas, o que impossibilita o voo.
O destino dos animais é predominantemente o encaminhamento para a área de
soltura, localizada na zona rural de Araras, no Haras Aratinga, mantido por particular,
onde os animais permanecem alguns dias em um viveiro para aclimatação, antes da
soltura. Nesse local existem pontos de alimentação, alguns ninhos artificiais, chamados
de caixas-ninho, e existem muitas árvores e abrigos naturais. Nos primeiros meses após
a soltura, as aves costumam voltar para passar a noite nas árvores do Haras. Com o passar
do tempo, as aves passam a ser independentes e arriscam voos mais distantes. Ocorreram
19 solturas de arara-Canindé no período.
Três indivíduos procedentes do Parque Ecológico do Tietê chegaram ao CRAS
com a saúde comprometida e morreram na semana em que chegaram.
Num dos casos, o animal foi apreendido pela PMA e encaminhado para o CRAS,
mas a proprietária conseguiu reaver a posse por meios judiciais. A responsável pelo
CRAS se assegurou que a arara não sofria maus tratos e recebia alimentação adequada e
redigiu um documento para ser apresentado ao juiz, explicitando a situação. O juiz cedeu
a guarda da ave para a senhora novamente. No começo do ano de 2017 o CRAS recebeu
a notícia de que a arara havia falecido. Na biopsia foi constatado um tumor no oviduto,
que pode ter sido a causa da morte, além de sua idade avançada.
Em março de 2017 ocorreu o primeiro nascimento de um filhote de um casal de
araras-Canindé reabilitadas pelo CRAS e soltas no Haras. Os ovos foram postos em uma
das caixas-ninho presentes no próprio Haras.
6. Conclusões
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Jornada de Gestão e Análise Ambiental da UFSCar
São Carlos, 02-04 de outubro de 2018.
Extinção, segundo a lista de São Paulo (2009). Logo, a manutenção da espécie depende
de medidas a serem feitas a curto prazo.
Os resultados deste estudo mostram que o principal motivo de recebimento de
araras-Canindé no Centro Pró-Arara foram a apreensões realizadas pela Polícia Militar
Ambiental.
Um dos meios de conservação de espécies da fauna silvestre são os Centros de
Reabilitação de Animais Silvestres (CRAS), e por esse motivo o investimento neste
centro deve ser ressaltado junto à Prefeitura Municipal de Araras, para sua manutenção,
aliado a pesquisas científicas sobre o comportamento, genética, ecologia e outras áreas
da biologia, uma vez que no local de soltura (Haras Aratinga), ocorreu recentemente o
nascimento de um filhote. É de suma importância que os CRAS recebam apoio
governamental para que tenham sucesso, desde seu estabelecimento até seu
funcionamento. Seria importante também incentivar os proprietários rurais particulares a
tornar suas terras áreas de soltura.
Uma das opções para os animais que não têm condição de reabilitação é
encaminhá-los para zoológicos legalizados e divulgar as informações junto à população,
para que todos tenham conhecimento dos casos existentes de animais que não conseguem
se recuperar e não podem voltar à vida silvestre, que pode funcionar como forma de
sensibilização e informação educativa.
Referências Bibliográficas
75
Jornada de Gestão e Análise Ambiental da UFSCar
São Carlos, 02-04 de outubro de 2018.
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Universidade Federal de São
Carlos - UFSCar
02 a 04 de Outubro de 2018
ISBN: 978-85-94099-03-7
Resumo: A intervenção antrópica por meio do uso do solo acarreta perda ou fragmentação
do habitat. Em paisagens constituídas por manchas de habitat natural em uma matriz
agrícola, a identificação de populações viáveis é relevante para conservação da
biodiversidade. A espécie Micrablepharus atticolus endêmica do cerrado, tem seu habitat
afetado pelo processo de fragmentação da paisagem. Nesse sentido, o intuito do trabalho
é analisar a importância das Unidades de Conservação (UCs) para espécie e quantas áreas
de habitat são capazes de suportar uma população mínima viável em São Carlos e região.
Foi utilizado o mapeamento do Inventário Florestal do Estado de São Paulo de 2009 para
identificar as áreas de habitat e não-habitat para a espécie. Na paisagem com uma área
total de 760.530 ha, apenas 4,61% corresponde a savana. Da área total de savana na
paisagem, 25% encontra-se dentro de UCs. A Área Mínima Viável (AMV) da espécie
encontrada foi de 450 ha. Considerando as manchas maiores que a AMV, 58% da área de
savana encontra-se em UCs. Por outro lado, as manchas maiores que a AMV localizadas
fora das UCs apresentam uma área total de 6.026 ha, ressaltando-se sua importância para
a conservação da espécie. As estratégias para a conservação da biodiversidade nessas
áreas devem ultrapassar os limites das UCs e considerar as características e potencial de
conservação nas manchas vizinhas. Dessa forma, deve existir uma gestão integrada dessas
áreas e das UCs, assim como o desenvolvimento de políticas públicas voltadas aos
habitats de espécies endêmicas.
Palavras-chave: Endemismo; Unidades de Conservação; População mínima viável;
Micrablepharus atticolus.
1. Introdução
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2. Materiais e métodos
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verão seco e inverno úmido (Embrapa-CCPSE, 1999). A vegetação atual é muito
heterogênea, bastante fragmentada e empobrecida, na qual predomina principalmente
cerrado com diferentes fisionomias, matas semideciduais, matas ciliares e áreas de
regeneração (SOARES; SILVA; LIMA, 2003).
A delimitação da área de estudo é arbitrária em relação às características da
espécie estudada, pois não existem critérios para determinar a abrangência da capacidade
de deslocamento dos organismos. Diante disso, adotou-se o município de São Carlos
como a região central e os municípios limítrofes, visando a gestão ambiental de São
Carlos e região.
80
Jornada de Gestão e Análise Ambiental da UFSCar
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2.3 Procedimentos metodológicos
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A partir da AMV calculada utilizou-se a métrica AREA no nível da mancha para
identificar quantas e quais manchas apresentavam área suficiente para suportar uma
população mínima viável da espécie.
As informações foram inseridas e analisadas utilizando técnicas de
geoprocessamento, através do Sistema de Informação Geográfica (SIG), utilizando-se o
Software ArcGis® 10.4.1. Foram elaborados Planos de Informação no Sistema de
Projeção Geográfica Universal Transversa de Mercator - Fuso 23 Sul, Datum
SIRGAS2000.
3. Resultados e discussões
FIGURA 2 – Número de manchas de savana por classe de tamanho das manchas em hectares na região de
São Carlos - SP. Base de dados: Inventário Florestal do Estado de São Paulo - SIFESP. Org.: Os autores.
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M. atticolus, as manchas estão isoladas, pois não apresenta capacidade e condições
favoráveis para deslocar-se na distância entre as suas áreas de habitat. Nesse sentido, a
AMV deve estar contida em uma única mancha, e não em várias, para suportar uma
população mínima viável.
A AMV da espécie M. atticolus encontrada foi de 450 ha. As manchas de habitat
com área maiores que a AMV e com áreas menores podem ser visualizadas na Figura 3.
As Estações Ecológica e Experimental de Itirapina apresentam uma área maior do que a
AMV, no entanto não consta no mapeamento do Instituto Florestal e por isso não foi
considerada nessa análise.
83
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TABELA 1: Área total de savana na paisagem contida em manchas maiores e menores do que a Área
Mínima Viável (AMV), capaz de suportar uma população viável de Micrablepharus atticolus, dentro e
fora de Unidades de Conservação (UCs). Base de dados: Inventário Florestal do estado de São Paulo -
SIFESP. Org.: Os autores.
Área fora de
Área total Área dentro de UCs
UCs
Áreas maiores que a AMV 14461 ha 8434 ha 6026 ha
Áreas menores que a AMV 21106 ha 613 ha 20492 ha
Área total da savana 35098 ha
Área total das UCs 16500 ha
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São Carlos, 02-04 de outubro de 2018.
No entanto, as áreas menores que a AMV também apresentam importância para
conservação da espécie, tanto dentro quanto fora de UCs, pois pequenas manchas podem
ser cruciais para a sobrevivência e resiliência da comunidade (MATTHEWS; JONES;
WHITTAKER, 2015). Essas áreas são ainda mais importantes para a dispersão de
espécies a longa distância através de redes de habitat, reduzindo o isolamento dos habitats
maiores e contribuindo para a persistência da espécie em amplas escalas espaciais e
temporais (SAURA; BODIN; FORTIN, 2014).
Não apenas para a espécie M. atticolus, mas também para diversas espécies
animais e vegetais que estão ameaçadas de extinção, as áreas localizadas fora das UCs
são importantes para a conservação, pois estima-se que 20% das espécies ameaçadas ou
endêmicas não ocorrem nas áreas legalmente protegidas (KLINK; MACHADO, 2005).
Nesse sentido, as estratégias para a conservação da biodiversidade nessas áreas devem
ultrapassar os limites das UCs e considerar as características e potencial de conservação
nas manchas vizinhas (VIANA; PINHEIRO, 1998).
Dessa forma, destaca-se a importância e necessidade das Unidades de
Conservação e das áreas vizinhas maiores que a AMV para manutenção e garantia das
populações de M. atticolus, visto que o valor da área de habitat para espécie está muito
próximo tanto dentro quanto fora das UCs.
4. Conclusões
Esse trabalho representa uma primeira abordagem da Área Mínima Viável para
essa espécie endêmica. Como continuidade sugerimos a obtenção de dados de densidade,
capacidade de deslocamento e população mínima viável para M. atticolus na região, assim
como a elaboração de bases de dados de uso e ocupação com maior acurácia.
Os dados disponíveis evidenciam que as UCs são áreas importantes para
preservação, visto que são legalmente protegidas e demonstram abrigar grande parte do
habitat de savana, tornando possível a manutenção de espécies endêmicas. Além das UCs,
as áreas de manchas maiores que a AMV que não estão localizadas em UCs representam
valores significativos de habitat para a espécie, sendo recomendável que sejam
transformadas em áreas legalmente protegidas.
Dessa forma, ressalta-se a importância da gestão integrada dessas áreas e das UCs,
assim como o desenvolvimento de políticas públicas voltadas aos habitats de espécies
endêmicas localizadas em áreas próximas de UCs.
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Referências bibliográficas
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Carlos - UFSCar
02 a 04 de Outubro de 2018
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1. Introdução
2. Material e métodos
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Para tanto, efetuou-se o levantamento in loco da vegetação, identificando os
indivíduos de ambas as margens do rio, através visualização das espécies e de registro
fotográfico dos indivíduos, das folhas, do caule, e das sementes e flores quando possível.
Houve contagem do número de indivíduos e espécies presentes na área, assim como a sua
origem.
As espécies vegetais foram classificadas de acordo com a determinação científica
do nome seguindo os critérios propostos para fanerógamas, com base em Souza e Lorenzi
(2008). As famílias botânicas seguiram o Sistema de Classificação proposto por
Angiosperm Phylogeny Group III.
Para análise fitossociológica do local foram calculados a Densidade Absoluta
(DeAb) que corresponde a relação do número total de indivíduos de um táxon por área,
obtida pela Equação 1:
1ℎ𝑎
𝐷𝑒𝐴𝑏𝑖 = 𝑛𝑖 . (1)
𝐴
𝑛𝑖
𝐷𝑒𝑙𝑅𝑒𝑙 = . 100 (2)
𝑁
3. Resultados
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TABELA 1 – Espécies registradas no trecho urbano do Rio Santo Antônio.
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São Carlos, 02-04 de outubro de 2018.
Libidibia ferrea var.
Pau-ferro 0,439 0,134 1 0,067 N
Leiostachya
Paubrasilia echinata Pau-brasil 0,439 0,134 1 0,067 N
Schizolobium parahyba Guapuruvu 1,316 0,401 3 0,200 N
Senna macranthera Fedegoso 0,439 0,134 1 0,067 N
GENTIANALES
Apocynaceae
Thevetia peruviana Chapéu-de-napoleão 3,947 1,202 9 0,601 E
LAMIALES
Bignoniaceae
Jacaranda mimosifolia Jacarandá-mimoso 2,193 0,668 5 0,334 N
Spathodea campanulata Espatódea 13,158 4,005 30 2,001 E
Tabebuia chrysotricha Ipê-amarelo 1,316 0,401 3 0,200 N
Tabebuia imperiginosa Ipê-roxo 0,439 0,134 1 0,067 N
Temcoma stans Ipê-de-jardim 0,439 0,134 1 0,067 E
Lamiaceae
Plectanthus barbatus Boldo 0,439 0,134 1 0,067 E
Verbenaceae
Duranta repens aurea Pingo-de-ouro 0,439 0,134 1 0,067 E
LAURALES
Lauraceae
Cinnamomum verum Canela 0,439 0,134 1 0,067 E
Nectandra megapotamica Canelinha 0,439 0,134 1 0,067 N
Persea americana Abacate 10,088 3,071 23 1,535 E
MAGNOLIALES
Annonaceae
Annona montana Araticum 1,316 0,401 3 0,200 E
Annona muricata Graviola 0,877 0,267 2 0,134 E
MALPIGHIALES
Euphorbiaceae
Alchornea sidifolia Tapia 2,632 0,801 6 0,401 N
Euphorbia tirucalli Aveloz 0,439 0,134 1 0,067 E
Codiaeum variegatum Croton 0,439 0,134 1 0,067 N
Crtoton urucurana Sangra-d’água 5,702 1,736 13 0,868 E
Malpighiaceae
Malpighia emarginata Acerola 2,193 0,668 5 0,334 E
MALVALES
Bombacaceae
Castanha-do- 10 0,668
Bombacopsis glabra 4,386 1,335 N
maranhão
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Malvaceae
Ceiba speciosa Paineira 7,895 2,403 18 1,202 E
Hibiscus rosa sinensis Hibisco 2,193 0,668 5 0,334 E
Hibiscus tiliaceus Algodão-da-praia 2,193 0,668 5 0,334 N
Muntingiaceae
Muntingia calabura Calabura 0,877 0,267 2 0,134 N
MYRTALES
Combretaceae
Laguncularia racemosa Mangue-branco 2,632 0,801 6 0,401 N
Terminalia catappa Chapéu-de-sol 9,211 2,804 21 1,402 E
Lyhthraceae
Lagerstroemia indica Resedá 0,439 0,134 1 0,067 E
Myrtaceae
Eugenia brasiliensis Grumixama 1,316 0,401 3 0,200 N
Eugenia involucrata Cereja-do-rio-grande 0,439 0,134 1 0,067 N
Eugenia uniflora Pitanga 7,895 2,140 18 1,202 N
Psidium cattleyanum Araçá 3,509 1,068 8 0,534 N
Psidim guajava Goiaba 6,579 2,003 15 1,001 N
Syzgium cumini Jambolão 1,316 0,401 3 0,200 E
POALES
Poaceae
Saccharum officinarum Cana 0,439 0,134 1 0,067 E
ROSALES
Moraceae
Artocarpus altilis Fruta-pão 0,877 0,267 2 0,134 E
Artocarpus heterophyllus Jaca 0,439 0,134 1 0,067 E
Ficus benjamina Fícus 3,947 1,202 9 0,601 E
Morus nigra Amora 8,772 2,671 20 1,336 E
Rosaceae
Eriobotrya japônica Ameixa-amarela 2,632 0,801 6 0,401 E
Urticaceae
Cecropia pachystanchya Embaúba 0,439 0,134 1 0,067 N
SAPINDALES
Anacardiaceae
Anacardium occidentale Caju 0,439 0,134 1 0,067 N
Mangifera indica Manga 11,842 3,605 27 1,802 E
Schinus molle Aroeira-salsa 0,439 0,134 1 0,067 N
Schinus terebinthifolius Aroeira-pimenteira 4,825 1,467 11 0,734 N
Spondias purperea Seriguela 2,632 0,801 6 0,401 E
Rutaceae
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São Carlos, 02-04 de outubro de 2018.
Citrus x aurantifolia Limão-galego 0,439 0,134 1 0,067 E
Citrus japônica Quincã 0,439 0,134 1 0,067 E
Citrus x liminia Limão-cravo 2,193 0,668 5 0,334 E
Citrus x sinensis Laranja 1,754 0,534 4 0,267 E
Murraya paniculata Murta-de-cheiro 3,070 0,935 7 0,467 E
SOLANALES
Convolvulaceae
Ipomoea carnea Algodão-bravo 0,439 0,134 1 0,067 N
ZINGIBERALES
Musaceae
Musa paradisíaca Banana 21,053 6,409 48 3,204 E
DeAb: Densidade Absoluta; DeRel: Densidade Relativa; AbAb: Abundância Absoluta;
AbRel: Abundância Relativa; Origem (E: Exótica; N: Nativa). Fonte: Autoria própria
(2018).
Shannon-Weaver H’ 3,683
Pieleu J 0,8454
Fonte: Autoria própria (2018).
39,74%
60,26%
Exótica Nativa
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As famílias com maior riqueza de espécie foram a Fabaceae com 14 espécies,
seguido da Arecaceae (7), Myrtaceae (6), Anacardiaceae (5), Bignoniaceae (5) e Rutaceae
(5), conforme a Figura 3.
95
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4. Discussão
4. Considerações Finais
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necessidade de desenvolvimento de projetos visando a recuperação desta mata ciliar, com
a utilização de espécies nativas, propiciando assim um aumento na diversidade florestal.
Referências
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Carlos - UFSCar
02 a 04 de Outubro de 2018
ISBN: 978-85-94099-03-7
Resumo: A polinização é uma das mais importantes interações entre plantas e animais.
No cerrado, 75% das plantas são polinizadas por abelhas, nativas ou introduzidas. Com o
estabelecimento da abelha Apis mellifera no Brasil, suas altas taxas de recrutamento,
dominância e abundância, podem consumir até 80% da produção de néctar e pólen nas
plantas que antes eram visitadas apenas por espécies nativas. Sendo assim, o presente
trabalho visa analisar as influências e/ou impactos da proximidade de colônias de A.
melífera sobre a visitação floral feita por espécies nativas na área de cerrado da Estação
Experimental de Itirapina/SP. Observamos visitantes florais em plantas nativas do
cerrado durante 60 min. no período da manhã. Não foi verificado um padrão visual que
explique a relação do efeito causado pela proximidade de colônias de A. melífera sobre a
visitação floral feita por espécies nativas na Estação Experimental de Itirapina/SP, no
entanto, fatores como efeito de borda, preferência florística e mecanismo de polinização
de acordo com as espécies vegetais podem influenciar a taxa de visitas dos diferentes
insetos em plantas do cerrado.
1.Introdução
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2. Materiais e métodos
100
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Foi realizada uma coletada de dados entre 9h e 11h, no mês de outubro de 2017,
onde foi realizada a observação de visitantes florais em espécies vegetais nativas do
cerrado que apresentavam flores, durante 60 minutos em um dia (MEDEIROS, 2011).
Foram feitas observações em 9 pontos diferentes do Fragmento do Valério,
variando de acordo com distâncias estipuladas da colônia de A. mellifera. A amostragem
foi realizada a 5 metros da borda, no sentido interior do fragmento, e a colônia de A.
mellifera (Coordenada UTM 23S -47,857372 O -22,2118687 S) encontrava-se a cerca de
10 metros para o interior do fragmento.
Os pontos de amostragem foram distribuídos, aproximadamente, de 100 em 100
metros ao longo da estrada, a partir das colônias de A. mellifera, sendo 5 pontos
amostrados a direita da colônia e 4 pontos a esquerda, entre os 4 pontos, o primeiro
(referente ao P6) encontra-se a 35m da colônia A mellifera. O local de estudo e
amostragem pode ser visto na figura 1 e a disposição dos pontos de observação são
colocados na figura 2.
FIGURA 2 – Imagem referente aos pontos de coleta e a distância das colônias de Apis mellifera em área
de cerrado sensu stricto na Estação Experimental de Itirapina-SP em outubro de 2017.
101
Jornada de Gestão e Análise Ambiental da UFSCar
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de A. mellifera e de não-apis nas flores. A categoria de não-apis englobou borboletas,
moscas, formigas, aranhas, aves e demais visitantes florais não identificados.
Após o término da observação, foram registradas por fotografias as espécies
vegetais observadas, e coletados ramos com flores para confecção de exsicatas.
Vale ressaltar que durante os primeiros 30 minutos do experimento a incidência
luminosa era menor, devido à presença de nuvens. Após 30 minutos as nuvens se
ausentaram e o sol passou a irradiar diretamente sobre a maioria das espécies vegetais
observadas.
Como medida e análise preliminar, fizemos a interpretação gráfica dos dados
coletados. Os dados foram organizados em planilhas e os gráficos gerados a partir do
software Microsoft Office Excel para análises. Além disso, fizemos uma análise de
regressão linear para verificar a existência de influência entre as distâncias das colônias
de A. mellifera e a frequência de abelhas A. mellifera e outros visitantes florais nas plantas
observadas.
3. Resultado e discussões
FIGURA 3 – Famílias vegetais nativas observadas durante a amostragem de visitas de aninais às flores
em área de cerrado sensu stricto na Estação Experimental de Itirapina-SP em outubro de 2017.
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florais e obter a polinização (FREITAS, 1998). Outro fator que pode ter influenciado é o
efeito de borda na região amostrada, já que o experimento foi realizado a 5 metros da
borda.
Com isso, é possível que A. mellifera tenda a buscar recursos mais abundantes no
interior do fragmento, pois segundo Urbanetz et al. (2003) em estudo realizado na mesma
área a abundância e diversidade de espécies florais foi maior no interior do fragmento e
menor na borda. Contudo esta variação ocorre naturalmente devido ao mosaico da
vegetação característico de todo o cerrado amostrado, e pode não haver relação
significativa com o efeito de borda.
FIGURA 4 – Relação da frequência de visitantes florais da espécie de abelha Apis Melífera e de outas
espécies de animais pela distância da colônia de A. mellifera no cerrado sensu stricto na Estação
Ecológica de Itirapina-SP em outubro de 2017.
A partir disso, usamos o teste estatístico de Regressão linear simples para verificar
se há relação significativa entre à distância da colônia e a frequência de visitantes florais.
Para a relação entre a distância das colônias e a frequência de A. mellifera foram obtidos
R² (ajustado) igual a 0.03, p-value de 0.345 e coeficiente angular de -0.021, mostrando
que não há relação significativa entre as variáveis, onde são explicados apenas 3% dos
dados sendo, aproximadamente, 34% a chance de erro.
Para a relação entre as colônias de A. mellifera e a frequência de visitas de
visitantes não-apis, foram obtidos R² (ajustado) igual a 0.142, p-value de 0.954 e
coeficiente angular igual a 0.005, com isso, também concluímos que a influência da
presença de colônia de A. mellifera não tem um efeito significativo na frequência de
103
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visitantes florais de outras espécies animais às espécies de plantas observadas no cerrado,
sendo que a regressão explica apenas 14% dos dados.
Desta maneira, verificamos que não houve um impacto negativo significativo de
A. mellifera na frequência dos visitantes florais quando avaliados a partir da distância da
colônia, no entanto, foi observada uma maior quantidade de visitantes não-apis. Fica
evidente que as maiores frequências de visitação são de espécies não apis, mesmo quando
relacionadas às menores distâncias da colônia, onde era esperada maior frequência de A.
mellifera (Figura 5).
FIGURA 5 – Gráfico de percentual de visitantes florais não-apis pela distância da colônia no cerrado
amostrado na Estação Ecológica de Itirapina-SP em outubro de 2017.
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TABELA 1 - Diversidade de visitantes florais por Família observada.
Melastomataceae 21
Myrtaceae 12
Malpighiaceae 7
Solanaceae 6
Bromeliaceae 6
Sapindaceae 3
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4. Considerações Finais
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não-apis, em específicas espécies que efetuam movimentos vibratórios. Portanto, a
composição florística observada favoreceu a visitação por espécies nativas em 60%.
Com isso fica evidente a importância da preservação de habitats que abrigam
espécies vegetais nativas como as do cerrado que possibilitam a permanência e
abundância de espécies de visitantes florais nativas.
5. Referências
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108
Universidade Federal de São
Carlos - UFSCar
02 a 04 de Outubro de 2018
ISBN: 978-85-94099-03-7
Sebastiani, R.3
1
Universidade Federal de São Carlos, Rod. Washington Luís, km 235, SP 310, São
Carlos, SP. CEP 13565-905. jose.victorlula@hotmail.com
2
Universidade Federal de São Carlos, Rod. Anhanguera, km 174, Araras, SP. CEP
13600-970, Caixa Postal 153. ih.bq@hotmail.com
3
Orientadora. Universidade Federal de São Carlos, Rod. Anhanguera, km 174, Araras,
SP. CEP 13600-970, Caixa Postal 153. renatasebastiani2014@gmail.com
1. Introdução
110
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2. Material e métodos
A B
FIGURA 1 – A. Rio Mogi Guaçu, nos limites da Guarnição da Aeronáutica de Pirassununga. B. Aspecto
do interior da Floresta Ciliar referente à Guarnição.
2.2. Metodologia
As coletas foram feitas de novembro de 2014 a janeiro de 2018, através de visitas
aleatórias na área de estudo. A distância percorrida no total do estudo resulta em uma
trilha de aproximadamente um quilômetro, considerando a distância maxima de 30 m a
partir da margem do Rio Mogi Guaçu. Os espécimes em estado reprodutivo obtidos foram
herborizados segundo as técnicas usuais (Fidalgo & Bonini, 1989) e depositados no
herbário HARA (Universidade Federal de São Carlos, campus Araras), enquanto os
espécimes estéreis foram cultivados em estufas para posterior coleta e herborização das
estruturas reprodutoras. Os espécimes foram identificados através da chave de
identificação e descrição presentes na Flora Fanerogânica do Estado de São Paulo
111
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São Carlos, 02-04 de outubro de 2018.
(Wanderley & Martins, 2007). A distribuição dos espécimes nas fitofisionomias foi
confrontada com a Flora do Brasil 2020 em construção (2018).
3. Resultados
1. Tillandsia loliacea Mart. ex Schult. & Schult.f. in Roem. & Schult., Syst. 7(2): 1024.
1830.
Caule inconspícuo. Folhas rosuladas, polisticas, eretas e suberetas, densamente lepidotas,
bainha ovóide. Inflorescência simples, 3-7 flores, raque geniculada. Brácteas florais verde
acinzentadas. Flores dísticas, pétalas amarelas liguladas com ápice agudo.
2. Tillandsia mallemontii Glaz. ex Mez in Mart., Eichler &Urb., Fl. Bras. 3(3): 608. 1894
112
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Caule conspícuo. Folhas elípticas a lanceoladas, dísticas ou subdísticas, dispostas ao
longo do caule, densamente lepidotas, bainha oval. Inflorescência simples, 2-4 flores,
brácteas verdes. Flores dísticas pétala azul a violeta, ápice obtuso.
3. Tillandsia pohliana Mez, in Mart., Eichler & Urb., Fl. Bras. 3(3):597. 1894.
Caule inconspícuo. Folhas rosuladas, polísticas, eretas, densamente lepidotas, bainha
pouco distinta. Inflorescência 10-15 flores. Brácteas florais castanho-claro, ápice
apiculado. Flores polísticas com pétalas alvas, ápice obtuso.
4. Discussão
113
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A B
C D
E F
Trabalhos como de Costa et al. (2011) e Bataghin et al. (2012) apontam em seus
resultados espécies de Tillandsia L. ocorrentes em áreas de estudo cuja vegetação é de
Floresta Estacional Semidecidual. Costa et al. (2011) encontrou três espécies das quais
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duas foram aqui identificadas, T. recurvata e T. tricholepis. Bataghin et al. (2012)
encontrou três espécies de Tillandsia L. sendo elas T. recurvata, T. tricholepis e T stricta
Sol. Dentre todas espécies supracitadas, apenas T. stricta não foi encontrada no presente
trabalho.
As espécies T. recurvata e T. tricholepis aparecem nos resultados de ambos os
estudos de Bataghin et al. (2012) e Costa et al. (2011). De acordo com Wanderley e
Martins (2007) ambas as espécies são comuns dentro do estado de São Paulo, inclusive
em formações florestais em geral, permitindo sugerir que ambas sejam espécies de alta
ocorrência em Floresta Estacional Semidecidual. Nenhum dos estudos supracitados
compreendem a áreas de Floresta Ciliar e apenas Bataghin et al. (2012) realizou seus
estudos no Estado de São Paulo, o estudo de Costa et al. (2011) foi realizado no estado
do Paraná. Apesar dos dois trabalhos terem sido feitos em estados diferentes, a lista de
espécies citadas são muito parecidas entre si e com a lista contida no presente estudo.
As espécies de Tillandsia são de ampla distribuição e, frequentemente, observadas
em áreas com maior luminosidade ou mesmo em áreas antropizadas (Bataghin et al.,
2012). Tillandsia geralmente tem grande resistência ao déficit hídrico e apresentam
caracteres xeromórficos em nível foliar (Bataghin et al., 2010).
Nas comunidades, de modo geral, a abundância e a diversidade de organismos
existentes estão fortemente relacionadas à complexidade estrutural do ambiente em que
a comunidade vive, provida bioticamente pelos próprios organismos da comunidade que,
por estarem presentes, imediatamente criam condições para a existência de outras formas
de vida na comunidade (Rocha et al., 2004). Dentre esses organismos, destacam-se as
bromélias, que resultam em maior efeito de inclusão de novas espécies do que o
encontrado na maioria das outras formas de organismo viventes (Rocha et al., 2004). As
bromélias são frequentemente utilizadas por animais como abrigo ou refúgio; algumas
espécies animais passam todo ou parte do seu ciclo de vida no interior destas plantas
(Rocha et al., 2004).
Assim, manter espécies de bromélias nos seus ambientes significa não apenas
conservar as espécies de bromélias, mas sim conservar uma ampla gama da diversidade
local (Rocha et al., 2014). Uma importante estratégia para programas visando a
conservação de sistemas naturais deve obrigatoriamente abranger a manutenção ou
recuperação da diversidade e riqueza de Bromeliaceae (Rocha et al., 2014).
Segundo Kersten e Kuniyoshi (2009) a ocupação do ambiente epifítico só ocorre
em estágios médios de recuperação da floresta. A presença de forófitos de grande porte
115
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são essenciais para a comunidade epifítica que, na maioria das vezes, requer acúmulo de
solo suspenso e podem servir como fonte de propágulos para o crescimento de epífitas
em outros forófitos (Wolf 2005 apud Bataghin et al., 2010). Este tipo de estrutura de
vegetação referida acima coincide com o que foi reconhecido para os forófitos na
Guarnição da Aeronáutica de Pirassununga. De acordo com Damasceno (2005), a
presença de epífitas depende da existência de nichos ecológicos adequados, bem como de
heterogeneidade ambiental. No caso das bromélias propiciam o desenvolvimento de
muitas espécies de samambaias, musgos, dicotiledôneas e de diversas plantas vasculares
como das famílias de angiospermas (Tiepo, 2005).
É importante observar a breve variação da vegetação entre a transição de Floresta
Estacional Semidecidual e Floresta Ciliar, uma vez que como observado durante as
excursões à área de estudo ocorrem espécies arbóreas características de Floresta
Estacional Semidecidual logo na margem do rio. Este fato também ocorre com espécies
do gênero Tillandsia L., sugerindo que a Floresta Ciliar é composta pela sua vegetação
específica, com a adição de espécies que ocorrem na vegetação adjacente a ela. Segundo
Bataghin et al. (2012), as epífitas podem refletir o grau de preservação local, funcionando
também como indicadores biológicos do estágio sucessional da floresta.
5. Conclusão
Referências Bibliográficas
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Carlos - UFSCar
02 a 04 de Outubro de 2018
ISBN: 978-85-94099-03-7
1. Introdução
QUADRO 1 – Síntese das principais funções desempenhadas pelas áreas verdes públicas. Fonte:
Adaptado de SOUZA; AMORIM, 2016
Funções Características
Inicialmente desempenhada pela simples existência de vegetação e
solo permeável na área. Estes aspectos, quando em conformidade:
• Reduzem a poluição atmosférica;
Função
• Suavizam temperaturas no inverno e no verão;
Ecológica
• Previnem processos de erosão do solo;
• Minimizam a ocorrência de enchentes e alagamentos;
• Auxiliam na estabilização do microclima da cidade.
Pode ser exercida pela harmonização da paisagem urbana,
quebrando a artificialidade ocasionada pela crescente massa de
Função concreto e edificações em detrimento dos elementos da natureza
Estética como fauna e flora;
Ainda, contribuem para o embelezamento da paisagem urbana,
desde que estejam corretamente manejadas, em excelente estado de
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limpeza e conservação, além de apresentarem condimentos e outros
componentes que as caracterizam.
QUADRO 1 (continuação) – Síntese das principais funções desempenhadas pelas áreas verdes públicas.
Fonte: Adaptado de SOUZA; AMORIM, 2016
Funções Características
A função social pode ser desempenhada de diversas maneiras:
• Quando equipamento e mobiliários encontram-se em bom
estado de uso e conversação, possibilitando práticas de
atividades urbanas;
• Na medida em que seu acesso seja viabilizado para todos
Função
de forma igualitária, seja em função de sua localização ou
Social
estrutura física do terreno;
• Quando sua implantação proporciona à sociedade um
ambiente para realização de atividades nos momentos
livres, ter contato com a natureza, seja com a componente
arbórea ou com a fauna local.
2. Material e Métodos
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lagoa Chico Mendes, que ocupa 74% da área total do parque. O parque possui área de
135 mil m² e possui, além da lagoa, uma pista para corrida e caminhadas, bancos para
descanso, bosques com churrasqueiras, equipamentos de ginástica, entre outros. Ademais,
possui vegetação nativa e exótica, e fauna diversificada (CAMPINAS, 2017).
Define-se indicador, de maneira geral, como qualquer parâmetro ou derivados
deste que tem capacidade de descrever um estado ou uma resposta dos fenômenos que
ocorrem em um determinado meio (SANTOS, 2004). De acordo com o Ministério do
Meio Ambiente (MMA), indicadores ambientais são fornecidos com caráter cientifico,
funcionando como uma ferramenta para avaliação de fenômenos e alterações ao longo do
tempo de um meio, recursos naturais ou de atividades humanas. Deste modo, o Quadro 2
apresenta os indicadores selecionados para avaliação nas visitas in locu. Estes foram
divididos em dois grupos: fatores do meio físico e fatores do meio antrópico.
Inicialmente foi realizada uma visita in locu com a listagem de controle (checklist)
afim de se avaliar preliminarmente os indicadores levantados. Os dois fatores (meio físico
e antrópico) foram divididos em temáticas e cada temática dividida em indicadores. Cada
um desses indicadores tiveram um critério de avaliação, facilitando a avaliação no local;
alguns por levantamento expedito ou através da ferramenta Google Earth. Com exceção
121
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dos indicadores Área do Espaço Verde Urbano, Áreas Verdes nas proximidades e
Dimensão dos Espelhos d’Água, que foram adquiridos pelo Google Earth, os demais
indicadores foram obtidos por meio de levantamento expedito.
Para realizar a avaliação dos fatores analisados na checklist que atraem ou
afugentam a fauna, utilizou-se uma adaptação da metodologia de Battelle Columbus. Este
método é um exemplo de listagem de controle, as quais consistem em uma simples relação
de fatores que devem ser associados, sistematicamente, os impactos ocorrentes na área de
estudo. Os fatores são, em geral, elementos do meio como solo, água ou vegetação. No
casso de Battelle Columbus, trata-se de um método multidisciplinar hierarquizado,
constituído de quatro categorias ambientais que se desdobram em 18 componentes, estes,
que se subdividem em 78 parâmetros (SANTOS, 2004). A determinação do grau do
impacto líquido de cada parâmetro é dada pela expressão (DEE et al, 1973):
QA = UIP * UIA
Onde: QA = Índice de qualidade ambiental; UIP = Unidade de importância; e UIA =
Unidade de impacto ambiental
Deste modo, o método de Battelle Columbus utilizada no presente trabalho, foi
adaptada afim de atender os objetivos esperados. Foram feitas duas Battelle adaptadas:
uma com as temáticas de atração, afim de se avaliar quanto atrativo estava o espaço verde
urbano; e uma com as temáticas de afugentamento, afim de se avaliar quais aspectos
estavam afugentando a fauna do Parque. Assim, o método permitirá quantificar os
parâmetros dos impactos ambientais e definir um índice de impacto global da seguinte
forma:
• Inicia-se a Unidade de Importância (UIP) com 1.000 (mil) pontos e divide-se entre
as 3 temáticas (para atração) e 2 temáticas (para afugentamento), de maneira
proporcional a importância do objetivo do trabalho;
• A pontuação de cada temática foi dividida entre seus indicadores, seguindo o
mesmo critério de importância;
• Construiu-se a tabela apoio (Tabela 1) com os valores necessários para o seu
equilíbrio, distribuindo a unidade de impacto ambiental conforme analisado em
campo pela checklist;
• A Unidade de Impacto Ambiental (UIA) expressa o valor de cada critério
conforme a tabela apoio, sendo pontuado de 0 (zero) à 1 (um), onde zero
representa degradação total do ambiente e um representa melhor qualidade do
122
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São Carlos, 02-04 de outubro de 2018.
espaço verde (para a Battelle de Atração); para a Battelle de Afugentamento, o
fator zero representa que o indicador não está contribuindo para a afugentamento
de espécies e o fator um que está contribuindo totalmente para a afugentamento
das espécies;
• Por fim, realizou-se a multiplicação da UIP de cada indicador ambiental com o
seu UIA, obtendo o QA.
TABELA 1 – Tabela apoio para avaliação dos fatores de atração e afugentamento de fauna.
Battelle
Classificação na Columbu
Temáticas Descrição Condições s - UIA
Checklist
0-1
< 10 Muito ruim 0
N° de espécies 10 - 20 Ruim 0,25
(quantidade de 20 - 30 Bom 0,50
espécies) 30 - 40 Muito Bom 0,75
> 40 Excelente 1
Vegetação Qualidade da < 30% Muito ruim 0
Cobertura Vegetal e 30% - 60% Ruim 0,25
Sobreposição de
Copas (% de área 60% - 90% Bom 0,75
sombreada) > 90% Excelente 1
Dispersão de Ausente Muito ruim 0
Sementes Presente Excelente 1
<2 Muito ruim 0
Área do Espaço 2-5 Ruim 0,25
Verde Urbano 5 - 10 Bom 0,50
Espaço Verde (hectares) 10 - 15 Muito Bom 0,75
Urbano
> 15 Excelente 1
Áreas Verdes nas Ausente Muito ruim 0
Proximidades Presente Excelente 1
Ausente Muito ruim 0
Presença/Ausência
Presente Excelente 1
< 5% Muito ruim 0
5% - 10% Ruim 0,25
Espelho D'água Dimensão dos 10% -
Espelhos (% da Bom 0,50
15%
área total) 15% -
Muito Bom 0,75
20%
> 20% Excelente 1
Distante (> 100 m) Muito ruim 0
Espelho Proximidade da
Próximo (100 - 50 m) Bom 0,50
D’água vegetação
Muito próximo (< 50 m) Excelente 1
Tráfego de carros no Presente Muito ruim 1
Vias de interior / exterior Ausente Excelente 0
Acesso
Presente Muito ruim 1
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São Carlos, 02-04 de outubro de 2018.
Tráfego de pedestres
Ausente Excelente 0
no interior / exterior
<1 Excelente 0
1-2 Muito Bom 0,25
Quantidade de Postes
2-3 Bom 0,50
(n° de postes/hectare)
3-4 Ruim 0,75
Iluminação
>4 Muito ruim 1
Correto Excelente 0
Posicionamento das
Aceitável Bom 0,50
Luminárias
Incorreto Muito ruim 1
FONTE: Autor, 2018.
3. Resultados
124
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corretamente posicionados, ou seja, voltadas totalmente para o chão, não dispersando
iluminação para o meio ambiente.
TABELA 2 – Resultados obtidos na checklist para fatores do meio físico.
Fatores Temáticas Indicadores Critério de Avaliação Parque Ecológico
N° de Espécies 62
Arbórea/Flor X
Arbórea/Fruto X
Tipo de espécies
Gramíneas X
Paisagísticas X
Totalmente Aberta (> 90%)
Vegetação Qualidade da cobertura Parcialmente Aberta (90% - 60%)
vegetal Parcialmente Sombreada (60% - 30%) X
Totalmente Sombreada (< 30%)
Totalmente Sobreposta (> 90%)
Parcialmente Sobreposta (90% - 60%) X
Sobreposição de Copas
Parcialmente Espaçadas (60% - 30%)
Totalmente Espaçadas (< 30%)
Presente X
Meio Físico
Ausente
Espelhos d'água Distante (>100 m)
Proximidade da
Próxima (50m - 100 m)
vegetação
Muito Próxima (<50m) X
Áreas Verdes Tamanho das áreas (ha) 12,98
Presente X
Fezes
Ausente
Presente X
Pegadas
Indícios de Fauna Ausente
Presente X
Penas
Ausente
Registro de Animais (fotografias) X
Pouca (< 30%) X
Área Impermeável Relação de existência Média (30% - 60%)
Muita (> 60%)
Dispersão de Presente X
Sementes Ausente
Fonte: Autor, 2018.
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Fatores Temáticas Indicadores Critério de Avaliação Parque Ecológico
Presente X
Carros na borda da praça
Ausente
Pedestres na borda da Presente X
praça Ausente
Vias de Acesso
Carros no interior da Presente
praça Ausente X
Pedestres no interior da Presente X
praça Ausente
População no exterior da praça (n° de pessoas/minuto) 6
População no interior da praça (n° de pessoas/minuto) 11
Densidade
Veículos no exterior da praça (n° de carros/minuto) 30
Veículos no interior da praça (n° de carros/minuto) 0
Quantidade de postes 9
Meio Antrópico
FIGURA 1 – Fotos da paisagem e fauna registradas na avaliação in locu do Parque. Fonte: Autor, 2018.
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As Tabelas 4 e 5 apresentam as temáticas e seus respectivos indicadores de atração
e afugentamento, com os 1.000 pontos máximos a serem atingidos pela metodologia
Battelle Columbus no ano de 2017, distribuídos de forma a representar quantitativamente
o cenário da área em estudo.
TABELA 4 - Avaliação dos impactos em cada indicador de Atração pelo método Battelle
Columbus.
Parciais
Temáticas Indicadores UIA de cada
Indicador
Parciais
Temáticas Indicadores UIA de cada
Indicador
Pela análise das Tabelas 4 e 5 foi possível observar que com a aplicação do método
para os fatores de atração, o esperado para um espaço verde urbano 100% equilibrado,
seriam os 1.000 pontos na somatória final da Unidade de Impacto Ambiental (UIA). Neste
sentido, o Parque apresentou boas condições de equilíbrio nas temáticas de atração,
127
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São Carlos, 02-04 de outubro de 2018.
obtendo como somatória final da tabela de atração (Tabela 4) 912,5 pontos, demonstrando
necessidade de melhorias para alguns indicadores que não alcançaram a pontuação
integral, como qualidade da cobertura vegetal, sobreposição de copas e área do espaço
verde urbano. Porém, para os fatores de afugentamento, a condição ideal, ou seja, 100%
equilibrada, seria a pontuação da UIA apresentar 0 pontos, uma vez que esses fatores
dispersam a fauna. No entanto, a somatória final da tabela de afugentamento (Tabela 5)
apresentou 375 pontos, demonstrando a necessidade de readequação dos indicadores
levantados, como tentativa da diminuição do tráfego de pedestres e veículos no entorno
do parque.
O Gráfico 1 apresenta um resumo das temáticas de atração (verde) e
afugentamento (azul) para o Parque. Neste, está representando a porcentagem da Unidade
de Impacto Ambiental (UIA) média de cada temática.
0,5
0,25
0
0
Vegetação Espaço Verde Espelho Vias de Acesso Iluminação
Urbano D'água
Temáticas
GRÁFICO 1 – Resumo das temáticas de atração (verde) e afugentamento (azul). Fonte: Autor, 2018.
4. Discussão
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São Carlos, 02-04 de outubro de 2018.
O Parque é utilizado pela população, principalmente aos finais de semana. O local
obteve ótimo equilibro nos aspectos de atração, perdendo poucos pontos nos aspectos de
afugentamento de fauna. A pontuação perdida na tabela de afugentamento provém do
indicador via de acesso, uma vez que o fluxo de pessoas e veículos é bem intenso no local.
5. Conclusão
Referências
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Universidade Federal de São
Carlos - UFSCar
02 a 04 de Outubro de 2018
ISBN: 978-85-94099-03-7
1. Introdução
2. Material e Métodos
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vulnerabilidade mede a capacidade de resposta a ocorrência de eventos danosos (PNUD,
2007). Nota-se que o risco define a exposição e a vulnerabilidade concerne à
suscetibilidade a ele, ficando ainda mais evidente quando se constata que a geração e
exposição dos riscos ambientais são cada vez menos dependentes das circunstâncias
naturais e cada vez mais resultantes das intervenções sociais e culturais, que
desencadearão uma espécie de risco ambiental antropizado (DESCHAMPS, 2004;
MARANDOLA JR; HOGAN, 2006).
A importância da vulnerabilidade no estudo ambiental em espaços urbanos é
demonstrada pela indicação a exposição física da população a um perigo e também a
capacidade desta em se recuperar de eventos causadores de impactos negativos
(MENDONÇA, 2004).
133
Jornada de Gestão e Análise Ambiental da UFSCar
São Carlos, 02-04 de outubro de 2018.
(CEPAGRI, 2017). Conforme apontado no levantamento de pontos críticos de inundação,
realizado pela prefeitura municipal em 2013, aproximadamente 35% dos pontos críticos
mapeados encontram-se na bacia do Ribeirão Anhumas.
Para o mapeamento das áreas de Risco Potencial de Inundação (Riscopotencial inundação) foi
gerado um banco de dados geográfico no SIG ArcGis 10.4.1 (ESRI, 2016), cotendo os
parâmetros (Quandro 1): (1) mapa hipsométrico do município de Campinas classificado
em 6 classes altimétricas, a partir do Modelo Digital de Elevação (MDE) – TOPODATA
(VALERIANO & ROSSETTI, 2012); (2) mapa de declividade, gerado pelo MDE –
TOPODATA e reclassificação em 4 classes, conforme proposta de EMBRAPA (1979);
(3) mapeamento de uso e cobertura da terra da Unidade Hidrográfica de Gerenciamento
de Recursos Hídricos 5 (SMA, 2013), delimitado ao município de Campinas e
reclassificação pelas classes de uso e cobertura da terra, conforme IBGE (1999); e (4)
mapa de classes de solo obtido por digitalização das feições e reclassificação do Mapa
Pedológico Semidetalhado do município de Campinas, na escala 1:50.000
(VALLADARES, et al., 2008), empregando o agrupamento das classes de solos pelo
134
Jornada de Gestão e Análise Ambiental da UFSCar
São Carlos, 02-04 de outubro de 2018.
segundo nível categórico do sistema brasileiro de classificação de solos (SANTOS, et al.,
2006). Foi empregado o método de análise AHP (Analytic Hierarchy Process) proposto
por Saaty (1977). Gerou-se a matriz de decisão para os quatro parâmetros utilizados:
hipsometria, declividade, uso da terra e tipo de solo, conforme a relação de importância
pareada. Para a atribuição de pesos, utilizou-se quatro matrizes de comparação que
obtiveram consistência, elaboradas pelos autores e um especialista na área de estudo. Esse
procedimento foi adotado para diminuir o grau de subjetividade na atribuição destes
pesos. As cargas individuais para as variáreis que compõem cada parâmetro foram
atribuídas na aplicação da ferramenta de sobreposição ponderada (Weighted Overlay), as
cargas individuais receberam valores entre 1 e 10, como apresentado na Tabela1.
135
Jornada de Gestão e Análise Ambiental da UFSCar
São Carlos, 02-04 de outubro de 2018.
Foi utilizado o filtro de pixel majoritário no mapa resultante IVsocioambiental para
compatibilização da unidade de área de análise (setor censitário). O índice de
vulnerabilidade socioambiental foi classificado em quatro intervalos de ocorrência:
média-baixa, média, média-alta e alta, empregando o método de Quantis.
136
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São Carlos, 02-04 de outubro de 2018.
Vale ressaltar que a principal área com o maior grau de vulnerabilidade socioambiental
localiza-se no extremo norte da área estudada. Resultado que pode ser avalidado pela
sobreposição do mapa de vulnerabilidade socioambiental com os pontos críticos de
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Jornada de Gestão e Análise Ambiental da UFSCar
São Carlos, 02-04 de outubro de 2018.
inundação mapeados pela Prefeitura de Campinas (CAMPINAS, 2013), onde de um total
de dez (10) pontos sete (7) encontram-se em áreas mapeadas com vulnerabilidade média-
alta e alta.
4. Considerações Finais
Referências
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Jornada de Gestão e Análise Ambiental da UFSCar
São Carlos, 02-04 de outubro de 2018.
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Universidade Federal de São
Carlos - UFSCar
02 a 04 de Outubro de 2018
ISBN: 978-85-94099-03-7
CREMASCO, Camila R. ¹
Resumo: Este trabalho teve como objetivo geral realizar o diagnóstico do uso e cobertura
da terra em áreas de preservação permanente no entorno de quatro represas do campus
Lagoa do Sino da UFSCar, por meio de geoprocessamento. Neste sentido, utilizou-se a
técnica para delimitar as áreas de preservação permanente (APPs), bem como para
identificar e quantificar as classes de uso da terra a partir da interpretação visual de
imagem de satélite. Em seguida, realizou-se o processamento de sobreposição das APPs
com o mapa de uso da terra para realizar o diagnóstico ambiental nas represas. Os
resultados obtidos mostram a presença de 8 diferentes tipos de uso da terra, sendo que
44,66% das APPs analisadas estão irregulares devido ao uso do solo para agricultura.
Palavras-Chave: análise ambiental; geoprocessamento; represa.
1. Introdução/Revisão Bibliográfica
A expansão das fronteiras agrícolas, motivada pela necessidade crescente de
produzir alimentos em quantidades cada vez maiores, promoveu a derrubada de
importantes áreas de florestas para implantação de empreendimentos agropecuários
(RIBEIRO et al., 2005).
Diversos são os impactos causados por essas atividades de expansão, como a
destruição de nascentes por impermeabilização e soterramento, e o aumento do
escoamento superficial, que além de levar possíveis metais pesados e agrotóxicos para
cursos d'água, causa assoreamento e erosão.
É certo, portanto, a necessidade da manutenção dos sistemas ambientais, para
garantir o contínuo acesso aos recursos naturais e dos serviços ambientais essenciais para
os diferentes modos de vida e biomas (Calijuri e Cunha, 2013). Diante disso, diversas são
as técnicas para mitigar problemas ambientais, destacando-se assim a importância das
áreas de preservação permanente (APPs).
Jornada de Gestão e Análise Ambiental da UFSCar
São Carlos, 02-04 de outubro de 2018.
O conceito de APP surgiu com a criação do primeiro código florestal, em 1934,
sofrendo diversas alterações com o passar dos anos. Barcelos (1995) exalta que as APPs
demandam atenção especial porque estão voltadas para a preservação da qualidade das
águas, vegetação e fauna, podendo-se assim afirmar que as APP’s devem ser mantidas
em suas características originais ou o mais próximo disso, e devem ser reconhecidas como
indispensáveis para a manutenção da vida humana e seu desenvolvimento. No entanto,
mesmo com a criação do código florestal, o histórico de produtores rurais revela um
contínuo desrespeito legal consolidado no uso indevido dos recursos das APPs (Calabria,
2004).
Com isso, técnicas de Sistema de Informações Geográficas (SIG) e Sensoriamento
Remoto auxiliam na identificação, delimitação e fiscalização de áreas de preservação,
através do uso de softwares de processamento digital de imagens, que são capazes de
armazenar, analisar e localizar espacialmente dados (Piroli et al., 2002).
Hasenack et al (2003) relata que as técnicas de análise espacial introduzidas com
o geoprocessamento facilitam a integração e a espacialização dos dados de um grande
número de variáveis, possibilitando a visualização dos dados e a espacialização dos
resultados na forma de mapas.
Com isso, o objetivo do presente trabalho foi realizar o diagnóstico de uso e
cobertura da terra em áreas de preservação permanente de quatro represas da fazenda do
campus Lagoa do Sino da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar).
2. Material e métodos
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O trabalho foi realizado nas áreas de preservação permanente (APPs) da fazenda,
abrangendo, neste contexto, quatro importantes lagoas/represas, conforme mostrado na
Figura 1.
FIGURA 1 - Localização geográfica das quatro lagoas na área sob estudo. Fonte:GoogleEarth.
Este trabalho foi realizado com base na lei 4.771/1965 (BRASIL, 1965), por
considerar maior dimensão das APPs, em relação à lei 12.651/2012 (BRASIL, 2012), e
também pelo fato desta ser considerada como base para recuperação de áreas degradadas
pelos gestores da propriedade, não sendo, portanto, necessário realizar o trabalho baseado
na lei atual.
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São Carlos, 02-04 de outubro de 2018.
obtidas na plataforma google earth. Para avaliar o resultado deste processo, foi
reprojetada para o datum Sirgas 2000 e efetuou-se a sobreposição da imagem
georreferenciada com a hidrografia do estado de São Paulo, obtida na plataforma
'DataGeo', da Secretaria de Meio Ambiente do estado de São Paulo, sendo possível
constatar que foi expressivamente satisfatório.
Foi realizado o processamento dos mapas com o software Arcgis 10.0, devido ao
maior número de ferramentas disponíveis para atender todas as etapas de processamento
e produtos mencionados. Com isto, gerou-se o mapa de uso do solo da fazenda,
correspondente ao ano de 2016, com base na interpretação visual de imagens de satélite.
Em seguida, as quatro represas foram selecionadas e separadas em outro arquivo para
realizar o diagnóstico nas APPs.
No processamento dos polígonos correspondentes às represas, determinou-se a
área e o perímetro de cada uma e com o uso da ferramenta Buffer gerou-se as áreas de
preservação permanente, considerando distância de 50 metros do corpo hídrico.
Para o diagnóstico ambiental, realizou-se o cruzamento do mapa de APPs com o
uso da terra, possibilitando a identificação e quantificação do passivo ambiental nessas
áreas.
3. Resultados e discussão
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FIGURA 4 - Mapa das áreas de preservação permanente (APP) das lagoas de estudo.
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É possível observar ocorrência de atividades agropecuárias, correspondente às
classes ‘pasto/campo’ e ‘plantações’, nas APPs, caracterizando uso irregular nessas áreas.
A Tabela 3 apresenta as áreas de ocupação das classes de uso da terra nas APPs.
Neste contexto, considerando que a área degradada corresponde a 6,32 ha, e sendo a área
total de 14,15 ha, constata-se que 44,66% das APPs encontram-se em situação de uso
irregular.
TABELA 3 - Quantificação das classes de uso nas APPs.
Classes de uso Área(ha)
Plantações 5,50
Pasto/Campo 0,82
Fragmento de matas 7,83
Total de área degradada 6,32
4. Conclusão
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Carlos - UFSCar
02 a 04 de Outubro de 2018
ISBN: 978-85-94099-03-7
Resumo: O cultivo de café possui uma influência significativa na economia do país, sendo
o estado de Minas Gerais o maior produtor do grão dessa cultura. O seu cultivo está
diretamente ligado a condições agroclimáticas específicas e, assim, para a identificação
de áreas aptas e inaptas para o manejo dessa cultura é necessário o conhecimento prévio
de indicadores do meio físico, tais como temperatura e deficiência hídrica. A partir do
conhecimento desses indicadores e de sua espacialização territorial por meio de Sistema
de Informações Geográficas (SIG) é possível criar o seu Zoneamento Agroclimático
(ZA). Assim, este trabalho propõe o ZA da cultura do café Arábica (Coffea arabica L) no
município de São Sebastião do Paraíso, sudoeste do estado de Minas Gerais. Utilizou-se
a ferramenta ArcMap do aplicativo SIG ArcGIS® 10.5.1 for desktop (ESRI) para
compilar os dados climáticos e gerar o ZA. A área de estudo apresentou excelentes
aptidões climáticas e hídricas para a produção cafeeira Arábica, sendo que apenas uma
pequena faixa apresentou restrição. Além disso, o ZA se mostra uma ferramenta chave de
auxílio frente à possibilidade de implantação de uma cultura, facilitando a escolha do
local adequado.
Palavra-chave Agroclimatologia; Geoprocessamento; Coffea.
1.Introdução
A dinâmica e a influência direta de sistemas naturais na superfície terrestre
demandam de investigação profunda e minuciosa para a compreensão de suas possíveis
consequências nos sistemas de produção vegetal criados pelo homem (WOLLMANN e
GALVANI, 2013). O entendimento das variáveis ambientais limitantes para a produção
de determinada cultura vegetal é imprescindível nos dias atuais (MALUF et al., 2001). A
fertilidade e movimentos da água no solo, movimentos atmosféricos, processos
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São Carlos, 02-04 de outubro de 2018.
geomorfológicos são algumas dessas variáveis limitantes (WOLLMANN e GALVANI,
2013).
O cultivo de café está diretamente ligado a condições agroclimáticas específicas,
logo, para a delimitação de áreas aptas e inaptas para o manejo dessa cultura é necessário
o conhecimento de indicadores do meio físico (PEZOPANE et al., 2010; MALUF et al.,
2001).
O termo zoneamento agroclimático é definido na literatura como a delimitação da
aptidão de regiões de cultivo em função do fator clima, isto é, o zoneamento agroclimático
é a delimitação da aptidão das regiões de cultivo quanto ao fator clima em escalas
macroclimáticas e regionais (OMETTO, 1981). A partir do conhecimento dos indicadores
do meio físico e de sua espacialização territorial por meio de um Sistema de Informações
Geográficas (SIG) é possível criar o seu zoneamento agroclimático, potencializando
assim o uso dos recursos naturais e facilitando o manejo da cultura (ANDRADE JÚNIOR
et al., 2001; MALUF et al., 2000; TOLEDO et al., 2009).
A cultura do café Arábica (Coffea arabica L) possui uma influência significativa
na economia do país, sendo o estado de Minas Gerais o maior produtor do grão (CONAB,
2017). Os principais parâmetros que influenciam no zoneamento agroclimático do cultivo
do fruto são: temperatura e déficit hídrico (MESQUITA et al., 2016). A temperatura
média de aptidão para o cafeeiro arábica constitui-se entre 18 e 23ºC. Já a faixa
considerada ideal de precipitação média anual está entre 1.200 e 1.800 mm. Essa espécie
pode suportar um déficit hídrico de até 150 mm. A altitude recomendada para o cultivo
desta variedade de café encontra-se entre 600 e 1.200 metros, estando diretamente ligado
com a longevidade e produtividade da lavoura (MESQUITA et al., 2016).
O objetivo deste artigo constitui-se em propor o Zoneamento Agroclimático da
cultura do café Arábica no município de São Sebastião do Paraíso, sudoeste do estado de
Minas Gerais, visto que o município caracteriza-se por ser um dos principais produtores
do grão no estado e responsável por boa parte da produção de cafés finos do Brasil.
2. Material e métodos
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814,92 km2 e uma população total de 64.980 habitantes, conforme o censo do IBGE no
ano de 2010.
Segundo o sistema de classificação climática global proposto por Köppen-Geiger
e Strähler-Arthur (1900), o clima da região sul e sudoeste do estado de Minas Gerais,
onde localiza-se a área de estudo, é classificado como tropical de altitude influenciado
por massas de ar polares, com características de clima temperado úmido, de inverno seco
e verão moderado. De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia do Brasil -
INMET (2016), o município apresenta temperatura média anual de 20,6 °C.
152
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Segundo Magri, Pejon e Collares (2013), a geomorfologia da área de estudo é
caracterizada por declividades mais elevadas na maior parte de sua extensão, sendo
constituída por morrotes, morros e escarpas. As unidades com declividades mais amenas
são representadas por colinas, morros com encostas suavizadas, planícies e platôs. A
variação altimétrica engloba valores entre 726 a 1.250 metros de altitude, sendo as
maiores altitudes concentradas na porção que vai de sul a sudoeste e na região do extremo
norte do município.
A cobertura vegetal do estado de Minas Gerais é constituída pelos biomas Cerrado,
Mata Atlântica, e Caatinga, além de suas diversas formas de transição (IEF, 2005). A área
de estudo localiza-se em zona de transição entre Cerrado e Mata Atlântica, apresentando
em sua maior porção aspectos de difícil caracterização, porém com predominância do
bioma de Cerrado. A vegetação é composta por gramíneas, arbustos e árvores, com
fragmentos dispersos de Florestas Estacionais Semideciduais ao longo de toda esta região
(IEF, 2005; COURA, 2007).
No setor agropecuário, com destaque para o cultivo do café, Minas Gerais é o estado
com maior produção cafeeira no Brasil, correspondendo a mais de 50% da produção
nacional do produto e cerca de 17% da produção mundial (CONAB, 2016).
As cidades que abrangem as regiões Sul e Sudoeste de Minas Gerais apresentam
altitudes elevadas e clima naturalmente ameno, características estas que contribuem
fortemente para a produção de café em grande escala, desta forma, o Sul de Minas é
considerado a maior região produtora de cafés Arábica (Coffea arabica L) no Brasil.
São Sebastião do Paraíso é caracterizado por apresentar aptidões de solo e
condições climáticas favoráveis para a produção de cafés 100% Arábica de alta qualidade,
sendo responsável por boa parte da produção de cafés finos do Brasil. As variedades do
café Arábica mais cultivadas no município são o Catuaí vermelho e amarelo e o Mundo
Novo, mas também há lavouras das variedades Obatã, Icatu e Catuaí Rubi.
2.2 Metodologia
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TABELA 1. Etapas metodológicas para elaboração do zoneamento agroclimático
Classes Características
Apta áreas que apresentam restrições hídricas ou térmicas, podendo ser ambas,
com que, eventualmente, podem prejudicar as fases de desenvolvimento da
restrição cultura
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TABELA 3. Faixas de aptidão térmica e déficit hídrico para a cultura do café Arábica
Coffea arabica L
Classe Temperatura Deficiência
hídrica
3. Resultados e discussão
155
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O Mapa da média anual de Deficiência Hídrica apresenta variância relativamente
baixa, sendo que o déficit hídrico da área de estudo apresenta valores máximos de 9,35
mm, conforme ilustrado no quadro 2 da Figura 2. Desta forma, após elaboração dos
resultados, verificou-se que a área de estudo apresenta-se totalmente apta a este
parâmetro, uma vez que são considerados valores de até 150 mm de deficiência hídrica
para caracterizar a área como apta para a cultura do café Arábica (Coffea arabica L).
A partir da obtenção dos Mapas das médias anuais de Temperatura e Deficiência
Hídrica da área de estudo foi realizada a reclassificação destes mapas atribuindo-se pesos
a fim de definir as classes de aptidão térmica e deficiência hídrica para a cultura do café
Arábica. Posteriormente, através da sobreposição e interpolação destes mapas foi gerada
a Carta de Zoneamento Agroclimático quanto ao potencial à cultura do Café Arábica no
Município de São Sebastião do Paraíso-MG, conforme quadro 3 da Figura 2.
Nesta Carta são apresentadas as áreas com maiores aptidões para a cultura do café
Arábica (Coffea arabica L) e baseando-se na metodologia das faixas de aptidão
estabelecida por Matiello (1991) verificou-se que 68,7% da área de estudo foi classificada
como totalmente apta por apresentar valores térmicos adequados, variando de 21,3 a
22,0°C e índices mínimos de deficiência hídrica.
As áreas classificadas como “aptas com restrição” constituem-se em 31,3% da área
total do município e apresentam restrições mínimas de temperatura, uma vez que a
temperatura média anual apresenta valores máximos de 22,25°C e a deficiência hídrica
não apresenta-se como um fator restritivo para o cultivo do café arábica na área de
abrangência do município.O Zoneamento agroclimático realizado na área de estudo para
o café arábica não apresentou nenhuma área restrita ou inapta, tanto por temperatura
quanto por deficiência hídrica. O Gráfico 1 apresenta a quantificação em quilômetros
quadrados e o percentual das áreas com maiores aptidões para a cultura do café arábica
no município em estudo.
Após a elaboração da Carta de Zoneamento Agroclimático e com o intuito de
evidenciar a aptidão e ocupação atual quanto ao cultivo do café arábica no município, foi
realizado por meio de fotointerpretação o mapeamento das áreas de cultivo do cafeeiro,
que totalizam 133,8 km², cerca de 16,4 % da área total do município.
156
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FIGURA 2 – Mapa de Temperatura média anual. Fonte: Instituto Nacional de Meteorologia - INMET; Quadro 2:
Mapa de Deficiência Hídrica média anual. Fonte: Projeto Grande Minas (COLLARES, 2013); Quadro 3: Carta de
Zoneamento Agroclimático quanto ao potencial à cultura do Café Arábica no Município de São Sebastião do Paraíso-
MG.
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GRÁFICO 1. Quantificação das áreas com maiores aptidões para a cultura do café arábica
4. Conclusões
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local mais adequado onde a cultura se desenvolva e produza satisfatoriamente com o
mínimo custo possível, ou em caso de identificação de áreas restritivas ou inadequadas é
possível prever a viabilidade de implantação da cultura com o auxílio de algum tipo de
manejo, ou até mesmo gastos com adubos e fertilizantes, irrigação, drenagem de solos,
dentre outros.
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Moschini, Luiz, E. ³
1. Introdução
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(Normalized Difference Vegetatiton Index - NDVI), onde é possível realizar uma análise
das múltiplas variações que ocorrem nessas áreas e de suas características biofísicas por
meio da interpretação de imagens espaciais e dos valores obtidos conforme o período de
tempo (ZANZARINI, et al., 2013).
Com base nas considerações anteriores, o uso de SIG se faz essencial para a
caracterização ambiental, e principalmente para estudos de fragmentos de vegetação em
determinado espaço geográfico. Esta ferramenta torna possível a análise dos possíveis
conflitos resultantes do uso do solo em APAs. Diante disso, o objetivo deste estudo foi
analisar a variabilidade espacial do índice de vegetação da diferença normalizada (NDVI)
do município de Ipeúna/SP, a fim de comparar e analisar as características ambientais
físicas da APA perímetro Corumbataí com o uso e ocupação do solo.
