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Mecânica Clássica

Prof. Dr. Rafael Christ Lopes

Baseado no livro texto Dinâmica Clássica de Partículas e Sistemas, Marion, J. B. e Thorton, S. T.,
e nas notas de aulas de Mecânica Teórica I, do prof. Antonio Pinto Neto e outros:
Gravitação
1

1. Tenny Lim ao lado de um modelo


de Curiosity, o robô que ajudou a
aterrissar em Marte em 2012.

2. Ed van den Berg indaga à sua


classe: em que local entre a Terra
e a Lua os campos gravitacionais 3
se cancelam?

3. Tomas Brage usa um modelo


didático do parelho de
Cavendish para medir G.

4. Os especialistas em marés Alan 2

Davis e William, seu filho,


examinam um modelo das marés
oceânicas diárias ao lado de Ron
Hipschman, cientista do
Exploratorium. 4
Síntese Newtoniana

A atração
gravitacional da
Terra sobre uma
maçã poderia
alcançar a Lua?
Síntese Newtoniana

A velocidade
tangencial
da Lua em torno da
Terra permite que
ela caia em volta da
Terra, em vez de cair
diretamente sobre
ela.
Lei da Gravitação Universal
Cada partícula do universo atrai qualquer outra partícula com
uma força diretamente proporcional ao produto das
respectivas massas e inversamente proporcional ao
quadrado da distância entre as partículas.
Gravitação

◼Vinhamos tratando a força gravitacional


somente em termos de aceleração
constante,
g = 9,81 m/s2

◼Logicamente, a força gravitacional tem


que ser diferente longe da superfície da
Terra

◼Todos nós já vimos fotos do espaço

◼Aqui temos uma foto de astronautas


flutuando sobre o telescópio espacial
Hubble
Constante da Gravitação Universal
Qual o valor e como medi-lo?
◼A expressão geral para a intensidade da interação gravitacional
entre duas massas m1 e m2 à distância r uma da outra é

◼G é a constante da gravitação universal

◼Geralmente é o suficiente usar


Constante da Gravitação Universal
Qual o valor e como medi-lo?

Para determinar o valor da constante gravitacional G, devemos


medir a força gravitacional entre dois corpos de massas
conhecidas, m1 e m2, separados por uma distância r conhecida:
Constante da Gravitação Universal
Qual o valor e como medi-lo?
Gravitação e Simetria Esférica

O efeito gravitacional na
parte externa de qualquer
distribuição de massa
com simetria esférica é o
mesmo efeito produzido
supondo-se que a
massa total da esfera
esteja reunida em seu
centro:
Gravitação e Simetria Esférica
Teste
1. Vemos que a lua caí ao redor da Terra em vez de cair
diretamente sobre ela. Se a velocidade tangencial fosse
zero, como a lua se moveria?
2. De acordo com a equação da força gravitacional, o que
acontece à força entre dois se a massa de um deles for
dobrada? E se ambas as massas dobrarem?
3. A força gravitacional atua sobre todos os corpos em
proporção a suas massas. Por que, então, um corpo
pesado não cai mais rápido do que um leve?
4. Se existe uma força atrativa entre todos os objetos, por
que não somos atraídos pelos edifícios de grande massa
em nossa vizinhança?
Gravidade e distância:
A lei do Inverso do quadrado
Como entender a diminuição com o quadrado?
Gravidade e distância:
A lei do Inverso do quadrado
Como entender a diminuição com o quadrado?

FIGURA 9.8 Se uma maçã pesa 1 N na superfície da Terra, ela pesaria apenas 1/4 N a uma
distância duas vezes maior em relação ao centro da Terra. A uma distância três vezes maior,
ela pesaria apenas 1/9 N. O gráfico da força gravitacional versus distância foi traçado em
vermelho. Qual seria o peso da maçã a uma distância quatro vezes maior? E a uma distância
cinco vezes maior?
Exemplo
1. A massa m1 de uma das pequenas esferas de uma
balança de Cavendish é 0,0100 kg, a massa m2 da
esfera grande mais próxima é 0,500 kg e a distância
centro a centro entre elas é 0,0500 m. Encontre a força
gravitacional Fg em cada esfera devido à outra.

