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CURSO DE LICENCIAMENTO AMBIENTAL

FEDERAL DE INFRAESTRUTURAS DE
TRANSPORTE

MÓDULO IV
LICENCIAMENTO AMBIENTAL DA
INFRAESTRUTURA DE TRANSPORTES

BR-365 - Ituiutaba-Monte Alegre de Minas/MG - 23/06/2018. Foto: Edsom Leite/MTPA


4.0 LICENCIAMENTO AMBIENTAL DA INFRAESTRUTURA DE
TRANSPORTES
Este módulo tem como objetivo detalhar o licenciamento ambiental de acordo com a
legislação específica para cada modal de transporte, englobando os ritos simplificados e
específicos.

4.1 Rodovias

4.1.1 Legislação Específica

Abaixo descrevemos os principais documentos legais, específicos para o modal


rodoviário.

4.1.1.1 Portaria Interministerial MMA/MInfra nº 01/2020

Dispõe sobre a regularização ambiental federal de Rodovias Federais pavimentadas.

4.1.13 Instrução Normativa Ibama nº 13/2013

A Instrução Normativa lbama nº 13, de 19 de julho de 2013, estabeleceu os


procedimentos para padronização metodológica dos planos de amostragem de fauna exigidos
nos estudos ambientais necessários para o licenciamento ambiental de rodovias e ferrovias.

A padronização metodológica de que trata a lN também se aplica à etapa de


monitoramento, após a emissão da Licença de lnstalação do respectivo empreendimento,
devendo continuar a ser adotada após a emissão da Licença de Operação, caso haja atividades
de monitoramento previstas para essa etapa.

4.1.2 Procedimento Específico

A Portaria MMA/INFRA nº 01/2020 estabelece procedimentos específicos de


licenciamento ambiental a serem utilizados pelo lBAMA para proceder com a regularização
ambiental das rodovias federais pavimentadas. Elas serão submetidas aos procedimentos
estabelecidos nesta Portaria para adequação à técnica e às normas ambientais.

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4.1.2.1 Procedimento para Regularização Ambiental

Para a regularização ambiental, deverão ser atendidas as seguintes etapas, conforme


fluxograma abaixo.:

* A FCA e Requerimento de AO deverão ser enviados via SEI;


* Na impossibilidade de adequação do objeto ao enquadramento, na fase da análise da FCA, o
Ibama informará ao empreendedor o tipo de licenciamento ambiental adequado para aquele
empreendimento ou atividade;
* Caso haja supressão de vegetação, deverá ser solicitada Autorização de Supressão de
Vegetação - ASV - via SINAFLOR;
* AO: Autorização de Operação, cujo modelo de requerimento é anexo a Portaria em questão.
* RFAR: Relatório Anual de Regularização Ambiental.

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O empreendedor poderá solicitar a emissão de LO a qualquer momento durante o
processo de regularização, devendo apresentar requerimento de LO e entregar o Relatório Final
de Atividades de Regularização (RFAR), demonstrando a execução das atividades previstas nos
programas ambientais descritos nesta Portaria e o atendimento às condicionantes ambientais.

O Ibama considerará a evolução no atendimento das condicionantes da Autorização de


Operação e das medidas ambientais previstas na referida Portaria para análise e emissão da LO.

ORGÃOS INTERVENIENTES

Caberá ao Ibama dar ciência quanto à emissão da Autorização de Operação, em até 15


dias após a emissão desta, aos órgãos e entidades citados Portaria Interministerial
MMA/MJ/MinC/MS nº 60/2015 ou àqueles que tenham sucedido à competência definida na
referida normativa e aos órgãos gestores de Unidades de Conservação conforme previsto no
Art. 5º da Resolução CONAMA nº 428/2010.

PROGRAMAS AMBIENTAIS

A Autorização de Operação obriga a execução dos seguintes Programas Ambientais para


operação da rodovia e atividades rodoviárias:

• Programa ambiental de construção;


• Programa de monitoramento, prevenção e controle de processos erosivos;
• Programa de supressão de vegetação e afugentamento de fauna;
• Programa de recuperação de áreas degradadas;
• Programa de monitoramento, prevenção e controle de atropelamentos de
fauna silvestre; e
• Programa de recuperação/mitigação de passivos ambientais

As medidas de controle ambiental devem ser diretamente relacionadas e proporcionais


aos impactos ambientais da atividade ou empreendimento.

RELATÓRIO ANUAL DE REGULARIZAÇÃO AMBIENTAL (RARA)

O acompanhamento da execução dos programas ambientais será realizado pelo Ibama


por meio de vistorias e pela avaliação do Relatório Anual de Regularização Ambiental (RARA), a
ser encaminhado pelo empreendedor até o dia 30 de junho de cada ano.

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As informações anuais compreendem o período entre os meses de janeiro e dezembro
do ano civil anterior ao da apresentação do RARA.

O RARA será utilizado como instrumento base de controle para a realização de


atividades de supervisão, acompanhamento e auditagem, podendo o Ibama, a qualquer tempo,
realizar vistorias de acompanhamento dos empreendimentos e/ou atividade licenciados sob
regime corretivo.

