QUINTA-FEIRA, 04 ABRIL DE 2024 Director Editorial Emérito: Semanário Ano II, nº 174 jornalpontoporponto@gmail.

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João Chamusse
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Julgamento de Manuel Chang nos EUA

marcado para 29 de julho em Brooklin
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O rebenta-minas
Samora Machel Júnior estreia-se pré-candidato da Frelimo para as eleições de Outubro

Samora Machel Júnior, filho do primeiro Presi-

dente de Moçambique independente, quebrou o
gelo ao submeter uma carta ao comité central
do partido, manifestando disponibilidade para
concorrer internamente.
Será desta vez que a sua candidatura terá apoio
dos membros? Pág . 02

Pág . 03
Clivagens internas na Renamo

Araújo veste pele de camaleão

2| Ponto por Ponto | Quinta-feira, 04 de Abril de 2024

DESTAQUES
Samora Machel Júnior estreia-se pré-candidato da Frelimo para as eleições de Outubro

O rebenta-minas
O processo de submissão de pré – candidaturas no partido Frelimo ainda não foi matéria
de debate no seio da Comissão Política do partido Frelimo que já levanta alguma agita-
ção internamente, apesar do vazio assente no ponto de agenda da III sessão ordinária
do comité central, Samora Machel Júnior, filho do primeiro Presidente de Moçambique
independente, quebrou o gelo, tendo submetido uma carta ao comité central do partido
manifestando disponibilidade para concorrer internamente, justificando que sua dis-
ponibilidade visa dar resposta aos vários problemas que os moçambicanos enfrentam.
Entretanto, a porta-voz do partido Frelimo, Ludmila Maguni entende que não há razão
para agitação, uma vez que as actividades do partido decorrem a contento e dentro do
cronograma definido, sendo que o processo de candidaturas não está ainda aberto.

1. Expectativas goradas
As expectativas da ter-
ceira sessão ordinária do
comité central, nesse caso
a última, eram que houves-
se decisões estruturantes
no partido. Contudo, tal
não vai acontecer devido
ao processo de manifes-
tação de candidatura que
continua no segredo dos
deuses, começou por di-
zer uma fonte do partido
que preferiu anonimato,
explicando que, na histó-
ria do partido Frelimo, é a
primeira vez que se vai a
uma reunião desta nature-
za sem informação, muito
menos conhecimento de
possíveis pré-candidatos
a candidatos do partido,
pecando por esse dispor
de pouco tempo para que
seja conhecido pelo país.
Aquando da eleição do
presidente Nyusi no partido
Frelimo, o então presiden-
te em exercício, Armando
Guebuza, fazia períplos
um pouco por todo país, de
modo que o mesmo fosse
conhecido e, no caso do
novo presidente, como será
gerido esse processo tendo
em conta que faltam alguns
meses para o início da cam-
panha eleitoral? Questiona
a fonte, sublinhando que
essa terceira sessão ordi-
nária não vai eleger nada,
daí que se exige a cabeça
do número dois do parti-
do, Roque Silva, que não
apresenta explicações aos
membros sobre a demora
na indicação dos candida-
tos, sendo que a previsão
do término dos trabalhos
do comité central está pre-
visto para este sábado.
A responsabilidade é
imputada a Roque Silva
por este ser o operativo
do partido Frelimo e al-
guns já aventam um im-
peachement por não con-
cordar com a forma como
o secretário-geral conduz
os destinos do partido.
”A Comissão Política
esteve reunida ontem. Des-
sa reunião nada se avançou
sobre os candidatos e como
forma eliminar a raiz do
problema, há pretensão de
se mover uma monção que
visa deixar cair o secretá-
rio-geral, algo que não será
fácil”, reconheceu a fonte,
avançando que na ala dos
antigos combatentes a pre-
tensão do Samora Machel
Júnior pode vingar, tendo
em conta que esse órgão
foi responsável pela sua
defesa, aquando da instau-
ração do processo discipli-
nar nas polémicas eleições
internas de 2018 para a
selecção de candidatos às
autarquias em que o antigo
primeiro secretario do co-
mité da cidade, Francisco
Mabjaia, em conluio com
o secretário-geral, impu-
seram a candidatura única
para a autarquia de Maputo
que culminou com a indi-
cação do Eneas Comiche.
Recorde-se que, aquan-
do da rejeição da sua can-
didatura, Samora Machel
Júnior teria encabeçado a
lista pela sociedade civil, o
que foi entendido na altura
como indisciplina que viria
a ser arquivada pelo Comité
de Verificação por se cons-
tatar que o secretariado do
Comité Central promoveu
algumas decisões, na altu-
ra que não iam de encon-
tro com as directivas das
eleições internas do parti-
do para os pré-candidatos
aos órgãos autárquicos.
Será que desta vez a
manifestação da dispo-
nibilidade de candidatar-
-se internamente do Sa-
mora Machel Júnior terá
apoio dos membros? É
uma incógnita. Mas, al-
guns órgãos já manifestam
apoio, caso a candidatura
do mesmo seja aprovada,
pese embora o processo
ainda não esteja aberto.
”Nunca apareceu publi-
camente. Mas, há pessoas
que em silêncio estão a fa-
zer trabalhos internos, ca-
bendo ao tempo dar as res-
postas ” sublinhou a fonte.
2.Frelimo rejeita dis-
cussão de candidaturas
Porque as candidaturas
criam agitação no seio dos
membros do partido, a nos-
sa reportagem contactou a
porta-voz do partido Freli-
mo, Ludmila Maguni, para
obter mais esclarecimen-
tos sobre a matéria, tendo
referido que o processo de
submissão de candidaturas
está em dia, daí que não
deve ser assumido como
demora. Maguni referiu
que tal processo ainda está
dentro do prazo, não ha-
vendo motivos para tanto
alarido, até porque, segun-
do Maguni, outros partidos
também não apresentaram
ainda os seus candidatos.
Questionado sobre a carta
enviada ao Comité Central
pelo seu membro, Samo-
ra Machel Júnior, a fonte
diz desconhecer o teor e a
existência do documento
em alusão. Igual a si pró-
pria, Maguni esclarece que
não há nenhum membro
que tenha apresentando
candidatura, uma vez que
as mesmas não estão aber-
tas, estando no momento a
decorrer os trabalhos dos
órgãos sociais do partido.
”Não há nenhuma demora.
Estamos dentro do prazo
e logo que decorrerem as
eleições, o candidato terá
tempo suficiente para fa-
zer a campanha eleitoral”,
assegurou a fonte apelan-
do a calma e serenidade
por parte dos membros
do batuque e maçaroca.
Redacção
 Ponto por Ponto | Quinta-feira, 04 de Abril de 2024 |3

DESTAQUES
Clivagens internas na Renamo

Araújo veste pele de

camaleão
Manuel de Araújo, membro sénior da Renamo, no passado mês de Janeiro do ano em cur-
so, mostrou intenção de candidatar-se a liderança da perdiz e às presidenciais de Outu-
bro próximo, num claro aceno de quem não simpatiza com a recondução de Ossufo Mo-
made ao cargo. Mas hoje, a virar a casaca, opta por se comportar como um camaleão que
muda em função das circunstâncias e da necessidade de sobrevivência, através de duras
críticas e lições de moral em torno daquilo que considera aceitável para quem presa por
uma liderança aglutinadora e manter o partido como alternativa de governação.

F
oi a partir de
uma carta aber-
ta que Manuel
de Araújo, tam-
bém membro do
Conselho Nacional, expôs
os “pecados” de um por um
dos que considera autores
de clivagens internas, a co-
meçar pelo próprio líder Os-
sufo Momade, de quem se
espera que seja um exemplo
e aglutinador dos membros
como equipe. E contra quem
teceu duras críticas pela for-
ma como gere a crise há
muito instalada no partido.
Todo o enredo que se vive
dentro da Renamo por estes
dias inicia com a exigência
de membros da perdiz a ale-
mejar alterações de fundo
para a efectivação da demo-
cracia interna, maior orgu-
lho do partido, pelo que se
intitula “pai da democracia”.
Este assunto atingiu o
auge a partir do passado 17
de Janeiro do ano em cur-
so, altura em que o actual e
eleito presidente do partido,
Ossufo Momade, terminou
seu mandato e mesmo as-
sim continua sem perspec-
tivas para datas a eleger
um novo corpo directivo.
Contra esta estratégia
de actuação pelo silêncio
atiçou-se vozes a contestar
a intenção de recondução
do actual líder, a partir de
uma explosão de desejos
dos membros com aspira-
ção na liderança da perdiz.
No entanto, Manuel de
Araújo que hoje aparece a
dar lições morais a Ossu-
fo Momade, tecendo du-
ras críticas contra o seu
discurso que faz em todas
aparições públicas, incluin-
do redes sociais contra os
membros do partido que
gere foi o segundo a mani-
festar publicamente a sua
vontade de concorrer para
a liderança da perdiz e con-
sequentemente às eleições
presidenciais de 9 de Outu-
bro próximo, depois de Ve-
nâncio Mondlane, este que
inclusive levou a discussão
até a instâncias jurídicas.
Aliás, De Araújo admitia
possibilidade de se candida-
tar a liderança da Renamo
um dia após terminar o pra-
zo para a actual liderança da
perdiz, como quem queria
forçar necessidade de dis-
cussão em torno da eleição
de um novo corpo directi-
vo, uma questão que conti-
nua incógnita até esta parte.
Na altura, De Araújo in-
sistiu que se a Renamo qui-
ser manter a alcunha de “pai
da democracia” não basta li-
mitar-se a boca, mas funda-
mental a partir de exemplos
concretos e/ou realidade na
gestão do partido. Assim,
De Araújo insurgia-se como
mais um dentro da Renamo
a contestar a permanência
de Ossufo do cargo, esta po-
sição que, inclusive para o
edil de Quelimane e que hoje
aparece a dar lições moralis-
tas, entende que há muito é
exercida fora do mandato.
O autarca ataca tudo
quanto é lado, a partir do
topo até a base, evocando
estatutos que para ele apa-
recem pontapeados sobretu-
do pela liderança de Ossufo
Momade. De Araújo faz du-
ras críticas a discursos feitos
em públicos por Momade,
visando membros do parti-
do que ousam exercer seus
direitos de elegerem e serem
eleitos, tal como plasma-
do nos estatutos do partido.
Entende De Araújo não
haver legitimidade da par-
te de Ossufo partindo do
pressuposto de actuar fora
dos prazos de liderança.
No entanto, o mesmo edil
a ignorar vezes sem conta
que igualmente, em praça
pública teceu duras críti-
cas contra aquilo que en-
tendia como flagrantes
violações a cometer pelos
membros incluindo a lide-
rança máxima da perdiz.
“Num dia é o próprio
Presidente do Partido, que
todos deveríamos respeitar
porque símbolo do partido,
apesar do mandato expira-
do, que diz em grande en-
trevista que não tinha dito
ainda que seria candidato
ou não, pois era diferente do
General Elias, do Venâncio
e do Picardo, que anuncia-
rem as suas candidaturas
fora do tempo e antes do
início do processo legal,
para uma semana depois
ser ele mesmo a dar o dito
pelo não dito, afirmando em
outra entrevista que afinal
era igual aos três, nomea-
damente, ao General Elias,
ao Venâncio e ao Picardo
pois desta vez diz que afinal
de contas vai concorrer!”
Redacção
4| Ponto por Ponto | Quinta-feira, 04 de Abril de 2024

DESTAQUES
Ossufo Momade com poder balançado

Renamo estilhaçada
Há muito que intrigas na Renamo figuram o pão de cada dia. É a figura do líder do maior
partido da oposição, Ossufo Momade, o centro da discórdia entre membros seniores
da perdiz a insurgirem-se contra tentativas de bloqueio à implantação da democracia
interna, algo que devolve o partido ao modelo de liderança tanto optado pelo Afonso
Dhlakama. Embora alguns a forçar voto de confiança na actual liderança, Momade esteve
perto de perder o que lhe resta, o poder de decisão no partido que gere, a ponto da sua
sobrevivência estar pendente da vontade da administração da justiça. Um sinal ululante
a denunciar outros interessados do partido no poder pela permanência de Momade na
cadeira que nunca logrou resultados de grande vulto.

