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APONTAMENTOS PROVISÓRIOS1
Introdução
Pedagogia da Unidade, expressão usada para designar certa forma de conceber a prática
educativa, ganha existência em momento muito recente da história de uma organização
religiosa denominada Movimento dos Focolares.3 O novo conceito, amplamente
empregado pelos integrantes desse movimento, sobretudo pelos educadores
identificados com esta espiritualidade, não tem no momento seus contornos de
significação delineados com a necessária precisão e clareza, ou seja, seu conteúdo
semântico carece de definição mais precisa; incluindo-se aí os seus postulados
essenciais, assim como procedimentos práticos adequados vinculados aos mesmos.
Certamente, a tarefa de definir melhor seus contornos deverá ser realizada de forma
coletiva, levando-se em consideração a trajetória histórica, cujos primeiros passos já se
iniciam em um solo propício ao diálogo e ao debate. Tais condições são importantes não
apenas para a formulação da nova proposta pedagógica no presente, mas também para
sua recriação no futuro. Não podemos perder de vista que as construções teóricas são
filhas do tempo e, uma vez elaboradas, precisam ser permanentemente avaliadas e
redefinidas, pois, como sabemos, qualquer teorização sobre os aspectos do mundo ou da
realidade tem o seu tempo de validade determinado pela própria dinâmica histórica, que
a torna cada vez mais defasada como modelo explicativo que orienta a prática. Nem
sempre os símbolos avaliados como importantes em um determinado momento histórico
poderão ser pertinentes em outros. Haverá sempre o risco de sua persistência em
sobreviver para além do contexto em que foram criados, quando possuíam um valor
significativo. Sugestivas são as palavras do filósofo colombiano Luís Carlos Restrepo
(2000, p. 101): “Os símbolos da cultura não suportam o vazio da desencarnação.
1
O presente texto foi apresentado no encontro de educadores da região Sudeste. “A escola e a cidade:
perspectiva para uma pedagogia da unidade. Centro Mariápolis Ginetta – Vargem Grande Paulista-SP – 5
e 6 de julho de 2008.
2
Professor de Filosofia no Brasil e na América Latina – Departamento de Filosofia - UFES
3
Movimento espiritual criado por Chiara Lubich durante a Segunda Guerra Mundial na cidade de Trento
– Itália. Atualmente esta organização religiosa, de postura eminentemente ecumênica, encontra-se
difundida em vários países do mundo.
2
Perseguem-nos, buscando novos gestos que lhes outorguem vida. É impossível escapar
de seu assédio. Sob qualquer circunstância, com os mortos é preciso negociar.” O
exercício crítico existe para as atualizações dos símbolos quando estes entram em
descompasso com o seu tempo, perdendo assim sua capacidade explicativa.
Mas uma pergunta poderia servir para prosseguirmos em nossa reflexão: o que leva o
Movimento dos Focolares a estabelecer como exigência indispensável o compromisso
com o mundo, com a cultura, com a educação e com as atividades reflexivas?
Poderíamos dizer que ela emerge, dentre outras fontes, do encontro de certos princípios
e anseios defendidos no interior desta organização religiosa, de uma inserção necessária
no mundo. Com base nesses princípios, a experiência de Deus, se vivida coletivamente, 4
não se constitui em fuga do mundo ou em vivência apenas contemplativa dele. Se
contemplação há, deve ocorrer no interior da própria ação, no encontro permanente com
o mundo. Desta forma, os que assumem essa forma de contemplação são estimulados
por Deus a fazerem história a partir de suas próprias representações religiosas. Por outro
lado, encontramos também o desafio de uma necessária e urgente recriação da nossa
sociedade. A fome, a violência, a exclusão social, a forma de exploração da natureza, a
tirania de certas potências mundiais evidenciam o quanto o homem encontra-se ferido
em sua dignidade e o quanto a sociedade está distante de uma organização social e
política propícia a um ambiente que faculte ao homem desenvolver suas possibilidades e
se afirmar como homo creator, a exemplo de Deus criador. Enfim, o mundo tal como se
encontra se constitui em negação dos ideais que emanam do contato com a Bíblia, livro
sagrado que orienta também a vida e a prática dos cristãos. Repensar nova cultura em
virtude da qual possa ser redefinida a prática econômica, política, social, pedagógica é
uma tarefa inadiável. E isso se torna ainda mais claro quando se postula resgatar o
4
Inúmeros movimentos surgiram nos diversos momentos da história da Igreja católica. Cada um deles
buscou formas específicas de realizar sua vivência evangélica e formas específicas de atuação no mundo.