4.1.2.2 Autorização de Operação - AO

A Autorização de Operação é o ato autorizativo precário e transitório da operação de


empreendimento ou atividade e que estabelece as medidas necessárias à expedição de Licença
de Operação (LO).

A emissão da Autorização de Operação de rodovias federais pavimentadas autoriza as


seguintes atividades:

➢ Manutenção;
➢ Melhoramento;
➢ Instalação de estruturas de apoio, canteiros de obras, áreas de empréstimo e de
deposição necessárias à execução das atividades de manutenção,
melhoramentos e ações urgentes e emergenciais;
➢ Ações urgentes ou emergenciais; e
➢ Manejo de fauna necessário à operação da rodovia e à execução das atividades
descritas acima, sendo vedada a coleta de fauna silvestre para fins de coleção.

Intervenções correlatas fora da faixa de domínio deverão ser solicitadas no âmbito do


processo de regularização, exceto quanto às ações urgentes e emergências que, por possuírem
caráter excepcional, serão consideradas autorizadas mesmo fora da faixa de domínio, sem
prejuízo da referida comunicação ao Ibama.

As atividades previstas para instalação de estruturas de apoio, canteiros de obras, áreas


de empréstimo e de deposição deverão ser realizadas fora das Áreas de Preservação
Permanente – APPs -, excepcionados os casos de obra de arte e outras situações devidamente
justificadas pela falta de alternativa locacional.

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ATIVIDADES DE MANUTENÇÃO

No conceito de manutenção, estão incluídos os serviços como:

Limpeza, capina e roçada da faixa de domínio;

Remoção de barreiras de corte;

Recomposição de aterros;

Estabilização de taludes de cortes e aterros;

Limpeza, reparos, recuperação e substituição de estruturas e muros de contenção;

Tapa-buracos;

Remendos superficiais e profundos;

Reparos, recomposição e substituição de camadas granulares do pavimento, do revestimento


betuminoso ou das placas de concreto da pista e dos acostamentos;

Reparos, substituição e implantação de dispositivos de sinalização horizontal e vertical;

Reparos, recuperação e substituição e implantação de dispositivos de segurança;

Limpeza, reparos, recuperação, substituição e implantação de dispositivos de drenagem, tais


como bueiros, sarjetas, canaletas, meio fio, descidas d’água, entradas d’água, boca de lobo,
bocas e caixas de bueiros, dissipadores de energia, caixas de passagem, poços de visita, drenos;

Limpeza, reparos e recuperação de obras de arte especiais, tais como pontes, viadutos,
passarelas, túneis e cortinas de concreto; e

Limpeza, reparos, recuperação ou substituição de estruturas e muros de contenção.

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ATIVIDADES DE MELHORAMENTOS

No conceito de melhoramento, estão incluídos os serviços como:

Alargamento da plataforma da rodovia para implantação de acostamento e de 3ª faixa;


englobando a execução da estrutura do pavimento e, se necessário, da infraestrutura para
esses serviços;

Implantação de vias marginais em travessias urbanas;

Implantação, substituição ou alargamento de obras de arte especiais, tais como pontes,


viadutos, passarelas, túneis e cortinas de concreto;

Implantação ou substituição de estruturas e muros de contenção;

Implantação de edificações necessárias à operação da via, tais como bases operacionais,


postos de polícia rodoviária, praças de pedágio e balanças rodoviárias

Implantação, modificação ou remanejamento de interseções e acessos;

Implantação de estruturas de fibra óptica a serem utilizadas para a operação rodoviária.

AÇÕES URGENTES X AÇÕES EMERGENCIAIS

URGENTES EMERGENTES

•Intervenções requeridas quando há indícios •Intervenções que se destinam a recompor,


de iminente ameaça de dano ou reconstruir ou restaurar taludes, trechos
comprometimento que possa restringir a rodoviários e obras de arte especiais e
segurança do tráfego ou provocar danos ao correntes que tenham sido seccionados,
meio ambiente e a terceiros obstruídos ou danificados por evento
extraordinário ou catastrófico, ocasionando
a interrupção do tráfego ou colocando em
flagrante risco seu desenvolvimento

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4.2 FERROVIAS
4.2.1 Legislação Específica

Abaixo descrevemos os principais documentos legais, específicos para o modal


ferroviário.

4.2.1.1 Resolução Conama nº 479/2017

A Resolução Conama nº 479, de 15 de março de 2017, trata sobre o licenciamento


ambiental de empreendimentos ferroviários de baixo potencial de impacto ambiental e a
regularização dos empreendimentos em operação.

4.2.1.2 Instrução Normativa Ibama nº 13/2013

A Instrução Normativa lbama nº 13/2013 estabeleceu os procedimentos para


padronização metodológica dos planos de amostragem de fauna exigidos nos estudos
ambientais necessários para o licenciamento ambiental de rodovias e ferrovias.

A padronização metodológica de que trata a Instrução Normativa também se aplica à


etapa de monitoramento, após a emissão da Licença de Instalação do respectivo
empreendimento, devendo continuar a ser adotada após a emissão da Licença de Operação,
caso haja atividades de monitoramento previstas para essa etapa.

