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História de Ana

A história de Ana na Bíblia está registrada no livro do profeta Samuel, no Antigo


Testamento. Apesar de Ana aparecer muito brevemente no relato bíblico, certamente ela é uma das
mulheres mais conhecidas da Bíblia. Neste texto, saberemos mais sobre quem foi Ana.

Quem foi Ana na Bíblia?


Para respondermos essa pergunta, precisamos considerar que Ana é o nome de duas mulheres
citadas na Bíblia. Em sua forma hebraica, Hanah, aparece como sendo o nome da mãe de Samuel no
Antigo Testamento, e em sua forma grega, Ana, aparece como sendo o nome de uma profetisa no
Novo Testamento.
O nome Ana significa “graça”, “benevolência” ou “favor”. Esse significado vem do hebraico, mas
em sua forma grega o nome também possui o mesmo significado.

A história de Ana, mãe de Samuel


Ana foi a mãe do profeta Samuel, um dos personagens bíblicos mais importantes. Podemos ler
sobre a história de Ana nos dois primeiros capítulos do livro de 1 Samuel.
Ana era uma das duas esposas de Elcana, sendo a predileta de seu esposo. Elcana era um levita da
linhagem de Coate, mas que não estava na família sacerdotal, e que vivia em Ramataim-Zofim, uma
região montanhosa de Efraim.

Ana era estéril, e é possível que Elcana tenha se casado com uma segunda esposa, Penina, para
que esta lhe gerasse filhos. Embora não fosse o modelo ideal aprovado pelo Senhor com relação ao
casamento, a poligamia era comum nos tempos do Antigo Testamento. Todavia, a própria história de
Ana e Penina, assim como de Raquel e Lia, revela que esse tipo de prática sempre foi seguido de
problemas no lar.
A rivalidade dentro do lar era constante, pois geralmente a esposa que não gerava filhos era
humilhada e duramente importunada pela esposa fértil. Assim acontecia com Ana, que
frequentemente era atormentada por Penina.

Outra fonte de atrito era o favoritismo do marido para com uma de suas esposas. Ana, apesar de ser
estéril, era a esposa favorita (1Sm 1:5-8), assim como Raquel, também estéril, era a esposa favorita
de Jacó.

A oração de Ana
O marido de Ana era um homem muito devoto, e todos os anos levava sua família para Siló, onde
ficava localizado o Tabernáculo desde os dias de Josué (Js 18:1), para adorar e sacrificar ao Senhor.
A questão da esterilidade combinada à irritação por parte de Penina, faziam com que Ana ficasse
profundamente angustia, por isso chorava e não se alimentava (1Sm 1:8).

Em uma dessas jornadas a Siló, Ana foi até a porta do Tabernáculo, e, “com amargura de alma, orou ao
Senhor, e chorou abundantemente” (1Sm 1:10). Em sua oração, Ana pedia por um filho, e assim fez um
voto ao Senhor.
Ana prometeu entregar seu filho ao Senhor por todos os dias da sua vida, e sobre sua cabeça não
passaria navalha. Essa última característica mostra que se tratava de um voto dos nazireus (cf. Nm 6:5).

A reação de Eli perante a oração de Ana


Enquanto Ana orava com perseverança, Eli, o sacerdote, a observava. Ele havia reparado que Ana
só movia os lábios, e não saía de sua boca nenhuma voz audível, concluindo então que ela estava
embriagada.
Quando Eli pediu que Ana se apartasse do vinho, ela o respondeu dizendo ser uma mulher
angustiada que estava ali derramando sua alma ao Senhor, falando com o coração sobre o seu
desgosto. Ana também disse ao sacerdote que não era uma “filha de Belial”, expressão que significava
uma pessoa maldosa e sem valor (1Sm 1:14-16).
Diante disso, Eli a compreendeu e disse: “Vai em paz; e o Deus de Israel te conceda a petição que lhe
fizeste” (1Sm 1:17). Ana então partiu dali, e seu semblante já não era mais triste.

O Senhor concede o desejo de Ana


Depois que a família de Elcana voltou para Ramá, a Bíblia diz que o Senhor se lembrou de Ana, e
passando um tempo, ela concebeu um filho, a qual chamou Samuel. Ainda pequeno, Ana entregou
Samuel no Tabernáculo aos cuidados de Eli.
Todos os anos, quando ia adorar em Siló, Ana tinha o habito de levar uma roupa nova a Samuel. Esse
seu filho foi um dos homens mais notáveis da Bíblia, o qual aparece no livro do profeta Jeremias num
grau de importância semelhante a Moisés (Jr 15:1). Foi Samuel que, usado pelo Senhor, ungiu os dois
primeiros reis de Israel, Saul e, depois, Davi.

Posteriormente ao nascimento de Samuel, Ana se tornou mãe de mais cinco filhos, sendo três
homens e duas mulheres (1Sm 2:21).

O cântico de Ana
No capítulo 2 de 1 Samuel, lemos sobre a oração de Ana em forma de um cântico de ação de
graças (1Sm 2:1-10). O conteúdo desse cântico sem dúvida é muito significativo. Nele Ana
reconheceu a graça, o poder, a santidade e a soberania de Deus.
Sem dúvida, também podemos afirmar que aquele foi um cântico profético, onde Ana, mesmo que
bem vagamente, previu o aparecimento do Ungido de Deus, ao dizer “e dará força ao seu rei, e exaltará
o poder do seu ungido” (1Sm 2:10). O termo para ungido é mashiac, de onde vem a palavra “Messias”,
usado pela primeira vez no Antigo Testamento nessa oração de Ana.
Outra característica interessante desse cântico de Ana é que ele possui muitas similaridades ao cântico
de Maria, quando o nascimento de Jesus lhe foi anunciado (Lc 1:46-55).

A história de Ana, a profetisa


A outra Ana que aparece na Bíblia é mencionada no Novo Testamento no Evangelho de Lucas (cap.
2:36-38). Ana era uma viúva, filha de Fanuel, descendente da tribo de Aser, e é designada como sendo
uma profetisa.
Ana já era uma mulher idosa que havia sido casada por sete anos antes de se tornar viúva. O texto
bíblico nos diz que mesmo aos 84 anos ela não se apartava do Templo, servindo a Deus de dia e de
noite, com jejuns e orações.

Isso não significava que Ana morava no Templo, apenas que ela ficava ali constantemente,
frequentando as cerimônias da manhã e da tarde. O relato de Lucas sugere que, assim como Simeão,
Ana fazia parte do remanescente que “esperava a consolação de Israel” (Lc 2:25).
Quando ouviu as palavras de Simeão, Ana deu graças a Deus pelo comprimento de suas promessas,
reconhecendo e proclamando que Jesus era, de fato, o Messias.

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