2. Suponha que as duas esferas do Exemplo anterior sejam


colocadas com seus centros separados por 0,0500 m em
um ponto do espaço distante de todos os outros objetos.
Qual é o módulo da aceleração de cada um, em relação
a um sistema inercial?
Superposição das forças
gravitacionais
◼Semais de um corpo tem uma interação gravitacional com o corpo, o princípio
da superposição nos diz que todas as forças gravitacionais entre pares de
corpos se somam

◼Sabemos que a força entre cada par de corpos é

◼Então a força gravitacional total em qualquer um dos corpos é

◼Observe que o princípio da superposição é simples, mas sistemas de corpos


interagindo gravitacionalmente podem ser difíceis de calcular.
Exemplo
1. Muitas estrelas pertencem a sistemas de duas ou mais
estrelas mantidas juntas por sua atração gravitacional
mútua. A Figura mostra um sistema de três estrelas no
instante em que as estrelas estão nos vértices de um
triângulo retângulo de 45°. Encontre a força gravitacional
total exercida sobre a estrela pequena pelas duas
grandes.
Peso
• O peso de um corpo é a força gravitacional resultante
exercida por todos os corpos do universo sobre esse
corpo.
• Se modelarmos a Terra como um corpo esférico de raio RT e
massa mT, o peso p de um corpo pequeno de massa m na
superfície terrestre (a uma distância RT do seu centro) é dado
por:
Gravitação na superfície da Terra
◼Corpos comuns próximos à superfície da Terra têm uma forte interação
gravitacional com a Terra e uma interação gravitacional bastante fraca
com outros corpos comuns

◼Vamos calcular a força gravitacional de um objeto na superfície da Terra

◼Use RE = 6380 km e obtenha


Gravitação próximo à superfície da Terra
◼Agora vamos observar a força gravitacional acima da superfície da Terra

◼Podemos encontrar a aceleração da gravidade como uma função de h

◼A aceleração da gravidade é reduzida


◼0,27% no topo do Monte Everest
◼8,7% na Estação Espacial Internacional
◼Por que os astronautas não tem peso?
Peso
• O peso de um corpo diminui com o inverso do quadrado de sua
distância ao centro da Terra.
• A figura a seguir mostra como o peso varia com a altura acima da
Terra para uma astronauta que pesa 700N na superfície terrestre.
• Uma astronauta pesando 700N na superfície terrestre sofre a ação de
uma força gravitacional menor em pontos acima dessa superfície.
• A distância que importa é a distância r da astronauta ao centro da
Terra (não a distância dela à superfície terrestre).
Peso e Imponderabilidade
Peso e Imponderabilidade

FIGURA 9.9 Quando está em pé sobre uma


balança de banheiro, duas forças são
exercidas sobre você: uma força da gravidade
apontando para baixo, mg, e uma força de
apoio orientada para cima. Quando não existe
aceleração, essas duas forças são de mesmo
valor, mas opostas, e acabam comprimindo
um dispositivo tipo mola no interior da
balança, que é calibrada para marcar seu
peso.
Peso e Imponderabilidade

FIGURA 9.10 Seu peso é igual à força com a qual você pressiona o piso de sustentação. Se o
piso for acelerado para cima ou para baixo, seu peso variará (ainda que a força gravitacional
mg que atua sobre si permaneça a mesma).
Peso e Imponderabilidade

FIGURA 9.11 (a) Os astronautas estão em queda livre e experimentam a imponderabilidade devido
à ausência de uma força de apoio. (b) O mesmo acontece com os habitantes da ISS, que estão em
queda livre ao redor do planeta Terra.
Peso e Imponderabilidade

FIGURA 9.12 Ambos estão imponderáveis.