milhões de meticais para as sistema da justiça, na medida

Luís Cumbe
1. Nada fez para sua
eternização
Em posição apoiada por
uma minoria, Ossufo Mo-
made conseguiu fazer pouco
para manter uma liderança
trilhada por Afonso Dhlaka-
ma, pouco aberto a espectros
de democracia interna, um
exercício que muito valeria
ao actual líder da perdiz na
sua ambição pela eternização.
A morte de Afonso
Dhlakama mudou todo um
percurso de liderança que
há muito confundia-se com
ditadura, o que lhe permitiu
o poder até sua morte, mas
um horrível obstáculo à im-
plementação da democracia
interna e é esta ambição cujo
Ossufo Momade nutre e esfor-
ça-se em manter, embora ma-
nifesta incapacidade sua de
para persuasão neste sentido.
É precisamente a inapti-
dão que findo mandato de Os-
sufo Momade, 17 de Janeiro
passado quadros do partido
de que se destaca Venâncio
Mondlane, Elias Dhlakama,
Manuel de Araújo e Julia-
no Picardo ousaram anun-
ciar sua intenção de liderar
o maior partido da oposição,
não obstante fechamento para
democracia interna na perdiz.
2. Pecados que lhe valem
contestação
Há ainda “pecado” origi-
nal na origem das constantes
e contínuas críticas internas.
É que após confirmação dos
resultados das últimas elei-
ções, particularmente presi-
denciais de 2019, de forma
histórica e única Momade as-
sumiu ao cargo e as regalias
inerentes a figura do segun-
do candidato mais votado.
Era uma honra cujo
Dhlakama nunca se dignou
aceitar a abrilhantar Ossufo
Momade com uma série de
regalias, que incluía direi-
to a possuir um gabinete de
trabalho devidamente equi-
pado, utilizar uma residên-
cia oficial, dispor de meio
de transporte, beneficiar do
direito de alienação de via-
tura, passaporte diplomáti-
co para si, seu cônjuge e fi-
lhos menores ou incapazes.
3. Ambição a mistura
O princípio tinha como
objectivo conformar Afonso
Dlhakama para não insistir na
contestação da fraude, entre-
tanto, Momade, o mesmo que,
por um lado almeja princípios
e/ou modelo de liderança de
Dhlakama para a eternização,
assumiu o estatuto, ao mes-
mo tempo que abandonava a
contestação dos resultados,
uma actuação semelhante de
Ossufo assistida nas últimas
eleições autárquicas de 2023.
Em função do estatu-
to de 71,6 milhões meticais
anuais para os cofres do Es-
tado, distribuídos da seguinte
forma: 12.724.860,00 me-
ticais destinados a despesas
de funcionamento; 12.500
milhões de meticais para
bens e serviços; 898.890,00
meticais para transferên-
cias correntes; e 45.500.
despesas de investimento.
4.Uma continuidade com
desmérito
Há muito que a crise na
Renamo se instalara após a
derrota da perdiz nas últimas
eleições autárquicas com as
críticas contra a liderança da
perdiz vindo a partir de fora e,
sobretudo, da camada juvenil.
O movimento de contestação
contra a liderança do partido
forçou a que Ossufo, em Ja-
neiro passado, bloqueasse os
internautas nas contas de re-
des sociais pelas quais passa
veicula conteúdos de inte-
resse do partido e que ten-
dem a merecer duras críticas.
É o mesmo líder que, no
passado, prestes a assumir
a liderança prometeu que a
missão da Renamo seria con-
tinuar a ser uma alternativa de
governação no xadrez políti-
co, enfatizando necessidade
de acções visando fortaleci-
mento da coesão interna. En-
tretanto, este mesmo desejo
nem de longe Ossufo Moma-
de aparenta poder alcançar, a
julgar pelos últimos desen-
volvimentos no seio do parti-
do e que há muito se arrastam.
5. Outros interesses do
partido no poder na per-
manência de Ossufo
No entanto, assiste-se
uma gestão da Renamo em
constante perda de populari-
dade em níveis preocupantes
e a um ponto em que a sua
sobrevivência no partido que
gere dependeu do apoio do
em que o Tribunal Judicial
de Maputo recua na deci-
são, rejeitando a providência
cautelar submetida por Ve-
nâncio Mondlane a exigir a
anulação de decisões toma-
das por si, sob o argumen-
to de estar fora do mandato.
Embora a decisão do re-
cuo do Tribunal aconteça
em plena negociação entre
Ossufo Momade e Venâncio
Mondlane, na prática, o diri-
gente da perdiz foi forçado a
negociar junto daqueles que
lutam contra sua permanên-
cia na gestão do partido, para
além de ter sido uma acção a
vulgarizar a liderança do par-
tido nos moldes nunca vistos.
É algo novo e humilhan-
te na história da perdiz e a
anunciar existência de outros
interessados na permanência
de Momade no partido para
alguns benefícios inconfessá-
veis ao xadrez político nacio-
nal, sobretudo para o perío-
do eleitoral que se avizinha.
Experiências do pas-
sado que incluem Ossufo
Momade na gestão do se-
gundo e maior partido da
oposição, em alguns poucos
anos foram suficientes para
um declínio significativo da
oposição da alternativa de
governação aos moçambi-
canos. Um revés para a tão
nova democracia de um país
que tende a seguir modelo
de governação ditatorial pe-
rante esforço de fechamento
a um exercício de liberdades.

Julgamento de Manuel Chang nos EUA
marcado para 29 de julho em Brooklin
A
ntigo ministro
das Finanças
de Moçam-
bique refuta
acusações de
ter feito do esquema que de-
fraudou investidores norte-
-americanos e resposabiliza
o Presidente Filipe Nyusi.
O antigo ministro das Fi-
nanças de Moçambique, Ma-
nuel Chang, começa a ser
julgado no dia 29 de julho,
em Brooklin, Nova Iorque.
Em causa o seu envol-
vimento no chamado es-
cândalo das "dívidas ocul-
tas", que lesou o Estado
moçambicano em mais de
dois mil milhões de dólares.
Uma nota do Centro de
Integridade Pública (CIP) de
Moçambique, que tem segui-
do o caso de perto, avança
com a data, marcada depois
de numa audiência premi-
linar no dia passado dia 25,
o juiz do caso, Nicholas G.
Garaufis, decidiu que o Go-
verno pode fazer buscas no
telemóvel de Chang, que foi
confiscado pelas autoridades
sul-africanas em 2018, aver-
bando a primeira grande der-
rota à defesa do antigo go-
vernante nos Estados Unidos.
O Governo norte-ame-
ricano, através do Depar-
tamento de Justiça (DOJ),
apresentou uma nova acu-
sação contra Manuel Chang
(a quem também designa
“Pantero” e “Chopstick).
O documento de 24 pá-
ginas é designado Acusação
de Substituição (Superse-
ding Indictment) e não in-
clui outros réus do caso.
Manuel Chang nega to-
das as acusações e aponta
o Presidente da República
Ponto
por
Filipe Nyusi como o prin-
cipal responsável pela con-
tratação das dívidas ocultas.
O Governo dos EUA de-
fende que o projecto do Siste-
ma Integrado de Monitoria e
Protecção (SIMP) do espaço
marítimo moçambicano, que
deu a origem às dívidas ocul-
tas, não foi pensado pelo Go-
verno moçambicano nem con-
cebido para proteger o espaço
marítimo de Moçambique.
A acusação diz que é um
projecto de “fachada criado
pelos réus e co-conspirado-
res para ganhar dinheiro”.
“Na realidade, os proje-
tos marítimos Proindicus,
EMATUM e MAM foram
usados pelo arguido Manuel
Chang e os seus co-conspi-
radores para desviar partes
do produto do empréstimo a
fim de pagar milhões em su-
bornos e comissões a si pró-
prios, a outros funcionários
Contacte –nos atraves de: jornalpontoporporto@gmail.com ou
Telefones: (21) 092 270| (+258) 82/87 4576070| 842698181
ponto
do Governo moçambicano e
a banqueiros”, lê-se na acu-
sação citada na nota do CIP.
O antigo ministro é apon-
tado como tendo feito parte
do esquema que defraudou
investidores norte-americanos
e "serviu-se do sistema finan-
ceiro norte-americano para
ganhar dinheiro de subornos e
comissões e ainda fez a lava-
gem do dinheiro do crime pra-
ticado, usando, igualmente, o
sistema financeiro dos EUA".
Refira-se que a primeira
grande derrota da defesa de
Chang: tribunal autoriza bus-
cas no telemóvel No dia 25 de
Março houve audiência no tri-
bunal de Brooklyn para julgar
uma montion in Limine6 na
qual a defesa de Chang, ale-
gava que o telemóvel do ex-
-ministro das Finanças, com o
qual foi detido em Dezembro
de 2018 em Joanesburgo, não
devia ser vasculhado pelo Go-
Ponto por Ponto | Quinta-feira, 04 de Abril de 2024
DESTAQUES
verno norte-americano. Quan-
do Chang foi detido, o seu
telemóvel foi confiscado pelas
autoridades sul-africanas e de-
pois que Chang doi extradita-
do aos EUA, o telemóvel foi
entregue às autoridades norte-
-americanas. O DOJ requereu
ao tribunal que emitisse man-
dado para autorizar buscas no
telemóvel de Chang. A defesa
contestou alegando que o pe-
dido do Governo chegou tarde
(mais de 30 dias após o confis-
co do telemóvel) e que o tele-
móvel é pessoal e contém in-
formações pessoais de Manuel
Chang. A defesa argumentou,
ainda, que quando Chang foi
detido já não era ministro das
Finanças e passavamse vá-
rios anos (cerca de 5) desde
que tinha cometido os crimes
de que é acusado. Pelo que,
a probabilidade de encontrar
alguma informação relaciona-
da com o caso em julgamento
|5
no telemóvel era mínima. Por
isso defendia que o telemóvel
devia ser devolvido a Chang,
através dos seus advogados.
Por sua vez, a acusação
defendia que apesar de o te-
lemóvel ter sido adquirido
por Chang após ter deixado o
Governo, há probabilidade de
que Chang tenha transferido
informação dos telemóveis
anteriores para o actual e nisso
interessava ao Governo (nor-
te-americano) verificar a exis-
tência de possível informação
que pudesse ajudar a consti-
tuir provas contra Chang nos
casos em que é acusado. O
Procurador Jonathan Siegel,
que apresentou os argumen-
tos do DOJ na sessão de au-
diência do dia 25, explicou
especificamente que Chang
mantinha comunicações com
Jean Boustani mesmo após
ter deixado o cargo e que ao
fazer buscas no telemóvel,
poder-se-ia encontrar mais
evidências do envolvimento
de Chang com os outros co-
-conspiradores. O CIP adqui-
riu a transcrição da sessão na
integra e tal como o fez no
passado, publica para, na ín-
tegra, consulta livre dos cida-
dãos (documento disponível
somente na língua inglesa).
No dia 27 de Março, o Juiz Ni-
cholas G. Garaufis decidiu que
o Governo norte-americano
podia fazer buscas no telemó-
vel de Changa, negando, desta
forma, dar provimento ao pe-
dido da Defesa. Assim, todas
as comunicações mantidas no
telemóvel de Manuel Chang
até ao dia 29 de Dezembro de
2018, quando foi detido em
Joanesburgo, estão na posse
do Governo dos EUA. VOA
PUB
6| Ponto por Ponto | Quinta-feira, 04 de Abril de 2024

FICHA TÉCNICA
Em memória
ADMINISTRAÇÃO
Administradora - Esmeralda do Amaral Por João Chamusse
E-mail: esmelifania2002@gmail.com (jchamusse@yahoo.com.br)
Cel: (+258) 87 457 6070 / (+258) 82 457 6070

Presunção de culpa
Assistente administrativa - Elisabeth Quembo
E-mail: quemboelizabeth@gmail.com
Cel: (+258) 84 869 5126

D
CONSELHO DE DIRECÇÃO
Esmeralda do Amaral ecididamente, está a
Joaquim Matavel ficar difícil acreditar
DIRECTOR EDITORIAL EMÉRITO na sanidade mental
João Chamusse de quem toma certas
decisões neste país.
CHEFE DE REDACÇÃO De algum tempo para cá, mui-
Luís Cumbe tas bombas de gasolina, senão to-
E-mail: luisfercumbe@gmail.com das, não aceitam vender gaso-
Cel: (+258) 84 922 7073 / (+258) 86 614 5476
lina em recipientes no lugar de
abastecimento directo na viatura.
REDACÇÃO As alegações esgrimidas é que trata-
João Matusse, Luís Cumbe, Dionildo Tamele e Elton se de uma ordem emanada pela Polí-
da Graça cia, sob alegação de se prevenir o uso
de gasolina durante as manifestações.
COLUNISTAS
Entretanto, analisando-se esta ori-
Joaquim Matavel e Francisco Rodolfo
entação fica claro que a Polícia apenas
olhou para as coisas apenas do seu
FOTOGRAFIA
Ivan Gonçalves ponto de vista de defesa de interesses
próprios, sem no entanto ver o assun-
REVISÃO to do ponto de vista do consumidor.
EP Na verdade, no contexto de não
pouca gente, é muito normal, so-
GRAFISMO bretudo por estes dias de crise e
Magalatchombe penúria generalizados, o com-
bustível acabar na viatura e o re-
DISTRIBUIÇÃO E EXPANSÃO
Milton Muthisse curso ser dirigir-se às bombas para
Cel: (+258) 82 457 6070 comprar a gasolina em recipiente.
Por outro lado, existem outros
dispositivos diferentes de viaturas
PUBLICIDADE E ASSINATURAS
Cel: (+258) 87 457 6070 / (+258) 84 269 8181 que usam a gasolina, tal é o caso
E-mail 1: jornalpontoporponto@gmail.com de moto-serras. A própria gasolina
E-mail 2: esmelifania2002@gmail.com em uso nos barcos obriga ao recur-
so a recipientes para a sua compra.
CONTABILIDADE Quem fala de barco pode tam-
Severino Wamba bém acrescentar no mesmo lote os
Cel: (+258) 85 262 2158 geradores que funcionam a gasolina.
Será que as chefias da Polícia to-
PROPRIEDADE maram em consideração todas as
PANGOLIM MULTIMEDIA, LDA situações possíveis que obrigam
Av. 25 de Setembro, nº 1676, 1º andar, porta 7 ao recurso de recipientes na com-
Maputo Moçambique pra do combustível nas bombas?
Telefone (+258) 21 092 270 Tanto quanto se pode concluir,
é que quem tomou esta medida,
REGISTO diga-se, de legalidade duvidosa,
06/GABINFO-DEPC/2020
encontra-se fora da realidade do
quotidiano moçambicano, caracter-
IMPRESSÃO
Sociedade de Notícias, SA
izado por penúrias de vária ordem.
Diferentemente das chefias poli-
ciais que certamente beneficiam
de subsídios para o combustível à
custa dos impostos dos cidadãos,
e por isso andam sempre com
tanque cheio, muitos dos moçam-
bicanos andam com tanque abaixo
do último palito, tal como vul-
garmente se diz na voz do povo.
Aliás, a ordem policial pode até
certo ponto ser considerada como
uma espécie de presunção de cul-
pa em relação a qualquer que seja
o cidadão, apenas porque existem
aqueles que também compram
a gasolina para fins não lícitos.
Esta medida, por outro lado, não
difere da mesma posição tomada pela
Polícia no dia das manifestações que
ditaram a presente norma, quando a
pretexto de perseguir os manifestant-
es andou prender a tudo e todos os que
foram achados na via pública. Mais
tarde foi a vergonha que se assistiu,
com os tribunais a ilibar os detidos por
falta de matéria para a sua detenção.
Não tarda qualquer dia, sob
pretexto de combate à criminali-
dade, vermos a Polícia a prender
qualquer um que for apanhado
a circular no período nocturno.
A Polícia, na sua missão, deve
fundar-se na legalidade e promoção
da paz social, o que vai em con-
tramão com a actual medida policial.
Esperamos que quem de direito
venha repor a legalidade e justiça, que
estão sendo postas em causa pelas
chefias da Polícia que tomam medi-
das desfasadas da realidade moçam-
bicana. A Luta Continua! (PpP)

