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FAJE – Departamento de Teologia / PPG (Programa de Pós-Graduação).

Disciplina: Seminário de Leitura Contemporânea – David Tracy – 2021.2


Professor: Geraldo de Mori
Aluno: André Pereira Soares
Data: 29 de novembro de 2021

Livro: TRACY, D. A imaginação analógica – a teologia cristã e a cultura do pluralismo.


São Leopoldo: Editora Unisinos. 2006.

Uma apreciação final

É necessário formular uma estratégia teológica nova e


inevitavelmente complexa, que fugirá do particularismo por
meio da articulação das alegações genuínas que a religião tem
quanto à verdade.../...como o autor, aceitam o pluralismo como
um enriquecimento fundamental da condição humana.../...e, ao
mesmo tempo, afirmar o pluralismo responsavelmente deve
incluir a afirmação da verdade e dos critérios públicos para tal
afirmação. (TRACY, 2006, p. 11)

Diante da afirmação inicial, proposta pelo autor, proponho a dizer a contribuição


teológica do seminário, para o exercício teologal que lhe compete. Antes de mais nada, basta
comentar que nosso estudo procurou provocar duas dimensões essenciais para a reflexão
teológica. Em primeiro lugar, a própria publicidade da teologia. Pode ser “um chover no
molhado”, pois mesma, a um bom tempo, contribui para a construção da humanidade (Pathós
humano), opina sobre as questões sociais vigentes (por exemplo, as reflexões as
consequências da pandemia -2020-2021- discurso do Papa Francisco). Em segundo lugar,
diálogo constante com o pluralismo cultural (à guisa de exemplo, a encíclica Laudato si, sobre
a ecologia integral). Portanto, podemos concluir, que a teologia não está “tão” fechada em seu
mundo como se pensa.

Mas mesmo assim, qual é a importância da publicidade da teologia? A importância


desse tema num mundo pluralista? A contribuição dessa apreciação é a reafirmação de temas
refletidos na leitura, que acrescentaram no meu pensamento. Tais como a essencialidade dos
retratos da teologia (social e teológico), assim como, a emergência do inabitual. Na
perspectiva dos retratos, para o âmbito “social”, se faz necessário repensar quais os espaços
públicos de sua atuação. No campo acadêmico, se colocar como disciplina nas universidades e
escolas públicas. Parece um “sonho” ou um “espinheiro’. O autor, ao realizar a afirmação,
tem como pressuposto a realidade norte americana, onde em universidades públicas possuem
o curso de teologia. Agora, no Brasil, os desafios são maiores. O conflito da
confessionalidade é presente (católicos e protestantes) nos espaços públicos é persistente. Há
outros que são persistentes, mas, mesmo assim, vale a pena continuar pensando de “como” e
“onde” promover tal reflexão. No campo social, talvez seja mais tranquilo e claro, pois já
existe reflexão bem vigente nessa área. Por exemplo, a teologia política muito presente nos
países latino americanos. No campo eclesial, é a atitude da própria igreja ser um fenômeno
sociológico. Os fatores que determinam a igreja, além dos elementos “transcendentais”, como,
também, as realidades “categoriais”, demonstram como deve ser seu pensamento teológico:
dinâmico, aberto e testemunhal. Em resumo, retomando os três pontos em destaque, é
necessário “repensar” a forma de fazer teologia no campo social.

Outro elemento, é a emergência do inabitual. O autor se propõe e nos propõe como é


importante realizar e testemunhar o pensamento teológico. A teologia tem seu valor quando
está fora de seu “local de segurança”. Ela precisa se arriscar, sair de sua auto afirmação. A
sociedade sempre está em mudança. Os conceitos de ontem não mais os de hoje. Não significa
que uma produção “nova” de clássicos teológicos. O que há é uma “releitura” para responder
as questões mais vigentes de nossa sociedade. Daí, que o fazer o teológico terá maior valor e
“escutará” a situação, quando estiver se arriscando. É procurar sempre espaços “fora” dos
meios acadêmicos que a afirmam (por exemplo, fazer teologia fora do seu espaço de
confessionalidade).

Então, o desafio está lançando: dar publicidade a teologia. Ser público é não é só dar
respostas, apontar caminhos para humanidade, deve, sim, sair de sua “segurança” teologal,
está atento a pluralidade cultural e procurar ser impor como uma ciência que dialoga.

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