ELEGIAE
11
/ / /
Diuiá="al;Í!;'?i;Üii; giÜ Eáiígérát
lãül:õ'
et teneat culta iugera multa sob,
quemlabor adsiduusuicino terreat hoste,
Mania cui somnos clássicapulsa fugent:
me mea paupertas uita traducat inerti,
dum meus adsiduo luceat igne focus,
lpse seram teneras maduro tempore uttes
rusticus et facili grandia poma menu,
nec Spes destituat, sed frugum semper aceruos
praebeatet pleno pinguia musta lacu.
Nam ueneror seu stipes habet desertus in agris
seu uetus in triuio florida serra lápis;
et quodcumque mihi pomum nouus educat annus,
libatum agricolae ponitur ante Deo.
Flaua Ceres, tibi sit nastro de rure corona
spicea, quae templi pendeat ante fores;
ELEGIAS
11
Outro acumuleparasi riquezasem ouro fulvo
e possuamuitas jeiras de solo cultivado;
sofrimento incessanteo aterrorize por causade
[vizinho hostil,
5 e o toque da trombeta marcial Ihe afugente o sono:
a mim, a minha pobreza me leve por uma vida ociosa, 5
desdeque luza a minha lareiracom o fogo
jpermanente.
Eu mesmo, lavrador, plante no tempo certo
10 fvideiras tenras
e, com mão hábil, grandes árvores frutíferas;
e não me abandonea Esperançamas me dê sempre
[abundância
de frutos e um denso mosto num lagar cheio 10
15 Porque venero o tronco abandonado nos campos
e, na encruzilhada, a vetusta pedra, coroados de
[flores;
e qualquer fruto que o novo ano produza para mim,
consagrado,é oferecido ao Deus do agricultor.
Loura Ceres,possaster, do nossocampo,uma coroa 15
de espigassuspensaante asportas do teu templo;
116 POESIALÍRICALATINA
pomosisque ruber custos; ponatur in hortas,
terreal ut saeua falhe Priapus aues;
uos quoque, felicis quondam, nulo pauperis agn
20
custodes, fertis munera uestra, Lares;
tuna uitula innumeros lustrabat coesa iuuencos,
nunc agna exigui est hostil parua .soli=
cadet uobi$ quam circum .rusttca pubes
clamet ''lol Messeset bona uma date''
25
lam modo iam possim contentus uiuere pardo
nec semper longae deditus esseuiae,
sed Canis'aestiuo; ortus uitare sub umbra
arboris ad duos praetereuntis aquae;
nec tamen interdum pudeat tenuisse bidentem
30
aut stimulo fardos increpuisse boues;
non agnamue sinu pigeat {etumne capellae
deseitum oblita madre referre domum.
At uos exíguo pecori, furesque lupique,
parcite: de m;gno praeda petenda grege.
35
Hic ego pastoremque meum lustrare.quot annis
et placidam soleo spargere lacre Palem.
Adsitis, Diui, nec uos e paupere mensa
dona nec e purésspermte fictilibus:
fictilia antiqulis primum sibi fecit agrestis
40
pocula, dé facili composuitque luto.
Non ego diuitias patrum fructusque requiro,
quos tulit antiquo conduta messes auo:
ALBIO TiBULO 117
e, no meu pomar cheio de frutos, ponha-se um
[rubro guardião,
um Priapo que aterrorize asavescom a foice
[ameaçadora.
Também vós, Lares, guardiães de um campo
foutrora fértil
hoje pobre, tendes os vossos presentes: 20
uma vitela amolada purificava então inúmeros
[novilhos;
agora uma ovelha é a pequena vítima de exíguo
Fsolo:
cairá para vós uma ovelha e, ao seu redor, clame a
[juventude
campestre: ''Vivam Dai-nos colheitas e bons vinhos!''
Possa eu, apenas, viver desde já contente com pouco, 25
e não me entregar semprea longas viagens
mas evitar os ardoresestivaisdo Cão, à sombra
de uma árvore, junto aos regatos de águas que
jpassam.
E não me envergonhe, afinal, haver manejada às
fvezes a enxada
ou haver estimulado bois vagarosos com o aguilhão. 30
Não me aborreço trazer ao colo, de volta a casa,
a ovelha ou o cabritinho abandonado pela mãe
[esquecida.
Vos, porém, ladrões e lobos, poupai o gado escasso:
de grande rebanho deve ser cobiçada a presa.
Aqui, todos os anos, costumo, eu, purificar o meu
35
lpastor
e espargir com leite a plácida Pales.
Sede propícios, Deuses, e não desdenheis, vós, os dons
da mesa pobre e dos vasos sem ornatos:
de barro fez para si o rústico ancestral asprimeiras
taças: fabricou-as de argila, fácil de moldar. 40
Não reclamo, eu, as riquezas dos antepassadose os
lfrutos
que ofereceu a meu ancestral a messe cuidada:
118
perua segessatis est, noto resquiescere tecto
si licet et soluto membra leuaretoro.
Quem iuuat immites uentos audire cubantem
et dominam tenero continuassesinu
aut, delidashibernus aquascum fuderit Auster,
securum somnos igne iuuante seque!
Hoc mihi contingat:sit diuesjure, furorem
qui maris et tristes berrepotest pluuias.
O quantum est auri pereat potiusque smaragdi,
quem fleat ob nostras ulla puella
Te bellare decet terra, Messalla, marique,
ut domus hostiles praeferat exuuias:
me retinent uinctum formosae uincla puellae,
et sedeo duras ianitor ante fores.
Non ego laudari curo, mea Delia: tecum
dum modo sim, quaeso segnis inersque uocer;
te spectem,supremamihi cum uenerit hora,
te teneam moriens deficiente manu.
Flebis et arsuro positum me, Delia, tecto,.
tristibus et lac;imis oscula mixta dabis;
flebis: non tua sunt duro praecordiaferro
uincta, nec in tenero stat tibi lorde sílex.
lllo non iuuenis poterit de funere quisquam
rumina, non uirgo, sicca referre domum;
tu manes ne laede meos, sed parte solutis
crinibus et teneris, Della, parce genis.
Interea, dum lata sinunt, iungamus amores
iam ueniet tenebris Mors adoperta capuz;
iam subrepet iners aetas, nec amare decebit,
dicere nec cano blanditias capite.
POESIA LÍRICA LAHNA ÁLBIO ]?BULA 119
uma seara pequena é bastante se se pode repousar
no leito conhecidoe aliviar o corpo na cama
45 l costumeira.
Como agrada ouvir, deitado, os ventos violentos, 45
aconchegada a amante ao peito amoroso;
ou, derramadas as gél-idas águas do Austro hibernam,
tranqüilo, cair no sono ao calor agradáveldo fogo.
50 Tenha eu estasorte. Rico seja,de direito, o que pode
suportar a fúria do mar e as chuvas sombrias. 50
umas. Oh! Desapareça tudo o que há de ouro e esmeraldas
antes que chore uma jovem por causa de viagens
mossas.
55 A ti convém guerrear, Messala, na terra e no mar,
para que a tua casapossa ostentar despojos inimigos:
a mim me retêm, cativo, os vínculos de uma bela
fmulher 55
e, porteiro, sento-me ante as suas duras portas
60 Não procuro, eu, ser louvado, minha Délia:
lcontanto que
esteja contigo, podem chamar-me ocioso e inerte.
Que eu te olhe quando houver chegadoa minha
[hora suprema;
65 que eu, morrendo, te prenda com mão enfraquecida. óo
Chorarás, Dália, e me darás, posto no leito prestes
a arder, beijos misturados com tristes lágrimas.
Chorarás: não têm as tuas entranhas liames de duro
ferro, nem, no teu amoroso coração, tens uma pedi'a.
70 Desses funerais, nenhum jovem, nenhuma virgem ó5
poderá voltar de olhos secos a casa.
Não ultrajes, tu, os meus Manes mas poupa teus cabelos
soltos, Délia, e poupa tuas faces delicadas.
Entretanto, enquanto o permitem os fados,
lamemo-nos sempre:
logo virá a Morte, a cabeçacoberta de trevas; 70
logo, sobreptícia, virá a idade inerte, e não ficará
fbem amar
ou dizer palavrasternascom a cabeçabranca.
 ÁLBIO nBULO 121
]20 POESIA LIRICALÀTINA