Peso

• A densidade r diminui à medida


que aumenta a distância r ao
centro da Terra:

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Exemplo
1. Um módulo de pouso robótico com peso terrestre de 3430 N é
enviado a Marte, que tem raio RM = 3,39 * 106 m e massa mM
23
= 6,42 * 10 kg. Encontre o peso Fg do módulo de pouso na
superfície marciana e a aceleração devido à gravidade, gM
Exemplo
1. Coloque os seguintes planetas hipotéticos em ordem, da
maior à menor gravidade de superficie: (i) massa = 2 vezes a
massa da Terra, raio = 2 vezes o raio da Terra; (ii) massa = 4
vezes a massa da Terra, raio = 4 vezes o raio da Terra; (iii)
massa = 4 vezes a massa da Terra, raio 2 vezes o raio da
Terra; (iv) massa = 2 vezes a massa da Terra, raio = 4 vezes
o raio da Terra.

2. O planeta Saturno tem cerca de 100 vezes a massa da Terra


e está cerca de 10 vezes mais distante do Sol do que a Terra.
Em comparação com a aceleração da Terra causada pela
atração gravitacional do Sol, quão grande é a aceleração de
Saturno devido à gravidade do Sol?
(i) 100 vezes maior; (ii) 10 vezes maior;
(iii) o mesmo; (iv) 1/10 tão grande;
(v) 1/100 tão grande.
Exemplo: ruptura gravitacional de um buraco
negro
◼Um buraco negro é um corpo muito maciço
◼Suponha temos um buraco negro de massa de 6,0 x 1030 kg.
◼Uma espaçonave de 85 m de comprimento aproxima-se do
buraco negro até uma distância de 13.500 km
Questão: Qual é a diferença na aceleração gravitacional entre
a frente e a traseira da nave?
Exemplo: ruptura gravitacional de um buraco
negro (Solução)
Resposta: Podemos determinar a aceleração gravitacional na frente da
espaçonave

◼Podemos usar a aproximação linear que usamos antes para escrever

◼A diferença na força gravitacional na frente e na traseira da espaçonave


irão rasgá-la
Gravitação dentro da Terra

◼Podemos tratar a força gravitacional de um objeto esférico como


se toda a sua massa estivesse concentrada em seu centro de
massa, desde que estejamos localizados a uma distância maior do
que o raio do objeto esférico
◼Vamos imaginar que a Terra é composta de muitas cascas
esféricas e concêntricas
◼Podemos escrever que a força gravitacional agindo em todas as
cascas com raio menor do que r é

◼Esta fórmula é a que temos usado, exceto por termos escrito M(r)
ao invés
de M
Gravitação dentro da Terra (2)
◼Se considerarmos que a Terra tem densidade constante, podemos escrever

◼Podemos calcular a densidade da Terra como

◼Aosubstituir este resultado na equação


acima obtemos

◼Agorapodemos traçar a força gravitacional


como uma função do raio
Energia potencial gravitacional

• Trabalho realizado pela força gravitacional quando o corpo se move da


coordenada radial r1 até r2 :
Energia potencial gravitacional

• Gráfico da energia potencial gravitacional


U para o sistema da Terra (massa mT) e
uma astronauta (massa m) em função da
distância r da astronauta ao centro da
Terra:
Energia potencial
◼Capítulo 10:

◼Agora, um nova lei de força:

◼Normalizamos para que a energia potencial torne-se zero em uma separação


infinita:

Observe:
U < 0 sempre
Energia potencial gravitacional

◼ Superposição da energia potencial gravitacional dos pares


◼ Exemplo: energia potencial de três corpos

◼ Como obtemos nosso antigo resultado (mgh) de volta? Para h = RE


constante
aditiva
◼ Diferença na energia potencial
Órbitas Circulares de Satélites
• Com uma massa de aproximadamente 4.5  10 kg
5

e uma largura de mais de 108 m, a Estação Espacial


Internacional é o maior satélite já colocado em órbita.
Circular Satellite Orbits
• Um satélite está constantemente caindo ao redor da
Terra.
• Os astronautas dentro do satélite em órbita estão em um
estado de aparente ausência de peso porque estão
caindo com o satélite.
Movimento de satélites
• Satélites artificiais em órbita em torno da Terra constituem uma parte
familiar da tecnologia.
• No entanto, quais são os fatores que determinam as propriedades de
suas órbitas e como eles permanecem orbitando?
• A figura a seguir mostra trajetórias de um projétil lançado de uma grande
altura (desprezando a resistência do ar).
• As órbitas 1 e 2 se completariam como mostrado se a Terra fosse uma
massa pontual em C.
Movimento de satélites
Movimento de satélites