4.2.2 Procedimento simplificado

O procedimento simplificado de licenciamento ambiental a ser utilizado pelo órgão


ambiental aplicável às atividades ou empreendimentos ferroviários de baixo potencial de
impacto ambiental é definido pela Resolução Conama nº 479/2017.

De forma geral, os procedimentos administrativos para a obtenção do licenciamento


ambiental específico são semelhantes ao processo ordinário. Observam-se diferenças nos tipos
de estudos ambientais solicitados e nas fases de licenciamento, pois em muitos casos as fases
são suprimidas ou agregadas.

Abaixo serão apresentados os aspectos relevantes do processo de licenciamento


ambiental simplificado, com base na Resolução Conama nº 479/2017.

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4.2.2.1 Atividades e obras de baixo potencial de impacto ambiental

São considerados atividades ou empreendimentos ferroviários de baixo potencial de


impacto ambiental as seguintes obras ferroviárias, desde que sejam desenvolvidas dentro dos
limites da faixa de domínio e não impliquem remoção de população e intervenção em terras
indígenas ou quilombolas:

OBRAS FERROVIARIA CONSIDERADAS DE BAIXO IMPACTO AMBIENTAL – CONAMA 479/17


Unidades de apoio • Pátios para formação, manobras, transbordo e cruzamentos de trens;
• Oficinas, postos de manutenção de material rodante (locomotivas e
necessárias à vagões) e suas estruturas (Estação de Tratamento de efluentes - ETE,
operação ferroviária, Separador de Água e Óleo - SAO, armazenamento temporário de
resíduos sólidos, entre outros.);
tais como • Usinas de tratamento de dormentes;
• Oficinas de manutenção de equipamentos de via permanente;
• Postos de abastecimento;
• Estaleiro de soldagem de trilhos;
• Estações de controle de tráfego, estações de passageiros, estações de
controle de carga e descarga;
• Subestações elétricas e de comunicação;
• Terminais de cargas;
• Cabine de teste de potência de locomotivas;
• Lavadores de vagões e locomotivas;
• Areeiro;
• Cabine de pintura;
Serviços e obras de Atividades sistemáticas de manutenção e reparação da integridade de
estruturas já existentes, bem como outras necessárias à manutenção da
rotina segurança operacional da via e à conservação ambiental, não incluindo
obras de aumento de capacidade, incluídas as atividades exemplificadas
no anexo l da Resolução Conama nº 479/2017; e
Atividades de Obras relacionadas à reforma da linha férrea e das estruturas que a
compõe, ou seja, um conjunto de intervenções que modificam as
melhoramentos características técnicas existentes ou acrescentam características novas na
sua geometria, sistema de sinalização e segurança e adequação ou
incorporação de elementos nos demais componentes do sistema
ferroviário, não incluindo obras de duplicação; e obras de transposição de
linha férrea em locais onde há cruzamento entre ferrovia e vias públicas,
tais como viadutos ferroviários ou rodoviários, passarelas, tubulações de
água, esgoto ou drenagem

4.2.2.2 Licenciamento Ambiental Simplificado

Desta forma os empreendimentos e atividades de baixo potencial de impacto ambiental


ficam sujeitos ao licenciamento ambiental com base em procedimento simplificado, conforme
descrição e fluxo abaixo:

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NÃO SIM

O procedimento simplificado de licenciamento ambiental em questão será iniciado pela


apresentação do requerimento de Licença de Instalação.

O requerimento deverá ser acompanhado das seguintes informações:

• Documentos e/ou autorizações legais exigidos, conforme o caso, por força de


normas federais, estaduais e municipais aplicáveis; e
• Relatório ambiental simplificado – RAS – elaborado com base em dados secundários
e de monitoramento existentes, a partir de termo de referência padrão estabelecido
pelo órgão ambiental competente.
O prazo para análise dos estudos ambientais é de 90 (noventa) dias. Nesse prazo,
poderão ser realizadas vistorias técnicas, solicitações de esclarecimentos e complementações
de informações ao empreendedor, caso necessário. Ao final da análise, deverá ser emitido um
parecer técnico conclusivo, de forma a subsidiar a tomada de decisão.

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Em suma as fases do licenciamento ambiental simplificado são descritas abaixo.

Instauração de Processo
•Abertura de Processo
•Ficha de Caracterização de Atividade (FCA)
•Analise de Competência
•Enquadramento do empreendimento

Licenciamento de Instalaçao

•Relatório Ambiental Simplificado (RAS)


•Tomada de Decisão

Licenciamento de Operação
• Elaboração dos documentos em atendimento aos requisitos da LI
• Elaboração dos Programas de Controle Ambietal (PBA ou PGA)
• Analise de Documentos
• Tomada de decisão

4.2.2.3 Atividades e obras vinculadas à Licença de Operação (LO)

Integram a Licença de Operação a ampliação de unidades de apoio, os serviços e obras


de rotina e obras de melhoramento, quando desenvolvidas dentro dos limites da faixa de
domínio de ferrovias licenciadas.

