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Ana era estéril, e é possível que Elcana tenha se casado com uma segunda esposa, Penina, para
que esta lhe gerasse filhos. Embora não fosse o modelo ideal aprovado pelo Senhor com relação ao
casamento, a poligamia era comum nos tempos do Antigo Testamento. Todavia, a própria história de
Ana e Penina, assim como de Raquel e Lia, revela que esse tipo de prática sempre foi seguido de
problemas no lar.
A rivalidade dentro do lar era constante, pois geralmente a esposa que não gerava filhos era
humilhada e duramente importunada pela esposa fértil. Assim acontecia com Ana, que
frequentemente era atormentada por Penina.
Outra fonte de atrito era o favoritismo do marido para com uma de suas esposas. Ana, apesar de ser
estéril, era a esposa favorita (1Sm 1:5-8), assim como Raquel, também estéril, era a esposa favorita
de Jacó.
A oração de Ana
O marido de Ana era um homem muito devoto, e todos os anos levava sua família para Siló, onde
ficava localizado o Tabernáculo desde os dias de Josué (Js 18:1), para adorar e sacrificar ao Senhor.
A questão da esterilidade combinada à irritação por parte de Penina, faziam com que Ana ficasse
profundamente angustia, por isso chorava e não se alimentava (1Sm 1:8).
Em uma dessas jornadas a Siló, Ana foi até a porta do Tabernáculo, e, “com amargura de alma, orou ao
Senhor, e chorou abundantemente” (1Sm 1:10). Em sua oração, Ana pedia por um filho, e assim fez um
voto ao Senhor.
Ana prometeu entregar seu filho ao Senhor por todos os dias da sua vida, e sobre sua cabeça não
passaria navalha. Essa última característica mostra que se tratava de um voto dos nazireus (cf. Nm 6:5).
Posteriormente ao nascimento de Samuel, Ana se tornou mãe de mais cinco filhos, sendo três
homens e duas mulheres (1Sm 2:21).
O cântico de Ana
No capítulo 2 de 1 Samuel, lemos sobre a oração de Ana em forma de um cântico de ação de
graças (1Sm 2:1-10). O conteúdo desse cântico sem dúvida é muito significativo. Nele Ana
reconheceu a graça, o poder, a santidade e a soberania de Deus.
Sem dúvida, também podemos afirmar que aquele foi um cântico profético, onde Ana, mesmo que
bem vagamente, previu o aparecimento do Ungido de Deus, ao dizer “e dará força ao seu rei, e exaltará
o poder do seu ungido” (1Sm 2:10). O termo para ungido é mashiac, de onde vem a palavra “Messias”,
usado pela primeira vez no Antigo Testamento nessa oração de Ana.
Outra característica interessante desse cântico de Ana é que ele possui muitas similaridades ao cântico
de Maria, quando o nascimento de Jesus lhe foi anunciado (Lc 1:46-55).
Isso não significava que Ana morava no Templo, apenas que ela ficava ali constantemente,
frequentando as cerimônias da manhã e da tarde. O relato de Lucas sugere que, assim como Simeão,
Ana fazia parte do remanescente que “esperava a consolação de Israel” (Lc 2:25).
Quando ouviu as palavras de Simeão, Ana deu graças a Deus pelo comprimento de suas promessas,
reconhecendo e proclamando que Jesus era, de fato, o Messias.