2. Metodologia
O método que foi utilizado para análise inicial das características físicas do
município de Ipeúna tem como base metodológica o que foi proposto por Costa et al.
(2015), e baseado nos estudos de Ross (1994, 2012). Esta metodologia aborda fatores
físicos, bióticos e abióticos de cada ambiente, onde tendem a incluir estudos
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interdependentes de geologia, pedologia, geomorfologia, declividade, pluviosidade e uso
e ocupação do solo.
Todas as cartas foram elaboradas por meio do método de digitalização em tela
Em que:
NIR: Refletância da vegetação na banda do infravermelho próximo; R:
Refletância da vegetação na banda do vermelho.
3. Resultados e Discussões
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2%
Atividades agrícolas
12%
Solo Exposto
Vegetação arbórea
Área urbanizada
24%
Corpos Hídricos
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A APA perímetro Corumbataí possui 7 tipos de substrato rochoso: Formação
Botucatu, Formação Corumbataí, Formação Irati, Formação Itaqueri, Formação
Pirambóia, Formação Rio Claro e Formação Serra Geral. A formação Pirambóia é
detentora da maior área do município, com 7439,70 ha (Figura 1).
FIGURA 1: O gráfico de pizza corresponde a porcentagem de cada formação em relação a área total da
APA perímetro corumbataí. O gráfico de de barras corresponde a área em hectare de cada formação.
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Os NITOSSOLOS HÁPLICO possuem minerais homogêneos com caraterística
argilosa e estruturas físicas que possibilitam a retenção de água, enquanto Os
LATOSSOLOS VERMELHO AMARELO possuem baixa permabilidade, coesão e
retenção de água; os NEOSSOLOS QUARTEZÊNICOS são solos com alta
permeabilidade, baixa retenção de água e nutrientes. Ambos substratos pedológicos
citados anteriormente possuem alta fragilidade e, por isso, são sensíveis sob manejo
agrícola (BRASIL, 2014).
FIGURA 2: O gráfico de pizza corresponde a porcentagem de cada formação pedológica em relação a área
total da APA perímetro corumbataí. O gráfico de de barras corresponde a área em hectare de cada formação
pedológica.
4. Considerações Finais
A APA perímetro Corumbataí sofre grandes pressões das atividades agrícolas que
imperam o município de Ipeúna. Por meio dos resultados, percebeu-se que a área é
constituída por importantes formações rochosas e pedológicas, além de possuir regiões
com altas declividades e importantes formações hídricas para o município. Os esforços
de conservação sobre essas áreas devem ser redobrados, para garantir a permanência dos
recursos naturais e a preservação do meio ambiente.
O Índice de Vegetação da Diferença Normalizada constituí uma ferramenta
importante para a análise espacial de uma unidade de conservação, sobretudo de uma área
167
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de proteção ambiental, pois como discutido anteriormente, essas regiões podem abranger
grandes áreas e, com isso, dificultar o manejo e tomada de decisão sobre a mesma.
Agradecimentos
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1. Introdução
As áreas de Áreas de Preservação Permanentes (APPs) são de extrema importância
para a preservação de mananciais e recursos hídricos, por serem capazes de manter a
estabilidade climática, hidrológica e geomorfológica, fluxo gênico de fauna e flora e a
proteção do solo (BRASIL, 1965).
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Essas áreas exercem uma gama de serviços ecossistêmicos fundamentais para o
bem-estar social e desenvolvimento sustentável, além de propiciar condições ambientais
para ecossistemas terrestres e aquáticos (OKUYAMA, et al. 2012).
Desta maneira, uma legislação ambiental foi criada e aperfeiçoada para conceituar
e regulamentar as APPs, visando à proteção e a garantia de um ambiente saudável e
equilibrado para comunidades e populações (JACOVINE, et al. 2008). No entanto no ano
de 2012, foram aprovadas modificações nesta lei, o Código Florestal de 1965, as quais
são consideradas retrocessos por muitos pesquisadores (SOARES-FILHO et al., 2014;
BRANCALION et al., 2016), em relação à conservação dessas áreas. De maneira geral,
as alterações foram feitas sobre Reservas Legais e APPs, que prejudicam os nichos de
biodiversidade e tornam os sistemas mais frágeis (PAIM, 2015).
De acordo com Jacovini et al. (2008) desde de sua promulgação, em 1965, o Código
Florestal é desrespeitado como legislação em todo país, e com o avanço das atividades
agropecuárias por todo território nacional a conservação de áreas de proteção permanente
ao entorno de corpos d’água vem sendo comprometida.
Tendo em vista a importância das APPs para a manutenção da qualidade dos
ecossistemas terrestres e aquáticos, são necessários estudos que contemplem está temática
e visem diagnosticar e propor pareceres de planejamento, manutenção e conservação
destas áreas.
A área de estudo desta pesquisa consiste na microbacia do rio Jacaré-Guaçu
localizada no município de São Carlos, sendo uma região de especial interesse pelos
diversos conflitos de uso do solo existentes no local, tais como agricultura temporária e
pecuária, que colocam em risco a qualidade e disponibilidade dos recursos hídricos locais
e do bem-estar ambiental dos habitantes da região. Além disto, a região da microbacia
está caracterizada como Zona de Proteção de Mananciais e apresenta entre os objetivos
específicos garantir a obediência do Código Florestal Brasileiro.
Com o intuito de diagnosticar as mudanças ocorridas no microbacia e suas Áreas
de Proteção Permanente de corpos d’água entre os anos de 2000 e 2016 o presente
trabalho tem como objetivo comparar os diferentes usos da terra neste período e analisar
o cenário das APPs na bacia.
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2. Materiais e métodos
Além disso, de acordo com o Plano Diretor Estratégico (2016) do município de São
Carlos, a microbacia está localizada na Zona de Proteção de Mananciais (9B), pois
apresenta mananciais com potencial a se tornarem fontes de abastecimento hídrico em
médio prazo. O clima da região em que se encontra a bacia é caracterizado por Nimer
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(1989) como tropical, com temperatura média anual de 18ºC a 20ºC e apresenta, pelo
menos, três meses de estação seca.
2.2 Materiais
2.3 Métodos
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disponibilizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), na escala
1:50.000 - para o formato digital.
Subsequente, foi realizada a classificação dos usos e cobertura da terra, obtidos a
partir da análise de imagens do satélite Landsat 7 e 8, por meio da composição de bandas
654 realizada pela ferramenta do software ArcGis Composite Band. A partir do produto
da composição de bandas os usos da terra da área de estudo foram classificados de forma
manual, por análise visual das imagens, e categorizadas por tipos segundo Manual
Técnico de Uso da Terra, disponibilizado pelo IBGE (Tabela 2).
Classes Tipos
Culturas temporárias
Áreas antrópicas agrícolas
Culturas permanentes
Pastagem
Silvicultura
Água Águas
Fonte: Manual Técnico de Uso da Terra, disponibilizado - IBGE (Adaptada pelos autores)
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Para análise das modificações que ocorreram na bacia entre os anos de 2000 e 2016,
o banco de dados foi sobreposto a fim de comparar a ocupação destas áreas nos dois anos
e identificar as evoluções.
3. Resultados e discussão
Percentual de usos do
solo
Considerando os tipos de uso do solo (Figura 2), nota-se que a bacia em sua grande
maioria era ocupada por vegetação nativa e áreas descobertas no ano 2000. Após 16 anos
essas áreas foram substituídas por cultura temporária e pastagem, resultando em uma
diminuição de 5,25% das áreas descobertas e um aumento de 2,23% das culturas
temporárias e 7,60% de pastagem.
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No ano 2000, as áreas que eram caracterizadas como APPs, em sua maioria,
estavam ocupadas por vegetação nativa (53,59%); área descoberta, refere-se ao segundo
maior uso (37,39%); cultura temporária (7,13%); e pastagem (0,7%). Desta forma, a
microbacia estava de acordo com a legislação da época e atual (Código Florestal de 1965
e Lei de Proteção da Vegetação Nativa de 2012).
Já no ano de 2016, passaram a ser ocupadas por cultura temporária, área descoberta
e pastagem. Ainda assim, sua maior parte continuava ocupada por vegetação nativa
(50,34%), seguida por pastagem (Figura 4).
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FIGURA 4 - Uso e ocupação do solo nas APPs propostas de acordo com o Código Florestal de 2012.
4. Considerações Finais
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levantamento de informações que podem ser utilizadas no planejamento ambiental e
desenvolvimento de estratégias para gestão e conservação dos recursos hídricos.
O SICAR demonstrou-se uma ferramenta de extrema importância para a consulta
pública online e também para o auxílio no controle, monitoramento e planejamento
ambiental de todas as propriedades rurais, garantindo proteção das funções
ecossistêmicas e da biodiversidade local. Entretanto é necessário maior cumprimento das
leis federais e dos planos municipais que ordenam a ocupação territorial para que possam
garantir a conservação de áreas como APPs e, consequentemente, assegurar a qualidade
e disponibilidade dos recursos hídricos.
Referências
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Carlos.
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1. Introdução
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2. Material e métodos
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Nacional de Meteorologia (INMET); e de pluviômetros automáticos do Centro Nacional
de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (CEMADEN).
A “Global Precipitation Measurement” é uma missão da NASA que consiste em
uma rede de satélites que detectam informações na faixa espectral do infravermelho (IR)
e de micro-ondas (PMW), fornecendo informações e observações globais sobre a
precipitação de chuva e neve (KUMMEROW et al., 2014).
O download dos dados do satélite GPM/IMERG foi realizado via FTP
(ftp://arthurhou.pps.eosdis.nasa.gov/), tanto em formato HDF, para o período mensal
como TIFF (GIS), para o acumulado de sete dias. Cada Imagem baixada do IMERG é
formada por um conjunto de vários pixels de 100 km² cada, sendo que o valor de cada
pixel representa a precipitação acumulada na região do pixel, sendo assim cada imagem
possui um banco de dados próprio que representa a precipitação acumulada em um
determinado período para uma determinada área.
Os dados pluviométricos adquiridos junto ao sítio do INMET provêm de uma
estação meteorológica automática localizada no distrito de Monte Verde, pertencente ao
município de Camanducaia - MG. Já os dados pluviométricos do CEMADEN foram
adquiridos a partir do site http://www.cemaden.gov.br/mapainterativo/ e referentes aos
pluviômetros automáticos localizados nos municípios que fazem parte da área de estudo
do projeto, sendo 3 disponíveis no estado de Minas Gerais (Camanducaia, Extrema e
Itapeva - perfazendo um total de 22 estações) e 8 para São Paulo (Bragança Paulista,
Caieras, Franco da Rocha, Joanópolis, Mariporã, Nazaré Paulista, Piracaia e Vargem –
perfazendo um total de 31 estações).
A série de dados do satélite GPM/IMERG, os dados do CEMADEN e do INMET
foram utilizados neste estudo para o período de março de 2014 (início da série
GPM/IMERG) até dezembro de 2016.
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falhas na aquisição. Os dados são disponibilizados normalmente em intervalos de 10
minutos ou horários, para cada dia do mês, sendo que cada download é feito apenas para
o período de um mês. Dessa forma, foi necessário verificar a consistência desses dados
analisando cada estação. Destaca-se que, com essa análise, todos os dados para 2016 das
estações do CEMADEN acabaram descartados do estudo.
Após a filtragem dos dados válidos, foram obtidos os valores acumulados de
precipitação para dois intervalos: 7 dias e mensal. Para o intervalo de 7 dias, os dados de
cada estação foram ordenados e acumulados mantendo-se a sobreposição de dias: do dia
01 ao dia 07, do dia 02 ao dia 08 e assim sucessivamente. Já o acumulado mensal foi feito
sem sobreposição, apenas agrupando os dados para cada mês. Estas duas escalas foram
adotadas desta forma para convergir os dados de superfície com a estrutura dos dados de
sete dias e mensais do IMERG.
Após a validação dos dados e acumulo dos valores de precipitação, foram
separadas apenas as estações válidas com suas respectivas coordenadas geográficas, a
partir das quais foi criado um arquivo vetorial com a localização de cada estação.
Utilizando este arquivo, foram extraídas as estimativas de precipitação do arquivo raster
do IMERG para cada estação, utilizando o a ferramenta “Extrair Múltiplos Valores para
Pontos” do ArcGIS 10.4.
Após a extração desses valores, foi criada uma tabela contendo a precipitação
acumulada no período de 7 dias e mensal das imagens do IMERG, para a localização
específica das estações do CEMADEN e do INMET. Tendo em vista que os dados de
precipitação estimados do IMERG vêm com um fator de escala para o produto de 7 dias,
foi necessário dividir os valores extraídos por 10. No caso dos dados mensais, estes são
disponibilizados como a média mensal da taxa horária[mm/h], sendo necessário convertê-
los para [mm/mês].
Para facilitar o processo de acondicionar os dados e comparar as tabelas com seus
respectivos valores, foi utilizada então uma linguagem de programação python. Nela
criou-se um código para ler as tabelas com os dados do CEMADEN/INMET e os valores
extraídos do IMERG, retornando os valores de precipitação observados para cada fonte
em datas idênticas nas duas tabelas, resultando em uma nova tabela com os dados
filtrados. Estes procedimentos foram realizados tanto para os dados acumulados de sete
dias quanto para os dados mensais de ambas as fontes.
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Após todos os tratamentos dos dados e com as tabelas finais contendo as datas e
os valores de precipitação acumulados para o CEMADEN, INMET e IMERG, deu-se
início a análise de comparação dos dados.
3. Resultados e discussão
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do coeficiente de determinação (R2), para analisar a relação entre cada estação e os dados
IMERG.
Os gráficos com os menores e maiores valores de R² encontrados para o período
de 7 dias e mensal do CEMADEN são apresentados nas Figuras 3 e 4, respectivamente.
Os gráficos da Figura 3 mostram valores de R² relativamente baixos, que resulta da grande
dispersão e indica uma menor correlação entre os dados. O maior valor de R2 encontrado
para o período de 7 dias foi 0.62, sugerindo que, para este intervalo de tempo, os produtos
de satélite têm menor concordância com as medidas em superfície.
FIGURA 3- Gráficos de dispersão com os menores (cima) e maiores (baixo) valores de R² para o período
de precipitação acumulada de 7 dias do CEMADEN e precipitação do IMERG.
Já para os dados de precipitação com acumulação mensal (Figura 4), pode-se
observar uma correspondência maior entre os dados do CEMADEN e do IMERG, sendo
que o menor valor encontrado de R² foi de 0.55, seguido pelo valor que de 0.71, sendo
este ultimo maior do que todos os valores observados para o período de sete dias. Nesse
intervalo de tempo (mensal), os valores de R2 chegam a 0.99, entretanto vale ressaltar que
a quantidade de pontos resultantes para obter o ajuste da reta são reduzidos.
Considerando os dados do INMET (Estação Monte Verde), os gráficos de
dispersão para o período de 7 dias e mensal são apresentados na Figura 5. Observa-se
uma quantidade maior de dados disponíveis (para o período de 2014 a 2016), contudo o
valor de R² continua baixo para os dados acumulados de 7 dias (a esquerda), com sendo
da ordem de 0.4. Entretanto, para o período mensal (a direita), a correlação entre os dados
aumenta significativamente, com valores de R² da ordem de 0.9, o que corrobora com os
resultados obtidos com os dados do CEMADEN.
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FIGURA 4 - Gráficos de dispersão com os menores (cima) e maiores (baixo) valores de R² para o período
de precipitação acumulada mensal do CEMADEN e precipitação do IMERG.
FIGURA 5 – Gráficos de Dispersão da estação do INMET para o período de sete dias e mensal.
Visando resumir as relações entre os dados de superfície e satélite obtidas para
todas as estações, os valores de R² foram agrupados e subdivididos em classes entre 0 e
1 para ambos os períodos em estudo (Tabela 2). Uma observação a ser feita é que o
número total de estações disponíveis para estudo quando se tratando do período mensal
do CEMADEN, caiu para 22 porquanto alguns meses estavam com dias incompletos, ou
seja, começando ou terminando na metade, estes foram retirados da comparação para o
período mensal, todavia estavam em condições de uso para o período de 7 dias, não
influenciando assim no resultado.
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Independente das variações no total de medidas, observa-se, em resumo, que para
os intervalos de 7 dias todas as estações analisadas apresentaram menor correlação com
os dados obtidos com o IMERG, com valores de R2 abaixo de 0.75. Por outro lado, para
o período mensal, apenas duas estações ficaram com valores de R² entre 0.5 a 0.75,
enquanto que os demais valores de R² estão acima de 0.75. Este resultado sugere que os
dados acumulados de 7 dias do IMERG provavelmente não m um bom desempenho para
intervalos de tempo mais curtos, mas para a escala mensal, a sua correlação com dados
de superfície é alta, podendo possivelmente substituir os dados de superfície nessa escala
temporal. Além disso, este resultado também concorda com estudos realizados
previamente (SOHN et al., 2010; CIACH et al., 1997).
4. Conclusão
Agradecimentos
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Referências
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1. Introdução
As imagens multiespectrais adquiridas por satélites têm sido muito utilizadas
como auxiliares nos processamentos dos inventários florestais, pois as informações
armazenadas nas imagens vão além da sua localização geográfica, possuindo, por
exemplo, dados como a quantidade de radiação refletida pela floresta com suas diferentes
características (BAUERMANN, 2008).
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A textura é uma importante característica para a identificação de objetos ou
regiões de interesse em uma imagem, pois suas propriedades representam o arranjo
estrutural das superfícies e seus relacionamentos com o ambiente ao redor, isto é, a
distribuição espacial e dependência espacial entre os níveis de cinza (NC) (HARALICK
et al., 1973). Na área florestal, têm sido utilizadas as texturas extraídas das imagens de
sensoriamento remoto como informação auxiliar para a classificação de cobertura da
vegetação e para a estimação de parâmetros da vegetação (GOMES e MAILLARD,
2013).
Portanto, a inclusão de componentes de imagens como as informações espectrais
e a textura, juntamente com características dendrométricas em modelos de estimativa do
volume, podem proporcionar resultados mais precisos, que contribuirão de maneira
significativa com o manejo e com o planejamento florestal. Dentro destas circunstâncias,
o objetivo deste trabalho foi avaliar a construção e o desempenho de modelos na
estimativa do volume por parcela de povoamentos florestais de Eucalyptus sp., utilizando
componentes de imagens de satélites associados a dados obtidos em campo.
2. Material e Métodos
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2.2. Caracterização e processamento das imagens
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variados tipos de relacionamentos espaciais entre os pixels, sendo por fim calculada a
média dos quatro direcionamentos. As medidas de textura calculadas nesse trabalho
foram:
• Contraste (CON): é uma medida que representa a variação local da intensidade
de um pixel e seu vizinho, ou seja, mede a presença de uma transição abrupta de NC na
imagem (HARALICK et al., 1973). A fórmula do contraste está representada na Equação
1:
𝑁𝑐 𝑁𝑐
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Em que: P (i, j) = o conteúdo da coordenada (i, j); Nc = o NC da imagem; d = a
distância; θ = o ângulo.
Também foram criados índices a partir das medidas de textura obtidas. Os índices
MUL, são medidas de textura multiplicadas pelo valor médio da banda a qual foi extraída
a textura, a exemplo, o MULCONb1, em que os valores da textura CONb1 obtidos da
medida textura contraste da banda 1 foram multiplicados pelos valores médio da banda
1. O mesmo foi feito para todas as medidas de textura de cada banda, gerando um total
de 16 índices MUL. Também foram criados os índices INV, onde o inverso das medidas
de textura foi multiplicado pelos valores médios das bandas que compõem a textura
exemplo, INVCONb1, em que o inverso da textura CONb1 obtidos da medida textura
contraste da banda 1 foi multiplicado pelo valor médio da banda 1, produzindo 16 índices
INV.
O processamento para obtenção dos descritores texturais foi realizado utilizando
funções do toolbox desenvolvidas para o software MATLAB 7.14 (R2012a)
(MATHWORKS, 2012). As funções utilizadas foram a graycomatrix, que gera a matriz
GLCM, e a graycoprops, que gera o valor de cada uma das características para a GLCM.
Após a obtenção dos 61 componentes extraídos das imagens, foram determinados
os coeficientes de correlação entre as componentes de imagens e o volume obtido em
campo para avaliar o potencial das variáveis nas estimativas do volume de madeira.
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é aquele que apresenta o menor valor de AIC (ODA-SOUZA et al., 2008). Com a
utilização destes modelos, foi possível estimar o volume por parcela e analisar os volumes
gerados pelos cinco modelos testados.
Para os cálculos de regressão e análise foi usado o software estatístico R (R CORE
TEAM, 2016), juntamente com os seguintes pacotes: 'leaps' e 'MASS' (LUMLEY, 2009;
VENABLES e RIPLEY, 2002).
3. Resultados e Discussão
Por somatório, os volumes totais por parcela foram obtidos a partir das estimativas
dos volumes totais por classe de idade das 13.407 árvores mensuradas no inventário
florestal (Tabela 1).
TABELA 1: Estatísticas descritivas dos volumes totais (m³ ha-1) por classe de idade.
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TABELA 2: Valores médios dos NC das bandas e dos índices e a correlação destes com o volume
observado.
Componentes Média R
B1 17,49 -0,48
B2 29,48 -0,51
B3 35,50 -0,53
B4 129,88 -0,09
B1/B2 0,59 -0,43
B1/B3 0,49 -0,44
B1/B4 0,14 -0,42
B2/B3 0,83 -0,32
B2/B4 0,23 -0,40
B3/B4 0,28 -0,32
Em que: Média = média dos valores; R = correlação.
TABELA 3: Valores médios da textura e dos índices de textura e a correlação destes com o volume
observado.
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O maior valor de correlação encontrado nas medidas de textura foi o da COR da
banda 1 com -0,4967 (Tabela 3). Os valores de textura foram diferentes dos encontrados
por Sette (2009) em seu estudo sobre estágios sucessionais da Mata Atlântica no sul da
Bahia, o qual encontrou, entre as medidas de texturas obtidas pela banda 2 (verde) pelo
satélite FORMOSAT 2 e o volume do estágio avançado de regeneração, uma correlação
de 0,571 para o COM, 0,029 para COR, 0,539 para ENE e 0,776 para HOM.
Com relação às medidas de contraste (CON) obtidas pelas texturas de cada banda,
a variação de contraste foi de: 0,70 - 11,33 para a banda 1; 1,09 - 24,05 para a banda 2;
2,80 - 31,98 para a banda 3; e 42,15 - 334,12 para a banda 4, a qual teve a maior variância
de CON. Os valores de COR encontrados para as bandas 1, 2, 3 e 4 variaram de 0,28 -
0,87, 0,32 - 0,83, 0,29 - 0,79 e 0,35 - 0,75, respectivamente. Os valores de COR podem
variar de -1 a 1, sendo que quanto mais próximo de 1, maior é a dependência entre os tons
de cinza da imagem; caso contrário, está descorrelacionada (HARALICK et al., 1973).
Para as bandas 1, 2, 3 e 4, os valores de ENE variaram nos intervalos: 0,01 - 0,17;
0,01- 0,07; 0,01 - 0,05; e 0,00 - 0,01, respectivamente. A faixa de possíveis valores de
ENE vai de 0 a 1, em que a imagem com energia próxima a 1 é uma imagem homogênea,
isto é, que possui o mesmo tom de cinza em toda a sua extensão. Portanto, as imagens
das parcelas possuem muitas variações de NC. As medidas de textura HOM variaram de
0,42 - 0,75 para a banda 1, 0,35 - 0,64 para a banda 2, 0,32 - 0,60 para a banda 3 e 0,17 -
0,33 para a banda 4. A faixa de variação da HOM é de 0 a 1, onde quanto mais próximo
de 1, os valores mais se aproximam da diagonal da matriz de coocorrência de tons de
cinza, ou seja os valores dos pixels vizinhos estão próximos (HARALICK et al., 1973).
As maiores correlações encontradas para os índices de textura MUL foram de -
0,52 para MULCOR banda 1 e -0,52 MULCOR banda 2. Já o menor valor de correlação
foi de 0,04 para MULHOM banda 4, e para os índices de textura INV foi de -0,46 para
INVHOM banda 1 e o menor valor foi de 0,08 para INVCON banda 4 (Tabela 3).
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por exemplo, as bandas da faixa do visível (bandas 1, 2 e 3), evidenciando que muitas das
informações extraídas de uma banda também são encontradas nas outras duas bandas.
A alta correlação deve-se à combinação de dois fatores: muitos objetos (alvos)
possuem valores de NC muito próximos na região do visível ou na região do
infravermelho, resultando em valores de NC pouco diferenciados entre si; e o
sombreamento topográfico, que é o mesmo em todas as bandas de um mesmo sensor,
sendo que em áreas de relevo acidentado com baixo ângulo de iluminação solar faz com
que o grau de correlação entre as bandas aumente (MENESES e ALMEIDA, 2012).
Outro ponto importante na análise da matriz gerada é a correlação existente entre
as variáveis independentes com a variável volume (m³ ha-1). É possível observar que a
idade possui a maior correlação com o volume (0,95) e que, entre as variáveis obtidas
pelas imagens, as maiores correlações foram de -0,53 para a variável banda 3, de -0,52
para a variável MULCOR das bandas 1 e 2, de -0,51 para banda 2 e -0,50 para COR banda
1.
As 59 variáveis independentes juntamente com a variável principal foram
utilizadas, por meio da análise do Stepwise, para a construção dos modelos de regressão,
dos quais cinco modelos foram selecionados pelo menor AIC (Tabela 4).
TABELA 4:Modelos de regressão selecionados e ajustados para estimativa do volume de madeira (m³ ha-
1
).
N Modelo de regressão (coeficientes ajustados) AIC R²ajust
1 93,66 - 4,7*B2 - 93,04*CORb2 + 3,68*MULCORb1 + 56,74 Id -495,3810 0,9081
65,51 - 6,92*B2 + 2,44*B3 + 2,02*INVHOMb1 -0,84*INVHOMb3 +
2 56,96*Id -494,4859 0,9082
113,79 - 5,31*B2 - 64,65*CORb2 + 2,31* MULCORb1 + 1,28*INVHOMb1 -
3 0,52*INVHOMb3 + 56,42*ID -494,0185 0,9084
91,79 - 6,52*B2 + 1,66*B3 - 53,11*CORb2 + 1,72*MULCORb1 +
4 1,49*INVHOMb1 - 0,62*INVHOMb3 + 56,60*Id -492,6684 0,9082
146,41 - 8,54*B2 + 1,80*B3 - 173,50+CORb2 + 1,37*MULCORb1 +
5 4,23*MULCORb2 + 1,37*INVHOMb1 - 0,57*INVHOMb3 + 56,40*Id -491,1539 0,9080
Em que: N = número do modelo; B2 = banda 2; B3 = banda, CORb2 = textura COR da banda 2;
MULCORb1 = multiplicação da COR da banda 1 pela banda 1; MULCORb2 = multiplicação da COR da
banda 2 pela banda 2; INVHOMb1 = inverso da HOM da banda 1 foi multiplicado pela banda 1;
INVHOMb3 = inverso da HOM da banda 3 foi multiplicado pela banda 3; Id = idade do plantio; R²ajust =
coeficiente de determinação ajustado.
De modo geral, todos os modelos são compostos pela banda 2 e com pelo menos
dois componentes de textura, como esperado, uma vez que estas variáveis estão entre as
15 que apresentaram as maiores correlações com a variável volume. Os valores de R²ajust
entre os modelos foram muito similares, variando de 0,9080 a 0,9084. Isso significa que
os modelos selecionados para a estimativa do volume permitiram explicar, em média,
90,82% do volume a partir das variáveis selecionadas. A seleção da banda 2 corrobora
199
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São Carlos, 02-04 de outubro de 2018.
com as informações extraídas do seu intervalo espectral referente à vegetação, isto é, a
banda verde reflete boa parte da radiação eletromagnética (luz) (BAUERMANN, 2008).
Das 16 medidas e dos 32 índices de textura, cinco variáveis foram selecionadas
para o modelo de predição de volume. A medida de textura de correlação (COR)
representa a ideia de linearidade de dependências de tons de cinza em uma imagem.
Portanto, em uma imagem onde exista certa ordenação local de NC, o valor da correlação
é alto (HARALICK et al., 1973).
No estudo feito por Gomes e Maillard (2013), em que foi feita a estimativa da
idade da vegetação do cerrado, a união das bandas espectrais e da textura dos dados
RapidEye trouxe um incremento de mais de 15% no poder preditivo do modelo. Porém,
para os outros parâmetros da vegetação como volume, DAP, densidade e área basal, as
texturas não apresentaram altos coeficientes de determinação.
As estimativas dos volumes (m³ ha-1) por parcela obtidas pelos modelos
selecionados e suas estatísticas podem ser verificados na Tabela 5, juntamente com o
volume observado e suas estatísticas. Observa-se que os valores médios preditos pelos
modelos estão próximos do volume médio observado por classe de idade, com exceção
na idade mais adulta (Classe 4), em que os valores foram subestimados em todos os
modelos.
TABELA 5: Estatísticas dos volumes (m³ ha-1) por classe de idade estimados pelos modelos selecionados.
Volume Cl. idade Mín. Máx. Média Mediana Var. Desvio Pad.
2 1,16 76,50 25,76 22,13 231,33 15,21
Observado 3 82,41 174,80 121,20 119,50 475,08 21,80
4 117,70 249,80 180,40 177,50 1060,23 32,56
2 0,00 63,08 25,76 25,06 241,05 15,53
Modelo 1 3 117,70 145,70 133,70 134,40 49,00 7,00
4 144,70 174,60 161,30 164,00 73,33 8,56
2 0,00 59,85 25,72 25,42 236,98 15,39
Modelo 2 3 122,30 142,70 134,60 135,80 28,51 5,34
4 142,60 173,00 160,20 163,40 84,63 9,20
2 0,00 63,34 25,70 24,87 240,13 15,50
Modelo 3 3 118,60 144,70 134,40 136,10 42,06 6,49
4 141,70 174,50 160,50 160,50 85,69 9,26
2 0,00 62,51 25,71 26,15 238,51 15,44
Modelo 4 3 120,60 144,40 134,50 136,00 38,25 6,18
4 142,60 174,00 160,40 164,40 79,23 8,90
2 0,00 64,85 25,69 25,74 236,18 15,37
Modelo 5 3 120,20 144,80 134,60 136,10 40,70 6,38
4 142,70 174,10 160,40 163,50 78,45 8,86
Em que: Cl. = classe; Mín. = mínimo; Máx. = máximo; Var. = variância; Pad. = padrão.
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FIGURA 2: Distribuição dos volumes observados pelos volumes estimados nos cinco modelos
selecionados.
Os cinco modelos selecionados estimaram valores de volume próximos aos
valores de volume observados por parcela e os valores de R²ajust também foram similares
entre os modelos portanto, os cinco modelos podem ser utilizados para estimar o volume,
porém, deve se levar em consideração o princípio da parcimônia, no qual quanto menos
variáveis um modelo possuir e quanto mais ele puder explicar com estas variáveis melhor.
Através dos modelos escolhidos com a utilização das componentes de imagens é
possível estimar o volume de madeira (m³ ha-1) para área total. Estes modelos podem ser
reaplicados em povoamentos de Eucalyptus sp., porém, sobre as mesmas condições aqui
aplicadas, já que os resultados podem variar devido ao tipo de vegetação, estrutura da
floresta e outras variáveis dendrométricas que influenciam as composições das imagens.
4. Conclusões
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Referências
202
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ISBN: 978-85-94099-03-7
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1. Introdução
2. Materiais e Métodos
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Quilombo Santa Genebra2, Várzea próxima a MSG3, Maciços Naturais “C” e “D”4
(HERRMANN, 2012).
FIGURA 1 – Localização da zona de amortecimento da ARIE Mata Santa Genebra e demais áreas
protegidas. Fonte: Autor, 2018.
Neste trabalho utilizou-se a análise das unidades de paisagem natural proposta por
Crepani et al. (2001), disposto em categorias morfodinâmicas. A adaptação ocorreu
definindo cinco categorias, e relacionando-as a um índice relativo conforme sua relação
morfodinâmica de estabilidade/instabilidade (Tabela 1).
A criação dos mapas e cartas basearam-se nos procedimentos constantes da Figura
2. Para rasterização, foram definidos pixels de 30 metros, em escala de 1:50.000. As
manipulações e cruzamentos matriciais foram realizados através do software livre QGIS
(versão 2.14.9.).
2 UC instituída pela Lei Complementar nº 76/2014 (artigo 10, inciso I). Constitui fisionomia de campos
de várzea com a finalidade de proteger integralmente a várzea do Ribeirão Quilombo, possui área de
20,23 ha.
3 Tombada pelas Resoluções nº 147 e 151 de 2016. Caracterizadas por fisionomia brejosa, essenciais para
a regulação da nascente próxima.
4 Bens tombados pelas Resoluções nº 47 e 48 de 2004. Constituem fisionomia de campo de várzea e
Floresta Paludosa e Floresta Paludosa principalmente, com áreas de 46,5 e 52,3 há, respectivamente.
206
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Pouco estável Pouca pedogênese 2,0
Intermediário Equilíbrio pedogênese/morfogênese 3,0
Pouco instável Pouca morfogênese 4,0
Instável Prevalece a morfogênese 5,0
Fonte: Adaptado de Crepani et al. (2001).
FIGURA 2 – Fluxograma metodológico de elaboração dos mapas. Fonte: Adaptado de Xavier et al.
(2010).
207
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O mapa de declividade utilizado, foi gerado a partir do Modelo Digital de
Elevação, disponível no Topodata em escala 1:50.000 (INPE, 2011). O dado foi gerado
por reclassificação, segundo o método utilizado por Xavier et al. (2010) (Tabela 3).
208
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definidos por meio das terminologias utilizadas por Cavararo (2013) para o uso da terra,
e os respectivos graus de potencial erosivo das ocupações, conforme Tabela 6.
O mapa de uso e ocupação do solo utilizado foi elaborado por Aquino (2017), por
meio de interpretação visual e vetorização manual de imagens Landsat 8 OLI, obtidas no
site Earth Explorer do United States Geological Survey (USGS).
Por meio dos critérios definidos por Salomão (1999) e Xavier et al. (2010) foi
realizado o cruzamento matricial utilizando o procedimento de critérios condicionantes
por meio de álgebra de mapas, visto a variação da área para o uso e ocupação do solo
(Tabela 8).
209
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3. Resultados
210
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Nota-se pelo mapa de solos, que na ZA há o predomínio geral de Latossolo
Vermelho, seguido de Latossolo Vermelho-Amarelo, diferenciando-se pela
mineralização, textura e camada do horizonte A. Há também uma área com associação
entre estes grupos (LVd4) que ocupa 7,57% da área, sendo importante considerar que
estes grupos classificam-se entre os graus de pouco a muito suscetível.
Com base no mapa de declividade (Figura 4), obteve-se as áreas e as respectivas
porcentagens (Tabela 10) da área de estudo.
211
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TABELA 12 – Áreas correspondentes as classes de suscetibilidade à erosão laminar.
Vulnerabilidade Área (%) Área (ha)
I – Extremamente suscetível 0,00 0,00
II – Muito suscetível 0,72 11,11
III – Suscetível 5,15 79,39
IV – Pouco suscetível 60,99 941,14
V – Pouco a não suscetível 33,14 511,39
Total 100 1543,03
4. Discussão
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O grupo de baixo potencial à erosão (33,50%), localiza-se prioritariamente nas
áreas protegidas na ZA da MSG, com a importante função de proteger a qualidade e
quantidade dos recursos hídricos e a estabilidade dos solos. A proteção destas áreas tem
o viés de proteção dos mananciais e nascentes existentes, que contribuem para as bacias
do Quilombo e Anhumas em Campinas-SP.
É interessante notar que as áreas com as declividades mais acentuadas e com solos
relativamente suscetíveis, classificados como áreas muito suscetíveis, quando em uso
pouco intensivo e vegetado, mesmo que em fisionomia campestre, tiveram um baixo
potencial à erosão laminar. Enquanto o alto potencial à erosão laminar (2,43%), situa-se
principalmente nos relevos ondulados, em solos considerados suscetíveis e uso intensivo
tanto pela agricultura intensiva quanto pela urbanização.
Portanto, o uso e ocupação do solo é a característica que foi mais determinante na
classificação do potencial à erosão laminar, visto que concentram-se principalmente nas
bordas dos fragmentos protegidos.
5. Considerações Finais
Referências
214
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São Carlos, 02-04 de outubro de 2018.
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Carlos - UFSCar
02 a 04 de Outubro de 2018
ISBN: 978-85-94099-03-7
Resumo: O objetivo deste trabalho foi avaliar a dinâmica de uso do solo na Zona de
Amortecimento da Área de Relevante Interesse Ecológico Mata de Santa Genebra (ARIE
MSG), Campinas, SP, entre os anos de 1985, 2000 e 2017. Para tanto, utilizaram-se
imagens dos satélites Landsat 5 TM, Landsat 7 ETM e Landsat 8 OLI. Os cenários foram
construídos a partir de análise visual e vetorização manual. As classes majoritárias nos
três cenários foram culturas temporárias, fragmentos florestais e campos naturais. No
período considerado, houve aumento progressivo das classes fragmentos florestais e
campos naturais e diminuição paulatina de culturas temporárias. As alterações de uso e
ocupação do solo não foram, contudo, consideradas percentualmente significativas. Os
dados obtidos podem ser consequência do não alargamento do perímetro urbano e da
criação de áreas protegidas na ZA da ARIE MSG.
Palavras-chave: Geoprocessamento; Uso e ocupação do solo; Zona de amortecimento;
Unidade de conservação.
1. Introdução
2. Materiais e métodos
1 Definida por meio da Portaria Conjunta nº 01/2012, que foi sancionada pelas Prefeitura Municipais de
Campinas, Paulínia e pela Fundação José Pedro de Oliveira, órgão gestor da UC.
2 Declarada ARIE por meio do Decreto Federal nº 91.885/1985.
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C3 e Bem Natural D4), Cerrado (Cerrado São Marcos5) e campos de várzea (Várzea
Neste trabalho, foram utilizadas imagens dos satélites Landsat 5 TM, Landsat 7
ETM e Landsat 8 OLI, cujas datas de imageamento foram, respectivamente, 07/11/1985,
24/11/2000 e 15/11/2017. As imagens foram obtidas no site do United States Geological
Survey (USGS).
3. Resultados
Por outro lado, nos três cenários, os corpos d’água e as áreas antrópicas não
agrícolas foram as classes de nível I minoritárias. Comparando-se os três cenários, houve
218
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aumento percentual gradual desta classe, enquanto aquela classe manteve-se
praticamente constante (Tabela 1).
TABELA 1 – Área das classes de nível I e porcentagem em relação à ZA nos três cenários
TABELA 2 – Área das classes de nível II e porcentagem em relação à ZA nos três cenários
1985 2000 2017
Área (ha) % da ZA Área (ha) % da ZA Área (ha) % da ZA
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4. Discussão
221
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Por outro lado, ecossistemas naturais ocuparam cerca de um terço da ZA, nos três
cenários. Isso decorre, principalmente, da instituição de áreas protegidas. A declaração
da MSG como ARIE, a instituição do Refúgio da Vida Silvestre do Quilombo, UC
municipal, e o tombamento de três fragmentos de vegetação como bens naturais
municipais foram decisivos para conservação desses ecossistemas.
O aumento paulatino de fragmentos florestais (Tabela 2) é consequência de ações
de restauração florestal desempenhadas pela Fundação José Pedro de Oliveira e usuários
do território. Nos instrumentos jurídicos de criação dessas áreas protegidas, dispõem-se
sobre faixas envoltórias e Zonas de Amortecimento, que visam à minimização dos
impactos do entorno sobre as áreas naturais, por meio da regulamentação dos uso e
ocupação do solo. Dentre estas regulamentações, consta a necessidade de formação de
barreiras de vento com espécies vegetais nativas, nas faixas mais próximas dos bens
naturais e UC. O cumprimento dessas normas é, possivelmente, uma das causas do
incremento em área de fragmentos florestais observado na Tabela 2.
5. Conclusão
A partir dos cenários de uso e ocupação do solo construídos para os anos de 1985,
2000 e 2017, concluiu-se que, em termos percentuais, não houve alterações
significativas de uso e ocupação do solo na ZA da ARIE. Os dados obtidos podem ser
consequência do não alargamento do perímetro urbano e da criação de áreas protegidas.
Referências
222
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São Carlos, 02-04 de outubro de 2018.
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224
Universidade Federal de São
Carlos - UFSCar
02 a 04 de Outubro de 2018
ISBN: 978-85-94099-03-7
Abstract: This study provides information on the process of land-cover change detection
using multi-temporal and multi-sensor data, based on the analysis of image difference
resulted from the subtraction of NDVI images. It is used images of the Serra da Canastra
National Park acquired from the sensors Landsat-8/OLI and CBERS-4/MUX, from 2014
and 2016. Despite simple, the NDVI image difference technique makes it possible to
efficiently identify biomass gains and losses. In this study, it was considered as changes
only areas that presented at least a 10% change between the NDVI images. Burn scars
were identified inside the park’s territory.
Keywords: NDVI; Normalization; Image difference.
1. Introduction
The advent of high spatial and temporal resolution satellite imagery, along with
the improvement of Geographic Information Systems (GIS) and image processing
techniques, has allowed a more consistent and detailed mapping and monitoring of the
Earth’s surface (SELCUK et al., 2003; LO & CHOI, 2004; RAWAT, KUMAR &
BISWAS, 2014). Change detection techniques, for example, are commonly used in order
to detect alterations along time, and can be applied for several purposes, including drought
or flood monitoring, forest change, land-use or land-cover change and urban growth
monitoring.
The process of land cover change detection, which is discussed in this paper, aims
to identify differences in the state of targets on the earth’s surface through the analysis of
data acquired in different times (SINGH, 1989). There are a great variety of remote
sensing and digital image processing techniques that can be used in order to identify, map
and quantify nuances that occurs on ecosystems, including those based on: algebra, such
as image difference and vegetation indexes; transformation, such as principal
components; and, techniques based on classification, which may be supervised or
unsupervised.
Jornada de Gestão e Análise Ambiental da UFSCar
São Carlos, 02-04 de outubro de 2018.
Remote sensing studies focused on monitoring and evaluating causes and effects
of changes in landscape require a constant availability of data that efficiently describes
the area of interest, especially with no cloud cover. This need highlights the importance
of the integration of data acquired from different sensors, once the analysis of multi-
sensor imagery makes it is possible to identify different features on the Earth’s surface.
In this context, this study aims to detect land-cover changes in the Serra da
Canastra National Park from 2014 to 2016, through the integration of images acquired
from the sensors: Landsat-8/OLI and CBERS-4/MUX. The process of change detection
was based on the analysis of image difference resulted from the subtraction of NDVI
(Normalized Difference Vegetation Index) images obtained regarding both the analysed
dates. In this study, it was also analysed the park’s surrounding areas, as an alternative to
identify any major changes that may have impacted areas inside the park’s territory.
2. Land-cover change
First of all, it is important to emphasize the difference between land-use and land-
cover. Although land-use and land-cover represent two different terminologies, they are
commonly used interchangeably (DIMYATI et al., 1996). Rawat and Kumar (2015) state
that the term land-cover is related to the physical characteristics of earth’s surface, which
can be covered, for instance, by forests, wetlands, bare soil, water or human settlements.
On the other hand, the authors define that land-use refers to activities that take place on
land, whether for preservation or economic purposes. Although one affects the other, this
paper is focused only on analysing land-cover change, since an efficient land-use mapping
requires more than just analysing satellite imagery.
Land-cover change does not necessarily imply on land degradation, once it may
affect positively or negatively the environment (BROWN et al., 2014). In addition,
changes in land-cover over time are related to a range of factors, including not only
economic, but also social and biophysical conditions. Besides, alterations on Earth’s
surface can be caused not only by anthropic and natural factors, but also by the
combination of both of them. In general, land-cover monitoring provides information
essential to a sustainable management of natural resources.
226
Jornada de Gestão e Análise Ambiental da UFSCar
São Carlos, 02-04 de outubro de 2018.
used due to the fact that most of the red light that reaches a healthy green canopy is
absorbed while most of the NIR light is reflected (PIETRAGALLA & VEGA, 2012).
This vegetation index ranges from -1 to 1, where -1 indicates no vegetation surface and 1
suggest very dense vegetation.
𝑁𝐼𝑅−𝑅𝐸𝐷
𝑁𝐷𝑉𝐼 = 𝑁𝐼𝑅+𝑅𝐸𝐷
(1)
In the field of change detection, two NDVI images can be used in order to generate
a third image that represents the changes that occurred during the analysed time period.
This method, named NDVI image differencing, makes it possible to emphasize targets
such as urban sprawl, land cover changes, and deforestation (BATISTA & SANTOS,
2013). Through the use of the NDVI index, image features that represent, for example,
agricultural and natural vegetation targets can be efficiently differenced.
The Serra da Canastra National Park, located at the state of Minas Gerais, covers a
preservation area of approximately 200 square kilometres, encompassing six cities
(ICMBIO, 2017). This national park aims to preserve natural ecosystems of great
ecological relevance, and provides support to the development of a range of scientific
research. The study area is presented in Figure 1.
227
Jornada de Gestão e Análise Ambiental da UFSCar
São Carlos, 02-04 de outubro de 2018.
The Landsat-8/OLI and CBERS-4/MUX images, from 2014 and 2016,
respectively, were obtained in the INPE’s digital image catalogue (INPE, 2017b). The
shapefile of the park’s limits was obtained from the ICMBio/MMA’s website (ICMbio,
2017). In order to analyse the land-cover of the entire park, it was necessary to combine
two OLI scenes and four MUX scenes. The Table 1 describes the main characteristics of
the sensors and the scenes analysed.
TABLE 1. Sensors’ characteristics and scenes used.
Landsat-8/OLI CBERS-4/MUX
Spatial/Temporal Resolution 30m (multispectral) /16 days 20m / 26 days
Swath width 185 km 120 km
155_122 28/08/2016;
219_074 03/08/2014; 155_123 28/08/2016;
Scenes/Acquisition date
220_074 10/08/2014. 156_122 25/08/2016;
156_123 25/08/2016.
Source: INPE (2017a); NASA (2017).
The OLI images were used as reference to register the MUX images. Before the
radiometric normalization, it was necessary to convert the images’ digital numbers (DN)
into reflectance values. The OLI images were rescaled using the function presented by
228
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São Carlos, 02-04 de outubro de 2018.
USGS (2017). See Equation 2, where: 𝜌𝜆,𝑂𝐿𝐼 is the TOA (Top of Atmosphere) planetary
reflectance with correction for solar angle; 𝑀𝜌 indicates the band-specific multiplicative
rescaling factor; 𝑄𝑐𝑎𝑙 indicates the quantized and calibrated standard product pixel values
(DN); 𝐴𝜌 represents the band-specific additive rescaling factor; and, 𝜃𝑆𝐸 refers to the local
sun elevation angle.
𝑀𝜌 ∗𝑄𝑐𝑎𝑙 +𝐴𝜌
𝜌𝜆,𝑂𝐿𝐼 = (2)
𝑠𝑖𝑛 (𝜃𝑆𝐸 )
On the other hand, the MUX images were rescaled to reflectance values through
the functions described by Pinto (2016), presented in Equation 3, where 𝜌𝜆,𝑀𝑈𝑋
represents the TOA planetary reflectance; 𝐿𝑖 represents the spectral radiance at the
sensor; 𝑑 is the Earth-Sun distance; 𝐸0,𝜆 is the mean exoatmospheric solar irradiance;
and, 𝜃 represents the solar zenith angle. The parameters used were acquired from
INPE’s website and Pinto (2016).
𝜋 ∗ 𝐿𝑖 ∗𝑑²
𝜌𝜆,𝑀𝑈𝑋 = 𝐸 (3)
0,𝜆 ∗ cos(𝜃)
After obtaining the reflectance values, mosaics were created for the images of
each sensor. Due to spatial resolution difference, the CBERS-4/MUX images were
resampled to 30 meters, which represents the spatial resolution of the OLI sensor. Then,
the radiometric normalization of the MUX image was performed, using the Averages and
Variances Normalization method (UMV) and applying the OLI image as reference. This
method aims to standardize the mean and variance of the adjustment image through the
reference image (LEONARDI, 2003).
The Equation 4 represents the function applied for normalization, where 𝑆 ′ is the
normalized image; 𝑆 is the image to be normalized; and, G and O are the gain and offset,
respectively. In addition, in order to validate the normalization performed, 10 samples
from pseudo-invariant features (PIFs) were collected and analysed. These samples were
collected from both the infrared and red bands of the OLI and MUX sensors.
𝑆′ = 𝑆 ∗ 𝐺 + 𝑂 (4)
Finally, the normalized images for both the red and infrared bands of the OLI and
MUX sensors were used in order to obtain the NDVI images (See Equation 1). The image
difference was calculated considering as changes only the areas that presented at least a
10% change in the NDVI values. In order to better illustrate the differences, it was also
generated an image representing only the biomass gain and loss. To reduce noise, only
polygons above 6.25ha were extracted.
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5. Results and Discussion
(a) (b)
FIGURE 3. Mosaics: (a) OLI imagery (2014); (b) Normalized MUX imagery (2016).
After the normalization process, the mean and variance values for both MUX
and OLI images were similar, with means of 21.413 and 21.412, and variances of
63.936 and 63.25, respectively. The samples collected, referring to pseudo-invariant
features, showed no significant change in reflectance for both the infrared and red bands
of both the OLI and MUX sensors, even with the two-year span. The Table 2 presents
the samples collected from the mosaics created, referring to both the OLI and MUX
infrared and red spectral bands.
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The efficiency of using the NDVI image differencing technique for land-cover
change detection purposes has been proved in several studies (LU et al., 2005; DYMOND
et al., 2008; PU et al., 2008; BERBEROGLU & AKIN, 2009). In this study, this
technique allowed to identify efficiently biomass gains and losses inside the Serra da
Canastra National Park for the analysed period. The Figure 4 illustrates both the NDVI
images and the difference image, along with an image highlighting the biomass gains and
losses, represented in green and red, respectively. In the difference image, generated from
the subtraction of the NDVI images, the dark grey pixels represent vegetation loss, while
light grey pixels indicate vegetation gain.
(a) (b)
(c) (d)
FIGURE 4. Results: (a) 2014 NDVI image; (b) 2016 NDVI image; (c) Difference image; (d)
Biomass gains (green) and losses (red), and no change (white).
231
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São Carlos, 02-04 de outubro de 2018.
(Cerrado, Brazilian Savannah) and the dry season in which the data were collected and
its impactor on the vegetation spectral response. It can also be noted that the surrounding
areas of the park also presented significant changes, which can be related to agricultural
activities in the region.
According to the reports provided by INPE (2016a, 2016b), related to the
Queimadas program and the Multi-Agency Integrated Operational Coordination Centre
virtual system (CIMAN Virtual), many were the fire outbreaks identified in the analysed
area in August of 2016, period in which the CBERS images were acquired. In August
2016, the number of fire outbreaks identified in the Serra da Canastra National Park (1188
fire outbreaks) was much greater than any other month since January 2014. In July and
August 2014, for example, it was reported 117 and 407 fire outbreaks, respectively (INPE,
2016a). Therefore, these data can be used in order to explain the great biomass loss
detected in the northwest region of the park, since the CBERS images used in this study
were acquired just after the fire outbreaks increase. The burn scars data from Queimadas
and the results of biomass losses reached is presented in Figure 5.
(a) (b)
FIGURE 5. Burn Scars: burn scars reported by Queimadas in 2016/08/15 and 2016/09/16 (a)
and the results of biomass losses (b) inside the limits of Serra da Canastra Nacional Park.
It is important to emphasize that not only the differences between the geometry of
data acquisition for both sensors, but also the variations of relief and solar angle, may
affect the final result and interfere with the analysis. Besides, digital image processing
techniques such as resampling and co-registration may also negatively impact the result.
The resampling technique, for example, makes use of a low-pass filter, which smooths
the image and reduces the image’s detail level. Shadows can also affect the analysis.
232
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6. Conclusion
The integration of multi-sensor data provides support to studies that require high data
availability. In this study, it was integrated data acquired from both Landsat-8/OLI and
CBERS-4/MUX sensors in order to detect land-cover changes in the Serra da Canastra
National Park, from 2014 to 2016. Despite simple, the NDVI image difference
technique makes it possible to efficiently identify biomass gains and losses in the
analysed period, including the identification of areas that appear to have been degraded
by fires, presenting traces of burn scars. In addition, although it decreases the chance of
cloud coverage, it is believed that the drought period in which the images were taken
may have slightly interfered with the results, due to its impacts on the vegetation
spectral response.
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1. Introdução
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superfícies de ajuste em que se obtém uma representação contínua de um determinado
fenômeno a partir de um conjunto representativo de amostras, obtidas em campo. Para
que essa representação seja realista, é necessário o uso da modelagem para simular a sua
variabilidade espacial.
Neste sentido, o objetivo deste trabalho foi avaliar duas técnicas de krigeagem
(unidimensional e bidimensional) para interpolação de dados na calha do Rio Doce e
avaliar o impacto do acidente de Mariana na distribuição espacial dos sólidos totais.
2. Metodologia
A bacia do rio Doce (Figura 1) possui área de drenagem de 86.715 km2, estando
86% desta no estado de Minas Gerais e 14% no território do Espírito Santo. Segundo
Milanez e Losekann (2016) a bacia vem sofrendo um processo de desmatamento e
urbanização ao longo dos últimos 150 anos com o incentivo da indústria madeireira.
238
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criação de grandes frentes de mineração (MILANEZ; LOSEKANN, 2016). Isto levou a
bacia do rio Doce a ser conhecida como "Vale do Aço". Mesmo passando por algumas
crises nas décadas subsequentes, tem se mantido desde de os anos 2000 como principal
produtor brasileiro de aço (SANTOS, 2009).
O Rio Doce possui suas nascentes na Serra da Mantiqueira e na Serra do
Espinhaço em Minas Gerais, com 879 km de extensão até sua foz, em Linhares, no
Espírito Santo e é responsável pela formação da quinta maior bacia hidrográfica do país
(MILANEZ; LOSEKANN, 2016). O rompimento da barragem de Fundão (Figura 2) e a
consequente liberação de 60 bilhões de litros de rejeitos de mineração sobre os sistemas
hídrico do vale do rio Doce causou a desestabilização da dinâmica fluvial, criando fortes
distúrbios ecológicos e a perda da capacidade de resiliência do meio devido a elevada
carga de sedimentos. Estudos preliminares demonstraram os efeitos da pluma de resíduos
em trechos ao longo curso do rio.
(a)Área de barragens antes do rompimento. (b) Área atingida pela pluma de rejeitos.
FIGURA 2: Barragem de Fundão antes (a) e após (b) do acidente.
Fonte: DigitalGlobe e Globalgeo Geotecnologias.
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2.2. Dados de qualidade da água
A aquisição dos dados de qualidade de água foi realizada por meio de dados
públicos, obtidos através do monitoramento especial do rio Doce, realizado em estações
de monitoramento do IGAM e da ANA (BRASIL, 2017). As coordenadas das estações
de monitoramento foram obtidas para cada posto segundo os dados da Agência Nacional
de Águas (BRASIL, 2017). O parâmetro avaliado no trabalho foi Sólidos Totais (ST –
mg L-1). Foram utilizados os dados do dia 7 de novembro até o dia 30 de novembro de
2015.
Para a análise geoestatística, foi utilizado o pacote geoR (Ribeiro Jr; DIGGLE,
2016), implementado em ambiente R (R Core Team, 2017). A análise geoestatística foi
realizada em duas diferentes maneiras: Utilizando as coordenadas UTM Datum SIRGAS
2000 zona 23 sul para cada ponto amostral. A segunda maneira foi utilizada usando uma
Krigeagem unidimensional, em que as coordenadas em X é dada pela distância do curso
d’água em relação ao primeiro ponto do rio (CHEN, YEH e WEI , 2012;RIZO-DECELIS;
PARDO-IGÚZQUIZA; ANDREO, 2017).
2.5 Krigeagem
240
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2.6 Modelagem geoestatística
Estação Distância(Km)
Rio Doce - IGAM 0
Rio Casca - IGAM 54
Mariléia - IGAM 102
Córrego Novo - CPRM 106
Ipatinga - IGAM 148
Belo Oriente - IGAM 176
Belo Oriente - CPRM 180
Gov. Valadares Montante - IGAM 256
Gov. Valadares - CPRM 258
Gov. Valadares Jusante - IGAM 272
Tumiritinga - IGAM 298,8
Conselheiro Pena - IGAM 333,4
Resplendor - IGAM 366,4
Aimorés - IGAM 390,4
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valores de efeito pepita, alcance e patamar utilizados foram os obtidos a partir da
modelagem no pacote geoR. Para a avaliação das metodologias de interpolação, o erro
médio reduzido e o coeficiente de correlação (R2) foram avaliados através da validação
cruzada (JAKOB; YOUNG, 2016).
3. Resultados e Discussão
FIGURA 3: Variogramas gerados a partir dos dados de TSS. Gráficos à direita – Krigeagem
Bidimensional; Gráficos à esquerda: Krigagem Unidimensional. Fonte: Os Autores.
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krigagem bidimensional. Assim, evidencia-se uma melhor aproximação do
semivariograma gerado a partir dos dados em uma dimensão.
A utilização da validação cruzada para o teste dos modelos gerados pode ser
observada na Tabela 2. Para as datas avaliadas, foi possível observar que os valores de R2
foram maiores para os dias 25 e 30 para o modelo unidimensional e muito semelhantes
para os dias 10, 15 e 20. Estes valores foram também mais altos que os obtidos por Chen,
Yeh e Wei (2012), em que encontraram valores do coeficiente de determinação de 0,52
para o modelo Gaussiano.
Мокiн, Крижановський, емчук (2011) obtiveram uma diminuição dos erros e
aumento da qualidade do modelo de Krigeagem ao utilizarem a Krigeagem
unidimensional.
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Nos dias 20, 25 e 30 (Figuras 5b, 5c, 5d) o comportamento volta a ser semelhante
para as duas interpolações. O dia 20 de novembro apresenta maiores valores de sólidos
para a região do rio Casca - MG, no dia 25 a região de Belo Oriente – MG e no dia 30
para a região de Sem-Peixe – MG. Analisando as imagens é possível perceber a evolução
temporal da frente da lama de rejeitos e seu avanço pelo rio, bem como a diminuição
gradual da concentração de sólidos em todo o seu curso. Apesar da diminuição, este valor
ainda é muito maior que o encontrado pelas análises da ANA antes da frente de rejeitos
chegar (Cerca de 1000% de aumento na concentração). Os mapas espacializados para a
Krigeagem nos dias subsequentes estão apresentados na Figura 5.
Analisando as médias das interpolações (Tabela 3) é possível avaliar que a
diferença entre as médias foi pequena entre as datas, com exceção do dia 10, em que a
diferença média entre os valores de sólidos totais foi alta. Os valores de desvio padrão
tiveram um bom comportamento também, com valores bem próximos em todas as datas.
244
Jornada de Gestão e Análise Ambiental da UFSCar
São Carlos, 02-04 de outubro de 2018.
(a) dia 15. (b) dia 20.
FIGURA 5: Mapas de variação espacial gerados a partir dos dados de TSS. Fonte: Os Autores.
TABELA 3: Valores de média e desvio padrão para as estimativas por krigeagem. Fonte: Os Autores.
245
Jornada de Gestão e Análise Ambiental da UFSCar
São Carlos, 02-04 de outubro de 2018.
4. Conclusão
4.1. Agradecimentos
Referências
246
Jornada de Gestão e Análise Ambiental da UFSCar
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247
Universidade Federal de São
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02 a 04 de Outubro de 2018
ISBN: 978-85-94099-03-7
1. Introdução
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2. Material e Métodos
3. Resultados e Discussão
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QUADRO 1 – Instrumentos internacionais importantes para a consolidação do Objetivo de
Desenvolvimento Sustentável 15 (ODS 15) da ONU.
Instrumentos
Ano Descrição
internacionais
A União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN) é uma
organização intergovernamental mundial formada por membros
International Union
diversos (estatais, não-estatais e especialistas em áreas de
1948 for Conservation of
conservação da natureza) fundada com o objetivo de divulgar
Nature (IUCN)
informações científicas e auxiliar seus membros ativos na solução dos
problemas ambientais (IUCN, 2017).
Tratado intergovernamental lançado em 1971, no Irã, que visou
assegurar a conservação e o uso racional de todas as zonas úmidas
1971 Convenção Ramsar por meio de ações locais, nacionais e de cooperação internacional
(RAMSAR, 2017). Foi promulgada no Brasil através do Decreto nº
1.905 de 16 de maio de 1996.
Convenção internacional assinada por 168 países que funciona como
Convenção sobre
arcabouço legal e político para outras convenções e acordos, visto
1992 Diversidade Biológica
que abrange tudo o que se refere direta ou indiretamente à
(CDB)
biodiversidade (MMA, 2017).
Destinada especialmente às áreas áridas e subúmidas secas (áreas
Convenção das secas), onde estão abrigados alguns dos ecossistemas e povos mais
Nações Unidas de vulneráveis do planeta. Contou com 195 países signatários e
1994 Combate à estabelece o trabalho em conjunto entre os governos e populações
Desertificação locais na busca por melhores condições de vida, restauração do solo
(UNCCD) e da produtividade da terra e mitigação dos efeitos da seca (UNCCD,
2017).
Fórum composto por todos os Estados membros das Nações Unidas
Foro das Nações (ONU) que se reúnem bienalmente com o objetivo de promover a
2000 Unidas sobre discussão quanto à gestão, conservação e desenvolvimento
Florestas (UNFF) sustentável de todos os tipos de florestas, fortalecendo o
compromisso político a longo prazo neste aspecto (ONU, 2017).
Plataforma
Órgão intergovernamental responsável pela interface ciência-política
Intergovernamental
nos assuntos de biodiversidade e serviços ecossistêmicos. Cientistas
sobre Biodiversidade
2010 e especialistas do mundo todo contribuem anual e voluntariamente
e Serviços
com pesquisas científicas da IPBES e através destes que trabalhos
Ecossistêmicos
busca-se auxiliar os tomadores de decisão (IUCN, 2017).
(IPBES)
Trata-se de um acordo instituído em 2015 durante a 11ª sessão do
UNFF cujos objetivos principais são: promover a o manejo florestal
Arranjo Internacional
2015 sustentável; reforçar a contribuição das florestas para a agenda de
sobre Florestas (AIF)
desenvolvimento pós-2015 e fortalecer quadros de governança
florestal e meios para sua implantação, dentre outros (UNFF, 2017).
251
Jornada de Gestão e Análise Ambiental da UFSCar
São Carlos, 02-04 de outubro de 2018.
deste momento houve um considerável progresso nas políticas públicas relacionadas a
este tema (CDB, 2017).
252
Jornada de Gestão e Análise Ambiental da UFSCar
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3.3 Políticas Públicas Nacionais
253
Jornada de Gestão e Análise Ambiental da UFSCar
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QUADRO 3 – Políticas Públicas e outros instrumentos nacionais importantes para a consolidação do
Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 15 (ODS 15) da ONU (continuação).
Política públicas/
Ano Descrição
Instrumento nacionais
Órgão consultivo do Serviço Florestal Brasileiro, composto por
Comissão de Gestão de 24 representantes escolhidos pelo Ministro de Estado do Meio
2006
Florestas Públicas Ambiente, que visa assessorar, aviar e propor diretrizes para a
gestão de florestas públicas brasileiras (MMA, 2017).
Documento público e atualizado anualmente criado pela Lei de
Plano Anual de Outorga Gestão de Florestas Públicas e que apresenta as atividades de
2006 Florestal (PAOF) gestão e conservação das florestas públicas para o próximo ano,
além de indicar áreas que poderão ser alvo de concessões de
manejo florestal sustentável (MMA, 2017).
Projeto que cujo objetivo consiste em integrar e potencializar
Projeto Nacional de
as iniciativas no país, com o intuito de implementar os objetivos
Ações Integradas
adotados na CDB em 1992. Visa a transformação dos modelos
2008 Público-Privadas para
de produção, consumo e ocupação territorial, especialmente dos
Biodiversidade – Probio
setores de agricultura, ciência, pesca, florestas e saúde (MMA,
II
2017).
Metodologia de gestão de ecossistemas elaborada pelo
professor Dr. Pierre Ibisch e Dr. Peter Hobson da Universidade
Método MARISCO –
alemão “Eberswalde University for Sustainable Development
Manejo Adaptativo de
and Writtle College” e divulgada e apresentada no Brasil por
2014 Vulnerabilidade e Risco
meio de uma parceria entre o MMA E a Cooperação Alemã
em Sítios de
para o Desenvolvimento Sustentável (Deutsche Gesellschaft
Conservação
für Internationale Zusammenarbeit - GIZ) (MMA, 2017;
MARISCO METHOD, 2017).
Documento estabelecido pela Portaria MMA nº 370/2015 que
formaliza e demostra perante a Convenção-Quadro das Nações
Estratégia Nacional
Unidas sobre Mudança do Clima os esforços brasileiros até o
2015 para REDD+
ano de 2020 nos aspectos de prevenção e controle do
(ENREDD+)
desmatamento e da degradação florestal, recuperação florestal
e fomento ao desenvolvimento sustentável.
Criada pelo Decreto nº 8.972/2017 como forma de auxiliar a
Política Nacional de
implementação do Novo Código Florestal (Lei nº
Recuperação da
2017 12.651/2012), por meio de programas e ações que induzam a
Vegetação Nativa
recuperação das florestas e outras formas de vegetação nativa
(Proveg)
(MMA, 2017).
Instrumento de implementação da PROVEG cujo objetivo é
Plano Nacional de
ampliar e fortalecer as políticas públicas, incentivos
Recuperação da
2017 financeiros, boas práticas agropecuárias e outras medidas para
Vegetação Nativa
a reocupação de, no mínimo, 12 milhões de hectares de floresta
(PLANAVEG)
até 2030 (MMA, 2017).