Unidades de Apoio

Consideram-se como unidade de apoio as unidades necessárias à operação ferroviária,


tais como:

• Pátios para formação, manobras, transbordo e cruzamentos de trens;


• Oficinas, postos de manutenção de material rodante (locomotivas e vagões) e suas
estruturas (estação de tratamento de efluentes – ETE -, separador de água e óleo -
SAO -, armazenamento temporário de resíduos sólidos, entre outros);
• Usinas de tratamento de dormentes;
• Oficinas de manutenção de equipamentos de via permanente;
• Postos de abastecimento;
• Estaleiro de soldagem de trilhos;

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• Estações de controle de tráfego, estações de passageiros, estações de controle de
carga e descarga;
• Subestações elétricas e de comunicação;
• Terminais de cargas;
• Cabine de teste de potência de locomotivas;
• Lavadores de vagões e locomotivas;
• Areeiro; e
• Cabine de pintura.

Serviços e obras de rotina

Os serviços e obras de rotina são atividades sistemáticas de manutenção e reparação da


integridade de estruturas já existentes, bem como outras necessárias à manutenção da
segurança operacional da via e à conservação ambiental, não incluindo obras de aumento de
capacidade, incluídas as atividades exemplificadas no anexo l da Resolução Conama nº
479/2017.

Atividades de Melhoramentos

As atividades de melhoramentos incluem:

ATIVIDADES DE MELHORAMENTOS
TIPO DE OBRA ESPECIFICAÇÃO DA ATIVIDADE
Obras relacionadas à Conjunto de intervenções que modificam as características
reforma da linha férrea e técnicas existentes ou acrescentam características novas na
das estruturas que a sua geometria, sistema de sinalização e segurança e adequação
compõe ou incorporação de elementos nos demais componentes do
sistema ferroviário, não incluindo obras de duplicação; e

Obras de transposição de Em locais onde há cruzamento entre ferrovia e vias públicas,


linha férrea tais como viadutos ferroviários ou rodoviários, passarelas,
tubulações de água, esgoto ou drenagem.

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Obras Emergenciais

Em situações que coloquem em risco o meio ambiente, a saúde e a segurança da


população e dos empregados das ferrovias, bem como o andamento das operações ferroviárias,
o empreendedor executará obras emergenciais no local para conter e recuperar a área, visando
exclusivamente a retomada do seu pleno tráfego, devendo comunicar, obrigatória e
imediatamente, ao órgão ambiental competente.

Para realização das obras emergenciais, de rotina, de melhoramento e de ampliação de


unidade de apoio de ferrovias, fica permitida a implantação de estruturas móveis de apoio
(contêineres, tendas e outros), áreas de empréstimo e de deposição de material excedente,
desde que respeitados os limites da faixa de domínio, bem como as medidas de mitigação,
proteção e controle ambiental cabíveis, tais como:

• Implementação de ações de gerenciamento de efluentes líquidos (incluindo


banheiros químicos) e demais resíduos, prevendo
• A disposição final a ser realizada por empresa especializada e devidamente
licenciada pelos órgãos ambientais competentes;
• Caso constatada a existência de solo contaminado durante as atividades, a área
deverá ser objeto de gerenciamento específico;
• Eventuais estruturas provisórias de transposição deverão ser removidas ao final das
atividades, assegurando a recuperação das áreas utilizadas como caminhos de
serviço;
• Deverão ser adotados mecanismos de contenção de sedimentos, de modo a evitar
o carreamento para corpos hídricos, e de recuperação das áreas afetadas; e
• As equipes de trabalho deverão estar capacitadas para atendimento legislação
ambiental vigente.

Orientações Gerais

Essas atividades ficam autorizadas pela Licença de Operação (LO), desde que respeitadas
as condicionantes descritas na LO.

Destaca-se que as obras de implantação de unidade de apoio poderão integrar a licença


de operação desde que caracterizadas como de baixo potencial de impacto ambiental.

Ressalta-se também que além das atividades citadas acima, a licença de operação
autoriza a supressão de vegetação nativa ou exótica, excetuada a vegetação existente em:

• Áreas de preservação permanente e nas áreas de Reserva Legal, conforme definidas


na Lei nº 12.651/2012 e suas alterações;

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• Unidades de conservação, conforme definidas na Lei nº 9.985/2000, exceto em área
de proteção ambiental – APA;
• Quaisquer outras áreas legalmente protegidas; ou
• Vegetação sujeita a regime especial de proteção legal.

Apesar do enquadramento no procedimento simplificado, o empreendedor deverá


observar todos os normativos municipais, estaduais e federais, incluindo a necessidade de
obtenção de outras autorizações, considerando, tais como: Autorização para Captura, Coleta e
Transporte de Material Biológico (Abio), Outorgas de Uso de Recursos Hídricos, alvarás, entre
outras.

As atividades que integram a licença de operação também podem ser autorizadas para
as ferrovias existentes em processo de regularização ambiental, a partir de celebração de termo
de compromisso com o órgão ambiental competente.

Os postos de armazenamento e de abastecimento de combustíveis integrados ao


empreendimento ferroviário deverão ser licenciados conforme o estabelecido na Resolução
Conama nº 273/2000 e demais normas correlatas.