Nunc ]euis est tractanda Venus, dum frangere postes Agora é que sedeve praticar a doce Vênus,
non pudet et rixas inseruisseiuuat; jenquanto não
hic êgo dux milesque bónus: uos, signa tubaeque, 75 envergonha quebrar batentes, e agrada haver
fsemeado rixas:
ite procul, cupidosuulnera ferve uiris,
verte et open; ego composito securus aceruo aqui sou bom general e bom soldado. Vós, insígnias
[e trombetas, 75
dites despiciam despiciamque famem.
afastei-vos: levamferimentos aos varões ambiciosos
e levai também riquezas. Eu, garantido por um
1 10 [acervo razoáve],
os ricos desprezarem
e desprezareia fome.
M.G.N
Quis fuit, horrendos primus qui protulit enses?
Quam peruset uere ferreus ille fuitl
Tum caedeshominum generi,tum proelia nata
et breuior dirae mortis aperta uia est. 1 10
An nihil ille miser meruit, nos ad mala nostra 5

uertimus, in saeuasquod dedit ille feras?
Diuitis hoc uitium est aura,nec bella fuerunt,
faginus astabat cum seyphus ante dapes;
non arces,non ualluserat, somnosquepetebat
10
securus uarias dux gregis inter oues.
Tunc miai uita foret, Valgi, nectristia nossem
arma nec audissem lorde micante subam.
Nunc ad bella trahor, et iam quis forsitan hostis
haesura in nostro tela gerir latere.
Quem foi o primeiro que forjou a horrenda espada?
Quão feroz e realmente de ferro foi aquele
fhomeml
Nasceram então para o gênero humano o massacre,
las guerras
e abriu-se o curto caminho da morte cruel.
Culpa o infeliz não teve: não fomos nós que
lempregamos 5
para nosso mal o que ele nos deu contra os
[animais se]vagens?
E culpa do precioso ouro, e não havia guerras
quando o copo de faia estava ante as iguarias;
não havia cidadelas,nem trincheiras, e tranqüilo
dormia o pastor entre as variegadas ovelhas. 10

