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Religiões do Mundo I
Introdução à Religião Comparada
Aula 04
Introdução ao Hinduísmo
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a mesma visão acerca do que é um ser humano e do que são os seres vivos em
geral. A diferença fundamental é que essa antropovisão, no território hindu, na
Índia, é que faz surgir a questão religiosa em si mesma.
Quando os hindus percebem que todos os seres são como que feitos de
felicidade e bondade – porque todos eles estão ordenados a um fim que lhe é
próprio –, eles se perguntam: “de onde vem isso? Qual é a raiz? Por que os seres
são bons?”.
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estou em toda parte. E se Eu não puder estar em toda parte?”, então Ele cria a
noção de corpo localizado. Ele pensa: “Eu sou vida infinita em todas as suas
modalidades. Mas e se Eu não fosse? E se Eu não pudesse perceber as coisas
como Eu as percebo (ou seja, totalmente)? E se Eu pudesse percebê-las apenas
parcialmente?”. Com isso Ele concebeu o modo de percepção das criaturas.
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areia passou. Por mais que você conheça sobre um ente [, sempre sobra algo que
é desconhecido] – aliás, quanto mais conhecemos um ente, mais sabemos que
existe um oceano de coisas que não conhecemos acerca dele. Esse é um sinal da
infinitude.
Outro traço de Deus que também não pode estar na criatura: Deus é
absoluto, Deus de nada depende. Já as criaturas todas dependem de alguma
outra coisa: são interdependentes – dependem umas das outras –, e todas
dependem de Deus, que é o princípio delas. Numa certa medida, muito do que
há em uma criatura pode ser reduzido ao efeito de outras criaturas sobre ela.
Um exemplo é o dos nossos gostos alimentares, que são, em grande parte,
derivados das reações que vimos outras pessoas terem diante do alimento, e dos
alimentos que nos foram oferecidos desde o começo da nossa vida. Se tivermos
contato com algum povo completamente diferente, veremos que as pessoas
daquele povo têm gostos alimentares completamente diferentes dos nossos.
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Uma terceira nota: Deus é puro espírito. O que significa dizer que algo é
puro espírito? Significa que não há nada que possa resistir à presença daquele
ser. A palavra “espírito” significa “vento”, originariamente. Por quê? Porque o ar
entra em todo e qualquer lugar; então “espírito” significa algo que não pode ser
detido por outro ser. Nenhum outro ser é assim, só Deus; todo e qualquer outro
ser encontra resistência diante de si.
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verdade absoluta acerca do que você é, enquanto que o seu ponto de vista acerca
do seu ser é meramente relativo, é dependente de alguns fatores.
Professor: não, veja bem, o que os hindus propõem não é que você passe
a pensar que você é Deus. A pergunta deles é: “existe algum método eficaz pelo
qual você possa perceber a sua realidade como Deus a percebe, ainda que
temporariamente?”.
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agora, eu preciso não ver o que está acontecendo a 25km daqui; eu preciso não
ver o que está acontecendo atrás de mim; eu preciso não ver essa sala como
vocês a estão vendo. Objetivamente eu estou vendo alguma coisa, mas para ver
essa coisa eu preciso não ver inúmeras outras. O que isso significa? Do ponto de
vista hindu, existir como criatura é não saber, ou não perceber alguma coisa da
realidade. Algumas criaturas, nesse sentido, são mais criaturas do que outras.
Por exemplo, a pedra precisa não ver nada para ser pedra; então ela é mais
parecida com a idéia de criatura do que um cachorro.
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respondeu: “pois é, mas você não viu o condutor do elefante gritando pra você
sair da estrada? Também era Deus te dando a ordem pra sair da estrada!”.
[risos]
Faz parte da profissão de fé hindu saber: “só existe Deus, o resto é tudo
ilusão, é tudo um ponto de vista do qual Deus se reveste”. Mas um dogma de fé
não é um mandamento moral. O hindu diz: “para que isso te sirva de alguma
coisa, você tem que tentar realizar essa doutrina, você tem que experimentá-la
diretamente. Se a existência criatural é um mero ponto de vista, esse ponto de
vista só pode existir na existência de uma ignorância dos outros pontos de
vista”. Para Deus se pensar como Luiz Gonzaga, Ele tem que pensar, fazer de
conta que Ele não é nada mais do que o Luiz Gonzaga; Ele tem que esquecer o
que Ele é, e lembrar só desses aspectos aqui. Isso significa que ser criatura é ser
um modo de ignorância. Por isso os hindus logicamente propõe: “se ser criatura
é um modo de ignorância, o contrário imediato da ignorância é conhecimento”.
Então o primeiro método que eles propõem para o sujeito verificar a realidade
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evidentemente o meu nome não é o eu, mas algo que pertence ao eu. O mesmo
vale para “o meu corpo”, “a minha mente”, “a minha inteligência”.
