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Estruturas e Analise de Balanco Alexandre Assaf Neto
Estruturas e Analise de Balanco Alexandre Assaf Neto
■ Ficha catalográfica
A862e
12. ed.
ISBN 978-85-97-02484-5
20-62590 CDD-657.3
CDD-657.3
alexandreassafneto@gmail.com
www.institutoassaf.com.br
As novas edições de Estrutura e análise de balanços foram elaboradas
de forma a refletir os principais avanços que ocorreram no instrumental de
avaliação de empresas, e atender, identicamente, a uma necessidade
crescente de os analistas adquirirem uma visão mais ampla e crítica da
matéria. Uma preocupação também presente nestes trabalhos de revisão foi
uma constante adequação entre as técnicas e critérios de análise de balanços
com a realidade empresarial brasileira.
Em verdade, o livro vem sofrendo profundas revisões, que alteraram
bastante sua estrutura original.
Os principais avanços propostos nas partes que compõem este livro,
trazidas pelas novas edições, estão relacionadas a seguir.
Esperamos que o livro possa atender, pelo menos, a alguns dos aspectos
mais importantes aqui apresentados.
Desde a elaboração da 5ª edição de Estrutura e análise de balanços,
dentro do direcionamento proposto para o livro, procura-se reforçar os
conceitos e aplicações do valor econômico agregado, medida moderna e
amplamente aceita de avaliação do desempenho das empresas.
É relevante reconhecer o conceito e os inúmeros méritos de avaliação da
riqueza gerada pelos negócios, e sua superioridade diante de outros modelos
de gestão propostos.
O lucro, conforme é calculado tradicionalmente pela contabilidade, é
uma medida limitada da capacidade competitiva de uma empresa, ficando
geralmente referenciada a um horizonte de curto prazo. A apuração de um
resultado positivo não garante necessariamente o sucesso do
empreendimento, medido pela atratividade econômica em remunerar o
custo de oportunidade de seu investimento. O indicador do valor econômico
agregado, por considerar a remuneração exigida pelos proprietários de
capital, constitui-se na melhor medida de avaliação, preocupando-se com o
sucesso e a continuidade da empresa.
1 Identificação da Empresa
1.1 Interligação entre mercados e agentes
1.1.1 Poupança e financiamento das empresas
1.2 Classificação das empresas
1.2.1 Aspecto econômico
1.2.2 Aspecto administrativo
1.2.3 Aspecto jurídico
1.2.3.1 Empresa individual
1.2.3.2 Empresa Individual de
Responsabilidade Limitada (EIRELI)
1.2.3.3 Microempreendedor Individual (MEI)
1.2.3.4 Empresa societária
1.2.3.5 Microempresas e empresas de pequeno
porte
1.2.3.6 Principais regimes tributários
1.2.4 Tipos de sociedades anônimas
1.2.5 Holdings
1.3 Valores mobiliários: ações e debêntures
1.3.1 Partes beneficiárias e bônus de subscrição
1.4 Órgãos representativos das sociedades anônimas
1.4.1 Governança corporativa e comitês de auditoria
1.5 Transformação e concentração de sociedades
1.6 Propriedade e gestão
4 Balanço Patrimonial
4.1 O balanço e sua estrutura
4.1.1 Critérios de avaliação dos ativos
4.2 Ativo
4.2.1 Ativo circulante
4.2.1.1 Disponível
4.2.1.2 Aplicações financeiras
4.2.1.3 Valores a receber a curto prazo
4.2.1.4 Estoques
4.2.1.5 Despesas antecipadas
4.2.2 Ativo não circulante
4.2.2.1 Ativo realizável a longo prazo
4.2.2.2 Investimentos
4.2.2.3 Imobilizado
4.2.2.4 Intangível
4.3 Passivo e patrimônio líquido
4.3.1 Passivo exigível
4.3.2 Patrimônio líquido
4.3.2.1 Capital social
4.3.2.2 Reservas de capital
4.3.2.3 Ajustes de avaliação patrimonial
4.3.2.4 Reservas de lucros
4.3.2.5 Prejuízos acumulados
4.3.2.6 Ações em tesouraria
Bibliografia
Esta primeira parte objetiva, fundamentalmente, apresentar as principais
características da empresa, de maneira a subsidiar todo o processo de
análise econômico-financeira a ser desenvolvido em partes posteriores. É
atribuída importância ao conhecimento prévio da unidade econômica e de
seu mercado de atuação, visando a uma melhor compreensão da avaliação
empresarial.