Programa lançado pelo Ministério do Meio Ambiente e Serviço
Florestal Brasileiro cujo objetivo é recuperar nascentes e Áreas
de Preservação Permanentes (APP). Inclui um aplicativo
Programa Plantadores interativo que permite participação social nas ações de
2017
de Rios recuperação dos rios e nascentes e também integra proprietários
rurais do Sistema de Cadastro Ambiental Rural (SiCAR) a
outras pessoas e instituições que desejam investir em projetos
de recuperação das florestas (MMA, 2017).
Iniciativa ainda em fase de elaboração (Portaria MMA nº
Programa 229/2017). O objetivo para esse programa é que o governo
2017 Conectividade de promova a conectividade territorial considerando os fatores
Paisagens biodiversidade e conservação, além do humano e uso do solo
(AMAZÔNIA NOTÍCIA E INFORMAÇÃO, 2017).
254
Jornada de Gestão e Análise Ambiental da UFSCar
São Carlos, 02-04 de outubro de 2018.
O Brasil, por ser um país denso e vasto, tanto em termos territoriais quanto em
termos de biodiversidade, conta ainda com algumas políticas públicas regionais que
facilitam a recuperação e conservação das florestas de maneira diferenciada e, portanto,
mais efetiva em cada um dos biomas. Dentre estas políticas destacam-se: os Planos de
Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia Legal e o Plano
Amazônia Sustentável; a Rede de Manejo Florestal da Caatinga; o Projeto Corredor de
Biodiversidade da Mata Atlântica do Nordeste, a Lei da Mata Atlântica e parcerias entre
as Nações Unidas e ANAMMA (Associação Nacional de Órgãos Municipais de Meio
Ambiente) na região da Mata Atlântica (MMA, 2017; PARAÍBA, 2012; ONU, 2017).
255
Jornada de Gestão e Análise Ambiental da UFSCar
São Carlos, 02-04 de outubro de 2018.
Nesta escala de atuação foi possível perceber o predomínio de instrumentos
financeiros como forma de auxiliar o alcance das metas ambientais. No Estado de Minas
Gerais, por exemplo, que se destaca em políticas públicas voltadas à conservação e
recuperação florestal, existem inúmeros projetos deste tipo. O Programa Florestas
Renováveis – Pequeno Fazendeiro Florestal, por exemplo, foi instituído em 2006, com o
objetivo de fomentar a expansão da base florestal de Minas através de financiamentos a
projetos de fomento florestal de empresas industriais em integração com pequenos
produtores rurais (SIF, 2006).
No Estado de São Paulo destaca-se o Programa de Remanescentes Florestais,
intituído pela Lei nº 13.798/2009, que visa identificar áreas prioritárias para a recuperação
florestal, apoiando a restauração de paisagens fragmentadas e criando mecanismos
financeiros de retorno de investimentos em plantio. Uma das formas para que isso ocorra
é através do Pagamento por Serviços Ambientais que envolve: conservação de
remanescentes, recuperação de matas ciliares, reflorestamento e outros. As propostas são
então avaliadas pelo Estado considerando a abordagem geográfica, necessidade na região,
tema específico e realidade socioeconômica local (MARINHO, 2004).
5. Considerações Finais
256
Jornada de Gestão e Análise Ambiental da UFSCar
São Carlos, 02-04 de outubro de 2018.
Desta forma, para que mudanças efetivas aconteçam no âmbito da preservação
florestal é necessário alinhar as ações locais (nacionais, estaduais e municipais) às
diretrizes globais; integrando-as e de forma que envolva diversos setores (público,
privado e sociedade em geral). Somente desta forma os objetivos propostos poderão ser
alcançados satisfatoriamente, conduzindo a uma melhor qualidade ambiental desde a
escala de municípios até a escala global.
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1. Introdução
263
Jornada de Gestão e Análise Ambiental da UFSCar
São Carlos, 02-04 de outubro de 2018.
permitindo assim que seja possível tomar decisões a respeito do planejamento e gestão
das cidades, buscando diminuir ou até mesmo evitar os impactos causados por ações
antrópicas (ESTEVEZ e NUCCI, 2015).
Com a intenção de resumir as ideias de modelagem e de avaliação dos efeitos das
atividades urbanas no ambiente, Wolman em 1965, desenvolveu uma discussão e propôs
o conceito de Metabolismo Urbano (WOLMAN, 1965), uma vez que ele se preocupava
com a poluição do ar e outros resíduos produzidos nas cidades dos Estados Unidos
(KENNEDY et al., 2010).
O conceito de metabolismo urbano é fundamental para o desenvolvimento de
cidades sustentáveis e seu estudo envolve, de forma geral, a quantificação de entradas,
saídas e armazenamento de energia, água, nutrientes, materiais e resíduos (KENNEDY,
2010), além do fluxo de materiais e de energia dentro da cidade. As principais
metodologias incluem avaliação dos fluxos, medição e/ou cálculo das entradas no sistema
urbano (INOSTROZA, 2014).
Spiller e Agudelo (2011) consideram que o modelo de metabolismo urbano
atualmente é linear, uma vez que os recursos são usados, na maioria das vezes, apenas
uma vez e posteriormente são descartados no ambiente. Esse padrão de consumo linear é
o centro da presente exploração dos recursos, a saturação de aterros sanitários e
consequentemente o desequilíbrio dos ecossistemas.
Em contrapartida, a transição para um metabolismo urbano que seja circular, por
meio do aumento da eficiência, da reutilização e da reciclagem, irá evitar a geração de
resíduos, aumentará a resiliência dos sistemas urbanos e será crucial para alcançar a
sustentabilidade ambiental (SPILLER e AGUDELO, 2011).
Portanto, objetivo geral da pesquisa foi identificar, estudar, selecionar e definir
indicadores de sustentabilidade para a aplicação ao contexto de planejamento e gestão
ambiental de cidades, na concepção de metabolismo urbano, sob a ótica da qualidade
ambiental e da qualidade de vida urbana.
2. Material e métodos
A metodologia adotada para a realização das ações da Pesquisa foi do tipo Descritiva e
se dividiu em duas fases.
A primeira fase dessa pesquisa foi o levantamento de informações em artigos,
teses, dissertações e livros, sobre os temas indicadores de sustentabilidade urbana,
264
Jornada de Gestão e Análise Ambiental da UFSCar
São Carlos, 02-04 de outubro de 2018.
qualidade de vida urbana, qualidade ambiental urbana e metabolismo urbano, a partir de
uma Revisão Bibliográfica Sistemática.
O protocolo de Revisão Bibliográfica Sistemática utilizado para essa pesquisa foi
baseado no trabalho desenvolvido por Castillo Ospina (2016), em que se definiu as duas
bases de dados que mais contemplam resultados positivos quando se trata do assunto de
indicadores. Portanto, as bases indicadas e utilizadas para a presente pesquisa foram Web
of Science e Scopus.
Posteriormente foi realizada a definição de quais strings seriam utilizados para
realizar a revisão sistemática, todos definidos em inglês para um maior alcance de artigos.
Para isso, foi necessário fazer um levantamento de informações para conhecimento dos
operadores lógicos que poderiam ser utilizados.
Na sequência, foram realizadas as seleções dos artigos que foram utilizados para
iniciar a redação da revisão bibliográfica do presente estudo, além de permitir o
levantamento dos indicadores os quais foram analisadas nas etapas seguintes do trabalho.
As listas de indicadores foram: indicadores de sustentabilidade urbana; indicadores de
qualidade de vida urbana; indicadores de qualidade ambiental urbana e; indicadores de
metabolismo urbano.
Além disso, foi realizado um levantamento dos princípios da qualidade de vida
urbana e do metabolismo urbano, além de critérios para seleção de indicadores, uma vez
que, segundo Zhang (2006), para serem relevantes, os indicadores precisam ser
selecionados com base em critérios bem definidos.
Esses critérios foram agrupados de acordo com semelhanças entre si e divididos
em 10 categorias diferentes. Por fim, essas 10 categorias diferentes, foram divididas em
3 grupos de acordo com suas características em relação a importância, conceituação ou
exequibilidade.
A segunda fase da pesquisa se concentrou na análise dos indicadores. Para isso,
os indicadores foram avaliados sob a perspectiva dos critérios selecionados na fase
anterior, por meio da escala de Likert.
Na presente pesquisa, a escala de Likert foi aplicada à cada categoria de critérios
dos indicadores, de forma que a variação ordinal foi atribuída de 1 a 5, em que 1
significava que o indicador não contemplava a categoria de critérios, 2 contemplava
pouco, 3 contemplava razoavelmente, 4 contemplava satisfatoriamente e 5 contemplava
completamente a categoria de critérios.
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Jornada de Gestão e Análise Ambiental da UFSCar
São Carlos, 02-04 de outubro de 2018.
A análise consistiu em 3 etapas. A primeira foi o preenchimento de uma tabela
contendo as 4 listas de indicadores. Para cada uma das listas, haviam 10 colunas contendo
as categorias de critérios gerais. As notas atribuídas para cada indicador seguiram a lógica
da Escala de Likert citada anteriormente, com valores variando de 1 a 5.
Depois de atribuídas as notas para cada critério de cada indicador, foram
calculadas as médias das notas dentro dos 3 grupos e posteriormente a média final. Os
indicadores com pontuação entre 1 e 3 foram considerados inaptos para utilização,
portanto foram descartados. Já os indicadores com pontuações entre 3 e 4 foram
considerados razoáveis, de forma que foram analisados e redefinidos juntamente com 3
especialistas em indicadores, com o objetivo desses indicadores se tornarem aptos. Já os
indicadores com pontuação maior que 4 foram considerados aptos, de forma que foram
selecionados diretamente para serem analisados no método FOFA.
Ao finalizar a redefinição dos indicadores razoáveis, foi possível gerar uma lista
geral contendo todos os indicadores aptos e todos os indicadores redefinidos e a partir
disso, os indicadores foram divididos em algumas categorias diferentes com o objetivo
de se realizar a análise FOFA em cada uma das categorias estabelecidas, possibilitando
assim a verificação dos pontos fortes, fracos, ameaças e oportunidades de cada categoria
e de alguns indicadores em especial.
Com a finalização da análise FOFA, foram sugeridas 4 listas de indicadores
baseados nos princípios de qualidade ambiental urbana e de metabolismo urbano:
indicadores de sustentabilidade urbana; indicadores de qualidade de vida urbana;
indicadores de qualidade ambiental urbana; e indicadores de metabolismo urbano.
Por fim, foi realizada uma análise quanto ao atendimento dos princípios de
qualidade de vida urbana e metabolismo urbano, em cada uma das listas de indicadores,
com a intenção de identificar a suficiência (ou lacunas) de indicadores em cada tema, com
a finalidade de verificar as demandas de novas investigações e pesquisas.
3. Resultados e discussão
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Jornada de Gestão e Análise Ambiental da UFSCar
São Carlos, 02-04 de outubro de 2018.
A partir das análises realizadas nos indicadores, esses foram descartados,
redefinidos ou enviados diretamente para a segunda fase da análise, de acordo com suas
respectivas pontuações, como ilustra a Tabela 2.
Foi possível perceber que para todos os temas, exceto para o tema “Indicadores
de qualidade de vida urbana” que obteve a maior porcentagem referente aos indicadores
Aptos, as maiores porcentagens foram de conceituação Razoável. Esse resultado mostra
que, apesar da maioria dos indicadores se encontrarem numa situação razoável, a minoria
deles tiverem um desempenho ruim a ponto de serem descartados da pesquisa, o que
significa que os indicadores levantados na pesquisa são bons.
Com a realização da análise FOFA foi possível observar que para algumas
categorias de indicadores, as Oportunidades são o aprimoramento e definição de novos
indicadores. Além disso, algumas categorias não contemplam todos os aspectos
relacionados com o tema em questão e, portanto, isso se torna uma ameaça do ponto de
vista da pesquisa.
Além disso, foi observado que, a partir dos strings utilizados para a busca de
informações, não houveram indicadores que contemplassem os 4 temas que englobam o
saneamento, formado por resíduos sólidos, água, esgoto e águas pluviais. Em nenhuma
das listas de indicadores levantadas, foi abordado o tema de águas pluviais.
Para o tema de sustentabilidade urbana, foram identificados algumas categorias
com ausência ou pouca quantidade de indicadores que contemplem os respectivos
aspectos. Contudo, foram identificadas duas novas categorias para esse tema, “águas
pluviais” e “Compactação”, e dessa forma, há a necessidade da continuidade de estudos
de indicadores para que possam ser identificados novos indicadores para essas categorias.
Para o tema de qualidade de vida urbana, além da necessidade de se enriquecer algumas
categorias com novos indicadores, foram identificadas duas novas categorias que
deveriam existir nesse tema para que todos os princípios da qualidade de vida urbana
pudessem ser atendidos. As novas categorias são “Bem-estar” e “Qualidade ambiental”,
com a necessidade de novas pesquisas para a identificação de indicadores que possam
contemplar essas novas categorias.
Para o tema de Metabolismo urbano, foi observado que alguns princípios não
foram atendidos nas categorias de indicadores. Para isso, sugere-se 4 novas categorias
para que tais princípios possam ser atendidos. As novas categorias são “interação de
ciclos e fluxos”, “efeitos e impactos”, “predição” e “armazenamento”.
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TABELA 1 - Grupos, categorias, critérios e definição para a seleção de indicadores
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Jornada de Gestão e Análise Ambiental da UFSCar
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Jornada de Gestão e Análise Ambiental da UFSCar
São Carlos, 02-04 de outubro de 2018.
Princípio da interação dos ciclos e fluxos de matéria e Os ciclos e fluxos de matéria e energia devem ser visto
energia de forma sistêmica e não individual.
As pressões, impactos e adversidades causadas no meio
Princípio da identificação e consideração dos efeitos de
ambiente, devem ser identificados e levados em
pressão, impactos e adversidades
consideração para a análise do metabolismo urbano.
Princípio da reação, resposta e resiliência frente às Deve haver formas de resposta, reação e resiliência
pressões, interferências e impactos (consideração pelos quando as pressões e interferências impactarem na
diferentes impactos na biodiversidade) biodiversidade.
O uso e ocupação do solo devem ser identificados para
Princípio do uso e ocupação do solo
que as tomadas de decisões ocorram de forma eficiente.
A fontes de energia renováveis devem ter prioridade de
Princípio da utilização de Energia Renovável utilização, assim como o poder público deve oferecer
esse tipo de energia a população.
4. Conclusão
O presente trabalho analisou diversos indicadores sobre sustentabilidade urbana,
qualidade de vida urbana, qualidade ambiental urbana e metabolismo urbano, afim de
verificar as lacunas existentes nesses temas e sugerir novos indicadores com a intenção
de preencher essas lacunas encontradas.
Partindo da importância da utilização de indicadores, foi possível concluir que, no
que se refere a quantidade de artigos encontrados em ambas as bases de dados estudadas,
o tema de “indicadores de sustentabilidade urbana” possui muito mais publicações do que
os outros três temas pesquisados.
Essa quantidade maior de artigos encontrados pode ser explicada pela maior
familiarização em relação a esse assunto. Atualmente, as questões de sustentabilidade
urbana são muito estudadas, pois de acordo com Marans (2015), a preocupação
decorrente às mudanças climáticas e a diminuição dos recursos naturais desperta o
interesse dos governantes em desenvolver as cidades de forma mais sustentável.
De todos os temas pesquisados, o que menos apresentou resultados foi
“indicadores de qualidade ambiental urbana”, o que pode ser explicado pelo fato de que,
um dos maiores desafios para o desenvolvimento sustentável urbano, é considerar a
270
Jornada de Gestão e Análise Ambiental da UFSCar
São Carlos, 02-04 de outubro de 2018.
dimensão ambiental no processo de planejamento para o desenvolvimento urbano
(AZAMI et al., 2015).
Devido a importância de se estudar o Metabolismo Urbano, observa-se a
necessidade de se aumentar a quantidade de estudos sobre esse tema, visto que a partir
dessa pesquisa, foi possível concluir que ainda é escassa a quantidade de trabalhos
publicados contendo indicadores de metabolismo urbano, principalmente trabalhos
brasileiros.
Em relação aos indicadores levantados na pesquisa, pode-se concluir que os
artigos que trouxeram tais indicadores, os apresentavam de forma a não se caracterizarem
um indicador. Assim, foi possível observar que na maioria dos casos, a ideia por trás do
que o artigo trazia como indicador era boa, contudo não se caracterizava de fato como um
indicador. Com isso, na fase de redefinição dos indicadores foi possível aproveitar as
ideias trazidas nos artigos, transformando-os então em indicadores de fato.
No que se refere aos temas abordados pelos indicadores, foi possível observar que,
ao juntar todos os indicadores levantados nos 4 temas, foi contemplado muitos aspectos
interessantes e pertinentes do ponto de vista dos temas da pesquisa. O único tema que não
apresentou indicadores foi sobre águas pluviais.
É importante ressaltar que, em relação aos indicadores ou temas que não foram
contemplados nas listas encontradas, a presente pesquisa não pode concluir que esses
indicadores ou temas não são ou são pouco estudados. O que se conclui é que não
houveram resultados positivos do ponto de vista dos temas pesquisados e dos strings
utilizados, mas em outros temas ou utilizando-se outros strings, podem ser encontrados
esses indicadores identificados como ausentes na presente pesquisa.
Por fim, a pesquisa enfatiza a necessidade de novas pesquisas na área de
indicadores de sustentabilidade urbana para que as atuais lacunas e ausências possam ser
preenchidas de forma a oferecer indicadores cada vez mais consistentes para o auxílio da
tomada de decisão pelo poder público.
Referências
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Jornada de Gestão e Análise Ambiental da UFSCar
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Universidade Federal de São
Carlos - UFSCar
02 a 04 de Outubro de 2018
ISBN: 978-85-94099-03-7
Resumo: O crescimento nos centro urbanos vem causando impactos negativos nos
recursos hídricos. A intensa urbanização e mudanças na estrutura das cidades vem
colocando em risco a disponibilidade de água, devido à sua degradação. O objetivo desse
artigo é proceder a uma análise crítica dos efeitos da urbanização sobre a conservação de
recursos hídricos na cidade de Maringá, Paraná. A pesquisa foi realizada com base em
referenciais teóricos já elaborados que abordam em suas análises a temática em questão.
Sabe-se que alguns instrumentos de gestão são altamente eficazes para garantir a
sustentabilidade dos recusos hídricos, tais como: o planejamento do uso da água (ou sua
reavaliação ao longo do tempo) por meio de planos diretores, uma legislação específica
de uso e ocupação do solo, educação ambiental sobre a importância da conservação dos
recursos hídricos em área urbana, a interação da Prefeitura Municipal com fornecimento
de dados para Instituições de Ensino Superior para elaboração de pesquisas que possam
contribuir para o desenvolvimento sustentável do município. No entanto, embora muitos
desses instrumentos estejam presentes na cidade de Maringá, a falta de uma fiscalização
eficiente e de uma maior sensibilização ambiental por parte da população são fatores
determinantes. Conclui-se que, para uma gestão dos recursos hídricos que seja eficaz e
promova a sua conservação, além de planos diretores e legislações municipais bem
estruturados, é necessário investimento em programas de educação ambiental e
fiscalização intensa, tanto por parte do poder público municipal quanto por parte dos
órgãos gestores de recursos hídricos do Estado do Paraná.
Palavras-chave: Conservação ambiental; Urbanismo e gestão da água; Gestão de rios
urbanos.
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São Carlos, 02-04 de outubro de 2018.
1. Introdução
Os cursos d’água e seu entorno delimitam uma área conhecida como fundo de
vale. Os fundos de vale urbanos são os mais afetados pela poluição gerada pelo homem
pela disposição inadequada de resíduos sólidos e lançamento de esgotos brutos. Outros
impactos que podem ser observados com frequência nessas áreas são a supressão da
vegetação ciliar ou substituição das espécies nativas por espécies exóticas, a erosão das
margens do curso d’água e o assoreamento no seu leito, permitindo assim a transformação
da região de fundo de vale em uma área desvalorizada e pouco integrada ao tecido urbano
(PEREIRA et al., 2015).
Ainda em relação à qualidade da água, nota-se que ela é de grande importância
não apenas para ser usada para o abastecimento público, mas também para o
entretenimento dos habitantes, pois a sua presença é fundamental para harmonização
paisagística, para a manutenção da integridade de um ambiente ecológico, entre outros
fins (NOORHOSSEINI et al., 2017).
Na cidade de Maringá, Paraná, o rio usado para abastecimento público (rio Pirapó)
não se encontra na área urbana, porém existem diversos rios urbanos que tem sofrido ação
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São Carlos, 02-04 de outubro de 2018.
antropogênica e degradação ambiental decorrentes da urbanização. Impactos como:
presença constante de resíduos sólidos urbanos em fundos de vale; erosão intensa de leito
e margens dos rios em alguns pontos e assoreamento em outros; descargas clandestinas
de esgotamento sanitário nas redes de águas pluviais e posteriormente nos rios urbanos;
são alguns dos impactos já detectados na literatura sobre rios urbanos nessa cidade e que
serão discutidos nos resultados desse artigo.
O trabalho proposto tem por objetivo mostrar os impactos que a expansão urbana
realizada de forma acelerada e sem planejamento ou medidas de contenção adequadas
exercem sobre a sustentabilidade dos recursos hídricos disponíveis para a população, seja
qual for o seu uso prioritário, assim como proceder a uma análise crítica sobre os efeitos
da urbanização sobre a conservação de recursos hídricos na cidade de Maringá, Paraná.
2. Material e Métodos
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2.2. Caracterização da pesquisa
3. Resultados e Discussão
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tais como: assoreamento do rio, alagamento, deslizamento, voçoroca e desnutrição do
solo (ANJOS et al., 2017).
As mudanças e a variabilidade climáticas influenciam diretamente na quantidade
e na qualidade de água, portanto é necessário considerar esses impactos para realizar o
planejamento e proteção das fontes de água. O planejamento que considera as variações
de temperatura e precipitação consegue avaliar os efeitos da mudança das vazões nos
corpos hídricos, que contribui para a diluição de efluentes e contaminantes na água
(JALLIFFIER-VERNE et al., 2015). Assim, proceder estudos que considerem as
mudanças climáticas locais e regionais torna-se de suma importância quando se pretende
estudar impactos em rios urbanos.
Outro problema encontrado em rios urbanos é a eutrofização, sendo esse um dos
problemas globais do ambiente aquático. A proliferação anormal de algas na água afeta a
qualidade dos corpos hídricos por suas características fisiológicas internas e fatores
externos. O crescimento de algas é afetado não apenas por fatores externos como luz
solar, nutrientes, transparência, temperatura da água e valor do pH, mas também por
condições hidrodinâmicas no corpo d'água como velocidade de fluxo, vazão e perturbação
da água. Entretanto, não são somente os fatores externos que estão ligados a eutrofização
da água uma vez que esta está intimamente relacionada às atividades humanas na bacia.
Esgoto doméstico industrial, urbano e agrícola são continuamente conduzidos para os
corpos d’água, aumentando a quantidade de nutrientes (nitrogênio e fósforo) no meio
(PANG et al., 2018).
Um problema recente é a aplicação de inseticidades para controle de mosquitos
transmissores de doenças como dengue, chikungunya e zika. Anderson et al. (2018) em
seu estudo destacam a aplicação de inseticidas para controle de mosquitos nos Estados
Unidos, que vêm sofrendo surtos dessas doenças. Muitas vezes o controle é controverso
devido aos impactos na saúde e no ambiente causado pelos produtos químicos utilizados.
Em áreas urbanas a aplicação pode ser em maiores quantidades por área, sendo foco de
concentrações cumulativas dos inseticidas em sistemas naturais. Concentrações
resultantes de uma única aplicação são improváveis de causar mortalidade, mas
aplicações múltiplas podem resultar em concentrações de preocupação ambiental, pois
podem atingir os cursos d’água e fontes públicas de abastecimento de água.
Por fim, a sensibilização ambiental pública é um dos mais importantes indicadores
de sustentabilidade do ambiente, pois reflete o conhecimento das pessoas, comportamento
dos cidadãos e capacidade pública em relação a uma sociedade sustentável como um todo
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(NOORHOSSEINI et al., 2017). Portanto, um bom Programa de Educação Ambiental é
essencial para promover a conservação dos recursos hídricos e garantir a qualidade da
água em uma região.
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risco para toda a população que vive no entorno da região, podendo levar a estrutura de
drenagem ao colapso e contribuir com o desaparecimento da nascente do rio. Esse
problema aconteceu devido a soma de vários fatores como a retirada de vegetação, a
impermeabilização de certas áreas causada pelas construções e a má adequação de
terrenos topográficos por meio de aterros mal executados, que fizeram com que as águas
superficiais tivessem uma ação efetiva na erosão.
E com relação à educação ambiental, a nascente do ribeirão Morangueiro foi
objeto de estudo em um trabalho realizado por Uyeno et al. (2015), os quais
desenvolveram a elaboração de uma cartilha ambiental para promover a conservação do
fundo de vale. A cartilha ambiental foi utilizada por Carmo Filho (2017) em uma escola
pública como uma campanha de sensibilização de público infanto-juvenil sobre a
importância da conservação do recurso hídrico.
A mesma situação de presença de resíduos sólidos urbanos foi observada em uma
área no Córrego Mandacaru, localizado na região urbanizada da cidade, onde se constatou
a presença desses resíduos depositados nas margens. Esses materiais prejudicam o
ambiente natural pelo longo tempo que demoram para ser decompostos ou então pela
proliferação de vetores de doenças e contaminação (PEREIRA et al., 2015).
Polastri et al. (2017) realizaram em seu trabalho um diagnóstico sobre a situação
do córrego Mandacaru em relação à sua drenagem pluvial onde foi observado a presença
ou ausência de dissipador de energia, erosão e assoreamento. Foram analisados 15 pontos
na área em questão, compreendendo locais com dissipador de energia com ou sem erosão,
locais sem dissipador de energia com ou sem erosão, além de pontos de erosão e
assoreamento ao longo das margens e leitos do córrego. Por fim, foi constatado que não
são utilizados dissipadores de energia em quase todos os pontos de descarga de águas
pluviais no leito do córrego, o que potencializa a erosão do solo próximo a estes pontos.
No entanto, onde são utilizados dissipadores de energia ainda ocorre erosão, porém menos
severas, indicando que o uso do dispositivo de dissipação reduz consideravelmente a
erosão direta.
No mesmo córrego, Pereira et al. (2015) descreveram alguns impactos ambientais
existentes no local, cujas nascentes se localizam em região central do município de
Maringá. Pode-se verificar além da presença de processos erosivos e de assoreamento a
existência de supressão da vegetação ciliar, espécies exóticas e trechos com a estrutura
da drenagem urbana com necessidade de reparo. Os processos erosivos observados no
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córrego estão afastando suas margens e próximos de atingir as marginais, colocando em
risco a segurança da população.
4. Discussão
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importância dos rios urbanos diminuem consideravelmente a degradação causada pela
urbanização acelerada sem planejamento (POLASTRI et al. 2017), degradações estas
apresentadas em diversas pesquisas feitas no Brasil, no mundo e no município de
Maringá. Valim et al. (2016) citam medidas não estruturais para sanar ou evitar problemas
através de normas, leis, regulamentos, ações educacionais, planejamento e zoneamento
urbano e uso do solo, plano diretor urbano e plano de drenagem urbana, instrumentos que
só serão eficazes se o empenho da sociedade, administração pública, gestores políticos e
institucionais colaborarem para sua execução e concretização.
Uyeno et al. (2015) ressaltam em seu trabalho de forma brilhante a importância
da educação, dizendo que ela promove um repensar de práticas sociais e globais para a
construção de uma sociedade equitativa e ambientalmente sustentável, destacando os
problemas ambientais causados pelo modo de vida das cidades. A educação deve ser vista
como um processo permanente de aprendizagem que forma cidadãos conscientes.
5. Considerações finais
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Universidade Estadual de Maringá, Maringá, 2013.
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Universidade Federal de São
Carlos - UFSCar
02 a 04 de Outubro de 2018
ISBN: 978-85-94099-03-7
Abstract: This paper aims to analyse the efficiency of c-correction on optical satellite
images over shaded vegetation areas. Thus, Landsat 8 (OLI) images that cover an area of
the municipality of Mogi das Cruzes, São Paulo State, Brazil, were used. The Linear
Spectral Mixing Model was applied to obtain the image-shadow fraction and then
evaluate the result of c-correction. The results obtained after the subtraction of the images
showed a significant difference in the shaded areas of vegetation. We can observe a
greater gain at these areas after the application of c-correction. In conclusion, the authors
highlight the possible impacts of topographic correction and the application of the linear
model of spectral mixing in remote sensing and environmental sciences, concluding on
the usefulness of such techniques and on the importance of knowing the methods for a
correct interpretation of the results.
1. Introduction
ρT = m cos i +b (2)
c = b/m (3)
Where: c is the constant derived from the linear relationship between the spectral
reflectance (ρT) and the cosine of the solar incident angle (cos i). The c constant is
obtained for each band by the division between the linear coefficient or intercept (b) and
the angular coefficient (m) of the linear regression between ρT (y) and cos i (x) (Lima et
al., 2012).
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São Carlos, 02-04 de outubro de 2018.
was elaborated. Shimabukuro et al. (1998) justify that the linear relationship is used to
represent the spectral mixture of the components within the sensor resolution element.
Thus, the response of each pixel in any spectral band can be defined as a linear
combination of the responses of each component. In this way, each pixel of the image,
which can assume any value in the gray scale, provides information about the proportion
and the spectral response of each component within each element of resolution. The
authors describe the model by the equation 4:
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Thus, this study aims to analyze the differences observed between the application
of an LSMM in a reflectance image without correction, and in the same images with the
c-correction method.
Having the reflectance images, the topographic correction was applied, being
necessary to use information of sun elevation and sun azimuth, both available at image
metadata. In sequence, the LSSM was applied using SPRING (CAMARA et al, 1996)
software to generate the fraction-images of vegetation, soil and shadow, where it was
pretended to observe the difference between reflectance values in shaded areas before and
after the c-correction method application.
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The converted images of each spectral band in reflectance values, before and after
topographic correction, can be observed at Figure 2. After the corrections, the LSMM
was applied in the image with the c-correction, and in the original image without
topographic correction, with the intention of highlight shaded portions, and then compare
what was changed in that areas before the topographic correction. To apply the LSMM,
it was necessary to join the image bands and create an RGB composition (bands 6, 5 and
4).
With the c-correction application, it is expected that reflectance values increase at
shaded areas in the original image, and reduce in areas that were illuminated. Three
fraction-images were generated for corrected and non-corrected images, being:
vegetation, soil and shadow (Figure 3). The comparison was realized by arithmetic
operations between the bands, subtracting each corrected fraction-image by the non-
corrected fraction-image (Figure 4). A 5% of difference threshold was defined.
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Figure 2 shows that all the bands changed after the correction. The brighter areas
had lost brightness, while less bright areas had brightened. Besides, the visual aspect of
the corrected images is more continuous, as if the image were flatter and less rough. The
Figure 3 points how the fraction images have changed. The vegetation fraction had
significant gains, especially in slopes that were not naturally illuminated; the soil fraction
showed the same pattern but on a smaller area; and the shade fraction increased in the
naturally lighten areas, reducing the effect of the natural lighting.
From Figure 4, it is possible to see the difference between corrected and
uncorrected bands: practically all the area of the three images shows gains or losses
greater than 5%, except in the water bodies. Highlight that the vegetation fraction
presented gains in areas with low illumination, the shadow fraction had gains in lighted
areas, and the soil fraction had gains in areas of exposed soil. From this, it is believed that
the corrected images would present better results than the uncorrected ones if a classifier
were applied. Finally, the difference between coloured compositions is greater in areas
with exposed or urban soil and areas of vegetation with low illumination, it presents
medium in water bodies, and it is small in areas covered by lighted vegetation.
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4. Conclusion
The results obtained satisfy the context of the application of a LSMM, with a
satisfactory separation between different use components and land cover for the chosen
area. In the vegetation fraction, it is possible to observe that the totality of the areas related
to vegetal coverings received enhancement, or reflectance values, greater. For the soil
fraction, it was highlighted, in the context of the study area, the highlight presented for
the urban areas. In the traditional LSMM division, this is an expected effect when
considering some characteristics of exposed soil and urban areas in general. In the shade
fraction, besides the easy identification of shaded areas, the areas with water are quite
evident. Again, this is an expected effect for LSMM. In this way, it is pertinent to affirm
that LSMM is an efficient method for the separation of differentiated elements of the
surface, important components in different types of use and land cover. However, it is
relevant that the separation in only three fractions ends up mixing substantially different
elements in a traditional classification, such as water and shade or even exposed soil and
urban areas. Therefore, it is recommended a finer classification of the study area after the
application of the LSMM if the purpose of application is the separation in traditional
classes of use and land cover.
When considering the promoted topographic correction, it is possible to conclude
that there was a generalized homogenization of the fractions, observable by the slight
increase of the image values in shaded areas. As the method is integrated with the LSMM
results, it is interesting to observe the results of all the extracted fractions, which have
different behaviors according to the type of fraction. The observed difference in an RGB
composition allows, in turn, an integrated analysis of the results of all fractions.
Finally, it is possible to conclude that the study developed evidences the
importance of topographic correction promoted in satellite images, increasing the
potential of any classification of use and coverage or processing that considers
homogeneity within classes. It was also shown the potential of LSMM application in a
generalized context in terms of land use and land cover. In these cases, this application
can merge some classes. If the chosen area had a homogeneous forest cover, for example,
the LSMM could present a behavior different from that observed in this work. As a
reflection, it is important to consider that digital image processing methods are a powerful
tool in the joint fields of remote sensing and environmental sciences, and that the
knowledge of the researcher or professional that uses these methods is as important as
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their own potentialities, since the correct interpretation of the data must be performed so
that the results obtained are sufficiently profitable.
References
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sensing and GIS by object-oriented data modelling. Computers & Graphics, v. 20, n.
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Access in: 19 jul 2017.
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ISBN: 978-85-94099-03-7
1. Introdução
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O consumo exacerbado da sociedade além de gerar a degradação ambiental pela
exploração dos recursos naturais conduz a outro efeito negativo que é a geração de
resíduos sólidos, cujo grande desafio da sociedade moderna é o equacionamento da
geração excessiva de resíduos e o depósito em aterros sanitários, notadamente os
resíduos domiciliares em razão do aumento de sua geração, ausência de gerenciamento
adequado e comprometimento dos aterros sanitários.
Dentre os resíduos pós-consumo este trabalho procede abordagem da embalagens
de vidro que apesar de serem consideradas geradoras de menor impacto ambiental em
razão de suas características físicas e mecânicas, tem aplicação reduzida em relação a
materiais como alumínio, plástico e PET, representando aproximadamente 4,86% do total
de embalagens disponibilizadas no mercado (ABIVIDRO, 2012 apud LANDIM et al.
2016).
O Brasil produz em média 980 mil toneladas de embalagens de vidro por ano,
usando cerca de 45% de matéria-prima reciclada na forma de cacos. Parte deles é gerado
como refugo nas fábricas e parte retorna por meio da coleta seletiva. Deste montante,
cerca de 50% é destinada para produção de embalagens (frascos, garrafas, potes),
demonstrando a grande representatividade desta espécie de produto para os fabricantes
de vidro (CEMPRE, 2017).
As embalagens de vidro apresentam características que lhe são exclusivas, a saber:
a) infinitamente reciclável; b) as embalagens podem ser retornáveis, ou seja, destinadas
para a mesma finalidade para qual foi concebida; c) reutilizável, no sentido que podem
ser empregadas para outras finalidades (CESAR et al. 2004).
Entretanto, a efetiva reciclagem do material pós-uso ainda representa um desafio
para o setor. Segundo dados disponibilizados no site do CEMPRE aproximadamente 47%
em peso das embalagens de vidro foram reciclados em 2011 no Brasil, somando 470 mil
ton/ano. Desse total, 40% é oriundo da indústria de envaze, 40% do mercado difuso, 10%
do de bares, restaurantes, hotéis e 10% do refugo da indústria.
Por outro lado a comparação dos índices de reciclagem do vidro (47%) com outros
materiais como, por exemplo, do PET (58%) e do alumínio (98%), demonstra que o
patamar de reciclagem do material , apesar das vantagens ambientais, carece de incentivos
e, sinaliza para o enfrentamento de dificuldades e entraves (CEMPRE, 2018).
Na Alemanha, o índice de reciclagem em 2010 foi de 87%, correspondendo a 2,6
milhões de toneladas, na Suíça o índice foi de 95% e nos EUA 40% (CEMPRE, 2018).
O baixo índice de reciclagem das garrafas de vidro destinadas a bebidas tem como
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principais fatores que dificultam à reciclagem a existência de contaminantes que
compromete a qualidade do caco, a necessidade de segregação por cor e os elevados
custos da logística reversa (JAIME, 2007).
O baixo preço praticado pelos depósitos de sucata na compra de embalagens de
vidro pós-consumo desestimula a coleta deste material pelas cooperativas e catadores
informais e, portanto, evidencia a falta de sustentabilidade econômica da base da cadeia
de reciclagem. Segundo dados do CEMPRE, (2017) os preços praticados pelos depósitos
de material reciclável em 2017 no Município de São Paulo para o vidro foi R$ 0,15/kg
para o material limpo, enquanto que em relação ao alumínio o valor pago foi R$ 3,50/kg.
A partir da Lei 12.305/2010, que instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos,
a reciclagem é considerada como mecanismo de promoção do gerenciamento e gestão de
resíduos sólidos.
Nesse sentido, procede-se à caracterização do atual cenário da tributação incidente
sobre as embalagens de vidro destinadas a bebidas, considerando a utilização de matérias-
primas virgens e os processos de reciclagem, com o debate das formas de intervenção do
Estado na economia por meio de instrumentos econômicos com a finalidade de promover
o fomento da reciclagem das embalagens de vidro.
À luz dos ensinamentos de Pigou, defende-se a necessidade de intervenção do
Estado na Economia para que as externalidades negativas representadas pelos custos
ambientais decorrentes da atividade de produção de embalagens de bebidas, a partir de
material virgem, sejam internalizadas no processo de produção (PIGOU, 1962 apud
MONTERO, 2011).
Para tanto, o presente trabalho procede a análise do papel do Estado de intervenção
na economia, elegendo-se, dentre os instrumentos de indução, a tributação ambiental
como mecanismo adequado a incentivar a reciclagem de embalagens de vidro destinadas
ao envase bebidas.
A partir da abordagem dos tributos de natureza real incidentes sobre as embalagens
de vidro, insumos e vidro reciclado e a caracterização do atual cenário de tributação, sob
o enfoque da finalidade extrafiscal da tributação e as espécies tributárias que lhe são
compatíveis, busca-se identificar a espécie de tributo adequada a servir de instrumento
econômico ao Estado para intervenção no setor produtivo de embalagens de vidro, sob o
enfoque dos princípios do poluidor-pagador e protetor recebedor.
Levado a efeito tal procedimento, propõe-se a utilização da Contribuição de
Intervenção no Domínio Econômico - CIDE, como instrumento do Estado a ser utilizado
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para promover a alteração de comportamento dos agentes econômicos, com sua
incidência sobre a atividade de fabricação de embalagens de vidro buscando incentivar o
desenvolvimento da fabricação por meio da reciclagem, justificável pela sustentabilidade
ambiental do processo produtivo, sem perder de vista a manutenção do equilíbrio
orçamentário-financeiro.
Nesse sentido, o trabalho analisa a possibilidade de fomentar o processo de
reciclagem de embalagens de vidro utilizadas para o envase de bebidas por meio da
tributação aplicada à luz dos princípios do poluidor-pagador e protetor-recebedor,
promovendo sua sustentabilidade. Assim são propostos como objetivos específicos:
- Caracterizar o atual cenário da tributação incidente sobre as embalagens de vidro
destinadas ao envase de bebidas, considerando a utilização de matérias-primas virgens e
o processo de reciclagem;
- Propor cenários econômicos de aplicação da Contribuição de Intervenção no
Domínio Econômico (CIDE) como instrumento econômico para o fomento reinserção do
vidro reciclado na cadeia produtiva para fabricação de embalagens de vidro destinadas ao
envase de bebidas e promovendo a internalização dos custos ambientais ao processo
produtivo decorrente do uso exclusivo de recursos naturais.
2 . Tributação ambiental
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obrigatoriedade desta espécie normativa para a instituição ou majoração e tributos, nos
termos do artigo 150, I da CF.
Os princípios da isonomia e uniformidade, previsto no artigo 151, I da CF estão
fundados no princípio universal de justiça preconiza tratamento diferenciado aos
contribuintes na medida de suas desigualdades.
O princípio do não confisco tributário vem descrito no artigo 150, IV da
Constituição Federal e sinaliza ao Estado e ao contribuinte que incidência tributária deve
ser norteada pelo princípio da razoabilidade. Neste sentido, apesar da tributação possuir
natureza compulsória e importar em apropriação de valores aos quais os contribuintes
estão obrigados em razão da legislação tributária, há limites para o Estado que,
respeitando este parâmetro pratica ato legítimo e não confiscatório (AMARO, 2010).
Ao lado dos princípios tributários, a tributação ambiental é caracterizada pela
ingerência de princípios ambientais à tributação. O princípio do poluidor-pagador foi
consagrado no artigo 16 da Conferência sobre Mudanças do Clima de 1992, estando
diretamente ligado à utilização pelo Estado de instrumentos econômicos destinados a
impor ao agente produtor os custos ambientais em razão da prevalência do interesse
público e de forma equilibrada a evitar distorções no mercado e economia internacionais
(ONU, 2012).
Milaré (2001) no tocante a finalidade do princípio do poluidor-pagador assevera
tratar-se de pilar do Direito Ambiental que impõe a internalização ao agente econômico
das externalidades negativas decorrentes, assegurando o ressarcimento à sociedade dos
efeitos negativos promovidos.
Aponta-se como aspecto favorável da tributação ambiental a liberdade de escolha
do agente econômico em seguir o caminho mais ou menos agressivo ao meio ambiente,
suportando os efeitos decorrentes dessa escolha que se refletem em uma tributação com
maior ou menor onerosidade de acordo como o comportamento eleito. Destaca-se ainda,
a desnecessidade de grandes alterações administrativas para a sua colocação em prática
que, além de buscar incentivar os agentes econômicos a um comportamento gerador de
menor impacto ambiental, traduz- se em fonte de receita para o Estado (SOUZA FILHO,
2012).
O Brasil cunhou-se pelo caminho de fomentar a intervenção estatal para a proteção
ambiental por meio da tributação, autorizando maior rigor tributário às atividades lesivas
ao meio ambiente. Referido regramento decorreu da inclusão ao artigo 170 da CF do
inciso VI, prescrevendo a defesa do meio ambiente, inclusive mediante tratamento
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diferenciado conforme o impacto ambiental dos produtos e serviços e de seus processos
de elaboração e prestação, introduzida pela Emenda Constitucional 42 de 2003.
Visando estabelecer critérios seguros quanto à tributação sobre as embalagens de
vidro destinadas ao envase de bebidas foram considerados, tão somente, os tributos de
natureza real, que segundo Alexandre (2011), levam em consideração somente o produto,
serviço ou patrimônio, independentemente de quem seja a pessoa do contribuinte, ou seja,
não consideram em sua base de cálculo aspectos subjetivos do contribuinte, incidindo de
forma objetiva, tomando em consideração o objeto tributado.
A partir da detida análise da legislação tributária, considerando apenas os tributos
de natureza real, constatou-se que no tocante a embalagens de vidro para bebidas e seus
insumos tem incidência o IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) e ICMS (Imposto
sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços), nos termos da Lei Federal 4.502/1964,
Decreto 7.212/2010 e a TIPI 2017 (Tabela de Incidência do Imposto sobre Produtos
Industrializados) a Lei Complementar Federal 87/1996 que estabelece regras gerais sobre
o ICMS e o Decreto 45.490/2000 do Estado de São Paulo desse tributo.
Não há a incidente de IPI pela ausência de processo de industrialização quanto às
matérias-primas virgens destinadas a fabricação do vidro. No tocante ao ICMS,
considerou-se a alíquota interna do Estado de São Paulo, que em relação às matérias-
primas virgens do vidro sofrem a incidência de ICMS de 12% em cada operação de
circulação da mercadoria. Em relação ao caco de vidro destinado à reciclagem a
transferência desse produto para o fabricante implica na incidência de ICMS com alíquota
de 18%. Em relação às embalagens incide a alíquota de 15% de IPI e 18% de ICMS,
independentemente dos insumos utilizados.
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Sabbag (2014) esclarece que a CIDE é espécie tributária que foi instituída no
ordenamento jurídico brasileiro com finalidade de intervenção econômica.
Costa (2011) compartilha da possibilidade de instituição da CIDE como tributo
ambiental desde que seja instituída por meio de lei, que seja destinada à intervenção na
economia e que se destine a dar efetividade aos primados do artigo 170 da Constituição
Federal.
3. Materiais e métodos
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de abordar cada ente federado. Deste modo foram apenas considerados os impostos IPI
(imposto sobre produtos industrializados) e ICMS (imposto sobre circulação de
mercadorias e serviços), desconsiderando outros tributos incidentes sobre a obtenção de
receita ou que utilizam o valor do faturamento como aspecto quantitativo do tributo, o
que conduziria a um campo de incertezas quanto a tributação da embalagem de vidro e
seus insumos.
Foram elaborados formulários direcionados a fabricantes de embalagens de vidro,
fabricantes de bebidas e entrevistas perante cooperativa de reciclagem e depósito de
sucata.
Visando propor cenários econômicos de aplicação da Contribuição de Intervenção
no Domínio Econômico (CIDE) como instrumento econômico para fomentar a reinserção
do vidro reciclado na cadeia produtiva para fabricação de embalagens de vidro para
envase de bebidas, calculada nos princípios do poluidor- pagador e protetor recebedor
adotou-se a economia no consumo de energia no processo de reciclagem como valoração
do custo de produção para a simulação das alíquotas da CIDE como tributo ambiental.
Considerando a inexistência de limite técnico para a aplicação do vidro reciclado
e os ditames do princípio do não confisco tributário, a propositura dos cenários tomou em
consideração alíquotas entre 0% a 20%, de acordo com o percentual de aplicação de vidro
reciclado, estabelecendo-se faixas com variação de 2% a cada 10% de caco de vidro como
critério para aplicação da alíquota. A aplicação de vidro reciclado em patamar superior a
90% implica em isenção do encargo.
4. Resultados e discussão
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QUADRO 1: Incidência de tributos ao longo da cadeia de fabricação de embalagens de vidro
com matérias-primas virgens.
Matérias-primas Embalagens de
virgens bebidas
IPI - 0% • IPI - 15%
ICMS - 12% • ICMS - 18%
Total de tributos
IPI + ICMS
• 45%
Fonte: O autor.
Total de tributos
IPI + ICMS
• 51%
Fonte: O Autor.
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novo de R$ 1,50 para R$ 1,80. Por outro lado, a adoção do processo produtivo de menor
impacto ambiental manteria inalterado o preço do vasilhame em R$ 1,50.
Considerando o atual patamar de reciclagem de 47%, a aplicação da tributação
ambiental incidente para o fabricante que agir nestes termos implicará numa alíquota da
CIDE de 10% e no custo de R$ 0,15 por vasilhame, elevando o seu preço para R$ 1,65.
Projetando a aplicação do vidro reciclado no percentual de 60%, a alíquota da CIDE seria
de 8% e haveria o acréscimo de R$ 0,12 por embalagem, e seu valor final de R$ 1,62.
A previsão de alíquotas progressivas de acordo com o percentual de aplicação do
caco de vidro implica na aplicação da tributação ambiental segundo o arbítrio do
contribuinte, atendendo aos princípios tributários e os princípios do poluidor-pagador e
protetor recebedor, ou seja, sofrerá a tributação de acordo com processo produtivo eleito
quanto a aplicação do vidro reciclado, conforme Quadro 3.
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5. Conclusões
Com base nos dados obtidos no capítulo dos resultados as seguintes conclusões
foram obtidas:
A análise da carga tributária aplicada aos processos de fabricação e reciclagem de
embalagens de vidro utilizadas para o envase de bebidas evidenciou a existência de
distorção dos princípios do poluidor pagador e protetor-recebedor. O processo de
fabricação com aplicação do vidro reciclado tem a incidência de 51% de tributos sobre os
insumos e produto final. Já processo produtivo exclusivamente ou com predominância de
aplicação de recursos naturais a tributação é 45%. Ressalta-se que se tratam de valores
nominais e absolutos, sem a aplicação do princípio da não cumulatividade do ICMS
justificada pela inexistência de abordagem das fases de circulação dos insumos e
embalagens.
Nos cenários propostos, optando o agente econômico pelo processo produtivo
com maior impacto ambiental implicaria na aplicação da alíquota máxima de 20% da
CIDE e consequente elevação do valor do vasilhame novo de R$ 1,50 para R$ 1,80. Por
outro lado, a adoção do processo produtivo de menor impacto ambiental manteria
inalterado o preço do vasilhame em R$ 1,50.
A instituição da tributação ambiental ao tempo que desonera a atividade geradora
de menor impacto ambiental onera a atividade mais impactante e assegura ao Estado a
obtenção de recursos financeiros aptos a investimentos para incentivos da reciclagem e
reutilização, contribuindo para o custeio da implantação de outros instrumentos
econômicos, especialmente o depósito-reembolso a ser implantado de forma
complementar à tributação ambiental e incentivos fiscais e creditícios à reciclagem.
Referências
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Jornada de Gestão e Análise Ambiental da UFSCar
São Carlos, 02-04 de outubro de 2018.
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ISBN: 978-85-94099-03-7
1. Introdução
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Jay et al. (2007) definem a AIA como sendo um processo sistemático que
considera prováveis impactos antes de uma decisão ser tomada e, por isso, é considerada
uma ferramenta de gestão ambiental antecipatória e participativa. Complementando,
Sánchez (2008) define o processo de avaliação de impacto ambiental como um conjunto
de atividades e procedimentos sequenciais, com a finalidade de considerar os impactos
ambientais de maneira prévia à tomada de decisão potencial de causar significativa
degradação ao meio ambiente, ou seja, é voltado para a análise da viabilidade ambiental
de uma proposta.
A International Association for Impact Assessment (IAIA), entidade que
representa referência sobre o tema a nível mundial, com a elaboração de relatórios e
documentos técnicos, definiu uma série de princípios das melhores práticas que se
aplicam como um pacote único a todos os estágios da AIA. De acordo com os princípios
estabelecidos por ela, a AIA deve ser: útil, rigorosa, prática, relevante, custo-eficaz,
eficiente, focalizada, adaptativa, participativa, interdisciplinar, credível, integrada,
transparente e sistemática (IAIA, 1999).
Além dos instrumentos obrigatórios estabelecidos em lei para a manutenção da
qualidade do meio ambiente, existem aqueles que são empregados de maneira voluntária,
elaborado por entidades credenciadas, como a Organização Internacional de
Normalização (ISO). No Brasil, esta organização está representada pela Associação
Brasileira de Normas Técnicas, a ABNT. As normas da Série ISO 14000 padronizam a
implantação da gestão ambiental, especificando normas técnicas, as quais criam
mecanismos que contribuem para o cuidado com meio ambiente, guiando o investimento
das organizações na melhoria contínua do seu desempenho ambiental, porém destaca-se
o seu caráter voluntário (SANCHES, 2011). Duas destas normas da série ISO estão
relacionadas à implantação da ACV, sendo elas as normas ABNT NBR ISO 14.040 e
14.044, que apresentam os princípios, estrutura, requisitos e orientações a respeito da
Avaliação do Ciclo de Vida, devendo ser utilizadas em conjunto.
Enquanto a AIA trata de analisar os impactos ambientais relacionados à
concepção, instalação, operação e desativação de projetos, sendo obrigatória para
empreendimentos potencialmente causadores de significativa degradação ambiental e
parte da gestão ambiental pública, a ACV investiga aqueles impactos ambientais
relacionados ao ciclo de vida de um produto, não é obrigatória e faz parte da gestão
ambiental empresarial (SANCHES, 2011).
308
Jornada de Gestão e Análise Ambiental da UFSCar
São Carlos, 02-04 de outubro de 2018.
De acordo com Seo e Kulay (2006), o ciclo de vida de um produto “pode ser
entendido como o conjunto de etapas necessárias para que um produto cumpra sua função,
compreendido desde a obtenção dos recursos naturais até a sua disposição final, após ter
se esgotado o cumprimento da função”.
A NBR ISO 14040, como orientadora para o conhecimento e aplicação de uma
ACV no território brasileiro, a define como “compilação e avaliação das entradas, saídas
e dos impactos ambientais potenciais de um sistema de produto ao longo de seu ciclo de
vida” (ABNT, 2009).
A ACV é uma ferramenta de cunho sistêmico, importante para mapear as fases do
processo de produção, apresentando novos conhecimentos, que auxilia no processo
gerencial de uma tomada de decisão mais informada (ABNT, 2009b; SEO; KULAY,
2006; MACHADO; CAVENAGHI, 2009).
A literatura sobre a AIA e ACV é extensa, porém, pouco se estuda a respeito da
interação entre ambas as ferramentas de avaliação de impactos.
Tomando esta lacuna como base, o presente artigo pretende analisar a
possibilidade de integração entre a Avaliação de Impacto Ambiental e a Avaliação do
Ciclo de Vida, de forma a verificar possível contribuição da ACV para a AIA. Foram
identificadas as convergências e divergências por meio da comparação entre seus
princípios, objetivos e fases, estabelecidos para a AIA pela IAIA e para ACV pelas
normas NBR ISO 14.040 e 14.044.
2. Metodologia
A metodologia do presente artigo foi adaptada de Sanches (2011) e para tal foi
utilizada uma matriz de comparação entre os princípios, objetivos e fases da Avaliação
de Impacto Ambiental (AIA) e da Avaliação do Ciclo de Vida (ACV), apresentada nos
quadros 1, 2 e 3.
A referência para o conteúdo da AIA foi o documento orientador sobre as
melhores práticas da AIA, da International Association for Impact Assessment (IAIA,
1999), enquanto que a referência para a ACV foi a Norma Brasileira ABNT NBR ISO
14040:2009 (ABNT, 2009), que estabelece os princípios e a estrutura da ACV.
Em uma primeira etapa, a matriz foi preenchida separadamente pelos autores do
artigo e, posteriormente, os resultados foram comparados e as divergências foram
debatidas, até que se obtivesse um consenso, de forma a minimizar a subjetividade
inerente ao método.
309
Jornada de Gestão e Análise Ambiental da UFSCar
São Carlos, 02-04 de outubro de 2018.
Os critérios para comparação foram adaptados de Sanches (2011), ou seja:
● (Verde) Potencial de Convergência: quando os princípios, objetivos ou fases
estão diretamente relacionados ou quando as lacunas existentes na AIA podem ser
preenchidas com a execução da ACV.
● (Vermelho) Potencial de Divergência: quando os princípios, objetivos ou fases
são opostos, ou não se visualiza integração.
● (Branca) Não há relação entre os instrumentos.
A seguir são apresentados os resultados e discutidos os pontos de divergência e
convergência entre os instrumentos.
2. Resultados e Discussão
310
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São Carlos, 02-04 de outubro de 2018.
Quadro 1 - Matriz comparativa de Princípios.
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São Carlos, 02-04 de outubro de 2018.
Custo efetiva e Focada (AIA) x Completeza (ACV): A AIA deve ser conduzida
dentro dos limites disponíveis de informação, tempo, recursos e metodologia e focar em
efeitos ambientais significativos decorrentes da tomada de decisão (IAIA, 1999). Já a
ACV considera todos os atributos do ambiente, da saúde humana e dos recursos (ABNT,
2009). A exaustão dos temas para o estudo pode tornar o processo inefetivo
transativamente, ou seja, trará uma alta demanda de tempo para execução, o que pode
prejudicar o timing para a tomada de decisão.
O Quadro 2 apresenta a comparação entre os objetivos declarados para ambos os
instrumentos, sendo que no caso da ACV estes objetivos são exemplos gerais, mesmo
assim pertinentes, já que a definição dos objetivos é uma das fases dessa técnica. Nota-se
a que não foram identificadas potenciais divergências entre ambas. Destaca-se que apesar
da AIA não declarar formalmente como objetivo o marketing, é inerente a necessidade
de divulgação dos projetos e das avaliações em pauta para tomada de decisão.
Quadro 2 - Matriz comparativa de Objetivos.
312
Jornada de Gestão e Análise Ambiental da UFSCar
São Carlos, 02-04 de outubro de 2018.
potencial de alinhamento na prática, ainda, a fase de acompanhamento da AIA tem
potencial de retroalimentar a ACV quanto à identificação de questões chave não previstas
na avaliação, o que ampliaria o conceito de iteratividade da ACV.
Apesar disto, levando-se em consideração o monitoramento de ambos
instrumentos, a AIA caracteriza-se por ser um processo antecipatório, podendo o
monitoramento das previsões ser realizado após o estabelecimento do projeto, enquanto
que a ACV se caracteriza por ser um processo reativo, sendo as previsões feitas baseadas
nos dados monitorados (SÁNCHEZ, 2008).
313
Jornada de Gestão e Análise Ambiental da UFSCar
São Carlos, 02-04 de outubro de 2018.
quadro legislativo brasileiro se daria por meio da sua inserção no processo de
licenciamento ambiental, assim como se dá atualmente com a aplicação da Avaliação de
Impacto Ambiental, incorporando todas as atividades do ciclo de vida de um
empreendimento, inclusive o ciclo de vida dos produtos oriundos desta empresa,
promovendo uma mudança no escopo do licenciamento das atividades (OMETTO;
FILHO; SOUZA, 2006).
4. Conclusão
Referências
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Jornada de Gestão e Análise Ambiental da UFSCar
São Carlos, 02-04 de outubro de 2018.
v.1, 1999. Disponível em: <http://www.iaia.org/uploads/pdf/principlesEA_1.pdf>.
Acesso em: 25 out.2017.
SEO, E.S.M.; KULAY, L.A. Avaliação do Ciclo de Vida: ferramenta gerencial para a
tomada de decisão. Revista de Gestão Integrada em Saúde do Trabalho e Meio
Ambiente. v.1, n.1, ago. 2006.
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Universidade Federal de São
Carlos - UFSCar
02 a 04 de Outubro de 2018
ISBN: 978-85-94099-03-7
1. Introdução
Nos últimos anos as questões ambientais tornaram-se cada vez mais evidentes,
Jornada de Gestão e Análise Ambiental da UFSCar
São Carlos, 02-04 de outubro de 2018.
principalmente em razão dos problemas enfrentados pela sociedade, como: a escassez de
água, desmatamento, mudança climática, extinção de espécies, entre outros. Desta forma,
passou a ser reconhecida a importância de estudos ambientais, que viabilizem a redução
de impactos decorrentes de atividades antrópicas e surge a necessidade de formar
profissionais capazes de articular todas as dimensões da área ambiental (ALMEIDA Jr,
2007; DA SILVA, 2017).
O curso de Bacharelado em Gestão e Análise Ambiental (GAAm) foi criado em
resposta a demanda por profissionais na área, iniciando suas atividades em 2009, com os
primeiros egressos formados em 2012. Este ano o curso GAAm completa dez anos. Trata-
se de um momento de reflexão do curso sobre si mesmo e sobre a atuação dos egressos
no mercado de trabalho.
Segundo Imasato et al.(2017), a análise do perfil de acadêmicos, é abordado de
maneira escassa, apesar de ser muito relevante para aperfeiçoar o desempenho acadêmico.
As informações sobre o tema são pouco conhecidas e estudadas nas diversas áreas
acadêmicas.
Partindo da necessidade de reflexão sobre si mesmo, o curso de GAAm está, neste
momento, estudando uma mudança na matriz curricular. Colaborando com este esforço,
este artigo tem o objetivo de descrever e analisar o perfil acadêmico dos alunos do curso.
O perfil acadêmico dos alunos é analisado a partir do entendimento das
motivações para ingresso no curso, conhecimento, por parte dos alunos, da matriz
curricular, dificuldades enfrentadas no curso e a identificação dos alunos com os
diferentes núcleos disciplinares abordados no curso.
Com início em 2009, o curso GAAm possui uma carga horária de 3180 horas, ou
seja 208 créditos em disciplinas (cada crédito é o equivalente a 15 horas aula) e 60 horas
em atividades complementares (que são atividades consideradas relevantes para a
formação dos alunos, como cursos, participação em pesquisa, extensão, eventos
científicos e técnicos, entre outros). O curso é integral e tem duração de 8 semestres. A
tabela 1, apresenta a carga horária do curso de GAAm.
O curso é divido em três núcleos, cada qual com um conjunto de disciplinas, que
são: núcleo básico, núcleo de análise ambiental e núcleo de gestão ambiental. Além destes
núcleos existem os projetos interdisciplinares, que são obrigatórios e abordam os
317
Jornada de Gestão e Análise Ambiental da UFSCar
São Carlos, 02-04 de outubro de 2018.
conhecimentos adquiridos ao longo do curso e também dialogam com as disciplinas
estudadas nos semestres em que são oferecidos. São 6 disciplinas de projetos
interdisciplinares e 2 disciplinas de formação específica em que os alunos optam por
estágio ou monografia (ou podem fazer um semestre de monografia e um semestre de
estágio e vice-versa). A figura 1 apresenta os núcleos de disciplinas e os projetos
interdisciplinares.
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São Carlos, 02-04 de outubro de 2018.
TABELA 2 – Alunos cursando e formados do Bach. em Gestão e Análise Ambiental, por turma, de 2009
a 2018 (situação de 16/04/2018)
Turma Cursando Ano de Formatura Total de alunos Total
(a) formados (a + b + c +
d + e +f+g)
2012 2013 2014 2015 2016 201
(b) (c) (d) (e) (f) 7
(g)
2009 0 23 11 1 1 1 37 37
2010 1 13 15 5 2 35 36
2011 0 22 9 3 34 34
2012 7 11 8 1 20 27
2013 4 9 15 24 28
2014 14 10 10 24
2015 36 36
2016 32 32
2017 37 37
2018 44 44
Total 175 23 24 38 26 23 26 160 335
Fonte: tabulação realizada pelos autores com auxílio da secretaria de Coordenação de Curso GAAm.
3. Metodologia
Conhecimento prévio do curso Você procurou conhecer ou analisou a grade do curso/ projeto
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pedagógico antes de ingressar na UFSCar?
Esforço no curso Para você quanto esforço o curso demanda?
Participação em atividades Você participa ou participou de atividades extracurriculares?
extracurriculares
Identificação com um núcleo Dentre os núcleos disciplinares, qual das opções você mais se
disciplinar do curso identificou?
Sugestões para melhoria do Na sua concepção, quais temáticas, disciplinas seriam importantes serem
curso acrescentadas na grade curricular do curso?
Área de interesse para atuação Quais são suas áreas de interesse para atuação?
profissional
Atividade quando se tornar Após formado(a) no curso de GAAm, o que você irá fazer?
egresso do curso
Fonte: elaborado pelos autores.
A observação não estruturada foi utilizada para coletar impressões dos alunos
sobre o curso e sobre a carreira de Gestor e Analista Ambiental. A partir da observação é
possível coletar informações que permitam agregar elementos na interpretação dos dados
do questionário. Cada variável, dentre as apresentadas acima, permitiu elaborar o perfil
acadêmico do aluno de GAAm. Os resultados obtidos com os questionários serão
apresentados na próxima seção podendo, para algumas questões, ser organizados de tal
forma que seja possível detectar a frequência a qual as respostas aparecem em função do
ano de ingresso do aluno.
4. Resultados
Inicialmente foi verificado que para os anos de 2013, 2015 e 2016 o curso de
Gestão e Análise Ambiental (GAAm) não foi a primeira opção, entretanto a diferença
para os alunos que escolheram o curso como primeira opção nesses respectivos anos tem
uma diferença aproximada 2% menor. Para os de 2012, 2014 e 2017 os resultados são
contrários, pois a maioria dos alunos que ingressaram nesses anos a primeira escolha foi
GAAm, tendo uma diferença notável nos anos de 2014 e 2017 (Figura 2).
Complementarmente, os alunos ficaram sabendo da existência do curso principalmente
por divulgação que eles receberam de amigos e a influência das mídias digitais compõe
praticamente 80% das respostas dadas.
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Jornada de Gestão e Análise Ambiental da UFSCar
São Carlos, 02-04 de outubro de 2018.
Os fatores que despertaram interesse pelo curso (Figura 3), estão relacionados
inicialmente com o interesse pela área ambiental, o qual é o tema de maior recorrência
para as turmas a partir de 2014. Cabe dizer que a multidisciplinaridade do curso também
exerceu considerável força motivadora para os ingressantes, principalmente nas turmas
de 2012 e 2013.
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pedagógico antes do ingresso há uma homogeneidade nas turmas, visto que apresentam
valores pequenos, em média 4% sendo a turma de 2017 a com maior índice, de 6%. Já os
alunos que conheceram a grade antes do ingresso representam cerca de 75% do total de
alunos, o que podemos considerar que a maioria buscou mais informações previamente
ao ingresso.
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São Carlos, 02-04 de outubro de 2018.
Observa-se a partir da Figura 6 que os alunos do curso apresentam uma grande
participação em atividades extracurriculares, visto que 83% dos alunos responderam que
já participou ou participa. Nota-se variações de preferências das atividades
extracurriculares em relação aos anos de ingresso, porém é possível destacar a maior
participação, em termos gerais, em projetos de extensão, organização de eventos e
iniciação científica. Em relação à iniciação científica percebe-se um aumento da
participação nessa atividade a partir do 5º semestre do curso.
323
Jornada de Gestão e Análise Ambiental da UFSCar
São Carlos, 02-04 de outubro de 2018.
predominância por algum núcleo, apresentando 3% de diferença entre os núcleos
preferidos (gestão ambiental e básico) e o preterido (análise ambiental). Nas turmas de
2016 e 2017 vê-se grande identidade dos alunos pelo núcleo básico, respectivamente 11%
e 12% do total de respostas. Os alunos que não informaram o ano apresentam equilíbrio
nos núcleos preferidos.
FIGURA 7 - Dentre os núcleos disciplinares, qual das opções você mais se identificou?
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São Carlos, 02-04 de outubro de 2018.