Editorial
Pedra no charco
P
ode ter sido coincidência. Mas não
deixa de fazer pensar o momento
em que Samora Machel Júnior esco-
lheu para anunciar o seu passo em
frente na corrida em nome da Freli-
mo nas eleições de Outubro próximo. Se é ver-
dade que, por estes dias, com o Comité Central
no centro do furacão, as pretensões presidenciais
tornam-se sempre um assunto de destaque; não
é menos verdade que a eleição, no Senegal, que
colocou o jovem Bassirou Diomaye Faye a fren-
te dos destinos do país, reacendem o debate da
possibilidade de jovens a frente das nações afri-
canas, sempre empurradas para baixo da pirâ-
mide de desenvolvimento pelas mesmas mãos
que se celebram como donas da independência.
Não é a primeira vez que Samora Machel Júnior
mostra ambições políticas. Já em 2018, quis se co-
locar a frente da autarquia de Maputo. Mas um
esquema interno impos candidato único, Eneas
Comiche. Descontente, Samora pôs-se a frente da
sociedade civil, o que foi considerado indisciplina
dentro do partido, num processo tumultuado ter-
minando em nada pela mão da ala dos militares.
Sabia-se dos círculos mais próximos de que o fi-
lho do primeiro presidente do Moçambique inde-
pendente – uma ligação sanguínea muito chamada
nesta candidatura, quando ele próprio fala de ser
‘‘filho da luta de libertação’’ -estava a preparar esta
candidatura chancelada por nomes de vulto de den-
tro do partido e que até aqui não foram revelados.
Ponto por Ponto | Quinta-feira, 04 de Abril de 2024 |7
OPINIÃO
Esta posição de Samora Machel Júnior, este pas-
so em frente, é uma espécie de pedra no charco
de um partido que se continua a negar a discutir
candidatos para as presidenciais. E se alguma coi-
sa a indicação do novo primeiro secretário para
cidade de Maputo ensinou é a facilidade que Ro-
que Silva tem para impor candidato único. Uma
perspectiva que foi logo encontrada no discurso
do Presidente da Frelimo, Filipe Nyusi, na abertu-
ra da sessão da Organização da Mulher Moçam-
bicana, um dos braços mais significados dentro
do Partido Frelimo. “Não tenham medo de ali-
nhamento”, disse Nyusi, como que a sugerir que
a Frelimo devesse ter um candidato único, colo-
cando de lado todo um processo interno e todas
as pretensões de vários candidatos em concorrer.
Como se a Frelimo ainda pudesse falar em voz
única, quando são cada vez mais visíveis as lacu-
nas internas. "A minha candidatura é um misto de
inquietações, mas também de esperança, visando
dar respostas aos problemas e desejos dos moçam-
bicanos", escreve no seu manifesto Samora, pro-
blemas de um país que passam, invariavelmente,
pelos problemas do próprio partido. A porta-voz
já apareceu a dizer que as candidaturas não es-
tão ainda abertas, como que a colocar a água na
fervura das vozes que já celebraram este primeiro
passo de Samora Machel Júnior. O futuro conti-
nua incerto, mas a pedra já foi lançada ao charco.
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8| Ponto por Ponto | Quinta-feira, 04 de Abril de 2024
OPINIÃO
Hábitos nocturnos saudáveis: por
que cultivar?
U
m hábito se trata de uma acção que
se repete com frequência e regularida-
de. Hábitos nocturnos saudáveis são
rotinas de acções que são realizadas
antes de dormir com o objectivo de
promover um sono de maior qualidade.O sono é fun-
damental para uma pessoa conseguir produzir, tra-
balhar, se relacionar e se sentir bem consigo mesma.
Há uma relação directa entre dormir bem e ter mais
saúde mental. A privação do sono de qualidade é ca-
paz de provocar diversos problemas relacionados ao
stress, memória, atenção, capacidade cognitiva e de
aprendizagem e queda da produtividade. Além disso,
uma das funções do sono é regular os níveis de hor-
monas como a serotonina e a melatonina, que estão
directamente relacionados às oscilações de humor.
O sono, portanto, está directamente atrelado à
qualidade de vida. Quanto melhor se dorme, mais
disposição, foco e bem-estar tens para viver os seus
dias e enfrentar os problemas e desafios que cruzam o
seu caminho. Ou seja: quanto melhor o sono, maiores
são as suas chances de sucesso em tudo o que se pro-
põe a fazer. Isso porque é durante o sono que o orga-
nismo exerce as suas principais funções restaurado-
ras do corpo, como o reparo dos tecidos, a síntese de
proteínas e o crescimento muscular. Durante esse pe-
ríodo, repõe energias e regula o metabolismo, o que
é fundamental para manter corpo e mente saudáveis.
Hábitos nocturnos saudáveis
Existem vários hábitos nocturnos saudáveis
que podem ser implementados no seu dia a dia
para ter um sono realmente reparador.Tudo o que
fazemos antes de dormir pode impactar positi-
va ou negativamente a qualidade desse sono, por
isso, é preciso começar a pensar sobre as acções
que começam bem antes do horário de dormir.
1. Estabeleça limites de horário de trabalho
Defina horários para começar a terminar
de trabalhar a fim de evitar prolongar a jorna-
da de trabalho por muitas e muitas horas além
do que é considerado saudável para a sua saúde.
Ao ultrapassar os seus limites, acabas tirando
horas de sono e lazer para trabalhar mais, o que
prejudica a sua qualidade de vida como um todo.
Sem contar que a sobrecarga de trabalho também
PSICODIALOGAR
Joaquim Matavel
jmatavel@gmail.com
pode contribuir para o desenvolvimento da síndro-
me de burnout, um distúrbio emocional com sinto-
mas de exaustão extrema, stress e esgotamento físi-
co resultante de situações de trabalho desgastantes.
2. Estabeleça uma rotina de sono regular
O corpo humano tem um ritmo natural conhecido
como ritmo circadiano, responsável por regular pa-
drões de sono e vigília durante o dia. A melhor forma
de aproveitar ao máximo esse ritmo é criando uma
rotina de sono regular, ou seja, tendo horários estabe-
lecidos para dormir e acordar todos os dias.Essa con-
sistência é importante para que o corpo se ajuste natu-
ralmente, além de contribuir para a qualidade do sono.
3. Evite as telas antes de dormir
Os dispositivos electrónicos como computadores,
celulares e tablets não devem ser utilizados antes de
dormir, pois a luz azul que emitem é capaz de interferir
na produção de melatonina, uma hormona que regula
o sono. Além disso, ficar a ver conteúdos ou a trocar
mensagens pode te deixar mais desperto, atrapalhando
a indução ao sono que deve ocorrer antes de se deitar.
4. Não consuma substâncias estimulantes
Cafeína, nicotina, refrigerantes à base de cola
e outras substâncias estimulantes são capazes de
impactar negativamente na qualidade do sono se
forem ingeridas poucas horas antes de dormir. As
bebidas alcoólicas também são vilãs. Podem até
favorecer o início do sono, porém o descanso será
de baixa qualidade. Por mais que o álcool induza
o sono pelo efeito hipnótico, ao mesmo tempo, o
fragmenta, aumentando os riscos de pausas respi-
ratórias e impedindo o relaxamento total do corpo.
5. Crie um ambiente propício para o sono
Um ambiente tranquilo e confortável é fundamen-
tal para uma noite de sono reparadora. O quarto deve
estar escuro e silencioso mas, se necessário, opte por
máscaras e tampões auriculares. Colchão e travessei-
ros de qualidade também são importantes para man-
ter o conforto a noite toda, assim como um ambiente
ventilado e com temperatura agradável. Se for da sua
preferência, opte por colocar sons relaxantes, como
ondas do mar ou chuva, por exemplo. Outra dica é
apostar em umidificadores com cheiros calmantes.
6. Pratique meditação e técnicas de relaxa-
mento
Antes de dormir é recomendado adoptar práticas
de relaxamento que visam acalmar o corpo e a mente.
Alguns exemplos são: meditação, respiração profun-
da e alongamentos. Tudo isso contribui para reduzir
a ansiedade e o stress que se acumularam ao longo
do dia. Meditar pode não ser simples no começo, por
isso, é indicado utilizar algumas meditações guiadas.
7. Evite refeições pesadas
Ao consumir alimentos pesados ou ricos em gor-
duras antes de dormir, podes sofrer com indigestão
ou desconforto, o que também prejudica a qualida-
de do sono. O indicado são nutrientes que ajudam a
relaxar. Alimentos como banana, leite e abacate são
fontes de triptofano, uma substância que contribui
para a liberação de melatonina, a hormona do sono.
8. Leia um livro
A leitura é uma actividade silenciosa, ou seja,
muito diferente de assistir vídeos ou filmes. Ao criar
o hábito de ler pouco antes de dormir, induzes o
corpo ao relaxamento e ao sono de uma forma tran-
quila. Isso porque, ao se tornar uma acção rotinei-
ra, o corpo passa a entender que o momento de ler
significa que está a chegar a hora de dormir. Além
disso, ler um livro ajuda a distrair a mente e relaxar
os músculos, afastando os problemas do dia a dia.
Problemas para dormir, como dificuldades para
iniciar ou manter o sono ao longo da noite, po-
dem estar relacionados a algum tipo de questão de
saúde mental, como transtornos de ansiedade, de-
pressão, síndrome de burnout, entre outros. Para
ter o entendimento da causa raíz dos sintomas e
um diagnóstico adequado, em alguns casos é ne-
cessário consultar profissionais da área da saúde.
 Ponto por Ponto | Quinta-feira, 04 de Abril de 2024 |9

OPINIÃO

MARTELADAS
Francisco Rodolfo

Comité Central da Sexta-feira:

FRELIMO: Prepara a “marcha” para a
vitória nas Eleições Gerais…
● Organizações Sociais já reunidas: OJM e OMM…