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4.3 Aeroportos

4.3.1 Legislação Específica

Abaixo descrevemos os principais documentos legais, específicos para o modal


Aeroviário.

4.3.1.1 Resolução Conama nº 470/2015

A Resolução Conama nº 470, de agosto de 2015, estabelece critérios e diretrizes para o


licenciamento ambiental dos aeroportos regionais. As definições desta resolução serão tratadas
no decorrer deste capítulo.

4.3.1.2 Resolução Conama nº 466/2015

A Resolução CONAMA nº 466, de 05 de fevereiro de 2015, estabelece diretrizes e


procedimentos para elaboração e autorização do Plano de Manejo de Fauna em Aeródromos
(PMFA), definido pela Lei nº 12.725, de 16 de outubro de 2012.

O órgão ambiental deverá ser consultado pelo empreendedor sobre a necessidade da


referida autorização sempre que houver atividades de manejo de fauna no respectivo
empreendimento.

4.3.1.3 Resolução Brasileira da Aviação Civil – RBAC 161

A Resolução Brasileira da Aviação Civil – RBAC 161 estabelece para os operadores de


aeródromos civis, os requisitos de elaboração e aplicação do Plano de Zoneamento de Ruído –
PZR e define critérios técnicos aplicáveis na análise de questões relacionadas ao ruído
aeronáutico na aviação civil.

4.3.1.4 Resolução Brasileira da Aviação Civil – RBAC 153 – Subparte H

A Resolução define que o operador de aeródromo deve estabelecer e


implementar procedimentos básicos de gerenciamento do risco da fauna que sejam capazes de
mitigar o risco de colisão entre aeronaves e a fauna.

Desta forma, descreve a metodologia para elaboração do Estudo de


Identificação da Fauna (Diagnóstico detalhado e análise de risco de ocorrências de colisão de
fauna), assim como do Plano de Gerenciamento do Risco da Fauna (Procedimento específico

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para controle de fauna em aeroporto). Estes devem ser submetidos a análise e aprovação da
ANAC.

4.3.2 Procedimento Simplificado – Ampliação e Construção de Aeroportos


Regionais

O processo de licenciamento ambiental para ampliação e construção de novos aeroportos


regionais é definido pela Resolução CONAMA nº 470/2015, desta forma para o enquadramento
de aeroporto regional, considera-se a seguinte definição:

• Aeroporto com movimentação anual de passageiros embarcados e desembarcados


inferior a:

a) 800.000 (oitocentos mil) passageiros por ano, quando localizado na Região da


Amazônia Legal; ou,

b) 600.000 (seiscentos mil) passageiros por ano, quando localizado nas demais
regiões do País;

4.3.2.1 Enquadramento de Baixo Potencial de Impacto Ambiental

A ampliação de aeroportos regionais consiste em obra que tenha por objetivo o aumento
da sua capacidade operacional.

Desta forma, a ampliação e a construção de novos aeroportos são consideradas de baixo


potencial de impacto ambiental, desde que:

I - não se localize em zonas de amortecimento de unidades de conservação de


proteção integral, adotando-se o limite de 3 km (três quilômetros) a partir do limite da unidade
de conservação, cuja zona de amortecimento não esteja ainda estabelecida;

II - não implique em:

a) corte e supressão de vegetação primária e secundária no estágio avançado de


regeneração, no bioma Mata Atlântica, conforme Lei n° 11.428, de 22 de dezembro de 2006, ou
outros biomas protegidos por leis específicas;

b) sobreposição com áreas regulares de pouso, descanso alimentação e


reprodução de aves migratórias constantes do Relatório Anual de Rotas e Áreas de

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Concentração de Aves Migratórias no Brasil publicado pelo Instituto Chico Mendes de
Conservação da Biodiversidade - Instituto Chico Mendes; e

c) sobreposição com áreas sensíveis de espécies ameaçadas de extinção,


constantes no Relatório de Áreas Sensíveis de Espécies Ameaçadas de Extinção Relacionadas a
Aeroportos, para fins de operação de aeroportos regionais.

4.3.3.2 Procedimento Simplificado

O procedimento para o licenciamento ambiental da ampliação e construção dos aeroportos


regionais, quando as intervenções forem consideradas de baixo potencial de impacto ambiental
conforme art. 6º da Resolução Conama nº 470/2015, será simplificado e observará os Termos
de Referência constantes nesta Resolução.

Licenciamento
Ambiental de Aeroporto
Regional (Ampliação/
Construção)

Considerado de Procedimento de
baixo impacto SIM licenciamento ambiental
ambiental simplificado

NÃO

Órgão ambiental competente


define o estudo ambiental, de
acordo com as normas e
legislações vigentes

O procedimento simplificado deverá ser instruído conforme tabela abaixo:

Estudo preliminar de engenharia, contendo no mínimo, a localização, a descrição e as


I plantas da situação existente e das atividades a serem executadas, bem como a
respectiva Anotação de Responsabilidade Técnica – ART
II Relatório Ambiental Simplificado - RAS
Documentos, autorizações e outorgas legalmente exigíveis, conforme o caso, por
III força de normas federais, estaduais e municipais circunscritas ao licenciamento
ambiental.