4. Considerações Finais
A busca pelo curso de Gestão e Análise Ambiental têm aumentado nos últimos
anos, apresentando a área ambiental e a multidisciplinaridade como características que
despertam o interesse pelo curso. Destaca-se maior visibilidade do curso nas mídias
digitais, mostrando-se como um meio que facilita a busca pelo seu projeto pedagógico
antes do ingresso no mesmo. Os alunos consideram que o curso demanda um esforço
grande, contudo isso não é um impedimento para a participação em atividades
extracurriculares. Recomenda-se a elaboração de questionários com o intuito de
compreender quais os fatores que exijam um esforço grande ao longo do curso. Com os
325
Jornada de Gestão e Análise Ambiental da UFSCar
São Carlos, 02-04 de outubro de 2018.
problemas socioambientais tornando-se cada vez mais frequentes na sociedade, destaca-
se a importância de profissionais com uma formação multidisciplinar interessados em
atuar, tanto no mercado de trabalho quanto com o desenvolvimento de pesquisas, que
tenham o comprometimento com a conservação ambiental e a melhoria da qualidade de
vida.
Referências
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Universidade Federal de São
Carlos - UFSCar
02 a 04 de Outubro de 2018
ISBN: 978-85-94099-03-7
1. Introdução
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a partir do rastreamento e documentação; auxiliar o sistema de monitoramento para que
além das tarefas supracitadas seja possível que o sistema seja um facilitador de sua própria
revisão, auxiliando no diagnóstico de erros e consequentemente no desenvolvimento de
melhorias; facilitar a troca de informações on-line dentro da organização, dinamizando o
processo comunicativo; e, facilitar a tomada de decisões pela administração geral de cada
setor.
Como base, foram utilizados os softwares já existentes no mercado, porém com
melhorias no que se refere a satisfazer as necessidades e expectativas do presente projeto
para universidades. Trata-se de um sistema de informação para registro de dados e
produção de informações referenciadas que se caracteriza pela estrutura lógica e
simplicidade de operação, além de ser adaptável a cada situação, para que sejam sempre
levados em consideração os aspectos intrínsecos à organização e à legislação vigente.
Segundo Deus et al (2015), o número de publicações de cunho socioambiental
com relação aos resíduos sólidos vem crescendo a cada ano no mundo e no Brasil, todavia,
alguns tópicos têm sido abordados mais amplamente do que outros, criando lacunas
científicas, sendo uma delas os sistemas de informação voltados para esse gerenciamento
de resíduos, evidenciando a necessidade de serem realizadas pesquisas neste âmbito, que
contribuiriam para o desenvolvimento tecnológico da área.
Além disso, previamente a este projeto, foi realizada uma pesquisa de softwares
de gerenciamento de resíduos existentes no mercado, cujos resultados estão na tabela
abaixo. Com ela, nota-se a necessidade de desenvolvimento de um software que seja
acessível financeiramente e que seja especialmente para o gerenciamento de resíduos.
329
Jornada de Gestão e Análise Ambiental da UFSCar
São Carlos, 02-04 de outubro de 2018.
2. Materiais e Métodos
330
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A legislação ambiental base neste projeto foi a Lei n 12.305/ 10 - Política Nacional
dos Resíduos Sólidos. Instituída em 2010, a política se configura como um significativo
avanço no âmbito de resíduos sólidos, por explorar desde a geração até tratamento e
destinação final, sob a premissa do desenvolvimento sustentável, estabelecendo uma
gestão participativa e responsabilidades compartilhadas entre a União, Estados e
Municípios, além de instituições privadas e públicas. Nesse sentido, a PNRS trata de um
conjunto de princípios, objetivos e instrumentos para uma gestão integrada dos resíduos
sólidos e, ainda, aponta metas que devem ser seguidas na elaboração de suas políticas e
planos (JACINTO, 2016).
Com uma equipe de trabalho formada por profissionais da área de
Engenharia/Gestão Ambiental e Engenharia de Software foram utilizados conceitos de
leis e de gerenciamento ambiental e do desenvolvimento do software em questão.
Iniciando pelo método ágil Scrum, que consiste em desenvolver pequenas partes do
software a cada ciclo, e ao final do ciclo entregar ao usuário o módulo desenvolvido, e já
planejar o desenvolvimento do próximo módulo, caso o que foi entregue esteja em
conformidades. A cada novo ciclo é realizada uma análise dos requisitos e definição do
que será implementado.
Para a fase de análise do sistema foi utilizada a linguagem UML que definiu os
diagramas de caso de uso, com ajuda de ferramentas de modelagem de diagramas como
Astah Community (versão comunitária). O software foi separado em dois módulos
iniciais, front-end e back-end. No desenvolvimento do back-end foi utilizada a linguagem
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São Carlos, 02-04 de outubro de 2018.
de programação PHP em sua versão 7.00, e para auxiliar no desenvolvimento com o PHP
foi utilizado o framework - conjunto de códigos e bibliotecas – Laravel, que facilita a
criação de serviços e funcionalidades corriqueiras como inserção, deleção, seleção de
dados e gerenciamento de versões de banco de dados, permitindo ao desenvolvedor focar
nas regras de negócio. Para o front-end foram utilizadas as linguagens HTML, CSS,
Javascript e o framework Knockout.JS para gerenciar o fluxo da aplicação e interações
do usuário. A comunicação e troca de informações do back-end para o front-end e vice-
versa deu-se por requisições HTTP iniciadas pelo front-end.
Como banco de dados foi utilizado MySQL e como ferramenta de manipulação
do banco de dados, o MySQL Workbench. Já para o servidor da aplicação foi utilizado o
Apache para uso com o PHP. Ferramentas de criação de layout de tela (para demonstração
aos usuários) como Pencil também foram utilizadas. Todas as ferramentas e plataformas
utilizadas são de uso gratuito.
3. Resultado
FIGURA 2 – Painel do software em comparativo ao ciclo PDCA e calendário. Fonte: ambiente de rede
do software.
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gerenciamento e quem serão os multiplicadores responsáveis por ele, gerando dados que
poderão ser analisados separadamente (figura 3).
FIGURA 3 – Painel do software para a inclusão de setores. Fonte: ambiente de rede do software.
FIGURA 4 – Painel do software para a inclusão de dados do check list. Fonte: ambiente de rede do
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software.
FIGURA 5 – Painel do software para a inclusão de dados dos fornecedores. Fonte: ambiente de rede do
software.
FIGURA 6 – Painel do software para observação do check list e objetivos e metas. Fonte: ambiente de
rede do software.
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São Carlos, 02-04 de outubro de 2018.
FIGURA 7 – Painel do software para a inclusão de objetivos e metas. Fonte: ambiente de rede do software
4. Discussão
Como primeira etapa, que auxiliou nos resultados deste trabalho, foi realizada
uma pesquisa na Internet de softwares de gerenciamento de resíduos existentes no
mercado. Nota-se a necessidade de desenvolvimento de um software que esteja disponível
a todos e que seja especialmente voltado para o gerenciamento de resíduos, considerando
que todos que entraram na pesquisa têm um alto custo para a implantação e manutenção,
e principalmente, somente 40% deles voltam-se especialmente para a gestão de resíduos,
abordando todos os aspectos da PNRS, além disso, o software desenvolvido segue uma
metodologia inovadora na área de gerenciamento de resíduos, o ciclo PDCA, e o fato de
ser em versão web, sem necessidade de instalação e banco de dados próprio também faz
com que ele seja mais acessível a quaisquer tipos de organizações, com muito ou pouco
recurso disponível para o investimento nessa área.
Já que a elaboração do software tem como suporte o que foi e vem sendo aplicado
no PGR UNESP, foi possível testar a metodologia PDCA para o gerenciamento de
resíduos antes mesmo deste ser desenvolvido, observando o que poderia ser feito dentro
de cada etapa e o que deveria ser melhorado e/ou corrigido para que o gerenciamento
fosse cada vez mais efetivo.
É possível observar na quadro 2 abaixo, como era feito o preenchimento dos check
lists anteriormente, em documentos de Word, ressaltando que a compilação dos dados
nesse último era manual e com o software passa a ser automática, como mostrado na
335
Jornada de Gestão e Análise Ambiental da UFSCar
São Carlos, 02-04 de outubro de 2018.
figura 4. Além disso, o sistema automaticamente inserirá as normas a serem atendidas, de
acordo com cada tipo de resíduo cadastrado nessa etapa, parte que será sempre atualizada
e editada pela equipe executora do projeto. Todas essas etapas também eram realizadas
manualmente, o que mostra as facilidades proporcionadas pelo software.
QUADRO 2 – Modelo do check list utilizado para o diagnóstico dos resíduos no campus.
5. Conclusão
Com a pesquisa bibliográfica realizada foi possível perceber que existe uma
quantidade pequena de softwares com esse objetivo e, os que já estão no mercado têm um
alto custo e algumas limitações técnicas por não serem (em sua maioria) desenvolvidos
exclusivamente para o gerenciamento de resíduos; além disso, há uma lacuna científica a
ser preenchida, já que não há muitas pesquisas com esse cunho. Portanto, podemos
concluir que a relevância tecnológica de projetos como esse é imensurável e devem ser
incentivados.
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Jornada de Gestão e Análise Ambiental da UFSCar
São Carlos, 02-04 de outubro de 2018.
Referências
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Universidade Federal de São
Carlos - UFSCar
02 a 04 de Outubro de 2018
ISBN: 978-85-94099-03-7
Kotsubo, Karolina¹
1
UFSCar, Bacharelado em Gestão e Análise Ambiental. E-mail:
karol.kotsubo@gmail.com
2
Orientadora, UFSCar, Departamento de Hidrobiologia, PPG-ERN. E-mail:
cunha_santino@ufscar.br
1. Introdução
2. Materiais e métodos
339
Jornada de Gestão e Análise Ambiental da UFSCar
São Carlos, 02-04 de outubro de 2018.
permitir a passagem das minhocas. Foi adicionado nas duas caixas superiores um
substrato sem aditivos nutricionais e cerca de 50 indivíduos de E. fetida.
A seguir, foram adicionadas biomassa de macrófitas em duas formas: fresca e
seca, na proporção 1/3. Nas figuras 1, 2 e 3 é possível observar, respectivamente, a
biomassa da espécie Hydrilla verticillata em sua forma fresca, em sua forma seca e a
biomassa adicionada ao minhocário.
340
Jornada de Gestão e Análise Ambiental da UFSCar
São Carlos, 02-04 de outubro de 2018.
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eficiência de produção de húmus por cada espécie de macrófita. Na vermicompostagem
utilizando biomassa de Hydrilla verticillata foram adicionados 64,2 g de macrófita fresca
e 15,6 g de macrófita seca; para o experimento com Salvinia auriculata foram
adicionados 32,7 g de macrófita fresca e 8,8 g de macrófita seca. As variáveis pH,
condutividade elétrica e temperatura do húmus em formação foram monitoradas 2 vezes
por semana durante 4 semanas sendo medidas por pHmetro, condutivímetro e termômetro
de mercúrio, respectivamente. Após o final do período de vermicompostagem, a biomassa
remanescente das macrófitas teve sua massa medidas novamente e a utilização de cada
espécie de macrófita foi calculada.
3. Resultados
Os valores médios (± DP) de temperatura, umidade, pH e condutividade elétrica
monitorados do húmus durante o período de vermicompostagem estão apresentados na
Tabela 1. A temperatura obtida nos dois experimentos foi similar, apresentando a mesma
ordem de grandeza entre os valores (Tabela 1).
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Jornada de Gestão e Análise Ambiental da UFSCar
São Carlos, 02-04 de outubro de 2018.
adicionar tanto biomassa seca quanto fresca; dessa forma, a massa inicial adicionada para
ser processada pela vermicompostagem foi 19,9 g. A massa final ao término do período
de vermicompostagem foi 0,7 g. A quantidade remanescente após 4 semanas, i.e. não
utilizada no processo, foi de somente 3,7% da massa inicial, desse modo a taxa de
consumo de macrófita de 4,4 g ao dia.
Em relação à biomassa remanescente de S. auriculata, esse valor foi 0,3 g. A
umidade para essa espécie foi 91,9%; sendo que das 32,7 g de macrófita fresca que foram
adicionadas aos experimentos apenas 2,6 g representam massa seca, totalizando dessa
forma, 11,2 g de massa seca adicionadas no início do processo. Como a massa final do
experimento foi 0,3 g, a quantidade restante foi de somente 2,7% da massa inicial do
experimento, o que representa uma taxa de consumo de 3,1 g ao dia.
4. Discussão
343
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São Carlos, 02-04 de outubro de 2018.
variam pouco durante o experimento, permanecendo próxima dos 24ºC. A temperatura
ideal para o processo de vermicompostagem é ca. 25°C, entretanto, elas suportam
condições onde a temperatura atinge os 30°C (dos Anjos, 2015). A condutividade elétrica
apresentou pouca variação durante o experimento, porém os valores obtidos são muito
elevados, indicando a liberação de íons a partir da biomassa de macrófita, que foram
sendo incorporadas no húmus durante a vermicompostagem. O pH do composto formado
apresentou meio básico, assim como estudos realizados resíduos sólidos vegetais
enriquecidos com esterco ou madeira (Cotta et al., 2015).
5. Conclusão
6. Agradecimentos
Referências
AQUINO, A. M. Aspectos práticos da vermicompostagem. Agroecologia: princípios e
técnicas para uma agricultura orgânica sustentável. Brasília, DF: Embrapa
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Universidade Federal de São
Carlos - UFSCar
02 a 04 de Outubro de 2018
ISBN: 978-85-94099-03-7
Saito, Victor S.1; Bourscheidt, Vandoir1; Oswaldino, Letícia da S.1; Stoppa, Nathalia
E.1; Santos, Milena R.1; Ruiz, Isadora H.1
1
Departamento de Ciências Ambientais, UFSCar – Universidade Federal de São
Carlos, Brasil.
Abstract: The management of water resources availability and quality is one of the main
concerns when considering the environmental problems associated with population
growth and urban areas sprawl. Water is often affected by land use changes and
eutrophication processes that lead to the increase in primary production or even changes
in other environmental variables, emphasizing the need for continuous monitoring.
Several methods to monitor aquatic environments are available, but are very time
consuming and usually require high financial and human resources. In this sense, the
remote sensing has emerged as a new and promising technology to facilitate the
monitoring, specially considering the strong relation between plant pigments (used during
photosynthesis) and reflectance at different wavelengths, as previously shown by several
authors. In this paper, we analyse the agreement between MODIS (Moderate Resolution
Imaging Spectroradiometer) product MOD09GA and models developed for different
regions worldwide, as well as to some new empirical models, to verify our capacity to
explain chlorophyll-a concentration variability in reservoirs in the state of São Paulo. The
results indicate that spatial variation is an important factor and that existing models can
not be generalized to other areas. The use of a site specific factor may be applied to
overcome this limitation, but additional analyses are needed.
Keywords: MODIS, Chlorophyll-a, stepwise regression, random forest algorithms.
1. Introduction
Water scarcity is one of the main problems society will face in the next century.
Among the most important problems, eutrophication is thought to be one that will
increase due to both climate change and land use practices (ELLIOTT; JONES;
THACKERAY, 2006). Water eutrophication is the phenomena of increase in nutrient
levels, followed by the increase of primary productivity by phytoplankton. The increase
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São Carlos, 02-04 de outubro de 2018.
in primary production decreases dissolved oxygen, strongly impacting all compartments
of aquatic ecosystems and the water quality for human use (MOSS, 2011).
Given the strong impacts that water eutrophication have for humans, monitoring
strategies are urgent. Among the methods used for water monitoring, we have the
temporal measurement of physical and chemical variables - e.g. water nutrients, but also
of biological variables such as chlorophyll-a concentration. Although already widely
applied worldwide, these monitoring techniques are still expensive and demands large
personal staffs and expensive equipments (LANGE; LAMBERT, 1995).
In recent years, Remote Sensing (hereafter RS) emerged as a promising tool to be
used for ecosystem monitoring. RS approaches rely, among other types, on satellite
images that can be readily used to analyze landscape features on large scale extents. These
images have being used intensively to understand forest cover patterns, ocean
productivity and in less intensity, continental water body monitoring (GREEN;
SUSSMAN, 1990; LANGE; LAMBERT, 1995; OGASHAWARA et al., 2014;
O’REILLY et al., 1998).
The use of RS techniques for primary producers (e.g. trees and algaes) monitoring
is especially promising given the direct link we can draw between plant photosynthesis
and reflectance patterns (GREEN; SUSSMAN, 1990). Plants can use solar energy for
photosynthesis capturing specific band colors. This in turn emits specific reflectance
signals that can be captured by satellites, given us the opportunity to measure primary
productivity over large scale extents in a cheaper and faster way compared to field
measurements.
While these methods to capture primary productivity are strongly studied for
forests and oceans, continental water bodies are less studied, especially those in the
Tropical region. So far it is unknown whether the methods developed for european, and
north american systems may work in systems with different water conditions and with
different phytoplankton structure (i.e. with different species composition). So, given our
urgency in monitoring our water bodies and due to the promising of RS techniques in this
sense, here we show the initial results of applying such methods for lentic systems in São
Paulo State in Brazil.
347
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São Carlos, 02-04 de outubro de 2018.
2. Material and Methods
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FIGURE 1 - Sites selected after the secondary analysis. The MODIS image is also shown to
emphasize the pixel size and location over the reservoirs.
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São Carlos, 02-04 de outubro de 2018.
total solids, etc.) in explaining the variation in water chlorophyll-a that cannot be
explained by satellite variables.
3. Results
Applying any model presented in other studies explained a very small percentage
of variation in the chlorophyll-a from our dataset (Adj. R² <0.02).
The best model selected by stepwise regressions using MODIS variables were
composed by bands 1 to 5 and explained 16% of chlorophyll-a variation (Adj. R²) in time
and space (P<0.001). When we included the factor variable (site identity) the bands
selected to compose the best model were the b1, b2, b3 and b5, and also the factor
variable. The model above explained a higher proportion of variation compared to the
previous model (Adj. R²=0.25, P<0.001).
The 300 RF created using only MODIS variables (without site identity) resulted
in algorithms with mean pseudo-R²=0.18 (Standard Deviation=0.06) (Figure 2a). The
350
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São Carlos, 02-04 de outubro de 2018.
validation of these algorithms using linear regressions between the real chlorophyll-a
from unselected data (40 from 290) and the predicted concentrations from RF resulted in
R²=0.23 (sd=0.19) (Figure 2b). When comparing the pseudo-R² of RF with their
validation, we found a negative relationship (Figure 2c). When the algorithm was more
robust, with higher pseudo-R², the validation resulted in low variation explained by the
linear model.
When we included the site identity as a explanatory variable in RF we found a
higher percentage of chlorophyll-a variation explained (Figure 2d). The built algorithms
explained 34% of variation (mean pseudo-R², sd=0.05) and the validation procedure
resulted in linear models with R²= 0.39 (mean, sd=0.19) (Figure 2e). Overall, RF
overcomed the best model selected by stepwise regressions considering the amount of
chlorophyll-a variation explained.
FIGURE 2 - Results of Random Forest analysis (RF). The histogram from the Pseudo-R² generated
by RF when using only MODIS variables (a) and when using also site identity as explanatory variable (d).
The histogram showing the R² of linear models relating the real chlorophyll-a from our validation dataset
with the concentration predicted by RF using only MODIS data (b) and when using also sites identities (e).
The relationship of the Pseudo-R² and the linear model R² when using only MODIS data (c) and when using
also sites identities (f).
351
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São Carlos, 02-04 de outubro de 2018.
4. Discussion
The use of remote sensing for eutrophication monitoring is promising. All plants
use chlorophyll-a for photosynthesis and this pigment has a well defined spectral
behavior, with high absorption in the blue and red regions (around 450 nm and 700 nm,
respectively) and higher reflectivity in the green region (around 500 nm), giving a
straightforward link between algae biomass and the spectral region captured by satellites.
Supporting these ideas, previous studies indeed found strong links between spectral bands
(mainly in the visible range) from different satellite and chlorophyll-a concentration in
situ, some of them specifically for MODIS (HUANG et al., 2014; WEN et al., 2014).
However, in our study we could explain a smaller percentage of chlorophyll-a
concentration variation using MODIS data in comparison to these studies. This is
probably because most models to date were focused in one singular water body while our
aim was to find a model suitable for multiple sites in the São Paulo State. This aim was
found to be challenging but also the most desirable for environmental agencies.
The problems of modelling multiple sites simultaneously were evident when we
used the site identity as explanatory variable. The explanatory power of both the best
multiple regression and the random forests using this variable increased considerably.
This means that the chlorophyll-a variation in our dataset was strongly related to each site
selected for our study, probably because each of them were influenced by the surrounding
land use, the climatological characteristics of each site, as well as any other limnological
characteristic intrinsic to each water body (BRAGA et al, 2005, SARTOR, 2008). In the
end these characteristics will affect water reflectance blurring the signal of eutrophication
and decreasing the power of our models.
Besides the above mentioned challenges when modelling multiple sites, we also
found that RF were more powerful than Stepwise Regressions, meaning that the simple
additive combination of bands is not enough to capture the variation in chlorophyll-a
concentration. Instead, we found that only algorithms of machine learning that considers
complex interactions among bands may be able to predict chlorophyll-a for multiple sites
in different times. Additionally, our approach was also influenced by the low number of
sites that could be used considering the size of the pixels from MODIS. When the pixel
including a sampling site was not entirely within the water body, we had to exclude it
from our dataset decreasing the number of analyzed sites and prejudicing our model
approach.
352
Jornada de Gestão e Análise Ambiental da UFSCar
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Finally, besides the challenges explained above, the application of remote sensing
techniques for water monitoring should not be abandoned giving the benefits it would
bring for economic activities like fishing, if we could predict eutrophication and algal
bloom more precisely. These processes have negative effects for society as the decrease
in water quality and the production of toxic components, urgering our efforts to keep
developing improved monitoring tools (BARRETO, et al., 2013).
5. Final considerations
References
353
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ISBN: 978-85-94099-03-7
Lima, S. C. S¹
Moraes, C. S. B.²
1
UNESP Rio Claro, stephani-cris@hotmail.com, graduanda em Engenharia Ambiental
2
Docente em Engenharia Ambiental, UNESP Rio Claro, clausbm@rc.unesp.br
1. Introdução
356
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São Carlos, 02-04 de outubro de 2018.
necessária possibilitando processos menos onerosos. Algumas pesquisas da área
apresentam alta produtividade dos operários na construção e melhoria das condições de
trabalho por meio das práticas sustentáveis adotadas (PINHEIRO, 2003).
A construção civil apresenta influencias nas ações que almejam a sustentabilidade,
uma vez que grande quantidade de capital e de recursos energéticos, matérias e de pessoas
estão envolvidas nas etapas das edificações de instituições públicas e privadas, sendo
locais para promover a educação, a saúde, o trabalho, o lazer e mesmo moradias (DALLA
COSTA; MORAES, 2013).
Devido à necessidade por construções mais sustentáveis a certificação ambiental
aparece atualmente como ferramenta interessante, pois avalia em diversos critérios os
processos que a construtora deve realizar e possuir para ser sustentável, com isso
melhores práticas são introduzidas ao processo de construção por meio dos órgãos de
certificação que analisam todas as etapas do projeto de edificação até sua execução
(SANTESSO, 2013).
A almejada construção sustentável pode sugerir uma grande amplitude e de difícil
alcance, como o conceito de sustentabilidade, contudo, se ocorrerem pequenas mudanças
localizadas que fossem aumentando gradualmente, essa ideia poderá ser concretizada
paulatinamente, tornando-se ações práticas (MORAES, 2016).
Um dos instrumentos para atingir este fim que pode ser mencionado é a
ecoeficiência, onde há o investimento em recursos naturais renováveis e vantagens
ambientais, visando a construção como a habitabilidade de uma residência, aumentando
assim, a qualidade de vida das famílias que serão beneficiadas (LIPPI et al., 2009).
A construção sustentável segue as mesmas etapas que a construção tradicional, a
grande diferença é que em todas as fases se procuram integrar os princípios da
sustentabilidade. Nenhuma etapa é considerada independente das restantes, mas as opções
tomadas em cada uma delas têm impacto no objetivo final de construir um edifício
sustentável (LUCAS, 2008).
Os edifícios que apresentam nos seus projetos formas de impactarem menos o
ambiente não devem ser apenas visados em grandes construções, mas também podem e
devem atingir a população em suas residências.
Portanto, este trabalho visa de forma geral estudar as tecnologias e alternativas no
campo da construção sustentável, em especial, os materiais mais sustentáveis existentes
que podem ser utilizados nessas edificações para viabilizar residências unifamiliares com
menor custo econômico e redução de impactos socioambientais.
357
Jornada de Gestão e Análise Ambiental da UFSCar
São Carlos, 02-04 de outubro de 2018.
2. Metodologia
Inicialmente foi realizada uma coleta de dados das certificações Alta Qualidade
Ambiental (AQUA) e Leadership in Energy & Environmental Design (LEED), seguido
de uma análise das dificuldades recorrentes entre diversos autores, originando assim uma
lista de parâmetros a serem analisados quando se deseja analisar qual o material mais
adequado a ser empregado na obra.
Originando uma tabela em que os materiais são analisados de acordo com vários
parâmetros e ao fim desta análise os mesmos recebem uma nota facilitando a análise do
material é o mais indicado para a necessidade em questão.
A lista de parâmetros foi resultado das dificuldades apresentadas principalmente
por Bissoli-Dalvi (2013), Santesso (2013), Kwai (2014) e por Silva (2008). Sendo os
parâmetros de análise seguintes: (1) A durabilidade do material é refletida na vida útil e
no preço, (2) A reciclagem é mais cara que a disposição e transportes corretos, (3) Alta
disponibilidade, (4) Baixa manutenção, (5) Baixo custo, (6) Consome muita água, (7)
Consome muita energia, (8) É renovável, (9) É reutilizável e/ou reutilizado, (10) Fácil
manuseio, (11) Funciona como isolante térmico e/ou acústico, (12)Gera pouco resíduo,
(13) Necessita de outro material, que pode contaminar o canteiro de obras, (14) Necessita
possuir um treinamento especializado, (15) O material possuí algum selo ambiental, (16)
Pode ocorrer uma parceria com ONG’s, cooperativas, Associações sem fins lucrativos,
(17) Pode ser reaproveitado, (18) Possuí algum material perigoso na composição, (19)
Possuí logística reversa, (20) Requer mais e/ou outros materiais para o acabamento, (21)
Visualmente agradável quando instalado.
Tais parâmetros foram escolhidos visando simplificar a análise de materiais. O
responsável por selecionar os materiais deve analisar individualmente cada material e
assinalar cada linha da planilha uma única vez na melhor resposta para cada parâmetro.
Cada resposta possui um valor diferente e, consequentemente, pode-se originar um
ranking que será resultado da média aritmética simples das notas atribuídas, conforme a
equação 1, a cada parâmetro contido na tabela, sendo os valores de cada parâmetro; 5
(cinco) para excelente, 3 (três) para bom, 1 (um) para regular, -1 (menos um) para ruim e
-3 (menos três) para não existe (tabela 1).
∑ Parâmetro
𝑀= (1)
21
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TABELA 1 – Planilha para a análise dos materiais selecionados
3. Resultados e discussão
Como resultado parcial da pesquisa foi obtido em sua primeira etapa uma maneira
simples de classificar materiais e auxiliar na tomada de decisão, pois ao atribuir valores
(notas) aos materiais e fornecer a possibilidade que ainda criar rankings individuais, como
por exemplo um ranking de materiais com preço classificados como excelente, que
facilitará o entendimento e seleção dos materiais mais adequados às necessidades/
expectativas de cada edificação.
Entretanto durante as tentativas de aplicação da metodologia ocorreu resultados
discrepantes para um mesmo material devido a subjetividade de alguns parâmetros
tornando-se, portanto, necessária uma padronização para a interpretação dos parâmetros
e suas respectivas notas, desta forma a segunda etapa resultou em um guia de como
interpretar os parâmetros e outro de como pontua-los.
359
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3.1 Interpretando os parâmetros
Para auxiliar o uso da tabela na atribuição de notas segue um pequeno roteiro, que
consiste na resposta ideal de cada pergunta para se atribuir nota máxima, juntamente com
pontos que causam a diminuição da nota do material, segue então o roteiro.
Para garantir a nota máxima o preço dividido pelo valor numérico da vida útil
deve ser menor ou igual ao valor de mercado do material tradicional equivalente. Para o
cálculo utilize a fórmula 2.
Vida útil
Durabilidade = (2)
Preço
Para diminuição da nota levar em consideração preços muito elevados que não
condizem com a realidade da obra e/ou do mercado, assim como a durabilidade e/ou a
vida útil do material sustentável ser menor que a do material tradicional.
Para obter a nota máxima o material sustentável deve ser de fácil aquisição não
necessitando esperar longos prazos ou prazos maiores que os do material tradicional
equivalente para obtê-lo. Desta forma o rebaixamento da nota ocorrerá sempre que o
material sustentável possuir um prazo de entrega maior que o do seu equivalente
tradicional e quanto maior esta diferença menor será a nota.
4- Baixa manutenção
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pelo material.
5- Baixo custo
A nota máxima está relacionada ao fato do material ser um produto reciclado e/ou
reutilizado ou com o fato de ser desenvolvido com tecnologias renováveis. A nota diminui
de acordo com a ausência de produtos renováveis e/ou reciclados e produzidos através de
tecnologias não renováveis.
A nota máxima está relacionada ao fato do material quando finalizado seu uso
possui a possibilidade de ser reciclado e/ou reutilizado. A nota diminui conforme a
impossibilidade de se fornecer outro destino ao material que não seja o descarte em aterro.
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Jornada de Gestão e Análise Ambiental da UFSCar
São Carlos, 02-04 de outubro de 2018.
manipular o material escolhido seja simples, não necessitando de maquinário específico
ou de extremo cuidado em que a majoritária mão de obra da construção civil não seja
capaz de lidar com o material. A nota irá decrescer conforme não atendimento dos
requisitos citados anteriormente.
A nota máxima será atribuída quando o material for um isolante térmico e acústico
simultaneamente. Os fatores que descressem a nota é o material ser isolante térmico ou
acústico, ou nenhum dos dois e claro a eficiência do material deve ser levada em
consideração.
O decréscimo da nota ocorre sempre que muitos materiais sejam necessários para
a instalação, caso o material extra possua toxicidade para os trabalhadores e para o meio
ambiente ou que o material necessário seja de valor muito elevado e/ou extremamente
específicos.
Para obter a nota máxima o material selecionado não deve necessitar de nenhum
treinamento ou curso próprio para que possa ser instalado, ou seja, qualquer trabalhador
da área de construção civil deve ser capaz de instala-lo. A nota decairá sempre que for
necessário um curso ou treinamento prévio pago e que a empresa não forneça.
A nota máxima será atribuída sempre que o material possuir um ou mais selos
ambientais reconhecidos, seja em âmbito nacional ou internacional. Lembrando que os
selos ISO são desconsiderados na atribuição da nota e que a mesma pode aumentar ou
362
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São Carlos, 02-04 de outubro de 2018.
diminuir conforme a importância do selo.
16- Pode ocorrer uma parceria com ONG’s, cooperativas, Associações sem fins lucrativos
A nota máxima ocorrerá sempre que o resíduo for destinado para locais,
instituições e funções diferentes do aterro. A nota decresce de acordo com a dificuldade
ou inexistência de parcerias.
A nota máxima ocorrerá sempre que o material puder ser reaproveitado no próprio
canteiro de obras ou para outra destinação em que não seja descartado
desnecessariamente, o decréscimo ocorre sempre com de acordo com a dificuldade e
inexistência de se reaproveitar o material.
A nota máxima sempre será atribuída quando o material possuir uma logística
reversa funcional e a mesma decresce de acordo com a dificuldade ou inexistência da
logística reversa.
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São Carlos, 02-04 de outubro de 2018.
3.2 Como pontuar os materiais
4. Conclusão
Este trabalho busca fornecer uma ferramenta de baixo custo em que seu usuário
não necessite ser especialista no assunto, juntamente com a versatilidade de poder ser
utilizada em construções existentes ou novas, possibilitando assim a garantia do bem-
estar dos usuários da mesma.
Visando analisar a real aplicabilidade desta ferramenta, as próximas etapas do
trabalho consistem em realizar e consolidar os tipos de matérias ditos sustentáveis em que
a nova ferramenta será aplicada possibilitando assim criação de rankings específicos por
364
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São Carlos, 02-04 de outubro de 2018.
tipo de material ou um ranking geral, possibilitando que o responsável pela obra possa
selecionar com maior segurança em quais materiais investir diminuindo os riscos de
adquirir um material dito sustentável e o mesmo não se enquadra nos termos da
sustentabilidade e reduzir o risco de prejudicar trabalhadores que entrem em contato com
o material em questão.
5. Agradecimentos
Referências
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Jornada de Gestão e Análise Ambiental da UFSCar
São Carlos, 02-04 de outubro de 2018.
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366
Universidade Federal de São
Carlos - UFSCar
02 a 04 de Outubro de 2018
ISBN: 978-85-94099-03-7
1. Introdução
2. Material e Métodos
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São Carlos, 02-04 de outubro de 2018.
para este estudo foi “Planejamento”, com os seguintes indicadores:
• Plano de Manejo – Existência e atualidade desse instrumento técnico de
planejamento, características da equipe de planejamento e execução das
ações previstas no documento.
• Programa de Pesquisa – Diretrizes e linhas de ação necessárias ao
cumprimento dos processos relacionados à pesquisa na área, sendo a
estrutura programática e a existência e o grau de execução das metas e
ações estabelecidas critérios indispensáveis a serem avaliados.
A avaliação foi realizada pelos gestores dos Parques por meio de questionários
enviados via web. Os dados obtidos permitiram a construção de uma matriz, na qual os
“totais ótimos” representam a somatória das maiores pontuações possíveis para cada
indicador, correspondendo a 100% do total a ser alcançado. O somatório das pontuações
das respostas ao questionário gerou um “total alcançado”. Comparando esses dois
valores, obtivemos uma porcentagem capaz de averiguar o comportamento dos aspectos
de Planejamento.
A escala de valoração utilizada nesse estudo é adaptada de Faria (2004), que a
adequou em relação às amplitudes dos níveis de manejo apresentados por Cifuentes,
Izurieta e Faria (2000), visando diminuir a rigidez do processo. Assim, a qualidade de
gestão de pesquisa pode variar entre o desempenho “excelente”, quando a UC avaliada
atinge um percentual ≥ 85 do ótimo e o desempenho “muito inferior”, quando o percentual
alcançado é ≤ 40,99.
A Tabela 1 mostra os níveis de qualidade de gestão de pesquisa para os Parques
Estaduais avaliados.
Tabela 1 – Níveis de qualidade de gestão de pesquisa para os Parques Estaduais.
% do total ótimo Nível de qualidade Quantidades de Porcentagem
de gestão pesquisa Parques
≤ 40,99% muito inferior 5 21,74
41 – 54,99 inferior 9 39,13
55 – 69,99 mediano 4 17,39
70 – 84,99 elevado 5 21,74
≥ 85% excelente 0 0
4. Resultados
369
Jornada de Gestão e Análise Ambiental da UFSCar
São Carlos, 02-04 de outubro de 2018.
dos questionários produziu-se o Quadro 1, que apresenta a matriz do grupo Planejamento,
com seus respectivos indicadores e subindicadores associados. Vale salientar que as
questões em branco foram desconsideradas.
QUADRO 1 – Matriz com os dados referentes ao grupo Planejamento, seus indicadores e respectivos
subindicadores.
A seguir, foi elaborada uma matriz mais refinada com os valores dos indicadores
representados pelas médias de seus subindicadores, que retrata a situação do grupo
Planejamento para cada Unidade avaliada (Quadro 2).
370
Jornada de Gestão e Análise Ambiental da UFSCar
São Carlos, 02-04 de outubro de 2018.
QUADRO 2 – Matriz com os valores dos indicadores representados pelas médias de seus subindicadores.
371
Jornada de Gestão e Análise Ambiental da UFSCar
São Carlos, 02-04 de outubro de 2018.
A Figura 1 apresenta a classificação geral dos Parques quanto ao desempenho do
dos indicadores do grupo Planejamento.
FIGURA 1 – Classificação dos Parques quanto ao desempenho dos indicadores do grupo “Planejamento”.
Legenda:
372
Jornada de Gestão e Análise Ambiental da UFSCar
São Carlos, 02-04 de outubro de 2018.
Para os indicadores de Planejamento, a maior parte dos Parques apresentou um
desempenho “muito inferior” (≤ 40,99%), representando 30,43% do total das Unidades
(7 Unidades). Seis Parques ou 26,09% deles obtiveram um desempenho “inferior” (41-
54,99%). 17,39% apresentaram um desempenho “mediano” (55-69,99%), totalizando
quatro Unidades e, por fim, seis Parques obtiveram um desempenho “elevado” (70-
84,99%). Nenhum Parque apresentou um desempenho “excelente” (≥ 85%).
O Parque Estadual do Rio Turvo foi o pior avaliado quanto os indicadores de
Planejamento, provavelmente pelo fato de o gestor da Unidade ter considerado que o
Parque não possui um Plano de Manejo, por tratar-se de um Plano Espeleológico.
Entretanto, esses documentos apresentam Programas de Pesquisa, e, portanto, foram
considerados no estudo.
Não houve diferença discrepante entre o desempenho geral dos indicadores Plano
de Manejo e Programa de Pesquisa (Quadro 2), sendo que o primeiro apresentou um
desempenho “mediano”, posicionado no limite da classe em relação à pontuação obtida
(55 – 69,99), e o segundo teve um desempenho “inferior”, alcançando 45,10% do
percentual ótimo.
A Figura 2 apresenta o desempenho geral dos subindicadores do grupo
Planejamento.
4. Discussão
373
Jornada de Gestão e Análise Ambiental da UFSCar
São Carlos, 02-04 de outubro de 2018.
quanto do Programa de Pesquisa, nos permitindo concluir que, apesar da existência e
atualidade de ambos, representadas por um desempenho “mediano” dos subindicadores
relacionados a esse aspecto, não há garantia de execução das ações previstas, metas e
objetivos estabelecidos. O subindicador relacionado à equipe de planejamento do Plano
de Manejo e do Programa de Pesquisa apresentou um desempenho “elevado”,
demonstrando que a maior parte desses documentos foi elaborada por uma equipe
técnico-científica interdisciplinar com a devida participação da comunidade.
Dentre os Planos de Manejo dos Parques Estaduais avaliados neste estudo, 70%
foram publicados entre 2008 e 2010 e, portanto, o esforço institucional nesse período foi
investido na elaboração desses documentos. Os resultados apresentados evidenciam a
atual necessidade da implementação de estratégias que permitam à gestão das áreas
executar as ações previstas tanto no Plano de Manejo como um todo, quanto nos
respectivos Programas de Pesquisa.
A baixa correlação entre os dois indicadores pode nos revelar a inexistência de
causalidade entre Planos de Manejo e Programas de Pesquisa bem estruturados e um
desempenho satisfatório das ações previstas nesses documentos de planejamento.
4. Conclusões
374
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São Carlos, 02-04 de outubro de 2018.
qualidade, além do processo de deterioração das instituições ambientais. O que se observa
atualmente, no contexto dos Parques Estaduais de São Paulo, é um cenário semelhante.
Visando uma mudança dessa realidade, principalmente no que tange à melhoria
da execução das ações previstas nos Programas de Pesquisa dos Parques, a qualificação
dos recursos humanos nas Unidades mostra-se indispensável para interpretação e total
entendimento do principal documento de planejamento da área. Se as instituições
responsáveis são capazes de criar equipes adequadas e capacitadas para elaboração e/ou
supervisão dos Planos de Manejo, deve-se prever o mesmo empenho na ponta do processo
de gestão, representado pelos técnicos envolvidos nas ações cotidianas das Unidades,
responsáveis pela execução das atividades previstas nos Planos de Manejo.
Agradecimentos
Agradecemos a participação dos gestores dos Parques Estaduais de São Paulo, que
dedicaram um pouco de tempo, em meio às diversas atribuições que lhes competem, para
responderem ao questionário. Agrademos ao Programa de Pós-Graduação em Ciências
Ambientais da Universidade Federal de São Carlos e à Coordenação de Aperfeiçoamento
de Pessoal de Nível Superior (CAPES) pela bolsa concedida.
Referências
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Jornada de Gestão e Análise Ambiental da UFSCar
São Carlos, 02-04 de outubro de 2018.
STAB, S.; HENLE, K. Research, management, and monitoring in protected areas.
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376
Universidade Federal de São
Carlos - UFSCar
02 a 04 de Outubro de 2018
ISBN: 978-85-94099-03-7
1
Universidade Federal de São Carlos, CCBS, Graduação em Ciências Biológicas.
martynguerra@hotmail.com
2
Orientadora, Universidade Federal de São Carlos, CCBS, Departamento de Ciências
Ambientais. acatojo@gmail.com
Resumo: Tendo áreas naturais em sério risco devido ao crescente desmatamento, o Brasil
instituiu o Sistema Nacional de Unidades de Conservação - SNUC, que versa sobre a
criação e manutenção de áreas para conservação dos recursos naturais e da biodiversidade
a eles associada, dividindo as Unidades de Conservação entre as de proteção integral dos
recursos e as de uso sustentável. No Estado de São Paulo atualmente existem 34 Parques
Estaduais, Unidades de Conservação de Proteção Integral, sendo localizados
majoritariamente nas áreas litorâneas do Estado. São Paulo possui remanescentes da Mata
Atlântica em toda sua área, com porções de Cerrado nas áreas centrais e nas divisas com
os Estados de Minas Gerais e Mato Grosso do Sul. A fisionomia presente em maior
número de Parques do Estado de São Paulo é a Floresta Ombrófila Densa, seguida da
Floresta Estacional Semidecidual, considerando a predominância da Mata Atlântica nas
Unidades analisadas. Apenas 4 parques possuíam áreas de Cerrado, o que torna essa
fisionomia ainda mais vulnerável e suscetível à degradação. O SNUC prevê ainda a
elaboração de Planos de Manejo para as Unidades de Conservação, que devem conter
informações detalhadas sobre as características da vegetação presente; porém, apenas 21
dos Parques possuíam esse documento e as informações presentes não eram homogêneas,
tornando necessário realizar pesquisas complementares para o agrupamento dos dados.
378
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São Carlos, 02-04 de outubro de 2018.
Nacional de Unidades de Conservação (SNUC) e regulamenta e categoriza as UC, de
acordo com o uso dos recursos naturais presentes.
As Unidades de Conservação são divididas em duas subcategorias: Unidades de
Conservação de Proteção Integral (UCPI) e Unidades de Conservação de Uso Sustentável
(UCUS). As UCPI são Unidades de Conservação cujo objetivo é conservar os recursos
naturais, não sendo permitida sua exploração direta (Brasil, 2000). Os Parques Nacionais,
Estaduais e Municipais, se enquadram nessa categoria.
A área do Brasil dentro das UC é de 1.550.436 km² e a área total do país de
8.515.759 km² (IBGE, 2017), ou seja, pouco mais de 18% do território nacional estão
dentro de Unidades e a maior parte está nas UCUS, cujos recursos naturais podem ser
explorados (Ministério do Meio Ambiente, 2017).
O Estado de São Paulo apresenta vegetação predominante de Mata Atlântica, do
litoral à região central (Câmara, 1991) e Cerrado na região central e na divisa com Minas
Gerais (Ribeiro et al., 1998). Por ser o Estado que passou pelo processo de
industrialização e urbanização mais acentuado do país, as áreas naturais foram
massivamente degradas e continuam atualmente em constante risco.
São Paulo possui 227 Unidades de Conservação, 97 delas de Proteção Integral
(Ministério do Meio Ambiente, 2017), das quais, 34 são Parques Estaduais. Assim, o
Estado de São Paulo tem papel importante na preservação dos remanescentes de Mata
Atlântica e de Cerrado, por contar com 42% do total de suas UC de usos mais restritivos.
2. Objetivos
3. Material e Métodos
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São Carlos, 02-04 de outubro de 2018.
de Botânica (IB) da Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo, e no Cadastro
Nacional de Unidades de Conservação (CNUC) do Ministério do Meio Ambiente.
Considerando que as áreas naturais do Estado de São Paulo possuem fragmentos
remanescentes de MA e de Ce, a pesquisa utilizou as seguintes palavras-chave:
fitofisionomia, formação vegetal, estrutura vegetal, área, uso da terra, mata, cerrado,
vegetação de savana, formação savânica, floresta, campos e reflorestamento.
A classificação mais utilizada nos PM e em documentos oficiais, fornecidos pelo
IBGE, Ministério do Meio Ambiente (MMA) e demais órgão públicos, é a de VELOSO;
RANGEL FILHO; LIMA (1991). Assim, este documento reproduz essa nomenclatura.
4. Resultados e Discussão
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TABELA 1. Dados referentes aos Parques Estaduais do Estado de São Paulo, seguindo a denominação de
Veloso et al., 1991, para as fitofisionomias.
Parque Estadual Área (ha) Fitofisionomias Plano de
Manejo
1. Aguapeí 9.043,97 MA – FES (Submontana) e Publicado em
Várzeas 2010
2. Alberto Löefgren 174,00 MA – FOD (Submontana) Publicado em
2012
3. ARA 64,30 MA – FES Não Elaborado
4. Campina do 2.359,50 MA – Restinga, Campo de Várzea Publicado em
Encantado e FOD de Terras Baixas 2008
5. Campos do Jordão 8.341,00 MA – FOD (Altomontana) e FOM Publicado em
(Altomontana) 2015
6. Cantareira 7.916,52 MA – FODM, FOD (Submontana Publicado em
e Montana Aluvial) 2009
7. Carlos Botelho 37.644,36 MA – FOD (Altomontana, Publicado em
Montana, Submontana), FOA e 2008
Campo
8. Caverna do Diabo 40.219,66 MA – FOD Montana e Publicado em
Submontana e Campo arbustivo 2010
*PM
Espeleológico
9. Fontes do Ipiranga 562,00 MA – FOD Publicado em
2007
10. Furnas do Bom Jesus 2.069,06 MA - FES e Cerrado Não elaborado
11. Ilha Anchieta 828,08 MA – FOD e Restinga Publicado em
1989
12. Ilha do Cardoso 22.500,00 MA – FOD, Restinga e Publicado em
Manguezal 2001
13. Ilhabela 27.025,00 MA – FOD (de Terras Baixas, Publicado em
Montana, Submontana) e Refúgio 2015
Montano
14. Intervales 46.086,00 MA – FOD (Alto-Montana, Sub- Publicado em
Montana), FOA e FES 2008
15. Itaberaba 15.113 MA – FOD (Montana) Em elaboração
16. Itapetinga 10.191,63 MA Em elaboração
17. Itinguçu 8.134 MA Não elaborado
18. Jaraguá 491,98 MA – FOD com espécies de FES Publicado em
e Cerrado 2010
19. Juquery 1.927,70 MA – FOD (Montana) e Cerrado Não elaborado
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Jornada de Gestão e Análise Ambiental da UFSCar
São Carlos, 02-04 de outubro de 2018.
...continuação da TABELA 1. Dados referentes aos Parques Estaduais do Estado de São Paulo, seguindo
a denominação de Veloso et al., 1991, para as fitofisionomias.
Parque Estadual Área (ha) Fitofisionomias Plano de Manejo
22. Mananciais de 502,96 MA– FOD (Altomontana), Publicado em
Campos do Jordão FOM, CA e Reflorestamento 2015
de Pinnus
23. Marinho da Laje de 5.000,00 Ecossistema Marinho Emergencial,
Santos 2010
24. Morro do Diabo 33.845,33 MA – FES e Cerrado Publicado em
2006
25. Nascentes do 22.268,94 MA - FOD e FES Não elaborado
Paranapanema
26. de Porto Ferreira 611,55 MA – FES e Cerrado Publicado em
2003
27. Prelado 4.693 MA – FOD e FOM, Restinga, Não elaborado
Manguezais e CA
28. Restinga de Bertioga 9.312,32 MA – Restinga e FOD Emergencial,
2014
PM em
elaboração
29. Rio do Peixe 7.720,00 MA – FES e vegetação de Publicado em
várzea 2009
30. Rio Turvo 73.893,87 MA - FOD (Montana e Publicado em
Submontana), e Campos 2010
arbustivos *PM
Espeleológico
31. Serra do Mar 315.390 MA – FOD, Restinga, CA, Publicado em
Manguezal e Várzea 2008
32. Turístico do Alto 35.712,00 MA – FOD / FOA 1a versão - 2010/
Ribeira (PETAR) e versão parcial
(online) – 2016
33. de Vassununga 2.071,42 MA – FES e Cerrado Publicado em
2009
34. Xixová-Japuí 901,00 MA – FOD (Submontana e de Publicado em
terras baixas) 2010
Abreviaturas:
CA – Campos de Altitude;
FES - Floresta Estacional Semidecidual;
FOA - Floresta Ombrófila Aberta;
FOD – Floresta Ombrófila Densa;
FOM – Floresta Ombrófila Mista
382
Jornada de Gestão e Análise Ambiental da UFSCar
São Carlos, 02-04 de outubro de 2018.
descrevem a cobertura vegetal como Floresta Estacional Semidecidual (Pref. Mun. de
Valinhos, 2017).
O PE da Campina do Encantando (PECE) possui grandes áreas inundadas e
fisionomia de Restinga. Há fragmentos de Floresta Ombrófila Densa de Terras Baixas, e
Campos de várzea às margens do Rio Pariquera Mirim (PM PECE, 2008).
O Parque Estadual de Campos de Jordão (PECJ) tem vegetação de Mata Atlântica,
com as formações: Floresta Ombrófila Densa Altomontana, Floresta Ombrófila Mista
Altomontana e Campos de altitude (Refúgio altomontano herbáceo).
A vegetação do Parque Estadual da Cantareira (PEC) é descrita com três
fisionomias principais: Floresta Ombrófila Densa Montana, Floresta Ombrófila Densa
Submontana e Floresta Ombrófila Densa Montana Aluvial (Negreiro et al., 1974).
No Parque Estadual Carlos Botelho (PECB) as formações vegetais são a Floresta
Ombrófila Densa Altomontana, Floresta Ombrófila Densa Montana, Floresta Ombrófila
Densa Submontana, Floresta Ombrófila Densa Paludosa, Floresta Ombrófila Aberta
Montana e Estepe (Ferreira de Lima et al., 2011).
O Parque Estadual da Caverna do Diabo (PECD) compõe o Mosaico do
Jacupiranga. As fitofisionomias principais do PECD são a Floresta Ombrófila Densa
Submontana e Montana e Campos. Ao redor da “Caverna do Diabo” há vegetação
secundária de floresta ombrófila em recuperação (Figueiredo et al., 2010).
No Parque Estadual das Fontes do Ipiranga (PEFI) a vegetação é de Floresta
Ombrófila Densa, com espécies de Floresta Estacional Semidecidual (Tanus et al., 2012).
O Parque Estadual Furnas de Bom Jesus (PEFBJ) tem a vegetação descrita como
Floresta Estacional Semidecidual e fragmentos de Ce no interior (Oliveira-Filho; Fontes,
2000).
O PM do Parque Estadual da Ilha Anchieta (PEIA) descreve a principal formação
florestal como Floresta Perenifólia Higrófila Costeira, e categoriza como “Mata
Latifoliada” Densa, “Mata Latifoliada” Rala , Restinga e Campo Antrópico (PM, 1989).
O PM do Parque Estadual Ilha do Cardoso (PEIC) descreve cinco formações:
Vegetação pioneira de dunas, restinga, floresta pluvial tropical de planície litorânea,
floresta pluvial tropical e mangue (Noffs; Baptista-Noffs, 1982). As florestas pluviais
atualmente são chamadas de Floresta Ombrófila (Coutinho, 2006).
No Parque Estadual Ilhabela (PEIB) a vegetação é de Floresta Ombrófila Densa
de Terras Baixas, Submontana, Montana, Refúgio Montano e Costão Rochoso. A Floresta
Ombrófila Densa Submontana é a maior formação, com 15.593,353 ha (mais que 53%) e
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Jornada de Gestão e Análise Ambiental da UFSCar
São Carlos, 02-04 de outubro de 2018.
mais de 9.597 ha são vegetação original não degradada. A Floresta Ombrófila Densa
Montana ocupa 12.574,858 ha (43% da área total), e é a segunda maior no Parque. A
Floresta Ombrófila Densa de Terras baixas ocupa 333,02 ha, (1,144% da área total). O
Refúgio Montano ocupa 67,6480 (0,232%) e os Campos Antrópicos menos de 2% da área
(PM, 2015).
Com 46.086 ha, o PE Intervales (PEI) tem fitofisionomia predominante de
Floresta Ombrófila Densa Montana. As outras são: a Floresta Ombrófila Densa Alto-
Montana, Floresta Ombrófila Densa Sub-Montana e a Floresta Ombrófila Aberta
Montana (não descrita para o Estado de São Paulo). Existem Campos e Savanas Alto-
Montanas e Antrópicos, e Floresta Estacional Semidecidual (Sallun; Sallun Filho, 2009).
Para o PE Itaberaba (PEIT) a vegetação da Unidade é descrita como Floresta
Ombrófila Densa Montana com diferentes portes arbóreos (Pellin, 2010).
A vegetação do PE do Itapetinga (PEITP) é composta por Floresta Ombrófila
Densa Montana, na maior parte da UC, e a Montana de Mata Baixa, na Pedra Grande
(Pellin, 2010).
O PE Itinguçu (PETI) pertence ao Mosaico de UC de Juréia-Itatins (MUCJI),
assim como o PE do Prelado (PEP). Levantamentos sobre espécies vasculares mostram
defasagem nas informações dos Parques do Mosaico (Colli-Silva et al., 2016).
O PE do Jaraguá (PEJ) tem a vegetação majoritariamente de Floresta Ombrófila
Densa com espécies de Floresta Estacional Semidecidual. Na região de solo raso ocorrem
algumas espécies típicas de Ce (Souza et al., 2009).
O PE Juquery (PEJU) não possui PM. A vegetação é de Floresta Ombrófila Densa
Montana (Kronka et al., 2005) e existem fragmentos de Cerrado na área (Baitello, 2013).
O PE Jurupará (PEJUR) apresenta as fitofisionomias de: Floresta Ombrófila
Densa Montana, ocupando 20.969,38 ha, a Submontana, em 630,56 ha e vegetação de
afloramento rochoso e reflorestamento. Atividades antrópicas ocupam área de 2.900,85
ha, mais que 11% do Parque (Santiago; Gallo, 2011).
O PE Lagamar de Cananéia (PELC) é um dos três Parques do Mosaico do
Jacupiranga. No PELC existem fisionomias de Restinga e Manguezal, mas predomina a
Floresta Ombrófila Densa Montana (FF, 2017).
O PE dos Mananciais de Campos de Jordão (PEMCJ) apresenta as formações de
Floresta Ombrófila Densa Altomontana, ecótono entre Floresta Ombrófila Mista e
Floresta Ombrófila Densa Altomontana. Existem fragmentos de Pinus (Silva et al., 2007).
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Jornada de Gestão e Análise Ambiental da UFSCar
São Carlos, 02-04 de outubro de 2018.
O PE Marinho da Laje de Santos (PEMLS) é o primeiro Parque estadual marinho
de São Paulo. Possui um PM Emergencial, que descreve a vegetação como não
significativa.
O PE do Morro do Diabo (PEMD) possui vegetação de Floresta Estacional
Semidecidual, com um pequeno fragmento de Ce (Faria, 2006).
Criado em 2012, o PE das Nascentes do Paranapanema (PENP) não possui PM.
As formações vegetais presentes na área são Floresta Ombrófila Densa Montana
(19.011,86 ha – 74,15% da área total), Floresta Ombrófila Densa Alto-Montana (731,70
ha – 2,85%), Floresta Ombrófila Densa Aluvial (87,15 ha – 0,34%), Floresta Ombrófila
Aberta com bambus (4.131,24 ha – 16,11% do total) e a área restante tem reflorestamento
(Martensen, 2012).
O PE de Porto Ferreira (PEPF) possui as fisionomias de Floresta Estacional
Semidecidual (69,6% da área – 425,63 ha), e Cerrado (30,4% – 185,92 ha), com todas as
fitofisionomias (Tabanez et al., 2003).
O PE da Restinga de Bertioga (PERB) possui um PM Emergencial, de 2014. A
fisionomia predominante é a Restinga, mas também é encontrada Mata de encosta e
Floresta Ombrófila Densa (Moura Banzato et al., 2013).
O PE Rio do Peixe (PERP) possui vegetação de Floresta Estacional Semidecidual.
A vegetação de várzea ocupa 2.293,22 ha, quase 30% do PERP. O Parque tem mais de
2.045 ha de Campo Antrópico (26,5% do território) e uma área com cana-de-açúcar
(3,4%) (PM, 2009).
O PE do Rio Turvo (PERT) também integra o Mosaico Jacupiranga. Possui um
Plano de Manejo Espeleológico. A vegetação é majoritariamente formada pelas Florestas
Ombrófila Densa Submontana e Montana e nas encostas há Campos arbustivos (Paixão,
2010).
O PE da Serra do Mar (PESM) é dividido em 11 núcleos, mas apenas 8 núcleos
integram o PM. O PESM se estende por todo o litoral do Estado e apresenta muitas
formações vegetais, desde Floresta Ombrófila Densa Montana, Submontana, de Terras
Baixas, Estepe, Campos de altitude, Restinga e Manguezal.
Conhecido como PETAR, o Parque Estadual Turístico do Alto Ribeira tem
fitofisionomia predominante de Floresta Ombrófila Densa e Floresta Ombrófila Aberta
(Ivanauskas et al., 2012).
O PE de Vassununga (PEV) é dividido em 6 glebas: “Pé-de-Gigante” (1.212,92
ha), “Capão da Várzea” (12,18 ha), “Capetinga Leste” (231,06 ha), “Capetinga Oeste”
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Jornada de Gestão e Análise Ambiental da UFSCar
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(331,24 ha), “Praxedes” (152,50 ha) e “Maravilha” (131,52, ha). A Gleba “Pé-de-
Gigante”, com 58,55% da área total, tem vegetação típica de Ce, com trechos de Floresta
Estacional Semidecidual Montana; as outras Glebas possuem remanescentes de Floresta
Estacional Semidecidual (Bertoni et al., 1986).
O PE Xixová-Japuí (PEXJ) possui território terrestre e marinho. Na porção
terrestre a vegetação é de Floresta Ombrófila Densa Submontana e Floresta Ombrófila
Densa de Terras Baixas. Do total, 4,85 ha possuem sedimentos marinhos recentes com
vegetação arbórea/arbustiva (PM, 1997).
A maior parte das UC do Estado de São Paulo se encontra na porção litoral ou
proximidades, na região remanescente de Mata Atlântica.
A Tabela 2 mostra que a fisionomia mais comum entre os Parques é a Floresta
Ombrófila Densa, encontrada em 24 dos 34 Parques. A Floresta Estacional Semidecidual
é a segunda mais comum, presente em 9 Parques, seguida da vegetação de Restinga, em
6 Parques, e de Cerrado, em 4 Parques. Nenhum Parque apresenta Floresta Estacional
Decidual.
TABELA 2. Fitofisionomias presentes nos Parques Estaduais do Estado de São Paulo.
Fitofisionomia Parques Estaduais
PEAL / PECJ / PEC / PECB / PECD / PECE / PEFI / PEI / PEIA / PEIB /
Floresta Ombrófila Densa PEIC / PEIT / PEITP / PEJ / PEJU / PEJUR / PELC / PEMCJ / PENP / PERB
PERT / PESM / PETAR / PEXJ
Floresta Ombrófila Mista PECJ / PEMCJ
Floresta Ombrófila Aberta PEI / PENP / PETAR / PECB
Floresta Estacional Semidecidual PEA / PEARA / PEFBJ / PEI / PEJ / PEMD / PEPF / PERP /PEV
Floresta Estacional Decidual -
Restinga PECE / PEIA / PEIC / PELC / PESM / PERB
Várzea PEA / PERP
Manguezal PEIC / PELC / PESM
Cerrado PEJU / PEMD / PEPF / PEV
Dos que têm Plano de Manejo, apenas 3 possuem vegetação cerrado: PEMD,
PEPF e PEV. O PM do PEMD não quantifica as áreas; o do PEPF apresenta 185,92 ha e
o PM do PEV indica uma área de 1.212,92 ha; somadas, há menos de 2.000 hectares de
vegetação de Cerrado protegidos dentro dos Parques Estaduais.
Dos Parques analisados, apenas 9 possuíam informação detalhada sobre as
fisionomias, com porcentagens de áreas ocupadas: PEA, PEIB, PEJUR, PEMD, PEPF,
PENP, PERP e PEV. Com exceção do PENP, essas informações estavam nos PM. O fato
de os Planos de Manejo apresentarem essas informações demonstra sua importância para
a caracterização da vegetação das Unidades.
386
Jornada de Gestão e Análise Ambiental da UFSCar
São Carlos, 02-04 de outubro de 2018.
Porém, as informações presentes nos Planos de Manejo são incompletas, e apesar
de todos trazerem a caracterização das fisionomias presentes nas áreas, apenas 8 dos 21
Planos traziam informações com descrição da vegetação e da quantidade de área coberta,
deixando incompleta a caracterização dessas Unidades de Conservação.
5. Conclusões
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Silva, Fabio L.1; Stefani, Marta S.2; Cunha-Santino, Marcela B.3; Bianchini Júnior,
Irineu 4
Smith, Welber S. 5
1
Programa de Pós-Graduação em Ecologia e Recursos Naturais, Universidade
Federal de São Carlos, São Carlos-SP, Brasil. E-mail: fabioleodasilva@gmail.com
2
Programa de Pós-Graduação em Ciências da Engenharia Ambiental, Universidade de
São Paulo, Itirapina-SP, Brasil. E-mail: ma_stefani@hotmail.com.
3
Universidade Federal de São Carlos; Departamento de Hidrobiologia; Laboratório de
Bioensaios e Modelagem Matemática; Programa de Pós-Graduação em Ecologia e
Recursos Naturais, São Carlos-SP, Brasil. E-mail: cunha_santino@ufscar.br.
4
Universidade Federal de São Carlos; Departamento de Hidrobiologia; Laboratório de
Bioensaios e Modelagem Matemática; Programa de Pós-Graduação em Ecologia e
Recursos Naturais, São Carlos-SP, Brasil. E-mail: irineu@ufscar.br.
5
Universidade Paulista (campus Sorocaba-SP); Laboratório de Ecologia Estrutural e
Funcional; Programa de Pós-Graduação em Ciências da Engenharia Ambiental,
Universidade de São Paulo, Itirapina-SP, Brasil. E-mail: welber_smith@uol.com.br.
Muitos esforços têm sido direcionados para a preservação das áreas úmidas nos
últimos anos, porém esses ecossistemas encontram-se entre os mais ameaçados na
atualidade, principalmente pela perda de qualidade da água, destruição dos habitats,
rupturas em sua continuidade e redução dos serviços ambientais fornecidos por essas
áreas (MA, 2005; SECRETARIAT OF THE CONVENTION ON BIOLOGICAL
DIVERSITY, 2014). Segundo Davidson (2014), aproximadamente 87% das áreas úmidas
globais foram perdidas entre o período que compreende 1700 EC e os dias atuais, porém
os maiores níveis de perdas ocorreram no século passado (64 - 71%). O agronegócio e a
urbanização surgem como os principais diretores do processo de conversão das áreas
úmidas, dada a necessidade de se fornecer alimentos e abrigo para uma crescente
população urbana (MA, 2005; CHARLES et al., 2010; SECRETARIAT OF THE
CONVENTION ON BIOLOGICAL DIVERSITY, 2012).
Diante da necessidade de lidar com o comprometimento dos ecossistemas de áreas
úmidas, a formulação de medidas começa a ser fomentada, bem como políticas públicas
ambientais. Nesse sentido, destaca-se o Plano Estratégico para a Biodiversidade 2011 -
2020, estabelecido pela Conservação sobre Diversidade Biológica (CDB), cujo principal
intuito é a redução da depledação dos ecossistemas naturais que são responsáveis pela
provisão de serviços ambientais essenciais para a humanidade (CBD, 2010). O Plano
Estratégico (2016 - 2014) elaborado pela Convenção RAMSAR em 2015, também trata-
se de uma das medidas que visam auxiliar na preservação das áreas úmidas, visto que
estabelece a necessidade de suas partes "prevenir, parar e reverter a perda e degradação
das zonas úmidas" (CONVENÇÃO RAMSAR, 2015).
Apesar de formalmente assumir o compromisso de cumprir esses acordos
internacionais, o Brasil parece desrespeitar essas medidas, dada a adoção de iniciativas
governamentais que desrespeitam o conteúdo dessas políticas e favorecem à expansão da
rede hidrelétrica e o desenvolvimento da aquicultura (LIMA JUNIOR et al. 2016). A Lei
de Proteção da Vegetação Nativa - LPVN (Lei Federal 12.651/2012), norma que versa
sobre ecossistemas terrestres e suas interfaces com os ambientes aquáticos, trata-se de um
mecanismo precário e isento de uma abordagem ecologicamente embasada para proteger
nossas áreas úmidas (PIEDADE et al., 2012; BRANCALION et al., 2016). Este
dispositivo permite a antropização de áreas naturais, anteriormente protegidas pelo
Código Florestal de 1965 (Lei Federal nº 4.771/1965), favorecendo o agronegócio e o
392
Jornada de Gestão e Análise Ambiental da UFSCar
São Carlos, 02-04 de outubro de 2018.
progresso do desenvolvimento em todo o país, uma vez que por meio de uma redação
menos restritiva em alguns aspectos e mais permissiva em outros (e.g. o pulso de
inundação não é considerado na delimitação das áreas de preservação permanente).
Tendo como base o arcabouço jurídico brasileiro, percebe-se que a política urbana
pode auxiliar a preencher a lacuna existente na LPVN, no que refere-se à proteção das
áreas úmidas. O Estatuto da Cidade (Lei Federal 10.257/2001) é o mecanismo que regula
a política urbana brasileira, define instrumentos para o planejamento urbano e orienta o
desenvolvimento das cidades (PLÉROLA & ALMEIDA, 2016) em todo o território
nacional. Um dos instrumentos que merece destaque é o Plano Diretor, instrumento que
desempenha um importante papel no processo de desenvolvimento das cidades,
organização espacial de todo território do município, promoção da função social e direito
à realização da cidade (CARVALHO & RODRIGUES, 2017).