O
momen- na Regedoria de “Nha- crianças, corta as cabe- FRELIMO: Prepara MO com a “sua” Co-
to político titima” (agora baptizado ças com catana e outras a “marcha” para a vi- missão Política e Secre-
que esta- com Malane, na chama- atrocidades de triste me- tória na Eleições Ge- tariado do Comité Cen-
mos viven- da Maxixe-Velha) … mória… Veja o que se rais…
do em Mo- Isto para explicar, que passa em Cabo Delgado, É o que o Presiden- tral está na Matola, para
çambique é de interesse a “guerra” em Cabo Del- queimar “igrejas” para te da FRELIMO, Fi- o ALINHAMENTO
para toda a sociedade gado, não é como alguns dizer que é “guerra” en- lipe Jacinto NYUSI, desejado para a “esco-
moçambicana e não só. – intitulados “activistas” tre cristãos e muçulma- está incutindo às suas lha certa”.
Os recursos que esta – que até são entrevis- nos… Organizações Sociais, As Organizações So-
bela “Pátria Amada” tados pela RFI (Rádio Quem nasceu ontem – desde Segunda-feira que
possui (gás e grafite), França Internacional) ou vem com a ladainha de reuniu com a “sua” orga- ciais já reunidas: OJM
por exemplo, são de tal RTP-África em DIREC- que “Moçambique está nização juvenil – a OJM e OMM, faltando a
magnitude que os países TO, opinando que a “o sendo mal governado” (Organização Nacional ACLLN (Associação
do mundo inteiro estão conflito” tem como base – sabendo de antemão da Juventude) e nesta dos Combatentes da
- e sempre estiveram – o que eles consideram que mesmo com secas, Quarta-feira (3.4.2024),
Luta de Libertação Na-
com olhos virados para “revolta” da população cheias e ciclones de que com cinquentenária
“NÓS” … – macondes, ajauas, ma- Moçambique sofre cicli- OMM (Organização da cional), que reunirá),
Ainda eramos “mu- cuas, contra o “Governo camente: há gigantesco Mulher Moçambicana). Quinta-feira (4.4.2014),
fanitos” * nos anos cin- de Moçambique”. esforço de desenvolvi- A sessão do Comité “Núcleo dura da glorio-
quenta e sessenta, já a Dizem que é por cau- mento. Inculcam isso Central traçará as “Di- sa FRELIMO”…
Gulf Oil fazia a pesqui- sa do abandono votado tudo na nossa juventude retrizes” para a Escola
Justifica-se, porque
sa de petróleo na Baía à Cabo Delgado, desde (para ser antipatriotas) – de Candidatos aos mais
de Inhambane e tínha- a Independência Na- facilmente manipuláveis diversos órgãos, consi- os eleitos no dia 9 de
mos nos coqueiros es- cional, esquecendo-se para acreditar as “men- derando que serão das Outubro de 2024, fica-
crito “Gulf Oil” – Con- – sabem, todavia não tiras” que diariamente Eleições Gerais, que rão a “governar-nos” 5
tada… Não sei se ainda têm coragem de afirmá- é difundida nas “Redes sairão o Presidente da anos…
os coqueiros conservam, -lo - que as sucessivas Sociais” … República, os Deputa-
porque, com vários ci- “guerras de que Moçam- Foi pensando nas dos da Assembleia da Por isso VÁ RE-
clones desde o CLAU- bique” foram alvo – por Eleições que a FRELI- República, a “Cabeça CENSEAR-SE e não vá
DE até aos nossos dias causa desses recursos, MO está na Matola, de Listas” das Assem- recensear-se 2 vezes (2ª
com o FILIPO, mui- são os que contribuíram na Escola Central do bleias Provinciais (sai- via para ter 2 “Cartões
tas árvores tombaram para que Moçambique, Partido do “batuque” rão os “Governadores bonitos) …
e foram substituídas na atrasasse. e “maçaroca”, que esta Provinciais” e Mem-
propriedade do meu fa- Não pode “organizar” formação política se- bros das Assembleias “mufanitos” * - lín-
lecido avó Rungo Kudzi nada quando o “terroris- xagenária: o Comité Provinciais). gua tsonga que significa:
(Francisco Xavier) ali mo” mata pessoas: pila Central na Sexta-feira: Por isso, a FRELI- moço, rapaz…
10 | Ponto por Ponto | Quinta-feira, 04 de Abril de 2024
OPINIÃO
VA LE KAYA KA MAKUNYULE
Dionildo Tamele
Moçambique: um anátema em
tempos de eleições (1)
M
oçam- Se, por um lado, é difícil
bique imaginar uma logística
é um para aquele ponto, por
anátema outro lado, há uma imi-
políti- nência de desintegração.
co, dado a configuração Outro aspecto é referen-
geoestratégica, o que te a declaração feita pela
deixa entrever proble- CNE, do déficie de fun-
mas de grande relevo que dos para alimentar o fe-
condicionam a susten- nómeno eleitoral, o que
tabilidade de sua admi- também torna duvidosa
nistração. O terrorismo a sua realização. A este
impossibilita a flexibili- facto subentra ainda a
dade de acções de que o crise estrutural, sistémi-
centro do poder precisa ca e ideológica dos par-
para melhor arbitragem tidos políticos, aliada ao
de conflitos de interesse facto de os concelhos,
e do suporte estratégico as reuniões e congressos
que daí pode derivar. A com valor projectivos,
nova geografia desenha- serem realizados com
da pelo flagelo em Cabo atrasos significativos, o
Delgado, desproporcio- que cauciona o projecto
naliza o nosso horizonte social de Moçambique e
temporal em relação ao a construção de um ideal
devir e o destino do país de nação que se preten-
como unidade, e não faz de. Um último elemento
nutrir nenhuma espe- de ordem cósmica é a na-
rança de se poder criar tureza que uma vez mais
condições para a reali- revelou a fragilidade do
zação de eleições gerais. Governo central em lidar
Ponto
Contacte –nos atraves de: jornalpontoporporto@gmail.com ou
Telefones: (21) 092 270| (+258) 82/87 4576070| 842698181
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dtamele@gmail.com
com fenómenos naturais. dizimadas, condicionan- Moçambique existe uma
A questão que se colo- do a fonte primária de intenção desestruturada.
ca: como é que um cor- acesso e comunicação Os actores directa e pa-
po totalmente debilitado com outros pontos, o ralelamente ligados ao
pode levar a cabo e para que economicante sig- propósito da construção
frente, empreendimentos nifica que o que já não de Moçambique enquan-
de grande envergadura? existia e que permitia so- to uma sociedade sólida
A realização das eleições nhar com uma modela- e edificada, tem sobre
é uma incerteza como gem rodoviária, tornou- uma acção parasitária
apontamos mais acima, a -se eternamente irisório. como diria Baumann.
fragilidade dos serviços Como falar de elei- Para Ngoenha está
oferecidos pelo Estado ções e sua realização claro que esta é uma in-
torna, impossível o esta- se as condições de base cumbência que só cabe
belecimento de qualquer não estão criadas? Não aos moçambicanos, por-
instituição do governo, existem estradas em con-
que o ocidente conti-
visto que o monopólio dições de oferecer uma
nuará na mesma posição
está nos indivíduos e não franca mobilidade, falta
nas suas funções. Os de- dinheiro para alimentar de delapidadora. Cabe
sastres naturais clareiam os diversos programas a Moçambique, assim
um horizonte catastrófi- e agendas necessários como a CNE, tomar uma
co, não só pela nossa in- para o seu funciona- posição firme e resoluta
capacidade de lidar com mento. Ignorar esses e lidar de modo desvela-
a natureza, mas porque aspectos vitais, que ani- do com seus problemas.
a sua acção sobre nós mam a materialização Nenhuma política parti-
revela a nossa peque- da democracia, é negar a dária de ressentimento
nez, com implicações esta a sua dimensão ins- nos ajudará a ter clareza,
administrativas de gran- titucional e geográfica. fora o facto de tornarem
de peso: as estradas que Cada aspecto men- evidente a nossa condi-
foram construídas com cionado, indica que a ção mísera de oprimidos
material precário foram cada acção que acomete e de servos voluntários.
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 Ponto por Ponto | Quinta-feira, 04 de Abril de 2024 | 11
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12 | Ponto por Ponto | Quinta-feira, 04 de Abril de 2024

SOCIEDADE
Crise de transporte na região do Grande Maputo

FEMATRO rejeita responsabilidade

● Cooperativas rejeitam e apontam degradação das vias no envelhecimento da frota;
● Ligações e entrevistas dos cobradores penalizam cidadãos nas horas de ponta;

Sufocados pela estrutura de custos que diariamente regista um aumento na praça, sobre-
tudo os combustíveis, acessórios, honorários para tripulação, os transportadores repre-
sentados pela Federação moçambicana dos transportadores rodoviários (FEMATRO)
sentem-se abandonados pelo governo e só não abandonam a actividade por a considerar
de cariz social. Segundo o presidente da coletividade, Castigo Nhamane a taxa que actual-
mente é cobrada na área metropolitana está desfasada pelo tempo, depois de um estudo
de há nove anos que já vinha alertando para o facto de haver um reajuste como forma de
aliviar as dificuldades que passam os operadores. Entretanto, alguns munícipes sentem
na pele o prejuízo de pagar duas vezes para escapar das ”entrevistas ” dos angariadores
dos semicolectivos.

