Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
004 – Matrimônio 02
Porque as informações trazidas na aula anterior são chocantes:
a. Saber que variáveis estruturais têm tamanha influência nas nossas relações e que pouco
podemos fazer a respeito destes instintos animais baixos, se não, termos consciências
deles e aliviá-los mutuamente;
b. Romantização e idealização da paixão que acaba atrapalhando uma das perspectivas que
precisa ser levada em consideração do relacionamento, que é a de que, nós também
somos bichinhos econômicos, negociando prazeres e sensações;
A paixão e o romance devem ser vistas como elementos complementares a estas leis que
foram mostradas, sem o apaziguamento da nossa parte animal, a paixão e o romance não
subsistirá;
Seminário de Formação
Prof. Luiz Gonzaga de Carvalho
Resumido e Fichado por Rafael Nobre
Este apaziguamento dos nossos animais interiores é a parte chata do relacionamento, o
feijão com arroz, os nutrientes necessários, e estando essa parte animal em paz, o casal está
com o terreno pronto para onde o amadurecimento e o amor verdadeiro pode surgir.
Todo animal ama a sua capacidade, é por isso que todas as crianças querem ser adultas, por
isso gostamos de esportes, “Até onde vai a capacidade humana?”, por isso procuramos
desafios, queremos levar as nossas capacidades ao limite;
A relação amorosa é uma lembrança que você nunca será independente. Quando somos
crianças, estamos completamente submissos a um adulto, em todos os sentidos, proteção,
alimentação e cuidados.
A vida adulta é caracterizada por aprender a satisfazer todas as minhas necessidades
básicas. Este sustento pode ser obtido através do trabalho, no entanto, cada gênero tem
dentro de si, uma necessidade que não pode ser satisfeita sem a presença do outro. Na
mulher, a necessidade instintiva de ter alguém a quem eu posso contar para me sentir menos
angustiada e no homem, a necessidade da obtenção do prazer que a companhia amorosa de
uma mulher traz.
Para uma criança e adolescente, a dependência de adultos para o seu sustento é humilhante,
no entanto, a partir do momento que, tendo atingido a vida adulto e o próprio sustento, o
indivíduo se dá conta que a sensação de humilhação agora acontece pelo fato de que ele
precisa de outra pessoa pra ser feliz.
A noção de uma sociedade civilizada vem da ideia de que cada um está garantindo as suas
próprias necessidades sem que haja uma dependência, ou melhor colocando, uma
dependência assimétrica, um parasitismo. Esta sensação de estar sendo usado
unilateralmente é extremamente danosa, trazendo uma sensação de ódio. É por isso que,
sempre que fizermos algo pelo nosso cônjuge, devemos sempre fazê-lo em silêncio, nunca
pedir aprovação ou gratidão, sempre no apagamento, sem cobrança.
O domicílio e a privacidade dão a noção para a sociedade de que ninguém sabe quem
depende de quem, e quando o casal se expõe para a sociedade, os dois juntos, não dependem
de ninguém. As necessidades do casal são a sua intimidade e não devem ser expostas para
ninguém, dentro de casa, exibimos ao outro a nossa dependência dele, e na rua, somos
totalmente independentes. Poder comportar-nos socialmente como se não tivéssemos essas
necessidades é causa de grande felicidade para nós, é por isso, que o matrimônio exige
muita humildade. A ruína do matrimônio é um ter que cobrar do outro a satisfação dos seus
desejos animais e a cobrança de cada um pelo que tem feito para suprir a necessidade alheia.
É por isso que os homens preferem fingir que não precisam das mulheres e vice versa.
Essas necessidades conjugais são as mais humilhantes, por que são as únicas que dependem
da contribuição de outra pessoa. Estaremos até ao fim da vida reféns dessa necessidade
mútua de satisfação, então, é imprescindível que no matrimônio, cada cônjuge possa
satisfazer ao outro com respeito, humildade e sem humilhação.
É justamente por isso que todas as sociedades exigem que o matrimônio deve ser um
compromisso público e perpétuo, para que nunca haja a ocasião onde um “jogará na cara do
outro tudo que tem feito”, o que é produto de uma relação construída ao longo de vários
anos. O casamento é uma promessa de que o cônjuge pode confiar no outro que ele não será
Seminário de Formação
Prof. Luiz Gonzaga de Carvalho
Resumido e Fichado por Rafael Nobre
humilhado pela necessidade que tem dele. Esta promessa precisa ser sempre explicitada e
renovada, desse compromisso de não humilhar.