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corpo, ele não pode, por exemplo, se alimentar de outro corpo, ou se reproduzir.
Ou seja, um ser capaz de se alimentar e de se reproduzir é capaz de tudo o que
um corpo é capaz, e mais alguma coisa – ele é mais abrangente do que a simples
corporalidade.
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porque você sentirá o desejo de alimento, e então olhará o meio – porque, além
disso aqui [aponta no quadro para o Pranamaya], você tem isso aqui [aponta no
quadro para o Manomaya] –, pra ver se tem alimento. Aí você pensará: “não
tem alimento aqui, então vou para outro lugar”. Os desejos são uma esfera da
realidade que não existe abaixo do Manomaya.
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INTERVALO.
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Hinduísmo, porque o salto humano que ele tem que dar é tão grande, que ele
não conseguirá. Se nós lermos um Shankara, um Ramana Maharshi, um Buda,
nós não teremos a menor idéia do que eles estão falando. Um exemplo de
conceito que gera muita confusão é o de reencarnação. Quem é que entende o
que significa reencarnação para um hindu ou um budista? Ninguém. Pra
começar, o ocidental pensa na reencarnação com um sentimento de alívio: “oba,
terei mais uma chance! Legal!”. O budista e o hindu pensam na idéia de
reencarnação com horror; eles pensam em reencarnação do mesmo modo que
nós pensamos em inferno. Eles pensam: “que desgraça, vou ter que passar por
todo esse sofrimento de novo!”. Só essa associação afetiva já é oposta – significa
que os dois não estão vendo a mesma idéia, quando usam esta palavra. Quantas
vezes eu já vi alguém falando: “eu acredito em reencarnação, porque é uma idéia
muito mais compassiva e misericordiosa do que ‘acabou essa vida e você vai
para o paraíso ou para o inferno’”.
Outra coisa é que o sujeito pensa que é ele que vai reencarnar. É você
que vai reencarnar? O que é você? O que é um “eu”? Para um “eu” reencarnar, o
que ele precisa ser? A primeira coisa: ele não pode ser nada que te caracteriza
individualmente nessa vida; todas as coisas pelas quais nós identificamos o
nosso próprio “eu” teriam que não existir numa vida seguinte. Vocês percebem o
quanto isso é mais doloroso do que a idéia de inferno ou paraíso? O que o hindu
está falando é o seguinte: “tudo que você é, como identidade pessoal, depois
dessa vida já era; você perderá, e isso será substituído por memórias que te são
estranhas, uma carga genética que te é estranha, um ambiente estranho, e
provavelmente numa forma animal ou infernal”.
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suprema, mas eu não tenho! Mas algumas das qualidades da psique daquele
sujeito foram herdadas por mim, para que eu possa exercer essa função aqui”.
Professor: são tão variados quanto os meios para absorção do seu corpo
físico depois que você morre.
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Professor: sim, mas uma parte pode ser absorvida por vermes, outra
parte por carnívoros, outra parte simplesmente pelos elementos minerais, ou
seja, pelo sol, pode ser destruído pelas intempéries etc. – existem inúmeras
possibilidades de destino para o seu corpo depois da sua morte; para os
elementos da sua psique também é a mesma coisa.
Você pode não ter feito isso, não ter chegado à iluminação, mas você
pode ter sido um sujeito tão bom, tão bom, que você vai para um mundo
espiritual no qual você atingirá a iluminação;
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Você pode ter sido um sujeito mais ou menos – nem era muito bom,
mas também não era muito mau –, então depois que você morrer os elementos
da sua psique serão divididos e dispersos entre os diversos seres, de acordo com
os méritos deles;
Você pode ter sido um sujeito tão mau, tão mau, que você tem que ir
para um lugar em que esse processo de decomposição durará indefinidamente,
demorará indefinidamente e será terrivelmente doloroso.
Você pode ter sido alguém que tentou ser um bom sujeito, tentou a
iluminação, mas você não era tão bom assim, então você irá para outro lugar,
que é o equivalente do nosso purgatório. Este lugar aqui leva para o mesmo que
esse aqui, só que neste aqui na base da paulada. Ali você aprende na base do
amor, e aqui você aprende na base da dor.
Esses são os três destinos positivos para o ser humano depois da morte.
Mas existem dois destinos negativos.
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Professor: sim, daqui pra cima. Esses três são bons destinos, são
destinos felizes. Daqui pra baixo é que é ruim.
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Agora já dá pra ter uma idéia de por que que quando você fala para um
budista, lá no Tibet, ou lá na Índia, ou lá na China, de reencarnação, ele fala:
“ahh, não!”. Para o hindu é a mesma coisa: “não, arghhh!”. E aqui nós falamos:
“ah, reencarnação, que bom!”.