Elton da Graça
1-Desces aonde?
Mesmo com a campanha
que a edilidade de Maputo
lançou para reduzir os encurta-
mentos e as entrevistas promo-
vidas pelos transportadores se-
micolectivos de passageiros no
período matutino e vespertino,
os mesmos não vergam man-
tendo a tradição ”U shika Kwi-
ne” que traduzido para língua
portuguesa quer dizer ” desces
aonde”. Sem responder esse
questionamento o passageiro
lhe é relegado ao transporte.
2-Afinal que horas passa o
transporte?
Maria dos Anjos, aluna da
12º classe e residente no bair-
ro de Matendene no Municí-
pio de Maputo não consegue
responder a questão por ela le-
vantada, pois “chegar a cidade
é uma guerra sem fim porque
fico muito tempo na paragem e
nada se faz sentir e acabo atra-
sando quase sempre à escola”.
O atraso em virtude das inúme-
ras entrevistas feitas pelos co-
bradores não jornalistas levam
com que Maria não consiga as-
sistir o primeiro tempo. Se por
um lado Maria atrasa recorren-
temente aos primeiros tempos,
por outro, a falta de recursos
financeiros para pagar pelos fa-
mosos ”Ma ligações” tem sido
um dos factores que levam a
nossa interlocutora a sujeitar-se
as entrevistas dos cobradores.
Sem responder ao cobrador,
Maria dos Anjos está votada a
rejeição, uma vez que no pe-
ríodo de ponta os semicolecti-
vos tem optado por transportar
passageiros cuja distância é
menos de cinco quilómetros.
Se Maria dos Anjos é pe-
nalizada pelas entrevistas e
ligações, Américo Orlando re-
sidente no bairro de Matende-
ne, sente na pele o que é gastar
mais de 29 meticais para chegar
a Baixa isso porque em Maten-
dene rareiam os autocarros que
operam nas rotas Museu/ Bai-
xa, e esse cenário tem criado
um grande problema para o seu
bolso. Segundo Orlando chegar
a cidade tem sido um bicho-
-de-sete-cabeças por conta das
ligações, sendo que tem três fi-
lhos que estudam na cidade é fá-
cil custear as despesas de trans-
porte, praticamente trabalhando
para apenas custear o transporte
e para concluir afirma que “a
vida não está fácil hoje em dia
piorando com a situação do
transporte, pois os autocarros
não entram nos nossos bairros
e somos obrigados a fazer li-
gações todos os dias” pelo que
pede a intervenção do Governo.
Por sua vez, Cândida José
General, residente no bairro de
Muhalaze, 43 anos de idade,
afirma que quase todos os dias
conseguir transporte na segunda
rotunda da circular de Maputo,
tem sido difícil, ficando muito
tempo na paragem sem certeza
da chegada de aulgum autocar-
ro. Para Cândida, os autocarros
que foram alocados para aquele
ponto tem diariamente feito o
desvio da rota, deixando os pas-
sageiros à sua sorte, situação
que resulta da falta de controlo
nas rotas e acrescenta “nós que-
remos que haja solução, haver
mais transporte, mesmo sendo
aqueles pequenos, nós os resi-
dente de Muhalaze sofremos
muito. É preciso que os chefes
saiam dos gabinetes para ver
como os motoristas trabalham”
Ana Lourino, também resi-
dente no bairro de Muhalaze,
Município da Matola, refere
que na altura em que foram
alocados autocarros para aque-
le ponto não havia problema
de transporte para cidade, en-
tretanto a situação de falta
de transporte iniciou no ano
passado até a presente data,
aparentemente sem solução à
vista. Explica que a segunda
rotunda da circular de Maputo
têm sido o ponto de encontro
dos residentes da Matola Gare,
Khongolonte e Muhalaze mas
por conta da situação actual es-
tes acabam se espalhando para
conseguir transporte noutros
cantos. Ainda segundo Louri-
no, “gatamos um valor que não
deveríamos, porque em algum
momento existe oportunismo
por parte dos transportadores”.
Ester Matusse, residente
no bairro de Khongolote, tem
o mesmo sentimento que a
residente do bairro de Muha-
laze, afirmando que a falta de
transporte público é um grande
problema para quem depende
desses meios. Para Ester, seria
viável e útil a alocação de al-
guns autocarros da via de Ma-
lhazine para outros pontos, prin-
cipalmente na hora da ponta.
3-Frota envelhecida
pelas vias
Envelhecida pelas vias de
acesso e sem condições de
operar em algumas rotas, o
presidente da cooperativa dos
transportadores do corredor
um, António Tsucana reconhe-
ce a ausência de alguns dos
seus autocarros nalgumas rotas
que compõem o corredor um,
carecendo de investimentos
estruturantes que passam pela
aquisição de nova frota. An-
tónio Tsucana justificou que o
governo adquiriu a frota, ten-
do alocado ao sector privado
que já sente os prejuízos devi-
do as vias de acesso que trans-
formam viaturas em sucatas.
A degradação das vias de
acesso é corroborada pelo
Castigo Nhamane que acres-
centa também a prevalên-
cia de muita fiscalização que
visa beneficiar a si próprio.
Outrossim, Castigo Nhama-
ne aponta o congestionamento
como um outro calcanhar de
aquiles que dificulta a mobi-
lidade dos transportadores.
Para Nhamane outrora sair da
Matola a Baixa o carro levava
no máximo 30 há 40 minutos.
Hoje, o mesmo troço ocorre em
uma hora e meia, resultando no
desgaste dos pneus, embrea-
gens, travões elevando stress
aos motoristas e passageiros.
É preciso criar-se uma faixa
exclusiva para os operadores
de transporte de passageiros,
sugere Nhamane recordando
que há nove anos, a tarifa míni-
ma devia estar nos 24 meticais.
 Ponto por Ponto | Quinta-feira, 04 de Abril de 2024 | 13
Publicidade
14 | Ponto por Ponto | Quinta-feira, 04 de Abril de 2024
SOCIEDADE
Moçambique recorre à dívida
interna para pagar Dívidas Ocultas
– Uma análise crítica das implicações económicas
E
m Outubro de
2023, o Gover-
no de Moçam-
bique celebrou
um acordo ex-
trajudicial com os credo-
res da ProIndicus (Credit
Suisse e bancos locais, ex-
cluindo o VTB), para o pa-
gamento de 522 milhões de
dólares (32,9 mil milhões
de MT). Para o cumprimen-
to deste acordo, o Governo
pagou 142 milhões de dóla-
res, dos quais 46 em dinhei-
ro (proveniente das receitas
orçamentais excepcionais
do cancelamento do contra-
to de exploração de gás na-
tural na bacia do Rovuma)
e 6,2 mil milhões de MT
(96 milhões de dólares),
provenientes da emissão de
Obrigações do Tesouro Na-
cional, com a maturidade
de seis anos (FMI, 2024).
O valor dos juros a pa-
gar pela dívida de 6,2 mil
milhões de MT ascende a
10,1 mil milhões de MT,
tendo em conta a taxa de
juro média aplicada nas
Obrigações de Tesouro du-
rante o ano 2023 (17,78%).
Neste contexto, os juros que
serão pagos pelo Governo
equivalem a quase 167% do
capital. Isto é, por cada uni-
dade de capital emprestado,
o Governo compromete-se
a devolver quase 167%,
apenas em juros, durante
a vigência do empréstimo.
O acordo extrajudicial
com os credores da ProIn-
dicus vai contribuir positi-
vamente para a redução do
volume da dívida externa de
Moçambique. Vai aumentar
os níveis de credibilidade
financeira e a imagem de
Moçambique a nível inter-
nacional. Ainda com este
acordo, a percentagem da
dívida em relação ao PIB
poderá situar-se abaixo do
valor de referência de 35%,
até 20295, um ano antes em
relação às projecções efec-
tuadas em junho de 2023.
(FMI, 2024) Entretanto, é
importante analisar os cus-
tos do recurso usado para
o pagamento desta dívida.
Para além do aumento do
serviço da dívida interna, o
recurso ao endividamento
interno contribui para a re-
dução do espaço fiscal para
a realização de outras des-
pesas correntes e de investi-
mentos, para além de redu-
zir cada vez mais o acesso
ao crédito interno e au-
mentar as taxas de juro do
mercado. O reduzido espa-
ço fiscal para arcar com os
compromissos financeiros
e a dificuldade da gestão da
dívida pública têm impacto
negativo no investimento e
no pagamento da dívida ex-
terna. O investimento redu-
ziu de 44,1 mil milhões de
MT, em 2019, para 33,3 mil
milhões de MT, em 2023.
E, o Governo tem registado
recorrentes atrasos no pa-
gamento da dívida externa.
Em 2023, o Governo
incorreu a atrasos de curto
prazo no serviço da dívida
externa: (i) com o Fundo
Internacional de Desenvol-
vimento Agrícola (FIDA),
0,7 milhões de dólares, em
Junho, e 0,4 milhões de
dólares, em Setembro; (ii)
com o Banco Africano de
Desenvolvimento (BAD),
1,2 milhões de dólares, em
Agosto; e (iii) com o Banco
Árabe para o Desenvolvi-
mento Económico em Áfri-
ca (BADEA) 0,2 milhões
de dólares7 . As Obrigações
de Tesouro são títulos de
dívida usadas pelo Gover-
no para financiar projectos
de investimento. Tendo em
conta as taxas de juros in-
ternas elevadas, esta linha
deve ser usada para o finan-
ciar infraestruturas nos sec-
tores prioritários garantindo
um crescimento económi-
co e condições para que os
juros sejam reembolsados
sem sacrifício do investi-
mento futuro. O presente
texto analisa os impactos,
para as finanças públicas, do
uso do endividamento inter-
no (Obrigações de Tesouro)
para o pagamento das Dívi-
das Ocultas (dívida externa)
e levanta questionamentos
relacionados com a trans-
parência do acordo assi-
nado pelo Governo e com
os credores da ProIndicus.
Mais de 160 Milhões
de USD em Juros da dívi-
da interna pelo pagamento
de parte do acordo judicial
O valor pago como entrada
para a liquidação da dívida
da ProIndicus, 96 milhões
de USD, são fruto da emis-
são de obrigações de tesou-
ro (dívida interna), por um
período de seis anos. (FMI,
2024). Tendo em conta a
taxa média de juros das
obrigações de tesouro emi-
tidas em 2023 (17,78%),
esta dívida implica um pa-
gamento de juros estimado
no valor de 160,25 milhões
de USD e um valor total es-
timado de 256,25 milhões
de USD de capital e juro.
Estes cálculos efectua-
dos não têm em conta as
potenciais taxas de juros
do atraso no pagamento da
dívida. Nesta perspectiva,
o cálculo representa um li-
mite inferior do valor total
a ser pago. Ou seja, o va-
lor total a ser pago poderá
aumentar caso haja multas
ou juros, por atraso no pa-
gamento, ou alterações na
maturidade ou no período
de diferimento. O Relatório
do FMI9 indica um acordo
no valor de 522 milhões de
USD. Deste valor foram
pagos 142 milhões de USD
(96 milhões de USD pagos
por via da emissão das obri-
gações de tesouro e 46 mi-
lhões de UDS em dinheiro).
Entretanto, o mesmo rela-
tório e o acordo assinado
pelo Governo e os credo-
res10, não deixa claro em
relação ao valor remanes-
cente, 380 milhões de USD.
Para melhor compreensão
em relação ao valor a ser
pago, e se existirá algum
valor por pagar, o CIP en-
viou uma carta de pedido
de esclarecimento, no dia
23 de fevereiro de 202411,
ao Ministério da Economia
e Finanças. A carta não teve
resposta até a data da publi-
cação deste artigo. Entre-
tanto, tendo em conta o va-
lor do acordo, 522 milhões
de USD, o pagamento de
142 milhões de USD cor-
responde a 27,2% do valor
total acordado extrajudicial.
Ainda há 380 Milhões de
dólares por pagar. Caso o
Governo use o mesmo re-
curso, endividamento inter-
no e o mesmo período de
maturidade (seis anos) para
o pagamento deste valor,
pagará o valor mínimo12
estimado de 1 270,55 mi-
lhões de USD13 (80 044,69
milhões de MT). CIP
 Ponto por Ponto | Quinta-feira, 04 de Abril de 2024 | 15

SOCIEDADE
Assédio sexual no ensino
superior a ponta do “iceberg”

S
eis em cada na nos crimes de assédio. ensino, no Ministério de
dez alunas que Um outro estudo, rea- Ciência, Tecnologia e En-
frequentam o lizado pelo Centro de Gé- sino Superior (MCTES)
ensino superior nero e Direcção de Pós- e no Ministério Público
em Moçam- -graduação da Faculdade (MP), 2023, constatou-
bique já foram vítimas de de Educação e Psicologia -se que, é na UEM que se
assédio sexual perpetra- em parceria com a Asso- concentra a grande maioria
do pelos seus docentes, ciação h2n, sobre a preva- dos casos, registaram-se
revela um estudo lança- lência de casos de assédio 10 denúncias equivalentes
do hoje, na Universidade sexual na Universidade a 33,3% dos casos. Des-
Pedagógica, em Maputo. Pedagógica de Maputo, tes casos, quatro foram
Porém, o número de aponta que 66 estudan- arquivados, cinco tiveram
denúncias registadas está tes, num total de 189 Provincial de Inhambane.
longe de espelhar a rea- participantes, relataram A falta de “provas ma-
lidade de casos que ver- casos de assédio sexual. teriais desfechos, que cul-
dadeiramente ocorrem Por sua vez, em 2023, minou com a punição dos
no ambiente académico, o Mídia Lab conduziu implicados, é um está em
representando assim, a um inquérito envolvendo andamento na Procurado-
ponta do “iceberg” de um algumas estudantes uni- ria” por parte das denun-
número maior silenciado versitárias e os resultados ciantes foi usada pelas ins-
pelas vítimas por temerem são ainda mais preocu- tituições para justificar o
represálias académicas e pantes. O inquérito reve- arquivamento de 12 proces-
Gaza, Inhambane e Tete no provas. Entretanto, seis dos
por descrédito dos canais lou que pelo menos 1.000 sos de assédio sexual, que
período compreendido en- casos estão em andamento
de denúncia existentes. mulheres que frequentam representam 80% do total
tre os anos de 2019 e 2022. e nove, apenas, conhece-
O estudo, intitulado o ensino superior em Mo- de denúncias arquivadas.
A falta de provas mate- ram um desfecho que cul-
“Assédio Sexual no Ensino çambique sofrem ou sofre- Como recomendações
riais e a má instrução pro- minou com a punição dos
Superior em Moçambique: ram, algum tipo de assé- o estudo propõe a criação/
cessual são as causas mais implicados, sendo oito pu-
Quando a Vítima é Filha dio. Deste universo, só 60 promoção de órgãos so-
comuns usadas, pelas ins- nições “brandas” (repreen-
Alheia Ninguém se Preo- pessoas, o que equivale a ciais, que funcionem fora
tituições responsáveis por são, transferência, afastar
cupa” explica que parte 6% é que já denunciaram. das instituições de ensino,
punir práticas de assédio e suspensão) é uma, ape-
considerável não chega a E, das que denunciaram, para que recebam e tratem
sexual, para evitar a res- nas mais severa, expulsão.
denunciar por temer repre- apenas oito pessoas tiveram de denúncias de assédio
ponsabilização dos impli- O assédio sexual no en-
sálias, e as poucas que têm os seus casos parcialmente sexual, reforço dos me-
cados, facto que acresce o sino superior é entendido
a coragem de denunciar resolvidos. Das 1000 mu- canismos que garantam a
sentimento de impunidade como sextorsão, quando a
não encontram acolhimen- lheres que revelaram ter protecção de denunciantes,
face aos infractores e desen- extorsão por quem detém a
to de quem é de direito. sofrido assédio, 50% são para evitar possíveis reta-
coraja futuras denúncias. autoridade, ao invés de ser
Os resultados do estudo da Universidade Eduardo liações e incentivar as de-
Sobre os resultados de cobrada em valores mone-
foram divulgados pela in- Mondlane (UEM), 26% núncias, responsabilização
pesquisa de campo, o estu- tários, é cobrada por troca
vestigadora do Centro de da Universidade Joaquim dos implicados, na base das
do revelou que, das 30 de- de favores sexuais com os
Integridade Pública (CIP), Chissano, 16% da Univer- sanções estabelecidas nos
núncias de assédio sexual utentes dos serviços pú-
Milagrosa Calangue, que sidade Pedagógica de Ma- regulamentos aplicados
nas instituições de ensino blicos. Portanto, a impu-
envolveu oito instituições puto e 8% da Uni-Púnguè. e tendo em conta as suas
superior, a maioria (15) nidade que caracteriza os
de ensino superior, em qua- Com base nos dados agravantes, sempre que ne-
terminaram arquivadas, crimes de corrupção em
tro províncias, Maputo, obtidos nas instituições de cessário, entre outras. AIM
alegadamente por falta de Moçambique, também rei-