Esta característica peculiar a cada iniciativa ficou sendo conhecida como carisma. No caso do Movimento
dos Focolares, a experiência religiosa não ocorre a partir das iniciativas individuais, mas sempre
coletivas. É na comunidade que o evangelho é vivido e nela é que as definições necessárias à vida da
Obra de Maria são realizadas. A esta vivência comunitária denominou-se “carisma da unidade”. Os
focolarinos vivem sempre em pequenas comunidades de pelo menos quatros pessoas. Entre eles tudo é
colocado em comum: as alegrias, dores, bens etc. Dirá Chiara Lubich: A unidade é a nossa vocação
específica. A unidade é o que caracteriza o Movimento dos Focolares. A unidade, portanto, e não outras
idéias ou palavras que, de alguma forma, podem exprimir outras divinas e esplêndidas maneiras de
caminhar para Deus, como, por exemplo, ‘a pobreza’ para o movimento franciscano, ou ainda, a
‘obediência’ para os jesuítas, ‘o pequeno caminho’ par quem segue Santa Teresa de Lisieux, a ‘oração’
para os carmelitas de Santa Teresa de Ávila, e assim por diante. A unidade é a palavra síntese da nossa
espiritualidade. A unidade, que para nós encerra todas as outras realidades sobrenaturais, toda e
qualquer outra prática ou mandamento, qualquer outra atitude religiosa ( LUBICH, 1985, p. 27).
3
5
Sugiro a leitura do livro de Rubem Alves O suspiro dos oprimidos. A primeira parte, intitulada “A Rede
de Palavras”, se dedicará ao estudo da linguagem. Dirá o autor na epígrafe desse estudo: Sabia que a
religião é uma linguagem?/ Um jeito de falar sobre o mundo.../ Em tudo, a presença da esperança e do
sentido../Religião é a tapeçaria que a esperança constrói com palavras. / E sobre estas redes as pessoas
se deitam./ É. Deitam-se sobre palavras amarradas umas nas outras. / Como é que as palavras se
amarram? / É simples. / Como desejo. / Só que, às vezes, as redes de amor viram mortalhas de medo. /
Redes que podem falar da vida e podem falar de morte. / E tudo se faz com as palavras e desejos. / Por
isto, para se entender a religião, é necessário entender o caminho da linguagem.[....]. No principio era a
palavra (ALVES, 1984, p. 5).
4
Quando recorremos à nossa memória histórica, não temos dúvida de que a Segunda
Guerra Mundial tornou-se o fato mais importante e marcante na década de 1940. Ela
evidenciará ao homem a sua fragilidade humana e institucional. Esse acontecimento
proporcionará novas significações, que ficarão registradas em construções teóricas
capazes de orientar o homem em sua práxis concreta, assim como novas formas
organizativas internacionais que possam preservar a humanidade de tal calamidade. Na
Itália, um dos cenários dessa guerra, na pequena cidade chamada Trento, região norte do
país, fundada ainda no período do império romano, vamos encontrar um grupo de
moças que conheceu os horrores da devastação provocada pela guerra. Chiara Lubich,
que na época tinha um pouco mais de 20 anos, experimentará, juntamente com algumas
colegas, os limites que a guerra impõe aos sonhos e anseio humanos em suas existências
concretas. A guerra assim como o caos dela decorrente provocarão em Chiara Lubich
desestruturação em sua organização representativa do mundo. A realidade ordenada que
lhe era significativa se desfez diante da trágica situação de destruição realizada pelas
bombas dos combatentes. O cosmo foi engolido pelo caos. Trata-se de uma situação de
desestruturação humana profunda, de perda de sentido, de colapso das referências
orientadoras da ação no mundo. Nada ficou em pé. A linguagem, que até então era
organizadora do mundo, se esfacela diante da dureza e da crueldade dos homens em
estado de guerra e com práticas desumanas de destruição. O que passa a existir é um
grande abismo, que inviabiliza a experiência humana. Os elementos de segurança
necessários à sobrevivência humana se perdem, são tragados pelo irracionalismo
presente nestas circunstâncias de agressão violenta entre os homens. São substituídos
pelo vazio e pelo desamparo. O novo ponto de apoio deve ser buscado a partir da
situação de insegurança absoluta.6
6
O mesmo drama humano é expresso pela poetisa portuguesa Sophia Breyner (1981, p. 126), em seu
conto A viagem. Nele a autora fala da experiência de uma pessoa que aos poucos perde a segurança e a
tranqüilidade do mundo familiar, aproximando-se de um abismo indizível. Fiquemos com as últimas
palavras narradoras do conto: “[...] Agora havia apenas um estreito rebordo onde ela não cabia, onde nem
os seus pés cabiam. Um rebordo sem saída. Aí ficou de lado, com os pés um em frente do outro, com o
lado direito do seu corpo colado à pedra da arriba e ao lado esquerdo já banhado pela respiração fria e
rouca do abismo. Sentia que as ervas e as raízes a que se segurava cediam lentamente com o peso do seu
corpo. Compreendia que agora era ela que ia cair no abismo. Viu que, quando as raízes se rompessem,
não se poderia agarrar a nada, nem mesmo a si própria. Pois era ela própria o que ela agora ia perder.