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Professor: o hindu quer evitar a reencarnação porque ele sabe que ela é
um modo de se perder, é um modo de perder a sua identidade própria. Uma
hora, no inferno, o sofrimento é tanto que o sujeito esquece quem ele é, ele não
sabe mais, já não tem mais identidade, já não há nada ali que permita
reconhecê-lo como aquele sujeito que viveu aqui. Nem os pais dele o
reconheceriam.
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aqui, nós temos a imagem, ou raiz da criatura, na mente divina. [professor vai
escrevendo no quadro e explicando] Isso aqui é o Criador que se vê como
criatura; é a raiz divina da criatura. Para que uma criatura exista, Deus teve que
Se pensar como ela primeiro. Quando Ele cria a criatura, quando ela está em
ato, Ele também olha ela criada e Se vê nela; então uma hora Ele olha a criatura
e Ele a vê como Criador. Por exemplo, quando Deus olha para o Adriano
[aluno], Ele vê a criatura e vê Ele mesmo. Isso significa que esse aspecto do seu
ser que Deus vê como Ele mesmo é transcendente em relação à totalidade do
seu ser, é mais do que você – existe uma parte de você que é mais do que você.
Existe uma parte de cada ser que transcende as condições que determinam a
existência daquele ser; é uma parte que Deus olha e fala: “isso aí é Eu, mas em
você”. No ser humano, isso é a vontade livre. A vontade livre, no indivíduo
humano, transcende todas as condições que determinam ou condicionam a
existência do indivíduo humano.
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Aluna: e a maldade?
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no quadro]. Mas, por outro lado, nesse mesmo sujeito, isso aqui, isso aqui e isso
aqui transcendem isso aqui [segue apontando no quadro]. Por exemplo, existia
nele, nesse mesmo sujeito que faz isso, a possibilidade de refletir sobre aquele
desejo, e ver, verificar, abstratamente, se a satisfação daquele desejo, em última
análise, será uma causa de satisfação ou de frustração – essa é uma coisa que ele
poderia fazer. Outra coisa: ele poderia parar e pensar: “a satisfação desses
desejos é justa ou injusta?”. Por quê? Porque a idéia de justiça e injustiça está
nesse campo aqui. Então, por mais desejo que ele tenha de fazer o mal, esse
desejo não consegue apagar completamente da mente dele a idéia de justiça e
injustiça – é claro que ele pode ter uma idéia imperfeita, mas ela nunca se
confunde com a idéia de satisfação ou insatisfação de desejo. Ou seja, é muito
fácil distinguir o sujeito mau do sujeito louco, porque o problema do sujeito
louco não está aqui, está aqui, algo travou aqui. E aí percebemos que ele não
está fazendo isso porque ele quer, ou porque ele sente o desejo: ele não sabe por
que ele está fazendo isso. Enquanto que o sujeito mau não: ele está fazendo
porque deseja, ou porque quer. Se ele está fazendo porque deseja, ou porque
quer, ele poderia pensar no assunto, ele tem o poder de pensar no assunto, e não
existe nada nesse mundo que pode decidir para ele se ele pensará no assunto ou
não – isso é livre-arbítrio. Ele não é livre-arbítrio para decidir: “agora eu não
tenho mais sentimentos ruins; agora eu decidi, eu não vou mais ter desejo de
fazer o mal”. O livre-arbítrio nem sempre se aplica a esse campo. Por quê?
Porque o livre-arbítrio pertence a este campo aqui; ele é uma participação na
criatividade divina; então não existe nada que possa impor, ou decidir para esse
sujeito, uma vez que ele vai refletir ou não sobre o que ele está fazendo –
ninguém pode fazer isso, nenhuma circunstância. Claro que podemos examiná-
lo: de acordo com o temperamento dele, de acordo com a natureza corpórea
dele, com os tipos de alimento que o corpo dele assimila, podemos colocá-lo
numa situação que facilite o trabalho para ele. Por exemplo, tem um sujeito aqui
que faz o mal todo dia, e não pára pra refletir. E se colocarmos ele numa celinha
de 2 X 2 [metros], onde ele nem tem como fazer o mal?
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Professor: claro que eles dão um jeito, mas você está dando uma
oportunidade para ele refletir. A correção, a punição irá corrigi-lo? Não sei. Só o
livre-arbítrio dele poderia mover a reflexão dele para ele se corrigir, só ele. Mas
eu dei uma chance pra ele, eu o coloquei na seguinte situação: “se você quiser
refletir, ninguém irá te atrapalhar. A necessidade que você tem, por exemplo, de
comida não irá te atrapalhar. Você tem teto, você tem comida...”. Você tirou as
distrações da vida cotidiana, que o atrapalhavam. Colocar um sujeito numa
cadeia é dar a ele a oportunidade de se tornar um monge – pelo menos
temporariamente. Se ele não aproveita essa oportunidade, pior pra ele.