• A força decorrente da atração gravitacional exercida pela Terra


fornece a aceleração centrípeta necessária para manter o satélite em
órbita:
Movimento de satélites
Leis de Kepler
◼ Johannes Kepler (1571-1630) usou observações empíricas, principalmente
de dados coletados por Tycho Brahe, e sofisticados cálculos para chegar às
famosas leis do movimento planetário
◼ Publicadas em 1609 e 1619
◼ Essa observação ocorreu décadas antes do nascimento de Isaac Newton,
em 1643
◼ Kepler e outros pioneiros, como Galileu Galilei, mudaram a visão geocêntrica
de mundo para uma visão heliocêntrica
◼ Ponto principal: simplicidade muito maior neste modelo, e explicação simples
de epiciclos
Primeira lei de Kepler: órbitas
◼ Todos os planetas se movem em órbitas elípticas com o Sol em um
ponto focal.
Elipses (1)
◼ Uma elipse é uma curva fechada em um plano bidimensional. Tem dois pontos
focais (f1,f2), separados por uma distância 2c
◼ Qualquer ponto na elipse atende a condição de que a soma das distâncias
entre os dois pontos focais é:
r1 + r2 = 2a
em que a é o comprimento do
semieixo maior
◼ Defina o semieixo menor b:
b2 = a2 - c2.
◼ Coordenadas cartesianas dos
pontos sobre a elipse
Elipses (2)
◼ Se a = b => c = 0, então a elipse torna-se um círculo
◼ Excentricidade de uma elipse

◼ e = 0 => círculo
◼ Mostrado aqui: e = 0,6
◼ Excentricidade da órbita
da Terra: e = 0,017
◼ Plutão: e = 0,244
Vênus: e = 0,007
Todos os outro planetas estão
entre estes dois extremos
Órbita da Terra
◼ O comprimento do semieixo menor da órbita da Terra é aproximadamente
99,98% do comprimento do semieixo maior.
◼ Em sua maior aproximação do Sol, chamada de periélio, a Terra está 147,1
milhões de quilômetros afastada do Sol.
◼ No afélio, o ponto mais distante do Sol, está a 152,6 milhões de km afastado
do Sol.
◼ A mudança de estações não é causada pela excentricidade da órbita da Terra.
(O ponto de maior aproximação do Sol é alcançado próximo a janeiro de cada
ano, no meio da estação fria no hemisfério norte.)
◼ Em vez disso, as estações são causadas pelo fato de o eixo de rotação da
Terra estar inclinado em um ângulo de 23,4º em relação ao plano da elipse
orbital, o que expõe mais o hemisfério norte aos raios do Sol durante os meses
de verão.
Segunda lei de Kepler: áreas
◼ Uma linha reta conectando o centro do Sol ao centro de qualquer planeta varre
uma área igual em qualquer intervalo de tempo dado
Terceira lei de Kepler: períodos
◼ O quadrado do período do planeta é proporcional ao cubo do semieixo maior
da órbita
Exemplo: terceira lei de Kepler
Questão:
Qual a duração de um ano em Júpiter?
Resposta:
Aplicação direta da terceira lei de Kepler

◼ Raio orbital de Júpiter: 778,6 milhões de km


Prova das leis de Kepler (órbitas circulares)
◼ Órbita circular: força centrípeta fornecida pela gravidade

◼ Velocidade angular (constante, porque r=const.)