Compreendeu que lhe restavam somente alguns momentos. Então virou a cara para o outro lado do
abismo. Tentou ver através da escuridão. Mas só se via escuridão. Ela, porém, pensou: — Do outro lado
5
Pois bem, é nessa situação de dor e desamparo absoluto, de experiência do nada, que
Chiara procura algo que possa sobressair em meio ao escombro e à destruição; situação
certamente geradora de uma angústia existencial profunda. É a busca do sentido e da
palavra que possam estabelecer um re-ordenamento do mundo desfeito. É o
estabelecimento de um novo logos capaz de recompor a ordem destruída e suplantar o
desespero vivido. Neste momento ela encontra Deus.
Cada uma percebia que tudo aquilo a que havia se dedicado de corpo e alma, estava
tremendamente comprometido. Ao mesmo tempo, porém, justamente pela
destruição da guerra, sentíamos convidadas a aprender uma grande lição: “Tudo é
vaidade das vaidades...” Portanto, não podíamos entregar sem reservas o coração a
coisa tão transitória. Perguntamo-nos então: Haverá um ideal pelo qual vale a pena
empenhar toda a vida? Um ideal que não desapareça? Um ideal que nenhuma bomba
possa destruir? Encontramos uma resposta: sim, este ideal existe, é Deus (LUBICH,
1991, p. 48).
Ora, Deus, para ela, não significa neste contexto uma representação abstrata e fria. Essa
palavra já não invoca seus sentimentos religiosos anteriores, mas algo de essencial, do
qual a esperança brota. Deus é o nome da esperança. Trata-se da abertura para uma nova
realidade possível. Com a desintegração do mundo dado, o emigrar para o futuro torna-
se necessário. É a busca de uma ordo amoris, ou seja, de um mundo em que a
experiência humana seja possível, em que os desejos de paz, felicidade possam ter
lugar. Somente o homem, por ser suscetível à utopia, 7 diferentemente dos demais
animais, pode transcender a realidade que lhe é cruel em busca de um novo topos que
possa ser expressão dos seus anseios mais profundos, sobretudo em experiências de
conversão,8 tal como experimentou Chiara Lubich. Oportunas são as palavras de Rubem
7
Não entendemos aqui utopia como mero devaneio. O homem é essencialmente um ser voltado à utopia.
É através dos sonhos que o homem pode ir além do seu mundo dado. Etimologicamente utopia vincula-se
à palavra U-topos. Trata-se do “ainda não”, e não do “nunca será”. Utopia e imaginação cumprem um
papel fundamental na recriação do mundo na existência humana.
8
“Conversão é o momento religioso da consciência. Freqüentemente a análise científica da religião
prefere tomar com seu objeto as suas formas institucionais ou suas cristalizações dogmáticas. Entretanto,
estas nada mais são que monumentos de uma experiência esquecida [...]. Na experiência de conversão,
entretanto, contemplamos a religião no seu momento de nascimento. Aqui a subjetividade está envolvida
de forma total e irrestrita. Bem que poderíamos denominar a conversão de metamorfose da subjetividade.
Estruturas emocionais se deslocam. As zonas quentes da personalidade e as sua matrizes emocionais
deixam de sê-lo. E ao mesmo tempo novas emoções passam a se constituir no objeto da paixão infinita do
homem, enquanto um novo mundo é construído pela subjetividade. Ser convertido é morrer para nascer
de novo” (ALVES, 1988, p. 118).
6
Mas poderíamos nos perguntar: não foi Chiara Lubich criada no interior de uma
tradição religiosa, na qual ela participava efetivamente? Ela já não havia passado por
um processo formativo no qual ela havia ouvido falar de Deus? O que a levou a dizer
que em meio à guerra havia descoberto Deus, e que ele seria doravante o seu ideal de
vida? Em resposta a tais indagações apontamos o colapso de seu mundo e de suas
representações como responsável pelo estabelecimento de um novo ponto de partida. A
partir da intuição essencial de Deus, seu mundo passa a ser reorganizado. Suas
representações e práticas passam a ser redefinidas. Obviamente, aquela experiência
primordial vivida por ela escapava à linguagem religiosa estabelecida e assimilada pela
mesma. Não há como colocar em palavra, expressar em linguagem aquele
acontecimento tão único vivido durante aqueles tempos difíceis juntamente com suas
colegas. Trata-se de uma experiência de eternidade, aqui entendida como intensidade;
de um acontecimento vivido com tal intensidade que símbolo algum é capaz de revelar-
lhe a plenitude da vivência. Ela escapa à linguagem comum, estabelecida e cristalizada
no interior da instituição religiosa. Como nos lembra Alves (1988, p. 136),
Não há como renunciar à tentativa de comunicar esse fato tremendum e as novas ações
estabelecidas a partir dele. É aí então que ela recorre a determinados símbolos que
possam explicitar de forma aproximada os fatos vividos e as intuições que desde então
vão surgindo. Ela recorrerá então aos símbolos de sua tradição religiosa. Mas
certamente eles terão sentidos bem distintos daqueles que eram veiculados
anteriormente. Deus lhe proporcionava uma experiência bem diversa daquela que ela
até então vivera.
