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RODRIGO RODRIGUES ARIMOCHI

RESENHA DO LIVRO “CURSO VIDA NOVA DE TEOLOGIA BASICA:


FILOSÓFIA”

São Paulo
2017
RODRIGO RODRIGUES ARIMOCHI

RESENHA DO LIVRO “CURSO VIDA NOVA DE TEOLOGIA BASICA:


FILOSÓFIA”

Resenha Crítica apresentada em cumprimento


da disciplina Introdução a Filosofia e
Teologia do curso de Mestrado em Liderança
Cristã (MABL) do Seminário Teológico
Servo de Cristo, ministrada Pelo Prof. Dr.
Jonas Madureira

São Paulo
2017
MADUREIRA, Jonas. Curso Vida Nova de Teologia: Filosofia. São Paulo: Vida Nova, 2008

Jonas Madureira é bacharel em Teologia pela Universidade Presbiteriana


Mackenzie e pelo Betel Brasileiro em São Paulo. Bacharel e mestre em Filosofia pela PUC-SP;
doutor em Filosofia pela USP com estágio sanduíche no Thomas-Institut da Universidade de
Colônia (Alemanha). Madureira é professor de Teologia e Filosofia da Faculdade Teológica
Batista de São Paulo, e Seminário do Servo de Cristo e do Betel Brasileiro. Autor de
livro Filosofia do Curso Vida Nova de Teologia Básica, publicado por Edições Vida Nova.

Em 2005, recebeu da PUC-SP a premiação de Menção Honrosa, na área de


Filosofia, pelo estudo que apresentou sobre a doutrina do conhecimento negativo de Deus em
Tomás de Aquino. É editor de Edições Vida Nova. Pastor da Igreja Batista da Palavra, em São
Paulo.

Jonas Madureira aborda um tema bastante relevante para os nossos dias, o debate
entre a fé e razão. Para isso, o autor destaca que o objetivo de seu trabalho é desmistificar a
visão negativa a respeito da filosofia, partindo do resgate da dignidade filosófica. Após esta
clareza, o autor elucida o possível diálogo entre razão e fé, e destaca que a missão apologética
da teologia é responder as inquietações levantadas pela própria filosofia.

O autor segue a temática: O que é filosofia e sua origem, a busca filosófica pela
verdade, a passagem da filosofia cosmológica para a filosofia antropológica, o encontro da
filosofia grega com a teologia Cristã, a influência filosófica na Teologia de Agostinho e Tomas
de Aquino. A influência das filosofias de Descartes, Kant e Nietzche para o pensamento do
homem moderno.

A obra de Madureira é dividida em seis capítulos incluindo apresentação e


Introdução. Dos quais poderíamos dividir em duas partes:

a) a primeira parte da obra, constitui-se na compreensão dos problemas


filosóficos, isso significa que a filosofia é uma atividade que visa ao entendimento das
coisas e não o seu oposto.

B) A segunda parte da obra, o autor discorre sobre a evolução que a


filosofia obteve partindo dos próprios problema filosóficos.

Partindo para o primeiro capitulo, o autor aborda questões introdutórias sobre o que
é filosofia, sua tarefa, e a metodologia do Espanto como ponto de partida para sua investigação.
O Objetivo é levar o leitor a uma reflexão sobre o problema filosófico da verdade, sem exagerar
em uma exaustiva pesquisa histórica sobre o tema.

No segundo capitulo, Madureira sustenta que a filosofia nasce na necessidade de


explicar a razão e o ser das coisas, sem os pressupostos do conceito do mito, e como por meio
da observação empírica os primeiros filósofos apresentavam as primeiras explicações
cientificas do surgimento do Mundo. Para isso, ele utilizou os pensadores filósofos da Grécia
Antiga, tais como: Homero e Hesíodo, que explicavam o surgimento do Kósmo (através da
Alethéia); Tales de Mileto, pelas suas experiências astronômicas e matemáticas.

No terceiro Capitulo o autor nos apresentada, como aconteceu a passagem da


Filosofia Cosmológica (dos pré-socráticos) à filosofia antropológica de Sócrates. Jonas aponta
que esta mudança ocorreu pelo surgimentos de novas questões filosóficas, e o desinteresse dos
filósofos de explicarem questões fenomenológicas, para se dedicarem aos estudos das
inquietações humanas. Os pensadores Heráclito, Parmênides, os sofistas, e Sócrates dão base
para este período.

Partindo para o Quarto Capitulo, Madureira aborda como a Teologia Cristã e a


Cultura Ocidental foram influenciadas pelos pensamentos filosóficos de Platão e Aristóteles.

No Quinto Capitulo, o autor nos mostra como aconteceu o encontro da Filosofia


Grega, com a Teologia Crista. Como foram reinterpretados os pensamentos Platônicos e
Aristotélicos por Agostinho e Tomas de Aquino. Desta forma, o autor destaca que a realidade
de Deus e do mundo devem ser entendidos debaixo da Cosmovisão Cristã, e que a busca da
verdade deve ser sinônimo do Conhecimento de Deus.

O último Capitulo, Jonas aponta os três fatores importantíssimos para determinar o


rumo da Filosofia Moderna. Para isso, ele expões os pensamentos filosóficos de René de
Descartes, a Teoria do sujeito cognoscente; a noção iluminista do sujeito autônomo, de
Immanuel Kant; e a ideia de Fabricação da realidade (pensamento Iluminista) de Friedrisch
Nietzsche.

A obra tem uma linguagem de fácil compreensão sem perder o interesse e tender ao
superficial. O que é imprescindível para leigos que desejam aprender sobre filosofia e para
quem almeja utilizar a obra no currículo de Escolas bíblicas.
Outro aspecto importante da obra são os contrapontos teológicos no final de cada
capitulo, onde o autor nos enriquece com a seu saber Teológico e nos traz reflexões relevante
sobre a fé e a razão, para o contexto da Igreja.

A dinâmica de perguntas e repostas ajudam na didática de retenção do conteúdo e


também serve de auxílio para exercícios em pequenos grupos, escolas dominicais e curso
teológicos.

Pedagogicamente o livro consegui concluir seus objetivos, o que me pareceu muito


importante. A obra poderia ter uma segunda edição abordando outros conteúdos importantes da
filosofia, Tais como: antropologia, ética e estética, incluindo os contrapontos Teológicos.

O livro falha na parte didática mais não na sua totalidade, poderiam ter colado
quadros ilustrativos dos períodos da filosofia, e também de forma resumida e ilustrativa os
contrapontos teológicos.

Eu recomendo este livro para todo aquele que quer florescer o seu pensamento
filosófico e teológico, para aqueles que tem um profundo desejo de fazer uma apologética
debaixo do Senhorio da Revelação da Palavra de Deus. Recomento ainda mais para aqueles que
não querem perder diálogo entre a fé e a razão, e que o quadrado pode ser redondo se utilizarmos
a filosofia como ferramenta debaixo do Senhorio de Deus.

O quadrado pode ser redondo quando deixarmos que a razão fique debaixo do
Senhorio de Deus.

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