Diante do objetivo enunciado, esta parte inicial encontra-se dividida em
três capítulos. O Capítulo 1 aborda as diversas características legais,
econômicas e administrativas de atuação das empresas. O Capítulo 2
engloba dois importantes temas financeiros: as decisões financeiras e os
objetivos da empresa. Finalmente, o Capítulo 3 descreve os objetivos da
análise de balanços e seus usuários. Propõe, ainda, um esquema
metodológico de avaliação de empresas.
O capítulo preocupa-se inicialmente em posicionar a empresa dentro do
sistema econômico, identificando a organização dispensada aos recursos de
produção e ao conjunto de instituições da economia. Posteriormente, é dado
destaque às unidades produtivas (empresas), sendo esclarecidos seus
principais aspectos legais, administrativos e econômicos.
Simples Nacional
Regime tributário capaz de simplificar os impostos a pagar (todos os
impostos são unificados e pagos em uma única guia) e reduzir a carga
tributária das empresas. O Simples é recomendado para microempresas e
empresas de pequeno porte cujas receitas brutas não ultrapassam os limites
previstos em lei e que exerçam atividades previstas na regulação do regime
pela Receita Federal.
Lucro Presumido
A alíquota do imposto definida na regulação deste regime tributário deve
incidir sobre um lucro médio que a Receita Federal presume que a empresa
poderá gerar. Os percentuais de lucro variam de acordo com o tipo de
atividade da empresa, podendo ficar entre 1,6% e 32%. A alíquota do
imposto pode ser de 15% ou 25% de IRPJ e 9% de CSLL. Os cálculos do
imposto a pagar são bastante simplificados com o uso do Lucro Presumido.
Este regime tributário pode ser adotado por empresas cujas receitas brutas
não ultrapassam certo limite fixado.
Lucro Real
Neste regime, é calculado o Imposto de Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ)
e a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), sendo os tributos
calculados sobre o efetivo lucro da empresa. Diferentemente dos regimes
anteriores, o Lucro Real não é simplificado em seus cálculos, e sua alíquota
é maior. Há ocorrência de impostos somente no caso de a empresa apurar
um lucro tributável (Lucro Real) calculado de acordo com as normas
estabelecidas no Livro de Apuração do Lucro Real (LALUR).
O Lucro Real é obtido a partir do Resultado Líquido Contábil acrescido
ou deduzido de certos ajustes previstos pela legislação fiscal.
No Lucro Real há ainda a possibilidade de a empresa com prejuízo fiscal
no passado compensar esses resultados em exercícios futuros. O limite
permitido da dedução é de até 30% do Lucro Real do período seguinte.
Algumas atividades devem obrigatoriamente optar por este regime
tributário, como instituições financeiras e empresas com faturamento
superior a determinado limite estabelecido pela Receita.
Tipos de Mercado
1.2.5 Holdings
As Holdings (ou Controladoras) são sociedades formadas com o intuito
de participar do capital de outras sociedades, geralmente tendo o controle
através de cotas ou ações.
A holding não se dedica geralmente à produção de bens e serviços,
constituindo-se para manter o controle das diversas empresas produtoras,
conhecidas por subsidiárias.
Podem existir situações de empresas que, além de terem por objetivo a
produção de bens e serviços, também possuem o controle de outras
empresas subsidiárias.
As empresas multinacionais constituem-se, geralmente, em forma de
holdings, controlando todos os seus negócios no mundo através de uma
única empresa, de preferência sediada em país com legislação fiscal e
societária que lhe seja mais favorável.