7
A palavra não tem sempre o mesmo sentido. Se hoje ela possui determinado conteúdo
semântico, amanhã poderá ter outro, dependendo de uma série de fatores, entre eles, a
situação em que vivemos em dado momento de nossa trajetória histórica. Foi o que
ocorreu com Chiara. Alguns símbolos da tradição religiosa por ela adotados passaram a
ressoar em seu interior, após este momento de transformação profunda, com sentidos
diversos dos alcançados por seus antepassados. Ganharam nova vida, novas cores. Com
a experiência de conversão, um novo momento fundante emerge.
9
Rubem Alves em O enigma da religião faz um estudo minucioso sobre a experiência de conversão. Da
conversão religiosa. Leitura que sugiro a todos. Dirá ele: “Para aquele que passou por esta experiência
religiosa um fato é incontestável: a mudança radical de suas condições subjetivas e conseqüentemente a
transfiguração do mundo. O homem sabe que isto se deu. Mas não sabe como se deu. Há um abismo
radical, uma incomensurabilidade absoluta entre o que veio antes e o que veio depois, entre o demoníaco
e o divino. O que veio antes não pode ser invocado como causa do que veio depois. Poder-se-ia apontar a
desintegração do cosmo, para os sentimentos de culpa, angústia e impotência, como os responsáveis pelo
novo cosmo surgido e pelos sentimentos de paz, tranqüilidade e poder? No entanto esta polaridade está
sempre presente na experiência religiosa primordial. A luz aparece depois de se descer às profundidades
das trevas. Os picos dos horizontes emergem no fundo do abismo. A voz de Deus se ouve na sua ausência
absoluta, quando no ventre do mostro marinho o homem se sente engolido pela escuridão, pelas águas, e
pelo silêncio.” (ALVES, 1988, p. 156).
8
como isto ocorreu, descobre-se transportado do Nada para o Ser, das Trevas para a
Luz, do Fim para o Princípio, da Morte para Vidal. [...] Diante de seus olhos
maravilhados a consciência vê desfilar um mundo totalmente novo (ALVES,
10975, p. 147).
10
“Jesus abandonado é nosso estilo de amor. Ele nos ensina a anular o que há dentro de nós e fora de nós,
para ´fazer-nos um´ com Deus; ensina-nos a fazer calar os pensamentos, os apegos, a mortificar os
sentidos, a pospor até as inspirações para podermos ´fazer-nos um´ com os nossos próximos, ou seja, para
servi-los e amá-los.” ( LUBICH, 1985, p. 63).
11
“Acrescento ´com Maria Desolada` porque se Jesus é para nós modelo em assumir a própria cruz,
Maria (depois de Jesus, naturalmente) é modelo em renunciar a si mesma, em ´saber perder’. Quando,
aos pés da cruz, perde Jesus, Maria realmente é mestra do ´saber perder´.” (LUBICH, 1988, p. 83).
9
É importante destacar que, com base nesta linguagem inicial, estabelecida como
tentativa de explicar a experiência primordial e as que surgem ulteriormente, outras
palavras e expressões, articuladas às primeiras e a partir delas, ganham existência. Neste
sentido podemos também falar de uma rede simbólica denominada teologia, que se
desenvolve na continuidade da linguagem inicial. Trata-se de uma atividade que guarda
12
“Fomos também chamados de Movimento da Unidade devido a nossa nova intuição. Finalmente
chegamos ao nome Obra de Maria, e acredito que seja este o termo que mais condiz com a nossa
espiritualidade, mesmo que continuemos a nos chamar e a nos apresentar com o nome de focolarinos.”
(LUBICH, 1991, p. 79).
13
“A Economia de Comunhão propõe comportamentos inspirados na gratuidade, na solidariedade e na
atenção para com os excluídos – comportamentos normalmente considerados típicos de organizações sem
fins lucrativos – também as empresas que por natureza buscam o lucro. Por conseguinte, a Economia de
Comunhão não se apresenta tanto como uma nova forma de empresa, alternativa às que já existem, mas
pretendem transformar intimamente as estruturas habituais das empresas (quer sejam sociedades
anônimas, cooperativas ou de outro tipo) orientando todas as relações intra e extras empresariais segundo
um estilo de vida de comunhão.” (CHIARA, 2003, p. 350).
