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descrição de imagens

o efeito de real e a singularização


Do meu ponto de vista, histórias e romances se dividem em três partes:
narração, que leva a história do ponto A para o ponto B e, por fim, até o ponto Z;
descrição, que cria uma realidade sensorial para o leitor;
e diálogo, que dá vida aos personagens através do discurso.

Sobre a escrita, Stephen King


“Creio que em um romance ou em um
conto tem de haver cenas visuais. É por
isso que as imagens do cinema
influenciaram minha obra. A ideia é que
em um romance ou em um conto haja,
no começo, no meio e no fim, situações
muito visuais”.

Adolfo Bioy Casares


A descrição começa com a visualização do que você
quer que o leitor experimente. E termina com a tradução
do que você vê em sua cabeça para as palavras no
papel. Está longe de ser fácil.

Sobre a escrita, Stephen King


função da descrição
caracterizar
descrever
enfocar
realçar
destacar
circunscrever
singularizar
A descrição pobre deixa o leitor confuso e
míope. A descrição exagerada o enterra em
detalhes e imagens. O truque é encontrar um
bom meio termo. Também é importante saber
o que descrever e o que deixar de lado
enquanto você se concentra no trabalho
principal, que é contar uma história.
Para mim, a descrição consiste em apenas
alguns detalhes bem-escolhidos que vão falar
por todo o resto.

Sobre a escrita, Stephen King.


individuação :
estidade >
tangibilidade >
substância >
Por estidade entendo qualquer detalhe que atrai
para si a abstração e parece matá-la com um sopro
de tangibilidade; qualquer detalhe que concentra
nossa atenção por sua concretude.

James Wood
Objetos

Formatos
Cores
Processos
Metáforas
Metonímias
efeito de real
“Detalhes não são irrelevantes, mas
significativamente insignificantes, nos dão a
impressão de que a ficção é semelhante à
vida, pois o detalhe assume um caráter
funcional ou simbólico”

James Wood
Detalhe estático Percorria, ao acaso, o Quartier Latin, habitualmente cheio
Detalhe dinâmico de tumulto, mas deserto naquela época, com os
estudantes em férias. As altas paredes dos colégios, que o
Diferentes temporalidades silêncio parecia tornar mais extensas, tinham um aspecto
ainda mais triste; ouvia-se um sem número de ruídos
pacíficos, bater de asas nas gaiolas, a vibração de um
torno, o martelo de um sapateiro; e os vendedores, de
roupas, no meio da rua, interrogavam inutilmente com os
olhos todas as janelas. No fundo dos cafés solitários, a
dama do balcão bocejava entre as garrafas cheias; os
jornais permaneciam em ordem na mesa dos gabinetes de
leitura; na casa das engomadeiras, a roupa branca
estremecia ao sopro do vento morno. De vez em quando,
detinha-se diante do tabuleiro de um alfarrabista; um
ônibus que descia, rente ao passeio, fazia-o voltar-se; e,
chegando em frente ao Luxemburgo, não ia mais longe.

A educação sentimental, Gustave Flaubert


“Tinha agora uma boa oportunidade para
examinar a sua pessoa. Era de pequena
estatura, muito magro e, aparentemente, muito
débil. Suas roupas eram, em geral, sujas e
rasgadas; mas quando ele ficava, uma vez ou
outra, sob o forte clarão de uma luz, eu percebia
que o linho que o trajava, embora sujo, era de
uma bela textura; e minha visão me enganava
ou através de uma fenda no rocló, todo abotoado
e evidentemente de segunda mão, que o
envolvia, vislumbrei um diamante e também uma
adaga. Essas observações aguçaram a minha
curiosidade e resolvi seguir o estranho aonde
quer que fosse”.

O homem da multidão, Edgar Allan Poe


O cone, H. G. Wells,
exercícios

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