Os parques lineares, como o nome sugere, têm comprimento maior que a
largura, formando uma “linha” de área verde. Eles são construídos
paralelamente a cursos d’água, como rios e córregos, acompanhando seus trajetos. Dessa maneira, configuram muito mais do que um espaço de lazer e convivência que deixa a cidade mais bonita e agradável, sendo também importantes para a preservação dessas áreas, chamadas pelos especialistas de “fundos de vale”. Como explica a arquiteta e urbanista Mariana Corrêa Soares, em matéria publicada pela agência de notícias da Universidade de São Paulo, esses espaços foram frequentemente ocupados por grandes avenidas e construções, com muitos cursos d’água canalizados em galerias, debaixo da terra, ou virando depósitos de lixo e esgoto. A proposta dos parques lineares é recuperar as várzeas de rios e córregos com vegetação e torná-las espaços mais amigáveis às pessoas. Uma solução para um grave problema A principal razão pela qual cada vez mais cidades têm investido em parques lineares é a recuperação e a preservação dos cursos d’água. Mais do que uma preocupação ambiental, envolve outro grave problema que muitas metrópoles brasileiras enfrentam com frequência: as inundações. Com tantos cursos d’água canalizados em galerias, há menos espaço para que as chuvas escoem, o que é agravado pelo excesso de pavimentação (e impermeabilização) das cidades, com suas grandes avenidas. À medida que os parques lineares recuperam rios e córregos, além de aumentarem a impermeabilidade do solo nas várzeas, auxiliam no escoamento de água das chuvas e na diminuição dos alagamentos.