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Traduções recomendadas pelo professor Olavo | Seminario de Filosofia - Olavo de Carvalho

"Aluno: Em quais livros Goethe fala sobre essa ética do trabalho que o senhor comenta nas aulas?
Olavo: Ele fala disso no seu livro de memórias, Poesia e Verdade, e nas Conversações com Eckermann,
escrito por seu secretário, que teve a prudência de anotar os diálogos que tinha com Goethe nas
conversações do dia-a-dia e que eram jóias. Existe uma tradução parcial das Conversações com Eckermann
feita pelo nosso Mário Ferreira dos Santos, publicada pela antiga Editora Globo do Rio Grande do Sul — que
depois foi comprada pelas Organizações Globo e virou uma porcaria, mas a antiga Editora Globo era uma
maravilha. " [Nota: existem outros comentários que envolvem o tópico tradução, como por ex. sobre a
imitação dos escritores em tradução e etc. (página 20). Recomendo ler o resto.]
Aula 8 - COF, página 32:
"Aluno: Qual a melhor edição do Dostoiévski em português?
Olavo: As obras de ficção completas de Dostoiévski, em dez volumes, publicadas pela José Olympio. Alguns
grandes escritores fizeram as traduções, como José Geraldo Vieira e Rachel de Queiroz. Essas traduções
são muito melhores do que as que saíram pela Editora Aguilar. Acho uma edição muito valorosa. Elas ainda
se encontram por preços relativamente baratos em sebos. Procure no site: www.estantevirtual.com.br. Eu
mesmo comprei um ou outro livro, porque eu já comprei essa coleção mais de dez vezes. Elas acabaram
sumindo, perdendo-se nas mudanças, ou a gente dá para alguém ou vende para o sebo e depois compra de
novo. Eu já vendi tanto livro para sebos, que uma vez me trouxeram um livro de volta. Era um livro em que o
autor dizia algumas bobagens sobre o Ortega y Gasset e eu tinha escrito na página, com lápis: “isso é um
filho da puta!” — alguma coisa assim. Um amigo meu, Alcides Lemos, achou aquilo num sebo, leu e pensou:
“Isso só pode ser coisa do Olavo!” — Comprou o livro e me trouxe de volta."
Aula 10 - COF, página 20:
"...Quando Bruno examinou aquela tradução que Augusto de Campos fez de um poema de Dylan Thomas,
mostrou que não é que ele não tenha entendido Dylan Thomas, ele não sabia inglês. E se não sabia a língua,
por que é que foi traduzir a partir dela?"
Aula 10 - COF, página 21:
"Aluno: Esse livro do Lavelle está online e em português. (...)
Olavo: Mas precisa ver se a tradução é boa, hein?
Aluno: (…) É. O tradutor é Américo Pereira. (...)
Olavo: É uma tradução portuguesa ou brasileira? Se é portuguesa, geralmente é confiável; se é

brasileira, fuja.
Aluno: (…) Acho que é portuguesa. O site é lusosofia.
Olavo: Ah, então é tradução portuguesa. Pode ter alguma dificuldade de leitura mas traduções

portuguesas geralmente são muito sérias." [Nota: o livro é: A Presença Total de Louis Lavelle.]
Aula 10 - COF, página 29:
"Aluno: Sobre um comentário feito em aula passada, eu gostaria de dizer que a Editora 34 está publicando a
obra de Dostoievski e apresentando o trabalho como a primeira tradução direta do original para a língua
portuguesa.
Olavo: Isso é mentira. Teve vários tradutores: Paulo Rónai falava russo de trás para diante, Boris
Schnaiderman era russo, e tudo isso está na edição da José Olympio. Eu não sei se todas as traduções que
estão na coleção da José Olympio são direto do original, mas algumas eu tenho certeza que são. E esse
Paulo Bezerra [tradutor das edições da Editora 34], eu não sei se ele é bom como tradutor, eu não li essas
traduções, mas me mostraram uma vez uma introdução que ele fez, e era um besteirol atroz. "
Aula 11 - COF, página 19:
"Eu sugiro esse livro do Adolphe Tanquerey: Compêndio de Teologia Ascética e Mística, do qual há uma
tradução portuguesa antiga. Se não a encontrarem não se preocupem, pois em breve nós a colocaremos em
circulação, ou ao menos este trecho, seja sob forma impressa ou como arquivo PDF."
Aula 11 - COF, página 33:
"Aluno: Tenho duas perguntas sobre literatura. Primeira: o senhor recomenda a edição brasileira

da Comédia Humana, de Balzac? Qual das duas é melhor? A dos anos 50 ou a dos anos 90?
Olavo: Essa edição brasileira da Comédia Humana organizada pelo Paulo Rónai é a melhor edição de Balzac
que existe no mundo! Não há nada que se compare com isto! Claro que são traduções e às vezes alguém
pode ser mais preciosista e querer ler no original. Mas as longas introduções e as notas que tem ali são uma
verdadeira maravilha. E depois a Editora Globo foi comprada pelas Organizações Globo, que transformou
tudo aquilo lá em uma palhaçada. A Editora Globo era uma editora altamente respeitada, só publicava coisas
boas, edições excelentes, e depois que os Marinho compraram aquilo começou uma imitação. Então eles
reeditaram essa série, mas amputada, cortada, diminuída. Se você puder, compra a original.
Aluno: Segunda: o senhor conhece a tradução da Cartuxa de Parma feita pelo José Geraldo Vieira? É

boa?
Olavo: Eu não li essa tradução, eu li a Cartuxa de Parma no original, que é uma delícia. Mas

qualquer coisa que seja feita pelo José Geraldo Vieira é bem feita. Ele é um grande escritor,

um homem de uma sensibilidade imensa e eu não acredito que ele não fosse capaz de retransmitir o encanto
do Stendhal de maneira perfeita. Pode ler."
Aula 11 - COF, página 35:
"...Se você entendeu me explica, não complica! Porque o livro é complicado o suficiente, mas você fez uma
introdução que é mais difícil de ler do que o livro. É como a tradução que o ministro Viegas fez da Nova
Ciência da Política do Voegelin, que para entender você precisa retraduzir mentalmente para o inglês, então
você lê em inglês direto. Se não pode ajudar, não atrapalhe."
Aula 12 - COF, página 28:

http://www.seminariodefilosofia.org/node/2735[29/10/2014 19:06:52]

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