Algumas vantagens da constituição de uma holding:
■ controle de grandes negócios através de participações fracionadas
no capital das controladas;
■ descentraliza individualmente o controle das entidades exercendo,
no entanto, um controle centralizado das mesmas;
■ diante da separação jurídica adotada (a holding é juridicamente
independente) os riscos individuais das controladas não afetam a
empresa holding.
■ por manter o controle de várias empresas, assumem maior poder de
negociação no mercado (clientes, instituições financeiras,
fornecedores etc.).
Governança Corporativa
A análise dos demonstrativos financeiros publicados pelas
empresas deve refletir, de forma correta e elucidativa, a situação
econômica e financeira, o risco e a viabilidade do negócio. A
confiança dos diversos investidores no retorno apurado, e dos
gestores no processo de tomada de decisões, depende bastante
da qualidade das informações contábeis e das técnicas de análise
empregadas, assim como do ambiente de mercado econômico no
qual a empresa se insere.
De forma geral, a Governança Corporativa se insere nessa
descrição, podendo ser definida como um conjunto de
mecanismos e práticas administrativas que visam garantir os
direitos dos acionistas – minoritários e controladores, conhecidos
por shareholders – e fazer respeitar também os direitos dos
demais agentes, denominados de stakeholders. Uma boa
Governança Corporativa reduz o risco dos recursos dos
investidores não serem bem aplicados, aumentando suas
expectativas de retorno.
Stakeholders, ou “partes interessadas”, são todos os agentes
envolvidos (participantes) nos negócios da empresa, expressando
diferentes expectativas, como remuneração financeira, satisfação
dos serviços prestados, garantias dos produtos, e assim por
diante, as quais devem ser identificadas e atendidas pela
empresa.
Estão incluídos como shareholders, além dos próprios acionistas
(proprietários), empregados, fornecedores, clientes, credores,
gestores, sindicatos, governo e demais agentes que possuem
alguma interação com a empresa.
Uma empresa de sucesso procura conhecer seus stakeholders,
entender a interação com essas pessoas, avaliar sua importância
e atender suas necessidades e demandas.
A Governança Corporativa está voltada basicamente a dois
grandes objetivos:
– otimizar o desempenho da empresa;
– atender, da melhor forma, as expectativas de todas as
partes interessadas, os stakeholders.
Acionistas × Gestores
Acionistas × Credores
Em situação de elevado endividamento e risco de a empresa não
poder cumprir com seus compromissos financeiros (alta
probabilidade de descontinuidade), a empresa deixa de fazer
novos investimentos lastreados em capital próprio, mesmo diante
de alternativas com boa atratividade econômica. A razão dessa
retração é que os resultados positivos dos investimentos seriam
utilizados no pagamento dos credores (juros), sobrando pouco (ou
nenhum) retorno ao acionista.
____________________
1
São entendidos como títulos e valores mobiliários: ações, debêntures,
bônus de subscrição, partes beneficiárias e notas promissórias para
distribuição pública.
2
ROSSETTI, J. Paschoal; ANDRADE, Adriana. Governança corporativa.
5. ed. São Paulo: Atlas, 2011. p. 71.
3
Ver: JENSEN, Michael; MECKLING, William. Theory of the firm:
managerial behavior, agency cost and ownership structure. Journal of
Financial Economics, 1976.
Definidas as várias características básicas gerais das atividades de uma
empresa, conforme enunciadas no capítulo anterior, este capítulo centra sua
atenção fundamentalmente em seus aspectos financeiros internos. Dentro
desse enfoque, a empresa passará a ser avaliada como tomadora de duas
grandes decisões: aplicação (investimento) e captação (financiamento) de
recursos financeiros. Nessa situação, são discutidas determinadas
características que devem prevalecer na composição do custo dos passivos e
retorno dos ativos. Complementarmente ao estudo, o capítulo desenvolve
também uma análise dos objetivos da empresa, incluindo a agregação de
valor econômico na tomada de decisões financeiras.
TRÍPLICE RESULTADO
– Geração de
empregos
2.5.1 A sustentabilidade na B3
A B3 entende a sustentabilidade dentro de um novo modelo de gestão,
que leva as empresas à criação de valor. O entendimento de questões
ambientais e de governança corporativa passa a ser fundamental para as
decisões financeiras e precificação dos ativos no mercado.