Professor: não. Por quê? Isto aqui, tudo isto aqui decorre da estrutura
criatural, tudo isto aqui é ser um ser relativo.
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índole, e gente de má índole; nisso aqui: existe gente que tem os sentidos mais
eficazes, e gente que tem os sentidos menos eficazes; nisso aqui: existe gente
que tem melhor saúde, melhor capacidade de assimilar os alimentos, e gente
que tem pior; e nisso aqui: ter um corpo mais bem-feito ou mais mal-feito. Em
tudo isso aqui tem diferença, mas nesse aqui não tem.
Aluno: é por isso que a soberba é um dos pecados mais graves, porque
ela deriva do empréstimo divino?
Professor: temos que analisar [cada caso], porque um sujeito pode ter
recebido informação errada; o agnosticismo dele pode ter por base fundamental
um engano muito profundo. O problema pode estar aqui. Então, objetivamente,
o próprio Vjnanamaya dirá: “o agnosticismo é um erro gravíssimo”, mas, como
ele pode sediar-se na incapacidade intelectiva de um sujeito, o sujeito pode ser
mais ou menos inocente dele – subjetivamente ele pode ser mais ou menos
inocente. Por exemplo, o sujeito pode ter feito uma análise sincera da realidade,
mas ele não conseguiu chegar a uma conclusão certa. Se ele não chegou, no
decorrer de uma vida inteira, a uma conclusão certa, existia um elemento de
soberba e maldade; mas esse elemento pode ser muito pequeno em relação ao
elemento de ignorância.
Aluno: e o Gramsci?
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Professor: sim, existe essa noção, que consiste no seguinte: tudo que te
acontece é uma conseqüência do que você é. Isso é bastante simples de entender
se você pensar o seguinte: [escreve no quadro] vamos conceber isso aqui como a
infinitude divina. E isso aqui é você, ou seja, é um pedacinho retirado disso.
Você é a sua capacidade de ação sobre isso aqui. Essa capacidade de ação
depende do quê, é determinada pelo quê? Do que foi excluído do seu ser, do ser
divino, para existir você, então essa capacidade de ação sobre os outros é
imediatamente proporcional à capacidade de ação da totalidade da realidade
sobre você.
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Vamos supor que você se deslocou aqui; você veio para cá. Para você vir
para cá, alguma outra coisa teve que ir para lá, não teve? Necessariamente. Mas
você podia mover esse outro aspecto da realidade divina? Você não podia
modificar o outro ser na sua estrutura íntima, então tem que ter havido uma
interação, um intercâmbio. Por exemplo, quando eu movo esta garrafa e ponho
água no copo, estou causando algo na garrafa e no copo, mas eles estão
simultaneamente causando alguma coisa em mim, que é diretamente
proporcional ao que eu estou causando aqui. Ou seja, tudo que te acontece é um
efeito justamente dessas interações – e tudo em você está sujeito a essas
interações. Por exemplo, se hoje você tem 10 conhecimentos, e no mês que vem
tem 15 – é uma comparação quantitativa –, isso é decorrente do quê? Da sua
ação sobre o mundo e da ação do mundo sobre você. Isso não deriva apenas do
seu ser intrínseco, deriva de você e do mundo; é um resultado proporcional à
sua natureza e à natureza das outras coisas. A única coisa que não é modificada
assim é o seu livre-arbítrio enquanto você é ser humano.
Professor: nos dois casos você continua sendo livre. Você escolheu os
bons amigos, você escolheu os maus amigos, seu livre-arbítrio não foi afetado
em nada. Mas o que que determinou a sua escolha de bons amigos ou de maus
amigos? Por exemplo, pode ter sido a mera contigüidade: é porque ele era o
sujeito que morava na casa ao lado. Pode ter sido uma afinidade de sentimentos:
“é porque eu desejava um tipo de coisa, achava esse tipo de coisa boa e ele
também”. Então você teve um movimento, uma mudança, uma modificação,
que foi causada ou pela sua estrutura corpórea, ou pelo Annamaya, ou pelo
Pranamaya, ou pelo Manomaya, ou pelo Vjnanamaya. Na medida em que uma
ação se origina de um campo, de um estrato mais elevado, ela é mais ampla em
consequências. Por exemplo, quando você entende a definição de triângulo, a
sua ação se estendeu sobre todos os triângulos reais, atuais ou possíveis. O que
você mudou, aquilo sobre o que você agiu não é só um objeto que está aqui na
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sua frente, é um objeto incalculavelmente mais amplo – e ele também age sobre
você do mesmo jeito.
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