14
“Esse Movimento nasceu recentemente, pois remonta a 2 de maio de 1996, por ocasião de meu
encontro com um grupo de políticos em Nápoles (Itália). Mas ele finca suas raízes na história, na
espiritualidade e na doutrina do Movimento dos Focolares, pelo que é promovido. Para o mundo político,
de fato, temos sempre reservado especial atenção, porque ele nos oferecia a possibilidade de amar o
próximo num nível crescente de caridade, do amor interpessoal para um amor maior, rumo à polis. Muitas
pessoas do novo Movimento nele se empenham, freqüentemente, em cargos de responsabilidade.”
(LUBICH, 2003, p. 293).
10
A linguagem teológica
A palavra “teologia” é de uso comum no interior de nossa cultura e passou por várias
transformações semânticas durante sua longa história. Primeiramente foi empregada por
Platão para designar o conjunto de mitos e lendas que eram divulgados pelos poetas
populares na Grécia antiga e que deveriam ser analisados criticamente. Aristóteles
também fez uso do termo para nomear a sua filosofia, que ele denominou “filosofia
primeira”. Posteriormente os seus discípulos a trocaram pelo termo “metafísica”, que
objetivava explicitar, através do esforço da razão, os fundamentos do próprio homem e
do mundo, quer dizer, as verdades imutáveis, necessárias e eternas.
Aos poucos ela passa a ser incorporada pela tradição cristã, conservando, em parte, o
sentido que lhe fora atribuído pela tradição pagã. A linguagem teológica surge do
esforço do homem em querer estabelecer uma explicação sobre Deus. Teologia, como a
etimologia da palavra indica, é um discurso sobre Deus, sobre a natureza divina. Na
tradição cristã esse labor reflexivo ocorre a partir da revelação, pois é na palavra
revelada que Deus se revela. Certamente, o termo “teologia” não é oriundo da Bíblia
nem da tradição hebraica. Provavelmente passa a ser usado permanentemente pela
tradição cristã, como acreditam alguns, a partir do século V, com a patrística, indicando
uma inteligibilidade adequada da Bíblia e de Deus. Posteriormente seu conteúdo sofre
alterações semânticas, com Abelardo, Santo Tomás e outros. Mais recentemente vamos
conhecer uma diversificação no atributo das palavras. Passa-se a falar de teologia
mística, ascética, moral, positiva, etc. Mas no centro de todas estas iniciativas encontra-
se a preocupação em elucidar a própria experiência de fé, e neste itinerário a revelação é
sempre uma referência... Pois ela se constitui na fonte da própria fé. Não apenas se vive
a fé, mas também se busca uma explicação dela, pois:
O ser humano quer compreender a sua fé. Pela fé, ele lança ponte intermediária que o
liga a Deus. Não quer fazer qualquer estudo de Deus. Mas intenta aprofundar,
justificar, esclarecer seu ato de fé nele. Portanto, a teologia define-se como reflexão
crítica, sistemática sobre a intelecção de fé. E a fé termina em Deus e não nos
enunciados a respeito de Deus (LIBÂNIO, 2007, p. 67).
11
Também é preciso dizer que aquele que vive a sua fé, a vive em um determinado
contexto histórico e cultural. Assim, o resultado da reflexão que realiza sobre a sua fé
não deixa de levar em conta componentes próprios da cultura que o cerca
(representações do mundo, conceitos, valores, etc.), da singularidade das experiências,
dos desejos que dinamizam sua vida. Embora a fé possa ser algo constante, o esforço
em querer refletir sobre ela resulta em produtos simbólicos marcados por uma certa
historicidade. Quando olhamos a própria tradição cristã, podemos visualizar uma
diversidade de resultados teológicos distintos realizados em momentos diversos da
trajetória humana. Através deles os resultados teológicos anteriores são sempre
recriados à luz dos novos contextos, pois a fé sempre se encontra encarnada em uma
determinada configuração de mundo.15 Desta forma podemos dizer que:
Com essas considerações sobre o saber teológico pretendeu-se tão somente apresentar
de forma rápida e contextualizada uma atividade inserida no processo de
desenvolvimento de nossa civilização cristã-ocidental e à qual o movimento dos
focolares se vincula, na medida em que também, através de seus teólogos, procura
explicitar a experiência de fé à luz da própria revelação, palavra de Deus, da qual Chiara
Lubich se alimentou. Isto implica certamente um diálogo com a tradição; neste sentido,
a patrística teve um papel importante, assim como a sensibilidade aos caracteres
próprios da experiência de fé vivida pela fundadora do movimento em contexto
histórico particular. Talvez possamos dizer que a motivação essencial de Chiara Lubich
não se vincula, a princípio, ao labor teológico, mas à experiência mística, coisa que ela
freqüentemente frisa. Foi em torno de sua vivência que ela foi criando alguns símbolos
de sua tradição religiosa e recriando outros, como já vimos, estabelecendo os contornos
da espiritualidade iniciada com ela e suas amigas.