◼ Período

◼ Área varrida
Massa do Sol
◼ Terceira Lei de Kepler (recém mostrada):

◼ Resolva para M:

◼ Insira os números da órbita da Terra (T=1 y, r=150 milhões de km)

◼ Da mesma forma que é possível determinar a massa da Terra a partir da órbita


da Lua, ou a massa da galáxia a partir da órbita das estrelas (mais sobre isso
mais adiante)
Informações dos planetas
Planet Radius Mass g Escape v r-orbit Eccent. T-orbit
24 2 6
(km) (10 kg) (m/s ) (km/s) (10 km) (years)
Mercury 2.440 0,330 3,7 4,3 57,9 0,205 0,241
Venus 6.050 4,87 8,9 10,4 108,2 0,007 0,615
Earth 6.380 5,97 9,8 11,2 149,6 0,017 1
Mars 3.400 0,642 3,7 5,0 227,9 0,094 1,88
Jupiter 71.500 1.890 23,1 59,5 778,6 0,049 11,9
Saturn 60.300 568 9,0 35,5 1433 0,057 29,4
Uranus 25.600 86,8 8,7 21,3 2872 0,046 83,8
Neptune 24.800 102 11,0 23,5 4495 0,009 164
*
Pluto 1.200 0,012 0,6 1,1 5870 0,249 248
Sun 696.000 1.990.000 274 618 - - -
*Planeta anão
Órbitas de satélites

Vista de cima do polo


Norte, 23 de junho de
2004

Satélites de órbitas
baixas: Hubble, Estação
Espacial, Sistema
Iridium, satélites
espiões, ...)

GPS, pesquisa com


satélites

Comunicação
geoestacionária de
satélites
Órbitas circulares de satélites
◼ A força centrípeta é fornecida pela gravidade

◼ Multiplique ambos os lados por r/2:

◼ Descobrimos que a energia cinética do satélite é exatamente -1/2 da sua


energia potencial

◼ Energia mecânica total


◼ Verdade para todos os raios orbitais
◼ Órbitas elípticas
Satélites geoestacionários
◼ Onde devemos colocar um satélite para que ele permaneça no mesmo ponto
do céu?
◼ Ele deve ter uma órbita circular com período igual ao período de rotação da
Terra e o mesmo eixo de rotação da Terra
◼ O eixo de rotação deve estar exatamente alinhado com o da Terra: órbita
equatorial
◼ Qual o raio orbital?
◼ Resolva a 3a lei de Kepler para o raio:

◼ O raio da órbita é 6,6 vezes o raio da Terra


◼ Satélites geoestacionários estão há 35.790 km acima do nível do mar
Prato do satélite
◼ Para onde os pratos dos satélites devem apontar?
◼ Na direção sul, no sentido do Equador
◼ O ângulo é relativo à horizontal determinado pela latitude (lei dos cossenos)
Buraco negro

• Objetos cuja influência gravitacional é tão grande que nada — nem mesmo a luz
— pode escapar deles.
• Em 1916, Karl Schwarzschild usou a teoria da relatividade geral de Einstein para
deduzir uma expressão para o raio crítico RS, atualmente chamado de raio de
Schwarzschild.
• Verifica-se que o resultado é igual ao obtido quando substituímos v=c. Portanto:
Buraco negro

• Explicitando o raio de Schwarzschild RS, obtemos:

• A superfície da esfera de raio RS que cerca o buraco negro denomina-se


horizonte de eventos porque, uma vez que a luz não pode escapar de seu
interior, não podemos ver nenhum evento que ocorre nessa esfera.
• Em um sistema de estrela binária, duas estrelas giram em torno uma da outra;
neste caso especial, uma das estrelas é um buraco negro.
Buraco negro