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Requerimento de autorização de supressão de vegetação devidamente instruído,
IV
quando couber.
V Manifestação do órgão municipal competente, quanto ao uso e ocupação do solo.

O Relatório Ambiental Simplificado (RAS) tem como objetivo oferecer elementos para a
análise da viabilidade ambiental de empreendimentos ou atividades consideradas de baixo
impacto ambiental.

O Termo de Referência para elaboração do RAS está definido no Anexo da Resolução


470/2017 e deve propiciar a avaliação dos impactos ambientais causados nas fases de
implantação e operação do empreendimento, a definição de medidas mitigadoras ou de
controle ambiental para a minimização ou eliminação dos impactos ambientais negativos.

O órgão ambiental licenciador analisará os documentos referidos no prazo de cento e


oitenta dias, contados a partir da data de entrada no protocolo. A análise do RAS e do PCA pelo
órgão ambiental competente deverá ser conclusiva quanto à emissão da licença requerida.

No caso do não enquadramento de ampliação de baixo impacto ambiental, caberá ao


órgão ambiental competente definição do estudo ambiental, de acordo com as normas e
legislações vigentes.

4.3.3.4 Licença de Operação – Atividades que poderão ser autorizadas

Ainda de acordo com a Resolução CONAMA nº 470/2015, as Licenças de Operação poderão


autorizar as seguintes atividades de manutenção para aeroporto regionais:

I. poda de vegetação que coloque em risco a operação aeroportuária;


II. controle de plantas invasoras, inclusive com o uso de herbicidas específicos,
devidamente registrados perante os órgãos competentes, observados os instrumentos
normativos pertinentes ao emprego de produtos tóxicos;
III. limpeza e reparo de sistemas de drenagem, bueiros e canais;
IV. implantação de cercas, defensas metálicas ou similares;
V. reparos e manutenção em obras de arte; e
VI. melhorias ou modernizações em estruturas aeroportuárias, que não impliquem
ampliação.

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4.4 Portos

4.4.1 Definições específicas:

• Área do Porto Organizado - compreendida pelas instalações portuárias, quais


sejam, ancoradouros, docas, cais, pontes e píeres de atracação e acostagem,
terrenos, armazéns, edificações e vias de circulação interna, bem como pela
infraestrutura de proteção e acesso aquaviário ao porto tal como guias
correntes, quebra-mares, eclusas, canais, bacias de evolução e áreas de
fundeio que devam ser mantidas pela Administração do Porto (Lei nº
12.815/2013);
• Autoridade Marítima - autoridade exercida diretamente pelo Comandante da
Marinha, responsável pela salvaguarda da vida humana e segurança da
navegação no mar aberto e hidrovias interiores, bem como pela prevenção da
poluição ambiental causada por navios, plataformas e suas instalações de
apoio (Lei nº 9.966/00);
• Autoridade Portuária - autoridade responsável pela administração do porto
organizado, competindo-lhe fiscalizar as operações portuárias e zelar para que
os serviços se realizem com regularidade, eficiência, segurança e respeito ao
meio ambiente (Lei nº 9.966/00);
• Cais - obra de alvenaria ou madeira, à beira d´água, em porto de mar, rio,
lagoa etc., onde atracam as embarcações, para embarque e desembarque de
pessoal e carga;
• Empreendimento Portuário - é toda ação que envolve a implantação ou
expansão de uma infraestrutura portuária terrestre ou aquaviária e sua
atividade agregada;
• Infraestrutura Portuária Terrestre - a compreendida por ancoradouros,
docas, cais, pontes e píeres de atracação e acostagem, terrenos, armazéns,
edificações e vias de circulação interna;
• Infraestrutura Portuária Aquaviária - a compreendida pela proteção e acesso
aquaviário ao porto, tais como guias correntes, quebra-mares, eclusas, canais,
bacias de evolução e áreas de fundeio (Lei nº 12.815/2013);
• Instalação Portuária - instalação explorada por pessoa jurídica de direito
público ou privado, dentro ou fora da área do porto organizado, utilizada na
movimentação e armazenagem de mercadorias destinadas ou provenientes de
transporte aquaviário;
• Mar Territorial: - compreende uma faixa de doze milhas marítimas de largura,
medidas a partir da linha de baixa-mar do litoral continental e insular, tal como

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indicada nas cartas náuticas de grande escala, reconhecidas oficialmente no
Brasil. Nos locais em que a costa apresente recortes profundos e reentrâncias
ou em que exista uma franja de ilhas ao longo da costa na sua proximidade
imediata, será adotado o método das linhas de base retas, ligando pontos
apropriados, para o traçado da linha de base, a partir da qual será medida a
extensão do mar territorial (Lei nº 8.617/93);
• Molhe - estrutura, usualmente constituída de blocos de pedra, construída em
mar aberto para conter as vagas do mar, podendo dispor de berços para
atracação de navios; quebra-mar;
• Operação Portuária - a de movimentação e armazenagem de mercadorias
destinadas ou provenientes de transporte aquaviário, realizada no porto
organizado por operadores portuários (Lei nº 12.815/2013);
• Operador Portuário - a pessoa jurídica pré-qualificada para a execução de
operação portuária na área do porto organizado (Lei nº 12.815/2013);
• Porto - lugar abrigado, no litoral ou à margem de um rio, lago ou lagoa, dotado
de instalações adequadas para apoiar a navegação e realizar as operações de
carga, descarga e guarda de mercadorias, embarque e desembarque de
passageiros, constituindo um elo entre transportes aquaviários e terrestres;
• Porto Organizado - porto construído e aparelhado para atender às
necessidades da navegação e da movimentação e armazenagem de
mercadorias, concedido ou explorado pela União, cujo tráfego e operações
portuárias estejam sob a jurisdição de uma autoridade portuária (Lei nº
12.815/2013);