O Plano Diretor trata-se de um instrumento com força de lei, dada a sua aprovação
pelos mebros do conselho municipal. Tal mecanismo abrange todo o território municipal
(i.e. áreas urbanas e rurais) e fornece elementos que favorecem o gerenciamento do
município. Buscando realizar a verificação da concretização dos objetivos e o
estabelecimento de novos, uma revisão do Plano Diretor é exigida a cada dez anos. Tendo
como base o seu caráter estratégico, entende-se que esse instrumento de política urbana
pode trazer elementos que favoreçam a gestão dos ecossistemas de áreas úmidas no nível
local.
Diante do exposto, nota-se que as políticas públicas ambientais internacionais
podem influenciar no processo de desenvolvimento em todos os níveis (i.e. nacional,
estadual e local). Sendo assim, é imprensidível a realização de uma análise cuidadosa dos
impactos ambientais adversos na formulação da ação estratégica (MORTBERG et al.,
2008). Portanto, existe a necessidade da implementação de uma proteção ambiental que
seja efetiva e voltada para os ecossistemas de áreas úmidas (SCHULZ et al., 2014). Nesse
contexto, a Avaliação Ambiental Estratégica (AAE) de planos, programas e políticas
pode contribuir no levantamento das principais implicações das ações governamentais e
alternativas que possibilitem um desenvolvimento ambientalmente sustentável,
prevenindo a ocorrência de interferências antrópicas na saúde coletiva e deterioração dos
ecossistemas (BINA et al., 2011; DOREN et al., 2012).
A AAE pode contribuir na gestão das zonas úmidas em nível local, já que contribui
para a proteção de características essenciais (e.g. socioculturais, ecológicas), além de
influenciar a tomada de decisão, principalmente no que refere-se aos recursos naturais e
393
Jornada de Gestão e Análise Ambiental da UFSCar
São Carlos, 02-04 de outubro de 2018.
serviços ambientais (HETTIARACHCHI et al., 2014; GENELETTI, 2015; LAVOIE et
al., 2016). Tendo os diferentes contextos de desenvolvimento e assumindo a estrututa
clássica da AEE como premissa, elaborou-se uma estrutura conceitual para inserir os
ecossistemas de áreas úmidas no processo de desenvolvimento. Características ecológicas
e elementos normativos na estrutura da AAE (THERIVEL, 2004) foram incluídos,
considerando todas as etapas e buscando integrar decisões estratégicas e políticas durante
o manejo de áreas úmidas.
2. Material e métodos
3. Resultados e discussão
Uma estrutura contendo cinco etapas para integrar o manejo de áreas úmidas no
contexto da AAE (Figura 1) foi desenvolvida. Tal estrutura permite a integração de
elementos dos diferentes níveis de governança (e.g. nacional, estadual, local), assim como
favorece a inserção de políticas internacionais. A abordagem adotada, permite a
integração dos serviços ambientais fornecidos pelas áreas úmidas no processo, situação
394
Jornada de Gestão e Análise Ambiental da UFSCar
São Carlos, 02-04 de outubro de 2018.
também explorada por Geneletti (2015).
Primeiramente, é preciso identificar um levantamento das principais fontes de
ação estratégica que influenciam no processo de desenvolvimento, incluindo a legislação
relacionada com os ecossistemas de áreas úmidas. Esse levantamento possibilita
identificar os elementos afetados pela implementação de mecanismos e ações
reguladoras, além dos elementos que precisam ser listados no escopo. O início da etapa
pode ocorrer mediante a identificação dos principais usos antropogênicos das áreas
úmidas (e.g. econômico, educacional e cultural). A existência de experiências prévias
contribui para o ajuste e formulação de estratégias, contudo, é indispensável a
consideração da base institucional para a promoção da AAE em cada contexto.
FIGURA 1 - Estrutura conceitual para integrar o manejo das áreas úmidas na AAE. Fonte: Silva
(2018)
395
Jornada de Gestão e Análise Ambiental da UFSCar
São Carlos, 02-04 de outubro de 2018.
riscos de conversão em outros usos da terra) para o processo.
A obtenção da linha base é um fator de extrema importância, visto que auxilia na
identificação da situação atual dos ecossistemas de áreas úmidas e serve como base para
o desenvolvimento das etapas seguintes.
A etapa seguinte demanda uma consulta especializada, já que todo efeito benéfico
e adversos relacionados com o processo de desenvolvimento devem ser identificados.
Medidas de ação com foco nas necessidades reais da população e que respeitem o
funcionamento dos sistemas ecológicos devem ser consideradas. O emprego de
indicadores é essencial, pois permitem verificar se a efetivação das medidas está
ocorrendo de fato, porém eles devem ser adequados ao contexto e objetivos.
A comparação das alternativas deve ocorrer somente quando todos os impactos
decorrente do processo de desenvolvimento forem identificados. Nota-se a existência de
uma forte relação dessa etapa com os dados da linha base e o instrumento de política
ambiental Avaliação de Impacto Ambiental (AIA). Somente devem ser selecionadas
aquelas medidas que de fato mitiguem os impactos adversos e potencializem os benéficos,
preservando assim os ecossistemas naturais e não alterando significativamente os
objetivos da ação estratégica.
A aplicação da AAE voltada aos ecossistemas de áreas úmidas demanda uma boa
compreensão desse instrumento, situação que faz necessário uma boa avaliação do
documento gerado e o estabelecimento de conexões com todos os níveis de decisão
(FISCHER, 2010; BINA et al., 2011). Nesse passo, deve-se verificar se o processo de
desenvolvimento está sendo promovido sem o comprometimento da integridade
ecológica dos sistemas de áreas úmidas mediante o emprego de indicadores (e.g.
FISCHER, 2010).
A consulta pública é um aspecto importante que oferece a possibilidade de incluir
algumas características socioeconômicas essenciais, necessidades vitais das partes
interessadas e possíveis problemas não levantados pelos especialistas. Problemas podem
ser evitados ou simplificados e o bem-estar da população tem mais chances de ser
assegurado de forma efetiva. Também é importante a consulta específica de organizações,
como seção de gerenciamento ambiental pertinente, ou o departamento responsável pelo
uso dos recursos naturais. A participação do Comitê de Bacia Hidrográfica é essencial
nessa fase, visto que trata-se de um órgão formado pela academia e a sociedade civil
organizada.
Dada a sua capacidade de sintetizar informações, os indicadores auxiliam na
396
Jornada de Gestão e Análise Ambiental da UFSCar
São Carlos, 02-04 de outubro de 2018.
verificação da implementação de cada etapa descrita anteriormente. Na AAE, os
indicadores são uma ferramenta que são úteis de maneira técnica e comunicativa (GAO
et al., 2017), visto que possibilitam a difusão de informações para o público. Pensando
no contexto apresentado, indicadores passíveis de serem utilizados são apresentados na
Tabela 1. O principal intuito foi maximizar os esforços voltados para o gerenciamento
das áreas úmidas, bem como o emprego de elementos que refletem a assiduidade das
metas durante a implementação da ação estratégica.
A estrutura desenvolvida permite o atendimento dos objetivos estabelecidos nas
conferênciais internacionais, a abordagem adotada permite a promoção da proteção dos
ecossistemas de áreas úmidas e o processo de deselvolvimento, salvaguardando a
prestação de serviços dos ambientais e favorecendo a conservação da diversidade
biológica. A consideração de todos os elementos influenciadores (e.g. políticas, planos)
no momento da formulação da ação estratégica e experiências anteriores contribuem para
o adequado gerenciamento das áreas úmidas (Figura 2) e reversão do cenário de
degradação.
FIGURA 2 - Ação estratégica e o manejo das áreas úmidas. Fonte: Adaptado de Silva (2018).
397
Jornada de Gestão e Análise Ambiental da UFSCar
São Carlos, 02-04 de outubro de 2018.
TABELA 1 - Indicadores para auxiliar na implementação da estrutura conceitual
Fase Indicador Descrição Referência
Sistema de grade baseado na performance do
1 Score qualitativo trabalho, onde é possível atribuir notas de A a G, de Fischer (2010)
acordo com o a qualidade do atendimento
Determina as funções das várzeas e sua condição
ambiental, indicando áreas prioritárias e
Avaliação Funcional do
características ambientais importantes (funções WPEM (2009)
Processo
hidrológicas, sítios RAMSAR) necessárias para a
baseline e análise dos serviços ambientais
Permite um processo de análise multicritério e
fornece o valor ecológico das várzeas após alguns
ajustes, bem como a conectividade e integridade
2 Valor Ecológico Lavoie, Deslandes, Proulx
desses sistemas. É possível identificar áreas (2016)
(MACBETH)
prioritárias para manejo ou proteção e o
estabelecimento de parâmetros para a análise
multicritério
E.g. CCME (1995); Resolução
Permite a comparação entre as áreas mediante os CONAMA n° 355 (Brasil,
Guidelines e valores de
valores adotados como referência para as varáveis 2005); Mecanismos
background regulatórios de agências
limnológicas
ambientais
E.g. Indicadores (Sanchez,
2013), Matrizes de Impacto
Determinação de toda a extensão do impacto, assim (Fisher, 2004), Ároves de
Descritivo, analítico e/ou Impacto (Fisher, 2009),
3 como os impactos significativos e formas de Geoprocessamento (e.g. Silva
métodos de envolvimento
mitigação et al. 2017), Avaliação de
Risco Ecológico (ARE), Ad
hoc consultation
Tiering, Hierarquia das Identificação de alternativas apropriadas e
4 E.g. Therivel (2004)
alternativas atendimento das necessidades reais
Fornece elementos essenciais para verificar a
Critério de performance IAIA (2002)
efetividade da AEE
E.g. Índice de Qualidade da
Água (Cvetkovic & Chow-
5 Índices limnológicos, Fornecem informações sobre o estado atual das Fraser, 2011), Índice de
modelos e estrutura da várzeas e facilita a divulgação das informações, geoacumulação (Muller, 1969),
comunidade bem como a sua síntese Estrutura da comunidade de
macroinvertebrados (Hepp et
al. 2010, Allan et al. 2012)
Fonte: Adaptado de Silva (2018)
4. Considerações Finais
398
Jornada de Gestão e Análise Ambiental da UFSCar
São Carlos, 02-04 de outubro de 2018.
desenvolvimento da região de interesse. O sucesso da aplicação da estrutura dependende
da vontade política e da provisão de recursos, materiais e humanos, para a sua
implementação.
5. Agradecimentos
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Universidade Federal de São
Carlos - UFSCar
02 a 04 de Outubro de 2018
ISBN: 978-85-94099-03-7
1
Discente em Gestão e Análise Ambiental, Universidade Federal de São Carlos.
carol.pardi@outlook.com;
² Discente em Gestão e Análise Ambiental, Universidade Federal de São Carlos.
giovannacreis@gmail.com;
³ Discente em Gestão e Análise Ambiental, Universidade Federal de São Carlos.
paulo.fdaniel@yahoo.com.br;
1. Introdução
403
Jornada de Gestão e Análise Ambiental da UFSCar
São Carlos, 02-04 de outubro de 2018.
Dependendo da característica principal do parque urbano sua função será definida,
classificando-o como recreativo, social, cultural, econômico, educacional ou ambiental
(RIBEIRO, 1998), desta forma é essencial um estudo tanto das características do parque
em si quanto da população ao redor do mesmo.
A criação desses Parques Urbanos gera jurisprudência para uma proposta de
Zoneamento Ambiental nessas áreas, que contribuirá para a preservação local e a
conservação dos processos ecológicos existentes, assegurando benefícios à qualidade de
vida da população. Considerando esses fatores, este trabalho tem como objetivo propor o
zoneamento interno para o Parque Santa Marta e o Bosque Cambuí, definindo diretrizes
para o uso e ocupação do solo, controlando a impacto sobre o ambiente natural ao mesmo
tempo que incentiva uma aproximação da população ao local.
2. Metodologia
O Parque Santa Marta se encontra dentro da cidade de São Carlos em meio à área
urbana, sendo um pedaço da Floresta Estacional Semidecídua. É uma área de
aproximadamente 2,7 ha, pertencentes à antiga Fazenda Santa Adele, que foi dividida em
lotes menores para a formação do Bairro Parque Santa Marta, na zona norte da cidade.
Apesar de o entorno do bairro apresentar alto índice de urbanização, o verde nos
parques é bem conservado, com a presença de diferentes tipos de vegetação,
exemplificado no araçá-roxo, fruta-de-pomba, cambuí, canela-sassafrás, peroba-poca,
jacarandá-paulista, tarumã, jequitibá-branco, jatobá, ipê-felpudo, canela-batalha e outras
mais. Em alguns locais do Parque essas interações, fauna-flora, nem sempre ocorrem
porque foram áreas muito desmatadas por ações antrópicas. O local é público e portanto,
de acesso livre a todos que queiram visitá-lo, e como um grande número de pessoas visita
o lugar ocorrem alguns problemas: o pisoteamento de mudas jovens, o afugentamento de
aves e pequenos animais e a retirada de algumas espécies, principalmente orquídeas,
bromélias e cactos pois os visitantes levam para suas casas na intenção de usá-las como
objetos decorativos. Para tentar melhorar essa situação, a Associação dos Moradores do
bairro fez algumas melhorias no local, como a instalação de uma cerca em volta de uma
porção da área para impedir a entrada de carros, implantação de placas de identificação
nas árvores, a definição de trilhas para proteger e manter a integridade do local e plantios
coletivos de espécies nativas. Eventos didáticos e comemorativos são realizados para
404
Jornada de Gestão e Análise Ambiental da UFSCar
São Carlos, 02-04 de outubro de 2018.
promover uma maior conscientização do público à respeito do Parque e a importância em
preservar áreas como o mesmo, o que auxilia na preservação ambiental de forma geral.
Essas atividades vêm sendo realizadas desde 1994 e já contribuíram para a recuperação
de áreas degradadas e melhoria do aspecto geral do local.
O Parque Cambuí é uma área pública municipal do bairro Parque Santa Marta,
tendo aproximadamente 4 ha originários da mata ciliar dos mananciais urbanos da
microbacia do córrego Santa Maria do Leme e do seu afluente Cambuí. Por iniciativa dos
moradores desta região iniciou-se na década de noventa um processo de restauração,
reabilitação e recuperação da área pública. Atualmente a área em recuperação possui uma
trilha com percurso de 1.500 m adequado para Educação Ambiental e o resultado deste
trabalho de recuperação florestal é visível, as árvores estão desenvolvidas, sequência de
florações e frutificações e os animais retornaram em busca de alimentos e abrigo. A
existência deste patrimônio público só é possível graças à conscientização, a
solidariedade e a participação de pessoas, que por meio de suas demonstrações de
cidadania, promoveram este trabalho de recuperação florestal no Parque Cambuí.
2.2. Métodos
3. Resultados e Discussão
3.1. Zoneamento
405
Jornada de Gestão e Análise Ambiental da UFSCar
São Carlos, 02-04 de outubro de 2018.
Diante da análise de mapas e entrevistas e visita de campo, o zoneamento interno
é proposto baseado no roteiro metodológico do IBAMA, buscando utilizar as
classificações de zoneamento de unidades de conservação para a aplicação nos Parques
Urbanos em estudo, sendo que quatro principais zonas são destacadas: Zona Intangível,
Zona de Uso Intensivo, Zona de Uso Extensivo e Zona de Uso Especial, definidas como:
I - Zona Intangível
É aquela onde a primitividade da natureza permanece o mais preservada
possível, não se tolerando quaisquer alterações humanas, representando o mais
alto grau de preservação. Funciona como matriz de repovoamento de outras
zonas onde já são permitidas atividades humanas regulamentadas. Esta zona é
dedicada à proteção integral de ecossistemas, dos recursos genéticos e ao
monitoramento ambiental. O objetivo básico do manejo é a preservação,
garantindo a evolução natural.
II- Zona de Uso Extensivo
É aquela constituída em sua maior parte por áreas naturais, podendo apresentar
algumas alterações humanas. Caracteriza-se como uma transição entre a Zona
Primitiva e a Zona de Uso Intensivo. O objetivo do manejo é a manutenção de
um ambiente natural com mínimo impacto humano, apesar de oferecer acesso
aos públicos com facilidade, para fins educativos e recreativos.
III- Zona de Uso Intensivo
É aquela constituída por áreas naturais ou alteradas pelo homem. O ambiente
é mantido o mais próximo possível do natural, devendo conter: centro de
visitantes, museus, outras facilidades e serviços. O objetivo geral do manejo é
o de facilitar a recreação intensiva e educação ambiental em harmonia com o
meio.
IV - Zona de Uso Especial
É aquela que contêm as áreas necessárias à administração, manutenção e
serviços da Unidade de Conservação, abrangendo habitações, oficinas e outros.
Estas áreas serão escolhidas e controladas de forma a não conflitarem com seu
caráter natural e devem localizar-se, sempre que possível, na periferia da
Unidade de Conservação. O objetivo geral de manejo é minimizar o impacto
da implantação das estruturas ou os efeitos das obras no ambiente natural ou
cultural da Unidade. (IBAMA, 2002)
406
Jornada de Gestão e Análise Ambiental da UFSCar
São Carlos, 02-04 de outubro de 2018.
As áreas foram delimitadas a partir de uma análise entre as entrevistas, ou seja, a
vontade da população do entorno, e as possibilidades de proteção do meio ambiente.
Desta forma, viabilizou a recreação com a conservação à partir dos espaços mais
favoráveis para cada tipo de uso.
As áreas com maior uso da população foi classificada como Zona de Uso Intensivo,
permitindo diversos tipos de atividades, aproximando dessa maneira o homem e a
natureza. As áreas nas quais houve um maior receio da população referente ao mau uso
do local foram classificadas como Zona de Uso Extensivo, pois permite a transição de
pessoas no local, porém não dá abertura para certos tipos de atividades prejudiciais ao
meio ambiente.
A região interna da Zona de Uso Extensivo foi classificada como Zona Intangível para
evitar a entrada da população a fim de preservar a natureza sem nenhum tipo de
intervenção humana.
Já as Zonas de Uso Especial foram classificadas dessa maneira para abrir um espaço
que futuramente se destinará a sede do local, e possibilitará edificações, principalmente
para o administrativo do parque com uma área de 0,0019km².
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A ciclovia possui um total de 5,2 km no perímetro do parque, circundando a Zona de
Uso Intensivo (0,13 km²) e a Zona de Uso Extensivo (0,19km²). A Zona Intangível possui
cerca de 0,056km², de forma que essa zona encontra-se no interior da zona de Uso
Extensivo, devido ao objetivo de alta conservação.
As discussões realizadas mostram que a localização dos Parques são muito
próximas da área urbana da cidade, especificamente dentro de zonas residenciais, com
um fluxo intenso de moradores dos arredores, dessa forma o zoneamento define todas as
áreas abrangidas e as possíveis expansões.
Uma das zonas dentro do Parque é a Zona de Uso Intensivo, que são as áreas com
maior utilização pela população. A Zona de Uso Extensivo são as áreas que tiveram
maior descrença por parte da população em relação ao mau uso do local. A Zona
Intangível é uma parte interna da Zona de Uso Extensivo, que foi classificada desta
maneira para evitar o contato intensivo da população, com a intenção de preservar a
natureza. As Zonas de Uso Especial receberam essa classificação para que futuramente
seja um espaço para sede do local.Foi sugerido também a implementação de uma Ciclovia
que vai circundar a Zona de Uso Intensivo, a Zona de Uso Extensivo e consequentemente
a Zona Intangível dentro da zona de Uso Extensivo.
4. Conclusão
O uso intensivo dos recursos naturais que ocorreram nos últimos séculos aliado
ao crescimento urbano desenfreado das cidades, contribuiu de forma significativa para a
diminuição e degradação do meio ambiente, portanto os Parques Urbanos que formaram
o corpus deste trabalho são a alternativa encontrada para todas as questões ligadas a perda
dos recursos naturais que antes existiam, devolvendo assim o equilíbrio necessário.
Visando toda a importância deste tema, o projeto tem como finalidade propor e
auxiliar a melhoria da qualidade de vida e bem estar da população, preservando algumas
das áreas verdes existentes no município. O zoneamento restringe o acesso a algumas
áreas para manter o ambiente natural com o mínimo de impacto humano, além de
colaborar com futuras propostas de aperfeiçoamento local. Por se tratar de um direito civil
previsto em constituição e de preocupação atual e comum a todos os cidadãos
apresentamos essa proposta de zoneamento visando contribuir com o uso consciente do
parques pela população local, gerando assim benefícios à natureza e ao homem.
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Jornada de Gestão e Análise Ambiental da UFSCar
São Carlos, 02-04 de outubro de 2018.
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02 a 04 de Outubro de 2018
ISBN: 978-85-94099-03-7
Cerqueira, João V. B.
Catojo, Adriana M. Z.
Resumo: O presente trabalho teve como objetivo realizar pesquisas acerca dos Planos de
Manejo (PM) dos Parques Estaduais de São Paulo e criar um Banco de Dados (BD)
atualizado desses documentos, com base nas pesquisas realizadas nos órgãos
governamentais que gerenciam essas Unidades de Conservação (UC). Esses documentos
são extremamente importantes para o gerenciamento das Unidades e muitas vezes
encontram-se dispersos em diversos sítios, sendo difícil obter as informações necessárias
às pesquisas que se pretende realizar nas Unidades. Colecionados os documentos, foram
obtidas informações, em pdf, dos limites desses Parques Estaduais e de suas Zonas de
Amortecimento, que foram georreferenciadas e digitalizadas para integrar esse BD. Para
a atualização dessas informações foram criados vetores utilizando o software ArcGis
(10.2.2). Apenas algumas dessas Unidades trazem poucas informações no formato
vetorial para serem utilizadas em Sistemas de Informações Geográficas. Muitas das
informações presentes, acessíveis para o público, se encontram desatualizadas ou com
projeções geográficas desatualizadas. Os dados concentrados e organizados em um BD
são de suma importância para a gestão das Unidades, para os pesquisadores que realizam
pesquisas nas UC, para os estudantes que estão iniciando seus conhecimentos nessas áreas
e para o público interessado em obter informações e esclarecimentos sobre essas UC.
Atualmente, essas informações estão armazenadas no Laboratório de Geotecnologias e
Conservação (LAGECON) da Universidade Federal de São Carlos. Estuda-se ainda uma
maneira de disponibilizar as informações para o público por meio de um sítio específico
a ser acessado via internet.
Palavra-chave: Unidade de Conservação; Unidade de Conservação de Proteção Integral;
Parques estaduais; Estado de São Paulo; Plano de Manejo.
1. Introdução
411
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São Carlos, 02-04 de outubro de 2018.
2. Metodologia
3. Resultados
412
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São Carlos, 02-04 de outubro de 2018.
Tabela 1 - Os Parques Estaduais de São Paulo, suas áreas (em ha) e os atributos que foram
adicionados ao banco de dados desses Parques.
Juquery 1.927,70 - MA / Ce - - - -
Lagamar de 40.758,64 - MA - - - -
Cananéia
Man. de 502,96 11.241,64 MA 2015 Sim Sim Sim
Campos do
Jordão
Marinho da 5.000,00 - *** 2010 Não Não Não
Laje de Santos Marinho
Nasc. do 22.268,94 - MA - - - -
Parana-
panema
*Relatório Preliminar ** PM espeleológico *** Plano Emergencial de Uso Público
413
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São Carlos, 02-04 de outubro de 2018.
...continuação da Tabela 1 - Os Parques Estaduais de São Paulo, suas áreas (em ha) e os atributos que
foram adicionados ao banco de dados desses Parques.
O Parque Estadual do Jaraguá não possui Plano de Manejo, porém possui grande
quantidade de imagens georreferenciadas com características da áreas e informações para
compor o banco de dados. O Parque Estadual da Restinga de Bertioga possui um Plano
Emergencial de Uso Público, porém não possui imagens georreferenciadas, apenas
diretrizes e informações teóricas para uso da área e o Parque Furnas do Bom Jesus possui
apenas um relatório preliminar com algumas informações sobre a área.
No Cadastro Nacional de Unidades de Conservação (CNUC) do sítio eletrônico
do Ministério do Meio Ambiente, é possível ter acesso a informações vetoriais sobre
Unidades de Conservação administradas em todas as esferas (federal, estadual e
municipal). Esses dados estão em SAD 69 e em formato KML, o que demanda reprojeção
para o DATUM utilizado atualmente. Dos 35 Parques Estaduais de São Paulo, estão
disponíveis no CNUC as informações vetoriais referentes aos limites de 15 deles:
Aguapeí; Alberto Löfgren; Campina do Encantado; Cantareira; Caverna do Diabo; Ilha
Anchieta; Ilha do Cardoso; Ilha Bela; Morro do Diabo; Porto Ferreira; Rio do Peixe; Rio
Turvo; Serra do Mar; Vassununga e Xixová-Japuí. Para os outros 9, foi necessário
vetorizar as imagens. São eles: Campos do Jordão; Carlos Botelho; Fontes do Ipiranga;
Furnas do Bom Jesus; Intervales; Jaraguá; Jurupará; Mananciais de Campos do Jordão;
Turístico do alto do Ribeira (PETAR). Para 11 PE, não foi possível espacializar os dados.
A Figura 1 mostra a localização desses 24 Parques.
414
Jornada de Gestão e Análise Ambiental da UFSCar
São Carlos, 02-04 de outubro de 2018.
4. Considerações finais
Os Planos de Manejo ainda precisam ser elaborados para muitas dessas Unidades
e muitos deles necessitam ser atualizados, para estarem em conformidade com a
legislação que rege as áreas protegidas.
A atualização dessas informações auxilia a gestão e o manejo dessas Unidades de
Conservação de Proteção Integral.
As informações do banco de dados digitais georreferenciados dos Planos de
Manejo das Unidades de Conservação de Proteção Integral do Estado de São Paulo estão
armazenadas no Laboratório de Geotecnologias e Conservação (LAGECON) da
Universidade Federal de São Carlos. Estuda-se ainda uma maneira de disponibilizá-las
para o público, por meio de um sítio específico a ser acessado via internet.
Referências
415
Jornada de Gestão e Análise Ambiental da UFSCar
São Carlos, 02-04 de outubro de 2018.
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Universidade Federal de São
Carlos - UFSCar
02 a 04 de Outubro de 2018
ISBN: 978-85-94099-03-7
Resumo: Muitas atividades humanas geram poluição sonora, a qual pode afetar a saúde e
o bem-estar de animais humanos e não humanos. Ao mesmo tempo em que as atividades
humanas se desenvolvem, o Poder Público (nas esferas federal, estadual e municipal) e a
coletividade são responsáveis por salvaguardar a qualidade ambiental, tal como prevê o
Artigo 225 da Constituição Federal de 1988. Nesse contexto, o estudo visa fazer algumas
considerações acerca das normas que versam especificamente sobre a poluição sonora no
município de Sorocaba, interior paulista, a fim de fazer apontamentos ao planejamento
ambiental do município. Para isso, recorre-se à busca das normas do município através
do sistema LeisMunicipais integrado, com o uso das palavras-chave “poluição sonora” e
“ruído”, bem como à busca por material bibliográfico que traga os efeitos da poluição
sonora sobre os animais humanos e não humanos. Foram encontradas 36 normas que
abordam o assunto, sendo que atualmente apenas a Lei 11.367/16, Lei do Silêncio, versa
especificamente sobre a poluição sonora. As Leis n.º 11.534/17 e 11.634/17 acrescentam
os Capítulos V-A e V-B, respectivamente, à Lei do Silêncio. O acréscimo do Capítulo V-
B à Lei do Silêncio e a Lei n.º 10.711/14 podem ser vistos como um avanço na tutela dos
animais não humanos, com potencial para atenuar os impactos negativos da poluição
sonora e alcançar um planejamento ambiental que integre os animais humanos e não
humanos com o ambiente em si. Em outras palavras, entende-se que o município de
Sorocaba vem avançando no controle das atividades geradoras de poluição sonora, algo
positivo para o planejamento ambiental, embora com viés ainda antropocêntrico.
Palavras-chave: Ruídos antropogênicos; Lei do Silêncio; Direito Ambiental.
1. Introdução
418
Jornada de Gestão e Análise Ambiental da UFSCar
São Carlos, 02-04 de outubro de 2018.
(2001) ressalta ainda que os municípios podem adotar posturas mais restritivas quanto à
poluição sonora, citando o caso da Lei do PSIU em São Paulo.
Visto o panorama geral dos malefícios causados pela poluição sonora e os
instrumentos que regem a poluição sonora no Brasil, é crucial avaliar os meios adotados
pelos municípios a fim de amenizar a poluição sonora.
Assim, o presente estudo objetiva discutir as normas do município de Sorocaba,
São Paulo, que versam sobre o assunto e propor apontamentos ao planejamento ambiental
do município.
2. Material e métodos
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Jornada de Gestão e Análise Ambiental da UFSCar
São Carlos, 02-04 de outubro de 2018.
3. Resultados e discussão
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aparelhos de som de veículos estacionados (seja em áreas públicas ou particulares)
(Capítulo III); escapamento de veículos (Capítulo IV); alarmes de segurança (Capítulo
V), sendo dividido em Capítulo V-A (aparelhos de senha em ambientes público e privado)
e Capítulo V-B (fogos de artifício e artefatos pirotécnicos).
Há que se destacar o Capítulo V-B, que diz respeito ao acréscimo do Artigo 26-B
da Lei n.º 11.634, de 12 de dezembro de 2017 à Lei do Silêncio. A Lei n.º 11.634/17
proíbe o uso de fogos de artifício que gerem ruídos acima de 65 decibels nas áreas
públicas do município de Sorocaba, sendo consideradas as normas NBR 10.151 e NBR
10.152 e, no caso de descumprimento, é aplicada uma multa de R$ 1.000,00. Entretanto,
uma liminar movida pela Associação Brasileira de Pirotecnia Assobrapi conseguiu que a
Eficácia da Lei n.º 11.634/17 fosse suspensa desde fevereiro de 2018, cujo processo pode
ser acompanhado no endereço eletrônico do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo
(http://www.tjsp.jus.br/). A ação direta de inconstitucionalidade movida pela Associação
supracitada pode mascarar um conflito de interesse puramente econômico, na medida em
que a Lei n.º 11.634/17 pode diminuir as vendas de fogos de artifícios.
O uso dos fogos de artifício com ruídos é problemático, uma vez que pode haver
acidentes e acarretar em estresse para os animais humanos e não humanos. Recentemente,
os veículos de informação têm relatado a morte de animais domésticos (cães e gatos) por
ataque cardíaco ou atropelamento (correm desorientados pelas ruas), devido ao uso de
fogos de artíficio (ANDA, 2017). Alguns veículos trazem matérias relatando outros
sintomas de medo dos animais (agitação, choro, latido, tremor, fazer xixi
involuntariamente, epilepsia, entre outros) e medidas de precaução para amenizar o
sofrimento dos animais não humanos (FAGUNDES, 2017; TRUKSA, [2016?]).
É válido salientar que vários municípios do estado de São Paulo vêm adotando
medidas mais restritivas quanto ao uso de fogos de artifícios em áreas públicas e/ou
privadas, como é o caso de Caçapava (CAÇAPAVA, 2018), São Paulo (SÃO PAULO,
2018) e Campinas (CAMPINAS, 2017), basicamente, com a finalidade de garantir o
sossego público e o bem-estar dos animais domésticos. A nível Federal, tem-se o Projeto
de Lei (PL) n.º 6.881 de 2017 (BRASIL, 2017), que acrescenta o Artigo 56-A à Lei n.º
9.605/98 (Lei de Crimes Ambientais), visando a proibição do uso de fogos de artifício
com estampido a fim de proteger os animais não humanos, bem como as pessoas que
soltam fogos e às vezes se machucam. O PL encontra-se em tramitação no Senado, dado
que recebeu 53.361 apoios até o momento no Portal e-Cidadania (PORTAL E-
CIDADANIA, 2018).
421
Jornada de Gestão e Análise Ambiental da UFSCar
São Carlos, 02-04 de outubro de 2018.
Quanto aos seres humanos e animais silvestres, os impactos negativos da poluição
sonora vêm sendo relatados pelos estudos científicos. Lacerda et al. (2005) relatam que
das 892 pessoas questionadas/entrevistadas em Curitiba – Paraná, 54,6% apresenta
irritabilidade, 28% baixa concentração, 19,8% insônia e 19,2% dor de cabeça,
identificando diferentes reações psicossociais aos ruídos da rua. Stansfeld e Matheson
(2003) compilam diversos efeitos da poluição sonora à saúde humana, que perpassam
distúrbios do sono, doenças cardiovasculares, distúrbios psiquiátricos, mudanças
endócrinas, além dos efeitos sobre as crianças, entre outros efeitos. O estudo de Paz,
Ferreira e Zannin (2005) ilustra a poluição sonora e os incômodos gerados de acordo com
a zona urbana avaliada: o nível sonoro médio encontrado em áreas centrais é de 72,9
decibels, sendo que 94% da população se sente incomodada com os ruídos, enquanto o
nível sonoro médio na área controle (bairro) é de 53,3 decibels e apenas 50% da população
se sente incomodada com os ruídos. Outros fatores associados ao nível de conforto
acústico que as pessoas sentem dizem respeito aos tipos de ruídos: 66,8% das pessoas se
sentem incomodadas com ruídos do trânsito, seguidos por vizinhos (33,1%), sirenes
(23,3%), animais (21,4%) e construção civil (20,9%) (LACERDA et al., 2005).
Em relação aos animais silvestres, os ruídos advindos de estradas podem aumentar
o estresse em anuros, diminuir a resposta imunológica e modificar a coloração, podendo
inclusive alterar a seleção sexual (TROÏANOWSKI et al., 2017). A ave chapim-real é
capaz de modificar a vocalização a fim de conseguir garantir a reprodução em ambientes
ruidosos, sendo destacado que as espécies que não apresentam essa plasticidade podem
estar sujeitas à ausência de reprodução e, consequentemente, declinar o número de
indivíduos da população, ou até mesmo a diversidade de espécies de uma dada localidade
(SLABBEKORN; PEET, 2003). Não por acaso, é sugerido que as áreas protegidas, as
quais devem garantir a conservação dos seres vivos da área, sejam silenciosas a fim de
conservar a fauna silvestre (BARBER; CROOKS; FRISTRUP, 2010).
Nesse contexto, é interessante notar que Milaré (2001) e Machado (2012), teóricos
consagrados no Direito Ambiental brasileiro, sequer citam os efeitos da poluição sonora
sobre os animais não humanos. Ou seja, o Direito Ambiental no Brasil ainda é
marcadamente antropocêntrico (SILVA, 2003), o que é refletido na ausência de
abordagem dos impactos negativos da poluição sonora sobre os animais não humanos, e
também na própria legislação ambiental do município de Sorocaba: a Lei n.º 10.711/14,
que conceitua a poluição sonora, também é marcadamente antropocêntrica ao considerar
como poluição apenas os ruídos que afetam o sossego e a saúde da população. Por outro
422
Jornada de Gestão e Análise Ambiental da UFSCar
São Carlos, 02-04 de outubro de 2018.
lado, o número de normas que visam proibir o uso de fogos de artifícios vem aumentando
no estado de São Paulo, de maneira geral, mas é algo incipiente na medida em que os
quatro municípios (Caçapava, Campinas, São Paulo e Sorocaba) aprovaram os Projetos
de Lei entre 2017 e 2018.
Outras normas do município de Sorocaba tratam indiretamente da poluição
sonora. A Lei n.º 10.711/14 regulamenta o uso e locação temporária de imóveis, por
exemplo chácaras e salões, com finalidade recreativa (festas, comemorações, shows e
outros eventos similares), tornando obrigatória a existência de Alvará de Autorização
(SOROCABA, 2014): se o imóvel for usado para atividades recreativas que geram ruído,
som ou poluição sonora, deve atender às disposições presentes nesta Lei. A justificativa
é que a locação de imóveis para atividades recreativas, frequentemente, gera incômodos
aos vizinhos da área devido aos ruídos. Embora a referida Lei estivesse pautada em
proteger a vizinhança da poluição sonora (visão novamente antropocêntrica), ela pode
auxiliar também na diminuição da poluição sonora que incide sobre a fauna silvestre que
vive no fragmento próximo à chácara, por exemplo. Isto conflui com as metas, diretrizes
e objetivos da Política Municipal de Meio Ambiente, ao prever a criação de um Sistema
Municipal de Espaços Livres (áreas verdes e áreas ambientalmente protegidas) por meio
de Lei, cuja determinação é que a poluição sonora seja mitigada. No mais, de acordo com
o Decreto n.º 22.281, de 18 de maio de 2016, empreendimentos ou atividades econômicas
geradores de poluição sonora devem elaborar o Estudo de Impacto de Vizinhança e
Relatório de Impacto de Vizinhança, a fim de avaliar os impactos à qualidade de vida da
população (SOROCABA, 2016).
Ora, se uma das atribuições do município é zelar pela conservação da fauna e bem-
estar da população, a inclusão de medidas para controlar e fiscalizar as atividades
geradoras de poluição sonora é crucial para a concretização de um planejamento
ambiental adequado. Afinal, o planejamento ambiental deve levar em consideração os
ecossistemas naturais, bem como aqueles artificiais, no caso, o ecossistema urbano e
agroecossistema (FRANCO, 2008): em outras palavras, deve considerar os ambientes
natural e artificial, e os animais não humanos inseridos nesses ambientes. Além disso, o
planejamento ambiental deve minimizar os impactos decorrentes do desenvolvimento das
atividades humanas considerando os ecossistemas e aspectos da sociedade (SILVA,
2006), o que implica na necessidade de se dar mais atenção à poluição sonora.
423
Jornada de Gestão e Análise Ambiental da UFSCar
São Carlos, 02-04 de outubro de 2018.
4. Considerações finais
Entende-se que o município de Sorocaba vem avançando nas normas que regem
a poluição sonora, embora a tutela dos animais não humanos esteja sendo colocada de
forma indireta e se revele como um empecilho ao planejamento ambiental. O município
apresenta muitas normas que, dentre outras disposições, tratam da emissão de ruídos e
poluição sonora. A Lei do Silêncio trouxe muitos avanços no controle e fiscalização de
atividades geradoras de poluição sonora, sendo a única Lei que versa especificamente
sobre a poluição sonora. Já a implementação da Lei n.º 11.634/17, que proíbe o uso de
fogos de artifícios em áreas públicas, é bastante positiva, tanto em proteção aos animais
humanos que se incomodam com os ruídos ou se machucam, quanto aos animais não
humanos que sentem medo e ficam estressados. A Lei n.º 10.711/14, por sua vez, deve
garantir maior regulação de outras atividades geradoras de poluição sonora, o que pode
ser vislumbrado como um avanço no planejamento ambiental do município, embora a
definição de poluição sonora adotada ainda seja antropocêntrica. Isto sugere a
necessidade da transposição de alguns desafios a fim de se alcançar um planejamento
ambiental que efetivamente leve em consideração os seres vivos que integram o meio
ambiente.
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427
Universidade Federal de São
Carlos - UFSCar
02 a 04 de Outubro de 2018
ISBN: 978-85-94099-03-7
MAUAD, Frederico. F 4
1,2,3
Universidade de São Paulo, phelipe.anjinho@usp.br, mariana.abibi@usp.br,
allita@usp.br
4
Universidade de São Paulo, mauadffm@sc.usp.br
1. Introdução
2. Materiais e Métodos
429
Jornada de Gestão e Análise Ambiental da UFSCar
São Carlos, 02-04 de outubro de 2018.
central do Estado de São Paulo, entre os paralelos 22° 9’ 30” S e 22° 20' 0" S e meridianos
47° 57' 0" W e 47° 45' 0" W. Situa-se entre os municípios de Brotas e Itirapina, ocupando
uma área de drenagem de aproximadamente 221,5 km².
430
Jornada de Gestão e Análise Ambiental da UFSCar
São Carlos, 02-04 de outubro de 2018.
2.4 Índice da qualidade ambiental da vegetação (IQA-BIO)
431
Jornada de Gestão e Análise Ambiental da UFSCar
São Carlos, 02-04 de outubro de 2018.
2.5 Índice de qualidade ambiental dos recursos hídricos (IQA-HIDRO)
3. Resultados e discussões
432
Jornada de Gestão e Análise Ambiental da UFSCar
São Carlos, 02-04 de outubro de 2018.
intervalos de menor qualidade (IQA-HIDRO = 0 a 0,2 e IQA-HIDRO = 0,2 a 0,4) indicam
as regiões cujas distâncias entre os corpos hídricos e as fontes impactantes são mínimas.
Essas regiões estão distribuídas por toda a bacia hidrográfica, ocupando uma área de
aproximadamente 20.930 ha, que representa 94% da área da bacia. As principais
atividades humanas que potencialmente podem alterar a qualidade das águas da região
são as atividades agropecuárias, com destaque para as áreas de silvicultura, cana-de-
açúcar, citricultura e pastagens.
Os resultados obtidos para o IQA-BIO demonstram que os fragmentos de
vegetação natural da bacia apresentam condições favoráveis à conservação da
biodiversidade, em que 56,92% da área está no intervalo de IQA-BIO = 0,8 a 1,0.
Contudo, observa-se que a representatividade desse intervalo ocorre em virtude da
Estação Ecológica de Itirapina, que é uma unidade de conservação cujo objetivo principal
é preservar as fitofisionomias e o patrimônio genético de fauna e flora do bioma cerrado
no Estado de São Paulo, além das áreas alagadas do rio Itaqueri e ribeirão do Lobo. Sendo
assim, as demais áreas naturais da região encontram-se em situação pouco favorável à
conservação ambiental, indicando forte interferência das atividades antrópicas na bacia,
relacionado com a conversão da vegetação natural em áreas agrícolas.
TABELA 2 - Valores do Índice de Qualidade Ambiental dos Recursos Hídricos para a bacia hidrográfica
do ribeirão do Lobo.
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Jornada de Gestão e Análise Ambiental da UFSCar
São Carlos, 02-04 de outubro de 2018.
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4. Considerações finais
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Jornada de Gestão e Análise Ambiental da UFSCar
São Carlos, 02-04 de outubro de 2018.
O IQA-Hidro indica que os recursos hídricos da bacia apresentam alta
vulnerabilidade à degradação devido à proximidade com as fontes impactantes
distribuídas na paisagem.
O IQA-BIO indica que os fragmentos de vegetação natural da região, em suma,
apresentam boas condições à conservação da biodiversidade. Entretanto, analisando os
resultados, é possível observar que essa situação é fortemente influenciada pela Estação
Ecológica de Itirapina e pelas áreas alagadas do rio Itaqueri e ribeirão do Lobo, sendo que
a grande maioria dos fragmentos de vegetação natural da bacia se encontram em situações
adversas.
As análises para o IVA-P indicam uma situação negativa em relação à
vulnerabilidade ambiental da paisagem da bacia, sendo que aproximadamente 70% dos
fragmentos de vegetação natural se encontram nos maiores intervalos para o IVA-P,
indicando áreas de maior susceptibilidade ambiental.
Essa condição sinaliza a necessidade de um planejamento territorial que considere
a sustentabilidade dos ecossistemas naturais da bacia. É essencial a implementação de
medidas de recuperação e conservação dos remanescentes de vegetação nativa,
proporcionando maior conectividade entre esses na paisagem. Além disso, ressalta-se
também a importância de ações direcionadas a restauração fluvial por meio de projetos
que incrementem as matas ciliares, reduzindo ou amenizando os impactos das atividades
humanas sobre os recursos hídricos do local.
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02 a 04 de Outubro de 2018
ISBN: 978-85-94099-03-7
1. Introdução
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2. Materiais e Métodos
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3. Resultados e discussão
As Unidades de Conservação (UCs) cobrem 14% do Estado de São Paulo, ou seja,
aproximadamente 34.500 km2 (ISA, 2018) do território paulista. 79% desta área protegida
são cobertas por Áreas de Proteção Ambiental (APAs), sendo 30 estaduais
(aproximadamente 24.000 km2) e 04 federais (aproximadamente 6.100 km) – ISA, 2018;
e 07 municipais (aproximadamente 2.400 km2) – (Prefeitura Municipal de Itu, 2018;
Prefeitura Municipal de São Paulo, 2018; Prefeitura Municipal de Campinas, 2018;
Ministério Público do Estado de São Paulo, 2018). Estes quantitativos consideram que há
quase 700 km2 de sobreposição entre APAs federais e estaduais.
O SNUC e o Decreto 4.340/2002 estabeleceram dois instrumentos que sustentam
a gestão das Unidades de Conservação: o Plano de Manejo e o Conselho Gestor. Apenas
04 das 41 APAs que estão parcial ou inteiramente no Estado de São Paulo têm Plano de
Manejo. Estas são a APA Corumbataí Botucatu Tejupá – Perímetro Botucatu e APA
Itupararanga (estaduais), geridas pela Fundação Florestal do Estado de São Paulo, e APA
Pedregulho e APA Municipal do Capivari-Monos (municipais), geridas respectivamente
pelas secretarias municipais de Itu e São Paulo. Destas, apenas a APA Corumbataí
Botucatu Tejupá – Perímetro Botucatu não possui um Conselho Gestor, de acordo com o
CNUC (MMA, 2018). Outras Unidades no Estado que têm Conselho Gestor são as APAs
Cananéia-Iguapé-Peruíbe, Ilhas e Várzeas do Rio Paraná e Serra da Mantiqueira
(federais), Cabreúva, Cajamar e Jundiaí (estaduais), e Baleia-Sahy, Bororé-Colônia e de
Campinas (municipais). O conselho gestor é especialmente importante nos casos em que
o gerenciamento da UC é descentralizado, como no caso das APAs que podem abranger
vários municípios ou bacias (DOUROJEANNI e PÁDUA, 2007).
No caso das APAs, o Plano de Manejo deve incluir o Zoneamento Ambiental que
estabelece os usos promovidos, permitidos, tolerados e proibidos, segundo cada zona
ambiental ou Área de Ocorrência Ambiental. O Roteiro Metodológico para Gestão de
Áreas de Proteção Ambiental – APA (IBAMA, 2001) apresenta a definição de tipologias
de Zonas Ambientais, e adota conceitos que incluem o de Área de Ocorrência Ambiental,
que são “áreas de pequena dimensão territorial que apresentam situações físicas e bióticas
particulares, ocorrendo de forma dispersa e generalizada em quaisquer das zonas
ambientais estabelecidas, seja de proteção ou conservação”. São então definidas
categorias normativas para atividades agrárias, atividades de parcelamento e ocupação do
solo rural e urbano, atividades de turismo ecológico, edificações e obras, atividades
industriais e atividades de mineração (IBAMA, 2001). O Roteiro Metodológico também
441
Jornada de Gestão e Análise Ambiental da UFSCar
São Carlos, 02-04 de outubro de 2018.
fornece as diretrizes para a composição do plano de manejo destas UCs. São orientações
que devem ser descritas no Zoneamento Ambiental da APA sobre o conteúdo do Plano e
não é específico quanto às atividades restritas na Unidade ou quanto a percentuais ideais
de uso do solo. Os conflitos de uso e os usos permitidos são descritos no zoneamento, que
é particular de cada APA.
A Resolução CONAMA nº 10/1988, anterior ao SNUC, descreve alguns pontos
específicos sobre as restrições de uso e obrigação de autorização de instalação de algumas
atividades e prevê que onde existam ou possam existir atividades agrícolas ou pecuárias,
haverá a Zona de Uso Agropecuário, onde não será admitida “a utilização de agrotóxicos
e outros biocidas que ofereçam riscos sérios na sua utilização, inclusive no que se refere
ao seu poder residual” e, ainda, “não será admitido o pastoreio excessivo, considerando-
se como tal aquele capaz de acelerar sensivelmente os processos de erosão”. No interior
das APAs também não são permitidas “atividades de terraplanagem, mineração,
dragagem e escavação que venham a causar danos ou degradação do meio ambiente e/ou
perigo para pessoas ou para a biota”. O Decreto trata também da necessidade de licença
ambiental especial para “qualquer atividade industrial potencialmente capaz de causar
poluição”, assim como da obrigação de autorização prévia da entidade administradora da
APA para o estabelecimento de projetos de urbanização, e da imposição de anuência do
INCRA e da entidade administradora das APAs para a criação de loteamentos rurais.
Como mencionado anteriormente, não é permitido o uso de agrotóxico na Zona
de Uso Agropecuário das APAs (Resolução CONAMA nº 10/1988). Contudo, o
Ministério da Agricultura (2018) divulgou informações sobre agrotóxicos e afins para
controle de pragas e apontou que São Paulo foi o Estado que mais comercializou
agrotóxicos e afins em 2013, operando quase 300 mil toneladas de agrotóxicos e
apresentando o maior quantitativo de fábricas de agrotóxicos e desinfestantes
domissanitários. Considerando a relação entre comercialização e área plantada (kg/ha),
São Paulo é o segundo no ranking, operando 35,72 kg/ha de área plantada.
Medeiros et al. (2016) avaliaram as taxas de perda de solo por erosão no Estado
de São Paulo e constataram que 30% das áreas com altas taxas de perda de solo (>12 Mg
ha-1 ano-1) são atribuídas ao plantio de cana-de-açúcar e 67% à pastagem. As áreas cujas
taxas de erosão estimadas se destacam pela grande intensidade dos processos de perda de
solo estão localizadas principalmente no norte, nordeste, central e sudoeste do Estado,
que são áreas essencialmente agrícolas.
442
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São Carlos, 02-04 de outubro de 2018.
Quanto ao uso por atividades de mineração, os dados vetoriais divulgados pela
Agência Nacional de Mineração – ANM (2018) mostram que há 112 processos
minerários cadastrados no Departamento Nacional de Produção Mineral – DNPM, cujas
áreas de exploração estão em APAs paulistas, o que é uma incoerência em relação à
legislação.. São processos de licenciamento ambiental para a exploração de argila, areia,
granito, água mineral e outros recursos que estão nas fases de autorização de pesquisa,
disponibilidade, requerimento de lavra, requerimento de licenciamento ou requerimento
de pesquisa. A APA dos Rios Piracicaba e Juqueri-Mirim e a APA Corumbatai, Botucatu
e Tejupá são as que abrangem os maiores números de processos, sendo 36 e 33 ações,
respectivamente.
O Estado de São Paulo é o maior produtor de cana-de-açúcar, com mais de
4,5 milhões de hectares de área colhida na safra 2017/18 (CONAB, 2018). A cana-de-
açúcar é uma alternativa para o setor de biocombustíveis com potencial para reduzir a
emissão de gases do efeito estufa – GEEs com expectativa do aumento da área plantada
(LEITE e LEAL, 2007). O Estado ocupa também o terceiro lugar em termos de área
destinada à silvicultura, com 12% do território ocupados por Eucalipto, Pinus e outras
espécies destinadas à indústria de celulose (IBGE, 2016). Por outro lado, os percentuais
de uso do solo nas APAs paulistas não refletem a situação do Estado. De acordo com os
resultados do projeto MapBiomas, as coberturas relacionadas à Vegetação Nativa são
dominantes e correspondem a 47% da área definida como APA (Figura 3).
FIGURA 3. Percentuais médios de área por cobertura da terra nas APAs do Estado de São Paulo
Fonte: MAPBIOMAS (2016), ISA (2018). Organizado pela autora.
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São Carlos, 02-04 de outubro de 2018.
distribuição, tamanho individual e qualidade destes fragmentos. Ou seja, esses
percentuais podem indicar quanto há dos usos voltados à conservação e não se
efetivamente cumprem este papel.
A Figura 4 mostra a proporção de cobertura da terra de acordo com o MapBiomas,
ano de referência 2016 nas APAs que estão na base cartográfica de Unidades de
Conservação do ISA (2018). No caso de UCs que estão em mais de um Estado, está
representada apenas a porção paulista.
A parcela de “Culturas Semi-Perenes” representada pelo MapBiomas 2016 pode
estar subestimada e parte do território efetivamente coberto por cana-de-açucar pode ter
sido identificado como “Agricultura ou Pastagem”.
Altos percentuais de áreas de Agricultura e Pastagem (>20%, que é o percentual
médio desta classe de cobertura da terra nas APAs) não indicam necessariamente que a
APA não esteja cumprindo seu papel de ordenamento territorial. No caso da APA
Corumbataí Botucatu Tejupá – Perímetro Botucatu, por exemplo, é prevista a Zona
Agrosilvopastoril.
Embora a maior parte das APAs paulistas não tenha o zoneamento estabelecido,
o percentual de cobertura da terra em algumas Unidades pode ser explicado pelas suas
condições geográficas e socioeconômicas. As APAs Cananeia – Iguape – Peruíbe, da Ilha
Comprida e da Serra do Mar pertencem a mosaicos de UCs que abrangem Unidades de
Proteção Integral: Mosaico do Litoral de São Paulo e Paraná e Mosaico de Unidades de
Conservação de Paranapiacaba, respectivamente; no interior dos mosaicos, faz-se
necessário conciliar as atividades desenvolvidas em cada UC que compõe o mosaico,
especialmente quanto aos usos nos limites das Unidades. Essas APAS estão localizadas
em áreas de alto declive (>40%) (INPE, 2018), correspondendo a relevos forte-ondulados
e montanhosos, de acordo com a classificação da Embrapa (1999); esta condição
geomorfológica é um dos principais limitantes ao uso de maquinários agrícolas, além de
interferir na produtividade do solo e influenciar na quantidade de radiação solar que atinge
as encostas e em aspectos hidrológicos. Além de outras circunstâncias biofísicas,
socioeconômicas e políticas, estes são os principais determinantes que inviabilizam as
atividades agropastoris e promovem a manutenção da vegetação nativa nestas APAs,
ainda que estas Unidades não apresentem o zoneamento ambiental.
444
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manejadas apropriadamente, com preservação do sub-bosque, podem atuar como redutos
de biodiversidade para alguns grupos de seres vivos (vertebrados, insetos, fungos e
microorganismos). Em relação aos aspectos hidrológicos e de conservação do solo, o
estudo de van Dijk e Keenan (2007) mostra que as florestas plantadas podem aumentar a
recarga das águas subterrâneas e diminuir o escoamento superficial devido à melhoria da
infiltração, diminuir o volume de sedimentos e nutrientes e transportados para os sistemas
fluviais, reduzir os escorregamentos rasos e influenciar os padrões de precipitação nas
escalas local a regional, alterando as transferências de calor e umidade da superfície e da
atmosfera.
Um assunto referente às áreas protegidas – incluindo as terras indígenas, são os
recorrentes casos de sobreposição destas Unidades. A Tabela 1 mostra a área de
sobreposição entre as APAs federais e estaduais paulistas. São 697 km2 de áreas que
devem seguir um zoneamento que pode ser contraditado por outro, ou seja, não há
definição sobre qual órgão deve gerir estas áreas. Das 4 APAs federais, 2 estão totalmente
sobrepostas com APAs estaduais. A APA Mananciais da Bacia do Rio Paraíba do Sul não
tem qualquer documento de ordenação e a APA da Serra da Mantiqueira (APASM) tem
um projeto de Plano de Manejo com um volume dedicado ao Zoneamento Preliminar
desta APA (ICMBio, 2018). Esse documento descreve uma Zona de Sobreposição
Territorial que consiste em “áreas nas quais há sobreposição do território da Unidade de
Conservação com outras áreas”, mas esta definição considera UCs de Proteção Integral e
Reservas Particulares de Patrimônio Nacional (RPPNs); fora do Estado de São Paulo há
sobreposição com outras UCs – Parque Estadual da Serra do Papagaio e Floresta Nacional
Passa Quatro (Minas Gerais) e Parque Nacional de Itatiaia (Rio de Janeiro) (ISA, 2018).
O Plano de Manejo da APASM sugere a compatibilização da gestão com as demais UCs
de modo a impulsionar as proposições de zoneamento para estas Unidades.
424 282
14
Considera apenas a porção das APAs no Estado de São Paulo.
15
Área calculada usando a projeção South America Albers Equal Area Conic – EPSG: 102033.
16
Os polígonos de sobreposição com mais de 10 km2 foram desconsiderados pois referem-se a sobreposição entre
APAs adjacentes causada por desarticulações entre as bases cartográficas de Unidades de Conservação.
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% de sobreposição
% de sobreposição
% de sobreposição
% de sobreposição
sobreposição
sobreposição
sobre a APA
sobre a APA
sobre a APA
sobre a APA
estadual
estadual
Área de
Área de
federal
federal
(Km2)
(Km2)
APA Campos do Jordão
162 56% 38% - - -
288
APA Sapucaí-Mirim
262 70% 62% - - -
377
APA Silveiras
- - - 163 39% 58%
415
APA São Francisco Xavier
- - - 110 99% 39%
110
Total 424 100% - 273 97% 17 -
Fonte: MAPBIOMAS (2016), ISA (2018). Organizado pela autora.
4. Conclusões
Mais do que representar espaços destinados à conservação da biodiversidade, as
APAs podem ser qualificadas como áreas que obrigatoriamente devem seguir um
Zoneamento Ambiental com orientação sobre as atividades permitidas e restringidas.
Alguns elementos previstos na Resolução CONAMA nº 10/1988, como o uso de
agrotóxicos e erosão do solo, não podem ser analisados apenas nos limites das APAs e de
outras UCs, mas é importante considerar que existe uma área de influência destes
impactos que, usualmente corresponde aos limites da bacia hidrográfica em que se
inserem estes eventos. Estes conflitos de uso da terra devem ser contemplados no
zoneamento da APA, assim como as estratégias de mitigação dos impactos causados por
estas atividades.
Os casos de sobreposição entre UCs devem ser necessariamente contemplados nos
Planos de Manejo das APAs que precisam incluir uma zona de sobreposição de áreas
protegidas, especialmente quando coincidirem com áreas de uso mais restrito.
Embora as APAs constituam Unidades altamente antropizadas, podem atuar como
corredores ecológicos e de conectividade entre outras UCs de proteção integral ou uso
sustentável, servindo ao propósito de conservação da biodiversidade.
Referências Bibliográficas
17
Os 3% da APA Mananciais da Bacia do Rio Paraíba do Sul que não sobrepõe com as APAs estaduais referem-se a
desarticulações entre as bases cartográficas de Unidades de Conservação.
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1. Introdução
451
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natural.
As transformações do meio físico, os problemas ambientais, o descompasso entre
os interesses econômicos, a gestão dos recurso naturais pelo poder público, a participação
da sociedade nas decisões, conduzem à reflexão acerca de modelos de desenvolvimento
urbano pouco estruturados, e fragilizados sob o ponto de vista social, ambiental e
econômicos.
2. Material e Métodos
Araraquara está localizada na porção oeste do Estado de São Paulo, e fica 270 km
de distância da capital, sob as coordenadas 21°47’37’’ de latitude sul e 48°10’52’’ de
longitude oeste. Possui uma área total de 1.312 km² com aproximadamente 80 km²
ocupados pela área urbana. Situada no Planalto Ocidental, Araraquara tem altitude média
de 646 metros, com máxima de 715 metros e mínima de 600 metros. Seu relevo é
desenhado pelas Cuestas Basálticas e pela Depressão Periférica Paulista. Os rios estão
num padrão paralelo com traçados ligeiramente inclinados, sendo as vertentes mais
inclinadas altamente susceptíveis aos processos erosivos. A vegetação primária do
município é de Floresta Latifoliada Tropical, com diversas espécies típicas do bioma
cerrado, característica das áreas de Latossolo Roxo com predominância da Floresta
Estacional Semidecidual, Floresta Ombrófila Densa Alta-Montana, Savana, Savana
Florestada e Vegetação Secundária da Floresta Estacional em Contato Floresta
Estacional. O clima predominante é do tipo Aw (Classificação climática de Koppen),
sendo tropical chuvoso com inverno seco e mês mais frio com temperatura média superior
a 18ºC. O mês mais seco apresenta precipitação inferior a 60 milímetros. No verão, as
temperaturas são altas (média de 31º C) e a pluviosidade elevada (embora apresente média
anual de 1.397 milímetros), com inverno de temperaturas amenas e pluviosidade reduzida
(Instituto de Pesquisas Tecnológicas - IPT, 2012). A Figura 1 apresenta a localização do
área de estudo, evidenciando a delimitação geográfica do Brasil e na sequencia o Estado
de São Paulo, com destaque para o município de Araraquara; e neste território a bacia do
Ribeirão das Cruzes e suas microbacias que compõem o sistema de abastecimento
superficial denominado Represa de Captação das Cruzes, localizado na porção norte
(Zona Norte) onde está posicionada a área de estudo em questão.
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Figura 1- Localização da bacia hidrográfica das Cruzes (área de estudo). Fonte: Oliveira, 2017.
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A Figura 2, evidencia a redução do volume de água captada (em m 3) na represa
das Cruzes, no período de 2007 a 2014.
Figura 3 – reservatório das Cruzes em dois momentos (2003 e 2009) . Fonte: Oliveira, 2017.
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Não há como desconsiderar a perda de volume de reservação da concepção
original (70.160,44 m3), para a alteração sofrida em 2003 (onde esta mesma capacidade
caiu para 69.541,54 m3). Posteriormente, em 2009, o volume foi reduzido a 39.859,69
m3. É interessante observar que, junto à diminuição do volume disponível de água, houve
um aumento expressivo de ligações domiciliares entre 2003 e 2009. Em 2003, a região
contava com um total de 66.642 ligações domiciliares, e em 2009, com 85.281. Em 2013,
foram contabilizadas aproximadamente 102.000 ligações (DAAE, 2014).
A pressão pela demanda de água é observada nas imagens obtidas a partir do
Google Earth, onde é possível verificar a ocupação urbana da área de estudo, conforme
se segue na Figura 4, destacando o ano de 1984 e na Figura 5 o ano de 2017.
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A partir das imagens do Google Earth verificou-se uma alteração na ocupação do
espaço. A expansão urbana no território é bem marcada pelo período citado. Entretanto
este aspecto fica bem marcado com a Figura 6, a qual aponta como este processo de
expansão se concentra na zona norte do município. Até o ano de 2005, momento de
aprovação do Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano (Lei 350/05) esta transformação
ocorre de forma mais tímida e com uma tendencia ao espraiamento, o que se mantém até
o ano de 2010 onde ocorre uma valorização da zona norte embora o Plano Diretor vigente
determine a ocupação com restrição. Com a revisão da lei,sendo portanto aprovado um
novo Plano Diretor em 2014 (Lei 850/14), é permitida a ocupação deste território,
configurando uma nova paisagem e um novo cenário, sobretudo do ponto de vista
populacional.
3. Considerações Finais
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similares como solos suscetíveis a processos erosivos, áreas com restrição de uso,
imposição do mercado imobiliário, alteração na base legal local, ineficiência da gestão
pública e o desarticulação no planejamento e tomada de decisões. Todas as questões
elencadas, culminam no impacto expressivo da região destacando principalmente o
aspecto mais perceptível, o processo de assoreamento do reservatório, perpetuando um
modelo de gestão desgastado e defasado.
Pelos dados apresentados nos estudos batimétricos, bem como a sequência de
imagens registradas pelo Google Earth, foi verificado um processo crescente de
assoreamento, que limitou ano após ano a capacidade operacional do manancial. Esse
processo de perda do volume útil de reservação de água, embora pudesse ser num
primeiro momento um fator limitante para expansão urbana na região, não foi considerado
como deveria.
A necessidade de investimentos para reversão do quadro (como desassoreamento
ou dragagem), a busca por novos mananciais, a recomposição da cobertura vegetal das
margens do corpo hídrico, a melhoria na drenagem e da adoção de diferentes formas de
manejo para a bacia, têm sido postergadas e espera-se maior envolvimento da participação
popular e comprometimento da gestão pública.
Referências
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Universidade Federal de São
Carlos - UFSCar
02 a 04 de Outubro de 2018
ISBN: 978-85-94099-03-7
Garcia, Cairê A.1; Toyama, Daniele2; Capoia, Emilene F.2; Delgado, Bárbara3;
Menezes, Denise B.4; Borges, Leonardo M.5; Lopes, Luciano E.6; Ferreira, Patrícia A.6;
Buck, Sonia M. C.6; Cunha-Santino, Marcela B.7
1
Universidade Federal de São Carlos, discente Gestão e Análise Ambiental
(caireag@gmail.com)
2
Universidade Federal de São Carlos, Centro de Ciências Exatas e da Terra,
Departamento de Engenharia Civil, Programa de Pós – Graduação em Engenharia
Urbana (danitoyama01@gmail.com; emilenefrazao@gmail.com)
3
Universidad Nacional de Rosario, Facultad de Ciencias Agrarias, discente Recursos
Naturales (barbara.r.del@gmail.com)
4
Universidade Federal de São Carlos, Centro de Ciências Exatas e da Terra,
Departamento de Engenharia Civil (denisebm@ufscar.br)
5
Universidade Federal de São Carlos, Centro de Ciências Biológicas e de Saúde,
Departamento de Botânica (aquitemcaqui@gmail.com)
6
Universidade Federal de São Carlos, Centro de Ciências Biológicas e de Saúde,
Departamento de Ciências Ambientais (lucianolopes@ufscar.br;
patybio13@yahoo.com.br; sbuck@ufscar.br)
7
Universidade Federal de São Carlos, Centro de Ciências Biológicas e de Saúde,
Departamento de Hidrobiologia/UFSCar (cunha_santino@ufscar.br)
Resumo: A qualidade da água superficial está condicionada aos usos que ocorrem ao seu
redor. O presente trabalho buscou avaliar a qualidade da água de três corpos hídricos
localizados na Estação Ecológica e Experimental de Itirapina, através do uso do Índice
de Qualidade da Água - IQA e do sensoriamento remoto para determinar o grau de
Hemerobia do uso e ocupação das área no entorno dos corpos hídricos. Os três córregos
estudados apresentaram boa qualidade da água, porém o córrego Água Branca está mais
degradado uma vez que recebe o efluente da estação de tratamento de esgoto de Itirapina
e o uso do entorno é predominante para silvicultura e solo exposto. O ribeirão Itaqueri
possui ocupação do entorno predominante por área florestal e silvicultura, e o córrego
Geraldo apresenta ocupação por áreas urbanizadas, silvicultura e pastagem. Esses usos
podem gerar pressão nas áreas remanescentes de cerrado, e degradação dos recursos
hídricos. Como conclusão, destaca-se que a qualidade dos trechos hídricos estudados é
boa, porém o uso do entorno e os impactos provocados em cada um reflete nas variáveis
limnológicas. O uso e ocupação do solo também é um importante instrumento para se
avaliar evolução dos processos na zona de amortecimento. Sugerimos que seja feito o
monitoramento periódico da qualidade dos recursos hídricos bem como da ocupação do
solo na área.