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16 | Ponto por Ponto | Quinta-feira, 04 de Abril de 2024
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OSC chamadas
a catalisar
fortalecimento do
espaço cívico em
Moçambique
O
governo moçam-
bicano insta as
Organizações da
Sociedade Civil
(OSC) para que
sirvam de catalisadores para o
fortalecimento do espaço cívico
em Moçambique, algo que po-
derá se efectivar através de um
sistema de aprendizagem mútua.
O facto foi avançado pelo
secretário-permanente do Mi-
nistério da Justiça, Assuntos
Constitucionais e Religiosos,
Justino Tonela, na abertura de
um fórum intitulado “Diálogo
entre o Governo e a Socieda-
de Civil em prol do Desenvol-
vimento do Espaço Cívico em
Moçambique”, que teve lugar
esta quarta-feira (03) em Maputo.
“Como sabemos, este espaço
[cívico] nem sempre é garantido.
Em muitas partes do mundo, in-
cluindo Moçambique, vemos uma
erosão preocupante dos espaços
cívicos, com restrições cada vez
maiores às liberdades fundamen-
tais, à liberdade de expressão e à
liberdade de associação”, afirmou.
“Por isso, este é um desa-
fio que enfrentamos colecti-
vamente e que exige uma res-
posta colectiva”, acrescentou.
Segundo Tonela, o espaço cí-
vico serve de um balão de oxigénio
para a democracia e terreno fértil
onde as vozes da sociedade civil,
defensores dos direitos huma-
nos, activistas políticos, incluin-
do cidadãos, podem contribuir
para o desenvolvimento do país.
Por seu turno, o director-
-executivo do Instituto para De-
mocracia Multipartidária (IMD)
Hermenegildo Mulhovo, disse
haver uma tendência de secu-
ritização das agendas cívicas,
facto que culmina com a li-
mitação do espaço cívico, sob
pretexto de segurança em par-
ticular nas regiões em conflito.
Para ultrapassar o problema,
Mulhovo defende uma abordagem
colaborativa e proactiva por parte
de todos os actores envolvidos,
incluindo o governo e as OSC.
“É por isso que este Fórum é
aos nossos olhos bastante crucial.
É uma oportunidade para que as
instituições do governo e as orga-
nizações da sociedade civil se reú-
nam, compartilhem experiências
e perspectivas, e trabalhem juntos
na busca de soluções para os de-
safios que enfrentamos”, afirmou.
Citando o lema do IMD,
“Democracia Começa com Diá-
logo”, Mulhovo vincou a impor-
tância do diálogo e da coopera-
ção entre o Executivo e as OSC.
Assegurou que o país tem um
potencial para desenvolver polí-
ticas mais inclusivas, programas
mais eficazes, bem como uma
sociedade mais justa e equitati-
va para todos os moçambicanos.
Para efeito, disse ser urgen-
te institucionalizar o diálogo
entre o governo e as OSC, de
forma a garantir maior protec-
ção dos direitos cívicos, incluin-
do melhorias na colaboração e
confiança entre os dois actores.
Mulhovo apelou as OSC
a aproveitarem o Fórum para
fortalecer os laços entre os to-
madores de decisões e as OSC,
e criar um ambiente propício
para o crescimento e ao desen-
volvimento do espaço cívico.
Já a embaixadora da Fin-
lândia em Moçambique, Anna
Heikkinen, disse ser importante
frisar o significado da coopera-
ção entre o governo e as OSC
para reconhecer os benefícios
que um espaço cívico activo traz
no desenvolvimento do país.
Uma sociedade civil engajada
e cidadãos activos são indispensá-
veis na elaboração de leis, moni-
toria das políticas públicas e apri-
moramento dos serviços, o que
contribui para o progresso do país.
“É crucial que continuemos
a fortalecer os nossos esforços
para proteger e ampliar o espaço
cívico, de forma a garantir que
todas as vozes são ouvidas e que
todos os cidadãos têm acesso
à informação e uma participa-
ção significativa nos processos
de tomada de decisão dos seus
países”, sublinhou a diplomata.
Organizado pelo IMD, em
parceria com o Centro de Estu-
dos da Sociedade Civil, o evento
contou com a presença de convi-
dados, incluindo representantes
de partidos políticos, deputados
da Assembleia da República de
Moçambique, instituições do go-
verno, académicos, entre outros.
Outra preocupação levan-
tada pela sociedade civil neste
debate é a limitação no acesso
à informação em Cabo Del-
gado, província que se debate
com ataques terroristas. AIM
 Ponto por Ponto | Quinta-feira, 04 de Abril de 2024 | 17
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por ponto

CONVITE PARA ADESÃO E

RENOVAÇÃO DE ASSINATURAS

A Pangolim Multimedia, Lda, proprietária e editora do Jornal Ponto

por Ponto, informa aos seus estimados leitores que está em período de
renovação das assinaturas para a recepção do jornal e adesão de novos
subscritores para o ano de 2024. Caso não tenha a situação regularizada
ou tenha facturas em atraso, por favor contacte os nossos serviços
administrativos, através dos números 84 26 98 181 e 87 45 76 070, ou
visite o nosso escritório, sito na Avenida 25 de Setembro, nº 1676, 1º
andar, Porta 7, para a sua regularização.

Tabela de Preços
Anual Semestral Trimestral
4.700,00 Mzn 2.900,00 Mzn 2.500,00 Mzn
18 | Ponto por Ponto | Quinta-feira, 04 de Abril de 2024

SOCIEDADE
Ruínas na autarquia de Inhambane

Um obstáculo para o
desenvolvimento da urbe
● Não temos base legal para actuar - Edil de Inhambane
● Genro de Chang desdobra-se na aquisição de escombros;
● Proprietários dessas infra-estruturas são oportunistas;

Resistiram o que puderam e com o tempo degradam-se, criando cenários contrastantes

ao desenvolvimento de novas infra-estruturas imobiliárias que aumentam a olhos vis-
tos nas cidades e vilas do país, deixando para trás a velha arquitectura concebida pelo
colono. Estão aos cogumelos, sendo que, nos dias de hoje, se revelam um contraste ante
a evolução científica do sector de construção civil. O município da cidade de Inhambane
não encontra uma saída legal que possa penalizar aos proprietários das infraestruturas
que agora ficaram ruínas, desfigurando os planos de urbanização territorial.

nas constava de um plano

Elton da Graça
1-Entrave no
desenvolvimento urbano
Pululam muitos edifí-
cios em quase todo país,
maior parte dos quais em
estado latente, fora de uso
e quase a desabar, repre-
sentando um risco a vida
dos munícipes ante a um
aparente vazio legal para
dar lugar a uma possível
actuação dos municípios
para conter a situação.
Há muita ruína na ci-
dade de Inhambane, que,
apesar do seu valor his-
tórico e arquitectónico,
constitui um entrave na
urbanização territorial.
O problema assenta na
ausência da lei par pôr co-
bro a situação, existindo
ruínas de várias origens:
umas da parte do estado
e outras de cidadãos que
obtiveram aquando das
nacionalizações, começou
por explicar o muníci-
pe Vicente Chissico, para
quem a cidade de Inham-
bane está em franco desen-
volvimento, não obstante
haver essa problemática para contornar os arrepios
de casas abandonadas e gerados por aquelas in-
que, agora, transforma- fraestruturas’’, explicou
ram-se em ruínas e es- Vicente Chissico, acusan-
combros, o que de algum do a edilidade de nada estar
modo atenta contra segu- a fazer para reverter o ce-
rança dos munícipes no nário que perdura há anos.
período nocturno e não só. Vicente Chissico diz
“Temos ruínas em qua- ainda que os proprietários
se toda cidade e pouco se das respectivas residên-
faz. Há aquelas casas que cias já transformadas em
supostamente estão assom- escombros desapareceram
bradas e geram medo para há anos, não se sabendo
os alunos do curso noctur- o seu paradeiro, daí que o
no, que são obrigados a município, no entendimen-
usar caminhos alternativos to da fonte, devia tudo fa-
zer para localizar e quiçá,
com base nas posturas, res-
ponsabilizar os mesmos.
“Os municípios têm
autonomia para a noti-
ficação dos cidadãos,
tendo em conta que tais
infraestruturas estão in-
seridas no espaço sob
sua gestão’’, sublinhou.
2-Pressão para nada
Em 2018, o edil do mu-
nicípio de Inhambane, Be-
nedito Guimino, assegurou
que o mapeamento das ruí-
da edilidade que visava
identificar os proprietá-
rios das mesmas a criarem
condições ou a cederem a
outros interessados em ex-
plorar aqueles espaços va-
zios concentrados na sua
maioria na zona cimento.
Volvidos seis anos, o
edil que foi reeleito, pela
terceira vez, confirma
que tal trabalho foi rea-
lizado. Contudo, argu-
menta que o município
não dispõe de uma base
legal para pressionar os
proprietários a cederem
aquelas infra-estruturas a
outras ou alienar os mes-
mos a favor do município.
Sem a base legal para
o efeito, Guimino asse-
gurou estar em curso a
aprovação de uma postura
municipal que versa sobre
a matéria por parte da as-
sembleia municipal com
homologação do ministé-
rio da Administração Es-
tatal e Função Pública, de
modo a corrigir o erro que
prevaleceu durante anos
para com esse assunto.
 Ponto por Ponto | Quinta-feira 22 de Setembro de 2022 | 15

