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CURSO

PRODUÇÃO EM
AÇÃO

BELO HORIZONTE | 2020


MÓDULO 1: CURRÍCULOS
E CONCEPÇÃO DE
PROJETO

Lola Peroni
Lola Peroni é formada em licenciatura ARTES
VISUAIS pela UEMG, atualmente é mestranda pela
UEMG, além de formações complementares em
Gestão e desenvolvimento cultural, cenografia,
assistente de projeto visual gráfico e formações
extras ligadas a área da dança e educação.

Educadora de artes na educação infantil e ensino


fundamental. Lola é também educadora, dançarina e
pesquisadora de danças urbanas a 13 anos, atuando
em diversos nichos da cultura Hip Hop como jurada,
competidora, coreógrafa, palestrante e educadora em
eventos pelo Brasil e em academias de Belo
Horizonte. Atualmente está vinculada com a
produção cultural, sendo produtora artística e
executiva do evento Palco Hip Hop e produtora
artística do Circuito Municipal de Cultura, e em
demais eventos como Sensacional, Carnaval de Belo
Horizonte, etc.

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MÓDULO 2: COMO
ESCREVER PROJETOS?
ESCRITA E
ESTRUTURAÇÃO DOS
PROJETOS

Denise Liberato
Denise Liberato é formada bacharel em turismo e
trabalha há mais de 15 anos na área de produção
e gestão cultural.

Atuou como analista de projetos culturais na


Federação das Indústrias de Minas Gerais -
FIEMG onde era responsável por programas e
projetos culturais como a Escola de Cultura e o
Cine SESI Cultural. Foi Gerente de Projetos no
termo de parceria que subsidia e gerencia a
Diretoria de Produção Artística da Fundação Clóvis
Salgado, Assessora de Gabinete da Secretaria de
Cultura do Estado de Minas Gerais – SEC e foi a
gerente executiva do Festival Internacional I Love
Jazz em 2011 e 2012 e do I Love Jazz Convida em
2011. Como produtora executiva trabalhou em
grandes projetos como o show do Iron Maiden no
Mineirinho em 2008, Festival Creamfields Brasil
2008 a 2010, Festival Planeta Brasil 2010 e 2011,
Festival Eletronika 2009 e 2010, dentre outros.

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MÓDULO 3: PLANILHA
ORÇAMENTÁRIA E
EXECUÇÃO DO
PROJETO

Victor Magalhães
Victor Magalhães é formado pelo curso de gestão
cultural da Secretaria de Cultura de Belo Horizonte
e graduado pelo curso Organização e Produção de
Eventos - UNIBH

É diretor geral do projeto cultural Palco Hip Hop,


desde a sua primeira edição em 2011, considerado
hoje um dos maiores festivais de Hip Hop e Cultura
Urbana do Brasil. Além disto atua como produtor
executivo, tendo destaque para os seguintes
trabalhos: produção executiva do Grupo de Dança
Primeiro Ato e de grandes eventos como Festival
Internacional de Teatro de Bonecos edições 2008 a
2010. Junto a importantes produtoras culturais de
Minas desenvolveu trabalhos como shows de
Maurício Tizumba, Marina Machado e Flávio
Renegado, Conexão Vivo, Inauguração do
Complexo Cultural Praça da Liberdade, Festival
Mundial do Circo 2012, Festival Planeta Brasil,
Festival de Arte Negra 2011/2012/ 2015/2016,
Festival Internacional de Teatro Palco e Rua 2012,
Duelo Nacional de MC’S das edições 2012 a 2017,
Festival Palco Giratório 2013, e 2015, lançamento
em BH do CD do Rapper EMICIDA, dentre outros.

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SUMÁRIO

O QUE ENTENDEMOS POR CULTURA?.............................................................................. 7


OBJETIVOS DO CURSO........................................................................................................ 7
MÓDULO 1: CURRÍCULOS E CONCEPÇÃO DE PROJETO................................................. 7

PROPONENTE ........................................................................................................... 7

RESUMO E REALEASE.............................................................................................. 8

CURRICULOS .............................................................................................................8

PROPOSTA ................................................................................................................ 8

PROJETO ................................................................................................................... 8

MÓDULO 2: COMO ESCREVER PROJETOS? ESCRITA E ESTRUTURAÇÃO DO


PROJETO ............................................................................................................................... 9

PENSANDO EM CRIAR UM PROJETO – O QUE É IMPORTANTE PESQUISAR? ...............9

DIAGNÓSTICO ........................................................................................................... 9

CONTEXTO ................................................................................................................. 9

LOCAL ........................................................................................................................ 9

DATA .......................................................................................................................... 9

PRAZO PARA REALIZAÇÃO .................................................................................... 9

POSSIBILIDADE DE CAPTAÇÃO ............................................................................. 9

ELABORAÇÃO DE PROJETOS ........................................................................................... 10

APRESENTAÇÃO, DESCRIÇÃO OU RESUMO ...................................................... 10

JUSTIFICATIVA......................................................................................................... 10

OBJETIVOS............................................................................................................... 11

OBJETIVO GERAL ....................................................................................... 11

OBJETIVOS ESPECÍFICOS ......................................................................... 11

METAS ...................................................................................................................... 11
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PÚBLICO-ALVO ....................................................................................................... 11