Palavras-chave: Corpos Hídricos, Sensoriamento Remoto, Índice de Qualidade das
Águas, Hemerobia.
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1. Introdução
As águas são um bem finito, dotado de valor intrínseco que deu origem e sustenta
a vida e está presente em inúmeros processos ecossistêmicos. A unidade espacial usada
no estudo das águas continentais é a bacia hidrográfica que ao longo de sua extensão é
cenário para diferentes atividades humanas geradoras de diversos impactos ambientais.
Segundo Merten e Minella (2002) o rio é um integralizador dos fenômenos ocorrentes
nas vertentes da bacia, que pode ser avaliado pelos parâmetros de qualidade da água. De
acordo com Andrade et al. (2007), a qualidade da água é determinada por processos
naturais (intensidade das precipitações, intemperismo, cobertura vegetal) e pela
influência antrópica (agricultura, concentração urbana, atividade industrial e uso
excessivo da água).
Como principais consequências dos diferentes processos e influências na bacia
hidrográfica sobre a água pode-se citar a alteração na disponibilidade hídrica e, portanto,
no ciclo hidrológico, através de usos consultivos para abastecimento doméstico e
industrial e a utilização em serviços e na irrigação agropecuária, bem como alteração na
qualidade da água por meio de retirada da mata ciliar, despejo de efluentes industriais e
domésticos, contaminação difusa por uso de agrotóxicos e fertilizantes, criação de
animais e proliferação de vetores de doenças de veiculação hídrica.
As Unidades de Conservação - UC são instrumentos fundamentais em qualquer
estratégia de conservação dos recursos naturais e da biodiversidade. Atualmente, a
legislação que define e regulamenta as categorias de unidades de conservação nas
instâncias federal, estadual e municipal é o Sistema Nacional de Unidades de
Conservação - SNUC. As unidades são separadas em dois grupos: (i) proteção integral,
com a conservação da biodiversidade como principal objetivo e (ii) áreas de uso
sustentável, que permitem várias formas de utilização dos recursos naturais, com a
proteção da biodiversidade como um objetivo secundário (MMA-SNUC, 2000).
No entanto, a sua criação não é suficiente tornando necessário alcançar uma boa
efetividade de gestão. A maioria dos impactos sofridos por uma UC derivam dos usos do
solo em seu entorno. A fim de minimizá-los, o SNUC considerou que o entorno das
unidades deve estar sujeito a normas e restrições específicas, estabelecendo a Zona de
Amortecimento - ZA, que tem o objetivo de ordenar o uso e ocupação do solo do entorno
da UC e minimizar esses impactos. O uso do solo reflete diretamente na qualidade da
água, e no caso da Estação Ecológica de Itirapina - EEI, objeto deste estudo, a ZA foi
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definida a partir dos divisores de água da Bacia do Itaqueri e do Lobo, abrangendo toda
a drenagem que se relaciona com a unidade (ZANCHETTA et al., 2006). Entretanto a
maior parte da área do entorno abriga atividades agrícolas (cultivo de cana-de-açúcar e
pastagem) (DUTRA-LUTGENS, 2000), que diminuem a infiltração da água, aumentam
o escoamento superficial, a taxa de perda do solo e o carreamento de sedimentos e
defensivos agrícolas que se acumulam nos canais, degradando os corpos hídricos.
Portanto, para o monitoramento dos recursos hídricos é necessário considerar a influência
desses fatores na qualidade da água.
O município de Itirapina localizado no interior do estado de São Paulo, com o
território de 564,603 km² e população estimada para o ano de 2017 em 17.589 habitantes
(IBGE, 2017), abriga uma UC. A Estação Ecológica e a Estação Experimental de Itirapina
possuem 5.512 ha, abrangendo também uma porção do município de Brotas. É gerida
pelo Instituto Florestal, órgão da Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo
(INSTITUTO FLORESTAL, 2017).
O presente trabalho foi realizado em parceria com as Estações Ecológica e
Experimental de Itirapina e avaliou a qualidade da água em córregos da região, bem como
mapeou os usos do solo no entorno desses recursos hídricos, a fim de subsidiar a discussão
acerca da importância dessas áreas de preservação ambiental para a qualidade ambiental
do município.
2. Materiais e Métodos
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Como afirma Zanchetta et al. (2006),
2.2 Metodologia
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ambiente natural a metahemerobiótico que pode ser descrito como um
ambiente cultural com paisagens artificiais intencionalmente criadas e
totalmente dependentes do controle e manejo humano.
3. Resultados
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TABELA 1 – Resultados das análises limnológicas.
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FIGURA 4 – Mapa de uso e ocupação do entorno do córrego Água Branca (P3) e da classificação de
hemerobia. Fonte: Autor (2017).
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TABELA 2 – Porcentagem dos graus de hemerobia no entorno dos corpos hídricos estudados.
4. Discussão
O córrego Geraldo, no local de coleta, não possui vegetação ciliar em parte de sua
margem devido a existência de uma estrada, a água é transparente e não possui odor
desagradável. O leito é de aparência arenosa com seixos, raízes e troncos que servem de
habitat para a ictiofauna.
O ribeirão Itaqueri possui mata ciliar preservada e densa com vegetação arbustiva
e arbórea formando dossel e há deposição de serrapilheira em alguns pontos. O trecho
analisado possui leito predominantemente constituído de argila e areia, com água
transparente e inodora. O trecho possui duas pontes: uma de madeira para passagem de
veículos e outra de concreto para passagem de trens, estando esta última parcialmente
deteriorada e com blocos de concreto desprendidos e caídos no canal do rio.
O córrego Água Branca sofre a interferência direta de uma estrada. Por outro lado
a vegetação do entorno é densa, água transparente e inodora. Nesse córrego ocorre o
despejo do efluente tratado pela estação de tratamento de esgoto de Itirapina. A água dos
três corpos hídricos estudados foi classificada com qualidade boa.
A água do córrego Água Branca apresentou o menor valor de oxigênio dissolvido,
altos níveis de nitrogênio, fósforo e resíduos totais em comparação com os outros dois
córregos, indicando estado de degradação superior aos outros. O nitrogênio e o fósforo
na água podem advir de atividades agropecuárias, que abundam nos arredores do Água
Branca (Figura 4) e/ou de despejos urbanos ou industriais que não passam por tratamento.
Os resíduos totais referem-se ao material particulado em suspensão na água, maior em
ambientes impactados negativamente e por fim a baixa concentração de oxigênio
dissolvido na água é indicativo de alta oxidação de matéria orgânica, e baixos níveis de
OD pode provocar a mortandade de espécies aquáticas (EMBRAPA, 2017).
Com relação ao pH das amostras de água, obteve-se um comportamento mais
ácido que deve-se ao fato de a área de estudo estar sob o domínio morfoclimático do
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cerrado onde o solo naturalmente apresenta característica mais ácida, refletindo também
na acidez da água superficial e subterrânea.
A ocupação do entorno de todos os pontos é composta majoritariamente por usos
antrópicos agrícolas, como pastagem e silvicultura (Pinus ssp. e Eucalyptus ssp.). Em
relação às áreas antrópicas não agrícolas o ponto 1 conta com áreas de infraestrutura
urbana, como um condomínio de chácaras, barracões, tanques de pesca e estrada, além de
áreas de pastagem e silvicultura. O ponto 2 possui áreas de mineração de areia, cultura
temporária, pastagem e silvicultura. O ponto 3 possui estrada e áreas de pastagem e
silvicultura. Os pontos 2 e 3 possuem extensas áreas de vegetação natural compostas por
Campo Úmido, Cerrado S. Strictu, Cerradão, Floresta Ripária e Planícies de Inundação.
Considerando a área total no entorno de todos os pontos, o grau hemerobiótico
com maior área foi o euhemerobiótico, com 53,8%, este é composto por áreas de solo
exposto, culturas temporárias, aceiros, pastagem e silvicultura. Esses tipos de uso
modificam fortemente a paisagem e são considerados como euhemerobiótico por
apresentarem dependência tecnológica e energética para a manutenção de seus processos
e baixa capacidade de autorregulação (TOYAMA; FUSHITA; CUNHA-SANTINO,
2017).
O grau ahemerobiótico, ocupa 40,7% da área total, e é composto pelas áreas de
vegetação natural (Campo Úmido, Campestre, Cerradão, Cerrado, Floresta Ripária,
Floresta em regeneração) e os ambientes aquáticos e brejosos (Represa do Lobo e planície
de inundação). Esses ecossistemas não dependem das atividades antropogênicas para a
manutenção de seus processos, ou seja, possuem alta capacidade autoregulação, e a
principal fonte de energia é a solar, indicando um baixo grau de hemerobia, ou seja, alta
naturalidade (TOYAMA; FUSHITA; CUNHA-SANTINO, 2017).
Por fim, as áreas de infraestrutura urbana, de mineração, as estradas e o tanque de
piscicultura classificaram-se como metahemerobiótico, ocupando 5,4% da área total,
ecossistemas completamente dependentes de energia antropogênica possuindo baixa
condição de naturalidade (TOYAMA; FUSHITA; CUNHA-SANTINO, 2017).
As áreas com classe mais alta de hemerobia encontram-se no entorno do ponto 1
(córrego Geraldo), na região adjacente a represa do Lobo, onde ocorrem atividades
turísticas e no ponto 2 (ribeirão Itaqueri) onde há uma cava de mineração de areia. A
segunda área de maior grau são as regiões de produção agrícola, localizada
principalmente no entorno do ponto 3 (córrego Água Branca), visto que os ponto de
amostragem se encontram inseridos na Estação Experimental, que tem seu uso composto
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principalmente por silvicultura. Essas duas categorias somam 59,3% do entorno dos
pontos de amostragem, enquanto as áreas de maior naturalidade, de baixo grau de
hemerobia, representam 40,70%.
Considerando os possíveis impactos à qualidade da água nesses usos, destacamos
a contaminação por defensivos agrícolas e compostos fertilizantes advindos das áreas de
cultura temporária e silvicultura. A área de mineração pode causar aumento na turbidez
da água, erosão ao longo das margens e alterações no nível do lençol freático.
5. Conclusão
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Referências
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C-Índices-de-Qualidade-das-Águas.pdf >. Acesso em março de 2016.
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Carlos - UFSCar
02 a 04 de Outubro de 2018
ISBN: 978-85-94099-03-7
Ruezzene, Camila B.1; Parizotto, Denise 2; Santos, Bruno C.3; Neves, Gabriela L.4 ;
Okawa, Cristhiane M. P. 5; Mauad, Frederico F. 6; Tech, Adriano R. B.7
Miranda, Renato B.8
1,3,4
Programa de Pós-Graduação em Ciências da Engenharia Ambiental, Escola de
Engenharia de São Carlos, Universidade de São Paulo. camila.ruezzene@gmail.com,
bruno-unifal@hotmail.com, gabriela.leiteneves@usp.br.
2
Universidade Federal de Santa Maria. deniseparizotto3@gmail.com.
5
Docente da Universidade Estadual de Maringá. cmpokawa@uem.br
6
Docente do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Engenharia Ambiental,
Escola de Engenharia de São Carlos, Universidade de São Paulo.
mauadffm@sc.usp.br.
7
Docente do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Engenharia Ambiental,
Escola de Engenharia de São Carlos, Universidade de São Paulo. adriano.tech@usp.br
8
Orientador, Programa de Pós-Graduação em Ciências da Engenharia Ambiental,
Escola de Engenharia de São Carlos, Universidade de São Paulo.
rbm1706@gmail.com
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2. Material e método
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ao lado daqueles afetados por irregularidades na circulação (MONTEIRO, 1991, p.38)”
e, estabelecendo assim, os padrões habituais e excepcionais, obtido pelo total
pluviométrico médio mensal e do desvio-padrão, que estabelece categorias qualitativas
para o comportamento da precipitação do período e na classificação dos anos extremos,
de acordo com a Figura 2.
3. Resultados
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Pode-se ainda verificar, por meio da tabela 1 de classificação anual de anos
padrões, que a maior ordem de frequência do comportamento pluviométrico das chuvas
foi de “anos normais”, sendo que padrões pluviométricos “normal levemente tendente a
seco (NTS)” ocorreram com maior frequência (11 vezes), com 28,20 % do total.
TABELA 1 – Classificação anual dos anos padrões
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Nota-se que foi possível detectar que, para o período seco, o maior pico excedente
continua sendo demonstrado para o ano de 1983, no entanto, o ano de 2006 foi o que
apresentou maior falta de chuvas para todo o período. Para o período chuvoso, o maior
pico positivo (excedente) ainda está representado pelo ano de 1983 e o maior pico
negativo (falta) para o ano de 1994.
Ao analisar a classificação semestral (Tabela 2) dividida entre período seco e
chuvoso, pode-se observar que para o período seco houveram nos anos seco, uma maior
frequência de padrões “tendente a seco (TS)” com 20,51% do total e em 2° ordem de
frequência foram encontrados os padrões pluviométricos para “normal levemente
chuvoso (NTC)” e “tendente a chuvoso” ambos com a mesma frequência e
correspondendo a 15,38% de todo o período. A menor ocorrência foi para os padrões
extremamente chuvoso apresentando em última ordem com 10,25% dos dados.
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primavera de 357,2 mm. O ano que apresentou o maior excedente para o verão foi o de
1983 com mais de 250 mm, sendo que, 2014 novamente representou o ano com maior
falta de precipitação. Já para a primavera o ano de 1981 foi o que apresentou maior
excedente e o ano de 1986 que apresentou maior pico negativo.
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dados. A segunda maior frequência foi para a classe chuvosa com uma ocorrência de 9
vezes e um percentual de 23,07%. Ainda para esse período, a menor frequência
encontrada foi para a classe de “normal tendente chuvoso (NTC)” tendo ocorrido apenas
uma vez e com percentual de 2,56%.
A figura 6 mostra o trimestre do outono (6a) e do inverno (6b). A média para o
outono foi de 324 mm e do inverno de 108,9 mm. No outono é verificado que o maior
excedente de chuvas se encontra no ano de 1983 e o faltante mais representativo no ano
2000. Para o inverno, o pico de maior excedente foi registrado para o ano de 2004 e o
faltante para o ano de 1988.
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chuvoso (NTC)”. Pode-se ainda verificar que a maior classe de frequência para esse
período foi para o “normal tendente a seco (NTS)” com apenas duas ocorrências.
4. Discussão
Por meio da classificação de anos padrões, foi possível observar que, para uma
análise anual, houve uma maior ocorrência de padrões para anos normais ao longo do
período analisado. Diante disso, a representatividade do semestre chuvoso na precipitação
anual é correspondente a 77,8% e o semestre seco com apenas 22,6% ao longo do ano.
Entre os trimestres, o período que mais contribui nos valores de precipitação anual é o
verão com 48,4%, a primavera 23,7%, o outono 21,5% e o inverno apenas 7,22%.
Realizando análises semestrais e trimestrais foram observadas maior ocorrência
tanto para anos normais quanto para anos secos. Os padrões “normal tendente a seco
(NTS)” tiveram maior frequência na análise semestral para o semestre chuvoso e na
análise trimestral para a estação do verão.
Esse resultado também foi apresentado em Santos, Souza e Vecchia (2017), onde
observou-se ao longo da série de 1993/1994 a 2013/2014 uma maior ocorrência de
semestres chuvosos no intervalo classificado como Anos Normais (N). Pois, no período
de outubro a março, esse caráter de transição climática, sobretudo da Região Sudeste,
estabelece sua característica mais importante para o período, devido à alta variabilidade
sazonal da precipitação.
Essa variabilidade, é devida pela combinação de mecanismos atmosféricos
associados à atuação da sazonalidade distribuída durante entre seis meses do ano e
mantém um padrão latitudinal de distribuição de energia no globo terrestre expressiva nas
suas porções mais meridionais, na qual grande parte do território brasileiro encontra-se
inserida.
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Dessa maneira, eventos de chuvas sempre ocasionam grandes perdas e prejuízos
à população nesta época do ano, devido as condições que os sistemas atmosféricos
condicionam o transporte de umidade e a elevação do ar (áreas de baixa pressão) para as
áreas Centro-Sul do país, resultando para uma forte atividade convectiva, ou seja, valores
de precipitações mais elevados.
E por último, os padrões “tendente a seco (TS)” ocorreram com maior frequência
na análise semestral para o semestre seco e na análise trimestral para a primavera e
outono. Na análise trimestral, no inverno, o padrão “extremamente seco S” foi o que
apresentou maior frequência dentro da série analisada. Essas classificações deixam
evidente a caracterização seca durante o período de abril a setembro, devido à redução de
energia recebida no continente e resultando no enfraquecendo dos principais sistemas
atmosféricos que atuavam no período chuvoso.
Pode-se notar que o ano de 1983 foi o ano que apresentou maior pico positivo
(excedente) em todas as análises, exceto na análise trimestral, nas estações da primavera
e inverno, representando assim um ano atípico na série analisada. Anomalias do ano de
1983 também foram notadas em um estudo realizado por Nery e Alves (2009) onde
observou-se chuvas significativas acima da média climatológica para o ano de 1983. Os
autores ainda destacam o fato de que os anos 1982/1983 foram anos da ocorrência de um
dos maiores eventos El Niño – Oscilação Sul da década de 80 e dos últimos 100 anos
(NERY; ALVES, 2009).
Destaca-se ainda que o ano de 2014 apresentou o maior pico negativo dentro do
período analisado anualmente e na análise trimestral, na estação de verão. Em Santos,
Souza e Vecchia (2017) também foi evidenciado que o ano de 2014 se apresentou como
um ano excepcional, apresentando maiores desvios negativos em relação à média das
séries históricas analisadas.
5. Conclusão
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Jornada de Gestão e Análise Ambiental da UFSCar
São Carlos, 02-04 de outubro de 2018.
influenciados dinamicamente perante as oscilações de eventos de escalas
macroclimáticas, na gênese ou inibição dos sistemas atmosféricos e que poderão ser
analisados mais detalhadamente em próximos estudos.
Esses resultados devem ser considerados sobre uma análise de impacto negativo
sobre a população e desenvolvimento socioeconômico, já que eventos ocasionais de
escassez da água tem se tornado um problema para o país e para o estado de São Paulo.
O presente estudo considera, de maneira preliminar, o comportamento climático,
o que representa a necessidade de esforços para aprofundar as considerações junto às
tendências climáticas regionais.
Referências
479
Jornada de Gestão e Análise Ambiental da UFSCar
São Carlos, 02-04 de outubro de 2018.
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480
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Carlos - UFSCar
02 a 04 de Outubro de 2018
ISBN: 978-85-94099-03-7
Zago, Caroline.F.S.1
1
UFSCar, Bacharelado em Gestão e Análise Ambiental. E-mail: cfszago@gmail.com
2
UFSCar, Departamento de Hidrobiologia, PPG-ERN. E-mail:
cunha_santino@ufscar.br e irineu@ufscar.br
1. Introdução
2. Materiais e métodos
482
Jornada de Gestão e Análise Ambiental da UFSCar
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483
Jornada de Gestão e Análise Ambiental da UFSCar
São Carlos, 02-04 de outubro de 2018.
3. Resultados
484
Jornada de Gestão e Análise Ambiental da UFSCar
São Carlos, 02-04 de outubro de 2018.
Nas Tabelas 1,2,3 e 4 estão apresentados os números de indivíduos de R. natans
no início e no final do experimento, tanto no controle como nas duas concentrações de
Calda Bordalesa.
TABELA 3 - Número de indivíduos de R. natans no início e final do experimento dispostos nos controle,
quando concentração (v/v) foi igual a 2,5%.
485
Jornada de Gestão e Análise Ambiental da UFSCar
São Carlos, 02-04 de outubro de 2018.
4. Discussão
486
Jornada de Gestão e Análise Ambiental da UFSCar
São Carlos, 02-04 de outubro de 2018.
apresentando rizomas bem desenvolvidos. Semanalmente, durante as medições,
apresentavam crescimento tanto na largura quanto no comprimento e, muitos indivíduos
se reproduziram. Segundo Costa (2014) a macrófita Potamogeton pectinatus em contato
com o meio contaminado com cobre verificou-se a redução no teor de clorofila - clorose
- bem como diminuição na fotossíntese, comportamento semelhante ao que ocorreu com
a Ricciocarpus natans. Os indivíduos de R. natans dispostos nas soluções - esse
comportamento ocorreu em ambas as concentrações- da Calda Bordalesa foram,
semanalmente, perdendo sua coloração verde, tornando-se marrom, ou seja, apresentaram
clorose. Observou-se também, nesses indivíduos, a ausência de rizomas, estagnação no
tamanho, não apresentando reprodução; indicando que a presença desse contaminante
emergente afetou o crescimento dessa espécie, corroborando com a hipótese de que a
presença da calda bordalesa interfere no crescimento de R. natans, uma vez que
apresentam grande capacidade de absorver e reter cargas de metais.
De acordo com Meyer et al. (1999), a presença dos contaminantes emergentes
está em grande ascensão nos corpos hídricos. Gerados em grandes quantidades, apresenta
como via principal a água, i.e, estão em contato com as comunidades aquáticas a todo o
momento, podendo sim interferir no funcionamento desses ecossistemas. A presença de
contaminantes emergentes nos corpos hídricos representa um grande problema para a
reprodução e desenvolvimento dos organismos, afetando a produtividade primária dos
ecossistemas aquáticos. Ressalta-se que a produtividade primária é um dos principais
processos de um ecossistema, e a sua modificação pode causar um efeito em toda a cadeia
trófica, afetando tanto o fluxo de energia quanto o de matéria (Bianchini Jr. e Cunha-
Santino, 2008).
Torna-se um agravante essa situação, uma vez que, os contaminantes emergentes,
categoria que os agroquímicos se enquadram, mesmo os ditos como orgânicos, se
encontram, ainda persistem nos ambientes aquáticos, já que os tratamentos convencionais
não conseguem retirá-los do meio. Em seus estudos, Montagner (2017) mostra que
persistência, bio-acumulação são fatores alarmantes, pois os contaminantes emergentes
são resistentes à degradação fotoquímica e persistentes no ambiente mesmo após os
devidos tratamentos de água.
Dessa forma, o comprometimento e os impactos sobre as comunidades de
macrófitas podem ter proporções ainda maiores. Ao exemplo desse estudo, expondo a R.
natans a duas diferentes concentrações de um único contaminante, a Calda Bordalesa,
percebe-se que a mesma é impactada significativamente, prejudicando o crescimento, a
487
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São Carlos, 02-04 de outubro de 2018.
reprodução e a própria produção da mesma. Quando transpõe-se esses contaminantes para
ao meio ambiente, não somente a Calda Bordalesa mais inúmeros outros emergentes estão
presentes no meio, e em caráter cumulativo, os impactos sobre esses ecossistemas tornam-
se maiores, refletindo em inúmeros organismos.
5. Considerações Finais
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primária por macrófitas aquáticas no Brasil. Oecologia Brasiliensis, Vol. 12, Nº. 1, 2008.
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Carlos - UFSCar
02 a 04 de Outubro de 2018
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Resumo: A falta de água nas bacias hidrográficas para o atendimento das atividades
humanas pode ser originada por diversos motivos, dentre eles destacam-se: a baixa
disponibilidade do recurso hídrico frente a demanda exercida; e a dificuldade de acesso
ao recurso disponível. A dificuldade de acesso é recorrente nas áreas rurais
principalmente em pequenas comunidades com baixo poder aquisitivo, resultando em
falta de investimento em infraestrutura de abastecimento de água, como a instalação de
rede elétrica e bombas hidráulicas convencionais. Nesses casos, torna-se oportuna a
instalação de sistemas de bombeamento alternativos que não consomem energia elétrica,
como é o caso do Carneiro Hidráulico (CH). O CH é um equipamento de baixo custo,
fácil manuseio e considerado uma tecnologia limpa por não queimar combustíveis fósseis.
Neste trabalho foi realizada uma análise preliminar do desempenho do bombeamento de
água de um CH a partir de um sistema construído em escala piloto. Foram realizadas
variações operacionais e geométricas de sua câmara de ar. Para cada condição foi
determinada a frequência dos golpes de aríete, a variação da pressão interna na câmara de
ar e a vazão de bombeamento. Os resultados preliminares indicam que a melhor condição
de bombeamento de água é atingida com o uso da câmara de ar com maior volume, em
conjunto com a operação de menor frequência de golpes de aríete.
Palavras-chave: Abastecimento de água; Método alternativo; Carneiro Hidráulico.
1. Introdução
491
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São Carlos, 02-04 de outubro de 2018.
2. Material e Métodos
492
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que compõem o sistema (CARARO et al 2007) e, vice-versa, de modo que a variação do
número de golpes (frequência dos golpes) ocasiona interferência no desempenho do
bombeamento.
18
Vernier Software & Technology: www.vernier.com
19
User Manual. Gas Pressure Sensor of Vernier. Disponível em: www.vernier.com/products/sensors/.
493
Jornada de Gestão e Análise Ambiental da UFSCar
São Carlos, 02-04 de outubro de 2018.
A vazão de bombeamento real (qreal) foi definida por meio da aplicação do método
volumétrico para a parcela de água que atinge o reservatório de armazenamento. Foram
utilizados cronômetro e proveta graduada para essa finalidade.
3. Resultados e Discussão
494
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São Carlos, 02-04 de outubro de 2018.
a. b. c.
FIGURA 3 – a. Carneiro Hidráulico; b. Reservatório de alimentação; c. Régua de nível do reservatório.
A régua de nível foi utilizada para fornecer o volume de água que alimentou o
CH. Esse volume foi obtido a partir de uma curva-chave previamente encontrada para o
reservatório utilizado, que a mesma possui a relação existente entre o volume (𝑉) e o nível
de água, ou seja, 𝑉 = 𝑓[ℎ], sendo ℎ o nível de água no reservatório. O reservatório que
foi utilizado (Figura 3b), possui parede inclinada e perímetro no formato de uma elipse,
isso resultou em uma curva-chave polinomial de segunda ordem, como apresentado na
Equação 1.
𝑉 = 0.0144ℎ2 + 1.8029ℎ + 3.6309 (1)
A apresentação gráfica da relação 𝑉 = 𝑓[ℎ], por meio do polinômio obtido através
de ajuste com uso do Método dos Mínimos Quadrados (MMQ), está apresentada no
Gráfico 1. Foi encontrado um coeficiente de determinação estatístico r2, igual a 1.
60
30
20
10
0
0 5 10 15 20 25
Nível de água no reservatório de alimentação (h) (cm)
495
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São Carlos, 02-04 de outubro de 2018.
figura do lado direito, Figura 4b, está apresentada a situação em que o CH foi construído
a Câmara de Ar 2, que possibilitou o acúmulo de 300ml de ar.
a. b.
FIGURA 4 - a. Câmara 1 (15ml de ar); b. Câmara 2 (300ml de ar).
a. b.
FIGURA 5 - a. Sistema de aferição de pressão; b. Módulo de interface com o usuário.
Para a aferição de pressão interna nas câmaras de ar optou-se por realizar uma
amostragem de 10 aferições por segundo. O sensor de amostragem contínua foi
programado para aferir a pressão na dimensão kilopascal (kPa).
Nas Figuras 2, 3 e 4, estão apresentados exemplos do comportamento da variação
da pressão interna na Câmara de Ar 2 (300ml), para a operação do CH com 84 golpes por
minuto (gpm), 130 gpm, e as duas frequências em conjunto, respectivamente. A Figura
3, que apresenta as duas frequências em conjunto, plotadas no mesmo plano cartesiano,
496
Jornada de Gestão e Análise Ambiental da UFSCar
São Carlos, 02-04 de outubro de 2018.
foi criado com o intuito de poder visualizar as duas condições na mesma escala e realizar
análises que não poderiam ser feitas isoladamente.
159
Pressão (kPa)
154
149
144
139
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Tempo (s)
FIGURA 2 - Variação da pressão (kPa) ao longo do tempo, na Câmara 2, com 84 golpes por minuto
(gpm).
154
Pressão (kPa)
152
150
148
146
144
142
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Tempo (s)
FIGURA 3 - Variação da pressão (kPa) ao longo do tempo, na Câmara 2, com 130 golpes por minuto
(gpm).
159
Pressão (kPa)
154
149
144
139
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Tempo (s)
FIGURA 4 - Variação da pressão (kPa) ao longo do tempo, na Câmara 2, com 84 golpes por minuto
(gpm), linha vermelha; e 130 golpes por minuto (gpm), linha azul.
Considerando que cada aferição de pressão está sendo representada nos gráficos
por um ponto, em todos os gráficos é possível verificar que efetivamente foram realizadas
10 aferições por segundo, como foi programado para acontecer.
Na Figura 2, a pressões que foram aferidas acima de 154 kPa correspondem as
pressões máximas atingidas no interior da câmara de ar, e que foram ocasionadas
posteriormente aos golpes de aríete da válvula de pé e crivo. Como a tomada de pressão
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São Carlos, 02-04 de outubro de 2018.
do sensor foi posicionada na câmara de ar, as variações de pressão apresentadas ocorrem
no interior da câmara e não na válvula de pé e crivo. Nota-se, portanto, as etapas de
compressão e descompressão do ar. A ocorrência das duas etapas pode ser definido como
1(um) ciclo realizado. Certamente, a etapa de descompressão do ar na câmara, que é a
redução da pressão interna correspondente ao trecho do ponto máximo ao ponto mínimo
de pressão, é o momento em que ocorre o bombeamento de água para o reservatório de
armazenamento (item 7, da Figura 1).
Pode-se notar também que em ambas as condições de operação, seja de 84 ou de
130gpm, nem sempre houve o registro da intensidade máxima real da compressão (kPa),
como pode-se observar mais claramente nos dois últimos ciclos do Gráfico 2, ocorridos
entre os momentos de 9 e 10 segundos, e também em inúmeros ciclos do Gráfico 3. Isso
ocorre, pois a frequência de amostragem realizada pelo sensor (10 aferições por segundo),
não coincide exatamente com os momentos reais de pressão máxima de ar na câmara.
Em ambas as situações, operações com 84 e 130 gpm, é possível obter a amplitude
média aproximada das condições operacionais, que se refere a diferença entre a média
dos valores máximos obtidos e a média dos valores mínimos. Por meio da Figura 4, é
possível verificar que a amplitude de variação de pressão para a condição de 84 gpm é
maior do que quando operado com 130 gpm. Os autores desse trabalho julgam ser
necessário encontrar o significado dessas diferenças quanto a interferência no
desempenho do bombeamento do CH. A discussão a respeito de assunto ainda está em
andamento pela equipe de trabalho, buscando-se encontrar maior amadurecimento
científico antes de apontar conclusões mais bem fundamentadas. Entretanto, a partir dos
resultados preliminares aqui apresentados é possível deduzir, de maneira ainda
especulativa, algumas conclusões diante do observado.
Considerando que o objetivo desse trabalho foi encontrar a melhor condição de
bombeamento para o CH, os autores sempre buscaram analisar o comportamento
sensorial e estético do equipamento com relação a alguns aspectos observados durante a
sua operação, como por exemplo, a intensidade e frequência dos ruídos produzidos pelos
golpes de aríete (aspecto sensorial), e qual seria a sua interferência no desempenho do
CH. Esse tipo de análise caracteriza-se como sendo de cunho bastante prático, e por isso,
geralmente é realizada pela maioria dos usuários convencionais desse tipo de
equipamento. Por exemplo, ao observar o seu funcionamento, o usuário poderá julgar, de
maneira precoce, como sendo verdadeira a hipótese de que quanto mais rápido for o
498
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São Carlos, 02-04 de outubro de 2018.
número de batidas por minuto, produzidas pelo golpe de aríete, melhor será o seu
desempenho no bombeamento de água.
Sendo assim, considerando as condições operacionais de 84 e 130 gpm, os autores
tiveram precocemente a impressão de que com a segunda condição operacional, 130 gpm,
haveria o melhor desempenho do bombeamento de água, visto o número de golpes ser
maior para o mesmo intervalo tempo. Entretanto, essa hipótese só pode ser verdadeira se,
incondicionalmente a frequência de golpes por minuto estabelecida, o volume de parcelas
de água bombeadas por golpe sempre for o mesmo. E não foi isso o que ocorreu.
Os resultados experimentais da vazão obtida em função do número de golpes
estabelecidos, apresentaram um comportamento exatamente contrário do que se
imaginava. Na Figura 5, estão apresentadas as vazões (L/min), obtidas em função do
número de golpes por minuto (gpm), para as Câmaras 1 e 2.
FIGURA 5 - Vazão obtida (L/min) em função do número de golpes (gpm) e da câmara utilizada.
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Jornada de Gestão e Análise Ambiental da UFSCar
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consequentemente maior relação entre a taxa de compressão e descompressão da câmara
de ar, o que por fim resulta no aumento do desempenho do bombeamento da água.
Em observação a Figura 5, considerando a Câmara 1 (15ml), verifica-se que ao se
utilizar uma frequência de 116 gpm, foi obtida a vazão de 1,53L/min. Utilizando-se a
menor frequência de operação dessa câmara, que foi de 58 gpm, ocorreu uma vazão de
bombeamento ainda menor do que a anterior, 1,43L/min, o que não poderia ser esperado
tomando-se como referência o comportamento da curva obtida com uso da Câmara 2.
Para esse caso, foi observada uma alteração no aspecto estético do CH durante o
bombeamento de água.
Considerando que em sistemas convencionais de abastecimento de água o golpe
de aríete é um evento indesejável, pois ocasiona uma sobre pressão no local de sua
ocorrência nas paredes das tubulações (AZEVEDO NETTO & FERNANDEZ, 2015), e
são necessários equipamentos protetores para amortecer a onda de energia resultante do
mesmo (RIGHETTO, 1972), no caso do CH tal consideração não é válida, pois o
bombeamento de água é condicionado ao golpe. Entretanto, a partir desta consideração é
possível entender os papéis exercidos pela câmara de ar. Além de possuir a função de
bombeamento de água devido a sua descompressão, ela também é responsável pelo
amortecimento da energia dispendidada pelo golpe nas tubulações e acessórios do CH,
aumentando o seu tempo de vida útil. Sendo assim a sua inexistência, ou a presença de
um volume de ar pequeno ou mal dimensionado, pode trazer danos físicos e operacionais
ao equipamento.
No caso da utilização da Câmara 1, com volume de ar disponível de 15ml,
demonstrou ser insuficiente e incapaz de cumprir com as funções de amortecimento e
demcompressão-bombeamento. Foi notado pelos autores que durante o funcionamento
do CH com a câmara, na condição de 58gpm, o equipamento sofreu trepidações e
movimentações bruscas nos momentos de ococorrência dos golpes de aríete (evento que
caracteriza alteração no seu aspecto estético). Nessas condições, a energia produzida pelo
golpe de aríete é transferida, em grande parte, para as paredes das tubulações e acessórios
hidráulicos, ao invés de ser aproveitada para o desenvolvimento do ciclo completo de
bombeameno, que se refere a ocorrência sequencial das seguintes etapas: golpe de aríete
- injeção do fluido na câmara de ar e água - compressão do ar - retenção do fluido -
descompressão - bombeamento. Como consequência há diminuição significativa do
desempenho hidráulico do equipamento.
500
Jornada de Gestão e Análise Ambiental da UFSCar
São Carlos, 02-04 de outubro de 2018.
5. Conclusão
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02 a 04 de Outubro de 2018
ISBN: 978-85-94099-03-7
1
UFSCar, Bacharelado em Gestão e Análise Ambiental. E-mail: flaaviaf@hotmail.com
2
Orientadora; UFSCar, Departamento de Hidrobiologia, PPG-ERN. E-mail:
cunha_santino@ufscar.br
3
Co-orientador; UFSCar, Departamento de Hidrobiologia, PPG-ERN. E-mail:
irineu@ufscar.br
1. Introdução
2. Materiais e métodos
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São Carlos, 02-04 de outubro de 2018.
conforme recomendado pelo fabricante (Figura 1) e controle (sem adição do Labcon®
Ictio).
FIGURA 1 - (A) Labcon® Ictio utilizado no estudo e (B) meio de crescimento com Labcon® Ictio
(Fotos: Agropet 459 e Flavia Franco).
505
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B
FIGURA 2 - (A) Réplicas da solução de Labcon® Ictio e (B) Réplicas do controle (Fotos: Flavia Franco).
3. Resultados
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com o parasiticida e do controle, indicando que os indivíduos que cresceram na solução
com Labcon® Ictio apresentaram seus comprimentos 25% menor em relação aos que
cresceram no controle.
A B
FIGURA 3 - Variação temporal do comprimento acumulado dos indivíduos de R. natans nos dois
tratamentos (A) e regressão linear entre os comprimentos acumulados de nos dois tratamentos (B).
4. Discussão
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São Carlos, 02-04 de outubro de 2018.
não tem potencial bioacumulativo significativo em organismos. Já em relação ao verde
malaquita, sua ficha de Informações de Segurança de Produtos Químicos (DBI-UFLA,
2010) classifica-o como perigoso em ambientes aquáticos e bioacumulativo, mas não há
relato sobre toxicidade em plantas aquáticas. Enquanto o sulfato de magnésio e o cloreto
de potássio são nutrientes fundamentais no crescimento e na reprodução de macrófitas
aquáticas, assim, propiciando ambientes mais adequados para o desenvolvimento das
mesmas (VALENTE, 1997; TREVELIN et al, 2007). A outra substância presente no
Labcon® Ictio é o sulfato de cobre, um metal com elevada toxicidade e que afeta
diretamente os produtores primários, sendo que sua presença nas concentrações de 5 a 31
μg/L diminuiu o crescimento de Vallisneria spiralis, uma macrófita emersa (GARDHAM
et al., 2005). O sulfato de cobre em três concentrações (1, 5 e 10 mg/L) diminuiu
significativamente ou inibiu o crescimento de uma macrófita submersa, a Elodea
canadensis (MAL et al., 2002). Deste modo, a presença de sulfato de cobre, composto do
parasiticida avaliado, nos meios de crescimento interviu no crescimento e na reprodução
de R. natans; influenciando na produção primária.
5. Conclusão
Referências
508
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São Carlos, 02-04 de outubro de 2018.
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Carlos - UFSCar
02 a 04 de Outubro de 2018
ISBN: 978-85-94099-03-7
1. Introdução
2. Materiais e Métodos
Para a execução deste estudo, foi necessário realizar diferentes etapas metodológicas:
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2.1. Revisão bibliográfica
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3. Resultados e Discussão
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12. Adaptação do planejamento e
gestão das águas subterrâneas Estratégias de adaptação às mudanças
frente aos desafios ambientais e climáticas
condições climáticas adversas
13. O papel da mulher nos processos
Gênero e gestão hídrica
de gestão de águas subterrâneas
14. Interações dos sistemas Relações entre a gestão de águas
socioambientais na gestão de água subterrâneas com os sistemas
subterrâneas socioambientais
15. Interações dos sistemas Relações entre o planejamento do uso do
socioambientais no planejamento solo e a gestão de águas subterrâneas com
do uso e ocupação do solo os sistemas socioambientais
16. Ocupação adequada e a proteção
Ocupação do território, proteção do solo e
do solo no planejamento de uso e
zoneamento
ocupação do solo
17. Ocupação do solo adequada e a Ocupação do solo, zoneamento e proteção
proteção das águas subterrâneas das águas subterrâneas
18. Escopo e abrangência adequados
para planejamento do uso e Períodos, prazos e escala de planejamento
ocupação do solo
19. Modelos conceituais no
Modelos conceituais para planejamento do
planejamento do uso e ocupação
uso do solo
do solo
20. Acessibilidade às informações e
comunicação efetiva de dados Acessibilidade e comunicação pública da
sobre planejamento do uso e informação
ocupação do solo
1. Definição dos limites do sistema para gestão de águas subterrâneas: dois (2)
indicadores delimitam o sistema do aquífero para a gestão considerando a água
como recurso de sustento a vida.
515
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2. Definição dos direitos de acesso à água: oito (8) indicadores contribuem com a
definição dos direitos sociais e individuais para o uso das águas subterrâneas
dentro dos processos de gestão considerando a água subterrânea como recurso
finito e vulnerável.
3. Equivalência proporcional entre investimentos e benefícios: doze (12) indicadores
abordam o desenvolvimento de normas para investimentos na extração de águas
subterrâneas e seus benefícios.
4. Atuação conjunta e integrada das Instituições: cinco (5) indicadores abordam a
execução de forma conjunta e integrada das responsabilidades de diversas
instituições de gestão.
5. Participação social e democrática: cinco (5) indicadores abordam a execução da
gestão com ampla participação democrática, envolvendo a participação dos
diferentes níveis da administração pública e da sociedade civil nos processos de
governança da água subterrânea e no planejamento de uso do solo
6. Regulamento das ações e dos usos de águas subterrâneas: um (1) indicador com
abordagem de estabelecimento de normas sociais que delimitem o comportamento
dos usuários, possibilitando a regulação do uso e garantia de segurança dos
recursos hídricos subterrâneos.
7. Supervisão do comportamento dos usuários na gestão de águas subterrânea e uso
do solo: quatro (4) indicadores se baseiam-se na supervisão do comportamento
dos usuários para a garantia efetiva da governança da água e o cumprimento das
normas estabelecidas para uso do território
8. Mecanismos de resolução de conflitos na gestão de águas subterrâneas: quatro (4)
indicadores têm uma abordagem relacionada com o desenvolvimento de
mecanismos de resolução de conflitos na distribuição e na gestão do recurso
hídrico subterrâneo a nível local.
9. Monitoramento do recurso hídrico subterrâneo e do uso do solo: quarenta e nove
(49) indicadores se estabelecem os sistemas de monitoramento de dados e
avaliações técnicas dos aquíferos e do uso e ocupação do solo.
10. Implementação de sanções proporcionais: um (1) indicador baseia-se na
implementação de sanções proporcionais sobre os usuários (de acordo ao grau de
severidade e ao contexto de situações), pelo não cumprimento de suas obrigações
pelo uso das águas subterrâneas
516
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11. Valorização e inclusão de conhecimentos científicos: quatro (4) indicadores são
fundamentados na valorização e na integração da informação e de conhecimentos
multidisciplinares provenientes de estudos científicos.
12. Adaptação do planejamento e gestão das águas subterrâneas frente aos desafios
ambientais e condições climáticas adversas: dezoito (18) indicadores estão
relacionados à inclusão de estratégias de adaptação nos diversos planos de
gerenciamento das águas subterrâneas.
13. O papel da mulher nos processos de gestão de águas subterrâneas: um (1)
indicador descreve a relação intrínseca da mulher e o reconhecimento de seu papel
na gestão e preservação do recurso hídrico subterrâneo.
14. Interações dos sistemas socioambientais na gestão de água subterrâneas: cento e
cinquenta e dois (152) indicadores orientam à gestão das águas subterrâneas no
destaque dos sistemas ambiental, econômico e social.
15. Interações dos sistemas socioambientais no planejamento do uso e ocupação do
solo: setenta e cinco (75) indicadores orientam o planejamento de uso do solo na
busca da sustentabilidade, reconhecendo os sistemas ambiental, econômico e
social que interagem dinamicamente, que imersos a riscos e incertezas na tomada
de decisões.
16. Ocupação adequada e a proteção do solo no planejamento de uso e ocupação do
solo: dezenove (19) indicadores ressaltam a importância da ocupação apropriada
do território considerando a aptidão do solo e as condições ecológicas nas que está
imerso, assegurando sua preservação e proteção nos processos de planejamento
de uso do solo.
17. Ocupação do solo adequada e a proteção das águas subterrâneas: seis (6)
indicadores baseiam-se na ocupação apropriada do território considerando as
condições ecológicas do ecossistema hídrico subterrâneo, assegurando sua
preservação e proteção do aquífero nos processos da sua gestão
18. Escopo e abrangência adequados para planejamento do uso e ocupação do solo:
dois (2) indicadores destacam a importância do dimensionamento apropriado
tanto dos períodos (longo, médio e curto prazos), assim como da escala geográfica
(local a global) para o planejamento do uso e ocupação do solo, a fim de assegurar
a definição adequada dos horizontes projetados.
19. Modelos conceituais no planejamento do uso e ocupação do solo: um (1) indicador
relaciona se à definição de modelos conceituais que facilitem estabelecer
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instrumentos e/ou ferramentas padronizados para supervisar os processos do
planejamento de uso e ocupação da terra
20. Acessibilidade às informações e comunicação efetiva de dados sobre
planejamento do uso e ocupação do solo: onze (11) indicadores relacionam-se à
acessibilidade pública de dados e informações confiáveis, simples, claras e
práticas sobre o planejamento do uso do solo, garantindo a compreensão e a
participação efetiva de todos os envolvidos nos processos de planejamento.
120
100
75
80
60 49
40
19 18
20 12 11 8
6 5 5 4 4 4 2 2 1 1 1 1
0
14 15 9 16 12 3 20 2 17 4 5 7 8 11 1 18 6 10 13 19
Princípios
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18% Grupo 1
Grupo 2
82%
FIGURA 8- Distribuição dos indicadores de acordo com a abordagem. Grupo 1: Princípios 14, 15, 9, 16 e
12; Grupo 2: 1,2,3,4,5,6,7,8,10,11,13,17,18,19 e 20
Com a variação alta dos números de indicadores, criou-se dois grupos, o primeiro
contém os cinco princípios com maiores números de indicadores, sendo eles os princípios
9, 12, 14, 15 e 16 e o segundo grupo contém os princípios 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 10, 11, 13,
17, 18, 19 e 20 com o menor número de indicadores. Dessa forma, o Grupo 1 totalizou
313 indicadores e o Grupo 2, 67 indicadores (Figura 2), ou seja, há 82% dos indicadores
classificados no primeiro grupo de princípios e 18% dos indicadores distribuídos no
segundo grupo de 15 princípios.
6%
6% 14
15
16% 9
48% 16
12
24%
FIGURA 9- Porcentagem de indicadores distribuídos nos 5 princípios com maior número de indicadores
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Nos cinco princípios com maiores números de indicadores (Grupo 1) nota-se que
48% dos indicadores identificados na revisão bibliográfica sistemática integram os
sistemas socioambientais na gestão de água subterrâneas (Princípio 14), 24% integram os
sistemas socioambientais no planejamento do uso e ocupação do solo (Princípio 15) , 16%
são indicadores de monitoramento do recurso hídrico subterrâneo e do uso do solo
(Princípio 9), 6 % dos indicadores abordam a adaptação do planejamento e gestão das
águas subterrâneas frente aos desafios ambientais (Princípio 12) e 6 % dos indicadores
correspondem a ocupação adequada e a proteção do solo no planejamento de uso e
ocupação do solo: condições climáticas adversas (Princípio 16) (Figura 3), porém ainda
há uma grande variação de distribuição de indicadores dentro do Grupo 1.
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4. Conclusão
Referências Bibliográficas
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Carlos - UFSCar
02 a 04 de Outubro de 2018
ISBN: 978-85-94099-03-7
Resumo: O chumbo é um elemento tóxico usado desde a antiguidade e ainda hoje faz
parte de diversos processos industriais. Seu efeito prejudicial se deve a sua interação com
enzimas, sua similaridade com cálcio, sua ação como desregulador endócrino e a sua
capacidade de bioacumulação e biomagnificação. Esse estudo visou avaliar o efeito da
adição de chumbo na velocidade da ciclagem aeróbia de detritos de Myriophyllum
aquaticum (Vell.) Verdec em meio aquático. Para tanto, foi determinado o consumo de
oxigênio em duas concentrações de chumbo (0,005 e 0,01 mg L-1). As variações
temporais dos consumos acumulados de oxigênio foram ajustadas a um modelo
exponencial. Supõe-se que a presença do chumbo irá interferir negativamente na
decomposição de M. aquaticum devido à influência nas rotas metabólicas
decompositores. Foram observadas diferenças significativas entre o tratamento controle
e os dois tratamentos com presença de chumbo (p = 0,001) e, também, entre os dois
tratamentos com chumbo (p = 0,001). O tratamento sem Pb apresentou o maior valor de
kd e menor OCmáx (0,00495 d-1 e 487 mg O2 g-1, respectivamente), o tratamento com
0,005 mg L-1 de Pb apresentou valores intermediários de kd (0,00308 d-1) e de OCmáx
(629 mg O2 g-1). A incubação com maior concentração de Pb apresentou o menor valor
de kd e o maior de OCmáx: 0,00098 d-1 e 2169 mg O2 g-1, respectivamente. Os resultados
indicaram o decréscimo dos coeficientes de consumo de oxigênio em função do
incremento da concentração de Pb corroborando a hipótese testada.
Palavras-chave: Chumbo; Contaminação; Macrófitas; Modelagem matemática; Oxigênio
dissolvido.
1. Introdução
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metabólicas dos microrganismos. Para tanto, o objetivo desse estudo foi medir o consumo
de oxigênio dissolvido acumulado durante a decomposição aeróbia de detritos de M.
aquaticum em meio contaminado com duas concentrações de chumbo (0,005 e 0,01 mg
L-1).
2. Materiais e métodos
Variáveis Valores
Temperatura 19.87°C
Turbidez 23,76 UNT
2.2 Macrófita
Myriophyllum aquaticum (Vell.) Verdec. (Pinheirinho d'água) foi escolhida para
o experimento devido a sua frequência no reservatório. Pertence a Ordem Saxifragales
que possui uma grande variedade de organismos (BERRY, 2009), na Família
Haloragaceae que possui indivíduos herbáceos ou subarbustivos, geralmente aquáticos ou
palustres, podendo ser anuais ou perenes (AONA & AMARAL, 2003).
Segundo Wersal (2015) é uma macrófita nativa da bacia amazônica, enraizada,
mas possui folhas que ficam fora da água, podendo ficar até 30 cm acima da superfície.
Prefere regiões subtropicais, mas foi introduzida em diversos países e apesar de serem
dioicas, as plantas masculinas são dificilmente encontradas fora da América do Sul e por
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esse motivo, tem reprodução vegetativa por fragmentação nessas regiões. É uma planta
muito tolerante e cresce rapidamente quando invade um novo ambiente, impedindo que
a luz solar chegue ao lago e as trocas de oxigênio, bloqueando o fluxo de água o que
provoca inundações mais intensas e de maior duração, reduzindo a concentração de
oxigênio dissolvido e podendo aumentar as taxas de evapotranspiração e perda de água,
podendo assim ser prejudicial aos peixes e as outras plantas. M. aquaticum pode também
acumular metais pesados como zinco, cádmio, cobre e chumbo (WERSAL, 2015).
2.3 Método
Os procedimentos experimentais semelhantes aos do teste de demanda bioquímica
de oxigênio (DBO) foi utilizado para analisar indiretamente o consumo (i.e., oxidação
bioquímica) de matéria orgânica lábil, com base no consumo de O2 pela respiração de
microrganismos (VALENTE, PADILHA, & SILVA, 1997). Para tanto, foi coletada
amostra de água (ca. 10 L) do reservatório do Monjolinho; em seguida, a amostra foi
filtrada com membrana de acetato de celulose (porosidade 0,45 µm de diâmetro de poro).
As amostras filtradas foram divididas em 12 frascos de aproximadamente 300,0 ml
juntamente com fragmentos de macrófita nos meios contendo ou não chumbo, segundo
os seguintes tratamentos:
• 3 frascos com água e 100 mg de macrófita, porém sem chumbo (Tratamento
controle);
• 3 frascos com água, 100 mg de macrófita e 0,005 mg L-1 de chumbo;
• 3 frascos com água, 100 mg de macrófita e 0,01 mg L-1 de chumbo;
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Para as representações das cinéticas das mineralizações, as variações temporais
dos consumos acumulados de oxigênio (OC) foram ajustadas a um modelo de primeira
ordem (Eq. 1), a exemplo do utilizado nos testes de DBO (DAVIS & CORNWELL, 1991;
BORSUK & STOW, 2000). Para os ajustes e determinações dos coeficientes, utilizou-se
um método de regressão não linear, o algoritmo iterativo de Levenberg-Marquardt
(PRESS et al., 2007).
𝑂𝐶 = 𝑂𝐶𝑚𝑎𝑥 × (1 − 𝑒 𝑘𝑑𝑡 ) (1)
Onde: OC = valor acumulado de oxigênio consumido; OCMAX = quantidade máxima de
oxigênio consumido (mg g-1 PS); kd = coeficiente de desoxigenação (dia-1); t = tempo
(dia).
Para verificar as diferenças entre os consumos acumulados de oxigênio dissolvido
nos tratamentos (controle e duas concentrações de chumbo) foi utilizado o teste
paramétrico ANOVA com medidas repetidas seguidas de pós-teste de Tukey,
considerando um nível de significância de p < 0,05.
3. Resultados
Os resultados de consumo acumulado de oxigênio mostram que a amostra de água
consumiu Ca. de 11 mg L-1 (Fig. 1). De modo geral, os consumos foram mais intensos
no início do experimento (ca. 10 dias); Fig. 1. Em seguida decresceram e mantiveram-se
oscilando entre 0 e 2,00 mg de O2 dia-1. O tratamento sem Pb (com apenas detrito da
macrófita) apresentou o maior valor de kd e menor OCmáx (0,00495 d-1 e 487 mg O2 g-
1 MS, respectivamente), a incubação com concentração intermediária de chumbo
apresentou valores intermediários de kd e de OCmáx intermediário (0,00308 d-1 e 629
mg O2 g-1 MS, respectivamente). A incubação com maior concentração de Pb apresentou
o menor valor de kd e o maior de OCmáx (0,00098 d-1 e 2169 mg O2 g-1 MS,
respectivamente).
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3. Discussão
De acordo com os resultados, o chumbo foi responsável pela diminuição do kd e
aumento do OCmáx; a presença de chumbo levou a diminuição das taxas de reação e
aumento da quantidade de O2 consumido. Esses resultados indicam uma provável
alteração nas rotas metabólicas ligadas a oxidação aeróbia da matéria orgânica (alteração
na estequiometria da reação; Eq. 2). Nesse caso sem a presença do chumbo estimou-se
que foram oxidados ca. 182 mg de carbono ≡ 43% do carbono da planta. Se mantida a
relação estequiométrica (2,66) a adição de chumbo elevou a oxidação do carbono a 56%
(0,005 mg L-1) e 193% (0,01 mg L-1). Foram observadas diferenças significativas entre
o tratamento controle e os dois tratamentos com presença de chumbo (p = 0,001) e,
também, entre os dois tratamentos com chumbo (p = 0,001). Assim, supõe-se que a
presença do chumbo tenha alterado a relação estequiométrica e ainda o crescimento e
morte dos microrganismos (a reciclagem desses organismos aumentou o consumo de O2
em detrimento da oxidação do detrito).
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4. Conclusão
5. Agradecimentos
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529
Universidade Federal de São
Carlos - UFSCar
02 a 04 de Outubro de 2018
ISBN: 978-85-94099-03-7
Resumo: O manejo adequado dos resíduos sólidos urbanos na despesa corrente total da
Prefeitura é em média 3,7%. Desta forma, para subsidiar os custos dos serviços de coleta
e disposição final de resíduos domiciliares foi proposto um sistema de cobrança
proporcional ao volume de resíduo domiciliar gerado, aferido por meio da compra de
sacolas padronizadas para acondicionar dos resíduos para a coleta regular municipal. Para
tal foi realizado o levantamento de dados junto à Prefeitura de Rio Claro, Cooperativa de
catadores e Associação de recicláveis, e a empresa responsável pelos serviços de coleta
regular e operação do aterro sanitário. Com os dados obtidos, foram calculados os
custos/tonelada da coleta regular e disposição final dos resíduos domiciliares (R$/t), a
taxa de geração per capita do município (kg/hab.dia) e o custo/volume (R$/L) de resíduos
domiciliares. Posteriormente, foram criados cenários de participação da população na
entrega dos recicláveis, considerando-se que 10%, 20% e 28%, em peso, do total de
resíduo disposto no aterro sanitário seria destinado para a reciclagem. Com os resultados
obtidos pode-se constatar que na situação atual (cenário zero), uma residência com três
pessoas gastaria R$10,42/mês com a coleta+disposição, por outro lado à medida que
participasse da reciclagem, os custos passam a ser: R$ 6,25/mês, R$ 3,70/mês e
R$ 2,31/mês (cenário 10%, 20% e 28%, respectivamente). Além disso constatou-se que
o modelo de cobrança proposto garante o equilíbrio financeiro do sistema.
Palavras-chave: Gerenciamento de resíduos sólidos domiciliares; Cobrança pelos
serviços de limpeza pública; Instrumentos Econômicos.
1. Introdução
531
Jornada de Gestão e Análise Ambiental da UFSCar
São Carlos, 02-04 de outubro de 2018.
praticados nos municípios brasileiros, considerou-se como padrão o valor correspondente
a uma casa de 100 m2 para o cálculo dos valores, bem como a faixa de variação dos
valores praticados.
Os municípios de Campinas – SP, Jundiaí - SP e Viçosa-SP são exemplos
nacionais que realizam a cobrança pela prestação dos serviços de coleta regular e
disposição final com base na área construída do imóvel, localização e frequência de
coleta.
Em Campinas – SP uma residência com 100 m² dependendo de sua localização
pode pagar uma taxa de R$ 69,70/ano (R$ 5,81/mês) ou R$ 92,95/ano (R$ 7,75/mês)
junto ao Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU). Já no município de Jundiaí – SP, o
valor da cobrança da mesma residência considerada varia de R$ 8,58 a R$ 26,00 por mês,
sendo o valor anual variando de R$ 103,00 a R$ 312,00, respectivamente. Por fim, em
Viçosa – MG, a cobrança varia de R$ 13,51/mês a R$ 27,01/mês, sendo faturada
mensalmente junto com a conta de água.
Já em Araraquara–SP a base de cálculo da taxa de limpeza pública é baseada no
consumo de água. A Lei Municipal nº 8.313/2014, estima que a cada 1 m³ de água
consumido, sejam gerados 2,01 kg de resíduo. No entanto, nesse cálculo são levados em
consideração outros parâmetros, como disponibilidade dos serviços, taxa de investimento,
categoria do imóvel, frequência de coleta e índice de evasão de receita de água e esgoto.
Segundo o Decreto n° 11.402/2017 dependendo da quantidade de água consumida, o
valor mensal varia de R$ 9,10/mês até R$ 196,89/mês, sendo cobrada junto com o boleto
da conta de água.
Dentre os municípios pesquisados, Atibaia – SP é o único que apresenta um
modelo de cobrança baseado no volume de resíduo gerado. Assim, de acordo com a Lei
complementar no 486/05, o valor pago mensalmente pelo munícipe é definido por meio
de uma autodeclaração da faixa de geração volumétrica diária de resíduo domiciliar. Com
a última atualização da cobrança pelo Decreto nº 8.216/2017, o valor pago varia de
R$23,66 a R$ 307,27 por mês. A Tabela 1 apresenta um resumo da estimativa da faixa
do valor da cobrança pela prestação dos serviços de limpeza pública para uma residência
de 100 m² dos municípios apresentados.
Diante deste cenário, observa-se uma grande variação dos valores praticados nos
municípios, em parte justificada pelas diferentes práticas de gestão adotadas que
certamente acarretam em custos distintos. Porém, uma parcela desta discrepância deve-
se aos parâmetros utilizados na base de cálculo. Assim, o sistema de cobrança deve ser
532
Jornada de Gestão e Análise Ambiental da UFSCar
São Carlos, 02-04 de outubro de 2018.
justo e proporcional a quantidade de resíduo gerado de forma a incentivar a redução da
geração.
Entretanto, observa-se que em todos os modelos de cobrança a quantidade de
resíduo gerado não é aferida, sendo realizada de forma indireta, com base em parâmetros
como consumo de água, área construída, valor venal do imóvel e tipologia (residencial
ou comercial).
TABELA 1 – Faixa de variação do valor de cobrança pela prestação dos serviços de limpeza pública de
coleta regular + disposição final para uma residência de 100 m²
Variação do valor praticado pelos
municípios relativo à prestação dos
Município Legislação específica
serviços de limpeza pública para uma
residência de 100 m²
*Municípios com a cobrança realizada junto com o boleto do IPTU, valor total dividido por 12 meses.
Portanto, o fato da cobrança não estar atrelada a efetiva geração de resíduos, não
incentiva ou prioriza o princípio da “redução da geração” e fere o princípio do protetor-
recebedor, ambos estabelecidos pela Política Nacional de Resíduos Sólidos. Desta forma,
mesmo que o munícipe gere menos resíduos este não será beneficiado por adotar boas
práticas, uma vez que esta redução não é aferida nos modelos apresentados.
2. Material e Método
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São Carlos, 02-04 de outubro de 2018.
disposição final e coleta seletiva, bem como os custos que a prefeitura arca com o
fornecimento desses serviços. Para isso foi aplicado um questionário com perguntas
abertas para a Prefeitura, Cooperativa e Associação de reciclagem, bem como a empresa
que presta o serviço de coleta regular.
A partir do acesso ao contrato firmado entre a prefeitura municipal e a empresa
responsável pela coleta e operação do aterro sanitário, calculou-se o custo unitário (R$/t)
desembolsado pela prefeitura com a coleta+disposição do resíduo domiciliar. Com base
nos apontamentos de geração mensal de resíduos domiciliares, fornecidos pela empresa,
calculou-se a média mensal de geração de resíduos domiciliares, com base nos meses de
2017.
A partir da geração mensal calculou-se a geração “per capita” mensal de resíduos
(kg/hab.mês). A referência para o número de habitantes foi de 192.479 (FUNDAÇÃO
SEADE, 2017). Finalmente o custo por peso foi convertido para custo volumétrico (R$/l)
a partir do peso específico do resíduo domiciliar de 0,2 kg/l.
O peso específico de 0,2 kg/l foi obtido a partir da média dos valores de peso
específico encontrados em 4 artigos científicos (Tabela 2) que pesquisaram a
característica física do resíduo domiciliar solto.
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Jornada de Gestão e Análise Ambiental da UFSCar
São Carlos, 02-04 de outubro de 2018.
as despesas do munícipe com a aquisição de sacolas os materiais recicláveis podem ser
entregues gratuitamente para a coleta seletiva existente ou ainda nos postos de entrega
operados pela cooperativa. Desta forma reduziria o número de sacolas necessárias para
acondicionar os resíduos para a coleta regular.
Conforme a caracterização física dos resíduos domiciliares apresentada no Plano
Municipal de Saneamento Básico do município de Rio Claro – SP, 28% dos resíduos
domiciliares são compostos por material reciclável. Nesse sentido, foram elaborados 4
cenários (zero, 1, 2, e 3), sendo o cenário “zero” a condição atual, e os cenários 1, 2 e 3
uma redução progressiva de 10%, 20% e 28%, em peso, do total resíduo domiciliar
desviado da coleta regular e destinado a reciclagem. Os cenários foram propostos com a
hipótese de que os munícipes participariam gradativamente da coleta seletiva ou entrega
de recicláveis em PEV’s como forma de reduzir as despesas com a aquisição de sacolas.
Em cada cenário proposto foi estimada a taxa de geração volumétrica de resíduo
domiciliar por pessoa (l/pessoa.mês). Entretanto, com a segregação e entrega dos
recicláveis para a coleta seletiva, o valor do peso específico do resíduo destinado a coleta
regular é crescente, pois a porcentagem de material orgânico em relação ao total de
resíduos aumenta em cada cenário. Desta forma, no cenário zero em que não há mudanças
no comportamento do munícipe, o resíduo domiciliar destinado para a coleta regular
apresenta uma composição igual ao da situação atual. Desta forma, o peso específico de
0,2 kg/l foi adotado para calcular a taxa de geração volumétrica.
Com a participação dos munícipes na coleta seletiva, acredita-se que o resíduo
domiciliar destinado para a coleta regular será composto somente por resíduos orgânicos
e rejeitos. Como o material orgânico apresenta um peso específico mais elevado que os
demais materiais acredita-se que o peso específico do resíduo domiciliar nesta condição
é semelhante ao peso específico do resíduo compactado pelo caminhão coletor. Por isso,
no cenário 3 foi utilizado o peso específico de 0,65 kg/l obtido pela média de pesagem
dos caminhões de coleta, e conhecendo-se a capacidade volumétrica de cada caminhão
coletor.
Em função da dificuldade de determinar o peso específico dos cenários 1 e 2
adotou-se uma relação linear para estima-los, obtendo-se os valores de 0,30 kg/l e 0,45
kg/l, respectivamente. Os cenários zeroA, 1A, 2A e 3A foram elaborados considerando-
se que o peso específico do resíduo domiciliar não sofre alteração com a participação dos
munícipes na coleta seletiva. A tabela 3 apresenta os pesos específicos utilizados em cada
cenário.
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Jornada de Gestão e Análise Ambiental da UFSCar
São Carlos, 02-04 de outubro de 2018.
Com a finalidade de estimar o valor mensal desembolsado por residência/família
em cada cenário, adotou-se como parâmetro uma residência de 3 pessoas, pois esta foi a
densidade média nacional de pessoas por domicilio fornecida pelo IBGE (2016).
Cenário zero 1 2 3
Redução da quantidade de resíduo domiciliar
0% 10% 20% 28%
destinado para coleta regular (%)
Peso específico (kg/l) do resíduo domiciliar
0,20 0,30 0,45 0,65
aterrado
Cenário zeroA 1A 2A 3A
Redução da quantidade de resíduo domiciliar
0% 10% 20% 28%
destinado para coleta regular (%)
Peso específico (kg/l) do resíduo domiciliar
0,20 0,20 0,20 0,20
aterrado
3 Resultados e Discussão
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São Carlos, 02-04 de outubro de 2018.
acarreta em um custo total de R$173,28/t.
De acordo com a Prefeitura Municipal de Rio Claro – SP, a coleta seletiva em Rio
Claro – SP abrange 100% da área urbana, e ocorre de porta em porta. A cooperativa e a
associação comercializam em média 149,31 t/mês de recicláveis, que corresponde a
3,73% total de resíduos domiciliares. Porcentagem acima da média, quando comparada
com outros municípios de mesmo porte, que seria de 2,8% de recuperação (SNIS,2018).