SOCIEDADE
Ponto por Ponto | Quinta-feira, 04 de Abril de 2024 | 19

Olhar de lince Ivan Gonçalves: ivanpapucidesg@gmail.com

ONGs que sejam críticas aos ciedade Civil (CESC), doadores que o Governo, aqueles dispositivos legais e
“desmandos” do Governo. Paula Monjane, con- e usam o sistema finan- internacionais reforçam a li-
“Este poder exacerbado é sidera que a presente ceiro, a pergunta que fica berdade dos cidadãos, a De-
uma das questões que mais Lei veio limitar o di- é: não deverá ser o forta- mocracia e os Direitos Hu-
nos preocupa, porque é o Go- reito de liberdade de lecimento da capacidade manos, contudo, esta Lei vem
verno que reconhece
O autarca as Orga-
reconhece ain- associaç
“Tem ão dívidas
das comu- que per- “O assunto da está- tadosdoUnidos
próprioda Governo
América.de contrariar ou até agredir
os projectos de for-
de explora-
nizações da Sociedade Civil, nidades, bem como rastrear as transacções ma directa esses princípios que
da que, sem um instrumen-
é o mesmo Governo a quem
to orientador, nada pode
duram há anos e alguns
toca
dessesnos proprietários
direitos do Há vários
são
tua do Vasco da Gama
é gerido pelo Conselho
O empresário Dalsuco
financeiras,
é o único que se ao tem
invésdes-
de
ção dos recursos minerais.
a LeiAtomou
fonteemcitaconsideração.
o exem-
devemos prestar contas e apre-
ser feito para pôr cobro a
sentar relatórios, incluindo os
cidadão singular, não
herdeiros e já foram noti-
somente “estrangu-
elementos nesta
Executivo Provincial e o andar atrás das
tacado na criação de uma
zações da Sociedade
Organi-
Ci-
“Recordar a sociedade que
plo de um espaço na zona
a nossa Constituição da for-
essa situação, mencionan- ficados varias vezes e não ministério que tutela a cul- Imagem moderna a cidade
planos anuais de actividades, e
édo alguns
também exemplos
o Governo em
que deci-
la” as Organizações
se fizeram lei que são
presente”, disse. tura e turismo”, clarificou. vil?”, indaga
de Inhambane, através daMonjane.
do centro de saúde urba-
ma como se apresenta é tam-
no que há anos fora atri-
da Sociedade Civil. O advogado daavan-
Fun- bém baseada e fundamentada
quesozinho
de vezes extingui-las,
sem conta apare-
considerando quemanifestan-
cem cidadãos,
então,
estas funcio-
Relativamente, quanto
Para Monjane, o
as ruínas de índole estatal e
contrários, entre
3-Magnata Dalsuco
aquisição
dação
ruínas para
para Desenvol-
çar com seus projectos imo-
buída padrões
nesses a uma cidadã e que
internacionais
posteriormente
nós estamos a odizermunicí-
do interesse
nam também parade monitorar
adquirir as as
Gabinete de Infor-
que estão dentro do municí-
mação Financeira de eles Diante
próprios, e que
dessa situação de
vimento
biliários,
dade
o quedano entendi-
(FDC),
Comuni-
Joaquim
que
pio viriadaquilo
contrário a desautorizar
aqui,
que esta leia
devidas propriedades
actividades do Governo, isto e os pio, Edil Guimino escusou ruínas surge o empresário e mento de alguns corredores
donos estipulam
parece com certeza preços
um con-as-
Moçambique (GI-
FIM), supostamente, assunto
a aprofundar sobre sãoinvestidor
contrários
imobiliário,ao
Dal-
Oliveira, também cri-
é um balão de oxigénio.
ticou a presente Lei.
infelizmente
obra que mesmo apresenta. Es-
aprovou.
tranhamente e propositada-
Há sempre interes-
sustadores como forma de
trassenso.
vão
As mais incómodas
ser extintas, oprovavelmen-
desencorajar interesse.
para uma
fez
çada
quem avaliação
matérias da al-
da onde
direcção
que está
suco, o genroinstituído
do antigo mi-
nistro das finanças, Manuel
Fonte que preferiu ano-
“Logo no preâmbulo há
nimato fez saber que a pres-
mente, a proposta
ses obscuros por preparada
parte da
de risco, ava- provin- uma formulação con- pelo Governo não se mos-
te. Há
lei
“Não vendem e nesta
vários
que são
elementos
contrários,
não
entre
cial da Cultura
liou as Organizações naChang,
e Turismo. Constituição
agora preso nos Es- são feita há anos aos pro-
traditória que diz que a
edilidade quando o as-
tra em conformidade com a
querem explorar. Esse é prietários pelo município, sunto é “bolada de ter-
eles próprios, e que são
o problema que se assiste con- da Sociedade Civil
numa escala de 0 a 1
da República”, lei se conforma com pa-
visava obrigar a eles a cede-
drões internacionais, no-
Constituição da República
ras Moçambique
de ou propriedades”,
e constitui
trários
e nadaaoposso
que estáfazer,
instituído na
Constituição da República”,
em conta que o direito de
tendo avaliou como tendo denuncia Vanessa rem meadamente
aquelas infraestruturas
a preços
Declaração
relativamente bai-
uma ameaça à liberdadecaso
contudo para esse das
denuncia Vanessa Cabanelas. 0,7, ou seja, não há Universal dos Direitos os conflitos
associações, reduzem.
estabelecida nos
propriedade está plasma- nenhuma justifica- Cabanelas xos, Humanos
para depois revende-
e sobre o Pacto A fonte
artigos, indica porque
sobretudo, ainda
do“Comemos
na constituição’’, disse.
na mesma ção que indica que rem dos
a outros interessados.
Direitos Civis e Po- manifesta uma contradição
que, para o caso da aqui-
As lamentações
panela” do au- as Organizações da No entanto,
líticos, tal não
incluindo se
a Carta com os que
princípios
“Ora, as Organizações da sição vem esendo
objectivos
em-
tarca agudizam-se
Por seu ainda
turno, a directora Sociedade Civil são poten- Sociedade Civil, a maior par- efectivou,porque
Africana a edili-
sobre os Direitos Hu- fundamentais constitucional-
preendida pelo magnata
pelo facto de os proprie-
executiva do Centro de Apren- cialmente vulneráveis ao fi- te, que recebem recursos do dade não encontrou
manos e dos Povos”, afirma. uma mente consagrados”, lamenta
tários desses imóveisdanão base Dalsuco, os proprietários
dizagem e Capacitação So- nanciamento ao terrorismo. exterior, recebem dos mesmos Na legal
óptica que pudesse
de Oliveira, Joaquim Oliveira. (Redacção)
estarem a contribuírem expropriar os proprietá- das ruínas têm se mani-
com suas obrigações, acu- rios, tal como ocorre nos festado satisfeitos, uma
mulando dívidas avulta- polémicos reassentamen- vez que estipulam o preço
das com o imposto pre- tos que ocorrem um pouco sem mediação de qualquer
dial e outras obrigações. pelas zonas onde ocorrem que seja órgão do estado.
20 | Ponto por Ponto | Quinta-feira, 04 de Abril de 2024
MUNDO
Conselho da ONU examina pedido
de embargo de armas a Israel
O Conselho de Direitos Humanos da ONU anunciou hoje que analisará sexta-feira um
projecto de resolução da Organização de Cooperação Islâmica (OCI) que apela a um em-
bargo de armas a Israel, invocando "o risco plausível de genocídio em Gaza".
O
texto, apre-
sentado no
Conselho de
Segurança
pelo Paquis-
tão em nome dos 55 Estados-
-membros da organização, à
exceção da Albânia, conde-
na "a utilização por Israel de
armas explosivas de grande
alcance" nas zonas povoa-
das da Faixa de Gaza e ape-
la a Telavive para que "res-
peite a sua responsabilidade
legal de evitar o genocídio".
Se o projecto de reso-
lução for aprovado, será a
primeira posição tomada
pelo órgão de direitos hu-
manos das Nações Unidas
em relação ao conflito em
curso entre Israel e o grupo
islamita Hamas na Faixa de
Gaza, que está a mergulhar
o enclave palestiniano numa
grave crise humanitária.
O texto é também apoia-
do pela Bolívia, Cuba e
pela Autoridade Palesti-
niana e a reunião de sexta-
-feira será a última da ac-
tual sessão do Conselho
de Direitos Humanos da
ONU, em Genebra (Suíça).
O documento de oito pá-
ginas exige que Israel ponha
fim à ocupação dos territó-
rios palestinianos e cesse
imediatamente o "bloqueio
Ponto
por ponto
ilegal" à Faixa de Gaza, bem
como qualquer outra for-
ma de "punição colectiva".
O documento apela
também ao fim de todas as
transferências de armas,
munições e outros equipa-
mentos militares e salienta
os efeitos das armas explo-
sivas nos hospitais, escolas,
abrigos e abastecimento
de água e electricidade em
Gaza, denunciando "a utili-
zação da privação de civis
como método de guerra".
O texto apela igualmente
a um cessar-fogo imediato e
condena "as ações de Israel
que equivalem a uma limpe-
za étnica", instando todos os
países envolvidos a impedir
Assinaturas E-mail: esmelifania2002@gmail.com
a deslocação forçada de pa-
lestinianos na Faixa de Gaza.
O Conselho de Direitos
Humanos da ONU inte-
gra 47 países, 18 dos quais
apoiaram antecipadamen-
te o projecto de resolução.
São necessários 24 votos
para obter a maioria absolu-
ta, mas uma resolução pode
ser aprovada com menos
votos graças às abstenções.
Há muito que Is-
rael acusa o Conselho
de Direitos Humanos da
ONU de parcialidade.
A 07 de Outubro de 2023,
comandos do Hamas infiltra-
dos a partir de Gaza levaram
a cabo um ataque no sul de
Israel que causou a morte de
Disponível nas bancas
todas quintas-feiras
Cel: (+258) 87 45 76 070 / (+258) 82 45 76 070/ Fixo: 21 09 22 70
pelo menos 1.160 pessoas,
na sua maioria civis, segun-
do uma contagem da agên-
cia francesa AFP baseada
em dados oficiais israelitas.
Segundo Israel, cerca de
250 pessoas foram raptadas
nesse mesmo dia e 130 delas
continuam reféns em Gaza,
havendo informações de
que 34 delas terão morrido.
Em represália, Israel es-
tabeleceu como objetivo a
destruição do Hamas e lan-
çou uma campanha de inten-
sos bombardeamentos aé-
reos na Faixa de Gaza, segui-
da de uma ofensiva terrestre.
Pelo menos 32.975 pes-
soas, na sua maioria civis,
foram mortas nas opera-
ções israelitas, segundo
os dados mais recentes
divulgados hoje pelo Mi-
nistério da Saúde tutelado
pelo Hamas, que controla a
Faixa de Gaza desde 2007.
Num comunicado, o
Hamas refere que, nas úl-
timas 24 horas, foram re-
gistadas mais 59 mortes e
sublinha que 75.577 pes-
soas ficaram feridas em
quase seis meses de guerra.
O número de mor-
tos no ataque israelita ao
consulado iraniano em
Damasco subiu para 16
O Observatório Sírio
para os Direitos Huma-
nos (OSDH) indicou esta
quarta-feira que o núme-
ro de mortos nos ataques
atribuídos a Israel, que
destruíram segunda-feira
o consulado iraniano em
Damasco, subiu para 16.
Este ataque aconteceu
depois de outra série de
ofensivas que desde sexta-
-feira fizeram dezenas de
mortos em território sírio e
que as autoridades de Da-
masco estão a atribuir a Is-
rael. Na sexta-feira, 29 de
Março, num outro ataque
perto da cidade de Ale-
po morreram 52 pessoas,
sendo a acção atribuída às
forças israelitas. Expresso
PUB

Senegal
Presidente eleito apela a “mais
solidariedade” em África contra a
insegurança
E
leito Presiden-
te do Senegal,
Bassirou Dio-
maye Faye, com
a mão direita le-
vantada e perante centenas
de funcionários senegaleses
e vários chefes de Estado
e dirigentes africanos, no
Centro de Exposições da
nova cidade de Diamnia-
dio, nos arredores de Dacar,
capital Senegalesa, jurou
perante Deus e a nação se-
negalesa, cumprir fielmente
o cargo de Presidente da Re-
pública do Senegal, respei-
tar e fazer respeitar escru-
pulosamente as disposições
da Constituição e das leis.
O mais jovem Chefe
de Estado senegalês, de 44
anos de idade, antigo ins-
pector fiscal e quinto Presi-
dente daquele país da África
Ocidental desde a indepen-
dência da França em 1960, e
ainda o primeiro polígamo,
foi eleito 10 dias depois de
ter sido libertado da prisão,
substituindo no cargo Ma-
cky Sall, que completou o
segundo e último mandato
permitido pela Constituição,
Bassirou Diomaye Faye de
44 anos de idade tomou pos-
se na presença dos Presiden-
tes da Guiné-Bissau, Umaro
Sissoco Embaló, e de Cabo
Verde, José Maria Neves, as-
sim como o chefe de Estado
Nigeriano e actual presiden-
te da Comunidade Econó-
mica dos Estados da África
Ocidental (CEDEAO), Bola
Ahmed Tinubu; o Maurita-
no Mohamed Ould Cheikh
El Ghazouani, o Gambiano
Adama Barrow, o Guineen-
se Mamadi Doumbouya,
entre outros representan-
tes de Estados africanos.
A transferência de poder
entre Sall e Faye em resul-
tado de eleições é a tercei-
ra na história do Senegal
e marca o fim de um braço
de ferro de três anos entre
o chefe de Estado cessan-
te e a dupla vencedora das
Ponto por Ponto | Quinta-feira, 04 de Abril de 2024
presidenciais de 24 de Mar-
ço: Faye e o homem que o
apoiou depois de ter sido
impedido de se candidatar,
Ousmane Sonko. A transfe-
rência formal do poder com
o Presidente cessante, Ma-
cky Sall, teve lugar no palá-
cio presidencial em Dakar.
Promessas de "mudança
sistémica"
Bassirou Diomaye Faye,
um Pan-Africanista de es-
querda, foi eleito com a pro-
messa de uma ruptura com o
sistema actual e elegeu como
primeiro tema no discurso de
tomada de posse a seguran-
ça regional, apelando a uma
"maior solidariedade" entre
os países africanos "face
aos desafios" neste domínio.
"A nível africano, a di-
mensão dos desafios de se-
gurança [...] exige de nós
uma maior solidariedade",
afirmou o novo chefe de Es-
tado senegalês. Reafirmo o
empenhamento do Senegal
em reforçar os esforços para
promover a paz, a seguran-
ça, a estabilidade e a integra-
ção africana", acrescentou.
O novo Presidente sene-
galês prometeu uma "mu-
dança sistémica" à frente do
país e uma "maior sobera-
nia" do mesmo, afirmando
estar "consciente" de que
a sua vitória nas presiden-
ciais exprimiu "um pro-
fundo desejo de mudança
sistémica". Faye disse ain-
da que ouviu "claramente
a voz das elites desinibidas
que afirmaram alto e bom
som as suas aspirações a
uma maior soberania, de-
senvolvimento e bem-estar".
Prioridades do Governo
No seu discurso de vi-
tória depois da divulgação
final dos resultados das elei-
ções, Faye apontou como
prioridades a reconciliação
nacional, a atenuação da
crise do custo de vida e o
combate à corrupção, ten-
do prometido também res-
| 21
MUNDO
taurar a soberania nacional
sobre activos essenciais,
como os sectores do pe-
tróleo, do gás e das pescas.
O Presidente eleito quer
abandonar o franco CFA
regional, que considera um
legado colonial francês, e
investir mais na agricultura
com o objectivo de alcançar
a autossuficiência alimentar.
Contudo, procurou tranqui-
lizar os investidores de que
o Senegal "continuará a ser
um país amigo e um alia-
do seguro e confiável para
qualquer parceiro que se en-
volva connosco numa coo-
peração virtuosa, respeitosa
e mutuamente produtiva".
Trajectória
Bassirou Diomaye Faye
fez parte de um grupo de
opositores políticos liber-
tados da prisão ao abrigo
de uma amnistia anunciada
por Sall, que, inicialmente,
tentou adiar a eleição para
dezembro. Ante a pressão
da sociedade civil e dos
partidos políticos, o Conse-
lho Constitucional anulou
o adiamento por conside-
rar que a lei adoptada pelo
Parlamento para atrasar a
votação era inconstitucional.
A campanha de Faye foi
lançada enquanto ele ainda
estava detido, em subsitui-
ção do líder da oposição Ou-
smane Sonko, que foi consi-
derado inelegível pela justi-
ça. Depois de três anos ten-
sos e de agitação com vários
vítimas mortais na nação tra-
dicionalmente estável, a sua
vitória democrática foi sau-
dada de Washington a Paris,
e também pela União Afri-
cana e União Europeia. DW
22 | Ponto por Ponto | Quinta-feira, 04 de Abril de 2024

MUNDO
Presidente do Senegal nomeia Ousmane
Sonko como primeiro-ministro
O presidente do Senegal, Bassirou Diomaye Faye, nomeou primeiro-ministro Ousmane
Sonko, opositor excluído das presidenciais, no que foi visto como uma tentativa do então
governo de Macky Sall de silenciar as vozes da oposição.