EQUIPE DO PROJETO ............................................................................................. 11

ETAPAS DO TRABALHO ......................................................................................... 12

PRÉ-PRODUÇÃO ......................................................................................... 12

PRODUÇÃO .................................................................................................. 12

PÓS-PRODUÇÃO ......................................................................................... 12

CRONOGRAMA DE ATIVIDADES ........................................................................... 12

PLANO DE DIVULGAÇÃO ....................................................................................... 12

PLANO DE DISTRIBUIÇÃO E COMERCIALIZAÇÃO .............................................. 13

PLANO DE CONTRAPARTIDAS .............................................................................. 13

CONTRAPARTIDAS SOCIAIS ..................................................................................13

CONTRAPARTIDAS DE IMAGEM ............................................................................ 13

CONTRAPARTIDAS DE NEGÓCIOS ....................................................................... 14

DEMOCRATIZAÇÃO DE ACESSO .......................................................................... 14

ACESSIBILIDADE .................................................................................................... 14

SUSTENTABILIDADE DO PROJETO E IMPACTO AMBIENTAL ............................ 14

MÓDULO 3: PLANILHA ORÇAMENTÁRIA E EXECUÇÃO DO PROJETO......................... 15

ORÇAMENTO ........................................................................................................... 15

PROJETO APROVADO, E AGORA? ....................................................................... 15

CAPTAÇÃO .............................................................................................................. 16

RECEBENDO O RECURSO DO PROJETO ............................................................. 18

EXECUÇÃO .............................................................................................................. 18

DOCUMENTAÇÃO ................................................................................................... 19

PRESTAÇÃO DE CONTAS ...................................................................................... 20

AVALIAÇÃO DO PROJETO ..................................................................................... 21

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MECANISMOS DE PATROCÍNIO - LEIS DE INCENTIVO FISCAL, FUNDOS PÚBLICOS E
PATROCÍNIOS ..................................................................................................................... 21

REFERENCIAL TEÓRICO .................................................................................................... 21

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O QUE ENTENDEMOS POR CULTURA?

“Tem que acabar com esta coisa de achar que cultura é extraordinária, cultura é ordinária, é
igual feijão com arroz, é necessidade básica de todo mundo. Para isto é preciso que haja uma
conscientização muito grande porque muita gente, inclusive muitos governantes, acham que
cultura é uma coisa excepcional... TUDO É CULTURA...” Gil, Gilberto.

A cultura é tudo aquilo que inclui o conhecimento, as crenças, a arte, a moral, o direito, os
costumes, hábitos e capacidades adquiridos pelo homem enquanto membro da sociedade. –
Tylor, Edward Burnett.

Cultura é um processo pelo qual o homem atribui sentidos ao mundo. É a instância onde o
homem realiza sua humanidade. Barros, José Márcio.

Fundamento da identidade, da energia e das ideias criativas dos povos, a cultura, em toda
sua diversidade, é fator de desenvolvimento e coexistência em todo o mundo. – Unesco

OBJETIVOS DO CURSO

- Explanar sobre a importância da boa apresentação de currículos e portfólios

- Apresentar e explicar quais são as etapas de elaboração, planejamento e execução de


projetos culturais

- Apresentar e explicar os itens essenciais para o planejamento e a elaboração de um projeto

- Ensinar a elaborar planilha orçamentária (rubricas, impostos e taxas, exigência de colocar


rubricas para captação e elaboração, e etc.)

- Apresentar detalhes para uma boa execução do projeto

MÓDULO 1: CURRÍCULOS E CONCEPÇÃO DE PROJETO

PROPONENTE - O proponente é o responsável pela proposta do projeto e pode ser pessoa


física ou jurídica. Para inscrever projetos em editais de mecanismos de fomento sociais e
culturais, é exigido que o proponente tenha experiência comprovada na área do projeto.

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Tanto para inscrição de projetos em editais, quanto para busca de trabalho na área de
atuação, seja lá qual for, uma boa apresentação do currículo e/ou portfólio é um grande
diferencial para o profissional. Quanto melhor elaborados o currículo e o portfólio, mais
chances de conseguir a vaga.

RESUMO E REALEASE - O release é uma lista abrangente, apresentando a experiência do


artista e é muito importante para a sua carreira, por isso deve ter um bom visual e conteúdo
relevante do seu trabalho. Deve ter no máximo 5 linhas (utilizar fonte Arial ou Calibri e tamanho
11 ou 12), ser direto e objetivo, ressaltar pontos importantes e deve ser escrito em terceira
pessoa.

O resumo tem a mesma função do release, contudo ele é maior e deve ter de 10 a 12 linhas,
apresentar os pontos fortes de sua carreira, experiências significativas e deve ser escrito em
terceira pessoa.

CURRÍCULOS - Um currículo perfeito é aquele que apresenta de forma clara os dados


pessoais, a experiência profissional e os diferenciais que o profissional tem em relação a
outros profissionais. Se você está comprometido em ter sucesso profissional, deve elaborar
um bom currículo e tê-lo sempre em fácil acesso para que possa apresentá-lo sempre que
necessário.

É ideal que o profissional tenha um currículo completo e para fins de inscrição de projetos em
editais, o adapte conforme a sua função dentro do projeto ou até mesmo conforme a área do
projeto (música, artes visuais, dança, área social, ambiental e etc.)

PROPOSTA – Uma proposta de prestação de serviços, seja lá qual for, deve ser bem
elaborada para que o contratante tenha clareza do serviço a ser oferecido, do prazo da
execução e do valor do serviço.