Nessa tendência de criação de valor de “investimentos socialmente
responsáveis”, a BM&FBovespa, junto com diversas instituições,
desenvolveu em 2005 um índice de ações conhecido por Índice de
Sustentabilidade Empresarial (ISE), composto por organizações
comprometidas com responsabilidade social e sustentabilidade empresarial.
Nos EUA, o Índice de Sustentabilidade Dow Jones (DJSI – Dow Jones
Sustainability) avalia o desempenho financeiro das empresas
comprometidas com sustentabilidade desde o início de 2000.
O ISE oferece uma análise comparativa do desempenho das empresas
em termos de eficiência econômica, ambiental e social, destacando as
organizações comprometidas com os princípios de sustentabilidade
corporativa. É verificada atualmente uma crescente cobrança das empresas
por uma postura socialmente mais responsável, procurando promover maior
igualdade social.
____________________
1
SOLOMON, Ezra; PRINGLE, John J. Introdução à administração
financeira. São Paulo: Atlas, 1981. p. 34.
2
SAVITZ, Andrew W.; WEBER, Karl. A empresa sustentável. 2. ed. Rio de
Janeiro: Campus, 2007. p. 5. As relações “Econômica, Ambiental e Social”
são também expressas no denominado Tripé de Sustentabilidade, conforme
expressão proposta por John Elkington.
Através das demonstrações contábeis levantadas por uma empresa,
podem ser extraídas informações a respeito de sua posição econômica e
financeira. Por exemplo, um analista pode obter conclusões sobre a
atratividade de investir em ações de determinada companhia; se um crédito
solicitado merece ou não ser atendido; se a capacidade de pagamento
(liquidez) encontra-se numa situação de equilíbrio ou insolvência; se a
atividade operacional da empresa oferece uma rentabilidade que satisfaz as
expectativas dos proprietários de capital; e assim por diante.
A análise de balanços é desenvolvida com base nas demonstrações
contábeis formalmente apuradas pelas empresas, as quais encontram-se
detalhadas na Parte II. As expressões análise de balanços, análise das
demonstrações/demonstrativos contábeis, relatórios financeiros são
consideradas sinônimos.
O objetivo da contabilidade é o de fornecer informações sobre o
desempenho e resultados de uma empresa, e também sobre sua estrutura
patrimonial.
Os diversos aspectos básicos dos objetivos da análise de balanços, as
diferentes expectativas de seus usuários e a descrição das técnicas
científicas mais adotadas são comentados ao longo deste capítulo. Visa-se,
com isso, introduzir o leitor no processo formal de análise de balanços,
mostrando sua importância prática e metodologia de avaliação.
■ Balanço Patrimonial;
■ Demonstração do Resultado do Exercício;
■ Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados ou
Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido;
■ Demonstração dos Fluxos de Caixa;
■ Demonstração do Valor Adicionado (companhias abertas).
A. A EMPRESA E O MERCADO
Uma preocupação essencial do analista deve ser a de conhecer mais
detalhadamente a empresa e seu mercado de atuação, de maneira a melhor
avaliar as decisões financeiras (investimento e financiamento) tomadas.
A análise de balanços torna-se bem mais consistente quando interpretada
dentro das características do setor de atividade da empresa. Por exemplo,
um giro de 70 dias dos estoques pode ser excessivo para determinado
segmento comercial, sendo considerado, entretanto, adequado em outro.
No estudo do setor de atividade em que uma empresa encontra-se
inserida, devem ser avaliados os potenciais atual e futuro do mercado
consumidor, o nível e o tamanho da concorrência, a dependência
tecnológica, os fornecedores, a política de preços adotada para o setor etc.
B. RELATÓRIOS FINANCEIROS
Este item engloba todas as demonstrações contábeis elaboradas pela
empresa, que servirão de fonte de informações para a análise econômico-
financeira. É importante neste item avaliar-se os procedimentos contábeis
padronizados para o setor, o plano de contas, o tratamento da inflação
adotado nos demonstrativos etc.