"
Ousmane Sonko
é nomeado pri-
meiro-ministro",
de acordo com o
decreto lido pelo
secretário-geral da Pre-
sidência da República
senegalesa, Oumar Sam-
ba Bâ, na televisão es-
tatal RTS na terça-feira.
"Aprecio a importância
da confiança depositada em
mim", disse Sonko à RTS.
Sonko, de 49 anos,
que propôs a candidatu-
ra de Faye depois de a
sua ter sido invalidada,
anunciou que um novo
governo será formado
"nas próximas horas".
Horas antes, Faye ti-
nha sido empossado como
presidente, numa ceri-
mónia que contou com a
presença de outros líderes
da região, e na qual jurou
"cumprir fielmente" as cessante e a dupla vence- nacional de Conferências sante Macky Sall, admitiu mãos e irmãs africanos
funções e "observar es- dora das presidenciais de Abdou Diouf em Diamnia- a derrota com base nos para que juntos consolide-
crupulosamente as dispo- 24 de março: Faye e Sonko. dio, na presença de vários resultados preliminares. mos os feitos adquiridos
sições da Constituição e Além da nomeação do chefes de Estado africanos. Bassirou Diomaye
nos processos de constru-
das leis", bem como "de- Primeiro-Ministro Ous- Recorda-se que Bas- Faye, apoiado pelo oposi-
sirou Diomaye Faye é o tor Ousmane Sonko, pro- ção da integração da CE-
fender as instituições, a mane Sonko, o Profes-
integridade do território e sor Mary Tew Niane foi novo Presidente do Se- meteu proteger o Senegal DEAO, corrigindo as fra-
a independência" do país. nomeado Ministro Dire- negal. Falou na segunda- da corrupção e da inter- quezas e mudando certas
Bassirou Diomaye Faye tor do Gabinete do Pre- -feira, 25 de Março, ao ferência de potências es- metodologias, estratégias
é o quinto presidente do sidente da República. país após ter recebido trangeiras: "Ao eleger-me e prioridades políticas".
Senegal desde que o país O novo chefe de Estado chamadas tanto do candi- Presidente da República, o Quanto à Comunidade
se tornou independente de reconduziu esta noite como dato Amadou Ba, como povo senegalês escolheu a
Internacional, Diomaye
França em 1960, substituin- ministro Secretário-geral do Presidente cessante ruptura. Eu comprometo-
da Presidência da Repú- Macky Sall. Na sua inter- -me a trabalhar com humil- Faye lembrou aos "parcei-
do no cargo Macky Sall,
que completou o segun- blica m, Oumar Samba Ba venção, o novo Presidente dade, com transparência e ros bilaterais e multilate-
do e último mandato per- Refira-se que, Bassi- eleito disse que vai com- a combater a corrupção a rais que o Senegal assumi-
mitido pela Constituição. rou Diomaye Faye, de 44 bater a corrupção no país. todos os níveis. Compro- rá o seu papel e manter-se-á
A transferência de po- anos, prestou juramento na Embora os resultados meto-me a consagrar-me um país amigo, seguro e
der entre Sall e Faye em manhã desta terça-feira pe- oficiais de domingo ainda à refundação das nossas fiável de todos os parceiros
resultado de eleições é a rante membros do Conse- não tenham sido divulga- instituições e ao reforço
que queiram estar ao nosso
terceira na história do Se- lho Constitucional duran- dos, o antigo primeiro-mi- dos fundamentos da nos-
negal e marca o fim de um te uma audiência pública nistro Amadou Ba, o outro sa sociedade", garantiu. lado, numa cooperação vir-
braço de ferro de três anos organizada n salão de ex- candidato favorito, apoia- O Presidente eleito fez tuosa, respeitosa e mutua-
entre o chefe de Estado posições do Centro Inter- do pelo Presidente ces- um apelo "aos nossos ir- mente produtiva". LUSA
 Ponto por Ponto | Quinta-feira, 04 de Abril de 2024 | 23
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MaputoMoçambique
Moçambique
Maputo
Maputo Moçambique

Greve por
Greve por“Esperamos
21 dias
21 dias prorrogáveis
prorrogáveis
de cada membro deste órgão, maior responsabilidade, disciplina e alin-

passear
Governo manda passear
hamento com a direcção do partido em todas as fases do processo de preparação das
eleições, começando pelas eleições internas dos diferentes níveis”

médicos e aopapel
Nyusi enaltece povo da mulher
na guerra e frente diplomática
OOConselho
ConselhodedeMinistros
Ministrosreuniu
reuniuesta
estaterça-feira
terça-feiraeediscutiu
discutiuaagreve
grevepromovida
promovidapelos pelosmédi-
médi-

O
cos,em
cos, emcurso
cursopor
por21
21dias
diasprorrogáveis,
prorrogáveis,entretanto,
entretanto,nada
nadadedeconcreto
concretodecidiu
decidiucom comvista,
vista,
no
P r eno mínimo,
s i dmínimo,
ente aoseu
ao seuencurtamento
encurtamentoeedodosofrimento
sofrimentododopovo,
povo,em
oem virtude
virtude
combate das
aodas reivindicações
reivindicações
terrorismo, tomar decisões bem forma-
da desta
Frelimo,
destaclasse.
classe. ao extremismo violento, te- das. “Não se distraiam com
Filipe Nyu- mas sobre igualdade de gé- agendas individuais ou de
si, enaltece nero, mas também temas grupos. Algumas agendas
médica,a agravou
médica, agravou asas viola-
viola- só podem Entretanto…
Entretanto…
continuar para di-
Cumbeo papel da
Luís Cumbe
Luís sobre conservação am-

T
mulher moçambicana no ções
ções dos
dos direitos
direitos
biental”, disse o Presidente. daqueles
daqueles Entretanto,
Entretanto,
vidir e fragilizar ooministro
ministro
o partido”.dada
combate aoalalterrorismo na profissionais,
profissionais, preconizados
O Chefe depreconizadosEstado en- Saúde,
Saúde, Nyusi Armindo
Armindo
aproveitou Tiago,
Tiago,
paraido ido
fri-
como
como aaAsso- Asso- nos
província deciação Cabo Delgado,
ciação Médica
Médica tende que é por estas alguns
nos seus
seus estatutos,
estatutos, ealguns
mais dasar que,
da sessão neste
sessão dodomomento,
Conselho
Conselho a Fre-
dede
na região norte, bem como deles tinham a
razões que a mulherimple-
deles tinham a sua
sua imple-
mo- limo precisa de mais união,
de
de Moçambique
Moçambique Ministros,
Ministros, decorrida
decorrida terça-terça-
o seu desempenho mentação
mentação cativa,
cativa, por
por oo Go-
Go- coesão e concentração para
(AMM)na avisou
(AMM) diplo-
avisou çambicana deve se orgulhar
verno
verno alegar
alegar falta dedeverba
faltaalcançados
verba -feira da semana
-feira da semana em curso,em curso,
macia a nível internacional.
durante
durante dias dias so-so- tral do partido Frelimo na estão prontas para cumprir pelos progressos enfrentar
queque analisou e vencer a
analisou a a situação oposição.
situação e e
para
para satisfazer
satisfazer tais
tais rubricas.
rubricas.
Trata-se
bre a de
realização uma
bre a realização da greve, aa
da reunião
greve, Matola, na abertura da III sua missão”, disse o Nyusi. a nível interno e internacio- seu Alias, o Comité Cen-
Com
Com aa greve greve em em curso,
curso, seu impacto,
impacto, limitou-se
limitou-se a a
que,
durarestá
durar por
por21 a dias,
21 decorrer casosob
dias,caso ooGo- o
Go- Sessão Ordinária do Conse- No campo da diploma- nal. “Aliás, recentemente, tral do partido irá reunir-
agravou-se
agravou-sesignificativamen-
significativamen- lamentar
lamentara aatitude
atitudedadaclasse,
classe,
lema
verno “Mulher
verno mantivesse
mantivesse moçambica-
mão
mão duradura lho Nacional da Organização cia, Nyusi salienta o papel a nossa ministra dos Negó- -se nos próximos dias para
teteoosofrimento
sofrimentodadapopulação,
população, acusando-a
acusando-a de estar
de estar a afaltar
faltar
na,
e/ou pela
e/ou “ouvidosUnidade
“ouvidosde Nacional,
demercador”,
mercador”, da Mulher Moçambicana da mulher através várias cios Estrangeiros e Coope- tomar decisões importan-
perante
peranteum umsistema
sistemadedesaúde saúde comcom seu
seu dever
dever e ecompromis-
compromis-
Paz
em e Desenvolvimento”,
em relação
relação às
às reivindicações
reivindicações (OMM), o braço feminino embaixadoras moçambica- ração foi reconhecida com tes, assim como avaliar a
háhá muito
muito deficitário.
deficitário. Parte Parte sodirectiva
so dede juramento,
da
de Organização
de direitos
direitos postos
postos da em Mulher
em cau-
cau- do partido que está reuni- nas espalhadas pelo mundo o Prémio Global das Mu- que iráque
juramento, que cha-
cha-
orientar
considerável
considerável das unidadessa-
das unidades sa- mou dedesacerdócio médico.
Moçambicana
sa
sa com (OMM)
com aa implementação
implementação rea-
da
da do em preparação das elei- fora, sendo de destacar na lheres
nitárias Africanas de Distin- amoueleição sacerdócio
dos candidatos médico. a
nitáriasdo dopaís
paíssãosãoforçadas
forçadasaa
liza,
Tabela desde
Salarialesta quarta-feira,
Única
Tabela Salarial Única (TSU), (TSU), ções gerais agendadas para qualidade de Membro não ção paraconsultas
2024”, salientou. OOGoverno
Governo
diferentes não
nãosese
órgãos, mos-
mos-
incluin-
remarcar
remarcar consultasdedepacien- pacien-
na
estaEscola
esta Central do(05)
segunda-feira
segunda-feira parti-aa
(05) 9 de Outubro deste ano. Permanente do Conselho tes Apesar dos avanços alcan- do
tra cabeça-de-lista
disponível a para
ceder,
tra disponível a ceder, para go-
para
tes externos,
externos, programadas
programadas
de Segurança das Nações çados vernadores da província.
do FRELIMO,
classe
classe partiu
partiu para na cidade
para aa prática.da
prática. “É importante também paraasasna
para acção
datas
datas que
quegovernativa,
coincidem
coincidem além
alémdedeinsensível
insensível aoaosofri-
sofri-
Matola,
No província
No concreto,
concreto, os de Mapu-
os médi-
médi- enaltecer a contribuição da Unidas, em que Moçam- o
com Chefe
a do
greve, Estado
com a greve, apenas apenas reconhe-
para
para mento “Esperamos
mentodo dopovo.povo.Tiagode
Tiagocada
não
não
to,
cosa terceira
cos colocaram
colocaram sessão ordinária
àà mesa
mesa de de mulher no domínio da de- bique levou uma agenda ce que
exemplificar, a mulher
exemplificar, ee este moçambi-
este cená-cená- membro
avançou deste
avançou qualquer órgão,
qualquer acção maior
acção
do Conselho
negociações
negociações com Nacional,
com oo Gover- pre-
Gover- fesa, segurança e ordem ao debate sobre a mulher. cana
rio ainda enfrenta
rioacontece
acontece numa
numaaltura desafios
altura em
em responsabilidade,
pontual disciplina
pontual no sentido de en-
no sentido de en-
vista
no
no 14 parareivindicações,
14 terminar amanhã.
reivindicações, ao
ao pública. Em Cabo Delgado A agenda levada para as que
que limitam
se aproximao seu
que se aproxima a “quadra a potencial
“quadra e alinhamento com a direc-
curtar
curtar aa greve,
greve, preferindo
preferindo
longoComo das testemunho
últimas
longo das últimas quatro dis-
quatro as mulheres estão na frente Nações Unidas sobre Paz, para
festiva”,contribuir
festiva”, períodopara
período dedepicoo cres-
pico que
que ção do partido em todas as
autoridades
autoridades governamentais. dos
dos médicos,
médicos,enão
não sesemostra
mostra indicar um possível encon-
so, o chefemesmo
semanas,
semanas, do Estado
mesmo período diz
período da batalha e governamentais.
não estão para segurança desenvolvi- cimento
apela pelos de Moçambique.
serviços de
apela pelos serviços de saúde. saúde.
indicardo
fases um possível
processo encon-
de prepa-
que há jovens raparigas na cortar lenha ou dos
A
A negociação
negociação dos pontos
para pontos
cozi- sensível.
mento, Os médicos
sensível.produziu
Os médicosum recla-
recla-
gran- Referiu que é urgente trotrocom
ração comdasa aclasse,
classe,
eleições,que
quepode-
pode-
come-
de
de implementação
implementação da
da TSU.
TSU. Esta
Esta greve
greve acontece
acontece mo-
mo-
constantes
constantes do caderno
para osdohomens.
caderno rei-
rei- mam,
mam, a título
a títulode
node exemplo,
exemplo, aa formar e ráçando
acontecer
rá acontecer
pelas só só na próxima
na próxima
eleições inter-
linha de
Segundo fogo
Segundo os no teatro
os médicos,
médicos, dosope-
dos nhar Estão de impacto concerto das mentos
mentosdepoisdepoisdedeoomais
capacitar paísmu-
país en-
en-
racional
14 pontos norte a
colocados, combater
o Go- vindicativo
vindicativo
na constituía
trincheira.constituía con-
con-
Eu citei como exclusividade,
exclusividade,
nações. anteriormen-
anteriormen-
“Nós somos, muitas lheres
trar em para
processo que de adquiram
recupera- semana,
semana,
nas que
dos que é a mesma
é a mesma
diferentes es-
es-
níveis”,
14 pontos colocados, o Go- trar em processo de recupera-
com
vernobravura
verno não os terroristas.
nãorespondeu
respondeu aamaio-
maio- dição
diçãopara
exemplo daaaoutra
para não
nãoefectivação
efectivação
vez, daque- tevezes,
te definida
definida em
em 40%,
saudados por mas
40%, mas
essa competências
ção
çãodo doimpacto
impactoda que as per-
daCovid-19,
Covid-19, tratégia
tratégiaeeopção
concluiu, opção dodoGoverno
o presidente Governo da
ria,Nyusi
ria, senão manifestou
senão apenas
apenas quatro
quatroo que
seu
que da
la greve,
dajovem entretanto
greve,da ooGover-
Força Aérea,
entretanto que
Gover- agora
agora reduzida
clareza. Os temaspara
reduzida que 05%.
para levá-
05%. mitam
que
quede fazer
deforma escolhas
formagravosa
gravosacriou res-
criou para
paraaaresolução
Frelimo igualmente
resolução das
dasinquie-
Presi-
inquie-
apreço
mereceram hoje ana
mereceram a atenção das escola
atenção cen-
das encontrei
no, em Macomia,
aparentemente, na elas
óptica
no, aparentemente, na óptica vamos,
AATSU, temas de
segundo segurança,
a classe
TSU, segundo a classe ponsáveis
danos ao e, acima
sistema
danos ao sistema de saúde. de de tudo,
saúde. dente
tações da
da República.
classe. (Redacção)
tações da classe. (Redacção) AIM

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