O ideal é que seja enviado em PDF e com a marca da prestadora de serviço, se houver.

PROJETO - Projeto é um instrumento técnico e estratégico, formado por um conjunto de


elementos necessários e suficientes, com nível de precisão adequado, para caracterizar o
serviço ou complexo de serviços. Deve ser elaborado com base nas indicações dos estudos
técnicos preliminares que assegurem a viabilidade técnica e que possibilite a avaliação do
custo e a definição dos métodos e do prazo de execução. As características de um projeto
são: duração limitada, objetivo específico, recurso pré-determinado e autonomia.

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MÓDULO 2: COMO ESCREVER PROJETOS? JUSTIFICATIVA,
OBJETIVOS E ESTRUTURAÇÃO DO PROJETO

PENSANDO EM CRIAR UM PROJETO – O QUE É IMPORTANTE


PESQUISAR?

DIAGNÓSTICO - Essa etapa é fundamental para a construção de uma proposta que tenha
embasamento e pertinência. No diagnóstico, algumas questões devem ser levantadas como
o contexto, local, data de realização, prazo de realização e possibilidade de captar. O
diagnóstico é muito importante para que o projeto além de não ser aprovado, fique parado
sem ser captado.

CONTEXTO - É importante analisar o contexto no qual o projeto pretende se inserir, de forma


a demonstrar a relevância da proposta apresentada.

LOCAL - A escolha do local de realização do projeto deve levar em conta a facilidade de


acesso do público que se deseja alcançar e se o local tem acesso para portadores de
necessidades especiais, além disto, deve-se avaliar se o local tem a estrutura necessária ou
até mesmo espaço suficiente para que o projeto seja executado.

DATA - A data ou o período escolhido para a realização do projeto deve ser pensada levando-
se algumas questões em consideração tais como: não coincidir com outros eventos para que
não haja uma disputa de público; se for evento ao ar livre, a o período climático, a proximidade
com datas festivas que gerem feriados prolongados, pois nesses feriados, pode haver evasão
de público da cidade.

PRAZO PARA REALIZAÇÃO – Deve-se fazer um cronograma de trás para frente, para
verificar se é possível que o projeto seja realizado na data que se deseja propor. Alguns
editais, principalmente os editais de empresas privadas, não pedem a data para a realização
do projeto, pedem somente um cronograma de realização com os prazos de cada etapa de
execução. Contudo, em alguns editais, é solicitada a data de realização, além do cronograma
de execução e por isto, na fase de diagnóstico, é importante que o proponente já tenha em
mente uma provável data para a execução do projeto.

POSSIBILIDADE DE CAPTAÇÃO – Na fase do diagnóstico é muito importante que seja


levada em consideração a real possibilidade de o projeto ser captado. Para isto, pode ser feita

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uma pesquisa prévia de projetos parecidos já captados e realizados ou até mesmo uma
pesquisa direta com possíveis patrocinadores.

ELABORAÇÃO DE PROJETOS

Após o diagnóstico e a certeza da viabilidade, a próxima etapa é a elaboração do projeto. Esta


etapa consiste na criação de um documento que apresente tanto a parte técnica, como a parte
conceitual. É neste documento que o proponente vai detalhar seu projeto, explicando quais
são os objetivos a serem alcançados, a justificativa e a relevância para a sua realização, além
da sua a viabilidade por meio de cronogramas, planilhas e planos de ação.

APRESENTAÇÃO, DESCRIÇÃO OU RESUMO - É a síntese do projeto e apesar de ser o


primeiro item apresentado, o ideal é que seja escrito por último. Uma apresentação mal
elaborada poderá se transformar em obstáculo no momento em que o projeto é avaliado, seja
por profissionais das comissões de seleção dos editais, seja por potenciais patrocinadores e
apoiadores.

O texto da apresentação deve situar sobre o contexto no qual o projeto está inserido. Ele é
um breve histórico do produto ou serviço cultural que queremos desenvolver, que descreve
sucintamente como nasceu a ideia de realizar o projeto, qual é o resultado esperado e o seu
impacto sociocultural, além de quem serão os profissionais envolvidos, o público beneficiado
pelo projeto, quando e onde acontecerá e quanto custará sua realização.

Lembre-se, por mais que a apresentação seja uma descrição do projeto, ela é apenas uma
síntese e os itens abordados nesta síntese serão detalhados profundamente ao longo do
projeto.

JUSTIFICATIVA – Na justificativa, será explicado o motivo do projeto e porque ele é relevante


culturalmente para a sociedade. A justificativa deve ser muito clara e bem elaborada com
argumentos sólidos. É neste item que você vai convencer o leitor da importância do seu
projeto e os investidores, do porquê de investir em seu projeto. Uma boa forma de criar a
justificativa é respondendo algumas questões tais como: Qual o motivo do projeto? Qual a
sua relevância? Quais seus diferenciais em relação a outros projetos? O que trará de
benefícios culturais para o público? Tem a perspectiva de ter desdobramentos e quais seriam
estes desdobramentos?

A justificativa deve ser bem embasada e se possível, devem ser utilizados dados e estatísticas
em seu argumento.

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OBJETIVOS - Os objetivos esclarecem o que é pretendido com o projeto. Eles são
fundamentais na sua construção e por isto, deverão ser muito bem definidos e apresentados
de forma clara e de fácil entendimento. São categorizados em: Geral e específicos.