O custo associado à coleta seletiva é R$ 14.166,71/equipe (aluguel de caminhão
mais motorista), considerando que são 4 equipes, o gasto mensal é de R$56.666,84/mês,
valor integralmente arcado pela prefeitura de Rio Claro. Considerando a média de
material vendido por mês, chega-se a um custo de R$379,52/t de material coletado pela
coleta seletiva. Já a média de arrecadação mensal devido a comercialização de recicláveis
pela Cooperativa fica em torno de R$380,00/t.
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São Carlos, 02-04 de outubro de 2018.
TABELA 4 – Caracterização do cenário após a aplicação da cobrança considerando-se que o peso específico
do resíduo domiciliar destinado para o aterro sanitário não é constante
*peso específico adotado de 0,2 kg/l para o cálculo do custo volumétrico da coleta+disposição.
*peso específico adotado de 0,2 kg/l para o cálculo do custo volumétrico da coleta+disposição.
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São Carlos, 02-04 de outubro de 2018.
No entanto, essa diminuição no volume de resíduo destinado para a coleta regular
implica na redução da arrecadação da prefeitura a medida que aumenta a participação na
coleta seletiva (Tabela 4). Por exemplo, ao se comparar o cenário zero com o cenário 3 é
notório que a arrecadação reduz em 77,85%, e consequentemente a prefeitura necessita
arcar com aproximadamente R$333 mil/mês no cenário 3. Isso ocorre, pois, o peso
específico de 0,20 kg/l representa apenas a relação peso/volume do cenário zero. Desta
forma, para os cenários 1, 2 e 3 o custo volumétrico da coleta+disposição é subestimado.
Assim, acredita-se que o modelo da Tabela 4 representaria a realidade quando o
modelo de cobrança for aplicado, neste caso atuaria mais como um incentivo à
participação dos munícipes na coleta seletiva do que para garantir a autossuficiência
financeira dos serviços de coleta+disposição.
Ao comparar os valores obtidos na pesquisa com os praticados por outros
municípios brasileiros que realizam a cobrança com base em outros indicadores, nota-se
que o valor estimado a partir do peso específico encontra-se dentro da faixa inferior
praticada por outros municípios.
Um diferencial do método de cálculo proposto para se estimar a cobrança pelos
serviços de coleta+disposição de resíduos sólidos adaptada para Rio Claro é o estímulo a
segregação de material reciclável, e a redução dos valores desembolsados pela prefeitura
para coleta e disposição final dos resíduos e, consequentemente, o aumento da vida útil
do aterro sanitário.
No caso de Campinas – SP, Jundiaí – SP e Viçosas – MG a redução do custo com
a coleta+disposição de resíduos sólidos domiciliares é inviável, mesmo que o munícipe
realize a segregação e a destinação do material para a coleta seletiva, pois a base de
cálculo é a área construída, localização do imóvel e a frequência de coleta.
Já no caso de Araraquara – SP, o munícipe só consegue reduzir os custos com o
uso do serviço de coleta+disposição, caso ele diminua no consumo de água, pois a
quantidade de água consumida por uma residência corresponde à quantidade de resíduo
sólido gerada pela mesma.
O caso que mais se aproxima do modelo proposto é Atibaia – SP, na qual a
cobrança é realizada proporcionalmente ao volume de resíduo gerado por dia. Porém
nesse caso, o volume mínimo de geração diária que o munícipe pode declarar é 10 l/dia,
com um valor base de cobrança de R$ 23,66/mês, valor acima do estimado para o
município de Rio Claro. Um outro aspecto positivo do presente modelo de cobrança para
a Prefeitura, é que acredita-se que com a mudança do comportamento dos munícipes com
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Jornada de Gestão e Análise Ambiental da UFSCar
São Carlos, 02-04 de outubro de 2018.
maior participação na entrega dos recicláveis será possível reduzir o número de viagens
diárias dos caminhões da coleta regular para o aterro, pois teria aproximadamente uma
redução de 28% em peso dos resíduos coletados. Logo, haverá uma redução também dos
custos de coleta por parte da empresa.
4. Conclusão
5. Agradecimentos
Referências
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Jornada de Gestão e Análise Ambiental da UFSCar
São Carlos, 02-04 de outubro de 2018.
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542
Universidade Federal de São
Carlos - UFSCar
02 a 04 de Outubro de 2018
ISBN: 978-85-94099-03-7
Blasius, Jandir. P.1; Caritá, Vitor. B.2: Castro, Marcus César. A. A.3; Maintinguer,
Sandra. I.4
1,2
1Mestrando do Programa de Geociências e Meio Ambiente,Universidade Estadual
Paulista -UNESP/IGCE Rio Claro-SP.
(jandirblasius@gmail.com/caritageog@gmail.com)
3
Orientador, Prof. Assistente Dr. do Departamento de Geologia Aplicada da
UNESP/Rio Claro-SP (mccastro@rc.unesp.br)
4
Coorientadora, UNESP - Instituto de Pesquisa em Bioenergia – IPBEN -Laboratório
Central - Rio Claro-SP (mainting2008@gmail.com)
1. Introdução
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São Carlos, 02-04 de outubro de 2018.
O desempenho de qualquer processo biológico é baseado na atividade
microbiológica e devido ao grau de complexidade das rotas metabólicas e a alta
sensibilidade do consórcio microbiano, principalmente das arqueas metanogênicas
(LIMA, 2015) ,a adoção do teste de AME serve para avaliar as condições do sistema. De
modo geral, para realização dos testes de AME é importante fornecer nutrientes e
substrato em excesso para que o sucesso do processo dependa apenas da atividade e
concentração de inóculo.
Este trabalho buscou objetivamente avaliar a atividade metanogênica específica
de um lodo anaeróbio como fonte de inóculo, com uso de substrato sintético, como
estratégia para partida de biorreatores em batelada, com aplicação de resíduos orgânicos.
Ainda, foi determinado a relação So/Xo mais favorável para biometanização.
2. Materiais e métodos
Como não existe uma padronização para realização do ensaio de AME e por não
haver disponibilidade financeira para aquisição de reagentes e soluções específicas (ácido
propiônico, ácido butírico e soluções de nutrientes), esta pesquisa fez uma adaptação entre o
meio de cultivo desenvolvido por Del Nery (1987) e a metodologia de Aquino et al. (2007).
Nesse caso, os nutrientes foram disponibilizados pelo meio de cultivo Del Nery (cujo meio é
descrito no trabalho da autora), e como fonte de carbono foi utilizado o acetato de sódio.
545
Jornada de Gestão e Análise Ambiental da UFSCar
São Carlos, 02-04 de outubro de 2018.
O uso do acetato como único substrato para o teste de AME, ao invés de uma mistura
de ácidos graxos (acético + propiônico + butírico) se deu porque o ácido acético (acetato) é
o precursor de 70 a 75% do metano gerado em condições anaeróbias (MONTEGGIA, 1997).
Para padronização do teste foi fixado uma concentração de substrato (acetato de
sódio) de 3g DQO.L-1. Este valor seguiu a metodologia de Simões (2017), que estudou
estratégias de aclimatação de lodos anaeróbios para partida de biometanizadores alimentados
com fração orgânica de resíduos sólidos.
Neste estudo foram avaliadas diferentes relações So/Xo (0,5; 1,0; 1,5) para
determinar qual seria a mais indicada para aplicação nos testes com resíduos orgânicos.
O cálculo de tais relações foi baseado na Equação 1:
(1)
V 1 . M1 = V 2 . M2 (2)
Onde V1= Volume do inóculo (mL); M1 = Concentração do inóculo (31,94 g STV. L-1);
V2 = Volume do meio reacional (0,25L); e M2 = Concentração estabelecida previamente
(3 g DQO.L-1).
O ensaio de AME foi realizado com lodo in natura. A composição do meio reacional
(lodo + substrato + água) de cada relação So/Xo adotada, é apresentada na Tabela 1.
Antes da partida, o pH foi fixado em 7 e os reatores foram purgados por 20 minutos
com um gás inerte (N2), para garantir as condições de anaerobiose. Então, os frascos foram
vedados com tampa de borracha, tampa de rosca com abertura central e com uma camada de
silicone. Em seguida os reatores foram incubados a temperatura constante de 35°C ± 0,1°C.
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Jornada de Gestão e Análise Ambiental da UFSCar
São Carlos, 02-04 de outubro de 2018.
TABELA 1 – Composição do meio reacional para o teste de AME.
FIGURA 1 – Esquema do aparato utilizado para aferição do volume de metano produzido nos ensaios..
(3)
𝜕CH4
Onde AME: Atividade Metanogênica Específica (em g DQOCH4.g STV-1.d-1); :
𝜕𝑡
variação do volume de metano produzido durante um intervalo de tempo (mL); STV:
Massa de inóculo adicionada ao reator (g STV.L-1); Volume do reator (0,5L); 𝐹CH4 : Fator
547
Jornada de Gestão e Análise Ambiental da UFSCar
São Carlos, 02-04 de outubro de 2018.
2.6 Tratamento dos dados e análise gráfica
(4)
metano (mL.g STV-1.d-1); 𝜆: duração da fase lag (dia); t: tempo (dia); e: exp (1) = 2,7183
3. Resultados e discussões
548
Jornada de Gestão e Análise Ambiental da UFSCar
São Carlos, 02-04 de outubro de 2018.
Os teores orgânicos típicos (expressos em STV/ST) em lodos variam de 60 a 80%
e as taxas de degradação orgânica correspondentes são geralmente de 56% a 65%, quando
o tempo de retenção hidráulica é de 15-30 dias (APPELS et al., 2008). Lodos com baixo
conteúdo orgânico geralmente apresentam baixo desempenho na digestão anaeróbia.
Liao; Li (2015) complementam que a taxa de degradação orgânica diminui para 25-35%
quando a relação STV/ST for inferior a 50%. E isso torna inviável economicamente a
recuperação energética a partir da digestão anaeróbia.
A caracterização do lodo abordado nesta pesquisa mostra que os sólidos voláteis
representam em torno de 81,65% do conteúdo de sólidos totais. Isso indica um alto
potencial de transformação orgânica do substrato em vista da provável riqueza de
microrganismos presente no lodo.
250
Produção acumulada de CH 4 (mL)
200
150
100
50
So/Xo = 0,5
So/Xo = 1,0
So/Xo = 1,5
0
0 1 2 3 4 5 6 7 8
Tempo (dias)
FIGURA 2 – Modelagem dos dados de produção de metano pela aplicação da equação de Gompertz.
549
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São Carlos, 02-04 de outubro de 2018.
A maior produção de metano foi observada na relação So/Xo=0,5, seguida pela
relação 1,0 e 1,5, que geraram cerca de 289, 265 e 229mL, respectivamente. Esses dados
sinalizam que os reatores designados com maior quantidade de inóculo em g de STV.L-1,
foram os que mais produziram metano.
As amostras dos reatores “branco” (inóculo + água), produziram uma média de 58
(So/Xo=0,5), 45 (So/Xo=1,5), e 16 mL (So/Xo=1,5) de metano nos reatores. Portanto, foi
observado uma certa relação entre o volume produzido e a quantidade de biomassa
presente no lodo, que mostrou que quanto mais inóculo foi utilizado nos testes, maior foi
o volume de metano gerado. Isso pode ser atribuído a disponibilidade e ao consumo da
matéria orgânica no lodo.
Essa análise ressalta a importância de se realizar testes com reatores “Branco”,
tendo em vista que o volume final produzido pela atividade endógena representou em
cerca de 26,17 (So/Xo=0,5), 21,67 (So/Xo=1,5), e 6,53% (So/Xo=1,5) do volume
acumulado nos testes.
O rendimento de metano para as três relações foi de 96,3, 88,3 e 76,3 mL de
metano por grama de DQO adicionada para as relações 0,5, 1,0 e 1,5, respectivamente.
Os valores estimados de produção de metano pela equação de Gompertz
Modificada (Tabela 3) se aproximaram dos dados observados nos testes, com valores de
aproximadamente 270, 261 e 233 mL de metano para as relações So/Xo de 0,5, 1,0 e 1,5
simultaneamente.
Na Figura 2 não é possível verificar a existência uma fase lag de adaptação dos
microrganismos ao substrato (acetado de sódio). Isso pode ser relacionado a atividade
metabólica do inóculo que não necessitou de tempo para se adaptar ao substrato. É
observado também que a produção de metano na fase exponencial do processo variou de
550
Jornada de Gestão e Análise Ambiental da UFSCar
São Carlos, 02-04 de outubro de 2018.
acordo com a relação So/Xo. Sendo que a duração desta fase na relação So/Xo= 0,5 teve
tempo inferior a um dia, enquanto as outras relações variaram de 2 a 2,58 dias. Isso indica
que quanto maior a quantidade de inóculo adicionada ao teste, menor foi o tempo para
consumo do substrato.
O tratamento dos dados apresentou boa correlação linear entre os dados coletados
nos testes e os estimados pelo tratamento estatístico e de modelagem. Para relação
So/Xo=0,5 foi encontrado índice de 0,9801, para So/Xo=1,0, 0,9878 e para So/Xo=1,5,
0,9847.
A Tabela 4 reúne os parâmetros calculdados para determinação da AME, bem
como seu índice.
Produção de CH4 no
Concentração de Duração da
So/Xo final da fase AME
lodo (g STV.L-1) fase exponencial (dia)
exponencial (mL)
0,5 6 0,8469 240 0,2361
1 3 2,0 250 0,2082
1,5 2 2,58 213 0,2063
551
Jornada de Gestão e Análise Ambiental da UFSCar
São Carlos, 02-04 de outubro de 2018.
que influi diretamente no cálculo da AME, que considera o tempo de duração desta fase,
bem como a sua produção máxima acumulada.
0,240
0,235
AME (g DQOCH4.g STV-1 .d -1 )
0,230
0,225
0,220
0,215
0,210
0,205
0,5 1,0 1,5
Relação So/Xo
4. Considerações Finais
552
Jornada de Gestão e Análise Ambiental da UFSCar
São Carlos, 02-04 de outubro de 2018.
As relações So/Xo igual a 0,5 e 1,0 apresentaram um comportamento similar
durante os testes, em termos de produção de metano e índice de AME, o que ressalta a
utilização das mesmas nos testes com resíduos orgânicos.
Por fim, os índices de AME servirão para avaliar o processo de digestão aneróbia
de resíduos em escala real, onde a partir da comparação dos resultados com o uso de
substrato sintético, será verificado se os substratos orgânicos podem conter alguma carga
tóxica para os microrganismos e assim, buscar alternativas para melhorar o desempenho
do sistema.
Referências
553
Jornada de Gestão e Análise Ambiental da UFSCar
São Carlos, 02-04 de outubro de 2018.
LIU, C. et al. Characterization of methanogenic activity during high-solids anaerobic
digestion of sewage sludge. Biochemical Engineering Journal, v. 109, p. 96–100,
2016.
MARTINS, K. A.; AMORIN, E. L. C.; SALOMON, K. R. Atividade metanogênica da
fração orgânica de resíduos sólidos gerados em um restaurante universitário.
Dissertação (mestrado). Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal de
Alagoas, 2017.
MONTEGGIA, L. Proposta de metodologia para avaliação do parâmetro “Atividade
Metanogênica Específica”. In: 19° Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e
Ambiental, ABES, Foz do Iguaçu, 1997.
ROCHA, M. A. G. Estudos da atividade metanogênica de lodos e da biodegradabilidade
anaeróbia de efluentes de indústrias de bebidas. Dissertação De Mestrado em
Tecnologia Ambiental e Recursos Hídricos, p. 137, 2003.
SILVA, H. O. F.; BISCARO, A. F. V.; PASSOS, J. R. S. Funções sigmoidais aplicadas
na determinação da atividade metanogênica específica-AME. Revista Brasileira de
Biometria, p. 141–150, 2010.
SIMÕES, A. L. G. Estudo da aclimatação de lodos aneróbios como estratégia de
inoculação para partida de biometanizadores alimentados com fração orgânica dos
resíduos sólidos urbanos. Dissertação De Mestrado, p. 316, 2017.
SNIS. Diagnóstico do Manejo de Resíduos Sólidos Urbanos – 2015. BRASIL.
Ministério das Cidades. Secretaria Nacional de Saneamento Ambiental - SNSA..
Brasília: MCIDADES. SNSA, 2017. 173 p.
554
Universidade Federal de São
Carlos - UFSCar
02 a 04 de Outubro de 2018
ISBN: 978-85-94099-03-7
Dolphine, Larissa M. 1
Moraes, C. S. B 2.
1
Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (UNESP), Rio Claro
(SP); larissa.dolphine@yahoo.com.br
2
Orientadora, Departamento de Planejamento Territorial e Geoprocessamento,
Instituto de Geociências e Ciências Exatas. Universidade Estadual Paulista “Júlio de
Mesquita Filho” (UNESP), Rio Claro (SP); clausbm@rc.unesp.br
1. Introdução
556
Jornada de Gestão e Análise Ambiental da UFSCar
São Carlos, 02-04 de outubro de 2018.
resíduos, auditorias, avaliação da porcentagem de atendimento à legislação, medidas
corretivas e preventivas, e monitoramento constante), para a aplicação do Plano de
Gerenciamento de Resíduos Sólidos no Programa de Gerenciamento de Resíduos da
UNESP, campus de Rio Claro/ SP, conforme os itens exigidos pela PNRS. Além disso,
sugere a gestão organizacional das etapas do gerenciamento de resíduos, focando na
obtenção da melhoria da qualidade ambiental, propondo a busca de novas tecnologias e
alternativas para a resolução de problemas identificados em cada tipo de resíduo gerado.
Dessa maneira, o projeto também visa a diminuição dos impactos negativos
socioambientais e econômicos, a educação ambiental na instituição e o envolvimento da
comunidade ao entorno.
2. Materiais e Métodos
557
Jornada de Gestão e Análise Ambiental da UFSCar
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porcentagem de atendimento as legislações aplicáveis a cada tipo de resíduo e dos
indicadores gerais (etapa 1) em todos os setores do campus, com um plano de auditorias
anuais, aplicação de auditoria no campus todo, e propostas de aplicação de ações
corretivas e preventivas.
As auditorias correspondem a uma maneira de avaliar as informações necessárias
para alcançar os objetivos ambientais propostos pela organização e também de controlar
o sistema de gestão ambiental, estabelecendo os objetivos de melhoria, ações corretivas
e preventivas.
Para a realização das auditorias, foi elaborado um checklist semelhante ao
utilizado na Etapa 1, apresentando 3 indicadores principais, sendo estes: Resíduos
gerados por setor; Gerenciamento e Legislação. Cada um desses indicadores é
desmembrado em outros: tipo e quantidade (referentes aos resíduos gerados por setor);
segregação, identificação/armazenamento, tratamento e transporte/destinação final
(referentes ao gerenciamento); lei e descrição (referentes à legislação). O modelo descrito
está esquematizado na tabela 1 a seguir:
558
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São Carlos, 02-04 de outubro de 2018.
FIGURA 1 - Etapas da metodologia PDCA para aplicação do PGR UNESP - Artigo 21 da Lei 12.305/10
(PNRS). Fonte: Adaptado e Baseado em MORAES; FONSECA, 2014.
3. Resultados
559
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São Carlos, 02-04 de outubro de 2018.
TABELA 3 – Setores do IB para realização das auditorias
Setores IB
Seção de Seção Técnica
Departamento Divisão Técnica
Biblioteca Conservação e de
Educação Acadêmica
Manutenção Contabilidade
Diretoria Técnica Seção de
Departamento
CEIS de Serviços STAEPE Atividades
Ecologia
(DTS) Auxiliares
Seção Técnica
Departamento da Seção Técnica de Seção Técnica
Departamento de Biologia Admnistrativa
Zoologia Materiais de Graduação
RH
Seção Técnica Seção Técnica
Diretoria / Vice Seção Técnica
Departamento Botânica de de Pós-
Diretoria Acadêmica
Comunicações Graduação
Departamento da Dir.
Setor de Seção Técnica
Bioquímica e Administrativa Zeladoria
Vigilância de Finanças
Microbiologia (DTAd)
Fonte: elaborado pelos autores
560
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São Carlos, 02-04 de outubro de 2018.
TABELA 5 - Auditoria PGR/ UNESP-RC - Biblioteca
BIBLIOTECA
Legislação
Resíduos Quantidades
Lei Descrição
Institui sistemas de compostagem para
Art. 36 da resíduos sólidos orgânicos e articulação
Orgânico (copa e banheiros) 8 Kg/semana Lei com os agentes econômicos e sociais
12.305/10 formas de utilização do composto
produzido
Recicláveis (papel e plástico) 4 Kg/semana Institui a separação dos resíduos
Decreto recicláveis descartados pelos órgãos e
Papéis (revistas, apostilas, Federal
300Kg/6 meses entidades da administração pública
documentos) 5.940/2006 federal direta e indireta, na fonte
geradora, e a sua destinação às
associações e cooperativas dos catadores
Jornal 1 caixa/mês
de materiais recicláveis, e dá outras
providências.
Estabelece os limites máximos de
CONAMA chumbo, cádmio e mercúrio para pilhas
401/2008 e baterias comercializadas no território
Pilhas 3Kg/mês
nacional e os critérios e padrões para o
seu gerenciamento ambientalmente
adequado, e dá outras providências.
Fonte: elaborado pelos autores.
TABELA 6 - Auditoria PGR/ UNESP-RC - Restaurante Universitário.
RESTAURANTE UNIVERSITÁRIO
Legislação
Residuos Quantidades
Lei Descrição
Institui sistemas de compostagem para
Art. 36 da resíduos sólidos orgânicos e articulação
Orgânico 222,5Kg/semana Lei com os agentes econômicos e sociais
12.305/10 formas de utilização do composto
produzido
Recicláveis (lata de
alumínio, garrafas e 5,25 Kg/semana
embalagens plásticas) Institui a separação dos resíduos
Papelão 10Kg/mês recicláveis descartados pelos órgãos e
Decreto entidades da administração pública federal
Galões de plástico de
Federal direta e indireta, na fonte geradora, e a sua
embalagem de produto 1 un (1,2 Kg)/ mês
5.940/2006 destinação às associações e cooperativas
de limpeza
dos catadores de materiais recicláveis, e dá
Vidros (embalagens de Aproximadamente outras providências.
cogumelo e palmito) 11 unidades/ 15 dias
Papel (guardanapos,
13 Kg/semana
tickets)
Obrigação em estruturar e implementar
sistemas de logística reversa, mediante
retorno dos produtos após o uso pelo
Art. 33 da
consumidor, de forma independente do
Óleo 30litros/20 dias Lei
serviço público de limpeza urbana e de
12.305/2010
manejo dos resíduos sólidos, os
fabricantes, importadores, distribuidores e
comerciantes de óleos lubrificantes.
Fonte: elaborado pelos autores.
561
Jornada de Gestão e Análise Ambiental da UFSCar
São Carlos, 02-04 de outubro de 2018.
4. Discussão
Como não concluiu-se ainda a realização das auditorias em todos os setores, o
projeto apresenta apenas resultados parciais, pois ainda não há dados suficientes para
comparar com o diagnóstico realizado anteriormente.
Entretanto, com as auditorias já aplicadas foi possível perceber que a universidade
produz uma grande quantidade e variedade de resíduos, destacando-se assim, a
importância de se realizar um gerenciamento adequado desses resíduos. É essencial que
esse diagnóstico seja feito para que se proponha medidas eficazes a serem implantadas
em todos os setores, permitindo a adequação à legislação, diminuição dos impactos
negativos que podem sem gerados, promovendo a participação e integração de alunos,
funcionários, professores e da comunidade externa.
Quando todos os setores forem diagnosticados, será possivel processar os dados,
principalmente em relação à quantificação, e assim, verificar se houve mudanças, e propor
as medidas corretivas e preventivas para melhoria contínua e efetiva implantação do
Plano de Gerenciamento de Resíduos.
5. Conclusão
O projeto ainda está em andamento, mas mesmo não tendo todos os resultados é
importante ressaltar sua importância. É fundamental que o diagnóstico dos resíduos seja
realizado antes de qualquer ação a ser implantada, pois permite uma visão e conhecimento
da situação em que a UNESP se encontra, e permite a identificação dos problemas. Dessa
maneira, é possível aplicar as medidas ideais para a implementação do Plano de
Gerenciamento de Resíduos. Além disso, pode-se concluir que esse plano deve ser
constantemente monitorado para uma avaliação da situação dos resíduos, buscando
sempre o atendimento a legislação e melhorias ambiental, social e econômica contínuas.
6. Agradecimentos
O projeto de pesquisa tem o apoio financeiro do CNPq como bolsa de iniciação
científica (PIBIC). Ele também é apoiado pelo grupo de pesquisa do PGR- Programa de
Gerenciamento de Resíduos da Unesp de Rio Claro, sendo uma pesquisa componente
desse Projeto de Extensão.
7. Referências Bibliográficas
ANDRADE, V. H. V. P.; DEAJUTE, T. C.; MEIRA, A. M.; MORAES, C. S. B.
Adequação Ambiental: uma proposta participativa para Departamento em Instituição de
Ensino Superior. In: Anais do 26º Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e
562
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São Carlos, 02-04 de outubro de 2018.
Ambiental. Porto Alegre/ RS, 2011.
BRASIL. Lei n 12.305 de 02 de Agosto de 2010. Política Nacional dos Resíduos
Sólidos. Brasília/ DF, 2010.
MAEDA, A. Y. Diretrizes para Elaboração do Plano de Gerenciamento de Resíduos
da UNESP (Campus Rio Claro) baseado na Lei 12.305/10 – Política Nacional de
Resíduos Sólidos. Projeto de Pesquisa - Iniciação Científica – PIBIC/ IGCE/ UNESP,
2016.
MORAES, C. S. B.; FONSECA, J. C. L. Manual para o Plano de Gerenciamento de
Resíduos da UNESP (PGR UNESP). IGCE, UNESP, 2014. (projeto de pesquisa).
MORAES, C. S. B.; MAEDA, D. Y.; SILVA, A. I.; LIMA, S. C. S.; PINTO, W. L. H.
Diagnóstico e Propostas de Diretrizes para o Plano de Gerenciamento de Resíduos do
IGCE da UNESP. In: Anais do XVII ENGEMA - Encontro Internacional sobre
Gestão Empresarial e Meio Ambiente. São Paulo, 2015
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Universidade Federal de São
Carlos - UFSCar
02 a 04 de Outubro de 2018
ISBN: 978-85-94099-03-7
Silva, L. A.1
Castro, M. C. A. A. 2
1
Autor,Universidade de Araraquara (Uniara, leandroarquitetura@gmail.com)
2
Orientador, Professor adjunto da Universidade Estadual Paulista Julio de Mesquita
Filho UNESP [mccastro@rc.unesp.br]
1. Introdução
565
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São Carlos, 02-04 de outubro de 2018.
2.1 Legislação aplicada ao setor de resíduos da construção civil
566
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São Carlos, 02-04 de outubro de 2018.
3-Quais ações de redução de geração de entulho serão tomadas;
4-Quais destinações finais ambientalmente corretas serão acolhidas para o entulho
gerado.
Após o processo de aprovação do Alvará junto à Secretaria Municipal de Obras,
o responsável técnico será autorizado a iniciar a etapa de execução da construção ou
reforma da edificação. O município determina que os geradores destinem seus resíduos
de maneira adequada de acordo com o volume transportado. Os pequenos geradores
poderão destinar seus resíduos aos ecopontos desde que o volume transportado não
ultrapasse 1m³. Os 16 ecopontos do município realizam sua triagem e destinação através
do auxílio do funcionário responsável, esse que é subordinado a secretaria de serviços
gerais do município , já os volumes acima de 1 m³. Deverão ser obrigatoriamente
transportados por uma empresa licenciada pelo município e destinada a uma área de
transbordo e triagem particular, independentemente do tipo de gerador.
FIGURA 2 – Destinação dos resíduos em S.J.Rio Preto/SP Fonte: adaptado de (PMSJRP, 2017).
567
Jornada de Gestão e Análise Ambiental da UFSCar
São Carlos, 02-04 de outubro de 2018.
568
Jornada de Gestão e Análise Ambiental da UFSCar
São Carlos, 02-04 de outubro de 2018.
triagem, aterro, usinas e central de reciclagem, onde encontra-se a usina de
beneficiamento e reciclagem dos resíduos da construção civil municipal. Essas visitas
tiveram como objetivo analisar o panorama geral dos agentes envolvidos no processo de
gestão de resíduos do município de São José do Rio Preto/SP.
569
Jornada de Gestão e Análise Ambiental da UFSCar
São Carlos, 02-04 de outubro de 2018.
No ano de 1997 a prefeitura de São José do Rio Preto/SP chegou a estimar 1431
áreas de descarte irregular dentro do município, conhecidos como “bota fora” (PINTO,
1999, p. 47). Após o levantamento desse diagnóstico, a prefeitura tomou iniciativas para
buscar alternativas de destinação adequada aos resíduos que segundo Silva (2012), eram
dispostas em terrenos baldios, fundos de vales e até áreas de proteção permanente, como
beira de córregos.
570
Jornada de Gestão e Análise Ambiental da UFSCar
São Carlos, 02-04 de outubro de 2018.
Após o diagnóstico realizado pelo município, ficou evidenciado quais pontos
possuíam maiores concentrações de descarte irregular. Foram montadas inicialmente
estruturas de madeira nos pontos evidenciados que pudessem receber e dar uma
destinação adequada a esses resíduos. Já em 2004, após um levantamento municipal, ficou
evidenciada a eficiência dos Ecopontos dentro do município, cabendo então aos gestores
naquele momento providenciar adequações que atendiam as recomendações do
Ministério das Cidades e Meio Ambiente, como instalação de alambrados e colocação de
caçambas para deposição dos materiais (SILVA, 2012, p. 43-45).
Atualmente o município conta com 16 ecopontos criados pela Prefeitura
Municipal para a captação de pequenas quantidades de RCC e programas de coleta
seletiva. A secretaria de Serviços Gerais do Município destina um profissional
responsável em cada ecoponto para realizar a administração, manutenção e triagem dos
resíduos, cabendo a mesma ainda elaborar mensalmente para cada um dos pontos de
apoio, relatórios de volume recebido e quantidade e tipos de resíduos já triados conforme
estabelece o Decreto Municipal nº 12.765/2005.
571
Jornada de Gestão e Análise Ambiental da UFSCar
São Carlos, 02-04 de outubro de 2018.
O levantamento das informações apontadas no capítulo anterior permitiram
compreender a morfologia urbana dos Resíduos da Construção Civil na cidade de São
José do Rio Preto-SP. A morfologia é considerada dentro do estudo urbano como a forma
e a transformação da cidade como um plano vivo.
São José do Rio Preto-SP conta hoje com 16 ecopontos, 10 áreas de transbordo e
triagem, 3 usinas de beneficiamento e reciclagem, 1 central de galhos conforme pode ser
visto na figura 6.
3. Considerações Finais
4. Referências
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Jornada de Gestão e Análise Ambiental da UFSCar
São Carlos, 02-04 de outubro de 2018.
SÃO JOSÉ DO RIO PRETO. Lei Ordinária no 9.393 de 20 de dezembro de 2004São
José do Rio Preto, 2004.
SÃO JOSÉ DO RIO PRETO. Decreto no12.765 2005 de 8 de abril de 2005São José do
Rio Preto, 2005.
SÃO JOSÉ DO RIO PRETO. Conjuntura Econômica 2016 São José do Rio Preto-
SP. 31. ed. São José do Rio Preto: Secretaria Municipal de Planejamento Estratégico,
Ciência, Tecnologia e Inovação., 2016.
SÃO JOSÉ DO RIO PRETO. Decreto no 17.743 de 30 de Março de 2017São José do
Rio Preto, 2017.
SILVA, A. A. DA. Avaliação dos pontos de apoio (ecopontos) na gestão dos
resíduos sólidos urbanos: estudo de caso de São José do Rio Preto / SP. Dissertação
(Mestrado em Engenharia Urbana)—São Carlos: Universidade Federal de São Carlos,
2012.
SINDUSCON-SP. Transporte e Destinação. São Paulo: [s.n.].
ZANELATTO, K. C.; YUKAREN, K.; FABRIIS, R. Gestão da Produção na
Construção Civil. Disponível em: <http://pcc2302.pcc.usp.br/textos>. Acesso em: 30
set. 2016.
573
Universidade Federal de São
Carlos - UFSCar
02 a 04 de Outubro de 2018
ISBN: 978-85-94099-03-7
1
Programa de Pós-Graduação em Geociências e Meio Ambiente, Universidade
Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”; caritageog@gmail.com
2
Programa de Pós-Graduação em Geociências e Meio Ambiente, Universidade
Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”
1. Introdução
2. Materiais e Métodos
A presente pesquisa pode ser definida como um estudo de caso exploratório, pois,
segundo Yin (2001), estes são estudos que investigam um fenômeno dentro de seu
contexto de realidade. Além disso, é exploratório pois busca uma visão geral, visto que o
tema escolhido ainda foi pouco explorado.
O município de Rio Claro localiza-se a 22º24′39” de latitude sul e 47º33′39”
de longitude oeste, na Região Centro-Leste do estado de São Paulo, a 190 km da capital.
Rio Claro faz limite ao norte com Corumbataí e Leme, ao Sul com Piracicaba, à Leste,
Araras e Santa Gertrudes e à Oeste com lpeúna e ltirapina.
A pesquisa foi delimitada pela análise das bacias de captação dos PEV’s do
575
Jornada de Gestão e Análise Ambiental da UFSCar
São Carlos, 02-04 de outubro de 2018.
município de Rio Claro e seu impacto na gestão dos pequenos volumes de RCC gerados
pela população. As bacias de captação devem levar em conta a capacidade de
deslocamento dos pequenos geradores, algo entre 0,5 e 2,5 km (BRASIL, 2010b). Para
esta pesquisa, foram definidas como tendo um limite de alcance de 1km. Esta distância
foi escolhida porque é o que os funcionários do PEV consideram como a distância média
percorrida pelos usuários.
Foi realizada uma pesquisa documental para obter as legislações pertinentes ao
setor de resíduos da construção civil no município. Já os dados sobre a geração e gestão
de resíduos no município foram obtidos a partir de pesquisa de campo e aplicação de
questionários.
Para analisar o impacto das bacias foram utilizados como base de cálculo os
setores censitários do IBGE (2010b), que forneceram também os dados sobre a população
de cada setor. Para realizar estas análises, os dados obtidos através dos bancos de dados
do IBGE (mapa base dos setores e dados de população) foram inseridos no software QGIS
3.0.2. Foram então calculadas as áreas de cada setor e sequencialmente a densidade
populacional, através da ferramenta “tabela de atributos – calculadora de campo”.
Em seguida foram inseridos os pontos de localização dos PEV’s do Município
através de informações obtidas com a prefeitura municipal. A partir destes pontos, foram
calculadas as bacias de captação usando a ferramenta “Vetor – Geoprocessamento -
Buffer” utilizando o valor de “1000” no campo “Distância”.
Por fim, foi realizada uma análise de intersecção (ferramenta “Vetor –
Geoprocessamento – Intersecção”) entre o buffer da bacia de captação e os setores
inseridos nela. A partir disto foram calculadas as novas áreas atingidas pela bacia, e
calculadas a população atendida através da multiplicação desta nova área pela densidade
populacional de cada setor, calculada anteriormente.
Para calcular a taxa de geração dos pequenos geradores foi obtido o volume médio
mensal de RCC descartado pelos PEV’s. Então este valor foi multiplicado pelo peso
específico do material (1300kg/m³) e então dividido pela população atingida pelas bacias
de captação.
3. Resultados
576
Jornada de Gestão e Análise Ambiental da UFSCar
São Carlos, 02-04 de outubro de 2018.
42.663,58- com um Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) de 0,803 (IBGE, 2010a).
A densidade populacional média dos setores censitários fica em 4973,68hab/km²,
com uma média de 690 habitantes por setor (Figura 2). Os setores censitários são áreas
de levantamento cadastral com número de domicílios e residentes que permitam o
levantamento por um recenseador, de maneira que suas formas e dimensões variam.
FIGURA 11 - Mapa de Densidade Populacional por Setor Censitário em Rio Claro - SP. Dá um espaço
após a legenda
A geração total de RCC descartados de forma regular no município gira em torno
de 8970m³/mês, dos quais 2860m³ são descartados nos PEV’s, 3000m³ na Área de
Trasbordo e Triagem, 1800m³ na Usina de Beneficiamento de RCC, e 1310m³ no Aterro
de Inertes. Além destes, são recolhidos aproximadamente 660m³/mês de RCC
descartados irregularmente em pontos variados do município, porém este valor não
corresponde ao total descartado de forma irregular, mas apenas ao coletado pela
prefeitura, visto que a prefeitura não consegue realizar a limpeza de todos os pontos
irregulares ao mesmo tempo.
No município de Rio Claro existem atualmente 6 PEV’s implantados pela
prefeitura e administrados por uma empresa privada, a mesma que realiza a coleta dos
resíduos e administra o aterro. Os PEV’s foram instituídos em antigos locais de descarte
irregular de resíduos, de forma a aproveitar uma área já impactada. Os PEV’s e sua
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localização são apresentados a seguir:
- Ecoponto Jardim São Paulo (Rua 1B JS, entre as Avenida 26 e 28);
- Ecoponto Cervezão (Rua 6 com Avenida M21);
- Ecoponto São Miguel (Avenida 64A com anel viário);
- Ecoponto Jardim Palmeiras (Avenida 3-JP ao lado da ETE Palmeiras);
- Ecoponto Jardim Santa Elisa (Avenida 54 com a rua 27-JF);
- Ecoponto Jardim Inocoop (Final da Avenida Tancredo Neves, próximo a rodovia
Fausto Santo Mauro).
O custo médio de gestão e manutenção de cada PEV é de R$12.077,06/mês, para
um total de R$72.462,38/mês. Este custo corresponde a 38,2% do total expendido com
gestão de resíduos no município.
Os materiais descartados são destinados de acordo com seu tipo, por exemplo: os
materiais recicláveis como papel, plástico, papelão e vidros são coletados pela
Cooperativa Cooper Viva; os aparelhos eletrônicos são coletados pela Ecovil; e os RCC
são enviados para o aterro onde ficam separados e são usados na pavimentação das vias
rurais.
As bacias de captação dos PEV’s de Rio Claro abrangem uma área aproximada de
18,7 km². Esta área atende uma população de 70.481 habitantes (Tabela 2), e são
localizadas principalmente em áreas de periferia e expansão urbana. O PEV de maior
alcance é o PEV do Cervezão, que atinge uma população de 20.582 habitantes, e fica
localizado numa das áreas de maior adensamento populacional do município.
4. Discussão
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existentes se referem aos transportadores de RCC, e ao que cabe como punição ao gerador
ou transportador que venha a ser pego descartando em local irregular.
De acordo com um manual publicado pelo Ministério do Meio Ambiente
(BRASIL, 2010b), a infraestrutura mínima para o manejo do resíduo gerado pelo pequeno
gerador deve ser calculada de acordo com a dimensão da sua população. No caso de
municípios com população aproximada de 200 mil habitantes (caso de Rio Claro), é
necessário desenvolver um sistema de gestão com um mínimo de 8 PEV’S, além das
infraestruturas para os grandes geradores.
Neste sentido, o municipio encontra-se abaixo da infraestrutura minima de gestão
dos pequenos volumes, com apenas 6 PEV’s. Além disto, com 1km de bacia de captação
apenas 23% da área urbana do município de Rio Claro é abrangida pelos PEV’s
atendendendo 35% da população (Figura 2). Leva-se em consideração que parte da
população inclusa na bacia não faz uso do PEV, porém parte da população dos entornos
(não inclusas na bacia) fazem uso, de forma que se considera como não tendo influência
nas análises geradas nesta pesquisa.
FIGURA 12 - Bacias de Captação dos PEV's de Rio Claro - SP e Setores Censitários. Fonte: AUTOR
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Apesar disso, o volume de RCC coletado nestes PEV’s é considerável,
aproximandamente 32% do total coletado mensalmente no município. Este valor
corresponde a cerca de 1,7kg/hab/dia, que é um valor razoável comparando-se com os
valores de outros municípios do Brasil, que giram entre 0,6kg/hab/dia e 2,1kg/hab/dia
(PINTO, 2016).
Extrapolando estes valores obtidos para o resto da população (132.469 hab.)
podemos perceber que 225.197 kg de resíduos de construção civil não são coletados
diariamente no municipio por conta da falta de estrutura para os pequenos geradores. Isto
equivale a aproximadamente 38 caçambas de 5m³ de RCC descartados de maneira
irregular
Somando estes valores calculados podemos observar que estes são
aproximadamente 58% do valor total gerado no municipio, o que se assemelha aos valores
considerados na literatura que apresentam que o pequeno gerador é responsável por 59%
de todo o RCC. Estes dados comprovam a teoria de que o pequeno gerador é responsável
por grande parte do resíduo de construção gerado.
5. Conclusões
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Referências
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Universidade Federal de São
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Universidad de Córdoba. Departamento de Ingeniería Ambiental Montería,
Colombia.
1 2
vcsoto@correo.unicordoba.edu.co, angelicabustamante@correounicordoba.edu.co
3
hramosmooffarrij73@correo.unicordoba.edu.co,4jgarridomachado62@correo.unicord
oba.edu.co
1. Introducción
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Los recicladores trabajan recogiendo, acopiando y comercializando, bajo una
lógica de trabajo informal (Rubio Campos, 2015), es quien menos gana en esta cadena
(Valdés, 2016) y tiende a ser víctima de discriminación por parte de la sociedad,
(Ballesteros et al., 2008).
A nivel local, en el año 2007 se llevó a cabo el proceso de cierre del botadero a
cielo abierto “El Purgatorio”, restringiendo el acceso a 103 recuperadores y sus núcleos
familiares que desarrollaban sus actividades de reciclaje en este lugar. Sin embargo, a
diario muchas personas en la ciudad realizan esta labor, en condiciones inadecuadas de
seguridad y salud. Las personas que llegaban a los grandes centros poblados encontraban
en el reciclaje la mejor oportunidad para subsistir (Corredor 2010; Ministerio de
Vivienda, Ciudad y Territorio 2015).
El proceso de construcción de política pública para la gestión de los residuos, en
el componente de reciclaje inclusivo, debe ser entendido desde la defensa de los
recicladores organizados (RLR, 2017). Es así como mediante Sentencia T 724 de 2003 Y
T-291 de 2009, la Corte Constitucional se ha pronunciado sobre los recicladores de oficio
como sujetos de especial protección constitucional y sobre la necesidad de promover
acciones afirmativas a su favor. El “reciclaje inclusivo” priorizan la recuperación y el
reciclaje, reconociendo y formalizando el papel de los recicladores como actores clave de
dichos sistemas (The Economist Intelligence Unit, 2017).
Según el Articulo 2 Decreto 2981 de 2014 del Ministerio de Vivienda, Ciudad y
Territorio (MVCT), el Reciclador de oficio, es la persona natural o jurídica que se ha
organizado de acuerdo con lo definido en el artículo 15 de la Ley 142 de 1994, para prestar
la actividad de aprovechamiento de residuos sólidos. El reciclador de oficio o “reciclador
de base” se incluye tanto a trabajadores formales como a informales que se dedican a la
recuperación y venta de materiales reciclables [hallables]. (The Economist Intelligence
Unit, 2017).
Bajo este contexto surge la iniciativa de la academia de abordar el proceso de
inclusión como un reconocimiento al aporte ambiental y la reducción de la vulnerabilidad
del reciclador de oficio de la ciudad de Montería que tuvo como objetivo fundamental,
caracterizar la población recicladora de oficio y establecer medidas de fortalecimiento de
la actividad de aprovechamiento de residuos sólidos como mecanismo de
empoderamiento ambiental y mejora de su bienestar laboral.
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2. Materiales y métodos
FIGURA 1 – Método de investigación basado en el modelo Presión, estado respuesta PER. Fuente: Fei et
al. 2016.
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3. Resultados
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desde el punto de vista de su vulnerabilidad, exclusión y desigualdad, estados asociados
a la pobreza, (Castaño, 2017), y a la problemática que los acoge, lo que se evidencia en
la Figura 3 y 4.
Las condiciones de informalidad en las que laboran estas personas les impide ser
sujetos plenos de derechos no pudiendo satisfacer todas sus necesidades básicas (Oshige,
2015), adicionalmente la pobreza los expone al rechazo social (Katerine, López,
Alejandra, & Ángel, 2015), en Montería el 68% de los recicladores se encuentran en la
línea de pobreza y pobreza extrema. Figura.4.
FIGURA 5. Índice de Pobreza Monetaria en TABLA 2 Pobreza Monetaria, Córdoba 2016. Boletín
los Recicladores de Montería. Técnico DANE 2017.
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TABLA 3. Modelo Presión, estado, respuesta PER de los recicladores de base de la ciudad de Montería
4. Discusión
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2016 del MVCT, de igual forma Perú con la Ley 29419, regula la Actividad de los
Recicladores, a fin de, promover su formalización, sin embargo, se cumple parcial e
incipientemente, por la falta de idoneidad en la aplicación de norma. (Características &
En, 2010).
En Montería predomina el rango de edad entre los 55 y los 59 años, situación que
corrobora el desgaste de la estructura social y productiva de los individuos que se dedican
a la actividad de reciclaje. Este rango difiere sobre el mayor rango de edad (36 a 45 años)
encontrado en recicladores informales de Medellín (Ballesteros et. al 2008) o de
Bucaramanga, cuyo mayor rango se ubica entre los 21 a 40 años (Alcaldía de
Bucaramanga, 2015). Esta distribución en la población refleja la baja probabilidad de
inserción laboral que poseen los recicladores de la ciudad para desempeñar actividades
en el sector formal. Por su parte la Red de Emprendedores Nicaragüenses del Reciclaje
(Rednica), registra que la edad media es de 36 años y la mediana de 34. En términos
generales se concentran en los rangos de edad entre 20 y 30 años y de 30 a 40 años.
Comparando la caracterización de la población recicladora con otras ciudades del
país encontramos que el perfil sociodemográfico y de salud ocupacional es similar en
otras ciudades de Colombia, el estudio realizado en San Andrés de Tumaco (2012),
mostro que el grupo de trabajadores presentó condiciones socio-económicas y familiares
desfavorables representada por pertenecer a los estratos socio-económicos uno, tener un
bajo nivel de escolaridad, no estar afiliado a ningún régimen de pensiones ni de riesgos
laborales, convivir con otras familias y no tener vivienda propia (Camilo et al., 2012).
Es importante que la comercialización de los residuos reciclables, le permita al
reciclador la adquisición de la canasta básica (Zegarra, 2015), situación que no se da para
los recicladores de Montería que obtienen menos de un salario mínimo, donde el 47% se
encuentra en la línea de pobreza y el 21% en pobreza extrema; en Medellín el 42 % viven
en situación de pobreza (Katerine et al., 2015), así mismo el 86.57% de los recicladores
en el Perú se encuentra en situación de pobreza extrema (Ciudad Saludable, 2010).
Claramente la población recicladora de la ciudad de Montería se caracteriza por
ser una población altamente vulnerable desde el punto de vista socioeconómico y está
expuesta a factores de riesgos como lo manifiesta Montoya (2011), sin embargo, a
diferencia de los resultados de su estudio para Armenia, es una población que tiene la
capacidad de asociarse, que responden a las dinámicas de organización y que es una labor
de la que depende su núcleo familiar. El reciclador de oficio en Montería lleva en
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promedio 16 años ejerciendo la actividad de recuperación de materiales y el 65% de los
recicladores trabajan de lunes a sábado.
5. Conclusión
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Saito, Victor S. 2
1
Universidade Federal de São Carlos, Departamento de Engenharia Civil, Programa
de Pós-graduação em Engenharia Urbana, danitoyama01@gmail.com
2
Orientador, Universidade Federal de São Carlos, Departamento de Ciências
Ambientais, victor.saito@gmail.com
1. Introdução
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O presente trabalho teve como objetivo testar a estabilidade de métricas de
biomonitoramento de riachos na bacia do rio Itanhaém. Utilizamos métricas
tradicionalmente consideradas, a fim de descrever a variação temporal na comunidade de
invertebrados aquáticos em riachos da bacia e identificar os níveis de variação entre
métricas indicadoras baseadas em riqueza e abundância ao longo do tempo.
2. Metodologia
Foram calculadas onze métricas para cada riacho ao longo de cinco tempos
distintos. Os cálculos foram executados no R® e foi utilizado o pacote Vegan (OKSANEN
et al., 2017) nas análises estatísticas e aplicação de alguns índices.
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Foi calculada a abundância de organismos no tempo e no espaço. A abundância
refere-se ao total absoluto de indivíduos de macroinvertebrados coletados nos riachos
estudados. Também foi determinada a riqueza e o Índice de Shannon para os diferentes
níveis taxonômicos de gêneros, famílias e ordens no tempo e no espaço.
A riqueza refere-se ao número de gêneros, famílias e ordens presentes na
comunidade amostrada. O Índice de Shannon (H’) baseia-se no uso da teoria da
informação para estimar a diversidade de comunidades, onde a informação é dependente
do número total de indivíduos, número total de espécies (gêneros, famílias e ordens) e
proporção do número de indivíduos de cada espécie (AMARAL et al., 2013).
Também foram determinados os percentuais relativos de organismos pertencentes
às ordens Ephemeroptera, Plecoptera e Trichoptera (EPT), que entre os
macroinvertebrados bentônicos, constituem um grupo predominante e considerado
sensíveis às alterações ambientais (AMARAL, 2014).
Como os dados não apresentaram normalidade, utilizamos testes de Kruskal-
Wallis para múltiplas comparações para verificar se houve diferença significativa entre
os diferentes riachos e entre os diferentes tempos considerando um valor de significância
de α=0,05.
3. Resultados e discussão
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FIGURA 2 – Boxplot da Riqueza para gêneros, famílias e ordens no espaço e no tempo para a
comunidade de macroinvertebrados estudada. As letras indicam os pares em que existe diferença ao nível
de significância de 5% no teste de Kruskal-Wallis. Fonte: Autores (2018).
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FIGURA 3 – Boxplot do Índice de Shannon (H’) para gêneros, famílias e ordens no tempo e no espaço
para a comunidade de macroinvertebrados estudada. Fonte: Autores (2018).
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raspadores e filtradores-coletores do gênero Smicridea apresentam preferência pelo
substrato rochoso (OLIVEIRA; NESSIMIAN, 2010).
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(OLIVEIRA; NESSIMIAN, 2010), ambos mesohabitats abundantes nos riachos de
Itanhaém.
Segundo Oliveira e Nessimian (2010), o tipo do substrato é um dos principais
fatores que afetam a distribuição e abundância de insetos aquáticos, ou seja,
independentemente da altitude ou tamanho da corrente, substratos semelhantes abrigarão
comunidades semelhantes. Isso corrobora a alta estabilidade espacial verificada nas
comunidades estudadas. Todos os riachos onde foram realizadas as coletas possuem
semelhanças com relação aos habitats disponíveis, uma vez que possuem a mesma
formação de substrato rochoso, com alta declividade e encontram-se em região
preservada de Mata Atlântica.
Em contrapartida, a alta instabilidade temporal em métricas como riqueza e
abundância provavelmente deve-se ao fato de a comunidade de macroinvertebrados ser
bastante delicada em alguns quesitos, podendo ser afetada, por exemplo, pelo regime de
chuvas. Alguns estudos buscaram responder questões relacionadas a instabilidade
temporal. Saito e Mazão (2012) realizaram um estudo em riachos de primeira ordem no
Cerrado a fim de verificar os efeitos das chuvas estocásticas nas comunidades de
macroinvertebrados. O estudo mostrou que não há diferença na riqueza entre os períodos
de seca e de cheia, porém nos períodos de seca havia uma maior densidade numérica de
organismos. Nosso trabalho suporta a ideia de que o regime de chuvas, a declividade e o
fluxo d’água do canal são fatores importantes na estruturação da fauna de
macroinvertebrados (SAITO, MAZÃO; 2012).
Em suma, as métricas relacionadas a abundância e a riqueza possuem
variabilidade temporal, demonstrando que algumas características das comunidades são
instáveis no tempo. A métrica relacionada ao percentual de EPT apresentou variabilidade
significativa no espaço. Porém, as métricas relacionadas ao Índice de Shannon e
percentual dos grupos vistos de forma individual (Ephemeroptera, Plecoptera e
Trichoptera) não possuem variabilidade significativa no tempo e no espaço. Com relação
ao uso do grupo Plecoptera para o biomonitoramento, devemos destacar que o mesmo
possui abundância relativa baixa, o que implica em baixo potencial para discernir dos
locais impactados.
A estabilidade nas análises com o Índice de Shannon leva a reflexão do esforço
realizado para a identificação dos indivíduos até gênero, considerando que a identificação
ao nível de família e ordem gerou os mesmos resultados. Porém, devemos considerar que
a identificação apenas até ordem poderia gerar resultados equivocados ao avaliarmos um
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riacho impactado. Estudos de Heino e Soininen (2007) revelam que dados até nível de
família podem ser utilizados para levantamentos rápidos de biodiversidade, porém para
estudos de conservação de fauna, dados em nível de gênero são mais indicados. Além
disso, ressaltam que uma abordagem taxonômica mais alta não é viável quando é
necessário mapear a ocorrência de espécies raras para fim de conservação da
biodiversidade, neste caso a identificação até o nível de espécie é mais eficiente. Ou seja,
a escolha de níveis taxonômicos mais elevados não pode ser realizada sem restrições
(HEINO, 2014), sendo necessário observar a finalidade de estudo e seu grau de
detalhamento.
4. Considerações Finais
Agradecimentos
Referências
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605
Universidade Federal de São
Carlos - UFSCar
02 a 04 de Outubro de 2018
ISBN: 978-85-94099-03-7
Stoppa, Nathalia E. ¹
Saito, Victor S. ²
1. Introdução
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de tempo maiores que dois anos (i.e., a maioria dos estudos até o momento [MELO E
FROEHLICH, 2001]).
Sendo assim, analisamos a composição e a abundância nas comunidades, a fim de
comparar a variação temporal com a variação entre riachos de referência.
2. Materiais e Métodos
Após a identificação das amostras em estudo, foram feitas análises estatísticas para
a obtenção dos resultados. O primeiro passo foi o planilhamento dos dados, ou seja, a
compilação das informações sobre cada coleta. Em seguida, os dados foram analisados
no software R.
Primeiro foram gerados gráficos para cada riacho sobre a variação da abundância
dos morfotipos em relação ao tempo, a fim de identificar, em um primeiro momento, a
ocorrência ou não de algum padrão de variação temporal. Em seguida, foi feito um
ranqueamento da abundância dos morfotipos em cada tempo e riacho separadamente, a
fim de se identificar padrões de abundância no tempo e espaço.
Posteriormente, foram feitas análises de Escalonamento Multidimensional (MDS)
para observar as diferenças nas composições das comunidades em cada riacho e em cada
tempo e verificar qual apresenta maior dissimilaridade: a variação temporal ou a variação
espacial. O resultado do MDS nos permite encontrar a melhor configuração
bidimensional dos dados que represente a diferença entre os pontos.
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Jornada de Gestão e Análise Ambiental da UFSCar
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A fim de confirmar os resultados gráficos com a análise MDS foi feito o teste
PERMANOVA. A PERMANOVA possibilita testar estatisticamente por mínimos
quadrados se os grupos (tempo ou riachos) são significativos em comparação a uma
hipótese nula gerada por permutações (aleatorizando quais comunidades caem em cada
grupo).
3. Resultados
FIGURA 1 - Gráficos da variação da abundância pelo tempo de cada riacho das comunidades de
macroinvertebrados da bacia do Rio Itanhaém. Fonte: os autores.
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tempos). Observando cada gráfico é possível notar certa padronização da maioria das
curvas, indicando a existência de um padrão na abundância dos morfotipos nas
comunidades de macroinvertebrados. Este padrão representa a ocorrência de poucos
morfotipos abundantes e muitos morfotipos raros. As diferentes cores das curvas
expressam diferentes modelos de curvas.
FIGURA 2 - Gráficos de rank-abundância distinguidos por riachos e por tempos das comunidades de
macroinvertebrados da bacia do Rio Itanhaém. Fonte: os autores.
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FIGURA 3 - Representação do padrão geral de distribuição dos dados coletados das comunidades de
macroinvertebrados da bacia do Rio Itanhaém. Fonte: os autores.
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Já a figura 6 apresenta o MDS para os tempos. Neste caso deve-se considerar que
os formatos geométricos indicam os tempos e as cores indicam os riachos. Assim, vemos
que, de acordo com a figura 2, o tempo 1 (V1, V2, V3, V4 e V5) é o que apresenta maior
dissimilaridade em relação à composição e abundância, pois é o mais distante do restante
das comunidades.
612
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Já o teste da diferença entre os tempos forneceu os valores de F=3,2664 e P=0,001. Estes
valores indicam que existem diferenças significativas no tempo, provavelmente
suportando as diferenças observadas no MDS de que a dissimilaridade é maior quando
separamos os grupos em tempos do que quando agrupamos por riachos.
4. Discussão
613
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Com isso, além de levar em consideração a variação espacial – já que tratamos de
riachos referências – caracterizar estas comunidades indicadoras no tempo evita a
ocorrência do risco de diagnosticar um impacto inexistente, simplesmente pelo não
entendimento da variação temporal natural das comunidades.
5. Conclusão
A partir dos dados analisados e dos resultados obtidos é possível concluir que existe certo
padrão na composição e abundância das comunidades de macroinvertebrados aquáticos
na bacia do Rio Itanhaém, porém com elevada variação ao longo do tempo. Esses
resultados preliminares indicam que caracterizar a variação temporal de riachos de
referência é importante para aumentar a acurácia de protocolos de biomonitoramento.
Referências
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Carlos - UFSCar
02 a 04 de Outubro de 2018
ISBN: 978-85-94099-03-7
Albrigo, N. S.1; Freire, G. A. P.1; Ventura, D. J.2; Marinho, G. O.1; Araújo, A. C.3;
Camila B. Ruezzene4;
Fotopoulos, Igor G.5
1
Fundação Universidade Federal de Rondônia – UNIR/Ji-Paraná. Curso Bacharelado
em Engenharia Ambiental. E-mail: nayara.santosalbrigo95@gmail.com,
paesfreire@gmail.com, guigost.bc@gmail.com
2
Universidade Federal de Pernambuco – UFPE. Mestre em Biologia Ambiental. E-
mail: dionejvs@hotmail.com.
3
Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Embrapa/Belém-PA. PhD,
Pesquisador do Laboratório de Análises de Sistemas Sustentáveis Embrapa Amazônia
Oriental. E-mail: alessandro.araujo@embrapa.br.
4
Universidade Federal de São Paulo – USP/São Carlos. Mestranda em Ciência da
Engenharia Ambiental. E-mail: Camila.ruezzene@gmail.com.
5
Orientador, Universidade Federal de Rondônia – UNIR. MSc, Professor do
Departamento de Engenharia Ambiental. E-mail: fotopoulos@unir.br.
Resumo: Os solos da Amazônia são considerados uma das maiores reservas de carbono
do planeta e nos seus substratos encontram-se os sistemas radiculares das plantas, que
correspondem uma das principais estruturas de entradas de carbono nos ecossistemas
florestais. Neste contexto, as florestas tropicais apresentam grande relevância para o fluxo
de CO2, pois asseguram a alta eficiência da sua ciclagem tanto acima quanto abaixo do
solo. Não obstante, nas faixas onde as florestas tropicais estão inseridas há um empenho
central na magnitude dos estoques de CO2, sobretudo, para a compreensão dos fatores
que determinam a sua dinâmica no ambiente. O presente trabalho teve como objetivo
analisar a produção de raízes finas, bem como caracterizar os aspectos fitossociológicos
do levantamento florístico de um hectare de floresta primária de terra firme na Reserva
Biológica do Jaru, visando, com isto, ampliar as informações sobre a dinâmica do carbono
na província Ocidental da Amazônia. Para tanto foram inclusos na pesquisa os dados dos
indivíduos arbóreos com DAP ≥ 10 cm, além da biomassa das raízes finas coletadas em
16 pontos no interior dessa unidade, a cada três meses no decorrer de um ano. Com base
nos resultados obtidos, o índice de Shannon-Wiener foi de 4,47 e a equabilidade de Pielou
de 87%, indicando que a comunidade inventariada possui alta diversidade e uma
vegetação com distintas composições de espécies. Quanto à análise do carbono presente
nas raízes finas, obteve-se média total de 4,89 Mg C/ha, assinalando que o fluxo de
carbono mantém-se constante, o que sustenta a ideia de que o trecho de floresta estudada
corresponde a um sumidouro de carbono e/ou que a vegetação está em desenvolvimento.
Os parâmetros fitossociológicos nessa pesquisa foram gerados a partir do programa
FITOPAC e os dados das raízes finas obtidos com base no protocolo RAINFOR.
Palavras-chave: Rondônia, ecologia vegetal, ciclo biogeoquímico.
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1. Introdução
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críticos dos ecossistemas terrestres devido a pouca informação que se tem sobre elas
(SMITHWICK et al., 2014).
Não obstante, para o conhecimento detalhado de uma determinada comunidade
vegetal é de suma importância o levantamento fitossociológico, que tem como propósito
caracterizar a composição e a estrutura da floresta (SCHNEIDER; ROCHA, 2014). A
partir deste procedimento, é possível entender melhor a dinâmica ecossistêmica e
extrapolar as informações para ambientes semelhantes, admitindo comparações diretas
dos resultados, caso os métodos utilizados na coleta de dados e as características da flora
forem compatíveis.
A presente pesquisa teve como objetivo analisar a produção de raízes finas na
camada superficial do solo, bem como obter os principais parâmetros fitossociológicos
da vegetação arbórea, em um hectare de floresta primária de terra firme na Amazônia
Ocidental, com o propósito de ampliar as informações sobre a ecologia e a dinâmica do
carbono nos ecossistemas florestais brasileiros.
2. Metodologia
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A Reserva Biológica do Jaru (REBIO Jaru) é uma unidade de conservação federal
de proteção integral do bioma amazônico, criada pelo decreto Lei nº 83.716, de 11 de
julho de 1979, e atualmente sob tutela do Instituto Chico Mendes de Conservação da
Biodiversidade (ICMBio). Esta unidade está inserida em uma área de floresta tropical
primária, classificada como Floresta Ombrófila Densa e Aberta (GALLO-DE-
OLIVEIRA, 2007 apud ICMBIO, 2010). O clima, segundo a classificação de Kӧppen, é
definido como tropical de monção com precipitação variando entre 1700 mm ao sul e
2400 mm ao norte da região da reserva (KOEPPEN; PÉREZ, 1948).
Para o inventário florístico foi instalada uma parcela permanente de 1 hectare (100
x 100 m), a 80 m da torre de observação micrometeorológica do Programa LBA, mais
especificamente na direção noroeste e a montante dos ventos predominantes da torre,
onde foram plaqueados todos os indivíduos arbóreos com diâmetro a altura do peito
(DAP) igual ou maior que 10 cm, fazendo uso em princípio de uma fita métrica para as
medidas do tronco e, em seguida, estimativa visual da altura das plantas.
A coleta do material botânico foi realizada com o uso de podão e por meio de
técnicas de ascensão vertical de acesso ao dossel (PERRY, 1978). Todo o material
coletado foi etiquetado, prensado com papel e seco em estufa para que não embolore e
nem solte folhas.
A identificação das espécies vegetais foi realizada com a consulta de literaturas
especializada, a partir de chaves de identificação e com a ajuda de um parabotânico
(DURIGAN, 2003). Os espécimes incluídos na pesquisa foram classificados em famílias
de acordo com a APG III (2009), e as nomenclaturas descritas conforme a página da WEB
do Missouri Botanical Garden (http://mobot.mobot.org/W3T/Search/vast.html).
Atualmente este material encontra-se conservado no laboratório de físico-química da
Universidade Federal de Rondônia – UNIR/Campus de Ji-paraná.
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O índice de valor de cobertura (IVC) e o índice de valor de importância (IVI), são
estimadores da importância ecológica de um táxon dentro de uma comunidade florestal.
O índice de valor de cobertura (IVC) de cada espécie é calculado pela soma dos valores
relativos de densidade e dominância (HACK et al., 2005), sendo possível um valor
máximo de 200% (no caso da floresta ser composta por apenas uma espécie).
As análises dos parâmetros de área basal e volume total, bem como os índices de
diversidade de Shannon-Wiener e equabilidade de Pielou, foram realizados de acordo
com os procedimentos descritos por DURIGAN (2003).
Todos os parâmetros fitossociológicos e de diversidade descritos no estudo, foram
calculados por meio do programa FITOPAC 2.1 (SHEPHERD, 2010).
Para o estudo das raízes foram feitas campanhas de campo a cada três meses, no
decorrer de um ano, com coletas referentes aos trimestrais de maio, agosto e novembro
de 2016 e fevereiro e maio de 2017, por meio de In-growth cores (que permitem a entrada
das raízes através de estruturas cilíndricas feitas de telas plásticas, com 12 cm de diâmetro
e 40 cm de altura, dos quais 10 cm ficam acima do nível do solo e dispostos em 16 pontos
entre as interseções dos corredores horizontais e verticais, das 25 subunidades de 20m x
20m, alocados no interior da parcela permanente de 100 x 100m). Para a separação do
material utilizou-se a contagem de quatro tempos de 10 minutos, conforme detalhado no
protocolo da Rede Amazônica de Inventários Florestais – RAINFOR
(http://www.rainfor.org/pt).
No laboratório as raízes foram secas a 80º C em estufa de ventilação forçada por
24h e em seguida realizou-se a triagem do material com o auxílio de uma bandeja, uma
peneira milimetrada, uma balança de precisão, além de pincel e pinça para auxiliar na
separação da terra, de acordo com a metodologia descrita no Rainfor-Gem.
2. Resultados e Discussão
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As onze famílias representadas na Figura 2 correspondem mais de 60% dos táxons
encontrados na área de estudo, deste montante, a família Fabaceae possui 16,57% das
espécies registradas, com frequência absoluta de 100% e IVC equivalente a 57,16%,
sendo esta a família de maior dominância no interior da parcela permanente.
Lauraceae 6
Chysobalanaceae 6
Annonaceae 7
Burseraceae 7
Euphorbiaceae 7
Lecythidaceae 8
Myristicaceae 8
Malvaceae 10
Sapotaceae 15
Moraceae 15
Fabaceae 29
0 10 20 30
Número de Espécies
FIGURA 2 – Relação das famílias com os maiores números de espécies.