• O buraco negro em si não pode ser visto, mas os raios X de seu disco de
acréscimo podem ser detectados:
Buraco negro no centro da Via Láctea
◼ Em junho de 2007, astrônomos mediram a massa do centro da Via Láctea
◼ Sete estrelas orbitando próximas ao centro galático foram rastreadas por 9
anos, como mostrado abaixo
Buraco negro no centro da Via Láctea - 2
◼ Os períodos e semieixos maiores extraídos pelos astrônomos são mostrados
abaixo
◼ Usando esses dados e a Terceira Lei de Kepler podemos calcular a massa do
centro galático
Star Period Semi-major Axis Period Semi-major Mass of Solar
(yr) (AU) 8
( 10 s ) Axis Galactic Center Masses
36
14
( 10 m ) ( 10 kg ) ( 106 )
S0-2 14,43 919 4.55 1,37 7,44 3,74
S0-16 36 1680 113 2,51 7,31 3,67
S0-19 37,2 1720 117 2,57 7,34 3,69
S0-20 43 1900 135 2,84 7,41 3,72
S0-1 190 5100 599 7,63 7,34 3,69
S0-4 2600 30000 819 44,9 7,98 4,01
S0-5 9900 70000 3120 105 6,99 3,51

Average 7,40 3,72


Buraco negro no centro da Via Láctea - 3
◼ Assim, astrônomos inferem que há um buraco negro supermaciço no centro da
galáxia, porque nenhuma estrela é visível naquele ponto indicado
simbolicamente por uma estrela amarela na figura abaixo
Matéria escura (1)
◼ Sistema Solar: a massa do Sol é aproximadamente 1000 vezes maior do que a
massa de todos os planetas juntos
◼ As massas de todos os gases de nossa galáxia combinadas são
aproximadamente 10% da massa total
◼ Isso parece nos mostrar que quase toda a matéria está dentro das estrelas
(matéria luminosa)
◼ Mas é possível medir a velocidade das estrelas orbitando ao redor do centro
galático e, usando a terceira lei de Kepler, deduzir a massa incluída nesta
órbita
◼ Descoberta: a massa é significativamente maior que a matéria luminosa, por um fator
de até 10
Matéria escura (2)
◼ Telescópios de raios X Chandra podem medir as emissões de raios X dos
gases quentes presos dentro dos aglomerados de galáxias e deduzir a
temperatura
◼ A partir disso, é possível calcular quanta massa é necessária para confinar
gases quentes: um fator de 3 a 5 vezes maior que o contido na matéria
luminosa
Matéria escura (3)
◼ Aglomerado de galáxias Abell 2218 (Crédito: Andrew Fruchter (STScI) et al.,
WFPC2, HST, NASA)
◼ Arcos: luz das galáxias ~5 vezes mais distante, dobradas em torno de Abell
(lente gravitacional: corpos massivos “dobram” luz)

◼ Calculada a partir da magnitude da lente: massa em Abell 2218 deve ser mais
que 5 vezes maior do que a matéria visível
Matéria escura (4)
◼ A estimativa mais precisa vem da da missão WMAP (Wilkinson Microwave
Anisotropy Probe),: 23% do Universo é composto de matéria escura,
comparado com apenas 4% de matéria luminosa
◼ As propriedades físicas da matéria escura ainda são desconhecidas
◼ Candidatos propostos:
◼ WIMP (Weakly Interacting
Massive Particle)
◼ MACHO (MAssive
Compact Halo Object)
◼ Anãs marrons
◼ Buracos negros
supermassivos
Geometria do Universo

Pode ser
categorizada pelo
que acontece com
raios de luz
paralelos
Nota: esta é uma
ilustração 2d; a
fotografia real
deveria estar em 3d
Energia escura (1)
◼ A geometria do universo pode ser medida e depende da densidade
da massa (~ 1 átomo/4 m3)
◼ WMAP: o universo é plano, mas se expande cada vez mais rapidamente,
matéria escura + luminosa só fornece 30% da densidade crítica

Curvatura
negativa,
universo
infinito

Universo
plano, infinito

Universo
plano, infinito
Energia escura (2)
◼ Composição do universo (resultados de pesquisa de 2004)

Essa é a resposta final?