OBJETIVO GERAL – É mais amplo e deve apresentar qual a finalidade, o resultado


esperado, é o “o que” do projeto. Deve ser apresentado de forma clara, sucinta e objetiva. No
objetivo geral, deve ser informado também, o público beneficiado, o local onde o projeto será
realizado e o impacto sociocultural do projeto em longo prazo.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS - Correspondem às ações previstas, as quais contribuirão


para alcançarmos o objetivo geral. Devem ser articulados em tópicos iniciados por verbos e
devem explicar com mais detalhes o que se pretende fazer.

Podem ser: Quantitativos, que são aqueles que indicam quais os elementos mensuráveis do
projeto irão ser realizados ou serão resultados diretos do projeto e qualitativos, que são
aqueles que definem quais elementos não mensuráveis serão consequências da ação.

METAS – São as atividades quantificáveis e com prazo determinado. Sua finalidade de que
seja atingido cada um dos objetivos do projeto. Ou seja, para cada objetivo específico, deve-
se descrever quais as atividades serão realizadas para alcançá-los, estas atividades são as
metas.

PÚBLICO-ALVO – Aqui, a pergunta: A quem o projeto se destina? deve ser respondida com
o máximo de informações possível. Informações como número de pessoas, faixa etária, de
onde são, se vai ter alunos de escolas públicas ou outro tipo de público específico, faixa etária,
situação socioeconômica e etc. devem ser especificados. Para projetos em que não é possível
estimar com precisão o número de participantes, como é o caso de festivais ou de shows a
céu aberto, ou vídeos que serão exibidos em plataformas digitais, o ideal é que seja feito um
levantamento de projetos parecidos que já realizados e usá-los como base.

EQUIPE DO PROJETO – É muito importante ter um bom planejamento sobre a equipe que
vai desenvolver o projeto. Todos os profissionais devem ser listados na planilha orçamentária
e em muitos editais, é exigida a ficha técnica da equipe. Então é importante que ao se elaborar
o projeto, já sejam definidos quem serão os profissionais que serão contratados para executar
cada função. Quanto mais experiência e comprovações o profissional tiver, melhor para seu
projeto.

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O coordenador deve alinhar e integrar a equipe e fazer com que todos se conheçam e tenham
conhecimento claro das funções e tarefas de cada um. Isto tornará mais fácil a execução do
projeto.

ETAPAS DE TRABALHO – Para que o projeto obtenha sucesso, é fundamental que todas as
etapas sejam bastante planejadas. Cada atividade, desde a elaboração até a avaliação final,
deve ser pensada e detalhada. Desta forma, todos os objetivos e metas do projeto serão
melhor alcançados.

As etapas do projeto são as seguintes: Pré-produção, produção e pós-produção.

PRÉ-PRODUÇÃO - Na pré-produção o projeto é pensado, elaborado e todas as


atividades necessárias para a sua execução devem ser previstas, tais como: Quais serão os
fornecedores, o local de realização, os profissionais, pagamento de taxas de liberação,
seguros e alvarás, futuras reuniões de alinhamento com equipe, como ocorrerá a contratação
de artistas (os contratos sempre devem ser elaborados por advogados contratados pelo
projeto) e etc.

PRODUÇÃO - A produção é a fase da execução propriamente dita, é a sua


operacionalização e realização.

PÓS – PRODUÇÃO - A pós-produção é a etapa em que, após a execução do projeto,


são feitos os relatórios de avaliação, as prestações de contas a patrocinadores e às entidades
incentivadoras se for projeto realizados através de leis de incentivo ou fundos.

CRONOGRAMA DE ATIVIDADES - O cronograma de atividades é a descrição detalhada de


cada atividade do projeto, dentro de cada uma das etapas, com os prazos estipulados para a
realização de cada uma destas atividades. Lembre-se que um projeto sempre tem começo,
meio e fim e por isto, deve ser especificado com clareza o tempo para a sua realização total.
Quanto mais detalhado o cronograma, mais fácil de ser executado. Se o projeto for realizado
através de leis de incentivo e por algum motivo não for possível executar o projeto no prazo
determinado, deve-se ficar atento à necessidade de solicitar uma readequação do projeto.

PLANO DE DIVULGAÇÃO – É o detalhamento de todas as ferramentas de mídia que serão


utilizadas para que o projeto seja divulgado para seu público alvo. Deve-se detalhar quais as
ferramentas, a quantidade de cada uma e de que forma serão utilizadas.

É muito importante envolver o assessor de imprensa e o design no momento de fazer a


elaboração do plano de divulgação, pois estes podem definir quais serão as melhores
estratégias para o alcance do público alvo.

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Em muitos projetos, a principal contrapartida para os patrocinadores é a inserção da marca
(logo) do patrocinador em todo o material de divulgação ou em algumas peças, então é muito
importante que o plano de divulgação seja bem planejado, para que seja atraente para os
possíveis patrocinadores.

É importante lembrar que em cada tipo de projeto, a divulgação e comercialização ficam em


etapas distintas do projeto. Por exemplo, se for o lançamento de um CD, a sua divulgação e
comercialização serão feitas após a gravação do CD, se for um festival, a divulgação e
comercialização dos ingressos, se não for evento gratuito, será antes da execução do festival.