O início de todo divórcio começa a partir do momento onde, cobrar do outro a
satisfação instintiva se torna doloroso demais pra ser cobrado, então indivíduo se fecha e
prefere dizer: “Eu não preciso de você”. Servir e ofertar amorosamente é indispensável pra
o desenvolvimento do relacionamento e da humildade de cada um.
A persistência mútua e conscientização da importância dessas atividades, a longo prazo,
tem como resultado uma felicidade incalculável e rara nos dias de hoje.
A mulher não deve ser útil e necessária e sim preciosa. Não uma ferramenta, mas sim
um diamante, uma jóia rara, uma flor. O homem não deve querer ser visto como valioso,
precioso, numa estátua, no entanto, isso só acontece num estado posterior. A princípio, o
homem deve se fazer necessário e indispensável para a sua mulher. O homem deve pensar
“Eu tenho que virar a cesta básica das necessidades psicológicas dela”, dúvidas, angústias,
problemas. Auxiliar #1. Para quem eu posso contar meus problemas? Para o homem, a
mulher deve ser a coisa que ele mais gosta de olhar, o sorriso que ele mais gosta de
contemplar, a voz que ele mais gosta de ouvir.
“Eu faço qualquer coisa por você, meu amor”. “Este é o cara com o qual eu posso
contar, ele alivia as obrigações que eu não queria fazer”. O papel do homem é
generosamente e humildemente, consistentemente comprometer-se a facilitar a vida da
mulher, fazer todas as coisas que ela precisa e que ela não quer fazer.
A ausência da compreensão antropológica do homem faz com que a maioria dos casais
não consiga perceber que, mesmo que a parte mais alta da alma (liberdade, linguagem
articulada, personalidade, consciência, do diálogo) de cada um deseje estar com o outro,
sem o apaziguamento, sem uma negociação com a parte animal de cada um. No domínio
humano eles estão tentando se beneficiar mutuamente, dentro deles têm animais que se
odeiam. É importante entender também que a parte humana e alta é flexível e suscetível ao
perdão e ao diálogo e ao entendimento mútuo, no entanto, a parte animal é aquela que é
mais “escrava” da memória e para conseguir perdoar, isso só acontece após determinado
tempo de apaziguamento e que a parte animal perceba que ela pode confiar de novo no seu
cônjuge atual, acalmar seu bicho e perceber que não será humilhante para ele precisar do
seu cônjuge.
Por mais que eles, como pessoas humanas, queiram fazer o bem um pelo outro, dentro
deles têm animais que se odeiam, porque foram feridos e humilhados demais um pelo outro.
Respeite as necessidades do seu parceiro. Quando o indivíduo não tem mais paciência,
quando não aceita mais se submeter ao outro para satisfazer as suas necessidades animais
é o fim do casamento.
Método (56:20)
1. Investigação;
a. Como descobrir quais são os principais problemas que a minha esposa quer
resolver? Quais os problemas que a minha esposa pensa que é urgente?
b. A mulher então, deve pensar : “Como eu posso me tornar uma fonte de
satisfação para o meu marido?”
Seminário de Formação
Prof. Luiz Gonzaga de Carvalho
Resumido e Fichado por Rafael Nobre
c. “Aprendam a exigir pouco uns dos outros e aprendam a oferecer aquilo que é
essencial, e quando o cônjuge falhar no que não é essencial, simplesmente
ignore”;
d. “Desrespeito À estrutura instintiva inelutável de cada um, que é dolorosamente
humilhante para cada um”
2. O desejo de ser colocado num altar que o homem tem e gostaria de que fosse satisfeito
pela sua esposa só vai ser satisfeito com o nascimento dos filhos, que olharão para o pai
como alguém infinitamente mais superior, mais forte e mais inteligente, já o desejo da
mulher de se fazer necessária também é satisfeito nos filhos. Ela, Preciosa nos olhos do
marido, necessária para os filhos. Ele, necessário nos olhos da esposa e um semi-deus
nos olhos dos filhos;
3.