Velocidade de escape (1)
◼Energia total de dois corpos em interação gravitacional um com o outro:

◼Caso especial: um dos corpos é a Terra; trabalhe em um quadro em que a


Terra não se move => energia total

◼Qual a velocidade inicial de um corpo para que ele inicie na superfície da Terra
e escape para uma distância infinita?
Velocidade de escape (2)
◼Se uma partícula alcança uma distância infinitamente longe com energia
cinética 0 (que é a mínima), a energia total é zero.
◼Conservação de energia

◼Resolva para a velocidade, velocidade de escape:

◼~25,000
mph
◼O ângulo de lançamento não fez diferença!
Velocidade de escape - observação
◼Avelocidade média de moléculas no ar é proporcional a m-1/2, onde m é a
massa da molécula gasosa
◼Velocidade média da molécula de oxigênio = 0,48 km/s ~ 4% da
velocidade de escape
◼Velocidade média da molécula de hélio = 1,9 km/s ~ 18% da velocidade
de escape
◼A distribuição da velocidade de gases na atmosfera é a distribuição de
Boltzmann com uma cauda longa: a Terra escoa hélio, mas não muito
oxigênio
◼Observe que hidrogênio também é escoado da Terra

◼Se nos tornarmos uma economia baseada em combustíveis


de hidrogênio, provavelmente produziremos hidrogênio por
meio da dissociação da água
◼Se derramarmos hidrogênio, ele será escoado para fora da
Terra
◼Poderíamos esgotar nosso abastecimento de água
Velocidade de escape (3)
◼Digamos que não seja preciso sair completamente para fora da gravidade
terrestre, mas sim ir até uma altura de h = 36.000 km acima do solo; qual a
velocidade de lançamento necessária?
◼Conservação de energia:

◼Por favor, observe: uma vez que você escapou até esta altura, é preciso muito
pouco para escapar para uma distância infinita!
Velocidade de escape (4)
◼Também podemos perguntar a que velocidade você precisa atirar para fora da
superfície da Terra de forma que o corpo escape do Sistema Solar, ou seja,
para superar a gravidade do Sol
◼Resposta: você só precisa colocar a massa do Sol e o raio da órbita terrestre na
fórmula de velocidade de escape

◼Assombroso!: Este número é quase 4 vezes maior do que a velocidade


necessária para superar a gravidade da Terra!
◼Então, para deixar o Sistema Solar a partir da superfície da Terra é essencial
superar a gravidade do Sol, muito além de vencer a gravidade da Terra
Velocidade de escape (5)
◼Agora o ângulo de lançamento faz
diferença!
◼A Terra se move ao redor do Sol com
v = 30 km/s
◼Atire na direção do movimento da Terra:
É preciso somente
◼v1 = (42 - 30) km/s = 12 km/s
◼Atire na direção oposta: é preciso que
◼v2 = (42+30) km/s = 72 km/s
◼Atireem um ângulo perpendicular
(radialmente para fora ou para dentro):
é preciso
◼ v3 = (422-302)1/2 km/s = 30 km/s
Gravidade assistida
◼ É possível aumentar a velocidade de um
corpo através de um efeito estilingue
a) Uma espaçonave de passagem
por Júpiter, com Júpiter em
repouso

b) Mesmo evento visto do Sol, onde


Júpiter se move com velocidade
de 13 km/s

◼O mesmo que a colisão com uma parede


em movimento: o dobro da velocidade de
Júpiter é somado devido ao movimento
relativo
Exemplo: gravidade assistida no Voyager 2
Exemplo: efeito estilingue (1)
◼Um satélite de massa m = 127 kg se aproxima de um planeta massivo com
velocidade vi,1 = 12,3 km/s. O planeta está se movendo para a esquerda com
velocidade de vi,2 = 14,9 km/s. O satélite orbita o planeta parcialmente e se
move para longe dele na direção oposta à direção original. Podemos considerar
esta interação como uma colisão elástica em uma dimensão.
Questão: Qual a velocidade do satélite após a colisão?
Exemplo: efeito estilingue (2)
Resposta: Começamos com nossa equação que descreve uma colisão
perfeitamente elástica

◼Tome m2 >> m1
Exemplo: efeito estilingue (3)
◼ Coloque os números
◼ vi,1 = 12,3 km/s
◼ vi,2 = -14,9 km/s

◼ Então o nosso satélite ganha velocidade entre 12,3 km/s e 42,1 km/s sem
queimar qualquer combustível
Figura 13.11
Figura 13.12

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