15
“O teólogo ou qualquer outro cristão possui uma “pré-compreensão” (VOVERSTANDNIS), derivada
do somatório de experiências vividas, refletidas e assimiladas. A pré-compreensão exerce efeitos seletivos
sobre o conhecimento. Atua como um filtro, deixa passar alguns elementos e retém outros. Dirige a luz
para uns aspectos e deixa na sombra outros [...]. O indivíduo não paira no ar. Seu espaço vital transcende
a pura subjetividade. A existência pessoal, de valor inegável e irredutível, constrói-se na sociedade”
(LIBANEO, MURAD, 2007, p. 337).
12
Embora no sentido acadêmico Chiara não fosse teóloga, há nos elementos simbólicos
por ela estruturados em torno de sua vivência religiosa componentes que possibilitam
uma reflexão teológica. Esses componentes serão aprofundados e desenvolvidos por
teólogos identificados com os ideais do Movimento dos Focolares. Podemos dizer que
já há uma produção razoável em linguagem teológica deixada por esses pensadores,
entre os quais poderemos citar: Silvano Cola, Piero Coda, Gérard Rossé, Anna Pelli,
Giuseppe Maria Zanghi, Fabio Ciardi, Klaus Hemmerle e Hubertus Blaumeiser. O
resultado das pesquisas desenvolvidas por esses teólogos encontra-se em livros e,
sobretudo, na revista Abba, pertencente à escola16 que leva o mesmo nome, cujo
objetivo é a produção e difusão dos resultados das investigações realizadas nos vários
aspectos do saber. A referida escola congrega intelectuais de várias partes do mundo,
que, com base nos ideais de Chiara e na espiritualidade dela, buscam estabelecer novas
referências culturais para a sociedade e para a cultura.
Nossa atenção, nesta reflexão, está voltada não tanto para a prática teológica dos
teólogos profissionais participantes do movimento, mas para o que realizam os
integrantes do movimento. Embora não sejam teólogos profissionais, os adeptos da
espiritualidade focolarina, assim como qualquer cristão, são possuidores de referências
explicativas da sua experiência de fé, com as peculiaridades próprias desta iniciativa
religiosa. Desta forma, em um sentido amplo podemos dizer que todos são teólogos,
pois não existe quem não justifique sua fé. “Qualquer fiel, na simplicidade de seu
coração, é um/a teólogo/a quando o espírito lhe faz conhecer o sentido da vida, não
raras vezes de forma mais penetrante do que o saber de um pensador ‘oficial’ da religião
pode oferecer” (MATOS, 2005, p. 20). O que o teólogo profissional tem de diferente
dos demais membros do movimento não é a fé, ou a experiência de comunhão, mas as
condições necessárias (metodológicas e conceituais) para verbalizar de forma coerente,
rigorosa e científica essa fé.17
16
“Escola ABBA: surgida em 1990 para aprofundar a dimensão doutrinal do carisma da unidade, é
composta por Chiara Lubich e cerca de trinta especialistas de várias disciplinas. Desde 1998, também
estão envolvidos nesse estudo mais de trezentos docentes e especialistas em várias áreas, de diversos
países” (LUBICH, 2003, p. 443).
17
Sugiro a leitura do livro Filosofia da linguagem e da religião (1994), de Edvino Rabuke. No capítulo
VII, intitulado “o Discurso Teológico”, explicita algumas características do discurso teológico.
13
O que é importante ressaltar é que, pelas razões que já expusemos, todos os que têm fé
são possuidores de um referencial religioso explicativo dessa fé. Trata-se de uma
linguagem mediante a qual se justifica e se explica determinada maneira de vivência da
fé, da espiritualidade. Não se trata de uma linguagem fria e abstrata, mas de símbolos
saborosos, carregados de afetividade. Neles se encontra de certa forma a razão de viver
e agir no mundo. Entretanto, embora esses símbolos sejam importantes e necessários,
quando se trata de uma inserção em outras ordens de linguagem vinculadas a outros
aspectos do viver no mundo, no processo de criação da cultura, é preciso respeitar a
alteridade dos demais espaços. Por exemplo, na recriação dos modelos explicativos no
interior da econômica, não se consideram os componentes de nossas explicações
religiosas. O que deve estar presente são as motivações de fé.
A educação enquanto tal, considerada no contexto das concepções mais gerais, vincula-
se a um universo simbólico que encerra uma pluralidade de constelações menores,
denominadas propostas pedagógicas. Estas surgem em contextos históricos
determinados, embasadas em certos pressupostos presentes no interior da cultura como
um todo. É dentro desse pressuposto que se deve analisar a iniciativa dos educadores do
Movimento dos Focolares no tocante ao estabelecimento de uma prática e de uma
concepção pedagógica. Estas, sem dúvida, estão articuladas a certos postulados
essenciais da cosmovisão religiosa desse movimento, que não tem como prescindir
deste legado. A nova linguagem pedagógica a ser talhada deverá dialogar com as
concepções educativas presentes em nosso universo educacional. Como na história não
há sobressaltos, o que é possível fazer é tecer uma nova rede simbólica pedagógica que
coloque uma variação nova em relação ao passado herdado.