PLANO DE DISTRIBUIÇÃO E COMERCIALIZAÇÃO – Este item irá existir somente se o


projeto gerar um produto cultural, como por exemplo CD, livro, filme e etc. O plano de
distribuição e comercialização é o detalhamento da forma como o produto será vendido.
Devem ser especificados o preço, a quantidade e a forma como serão distribuídos e vendidos.

Muitos editais solicitam que seja detalhado como será feito o plano de distribuição e
comercialização e se o projeto não gerar produto, basta escrever: Não se aplica. Nunca deixe
o item em branco.

Se o projeto for um evento com cobrança de ingressos, por exemplo, o seu produto é o próprio
evento, então deve ser apresentado o plano de comercialização.

PLANO DE CONTRAPARTIDAS - As contrapartidas são as formas de retorno do projeto para


a sociedade, os patrocinadores e parceiros. Muitas vezes, a própria realização ou alguma
forma de desdobramento do projeto pode ser uma contrapartida, mas nem sempre.

Os tipos de contrapartidas são as seguintes:

CONTRAPARTIDAS SOCIAIS – São ações que visam beneficiar a comunidade


ampliando o seu acesso à cultura. Neste tipo de contrapartida deve-se apresentar formas de
o projeto alcançar públicos mais carentes que geralmente não teriam acesso ao tipo de
atividade proposta no projeto.

CONTRAPARTIDAS DE IMAGEM – Uso da marca (logo) do patrocinador no material


de divulgação do projeto, citação como patrocinador em anúncios de rádio, tv e até em
entrevistas ou notícias em jornais, tudo isto pode ser utilizado como contrapartida para
possíveis patrocinadores e parceiros.

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CONTRAPARTIDA DE NEGÓCIOS – São cessões de espaços ou formas de acesso
ao público para que os patrocinadores possam vender ou oferecer o seu produto diretamente
ao público do evento.

DEMOCRATIZAÇÃO DE ACESSO – A democratização do acesso à cultura visa levar o


acesso igualitário a todos os indivíduos aos bens culturais. Segundo a Constituição Federal
no Art. 215, compete ao Estado garantir a todos o pleno exercício dos
direitos culturais e acesso às fontes da cultura nacional, apoiar e incentivar a valorização e a
difusão das manifestações culturais, através da democratização do acesso aos bens
de cultura. Por isto, na maioria dos editais de mecanismos de fomento de projetos de
entidades públicas, é exigido que sejam previstas ações de democratização do acesso ao
projeto.

Algumas das medidas e ações que podem ser adotadas são por exemplo a gratuidade total
ou parcial de acesso ao evento, preços populares do produto ou serviço, realização de parte
ou do todo do projeto em locais onde a população tenha pouco acesso aos bens culturais,
etc.

ACESSIBILIDADE – Em todos os projetos, devem ser previstas e adotadas medidas para dar
acesso às pessoas com necessidades especiais - PNE ao bem cultural que será desenvolvido
no projeto. Quando as medidas de acessibilidade forem pensadas e propostas, é muito
importante levar em consideração toda a execução do projeto, para que o máximo de medidas
possíveis sejam adotadas e nenhum tipo de público seja excluído. São exemplos de medidas
de acessibilidade: Eliminação de barreiras físicas com instalação de rampas, tradução em
libras e em braile, mediação para pessoas com limitação mental ou intelectual, etc.

Por pessoas com necessidades especiais – PNE, entende-se pessoas com deficiência – PCD,
idosos, pessoas com distúrbios psicológicos, e qualquer outra patologia ou condição mesmo
que temporária, que a deixe fora de sua plena capacidade de independência, ou que tenha
necessidade de algum tratamento ou adaptação para manter tal independência.

SUSTENTABILIDADE DO PROJETO E IMPACTO AMBIENTAL – As medidas de


sustentabilidade nem sempre são medidas relacionadas à sustentabilidade ambiental, por
isso é importante, se o projeto for escrito para inscrição em algum edital específico, entender
o que é pedido no edital, em relação a sustentabilidade. Geralmente, em projetos culturais e
sociais, a sustentabilidade se refere diretamente à sua continuidade, cuidado e conservação.
Para projetos de construção ou preservação de patrimônio por exemplo, muitos editais pedem

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que sejam apresentadas as medidas financeiras que garantirão a sustentabilidade do
patrimônio.

Em se tratando de medidas relacionadas ao impacto ambiental, estas devem prever a


minimização ou até mesmo prevenção dos impactos ambientais que serão gerados pela
execução do projeto. São exemplos de medidas de sustentabilidade ambiental: Coleta seletiva
do lixo, sejam em eventos ou em equipamentos culturais, utilizar material reciclado na
execução dos projetos, como em impressão de livros e etc.

MÓDULO 3: PLANILHA ORÇAMENTÁRIA E EXECUÇÃO DO


PROJETO

ORÇAMENTO – É o plano financeiro e deve apresentar todos os custos que serão


necessários para a realização do projeto. É apresentado em forma de planilha e deve ser
apresentado em estrutura lógica, detalhando quais serão os itens (rubricas), descrição de
cada uma delas, a unidade de cada item (serviço, unidade, diária e etc), quantidade,
ocorrência, valor unitário e valor total.

A planilha deve ser apresentada conforme as etapas propostas no projeto (pré-produção,


produção e pós-produção) e os itens devem ser apresentados e descritos na etapa do qual
corresponde.