Tivesse eu vivido naquele tempo, ó Válgio, não teria

[conhecido
astristes armas, nem com o coraçãopalpitante
[teria ouvido a trombeta.
Agora sou arrastado às guerras,talvez algum
[inimigo já traga os dardos
que ficarão presos no meu flanco.
78
Quamuis Pontica pinus,
siluae filia nobilis,
iacteset genuset nomen inutile:
nil pJctis timidus nauita puppibus
fidit. Tu, nisi uentis
debes ludibrium, caue.
Nuper sollicitum quae mihi taedium,
nunc desiderium curaque non leuis,
interfusa nitentis
uites aequora Cycladas.
33
\lbi, ne doleas plus nimbo memor
nmitis Glycerae neu miserabilis
secantes elegos, cur tibi iunior
laesa praeniteat lide.
Insignemtenui fronte Lycorida
=yri tor1let amor, Cyrus in asperam
leclinat Pholoen: sed prius Apulis
iungentur capreae lupis
ruam turpi Pholoe peccet adultero.
;ic uisum Veneri, cui placet imparis
armas atque ânimos sub iuga aenea
saeuo mittere cum loco.
psum me menor cum peteret Venus,
rata detinuit compede'Myrtale
ibertina, fretis acrior Hadriae
curuantis Calabros sinus.
POESIALíRiCA IA nNA QUINTOHOI{ÁCIOFLACO 79
Ainda que pinho do Ponto tu sejas,
embora oriunda de nobre florest;,
de raça e de nome não úteis te ufanes.
medroso, o piloto nas popas pintadas
não quer se fiar... Tu mesma, se aos ventos 15
15 não queres de escárnio servir, toma tento.
Desgosto me foste penoso até pouco
e agora és desvelo e cuidado nâo leves;
evita, eu te peço, este mar derramado
por entre a brancura marmórea das Ciciadas. 20
A A P
20
33
Não te doas, ó Álbio, em demasia,
lembrando-te da G]ícera cruel,
nem descanses em cantos lamuriosos,
porque.um mais jovem te levou vantagem
na lealdadede um amor lesado. '
Pelo estreito da fronte celebrada 5
5 arde em amor Licóride por Côro;
mas Ciro pende apenaspara Fóloe,
a áspera de amar; antes, 'porém,
da Apú[ia aos lobos se unirão as cabras
do que Fóloe ceda ao torpe amante.
Assim aprouve a Vênus que, brincando, 10
10 agrada-se,cruel, em sujeit;r
ao mesmo jugo de um amor de bronze
corpos e almas sempre desiguais.
Eu mesmo, que uma Vênus bem mais linda
pretendia, deixei-me dominar
15
das gostosas cadeias de Mirtal,
essaliberta mais irritadiça
que as vagas enraivadas do Adriático, 15
que os recõncavos cavam da Calábria...
 0 U > U > U >
<

PI g 0 .Q
0 »
\o

c\
» -G
.Q

0 o' B
B
Q. ao 0 G 0
0
>
3 a) G D
» <
- 0

0
D D 0 B a 0 G

0 5 0 0
D
»
0 D
G

0 8
.Q
a D
G

D
:.Í G 0
.. (D
G
0 G
P

9
3 0
G
.Q

8
3
D
»
h'0
0
0~ 0 0
G >"'t -' a)
»
É. 8 0 D 3
>..U \JP

e B D
2 a' 8'p F.B P
Q-
w'0 »
B
<

PR
U J'' ow 0 » D 0
D' P
»
R' Q. 3 3 0 0
0
a
..Q

G » G
Q- N »
y) »
»
» 4 '
0 D'' 0
H < = 3 0
=
D » .n

3
<

3 a
D G

Q.u 0 8 »
0
«, "Q. = »
('D n- ê 0
R .R
.n

G B

B E
B D
D B i-a Ê. .
G
rb
»
0
0
3 ã
.Q
D
G
N
(D
0 0
!"'t n.
a...B
» »
0 P » D
0 a P P
0 B
0
0 0 3 n.. e. » g
» 0
0
» 3
w 9>
C B 0 D
r't hu.
F 0
G
»
»
<

n'' 8 3 3 0 Q. 3 » 0 »
G Q.
.Q

P D' G
0
» G » G G » -'
»
3 » » » D G D <

G B 3 »
U
» D »
}q

D
6' '\/
» 0

0 u
5
» D
D