D. ANÁLISE DA LIQUIDEZ
O estudo da liquidez visa conhecer a capacidade de pagamento da
empresa, isto é, suas condições financeiras de cobrir no vencimento todos
seus compromissos passivos assumidos. Revela, ainda, o equilíbrio
financeiro e sua necessidade de investimento em capital de giro.
E. ANÁLISE DO ENDIVIDAMENTO
Avalia basicamente a proporção de recursos próprios e de terceiros
mantidos pela empresa, sua dependência financeira por dívidas de curto
prazo, a natureza de suas exigibilidades e seu risco financeiro.
H. CONCLUSÕES
Apesar de cada item do esquema proposto de análise proporcionar
conclusões específicas, esta parte final deve se apresentar conclusiva,
desenvolvendo sucintamente a efetiva situação econômico-financeira da
empresa e suas perspectivas de desempenho.
3.3.1 Comparações
É importante acrescentar, ainda, que a análise de balanços é
fundamentalmente comparativa. Ou seja, determinado índice, quando
avaliado isoladamente, não produz informações suficientes para uma
correta conclusão. É indispensável que se conheça como evoluiu esse
resultado nos últimos anos e em que nível ele se situa em relação aos
concorrentes e aos padrões de mercado.
Dessa forma, a comparação que se processa na análise de balanços
apresenta-se de duas formas:
ATIVO PASSIVO + PL
ATIVO CIRCULANTE
ATIVO CIRCULANTE
ATIVO NÃO CIRCULANTE
ATIVO REALIZÁVEL A LONGO
PRAZO Realizável a Longo Prazo
Imobilizado Intangível
Diferido
PASSIVO CIRCULANTE
PASSIVO CIRCULANTE
PASSIVO NÃO CIRCULANTE
PASSIVO EXIGÍVEL A LONGO
Exigível a Longo Prazo
PRAZO
DEMONSTRAÇÃO DE MANTIDA
RESULTADOS DO EXERCÍCIO
MANTIDAS
DEMONSTRAÇÃO DE LUCROS
(PREJUÍZOS) ACUMULADOS OU DEMONSTRAÇÃO DOS FLUXOS
DEMONSTRAÇÃO DAS DE CAIXA – DFC
MUTAÇÕES DO PATRIMÔNIO
LÍQUIDO DEMONSTRAÇÃO DO VALOR
ADICIONADO – DVA (SOMENTE
DEMONSTRAÇÃO DE ORIGENS E PARA COMPANHIAS ABERTAS)
APLICAÇÕES DE RECURSOS
PASSIVO
(Capital de terceiros)
ATIVO
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
(Capital próprio)
No ativo relacionam-se todas as aplicações de recursos efetuadas pela
empresa. Esses recursos poderão estar distribuídos em ativos circulantes,
assim denominados por apresentarem alta rotação, como: valores em caixa,
valores a receber a curto prazo etc.; e ativos não circulantes, os quais
possuem os seguintes grupos de contas: realizável a longo prazo,
investimentos, imobilizado e intangível.
Somente compõem o Ativo de uma entidade os itens que prometem a
geração de benefícios econômicos futuros. Por exemplo, bens nos quais não
se visualiza nenhum comprador potencial no mercado, e que também não
possam representar um benefício para a empresa, não são classificados no
Ativo. Nesse conceito, a essência econômica prevalece sobre a forma
jurídica.
O passivo identifica as exigibilidades e obrigações da empresa, cujos
valores encontram-se investidos nos ativos. Os recursos dos passivos são
classificados como curto prazo e longo prazo, sendo definidos,
respectivamente, por passivo circulante e passivo não circulante.
O passivo é composto de todas as obrigações atuais da entidade, geradas
por eventos ocorridos no passado, e cuja liquidação futura irá exigir um
desembolso de caixa da empresa.
