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Podcast
Disciplina: Geração, transmissão e distribuição de energia
elétrica
Título do tema: Fundamentos básicos para projetos de
sistemas de energia
Autoria: Leandro José Cesini da Silva
Leitura crítica: Karina Yamashita

Abertura:

Olá! Atualmente é muito comum nos depararmos com discussões a respeito de


novas tecnologias e projetos para a geração de eletricidade. As Usinas
Hidroelétricas Reversíveis, chamadas de UHRs, têm sido o foco de vários
especialistas pelo mundo como uma alternativa para o suprimento de energia
elétrica no futuro. Mas você sabia que esse tipo de usina há muito tempo é
utilizada? Inclusive no Brasil?

Estima-se que, no mundo, temos aproximadamente 160 GW de capacidade


instalada em UHR. Desse total, 10 países possuem 77% dessa potência
instalada, sendo a China, com 19%, o Japão, com 17%, e o Estados Unidos,
com 14%, os mais representativos entre eles. As primeiras UHRs são datadas
nos anos de 1890 e 1900, sendo mais impulsionada na década de 1970 devido
à crise do petróleo.

Você deve estar se perguntando, e no Brasil? Pois bem, as primeiras UHRs no


Brasil são datadas também no final do século XIX, funcionando em sistemas
isolados e com regulação muito incipiente e de natureza local.

No Brasil foram instaladas 4 UHRs. Três delas estão no Estado de São Paulo e
uma no Rio de Janeiro. Talvez você conheça alguma delas. As usinas de
Pedreira e Traição foram comissionadas em 1939 e 1940 respectivamente.
Elas fazem parte do complexo Henry Borden, que se localiza no Estado de São
Paulo. Veja que interessante, elas possuem a finalidade de bombear a água do
Rio Pinheiros, em São Paulo capital, para a represa Billings. Essa água é
utilizada para a geração de energia elétrica da usina Henry Borden, que se
localiza em Cubatão. Mas veja isso: devido à baixa qualidade da água do rio
Pinheiros, esse processo de bombeamento precisou ser interrompido para
evitar a contaminação da represa Billings, responsável pelo fornecimento de
água para a população metropolitana de São Paulo. Desde 1992, o
bombeamento só é permitido para o controle de cheias. A usina Edgard de
Souza, também em São Paulo, foi construída em 1902, com capacidade de 16
MW, porém, foi desativa em 1984.

No Estado do Rio de Janeiro, a usina Vigário, com capacidade de 88 MW, faz


parte do complexo Lajes, tem como finalidade o bombeamento da água do Rio
Paraíba do Sul para o reservatório Vigário, o que faz possível a geração de
energia elétrica na usina de Nilo Peçanha.
Devido à necessidade de energia no futuro, bem como as mudanças
observadas na matriz elétrica, talvez projetos de usinas reversíveis possam ser
uma opção muito interessante, pois espera-se um grande aumento da entrada
de novas usinas eólicas e solares, porém a hidroeletricidade, com grandes
reservatórios, tende a se estagnar no longo prazo. E as UHRs além da geração
de eletricidade podem trazer outros benefícios, como: nivelamento de carga;
provimento de inércia; reserva de potência para controle da frequência;
acompanhamento de carga; redução de ciclos de unidades termoelétricas;
controle de reativos; autorrestabelecimento; uso exógenos ao setor elétrico;
entre outros.

Fechamento:

Este foi nosso podcast de hoje! Espero que você tenha ficado ainda mais
curioso sobre os projetos do futuro para a geração de eletricidade no país e no
mundo. Até a próxima!

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