Deve-se incluir ainda na planilha uma etapa para as despesas como impostos e seguros,
elaboração e captação. Em alguns mecanismos, essa separação faz-se necessária e em
muitos deles, a rubrica de captação deve ser apresentada com a porcentagem exigida no
edital para esta rubrica específica. Atenção ao que é solicitado no edital!

Lembre-se sempre que os valores devem ser apresentados conforme o valor de mercado e
condizentes com a realidade do local onde o projeto será executado.

PROJETO APROVADO, E AGORA?!

Após a aprovação do projeto, deve-se ler atentamente o parecer da comissão avaliadora e


verificar se foram solicitadas modificações ou até mesmo cortes no orçamento. Estas
modificações devem ser atendidas durante a execução do projeto. Se o projeto sofreu cortes,

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é importante avaliar se estes cortes não comprometerão a execução do projeto. Se a
conclusão for que o corte compromete a execução do projeto, o proponente pode entrar com
um recurso solicitando revisão do parecer, justificando da forma mais objetiva e fundamentada
possível a sua solicitação de reintegração do orçamento cortado.

Para os projetos que foram aprovados sem cortes orçamentários ou solicitações de


modificações, basta esperar que a sua aprovação seja publicada no Diário Oficial para que se
inicie a fase de execução do projeto.

Se aprovada em editais privados ou em editais de fundos de cultura, a próxima etapa é a


execução do projeto. Se aprovado em leis de incentivo à cultura, a próxima etapa é a captação
dos recursos.

É importante ficar atento ao que é pedido nos editais de empresas privadas, pois em muitos
deles, é exigido que os projetos já tenham sido aprovados em leis de incentivo.

CAPTAÇÃO DE RECURSOS - Para realizar o projeto, devem ser captados os recursos


necessários através de patrocínios. O ideal é que seja construído um plano de captação de
recursos para o projeto para que, após sua aprovação, seja possível prever quais empresas
se interessariam em patrocina-lo. Para chegar ao perfil desse possível patrocinador, pode-se
tomar por base a missão e os valores da empresa. É importante também estudar o perfil,
histórico da empresa e quais outros projetos a empresa já patrocinou. Um projeto nunca deve
ser iniciado sem que se tenha todo o recurso necessário para a sua execução. Se o projeto
não foi totalmente captado, ou busca-se o restante do recurso através de outros
patrocinadores ou solicita-se a readequação do projeto.

As leis de incentivo oferecem abatimento fiscal às empresas patrocinadoras e pessoas físicas


podem patrocinar projetos através do Imposto de Renda.

A Lei Federal de Incentivo à Cultura permite que pessoas físicas doem até 6% do seu imposto
de renda para projetos culturais. O governo abre mão do recurso e a pessoa não paga nada
a mais por isso. O incentivo por uma pessoa física pode ser feito por meio de doação ou
patrocínio. A doação é feita através da transferência definitiva e irreversível do valor em favor
do projeto. O patrocínio é feito através de transferência definitiva e irreversível do valor do
patrocínio ou serviços, com finalidade promocional.

O patrocínio através de empresas é feito através do abatimento fiscal. Cada lei (federal,
estadual ou municipal) prevê uma determinada porcentagem do imposto que a empresa pode
investir em patrocínios.

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Na lei federal por exemplo, a empresa pode investir até 4% do que paga em Imposto de Renda
e abater até 100% do valor no pagamento da próxima declaração.

O apoiador deve estar atento se o projeto a ser apoiado está enquadrado no Artigo 18 ou no
Artigo 26 da Lei 8.313/91, pois se estiver enquadrado no Artigo 18, permite restituição de
100% do valor financiado dentro do limite de 6% ou 4% do imposto devido e se o projeto
estiver enquadrado no Artigo 26, o percentual de restituição vai variar conforme a natureza do
apoio (doação ou patrocínio) e o tipo de pessoa (física ou jurídica)

Na lei estadual, a dedução dos recursos investidos será feita de acordo com os três patamares
de renúncia fiscal – 10%, 7% e 3% do Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de
Mercadorias e sobre Prestação de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de
Comunicação - ICMS devido, de acordo com o faturamento anual da empresa patrocinadora
e 80% do valor investido é deduzido do ICMS, os 20% (vinte por cento) restantes são
considerados participação própria do incentivador. Uma contrapartida que pode ser efetivada
em moeda corrente, fornecimento de mercadorias, prestação de serviços ou cessão de uso
de imóvel, necessários à realização do projeto.

Na Lei municipal de Belo Horizonte o incentivo fiscal corresponderá à dedução de até 3% da


receita proveniente do Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza - ISSQN que vierem a
apoiar, mediante doação ou patrocínio, projetos culturais apreciados e aprovados na forma
desta Lei e de sua regulamentação. Deve-se atentar que os valores deduzidos pelo
incentivador deverão ser repassados na proporção de 90% (noventa por cento) para o projeto
incentivado e 10% (dez por cento) para o Fundo Municipal de Cultura, nos termos do
regulamento.

Antes de fazer contato com os possíveis patrocinadores, estude a cultura de patrocínio e os


objetivos estratégicos das empresas. Desta forma, você vai poupar tempo e contato com
empresas que geralmente não patrocinam projetos como o seu.