TABELA 1 – Espécie, família, nome vulgar (NV), potencial*, número de indivíduos (Nº) e índice de
valor de importância (IVI), dos vinte táxons mais representativos na parcela permanente de 1 ha na
Reserva Biológica do Jaru.
IVI
Espécie Família NV Potencial* Nº
(%)
Anomalocalyx uleanus (Pax &
Euphorbiaceae Arataciú-preto a; c 65 22,66
K.Hoffm.) Ducke
Macrolobium suaveolens Benth. Fabaceae Tamaquaré / Arapari ______ 22 17,69
Attalea speciosa Mart. Arecaceae Babaçu d; b; e 16 9,49
Copaifera multijuga Hayne Fabaceae Copaíba d; f 15 9,25
Tachigali chrysophyllum Poepp. Fabaceae Tachi- folha-amarela _______ 17 8,34
Dialium guianense (Aubl.) Sandwith Caelsapiniaceae Jataipeba g 6 7,52
Minquartia guianensis Aubl. Oleacaceae Acariquara-roxa d; f 8 6,21
Tetragastris panamensis Kuntze Burceraceae Breu de leite g 11 5,94
Heisteria acuminata (Humb. & Bonpl.)
Oleacaceae Açaí-pretinho d 12 5,91
Engl.
Copaifera piresii Ducke Fabaceae Copaíva / Pau de óleo d; f 2 5,16
Couratari macrosperma A.C.Sm. Lecythidaceae Tauari g; h 4 5,10
Toulicia guianensis Aubl. Sapindaceae Pitomba-brava _______ 10 4,98
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a; b; d; g;
Bertholletia excelsa Bonpl. Lecythidaceae Castanha 1 4,79
h
Matisia ochrocalyx K.Schum Bombacaceae _______ _______ 10 4,61
Neea floribunda Poepp. & Endl. Nyctaginaceae João-mole _______ 9 4,17
Euterpe precatoria Mart. Arecaceae Açaí-solitário a; b; h 9 4,16
Caryocar villosum (Aubl.) Pers. Caryocaraceae Piquiá d; f; g 1 3,96
Tachigali setifera (Ducke) Zarucchi &
Fabaceae Tachi branco _______ 4 3,89
Herend.
Pseudolmedia laevis (Ruiz & Pav.) Moratinga da folha
Moraceae _______ 7 3,86
J.F.Macbr. peluda
Geissospermum urceolatum
Apocynaceae Acariquara-branca _______ 3 3,69
A.H.Gentry
* Onde: (a) Alimento para fauna; (b) Alimentação humana; (c) Produção de carvão / lenha; (d) Óleo; (e)
Construção / artesanato; (f) Medicinal; (g) Madeireiro; (h) Econômico.
A alta dominância da família Fabaceae nesse estudo pode estar relacionada com a
eficiência adaptativa que as espécies desse táxon possuem, especialmente às condições
climáticas e edáficas da Amazônia (FOTOPOULOS, 2006). Não obstante, seus frutos são
na grande maioria estruturados na forma de vagem, o que possibilita a alta produção e
dispersão de sementes (CARVALHO; GAIAD, 2017). Ademais, o sistema radicular dos
representantes dessa família interage de maneira simbiótica com bactérias dos gêneros
Bradyrhizobium e Rhizobium, que possuem capacidades de fixar o nitrogênio
atmosférico (OLIVEIRA, 2010), assegurando vantagem competitiva na disputa por
nutrientes.
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Azevedo (2014), em 1,5 hectare de floresta primária de terra firme na Reserva Biológica
do Jaru, o qual registrou valores mais elevados (H’=5,10) quando confrontado com o
presente estudo. Porém, o índice de diversidade de Shannon-Wiener deve ser analisado
com ressalvas, pois está positivamente relacionado com o tamanho da amostra e com o
critério de inclusão dos indivíduos, geralmente bastante variado nos estudos
fitossociológicos desenvolvidos na Amazônia (OLIVEIRA, 2000).
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295
300
Número de Indivíduos 250
200 145
150
100
39
50 10 5 5 2 2
0
10―20 20―30 30―40 40―50 50―60 60―70 70―80 80―120
Classes Diamétricas
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1,52
FIGURA 4 – Biomassa de raízes finas em Mg C/ha coletadas a cada trimestre na Reserva Biológica do
Jaru.
4. Conclusão
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627
RESUMOS EXPANDIDOS
Universidade Federal de São
Carlos - UFSCar
02 a 04 de Outubro de 2018
ISBN: 978-85-94099-03-7
1. Introdução
2. Material e métodos
3. Resultados e discussão
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Jornada de Gestão e Análise Ambiental da UFSCar
São Carlos, 02-04 de outubro de 2018.
todo permitem uma nova gama de significados sobre estes acontecimentos. O uso do
método da história oral, insere o narrador na narrativa e valoriza do subjetivo ao objetivo,
trazendo uma escrita diferente e uma visão diferente da história. No caso da temática
ambiental, o esforço se volta para o entendimento da interação com ser humano/ambiente,
em que se revelam as condutas sociais que motivam as formas de uso deste ambiente e
que moldam a percepção ambiental historicamente construída.
Os dados obtidos na plataforma SCOPUS estão sintetizados no gráfico 1, abaixo.
O número de publicações que envolvem o uso do método de história oral com uma
temática ambiental tem aumentado ao longo dos anos. Contudo, o uso do conceito de
memória em trabalhos com temática ambiental não demonstra crescimento, havendo
grande oscilação e mostrando a possibilidade de maior integração e a necessidade de
desenvolvimento desta área de interface para as Ciências Ambientais.
9
Número de artigos publicados
8
7
6
5
4 Memória Coletiva
3
História Oral
2
1
0
2017
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
2012
2013
2014
2015
2016
Anos
FIGURA 1 – Artigos publicados na plataforma SCOPUS que abordam a relação ser humano/ambiente
que usam o conceito de memória coletiva e com o método de história oral, no período de 2000 a 2017 .
631
Jornada de Gestão e Análise Ambiental da UFSCar
São Carlos, 02-04 de outubro de 2018.
podendo ser de diferentes locais, compartilham de modo comum. Trazem a visão de quem
vive o dia a dia, de quem convive na comunidade e de quem tem uma identidade com o
ambiente.
TABELA 1 – Percentual, por áreas de conhecimento,dos artigos publicados com temáticas ambientais
com o uso do conceito de memória e com o uso de metodologia de história oral
Áreas dos artigos publicados História Oral (%) Memória Coletiva (%)
Social Sciences 36,77 34,78
Environmental Science 23,87 34,78
Arts and Humanities 18,71 13,04
Agricultural and Biological Sciences 7,74 -
Earth and Planetary Sciences 5,81 -
Business, Management and Accounting 2,58 -
Decision Sciences 1,29 -
Energy 1,29 -
Others 1,94 -
Medicine 8,70
Psychology 8,70
Fonte: Pesquisa dos autores.
Os trabalhos com mémoria coletiva e História Oral enxergam diferentes aspectos
e compreendem de maneira mais profunda as relações humanas, culturais e ambientais,
pois, como diz Le Goff (1996, p. 477), “a memória, onde cresce a história, que por sua
vez a alimenta, procura salvar o passado para servir o presente e o futuro. Devemos
trabalhar de forma a que a memória coletiva sirva para a libertação e não para a servidão
dos homens”.
4. Considerações Finais
5. Referências
BOSI, E. Memória e Sociedade: Lembranças de velhos. 3. ed. São Paulo: Companhia
das Letras, 1994. 488 p.
GUEDES-PINTO, A.; L, Rememorando trajetórias da professora-alfabetizadora: a
leitura como prática constitutiva de sua identidade e formação profissionais. Campinas,
SP: Mercado de Letras, 2002
HALBWACHS, M. A Memória Coletiva. 2. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais
Ltda, 1990. 197 p.
632
Jornada de Gestão e Análise Ambiental da UFSCar
São Carlos, 02-04 de outubro de 2018.
HOBSBAWN, E. Sobre História. São Paulo: Cia das Letras, 1997. 432 p.
LE GOFF. História e Memória. 4. Ed. Campinas: Unicamp, 1996. 476 p.
MEIHY, J. C. S. B. Manual de História Oral. 5. Ed. São Paulo: Edições Loyola, 2005.
291 p.
PORTELLI, A. O que faz a História Oral Diferente. Revista Projeto História., São
Paulo, v. 14, p. 25-39, jan./jun. 1997.
THOMSON, A. Recompondo a Memória: questões sobre a relação entre a história oral
e as memórias. Revista Projeto História., São Paulo, v. 15, p. 51-84, jul./dez. 1997.
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Universidade Federal de São
Carlos - UFSCar
02 a 04 de Outubro de 2018
ISBN: 978-85-94099-03-7
Patrícia Alves Ferreira1; Victor Marques Grilli1; Guilherme Spinoza Andreo1; João
Pedro Arantes Bigato2; Luciano Elsinor Lopes1
1
Departamento de Ciências Ambientais. Universidade Federal de São Carlos.
2
Programa de Pós-graduação em Ciências Ambientais. Universidade Federal de São
Carlos.
1. Introdução
2. Objetivos
Aproximar a comunidade interna e externa da UFSCar ao ambiente do campus,
por meio da observação de plantas, aves e abelhas.
3. Metodologia
A metodologia do monitoramento proposto pelo projeto envolve três atividades
essenciais: 1. A observação e aquisição de imagens pelos participantes e envio para a
equipe do projeto; 2. A identificação das aves, plantas e visitantes florais por
pesquisadores da UFSCar; 3. A divulgação das imagens identificadas e informações
básicas de história natural dos organismos nas redes sociais (Facebook© e Instagram©).
4. Resultados
O presente relato se refere às atividades desenvolvidas pelo projeto Quadros da
Natureza no período entre maio de 2016 a junho de 2017.
Workshop para definição das espécies de plantas - O projeto realizou um
workshop para a seleção de espécies de plantas nativas, com potencial para arborização e
ajardinamento do Campus. Com a participação de estudantes, professores, pessoas da
comunidade externa a UFSCar, o workshop selecionou um conjunto de 30 plantas.
Criação do catálogo de espécies para coleta de sementes - Após a definição das
espécies de plantas para o plantio, foram compiladas informações úteis das espécies de
plantas escolhidas, como imagens, dados sobre frutificação, floração e das sementes em
catálogo representativo.
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Jornada de Gestão e Análise Ambiental da UFSCar
São Carlos, 02-04 de outubro de 2018.
Levantamento de espécies no campus São Carlos da UFSCar. Está em andamento
um levantamento de espécies no campus, por meio de visitas semanais com auxílio de
câmeras fotográficas.
Banco de Imagens - A equipe do projeto Quadros da Natureza construiu um banco
de 249 imagens de plantas em flor, aves e visitantes florais no Campus São Carlos da
UFSCar. Adicionalmente, durante o Curso Básico de Fotografia foram obtidas 381
imagens, cedidas pelos participantes para compor o acervo do Projeto.
Curso básico de fotografia da natureza – O curso foi realizado em maio de 2017,
e apresentou os aspectos básicos da fotografia digital, com ênfase em câmeras
fotográficas de telefones celulares. Os participantes realizaram fotos e compartilharam
experiências por meio da apreciação e comentários das fotos realizadas, na busca por
aprimoramento da técnica de fotografia.
Monitoramento contínuo - O monitoramento fotográfico é realizado atualmente
por meio da rede social Facebook (https://www.facebook.com/quadrosdanatureza/), onde
o projeto Quadros da Natureza possui uma página e realiza postagens a respeito das
espécies de aves, plantas e abelhas no Campus São Carlos.
As pessoas têm recebido e curtido as postagens, porém o maior desafio é que elas
de fato participem obtendo e enviando suas imagens. Para isso será realizada uma
campanha de divulgação mais intensa e cursos mensais de fotografia da natureza no
Campus.
Agradecimentos
O presente projeto contou com bolsa da Pró-Reitoria de Extensão da
Universidade Federal de São Carlos – PROEX.
Referências Bibliográficas
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Manejo da Biodiversidade e dos Recursos Naturais. Disponível em:
http://www.simpar2014.eco.br/pt/home
BUTTEL, F. H. “Sociologia ambiental, qualidade ambiental e qualidade de vida:
algumas observações teóricas”. In: HERCULANO, S.; PORTO, M. F. de S.; FREITAS,
C. M. de (Orgs.). Qualidade de vida e riscos ambientais. Niterói, EdUFF, 2000.
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Universidade Federal de São
Carlos - UFSCar
02 a 04 de Outubro de 2018
ISBN: 978-85-94099-03-7
1. Introdução
“Agora, não se pode fazer uma coivara, retirar um pau para fazer galinheiro
porque tudo é proibido. ”. “Eles não oferecem alternativas e ainda multam
quem tenta fazer um roçado. Essa é uma lei do cão”. (Fala do seringueiro
morador da Resex Chico Mendes/ACLuiz Targino, 83 anos, in
ALTOACRE.COM. 2015).
As populações tradicionais habitam territórios onde os recursos ambientais são
essenciais à sua sobrevivência e, em geral, estes recursos são abundantes e preservados.
Por isto há uma constante pressão e conflito socioambiental advindo da expansão de
Jornada de Gestão e Análise Ambiental da UFSCar
São Carlos, 02-04 de outubro de 2018.
atividades capitalistas e/ou da ameaça à manutenção das atividades de subsistência pela
definição pouco democrática dos limites e das condições de uso das Unidades de
Conservação (ALLEGRETTI, 2008).
Tem se, portanto estabelecido a condição de conflito socioambiental uma vez que
os envolvidos têm na questão ambiental a base de suas reivindicações e que diferentes
grupos sociais lutam pela construção do que é a realidade socioambiental local. São,
portanto, fenômenos complexos que envolvem o mundo biofísico e seus ciclos naturais
e a rede de relações sociais a eles conectados, numa dada formação histórica (LOPES,
2006, p.34; LITTLE., 2002).
A ocorrência de conflitos ambientais em geral está relacionada às circunstâncias
nas quais um determinado grupo sofre o impacto ambiental do uso de um recurso natural
por outro predominante, econômica ou politicamente, sendo esta, uma condição definida
como injustiça ambiental. Neste caso temos o conflito socioambiental como uma
consequência da injustiça ambiental
É nesta perspectiva que trazemos os conflitos relacionados à aplicação da
legislação ambiental e o respeito à cultura e aos costumes das comunidades tradicionais,
chamadas aqui como povos da floresta e as instituições que os representam, como o
Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de Xapuri / Acre (STTR de Xapuri),
com grande número de membros residentes no interior da Reserva Extrativista Chico
Mendes (Acre).
2. Materiais e métodos
3. Resultados e discussão
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Jornada de Gestão e Análise Ambiental da UFSCar
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sanções foram aplicadas sob alegação de crime ambiental. Alguns exemplos se referem a
acusações de corte ilegal de madeira, e criação ilegal de animais. No entanto, segundo o
STTR de Xapuri, tratam-se de práticas tradicionais ou de subsistência.
As sanções variam entre a simples apreensão do recurso natural à cobrança de
valores de até R$ 330 mil, sendo a grande maioria acima de R$ 30 mil. Tais valores
ultrapassam em muito o poder aquisitivo desses trabalhadores. Condição que acaba por
incluir essas pessoas na ilegalidade, e sob a alcunha de infratores.
Independentes de serem pagas ou não, essas multas podem ser acrescidas de
processos criminais. Os povos das florestas são enquadrados nos artigos da lei de crimes
ambientais e podem levar de 1 a 5 anos de prisão (Art. 40 da lei 9605/98).
Um dos processos judiciais decorrentes dessas multas evidencia bem a existência
desse conflito. O líder sindical Osmarino Amâncio Rodrigues, foi multado sob a acusação
de ter cortado árvores em sua colocação (área da Resex reservada a cada morador).
Conforme consta nos autos, Osmarino alega que cortou árvores que estavam mortas e que
o objetivo era construir uma casa para ele e para sua mãe. Durante o inquérito criminal a
perícia confirmou a veracidade dessas informações.
A sentença proferida pelo juiz deste caso, é ímpar em decisões judiciais na qual
se admite o crime, posto que, não se atribui pena. Na sentença, o juiz afirma que:
“ O laudo elaborado pela Polícia Federal é ilustrado com fotografia,
demonstrando que a castanheira teve queda natural, isto é, tombou, deixando
cratera e suas raízes expostas. Esse contexto evidenciando a queda natural
das árvores não se harmoniza com o auto de infração que atribui ao acusado
a responsabilidade pela derrubada desta árvore (castanheira), sugerindo que a
menção à castanheira foi um “esforço” e não um “reforço” para demonstrar
a culpa do acusado”, (...). (Jair Araujo Facundes - Juiz Federal in Autos
6468/74 Crimes Ambientais Sentença- Março de 2015-Rio Branco-Acre, grifo
dos autores).
Ainda nessa sentença encontramos, nas palavras do próprio juiz o contexto de
injustiça ambiental imposto aos moradores da ResEx:
“Há várias decisões deste Juízo Federal que advertem sobre a distribuição de
ônus da preservação ambiental, e de como, por vezes, o ônus mais severo,
antes as restrições que impõe, recaem justamente em parte mais
vulnerável (agricultores, extrativistas, seringueiros, pescadores artesanais
etc.(...)” (Jair Araujo Facundes -Juiz Federal in Autos 6468/74 Crimes
Ambientais Sentença- Março de 2015-Rio Branco-Acre, grifo dos autores).
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Entende-se que, a restrição de uso da terra é uma determinação legal necessária.
O que se discute é quanto à forma que as leis são executadas e a quem elas beneficiam.
A garantia de uso de subsistência do recurso florestal está prevista no plano de manejo da
ResEx, (IBAMA, 2006 p.53) mas apesar disso, a alegação dos povos da floresta é de que
esse direito não lhes é garantido em sua prática.
4. Considerações Finais
5. Referências
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Carlos - UFSCar
02 a 04 de Outubro de 2018
ISBN: 978-85-94099-03-7
1. Introdução
A preocupação com o meio ambiente vem cada vez mais sendo discutida nos dias
de hoje. Desta forma, visando a formação de um indivíduo social preocupado com as
condições ambientais do meio em que vive, foi desenvolvido este trabalho na educação
infantil com crianças entre 5 e 6 anos do Cemei Dr. João Baptista Paino da Rede
Municipal de São Carlos.
Com o intuito principal de proporcionar uma vivência concreta e prazerosa do
meio ambiente, em específico, das plantas e hortaliças: a observação científica do seu
crescimento, de suas partes, das variedades de hortaliças, bem como noções de plantio,
sustentabilidade e preservação da natureza, além de incentivar o hábito de uma
alimentação saudável nas crianças da Educação Infantil.
De acordo com Sato (2004) o aprendizado ambiental é um componente vital, pois
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oferece motivos que levam os alunos se reconhecerem como parte integrante do meio em
que vivem e faz pensar nas alternativas para soluções dos problemas ambientais e ajudar
a manter os recursos para as futuras gerações.
Essa adição de conhecimento no educando o permitirá identificar as plantas e
hortaliças no meio ambiente, perceber sua diversidade e a interdependência entre os
mesmos. Isso também contribuirá na sua integração com os demais componentes da
natureza melhorando assim a qualidade de vida das pessoas como um todo.
2. Objetivos
2. Desenvolvimento
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Jornada de Gestão e Análise Ambiental da UFSCar
São Carlos, 02-04 de outubro de 2018.
ação individual na esfera privada e de ação coletiva na esfera pública (LIPAI, 2010)
Assim, a educação ambiental é capaz de contribuir para o enfrentamento de
problemas ambientais na dimensão da educação, e, em especial esse projeto contribui
para o respeito ao meio ambiente, bem como seu cuidado, além do incentivo ao consumo
de alimentos saudáveis por parte dos alunos.
Desta forma, para iniciarmos esse projeto, primeiramente fizemos um
levantamento dos conhecimentos prévios das crianças através de uma roda de conversa,
questionando-as sobre como viam as floreiras da escola e a natureza em torno da mesma.
Esta conversa informal sobre o meio ambiente e a preservação do mesmo gerou muitas
dúvidas e questionamentos por parte das crianças.
Num outro dia, iniciamos com um vídeo de plantio e cuidados com a natureza
para que as crianças pudessem ter noção de cuidados com a terra e plantas, depois,
novamente em roda-de-conversa, deixamos as crianças exporem seu ponto de vista a
respeito de suas ideias e de quais estratégias teríamos que fazer para dar vida às floreiras
da escola e revitalizá-las.
Depois, num outro momento, pedimos para que as crianças trouxessem mudas de
flores e, ou, hortaliças para fazermos o plantio. Vieram vários tipos de flores, entre elas a
Cravinia, Sálvia (sangue de Adão), Beijo; e hortaliças trouxeram alface, alface roxa e
rúcula e tubérculo rabanete (figura1).
Desta forma, fizemos o plantio: preparamos a terra, adubamos com terra vegetal
e enfim executamos o plantio (Figura2). As crianças foram muito participativas e
interessadas. Após, todo o processo de plantio, aguamos.
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Jornada de Gestão e Análise Ambiental da UFSCar
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No outro dia, as crianças, assim que chegaram à escola já foram logo perguntando
sobre nossa horta e floreiras, que queriam molhá-las. Fomos observá-las e depois
aguamos. Todos muito entusiasmados com esse projeto, não esqueciam nem se quer um
dia de cuidar das nossas flores e hortaliças (Figura3).
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Jornada de Gestão e Análise Ambiental da UFSCar
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Em alguns dias, quando estávamos observando nossa horta, as crianças notaram
que cresceram alguns “matinhos” e que estes estavam atrapalhando o crescimento de
nossas hortaliças, dessa forma arrancamos as ervas daninha e depois molhamos nossa
hortinha (Figura 4).
E, assim, esse trabalho foi feito dia-a-dia com as crianças, durante 2 meses. Sendo
que para finalizá-lo, depois que nossas hortaliças cresceram, fizemos a colheita e todas as
crianças puderam comer o que produziram na merenda escolar. (Figura 5).
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Jornada de Gestão e Análise Ambiental da UFSCar
São Carlos, 02-04 de outubro de 2018.
Até as crianças que não simpatizavam muito com o sabor das hortaliças
experimentaram nossa alface e rúcula, que estava uma delícia!
4. Considerações Finais
Referências
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646
Universidade Federal de São
Carlos - UFSCar
02 a 04 de Outubro de 2018
ISBN: 978-85-94099-03-7
Teodoro, Cátia C.1; Silva, Fabio L.2; Firme, Paloma F. C. P.3; Oliveira, Alisson C.4;
Almeida, Vinícius T. B.5; Printes, Liane B.6
1
Programa de Pós-Graduação em Ciências da Engenharia Ambiental, Universidade de
São Paulo, Itirapina-SP, Brasil. E-mail: catiateodorosc@gmail.com.
2
Programa de Pós-Graduação em Ecologia e Recursos Naturais, Universidade Federal
de São Carlos, São Carlos-SP, Brasil. E-mail: fabioleodasilva@gmail.com
3
Graduanda em Ciências Biológicas (Licenciatura), Universidade Federal de São
Carlos, São Carlos-SP, Brasil. E-mail:paloma.costa14@gmail.com.
4
Graduando em Gestão e Análise Ambiental, Universidade Federal de São Carlos, São
Carlos-SP, Brasil. E-mail: alissoncleiton@gmail.com.
5
Graduanda em Gestão e Análise Ambiental, Universidade Federal de São Carlos, São
Carlos-SP, Brasil. E-mail: vi.almeida2323@gmail.com.
6
Bióloga, Doutora em Biologia Animal, Departamento de Gestão de Resíduos,,
Universidade Federal de São Carlos, São Carlos-SP, Brasil. E-mail: liane@ufscar.br.
Resumo: O Bioma Cerrado é segundo maior do Brasil, porém sofreu elevadas taxas de
conversão de suas áreas nos últimos anos. Torna-se necessário então a promoção da
sustentabilidade para assegurar a proteção e conservação desse bioma de transição. Nesse
sentido, a educação ambiental surge como um meio que possibilita o desenvolvimento
justo e sustentável, além de contribuir para a criação de uma sociedade ecologicamente
responsável. Diante do exposto, buscou-se desenvolver um trabalho de sensibilização
ambiental em uma escola estadual no município de São Carlos-SP, localizada em uma
área com fragmentos vegetais de Cerrado nas adjacências. Ao todo, 100 crianças
participaram das atividades que envolveram uma apresentação sobre o Cerrado, a
realização da "Dinâmica do Equilíbrio" e a "Dinâmica Passarinho", assim como uma
pequena exposição da biota existente nessa bioma. Conclui-se que a sensibilização
ambiental, despertada através do trabalho de educação ambiental, pode contribuir para a
preservação do Cerrado por meio da conscientização e formação de cidadãos
ambientalmente responsáveis.
Palavras-chave: Instrumento de Política Ambiental, Ecossistemas naturais, Sociedades
sustentáveis.
1. Introdução
2. Material e métodos
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São Carlos, 02-04 de outubro de 2018.
animais da área de Cerrado existente dentro da Universidade Federal de São Carlos e
alguns animais: lobo-guará, tamanduá-mirim, gambá, uma cobra coral e insetos
(besouros, borboletas, escorpião, aranhas). Os animais expostos estavam taxidermizados
e foram emprestados do acervo do Centro de Divulgação Científica e Cultural (CDCC)
da Universidade de São Paulo e do Projeto de Extensão Visitas Orientada à Trilha da
Natureza, da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar).
649
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São Carlos, 02-04 de outubro de 2018.
3. Resultados e discussão
4. Considerações Finais
Agradecimentos
Referências
650
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São Carlos, 02-04 de outubro de 2018.
COUTINHO, L. M. O conceito de bioma. Acta Botânica Brasiliensis, v. 20 n°1, p. 1 –
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Disponível em: <http://www.cidades.ibge.gov.br/xtras/perfil.php?lang
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MOCIOR, E.; KRUSE, M. Educational values and services of ecosystems and
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PUIDA, D. B.; OLIVEIRA, G. M. A.; CARVALHO, R. H.; NUNES, E. C. Educação
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Minas Gerais, Brasil. In: Anais do IX Simpósio Nacional Cerrado - Desafos e
Estratégias para o equilíbrio entre sociedade, agronegócio e recursos naturais e II
Simpósio Internacional de Savanas Tropicais. Brasília - DP, p. 1 - 7, 2008.
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VINCENT, S.; ROBERTS, J. T.; MULKEY, S. Interdisciplinary environmental and
sustainability education: islands of progress in a sea of dysfunction. Journal of
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Papel do Comércio Internacional. Brasília: WWF Brasil, 2000.
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1
Graduando em Gestão e Análise Ambiental, Universidade Federal de São Carlos, São
Carlos-SP, Brasil. E-mail: guilherme.fracacio@gmail.com
2.
Universidade Federal de São Carlos. Departamento de Ciências Ambientais. Email:
lucianolopes@ufscar.br; paf1306@gmail.com
Resumo: As áreas de floresta atlântica no estado de São Paulo vêm sendo fragmentadas
ao longo dos anos e esses problemas tendem a impactar a funcionalidade dos processos
ecológicos, em especial a polinização. Com isso, o trabalho busca analisar se diferentes
quantidades de floresta em paisagens fragmentadas de Floresta Atlântica influenciam a
diversidade de cores de flores no sub-bosque. O trabalho foi realizado na região entre as
Serras da Cantareira e Mantiqueira em 30 áreas com diferenças na composição florestal
e uso e ocupação do solo. Vimos que a distribuição de cores das flores não variou em
função da quantidade de floresta e nem da heterogeneidade da paisagem, tanto para os
fragmentos florestais quanto para as áreas abertas adjacentes aos fragmentos. Esse
resultado pode refletir o histórico evolutivo das plantas que já passaram por mudanças
drásticas no ambiente no passado, sendo que espécies de todas as cores são capazes de se
manter, mesmo em paisagens degradadas. Outra possibilidade é que, devido sua grande
longevidade, espécies vegetais com flores de todas as cores se mantém nessas paisagens,
pois ainda não responderam às novas condições da paisagem fragmentada.
1. Introdução
3. Métodos
4. Resultados e Discussões
653
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São Carlos, 02-04 de outubro de 2018.
de todas as espécies observadas tinham flores dentro das categorias brancas ou
esverdeadas. Em ambos os ambientes as plantas com flores rosas e vermelhas são as
menos frequentes.
Contudo, não foi possivel estimar o índice de Pielou “J”, que representa a
equitabilidade das espécies, tendo em vista que o mesmo, leva em consideração o número
de índividuos de cada espécies que ocorreram em cada uma das comunidades, e estes
dados não foram coletados na presente pesquisa.
É esperada uma relação entre as cores apresentadas pelas flores e os visitantes
florais que podem ser polinizadores dessas plantas (Faegri e Van der Pijl 1979). Essa
relação entre as características das flores e o potencial de atratividade de visitantes florais
de grupos específicos tem sido discutida e considera importante para o entendimento do
funcionamento dos sistemas de polinização de plantas (Waser et al. 1996). Segundo Girão
et al. 2007, é esperado, que entre outras características florais, que as cores das flores
respondam a gradientes de degradação ambiental. Nesse estudo observou-se uma maior
proporção de flores de cores brancas e esverdeadas em fragmentos florestais pequenos e
isolados, enquanto houve uma maior proporção de flores de outras cores em fragmentos
de floresta maiores e mais próximos entre si (Girão et al. 2007).
Nossos resultados mostram que a distribuição das cores na paisagem não varia em
função da quantidade de floresta e nem da heterogeneidade da paisagem, tanto para as
áreas de mata atlântica (fragmentos florestais) quanto para as áreas abertas próximas aos
fragmentos ). Esse resultado contrapõe com a hipótese proposta que em um gradiente de
quantidade de floresta e heterogeneidade ambiental em paisagens fragmentadas haveria a
maior diversidade de cores de flores em áreas com maior quantidade de floresta e maior
heterogeneidade da paisagem, como sugerido pelos resultados apresentados no trabalho
de Girão et al. (2007). Além disso Com isso, podemos ressaltar que a metodologia
utilizada com o agrupamento das classes de cores pode ter influenciado esse gerado o
resultado inesperado, tendo em vista que o método generaliza e condensa diferentes
espécies de plantas e toda a diversidade de cores em apenas 6 classes.
Diferente do estudo de Girão et al. 2007, que amostrou uma área de Mata Atlântica
que foi fragmentada para instalação de áreas para cultivo de cana-de-açúcar
possivelmente no início do século XVIII. As áreas amostradas no nosso estudo tem
sofrido intensa pressão de uso do solo sendo alvo de especulação agrícola e urbana com
muita frequência principalmente nas últimas décadas (Ribeiro et al. 2009). Essa diferença
no histórico de fragmentação e também da heterogeneidade das áreas estudadas por Girão
654
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São Carlos, 02-04 de outubro de 2018.
et al. (2007) e das áreas que nós estudamos pode ser um dos motivos que explicam a
discrepância dos resultados. O histórico evolutivo das espécies vegetais podem apresentar
respostas adaptativas como resultado da interação com os animais polinizadores e em
resposta a pressões ambientais em um longo tempo evolutivo. Contudo as respostas
ecológicas dessas plantas a variações nas comunidades de polinizadores assim como às
características ambientais podem ser mais fracas ou até inexistentes. Ou seja, as plantas
que observamos no nosso estudo podem ainda não ter respondido à possível ausência de
polinizadores nas paisagens amostradas, devido à fragmentação e a redução da
quantidade de florestas. As plantas que não foram retiradas do ambiente podem ser manter
nos fragmentos ao longo do tempo. Contudo devido à falta de polinizadores essas plantas
podem não estar mais se reproduzindo. Esse aspecto, portanto pode vir a ser observado
ao longo do tempo e de acordo com a demografia das populações.
5. Conclusão
Referências
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edition. Pergamon Press, Oxford, England.
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RIBEIRO, M.C.; METZEGER, J.P.; MARTENSEN, A.C.; PONZONI, F.J.; HIROTA,
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1153
WASER, N. M. et al. Generalization in pollination systems, and why it matters.
Ecology, v. 77, n. 4, p. 1043-1060, 1996.
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Allita Rezende dos Santos.1; Phelipe da Silva Anjinho.2; Mariana Abibi Guimarães
Araujo Barbosa.3; Frederico Fabio Mauad.4
1, 2, 3, 4
Programa de Pós-graduação em Ciências da Engenharia Ambiental (PPG-SEA),
Escola de Engenharia de São Carlos/ Universidade de São Paulo (EESC/ USP), Centro
de Recursos Hídricos e Estudos Ambientais (CRHEA), Núcleo de Hidrometria. 1
allita.santos@gmail.com; 2 phelipe.anjinho@usp.br; 3 mariana.abibi@usp.br; 4
mauadffm@sc.usp.br.
1. Introdução
2. Materiais e métodos
Para a elaboração dos mapas de uso e ocupação do solo foram utilizadas imagens
dos sensores Thematic Mapper (TM) e Enhanced Thematic Mapper (EMT) do satélite
Landsat 5, com 7 bandas espectrais, levantadas no dia 09 de julho de 1985; e os sensores
Operational Land Imager (OLI) e Thermal InfraRed Sensor (TIRS) do satélite Landsat 8,
com 10 bandas espectrais de resolução espacial de 30 metros e, 1 banda espectral com
resolução espacial de 15 metros (OLI panchromatic band 8), com data de passagem em
15 de julho de 2017, obtidas na base de dados da U.S Geological Survey (USGS).
Os mapas de uso e ocupação do solo foram gerados por meio da digitalização das
imagens de satélite para a área de interesse. Para tanto, utilizou-se o software ArcGis 10.3.
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As classes de uso do solo foram indentificadas e classificadas conforme as diretrizes do
Manual Técnico de Uso da Terral (IBGE, 2013).
3. Resultados e discussões
FIGURA 14- Dinâmica de uso e ocupação do solo das áreas no entorno do reservatório do Lobo
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TABELA 5- Dinâmica de uso e ocupação do solo das áreas no entorno do reservatório do Lobo
Uso e ocupação do solo Percentual de área Percentual de área Variação
(1985) (2017) %
4. Conclusão
Referências
CALIJURI, M. L. et al. Impact of land use/land cover changes on water quality and
hydrological behavior of an agricultural subwatershed. Environmental Earth Sciences,
v. 74, n. 6, p. 5373–5382, 1 set. 2015.
IBGE, I. B. DE G. E E. (ED.). Manual técnico de uso da terra. 3a̲ edição ed. Rio de
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Janeiro: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística-IBGE, 2013.
TUNDISI, J. G.; MATSUMURA-TUNDISI, T. The ecology of UHE Carlos Botelho
(Lobo-Broa Reservoir) and its watershed, São Paulo, Brazil. Freshwater Reviews, v. 6,
n. 2, p. 75–91, 2014.
TUNDISI, J. G.; MATSUMURA-TUNDISI, T.; RODRIGUES, S. L. Gerenciamento e
Recuperação das Bacias Hidrográficas dos Rios Itaquerí e do Lobo e da UHE
Carlos Botelho (Lobo-Broa). São Carlos: IEE, 2003.
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1. Introdução
2. Local de Estudo
3. Materiais e Métodos
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4. Resultados e discussão
No local da área de estudo foi observada uma intensa ocupação com casas
residências e comércios, como oficinas, supermercados, farmácias, academias entre
outros. Sendo assim, caracterizada pela intensa movimentação da população pelo local.
O resultado da análise obtida por meio do transecto móvel, na Bacia Hidrográfica
do Córrego do Medeiros, variam em temperaturas de 20,15°C até 21,55°C. A temperatura
próxima ao Parque do Bicão é menor em relação ao ambiente construído no entorno,
664
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sendo os valores maiores conforme se distancia do parque, fato que se dá por conta da
alta densidade de árvores que se encontram no local, enquanto que no entorno a
quantidade de árvores é baixa, sendo este o fator principal para o aumento da temperatura,
resultado que também foi encontrado por Amorim (2000) em seu trabalho, destacando a
influência da vegetação no microclima.
5. Considerações Finais
6. Referências
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Bourscheidt, Vandoir2
1
Programa de Pós-Graduação em Ciências Ambientais, Universidade Federal de São
Carlos, gerez.18@gmail.com
2
Orientador, Departamento de Ciências Ambientais, Universidade Federal de São
Carlos, vandoir@ufscar.br
Resumo: Índices de vegetação podem ser muito úteis para diversas aplicações, mas efeitos
de sombra causados pela topografia podem causar problemas no seu uso. Neste trabalho,
foram comparados quatro métodos de correção topográfica para seis índices de vegetação
usando imagens do Sentinel 2. Os métodos de correção utilizados foram Cosine
correction, C correction, Minnaert with slope, e Normalization. Os índices calculados
foram o índice de vegetação melhorado (EVI), índice de clorofila por red-edge invertido
(IRECI), posição do red-edge para o Sentinel 2 (S2REP), índice de vegetação por
diferença normalizada (NDVI), índice de vegetação por razão (RVI), e índice de
vegetação ajustado para o solo (SAVI). Os resultados mostram que o método Minnaert
with slope foi o mais bem-sucedido na minimização dos efeitos da topografia. Os índices
que mais se beneficiaram da correção topográfica foram EVI, IRECI e SAVI. Os outros
três índices não parecem sofrer muito com efeitos de relevo.
Palavras-chave: Sentinel 2; Topografia; Relevo; Sombra; Sensoriamento Remoto.
1. Introdução
O estudo foi conduzido em uma área de Mata Atlântica no estado de São Paulo
(Brasil) usando uma imagem do Sentinel 2 (23KLQ, 08/01/2016) e um MDS
disponibilizado pela EMPLASA (2010). O software usado para aplicar a correção
topográfica nas imagens foi o QGIS, com o algoritmo topographic correction do SAGA.
Quatro métodos de correção topográficas foram aplicados às bandas do Sentinel 2: Cosine
Correction (CIVCO, 1989), C Correction (TEILLETP; GUINDON; GOODENOUGHD,
1982), Minnaert with Slope (LAW; NICHOL, 2004), e Normalization (LAW; NICHOL,
2004). Seis índices de vegetação foram calculados usando as bandas corrigidas com cada
método e as bandas não corrigidas como controle. Os índices de vegetação usados foram
o índice de vegetação melhorado (EVI) (HUETE et al. 1997), índice de clorofila por red-
edge invertido (IRECI) (FRAMPTON, 2013), posição do red-edge para o Sentinel 2
(S2REP) (FRAMPTON, 2013), índice de vegetação por diferença normalizada (NDVI)
(ROUSE, 1974), índice de vegetação por razão (RVI) (PEARSON; MILLER, 1972), e
índice de vegetação ajustado para o solo (SAVI) (HUETE, 1988). Após o cálculo dos
índices, todas as imagens foram importadas para o ambiente de desenvolvimento
integrado (IDE) spyder (python), com o qual foi calculada a variância de cada uma delas
e gerados gráficos no estilo boxplot para comparar a distribuição dos valores dos pixels.
Para analisar a performance de cada método de correção, foram comparadas a distribuição
dos pixels nos boxplots, os valores de variância obtidos e a análise visual das imagens.
3. Resultados e discussão
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e não de seus valores absolutos, embora ainda sofram algum efeito (GAIDA et al. 2016).
Já índices como o EVI e o IRECI, por outro lado, utilizam uma quantidade
desproporcional de bandas como numerador e denominador em seus cálculos. Isso faz
com que os efeitos de sombra causados pelo relevo fiquem desbalanceados na equação
desses índices, tornando-os mais suscetíveis à topografia.
FIGURA 2 – Boxplot dos pixels das imagens por índice de vegetação e método de correção topográfica.
Legenda: não corrigido (1), Cosine (2), Minnaert (3), C Correction (4) e Normalization (5).
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4. Conclusão
Conclui-se que, para a maioria dos índices analisados, o método Minnaert with
slope de correção topográfica é o que mostra melhores resultados, e os índices que mais
se beneficiam de sua aplicação são o SAVI e o EVI. O IRECI também se beneficia da
correção, mas o melhor método para corrigi-lo foi Cosine correction. O NDVI, RVI e
S2REP parecem ser pouco afetados pelo relevo e não mudam muito com a correção.
Referências
CIVCO, D. L. Topographic normalization of landsat thematic mapper digital imagery.
Photogramm. Eng. Rem. Sens., v.55, n.9, p.1303–1309, set.1989.
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FRAMPTON, W. J. et al. Evaluating the capabilities of Sentinel-2 for quantitative
estimation of biophysical variables invegetation. ISPRS journal of photogrammetry
and remote sensing, v.82, p.83-92, 2013.
GAIDA, W. et al. Variações da reflectância e dos índices de vegetação em função dos
parâmetros da modelagem topográfica no Parque Estadual do Turvo, Rio Grande do
Sul, Brasil. Inv. Geog. Bol. Inst. Geog., v. 2016, n. 91, p.105-123, 2016.
HUETE, A. R. A soil-adjusted vegetation index (SAVI). Remote Sens. Environ. v.25,
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HUETE, A. R. et al. A Comparison of Vegetation Indices over a Global Set of TM
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LAW, K. H.; NICHOL, J. Topographic correction for differential illumination effects
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MAJASALMI, T.; RAUTIAINEN, M. The potential of Sentinel-2 data for estimating
biophysical variables in a boreal forest: a simulation study. Remote Sensing Letters, v.
7, n. 5, p.427-436, 2016.
MUTANGA, O.; SKIDMORE, A. K. Narrow band vegetation indices overcome the
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PEARSON, R. L.; MILLER, L. D. Remote mapping of standing crop biomass for
estimation of the productivity of the shortgrass prairie. Remote Sens. Environ. v.8,
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RISSO, J. et al. Potencialidade dos índices de vegetação EVI e NDVI dos produtos
MODIS na separabilidade espectral de áreas de soja. ANAIS XIV‐SIMPÓSIO
BRASILEIRO DE SENSORIAMENTO REMOTO, p.379-386, 2009.
ROUSE J. W. Jr. et al. Monitoring vegetation systems in the Great Plains with ERTS.
THIRD ERTS SYMP. p.309-317. 1974.
TEILLETP, M.; GUINDON, B.; GOODENOUGHD, G. On the slope-aspect correction
of multispectral scanner data. Canadian Journal of Rem. Sens., v.8, n.2, dez. 1982.
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1. Introdução
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utiliza alta diversidade de espécies e densidade de indivíduos (PIÑA-RODRIGUES et al.,
1997).
2. Materiais e métodos
3. Resultados
4. Considerações finais
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Referências
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Souza, Jackson1; Baptista, Maria V.2; Brandão, Mayna F. S.3; Santos, Milena Ricco4
Resumo: O objetivo do projeto foi produzir materiais de divulgação das áreas protegidas
na forma de folheto, banners e exposição itinerante com fotografias de aspectos do
ambiente. A partir de registros feitos por professores e estudantes do curso de Gestão e
Análise Ambiental durante as viagens de campo integradas de Geologia Ambiental e
Biogeografia às Estações Ecológica Experimental de Itirapina, estes materiais são
contribuição às pesquisas e à divulgação do domínio cerrado em área de afloramento da
Formação Botucatu. As atividades proporcionaram grande experiência individual e
coletiva aos seus participantes; o contato com participantes das dinâmicas foram
considerados positivos como forma de educação ambiental, agregando às ddiscussões
suas experiências e pontos de vista.
Palavras-Chaves: Cerrado; Educação Ambiental; Práticas de campo.
1. Introdução
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estabelecendo cada vez mais a uniformização de paisagens (GOMES et al., 2015). A falta
de compartilhamento de memórias culturais entre gerações distancia cada vez mais o ser
humano de sua essência primitiva, a natureza.
No Brasil, o domínio do Cerrado ocorre em mais de 10 estados entre a
região norte, centro oeste e sudeste e possui aproximadamente 203 milhões de hectares
(IBAMA). Apresenta diferentes formações com fisionomias que variam de campestres,
savânicas até florestais, conhecidas como cerradão.
No estado de São Paulo o domínio encontra-se altamente fragmentado
principalmente pelo avanço das atividades agrícolas e silvo pastoris no limite estadual.
Estima-se que apenas 1% da área natural de Cerrado paulista esteja protegida; destes,
exatos 1% (2.300 hectares) compõem a Estação Ecológica Itirapina (EEcI), responsável
pela conservação das principais fisionomias abertas do Cerrado Paulista (ZANCHETTA
et al, 2006). As Unidades de Conservação são um dos principais instrumentos da
conservação da biodiversidade, uma vez que conservam áreas naturais de Cerrado sem
alteração humana e possibilitam a regeneração de áreas já alteradas pelo meio antrópico.
Dificuldade de acesso a informação é um dos limitantes para a conservação
ambiental, exigindo cada vez mais o desenvolvimento práticas de educação ambiental
voltadas à população de forma acessível. A essência do projeto aqui apresentado é
compartilhar conhecimento sobre as riquezas naturais ocorrentes na Unidade de
Conservação de Itirapina, almejando ampliar a conexão entre população, território e o
bioma Cerrado.
2. Relato da experiência
O projeto foi desenvolvido por etapas, desde as ideias de material a ser produzido
até a elaboração dos produtos finais. Reuniões em grupo foram muito importantes para a
exposição de ideias e pontos de vista de cada integrante do projeto, contribuindo
fundamentalmente na decisão sobre o tipo de material a ser elaborado e nas metodologias
de abordagem utilizadas.
O material didático foi preparado a partir de registros de campo realizados em
viagens técnicas com a turma de estudantes de graduação em Gestão e Análise Ambiental.
Foi elaborado um banner para cada aspecto do ambiente, desde a vegetação até as
formações geológicas, incluindo também as unidades físicas das estações e a equipe
técnica presente nas viagens. Os graduandos responsáveis por cada um dos temas
pesquisaram para elaboração dos textos e selecionaram as fotografias, passando por
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identificação correta de flora e fauna. Além disso, foi elaborado um folheto na forma de
guia de campo, contendo fotografias identificadas de aspectos observados nas áreas,
informações sobre Cerrado e Estação Ecológica e Experimental de Itirapina. Os folhetos
destinam-se à distribuição nas apresentações de divulgação já realizadas e futuras e parte
para os gestores das estações, do IF, a serem utilizados com visitantes da área. (Figura 1).
FIGURA 2 – Atividade com estudantes à esquerda; apresentação para participantes de projeto de Itirapina
juntamente com gestor do IF.
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percepções e pontos de vida, o que pode ser considerado o material mais importante das
práticas de educação ambiental.
3. Considerações Finais
4. Agradecimentos
5. Referências
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RESUMO: Os Paiter Suruí, povo indígena habitante dos estados de Rondônia e Mato
Grosso, foram contactados em 1969 pela Funai, e, ao longo das décadas subsequentes,
sofreram um decréscimo populacional significante, aliado à usurpação de seu território
relacionada aos projetos de desenvolvimento nacionais. A exploração ilegal madeireira
causou grandes impactos na biodiversidade do território Paiter, o que levou à organização
do grupo para alavancar projetos em prol da recuperação das áreas desmatadas da floresta.
O presente estudo pautou-se na revisão da literatura e na experiência in loco do autor
principal do trabalho, da etnia Paiter Surui, com o intuito de realizar uma reflexão atual
sobre o tema reflorestamento na TI Paiterey Karah. A partir dos anos 2000, vêm sendo
realizados projetos de cunho socioambiental nas aldeias Paiter Surui, com destaque para
o de reflorestamento. Até o momento, foram recuperados cerca de 20 hectares de floresta,
através de parcerias entre os indígenas e organizações-não-governamentais. Entre os
desdobramentos deste projeto, destacam-se diversas outras iniciativas que estão em curso
neste território, com o objetivo de promover a gestão ambiental e territorial da TI e
garantir os direitos indígenas conquistados.
1. Introdução
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de Cacoal (RO), Espigão D’Oeste (RO) e Rondolândia (MT) (ISA, 2018; CARDOZO,
2011, p. 5).
A maneira de viver dos Paiter Suruí relaciona-se, de maneira integral, ao vínculo
com a floresta. Entre as práticas fundamentais do grupo, destacam-se a pesca, caça e o
extrativismo. De acordo com Bavaresco (2011, p. 12):
[...] a floresta e a diversidade biológica existentes na TI Sete de
Setembro são alicerces de um sistema de uso e ocupação dos
recursos naturais extremamente refinados. O que se coleta é
transformado em alimentos, remédios, adornos, pinturas
corporais, artesanatos e gera olibeterê (dinheiro), ofertas aos
parentes, retribuições ou presentes. São todos produtos que
sustentam a vida em sociedade.
O território dos Paiter Suruí, pela sua rica biodiversidade, é alvo de invasões de
grupos madeireiros. Com o intuito de enfrentar esta questão e recuperar áreas degradadas,
foi elaborado um projeto de reflorestamento e também de REDD (Redução de Emissões
por Desmatamento e Degradação). No ano de 2000, foram realizados o Diagnóstico
Agroambiental Participativo e o Plano de Gestão de 50 anos da Terra Indígena Sete de
Setembro. Como resultado dessas ações, o etnozoneamento, feito em 2011, possui entre
suas subdivisões a “zona de recuperação”, definida como “lugar onde a terra indígena foi
desmatada para criar gado ou retirar madeira e locais nos rios e igarapés onde diminuiu a
quantidade de peixe”, e tem como objetivo específico geral “recuperar a área desmatada
ou degradada e de diminuição de peixe, e as que ficaram fora da demarcação do território”
(CARDOZO, 2011, p. 32).
2. Objetivo e Metodologia
A partir do projeto realizados pelo povo Paiter e seus parceiros, a fim de reflorestar
a TI, o presente trabalho tem por objetivo realizar uma reflexão sobre essa iniciativa e
contextualizá-la nos dias de hoje, com base na experiência in loco do autor principal,
enquanto pertencente à etnia Paiter Suruí e aluno do curso de graduação em Gestão e
Análise Ambiental da UFSCar, pautada na revisão bibliográfica sobre o tema.
3. Resultados
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para a gestão ambiental e territorial indígena. Com esse projeto conseguimos avançar e
adquirir novos conhecimentos, que permitiu o diálogo sobre as práticas tradicionais entre
as crianças, os jovens e os mais velhos, além de contribuir para a educação e a saúde
indígena. São ações que proporcionam o fortalecimento da cultura dos Paiter Suruí, a
defesa de seus direitos, vivendo de maneira sustentável, vivendo sua cultura. Essa
experiência é um exemplo de resistência e de responsabilidade e com as futuras gerações.
Sobre os primeiros passos desse plano, Bavaresco (2011, p. 31) afirma:
a ideia inicial do projeto era reflorestar uma área degradada de
pasto e capoeira, consequências das atividades agrícolas dos
colonos antes da demarcação física da TI Sete de Setembro, e
enriquecê-la com espécies nativas. As ações do projeto também
serviram para formar os jovens indígenas na temática ambiental
por meio de oficinas, cursos de capacitação, e atividades práticas
em suas aldeias. À medida que as áreas próximas às aldeias foram
sendo reflorestadas, floresceu a conscientização ambiental do
Povo Paiter Suruí e a revalorização da floresta como pressuposto
essencial para manutenção do modo de vida tradicional indígena.
20
A Associação Metareilá, de acordo com Bavaresco (2011, p. 64), surgiu em 1989 “como ferramenta não
indígena” para atuar em prol dos direitos do povo Paiter Suruí.
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na TI Paiterey Karah (Sete de Setembro), elencou pontos importantes relacionados ao
desenvolvimento da iniciativa, entre eles:
reflorestamento trouxe resgate do próprio conhecimento para
alguns dos Paiter Suruí e novo conhecimento que é do não-índio;
[...] há, por parte de alguns participantes do projeto, o
reconhecimento da importância da floresta para a saúde,
educação, cultura e alternativa de renda; [...] reconhecimento por
parte de alguns Paiter Suruí de que a extração ilegal da madeira é
um fator que contribui para a desunião do povo.
4. Considerações finais
Referências
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BRASIL. Decreto nº 7.747, de 05 de junho de 2012. Institui a Política Nacional de
Gestão Territorial e Ambiental de Terras Indígenas – PNGATI, e dá outras
providências. Diário Oficial da União, Poder Executivo. Brasília: seis de junho de 2012.
Seção 1.
CARDOZO, I. B. Etnozoneamento Paiterey Garah: terra indígena Sete de Setembro.
Porto Velho, RO: Kanindé – Assossiação de Defesa Etnoambiental, 2011.
INSTITUTO SOCIOAMBIENTAL/ISA. Surui Paiter. Disponível em:
https://pib.socioambiental.org/pt/povo/surui-paiter/846). Acesso em: 05 abril 2018.
SURUÍ, C. Reflorestamento da terra indígena sete de setembro: uma mudança da
percepção e da conduta do povo Paiter Suruí de Rondônia? 2013. 63 f., il. Dissertação
(Mestrado Profissional em Desenvolvimento Sustentável) - Universidade de Brasília,
Brasília, 2013.
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1. Introdução
3. Resultados e Discussão
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Unidade de Conservação de Itirapina contribui significativamente para a manutenção das
áreas de vegetação nativa, sendo de fundamental importância para a minimização dos
impactos negativos causados pelas atividades antrópicas. Essas áreas auxiliam na
estabilidade do solo, prevenção de processos erosivos, percolação de água, proteção aos
cursos d’água e na conservação da biodiversidade, dentre outros (IMASUL, 2016).
Diante as características encontradas, foram determinado os graus de fragilidade
ambiental da área de estudo (Figura 1), com destaque no grau de baixa fragilidade
representado 50,27% da área, seguido pelo grau de média fragilidade com 31,64%.
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contribuindo para o aumento da fragilidade ambiental e influenciando diretamente na
conservação e manutenção dos serviços ambientais providos pelo ecossistema.
4. Conclusão
Agradecimentos
Referências
BACANI, V. M.; SAKAMOTO, A. Y.; LUCHIARI, A.; QUENOLD, H. Sensoriamento
remoto e SIG aplicados à avaliação da fragilidade ambiental de bacia
hidrográfica. Mercator Revista de Geografia da UFC, v. 14, n. 2, 2015.
IMASUL. Métodos e técnicas para restauração da vegetação nativa. Documento
técnico para orientação na Restauração da Vegetação Nativa no Bioma Mata Atlântica
do Mato Grosso do Sul. - Campo Grande: Imasul, 2016.
OLIVEIRA, A. N. S. A Fragilidade ambiental como suporte na identificação de
conflitos ambientais na APA da Marituba do Peixe, Alagoas. 168f. 2017.
Dissertação (Mestrado). Universidade Federal de Alagoas, 2017.
PENGUE, W. Producción agroexportadora e (in)seguridad alimentaria: El caso de La
soja en Argentina. Revista Iberoamericana de Economía Ecológica. v. 1, p 46-55,
2004.
ROSS, J. L. S. Análise empírica da fragilidade dos ambientes naturais e antropizados.
Revista do Departamento de Geografia, São Paulo, n.8, p.3-74, 1994
TREVISAN, D. P.; MOSCHINI, L. E. Determinação das áreas com fragilidade
ambiental do município de São Carlos, São Paulo, Brasil. Revista Geografia, Ensino
& Pesquisa, v. 20, n.3, p. 159-167, 2016.
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1. Introdução
2. Materiais e métodos
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peculiaridades técnicas de cada exemplar. O pesquisador, ao final, foi o responsável por
orientar o número, a disposição e o espaçamento dos exemplares selecionados para cada
espaço.
Com dimensões aproximadas de 70cm de profundidade X 70cm de largura X 70
cm de comprimento, foram abertas covas com retroescavadeira (cedida pela Secretaria de
Serviços Públicos de São Carlos - SSP) e em cada uma delas, com antecedência de 40
dias do plantio, foram depositados aproximadamente 20 litros de esterco bovino (cedido
pela Unidade Embrapa Pecuária Sudeste) e 250 gramas de calcário dolomítico. Após a
adubação, e o revolvimento do adubo com o solo, as covas foram fechadas. Estacas de
bambu foram cedidas pela SSP. Sua função é de sinalização da existência das mudas e de
tutoramento das plantas em seu estágio jovem. As mudas, após pesquisa de preço em três
viveiros diferentes, foram adquiridas de viveiro com certificação e entregues às vésperas
dos plantios.
Para o plantio, as covas foram novamente reabertas, com cavadeira manual. As
mudas foram plantadas e amarradas, com fita plástica, aos tutores anteriormente fixados.
Como reforço de adubação, foi aplicado 1kg de fertilizante orgânico em cada cova. Um
volume expressivo de palha seca ao redor de cada exemplar serviu para proteger as covas
contra o embate das gotas de água de chuva e para se manter o solo mais úmido.
Meses antes do plantio, foi oferecido um minicurso de poda e manutenção de
plantas frutíferas aos interessados e Associados participantes o projeto. O conteúdo foi
dado por duas engenheiras agrônomas, que gentilmente cederam seu tempo e
compartilharam seus conhecimentos a respeito do tema.
3. Relato da Experiência
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solicitado); a baixa adesão nas três áreas adotadas (números sempre inferiores a 10
voluntários, durante os trabalhos de grupo); a comunicação deficitária entre as
Associações e seus associados e; o desinteresse, ou até mesmo as questões culturais e
sociais que ainda distanciam as pessoas das áreas de uso comum em uma cidade.
Se por um lado, fatores dificultaram a celeridade do pomar urbano, que tem um
cronograma inicialmente estimado em 12 meses (entre a seleção dos espaços e o plantio
das mudas frutíferas), por outro, foram reveladas empatia e proatividade dos voluntários
envolvidos com a ideia do projeto. Com esta ação conjunta, foi possível observar, mesmo
que em pequena escala: a ideia de pertencimento destes espaços públicos; a coesão social,
tão necessária para qualquer desenvolvimento de ações públicas ou de um senso comum.
Vê-se o pomar urbano como mais uma ferramenta de incubação e crescimento dos
agrupamentos sociais verdadeiramente comprometidos com espaços comuns e com os
potenciais benefícios que esta categoria de espaço pode proporcionar.
4. Considerações finais
A implementação de pomares urbanos teve ampla aceitação por parte dos atores
envolvidos - poder público municipal e associações de moradores de bairro -, embora
tenha havido uma baixa adesão popular e um atraso considerável no cronograma total
previsto. Há necessidade, portanto, de uma maior participação social para que o número
de voluntários seja mais expressivo e estes espaços atendam satisfatoriamente a questões
sociais como a coesão, a sensação de pertencimento de espaços públicos e seu melhor uso
e aproveitamento. Os benefícios ambientais também devem ser mencionados, embora no
estágio inicial passem desapercebidos pela população.
Referências
OLIVEIRA, F. das C.; SOUSA, V.F.de. Pomares mistos de frutas: Alternativa para
segurança alimentar e geração de renda no semi-árido piauiense. Rev. Bras. de
Agroecologia, v.2, n. 2, out. 2007.
PHILADELPHIA ORCHARD PROJECT. 2017. Disponível em:
<https://www.phillyorchards.org/>. Acesso em: 29 nov. 2017.
SEMEDO, R.J. da C. G.; BARBOSA, R. I. Árvores frutíferas nos quintais urbanos de
Boa Vista, Roraima, Amazônia brasileira. Acta amazônica, v. 37, n.4, p. 497–504, 2007.
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1
Universidade Federal de São Paulo, UNIFESP, Campus Diadema SP – Brasil.
Programa de Pós-graduação em Análise Ambiental Integrada;
nessagi.vasques@gmail.com
1. Introdução
2. Material e métodos
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G8 Setor de análises toxicológicas
LEGENDA 1: Os entrevistados de G1 a G3 responderam o questionário elaborado para Bioensaio (BIO).
Os entrevistados de G4 a G8 responderam o questionário elaborado para qualidade (QUA).
3. Resultados
0 20 40 60 80 100
4. Discussão
A CETESB possui uma rede de monitoramento no estado de São Paulo com cerca
de 400 pontos no total, para monitorar a qualidade da água superficial (G1-BIO). Através
de uma parceria com a Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) em 2009
iniciou-se os estudos sobre a presença de DE em águas (Vasconcelos, 2012; G3-BIO).
Estes compostos atingem os mananciais pela contaminação por efluentes domésticos,
industriais ou oriundos de poluição difusa. A CETESB monitora a ocorrência dos DE em
35 pontos, desde 2013, pela determinação da atividade estrogênica (AE), através de um
bioensaio chamado BLYES (Figura 1). O BLYES (Bioluminescent Yeast Estrogen
Screen) é um teste in vitro que utiliza uma linhagem da levedura Saccharomyces
cerevisiae geneticamente modificada pela inserção de um gene para expressão do receptor
de estrogênio humano. Os resultados do ensaio são expressos em atividade equivalente
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comparada a uma substância referência, no caso o hormônio natural 17-beta-estradiol
equivalente do estradiol (CETESB, 2016).
De 2015 em diante, dentre os 35 pontos, foram selecionados 10 pontos que
estavam apresentando atividade estrogênica constante. Estes pontos estão sendo medidos
consecutivamente a cada dois meses, totalizando seis coletas por ano (CETESB, 2016;
G1-BIO). Alguns entrevistados explicaram que o monitoramento da atividade estrogênica
é realizada a fim de se entender qual o caminho dos DE no meio ambiente (G2-BIO; G8-
QUA). Porém, ainda não é realizada a análise química para identificar os compostos
presentes, pois as técnicas analíticas existentes para estas análises ainda são muito
dispendiosas, não sendo acessíveis para a maioria das agências do Brasil.
Uma vez que no Brasil ainda não existe legislação para DE em águas, os limites
de detecção para AE adotados pela companhia para o teste BLYES são valores
orientadores provenientes de estudos científicos, onde o limite de detecção é de 3,8 ng/L
para água subterrânea e 5 ng/L para água superficial, conforme explicado pelo
entrevistado G1-BIO.
Foi constatado que a ausência de limites para DE na legislação não impõe uma
barreira para a realização do monitoramento. Dado que se confirma, já que a companhia
vem efetuando um acompanhamento da AE em alguns pontos, mesmo sem exigência
legal. Vale ressaltar que a sede da companhia em Pinheiros – SP é a única no país como
órgão ambiental a efetuar este tipo de controle e que as demais agências no país não fazem
qualquer tipo de acompanhamento destes contaminantes (G7-QUA).
5. Conclusão
Referências Bibliográficas
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COMISSÃO DAS COMUNIDADES EUROPEIAS. Relatório Final COM (1999) 706,
de 14 de junho de 2001. Estratégia comunitária em matéria de desreguladores endócrinos
– substâncias suspeitas de interferir com os sistemas hormonais de seres humanos e dos
animais.
COMPANHIA AMBIENTAL DO ESTADO DE SÃO PAULO (CETESB). Série
Relatórios. Qualidade das águas interiores no estado de São Paulo, 2016.
GHISELLI, G.; JARDIM, W. F. Interferentes endócrinos no ambiente. Química nova, v.
30, n. 3, p. 695-706, 2007.
MOREIRA, J. C.; GONÇALVES, E. S. Contaminantes Emergentes - Desafios e
Perspectivas. 51º Congresso Brasileiro de Química. Revista Química Industrial 2011.
Centro de Estudos da Saúde do Trabalhador e Ecologia Humana da Fundação Oswaldo
Cruz – Escola Nacional de Saúde Pública (FIOCRUZ/ENSP). 2011.
SAUVÉ, S.; DESROSIERS, M. A review of what is an emerging contaminant. REVIEW
Open Access. Chemistry Central Journal 8:15. 2014.
VASCONCELOS, Y. Análise de Água: Levedura luminescente. Pesquisa FAPESP Nº
193. 2012.
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1. Introdução
Não é de hoje que a demanda por água vem aumentando, mas sim desde o século
passado, assim como o crescimento populacional e o lançamento de esgotos não tratados
nos cursos da água. Os dois primeiros motivos são causadores do aumento do consumo
de água e o terceiro motivo é uma das causas da poluição e degradação desse bem tão
preciso.
Os meios de comunicação vêm divulgando constantemente, principalmente através da
televisão, a dificuldade de certas regiões de acesso ao tratamento de esgoto. Em 1998, o
Ministério das Cidades divulgou que 65% das internações hospitalares de crianças abaixo
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de 10 anos resultavam da inadequação dos serviços e ações de saneamento,
principalmente por diarreia. No Brasil, cerca de 95% da população tem acesso a redes de
abastecimento de água, porém apenas 50% do esgoto produzido são coletados e desses
apenas 32 % são tratados (MINISTÉRIO DAS CIDADES, 2005).
Com todo esse panorama desfavorável é necessário buscar medidas de maneira a
atender à população, em especial pequenas comunidades e locais onde o saneamento
convencional não é capaz de alcançar. Através de materiais alternativos e, muitas das
vezes, reutilizáveis procurando proporcionar técnicas simples e eficientes.
Nesse contexto, a utilização de “Pall Rings” reutilizáveis apresenta-se como uma
solução viável para o tratamento de esgotos de comunidades carentes, já que pode garantir
um menor custo de energia.
2. Objetivo
3. Metodologia
A obra foi realizada na cidade de Passa Quatro, uma cidade do sul do estado de
Minas Gerais, estância hidromineral e região turística.
O método executivo comparado com outras técnicas de tratamento é simples, para
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aperfeiçoar a execução foi utilizada uma retroescavadeira, no entanto, esse processo pode
ser realizado por homens, se necessário. Na técnica foi uma aberta uma vala de
aproximadamente 2,5 metros, com uma profundidade de 1,5 e de 30 metros de
comprimento. Posteriormente a isso, foi colocada uma manta geotêxtil (não tecido),
seguida de uma camada de geomembrana PVC e outra manta geotêxtil sobre os “pall
ring” sendo que os materiais ficaram funcionando como um “recheio”, conforme ilustram
as figuras 2 e 3.
4. Resultados
EFICIÊNCIA INICIAL/FINAL
Parâmetro Inicial Final Eficiência (%)
Coliforme 1,40E+08 9,30+04 99, 934
DBO 495,00 50,00 89, 899
DQO 720,00 105,00 85, 417
Fósforo Total 7,00 4,00 42, 857
Nitrato 7,15 2,60 63, 636
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Nitrogênio Total 62,00 31,00 50, 000
Sólidos Totais 299,00 190,00 36, 455
Turbidez 357,00 30,10 91, 569
Fonte: Acervo Aguapé Engenharia e Projetos Ecológicos
5. Conclusão
Referências
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