Da mesma forma, não tinha como Chiara Lubich e os demais membros de sua obra
ignorar a cultura religiosa existente quando se propuseram a elaborar a sua linguagem
religiosa. Não há como prescindir de uma tradição que nos antecede, ainda que seja para
ir além dela. Embora sua experiência mística se apresente como única, ela não passou
ao largo das circunstâncias históricas. Quando se passa do vivido para o universo da
cultura, o diálogo se faz necessário, visto sermos herdeiros de uma tradição que nos
transcende e nos antecede.
Quando nos apaixonamos por uma leitura ou ouvimos com atenção absoluta alguém
falar, é porque ele está dizendo coisas que desconhecíamos? Não, neste caso os
discursos proferidos vinculam-se a coisas que já sentíamos mas que não éramos capazes
de explicitá-las em palavras. Os autores, neste caso, contribuíram para a ampliação do
nosso mundo ao fazerem uso das palavras que nomearam os nossos sentimentos
recônditos. São símbolos que atingem o coração, expressam aquilo que é significativo à
17
vida de quem lê ou ouve. Creio que a possibilidade de elaboração discursiva que possa
ser significativa ao conjunto dos professores é um desafio para todos aqueles que se
colocam na perspectiva de construção da Pedagogia da Unidade.
Há, por outro lado, um segundo ponto a ser aqui discutido: todo discurso, como já
acentuamos antes, é fruto do tempo, não devendo, pois, ter pretensão de ser eterno. Os
discursos são construídos em determinados contextos históricos, devem servir para
interpretar as experiências do momento em que são articulados e orientar o homem em
sua ação concreta nos vários lugares onde a existência se manifesta. Daí a necessidade
de manter a leveza de espírito e a relatividade de certas representações sobre o mundo.
No universo da cultura, ainda que alguns valores possam gozar de certa perenidade, eles
sempre são redefinidos de forma contextualizada no fluir da história. Cabe notar que a
vida nunca se deixa aprisionar por nossas representações; haverá sempre algo mais, para
além daquilo que podemos dizer sobre nós e sobre o mundo. Neste caso, o espírito
absolutizador é sempre obstáculo a uma compreensão adequada da história em seu
devir. Talvez Gaston Bachelard, conhecido pensador francês, tenha razão em dizer que
o cientista somente é útil à ciência na primeira metade de seu labor investigativo. No
primeiro momento ele cria, no segundo ele luta para a manutenção do que estabeleceu
em sua juventude. Articular-se a uma tradição, mantendo ao mesmo tempo a leveza de
espírito que nos permita olhar para o futuro, é tarefa difícil.
colonialismo, mas sim diálogo aberto, franco e criativo. Neste sentido, podemos aplicar
à pedagogia as palavras que o filosofo cubano Raúl-Fornet Betancourt dirigiu à filosofia
quando falava da possibilidade de diálogo entre os modelos interpretativos. Ele fala de
Além das observações acima apresentadas, acreditamos ser importante também tecer
algumas considerações rápidas sobre os postulados filosóficos, com base nos quais a
pedagogia da unidade deve ser elaborada. De onde retirar as bases conceituais-
axiológicas através das quais essa nova linguagem educacional possa ser construída?
Gestada no interior da experiência do próprio movimento, ela deve ir além deste. É daí
que devem ser extraídos os princípios destinados a orientar o processo de teorização.
Esses princípios a serem pinçados certamente se apresentam primeiramente revestidos
por uma outra linguagem, que não é científica nem filosófica. Torna-se então necessário
realizarmos uma transposição de linguagens. Ou melhor, estabelecer uma aproximação
de determinados conceitos antes apresentados em uma estruturação lingüística para uma
outra, a fim de que possamos manter os elementos primordiais da experiência. A
questão é saber se isto é possível. Eu sugiro que sim. Com isto quero dizer que certos
componentes essenciais explicitados no universo da linguagem religiosa podem ser
aproximados a outras estruturas lingüísticas. Talvez a explicitação desses componentes
facilite a compreensão por parte do leitor. Assim sendo, vou sugerir alguns, que poderão
se somar a muitos outros conceitos-matrizes, mediante os quais poderemos caminhar no
sentido pedagógico e nos horizontes dos ideais vividos por Chiara e pelo Movimento
dos Focolares.