4.4.2 Legislação Específica

Abaixo descrevemos os principais documentos legais, específicos para o modal


portuário.

4.4.2.1 Portaria MMA N° 424, de 26 de outubro/2011


Dispõe sobre procedimentos específicos a serem aplicados pelo IBAMA na
regularização ambiental de portos e terminais portuários, bem como os outorgados às
companhias docas, previstos no art. 24-A da Lei no 10.683, de 28 de maio de 2003.
4.4.2.2 Portaria MMA Nº 425, de 26 de outubro/2011
Institui o Programa Federal de Apoio à Regularização e Gestão Ambiental Portuária
- PRGAP - de portos e terminais portuários marítimos, inclusive os outorgados às
Companhias Docas, vinculadas à SEP/PR

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4.4.3 Procedimento Específico

As Portarias MMA nº 424/2011 e nº 425, ambas de outubro de 2011, estabelecem,


respectivamente, procedimentos específicos a serem aplicados pelo IBAMA na
regularização ambiental de portos e terminais portuários, bem como os outorgados às
companhias docas, previstos no art. 24-A da Lei no 10.683, de 28 de maio de 2003,
assim como institui o Programa Federal de Apoio à Regularização e Gestão Ambiental
Portuária – PRGAP – de portos e terminais portuários marítimos, inclusive os
outorgados às Companhias Docas, vinculadas à SEP/PR.

4.4.3.1 Procedimento para Regularização Ambiental

Para a regularização ambiental, deverão ser atendidas as seguintes etapas,


conforme fluxograma abaixo.:

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1

O empreendedor poderá solicitar a emissão de LO a qualquer momento durante


o processo de regularização, devendo apresentação de requerimento de LO; e entregar
o Relatório Final de Atividades de Regularização (RFAR), demonstrando a execução e

1 A FCA e Requerimento de AO deverão ser enviados via SEI;


Na impossibilidade de adequação do objeto ao enquadramento, na fase da análise da FCA, o
Ibama informará ao empreendedor o tipo de licenciamento ambiental adequado para aquele
empreendimento ou atividade;
Caso haja supressão de vegetação deverá ser solicitado Autorização de Supressão de
Vegetação - ASV via SINAFLOR;
AO: Autorização de Operação - Modelo de requerimento é anexo a Portaria em questão.
RFAR: Relatório Anual de Regularização Ambiental.

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atendimento das atividades previstas nos programas ambientais descritos nesta
Portaria.

O Ibama considerará a evolução no atendimento das condicionantes da


Autorização de Operação e das medidas ambientais previstas na referida Portaria para
análise e emissão da LO.

4.4.5 Documentos Específicos

4.3.5.4 Outorgas de Direitos de Uso de Recursos Hídricos


A outorga de direito de uso de recursos hídricos é um ato administrativo, de
autorização ou concessão, por meio do qual o Poder Público faculta ao outorgado fazer
o uso da água por determinado tempo, finalidade e condição expressa no respectivo
ato.

As seguintes atividades dependem de outorga:

a. Extração de águas subterrâneas;


b. Execução de obras que possam alterar o regime, a quantidade e a qualidade
de recursos hídricos, superficiais ou subterrâneos;
c. Lançamento de efluentes nos corpos d’água, como esgotos e demais resíduos
líquidos tratados, nos termos da legislação pertinente, com o fim de sua
diluição, transporte ou disposição final.
d. A derivação de água de seu curso ou depósito, superficial ou subterrâneo, para
fins de abastecimento urbano, industrial, agrícola e outros; e
e. O órgão ambiental deverá ser consultado pelo empreendedor sobre a
necessidade da outorga sempre que houver a necessidade dessas atividades.

4.4.6 Outras autorizações

4.4.6.1 Parecer da Marinha do Brasil – Diretoria de Portos e Costas/Capitania dos


Portos (Vide NORMAM 11, CAP 1, item 0106)
Previamente ao início do Processo de Licenciamento Ambiental de obras sobre
ou sob as águas, o empreendedor deverá apresentar à Capitania dos Portos, Delegacia
ou Agência da área de jurisdição, um requerimento solicitando um Parecer no que
concerne ao ordenamento do espaço aquaviário e à segurança da navegação. As
informações e documentação que devem constar desse requerimento são
estabelecidas pelas “NORMAS DA AUTORIDADE MARÍTIMA Nº 11”, conhecidas como
“NORMAM 11”.

