MEMORANDO SOBRE QUESTÕES RELATIVAS AO DECRETO 3988/21
DA PREFEITURA MUNICIPAL DE BATATAIS QUE LIMITOU O
FUNCIONAMENTO DAS INDÚSTRIAS A 30% DO NÚMERO DE FUNCIONÁRIOS – SUGESTÕES.
1 - Da inviabilidade de atendimento do art. 5º, parágrafo único,
inciso XII do Decreto 3988/21 – limitação de 30% de funcionários na indústria Antes de mais nada, salienta-se que não se está discutindo o descumprimento do Decreto, apenas que a redação gerou, na prática, uma confusão interpretativa e uma contradição entre seus dizeres. Fora dito que seria aceito o funcionamento das indústrias com capacidade limitada a 30% de seu efetivo, com o objetivo de não causar dano irreparável das instalações e equipamentos, porém, na maioria das indústrias, este percentual nem de longe atende o que seria o mínimo desejável para se evitar um prejuízo irreversível em suas instalações e equipamentos. Portanto, se qualquer destas companhias atender o contingente de 30% (que manda o Decreto), necessariamente elas sofrerão dano irreparável em suas instalações e equipamentos, o que, de fato, não foi a intenção dos autores da peça normativa. Veja a contradição: ou se cumpre o decreto causando prejuízo irreparável e irreversível ou não se cumpre (para evitar os prejuízos ditos no próprio Decreto) e se sujeita as sanções legais previstas, que não parece razoável. De suma importância que o chefe do Executivo, modifique ou regulamente o referido artigo para que as empresas possam realizar suas atividades (obedecendo todos os protocolos sanitários para prevenção do contágio) com a capacidade mínima de funcionários definida por cada empresa, de ACORDO COM SUA REALIDADE. 2 – Das sugestões para flexibilização do artigo citado levando-se em conta a realidade de cada empresa Ao invés de tratar todas as indústrias de maneira igualitária, pequenas, médias e grandes, com o percentual taxativo de 30% de empregados, o ideal seria enquadrá-las de acordo com suas peculiaridades e ramos de atividade. Seguem algumas sugestões com o intuito de amenizar a rigidez e inviabilidade do artigo comentado para que as indústrias possam trabalhar respaldadas pela lei evitando maiores prejuízos e ao menos tempo tomando todas as medidas preventivas contra o coronavírus, são elas:
I. Emissão de relatório de contingência explicitando qual seria a
capacidade mínima necessária para o funcionamento da indústria sem ocasionar a paralisação das atividades e consequente danos às instalações e equipamentos, com demonstrações objetivas do processo fabril, descrições das atividades, etapas do processo de produção, organogramas, dentre outros que se julgar necessário;
II. Paralelo ao que fora sugerido no “item I” dever-se-ia ampliar o
contingente fiscalizatório dos agentes designados no art. 14 do Decreto 3988/21 voltados, exclusivamente, para as indústrias, para assim, comprovarem in loco que as informações contidas no relatório juntamente com medidas sanitárias estão sendo cumpridas;
III. Por fim, sugere-se a regulamentação normativa do dito inciso XII
do parágrafo único do art. 5º do Decreto para se estabelecer critérios para os diversos tipos de indústrias e ramos de atividade, por exemplo: uma indústria que tem como objeto a fabricação de fertilizantes com lapso de produção quase imediato (entre pedido e entrega) é diferente de uma empresa que fabrica máquinas agrícolas que tem um espaçamento maior entre a venda e a entrega, bem como indústrias com mais equipamentos tecnológicos que permitem uma redução mais significativa que uma que não é dotada de tais tecnologias fabris, existem inúmeras outras diferenciações que poderiam ser aventadas a fim de disciplinar de maneira mais heterogênea todos os tipos de indústrias.
Por tudo o que fora exposto, espera-se que sirva de
reforço para instar as autoridades competentes a modificar e flexibilizar as regras relativas às indústrias para que estas possam continuar desenvolvendo suas atividades, nos limites razoáveis, sem colocar em risco seus empregados e toda população de Batatais. Também, nesta oportunidade reiteram-se os votos da mais valiosa estima e consideração.