O corpo pede o alimento, a mente pede o conhecimento e a compreensão e o
espírito pede a realização de um sentido. Como pode o Homem realizar o sentido da própria existência?
Frankl chama a atenção que, à diferença de outras teorias que buscam
conscientizar o anímico, a logoterapia busca conscientizar o espiritual, especialmente por trazer o homem á consciência do seu ser-responsável, ressaltando que responsabilidade significa sempre “responsabilidade perante um sentido” (Frankl, V. E. 2003, pg. 55). Outros pontos fundamentais da Logoterapia sustentam que “o homem é um ser capaz de auto determinar-se e orienta-se primariamente para o significado e os valores” (Peter, R., 1999, pg 18 e seguintes).
Quando falamos em “preencher ou encontrar um sentido para a vida” é comum
pensar em “fazer algo” e assim é fácil enganar-se em um contexto onde o ativismo é a tonica da existência. O ativismo, porém, pode tornar-se a grande armadilha, visto que não é o “fazer” a garantia de encontrar e realizar um sentido, mas ao contrário, pode mascarar justamente a falta ou ausência de sentido, ou como chama Frankl, o “vazio existencial”. A realização de sentido está intimamente ligada á realização de valores na concepção de Paul Tilich (Peter, R., 1999).
Podemos considerar, segundo Frankl, 3 possibilidades ou campos de realização
dos valores: 1) Valores criativos ou de criação: quando realizamos uma tarefa com a identidade pessoal, com as características que nos são únicas e irrepetiveis. 2) Valores vivenciais: são os específicos oferecidos pela vida, como a natureza, a arte, o sorriso, instantes vividos com um filho ou com a pessoa amada. 3) Valores de atitude: aqueles possíveis de concretizar quando não nos é permitida outra possibilidade que não o próprio sofrer as condições impostas pelas circunstancias externas, como as tragédias ou doenças que fogem aos nossos cuidados.
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