Ofereça contrapartidas que sejam realmente vantajosas para o patrocinador e, tendo em vista
cada tipo de patrocinador, ofereça tipos diferentes de contrapartidas. O tipo mais usual de
contrapartida é a exposição da marca da empresa em todo o material de comunicação dos
projetos, sejam matérias de divulgação, testeiras de palco, crachás e etc. Mas nem sempre a
exposição da marca é o suficiente, já que, por si só, não aumenta o retorno financeiro do
patrocinador. Outras formas de contrapartidas e que podem melhorar a interatividade e o
relacionamento dos patrocinadores com os clientes, bem como transferir os seus valores, são

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estandes que podem ser montados no evento para uso do patrocinador, áreas vips onde o
patrocinador pode receber seus convidados, dentre outros.

Recomenda-se verificar a situação da empresa, possível patrocinadora, junto aos órgãos


oficiais responsáveis pela arrecadação de impostos, pois somente empresas em dia com a
arrecadação poderão ser investidoras culturais.

RECEBENDO O RECURSO DO PROJETO – Em projetos aprovados pelos fundos de


incentivo, o compromisso do proponente será firmado somente com o órgão incentivador
através de um termo de compromisso de execução.

Para projetos aprovados através de leis de incentivo é publicada uma aprovação do projeto
que autoriza a captação de recursos e após esta publicação, o projeto está liberado para ser
captado. É importante que o documento de aprovação do projeto seja salvo, pois será
utilizado para ser apresentado a possíveis patrocinadores, caso seja solicitado.

A partir do momento em que a portaria de captação é publicada, o processo de captação pode


ser iniciado. A formalização da captação se dá através da Declaração de Incentivo-DI, que é
emitida pelo órgão incentivador e deve ser assinado pelo patrocinador como compromisso do
patrocínio. Após a homologação e deferimento da Declaração de Incentivo-DI e assinatura
do patrocinador, o empreendedor deverá abrir conta bancária específica, para o projeto.
Serão duas contas: a conta aplicação e a conta de movimentação. A conta aplicação é a conta
destinada a receber todo o valor captado e este valor deve ser aplicado em investimentos de
baixo risco para rendimento. À medida que forem ocorrendo gastos para a execução do
projeto, a quantia necessária deverá ser transferida da conta aplicação para a conta de
movimentação e é através desta conta que os pagamentos serão feitos. Somente quando o
projeto obtiver 20% do valor total do projeto captado é que a conta movimento poderá começar
a receber transferências.

EXECUÇÃO - É preciso que antes de dar início à execução, seja elaborado um planejamento
executivo, que é o processo de estabelecer com antecedência e junto com a equipe técnica,
as ações, o uso dos recursos e os métodos que serão adotados em cada ação. O principal
intuito do planejamento executivo é minimizar possíveis imprevistos. Seguir na fase de
execução, o planejamento executivo do projeto, é fundamental para o seu sucesso.

Após elaborado o planejamento executivo, o projeto entra na fase de execução propriamente


dita. Nesta fase, são feitas as contratações de equipe, fornecedores, espaços e etc, aplicação
de logomarcas, realização de pagamentos e a realização do o projeto em si.

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A execução deve ocorrer conforme o cronograma proposto e os gastos orçamentários devem
seguir o previsto na planilha. Caso alguma rubrica não seja utilizada e seja necessário um
maior gasto de alguma outra rubrica ou seja necessária a inserção de uma rubrica que não
havia sido prevista durante a elaboração ou ainda, caso o cronograma, por algum motivo, não
possa ser cumprido como o aprovado, antes que estas mudanças sejam feitas, deve-se entrar,
no órgão incentivador, com uma solicitação de readequação do projeto e somente após a
aprovação da readequação é que podem ser feitas mudanças no cronograma ou no
orçamento. Os mecanismos preveem a possibilidade de um gasto de até 20% maior do valor
de cada rubrica, desde que ao final, o valor total gasto com o projeto não ultrapasse o valor
total aprovado, acrescentado do valor que rendeu na conta aplicação.

Outra questão que deve ser muito observada durante a execução do projeto é a aplicação
das logomarcas tanto dos órgãos incentivadores quanto dos patrocinadores. Em todo o
material de comunicação do projeto devem ser aplicadas as logomarcas e todas as aplicações
devem ser aprovadas tanto pelos órgãos incentivadores, quanto pelos patrocinadores e
somente após a aprovação é que o material deve ser utilizado.

Outra questão muito importante para uma boa execução do projeto e para evitar futuros
problemas com a prestação de contas é que os pagamentos sejam realizados conforme o
previsto no mecanismo pelo qual o projeto será incentivado. Para cada tipo de edital ou lei de
incentivo, encontraremos procedimentos específicos que teremos que conhecer e adotá-los
para a obtenção do sucesso na sua realização.

DOCUMENTAÇÃO – Existem alguns documentos que devem compor o projeto e que,


conforme a natureza do projeto ou o edital no qual será inscrito, podem ou não ser exigidos.
Mesmo que estes documentos não sejam exigidos nos editais, é muito importante que sejam
previstos pelo proponente e o gestor do projeto, pois através deles, podem ser evitados vários
problemas. São eles:

- Termo de cessão de espaço

- Carta de anuência dos artistas, dos parceiros, curadores, palestrantes e etc.

- Contratos com fornecedores, artistas, equipe e etc.

- Termo de cessão de direitos autorais

- Termo de cessão de direitos para uso da imagem.

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PRESTAÇÃO DE CONTAS – A prestação de contas é a fase onde são feitas as
comprovações tanto quantitativas, quanto qualitativas para os órgãos incentivadores e para
os patrocinadores.