1 - O amor como componente essencial da nova pedagogia. Terá o amor lugar apenas
no interior do discurso religioso? Estaria ele excluído de qualquer estrutura lingüística
de caráter científico ou filosófico? Obviamente que não. Podemos dizer que, em termos
de representações educacionais, ele ocupa um lugar central em certas propostas
pedagógicas já existentes, nas elaboradas sob o pressuposto antropológico segundo o
qual o homem é essencialmente definido como ser afetivo, de desejo, de amor, etc. E
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esses componentes dinamizam não apenas a vida da educação, mas os demais aspectos
da práxis humana. O homem, antes de ser um animal pensante, vive, sofre, se alegra, se
angustia. O pensamento primordialmente emerge a partir dos desafios que são
colocados na vida concreta do homem. As representações de mundo que criamos, e que
são tão importantes, surgem como resposta a certas necessidades humanas que emergem
em nossa história. Se nossas representações servem como guia em nosso itinerário
histórico, são as emoções que nos movem, que nos abrem, através da imaginação, o
caminho de recriação do homem e do mundo. Falar em criação no processo educativo é
contar com a contribuição deste elemento fundamental, que é a imaginação. Este
componente distingue o homem dos demais animais. Um processo educativo que não
consegue despertar a imaginação e a capacidade dos alunos de sonhar não pode gerar
cidadãos aptos a recriar o seu mundo. Assim, a imaginação, elemento de nosso universo
afetivo, não deve ser vista apenas em seus aspectos psicológicos, mas também
ontológicos. O homem sem capacidade imaginativa torna-se presa fácil no universo de
um realismo epistemológico incapaz de olhar para o futuro, resignando-se a um
ajustamento permanente ao mundo dado. Um dos pensadores com quem se poderia
estabelecer um diálogo importante nesta discussão é o educador Rubem Alves.
prática educativa que possa superar os valores da racionalidade que se constituiu desde
o início da idade moderna é fundamental no atual contexto histórico em que vivemos.
Também deve ser ela promotora de condições de um verdadeiro encontro com o outro,
em que o conceito de alteridade deve ser realizado de maneira plena. O outro deve ser
percebido na sua singularidade, na sua alteridade em todos os níveis desta prática:
relação professor–aluno, professor–professor, aluno–aluno, etc. É com base nesse fato
que podemos estabelecer uma prática educativa que aproxime verdadeiramente os
homens entre si em função da vida social, em que a dignidade de todos seja respeitada.
As possibilidades de um verdadeiro encontro com o outro, de abertura para com o
semelhante sempre se revestiram de essencialidade axiológica no interior do movimento
aqui analisado. As contribuições de Emmanuel Levinas, Martin Buber e outros são
importantes para esta fundamentação pedagógica.
morte, a ruptura, a conversão, a metanóia como parte deste processo. Preparar para a
vida é preparar para a morte, e vice-versa. Trata-se de um desafio para a Pedagogia da
Unidade, pois em nossa cultura fala-se da vida mas recusa-se a amizade com a morte.
Na experiência mística de Chiara Lubich, a expressão “Jesus abandonado” traduz os
caminhos desta possibilidade.
Outros pressupostos poderemos somar aos que aqui sugerimos. Trata-se de uma tarefa
coletiva, como já dissemos, em que a participação de todos os educadores se torna
relevante. O que é importante ressaltar é o respeito a este jogo de linguagem,
denominado mundo da educação, como afirma o filósofo austríaco Wittgenstein.
Conclusão
amplos deste itinerário que possam balizar este processo, assim como alguns
pressupostos filosóficos para esta realização.
Esta construção está começando a ensaiar os seus primeiros passos, e sua efetivação vai
depender do tamanho dos sonhos e da disposição de empreendimentos dos educadores
vinculados a este movimento. A realidade de hoje foi possível em decorrência dos
sonhos que muitos tiveram no passado. Não só dos sonhos, mas da capacidade de
articular os símbolos em torno das utopias. O homem é um ser de amor e de símbolos.
A realidade futura dependerá dos sonhos e das identificações que possam se dar no
presente e das palavras que se possa criar para nomeá-los. Como nos lembrou Albert
Camus, uma vez que nos tornamos prisioneiros de certas verdades, não temos mais
como recuar ou ficarmos indiferentes. Voltar atrás é morrermos para nós mesmos.
Assim sendo, estamos condenados a construir o futuro que desejamos, que esteja mais
próximo dos sonhos que nos unem.
Referências
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Nova/Brasiliense, 2003.
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cap. 18:19, p. 1081. São Paulo: Edições Paulinas, 1978.
CIARDI, Fabio. Sobre o nosso nada, tu estás. ABBA, São Paulo, v. 2, n. 3, p. 11-29,
1999. Suplemento da Revista Cidade Nova, 1999.
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MACEDO, Dion Davi. Do elogio à verdade: um estudo sobre a noção de Eros como
intermediário no Banquete de Platão. 2000. 148 f. Dissertação (Mestrado em Filosofia)
– Programa de Pós-Graduação em Filosofia. Pontifícia Universidade Católica de São
Paulo, São Paulo, 2000.
ORTEGA Y GASSET, José. Estudio sobre el amor. Barcelona: Biblioteca Edaf, 1998.
VERONESI, Silvana. E a vida renasce entre as bombas. 5. ed. São Paulo: Cidade
Nova, 1988.