Com o Parecer favorável da Marinha, o empreendedor iniciará o Processo de


Licenciamento Ambiental junto ao Órgão Ambiental competente.

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Após a obtenção do Licenciamento Ambiental de Instalação e das demais
autorizações legais de outros órgãos públicos, o empreendedor comunicará
formalmente à Marinha a data de início das obras e seu término previsto.

4.4.6.2 Obras em Geral


O interessado na realização de "obras" deverá apresentar à Capitania dos Portos,
Delegacia da Capitania dos Portos ou Agência da Capitania dos Portos, com jurisdição
sobre o local da "obra", duas vias dos seguintes documentos:

A. requerimento ao Capitão dos Portos, Delegado ou Agente (conforme o caso);


B. planta de localização, com escala entre 1:100 a 1:500, especificando
dimensões e fazendo a confrontação da "obra" em relação a área
circunvizinha, com distâncias conhecidas, podendo ser em escala menor,
desde que caracterize perfeitamente a área pretendida. Estas plantas deverão
atender às seguintes exigências:
C. indicar claramente a posição da "obra" em relação à carta náutica,
confeccionada pela Diretoria de Hidrografia e Navegação, de maior escala da
área;
D. um dos vértices ou extremidade da "obra" deverá estar amarrado
topograficamente ao marco testemunho, ou a um ponto de coordenadas
conhecidas de instituição, ou empresa estatal, como exemplo a Fundação
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, Diretoria de Hidrografia e
Navegação, Diretoria de Serviço Geográfico do Exército ou Petrobrás.
E. Poderá ser aceita a amarração a marco testemunho de qualquer outra firma,
desde que credenciada pela Diretoria de Hidrografia e Navegação para a
execução de levantamentos hidrográficos, de acordo com a legislação em
vigor; e
F. constar na planta, claramente indicado, o marco testemunho ou ponto, de
coordenadas conhecidas, utilizado para amarração topográfica, seu número, o
nome da instituição ou firma responsável por sua determinação e
estabelecimento, o "datum" utilizado, o vértice ou extremidade da obra que foi
amarrado e o azimute de um dos lados da obra também amarrado à rede topo-
hidrográfica;
G. planta de situação, com escala entre 1:500 e 1:2000, estabelecendo a posição
da "obra" em relação a uma área mais ampla, que possa ser influenciada ou
influenciar na obra projetada, podendo ser em escala menor, desde que
caracterize perfeitamente a área situada;
H. planta de construção com escala entre 1:50 e 1:200, podendo ser em escala
menor, desde que caracterize perfeitamente a "obra" pretendida;
I. memorial descritivo da "obra" pretendida (deve ser o mais abrangente
possível);
J. cópia do contrato de aforamento ou autorização para ocupação ou similares,
expedidas pela Secretaria do Patrimônio da União, ou documentos habituais de
comprovação de posse (escritura de compra e venda, promessa de compra e
venda registrada em cartório ou certidão do registro de imóveis) do terreno
onde se originará a "obra"; e
K. documentação fotográfica - deverão ser anexadas ao expediente, pelo
requerente, pelo menos duas fotos do local da "obra" que permitam uma visão
mais clara das condições locais. A critério das Organizações Militares de
origem do processo ou julgado adequado por uma das Organizações Militares

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envolvidas no processo, durante a vistoria da "obra" ou mesmo depois, outras
fotografias poderão ser solicitadas com a mesma finalidade.
Os documentos citados nas alíneas B, C, D e E deverão ser assinados pelo engenheiro
responsável pela "obra", neles constando seu nome completo, número de registro no
Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura, número da identidade e CPF. As
plantas não poderão apresentar correções que alterem sua originalidade.

O requerimento deve ser assinado pelo proprietário da obra ou seu representante legal,
neste caso, anexando cópia da procuração ou Contrato Social (no caso de firma).
Quando os documentos apresentados não forem originais, deverão ser autenticados por
Tabelião ou pela Organização Militar.

4.4.7 Cais, Molhes, Trapiches e Similares


Essas construções se caracterizam como obras sobre água e podem ser precedidas
de aterro que, dependendo das dimensões, poderão provocar alterações sensíveis no
regime de água da região, tendo como resultado um assoreamento de tal monta que
poderá prejudicar a navegação local com alterações de profundidades. Para esses
casos, deverá ser exigido como documento adicional ao processo de obras, um estudo
detalhado e criterioso das alterações que poderão trazer danos à navegação,
propiciando condições seguras à emissão do parecer da MB. Tal estudo poderá ser
obtido pelos interessados junto a órgão de reconhecida capacidade técnica em
engenharia costeira, como o Instituto de Pesquisa Tecnológicas do Estado de São
Paulo, Instituto de Pesquisa Hidroviárias ou Instituto de Estudos do Mar Almirante Paulo
Moreira. Este estudo, também, deverá ser exigido quando da construção de cais ou
píeres de estrutura maciça, ou enrocamentos e molhes.

Os píeres ou trapiches construídos sobre estacas de madeira ou concreto estão


dispensados desse estudo, devendo, entretanto, dispor de um parecer da Administração
Portuária, caso a obra se situe próximo a instalação portuária.

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