As comprovações quantitativas se referem a tudo que foi pago através do projeto e as


qualitativas se referem ao que foi realizado.

A boa gestão de um projeto incentivado só pode ser garantida com uma prestação de contas
bem realizada. O proponente precisa se antecipar, planejando e executando o projeto de
forma a garantir a lisura, a transparência e a legalidade na condução de recursos regulados
pelo Poder Público.

Se a prestação de contas não for realizada da forma correta, os proponentes poderão arcar
com consequências tanto financeiras quanto jurídicas. As consequências vão desde ter que
pagar com seus próprios recursos a diferença de valores a ter que responder judicialmente
afinal, descumprir a prestação de contar é burlar a lei. “Ninguém é obrigado a pegar recurso
público, mas, se pegar, deve rezar a cartilha do recurso público” Alburquerque, Márcio -
Secretário do Tribunal de Contas da União.

Vamos então às dicas para que não ocorram problemas com a prestação de contas:

- Para realizar uma boa prestação de contas, deve-se estar atento à legislação relacionada
ao edital do incentivador e/ou patrocinador. As regras devem ser respeitadas e cumpridas à
risca.
- Se possível, contrate um prestador de contas. Durante a elaboração da planilha
orçamentária, insira um valor para este profissional. Assim que começarem a ser feitos os
pagamentos aos fornecedores, artistas e etc, envolva o prestador de contas no processo, pois
ele te indicará a melhor forma de controlar e fazer o uso correto do recurso, além de instruir
sobre tudo que deve ser solicitado aos contratados relativo tanto à documentação que deve
ser gerada por eles (notas fiscais, recibos e etc.) quanto as informações que devem constar
nestes documentos. (O nome do projeto, a rubrica e número de registro do projeto);

- Armazene e organize os documentos assim que forem sendo gerados;

- Se atente aos prazos. Tanto nos editais, quanto nos manuais de prestação de contas dos
patrocinadores, consta a informação sobre o prazo do qual a prestação de contas deve ser
entregue;

- Guarde cópias de todas as peças gráficas produzidas para divulgação do projeto, para que
sejam utilizadas nos relatórios qualitativos;

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- Faça registro fotográfico de todo o material de comunicação visual (testeiras, banners e etc),
do público presente e das atrações (artistas, palestrantes e etc). Estas fotos também devem
ser utilizadas na composição dos relatórios qualitativos.

AVALIAÇÃO DO PROJETO - É importante que seja feita uma avaliação do projeto após a
sua realização para que os erros e acertos possam ser utilizados em uma possível
continuação do projeto ou até mesmo para que sirva como experiência para outros projetos
que venham a ser criados. Geralmente esta avaliação é feita em forma de relatório e é levado
em consideração tudo que aconteceu de bom e de ruim, desde a elaboração até a entrega da
prestação de contas.

É necessário monitoramos e avaliarmos constantemente nossas ações dentro do projeto e


planejar para que, desta forma, nossas experiências sejam aprimoradas para futuros novos
projetos com cada vez mais acertos e menos erros.

MECANISMOS DE PATROCÍNIO - LEIS DE INCENTIVO FISCAL, FUNDOS PÚBLICOS E


PATROCÍNIOS

Lei Federal de Incentivo à Cultura (Lei Rouanet) - http://leideincentivoacultura.cultura.gov.br/

Lei Estadual de Incentivo à Cultura - http://www.cultura.mg.gov.br/gestor-cultural/fomento/lei-


estadual-de-incentivo-a-cultura

Lei Municipal de Incentivo à Cultura e Fundo de Cultura (Belo Horizonte) –


https://prefeitura.pbh.gov.br/cultura/lei-municipal-de-incentivo-cultura-lmic

Fundo Estadual de Cultura de Minas Gerais - http://www.cultura.mg.gov.br/gestor-


cultural/fomento/fundo-estadual-de-cultura

Prosas (plataforma com relação e informações sobre vários editais no Brasil)-


https://prosas.com.br/editais

REFERENCIAL TEÓRICO

- Barros, José Márcio. Cultura, mudança e transformação: A diversidade cultural e os


desafios de desenvolvimento e inclusão. Salvador, 2017

- Declaração universal sobre a diversidade cultural. UNESCO, 2002


https://nacoesunidas.org/agencia/unesco/

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- Instituo Alvorada. Projetos culturais: Como elaborar, executar e prestar contas: Sebrae
Nacional. Brasília, 2014

D’Agostini, Priscila. Gestão de Projetos Culturais. Observatório da Diversidade Cultural.


Belo Horizonte, 2019

Gil, Gilberto. Entrevista disponível em:


https://www.facebook.com/Juninhoibituruna/videos/3265401016806386/UzpfSTY0MDQxND
U0MzoxMDE1ODE1NTc4MjE1OTU0NA/

3 Apitos Esporte + Cultura. Quero incentivar. Disponível em:


http://queroincentivar.com.br/leis-de-incentivo/lei-estadual-de-incentivo-a-cultura-mg/

Lei Municipal de Incentivo à Cultura de Belo Horizonte


http://www.pbh.gov.br/cultura/incentivo/lei6498.htm Belo Horizonte, 1993

Barros, José Márcio e Holanda, Jocastra. Gestão Cultural e Diversidade. Belo Horizonte,
2018

Poretlla, Fernando. Engenharia Cultural. Rio de Janeiro, 2012

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