O patrimônio líquido é representado pela diferença entre o total do
Ativo e do Passivo em determinado momento. Identifica os recursos
próprios da empresa, sendo formado pelo capital investido pelos acionistas
(ou sócios), mais os lucros gerados nos exercícios e que foram retidos na
empresa (lucros não distribuídos). A legislação vigente prevê que o
patrimônio líquido é constituído por Capital Social, Reservas de Capital,
Ajustes de Avaliação Patrimonial, Reservas de Lucros, Ações em
Tesouraria e Prejuízos Acumulados.
A legislação societária em vigor prevê, ainda, que a participação de
acionistas minoritários, ou Não Controladores, seja destacada nas
demonstrações contábeis consolidadas.
Para efeito de identificação de curto prazo e longo prazo, a legislação
baseou-se no exercício social da empresa. Assim, todos os direitos e
obrigações vencíveis no exercício seguinte ao encerramento do balanço
serão classificados como curto prazo. Em caso contrário, serão
considerados como longo prazo. Entretanto, se o ciclo operacional da
empresa apresentar duração superior a seu exercício social, a conceituação
de curto prazo e longo prazo obedecerá ao prazo de duração desse ciclo.
Deve-se notar que esta última situação não é muito comum, estando restrita
a alguns poucos casos como estaleiros, atividades na pecuária, agricultura
etc.
Por outro lado, o exercício social de uma empresa é fixado em um ano,
sendo a data de seu término determinada pelos estatutos sociais. Duração
diversa de um ano pode ocorrer nas situações de constituição da companhia
ou alteração dos estatutos com mudança da data de encerramento do
exercício social.
O Quadro 4.1 ilustra a estrutura básica do balanço de acordo com o
previsto na legislação. São apresentados os grupos patrimoniais do ativo e
passivo, conforme resumidos anteriormente.
INVESTIMENTOS
Participações Acionárias
Outros Investimentos
IMOBILIZADO
Prédios e Terrenos
Máquinas e Equipamentos
INTANGÍVEL
Marcas e Patentes
Fundo de Comércio
4.2 Ativo
Os Ativos são recursos da empresa mantidos na expectativa de que
possam gerar benefícios econômicos futuros aos investidores.
Na estrutura do balanço, o ativo pode ser classificado, como já foi
mencionado, em grandes grupos de contas, os quais são apresentados em
ordem decrescente de grau de liquidez: Ativo Circulante e Ativo Não
Circulante.
Os Ativos Não Circulantes são formados por Realizável a Longo Prazo,
Investimentos, Imobilizado e Intangível.
■ Disponível.
■ Aplicações Financeiras.
■ Valores a Receber a Curto Prazo (Realizável a Curto Prazo).
■ Estoques.
■ Despesas Antecipadas.
4.2.1.1 Disponível
Inclui as contas de maior grau de liquidez do ativo. É constituído pelas
disponibilidades imediatas da empresa, como dinheiro em caixa, cheques
recebidos e ainda não depositados e saldo de depósitos bancários
movimentáveis à vista.
Também fazem parte do disponível títulos e aplicações financeiras de
liquidez imediata, identificados geralmente por meio de conta destacada.
As aplicações financeiras de curto prazo que apresentam alta liquidez
(pronta conversão em caixa) e risco mínimo são classificadas no Disponível
como Equivalentes de Caixa.
Dessa maneira, o valor que restar será o total líquido das “duplicatas a
receber”, possuídas pela empresa.
Muitas vezes, valores a receber oriundos de outras transações, que não
representam a atividade principal da empresa, são registrados com
denominação diversa, como outros créditos. Se forem recebíveis ao longo
do exercício seguinte, são classificados no ativo circulante; se após, no
realizável a longo prazo (ativo não circulante).
Alguns exemplos de subcontas de Outros Créditos: devedores diversos,
impostos a recuperar, empréstimos a receber de terceiros, adiantamento a
funcionários etc.
4.2.1.4 Estoques
Representa o montante apurado nos diversos inventários da empresa. No
caso de indústrias, os estoques são formados por produtos acabados,
produtos em processo de fabricação, matérias-primas e materiais indiretos e
utilizados na fabricação. Nas empresas comerciais, os estoques são as
mercadorias para revenda.
Os estoques são avaliados pelo seu valor de custo ou pelo realizável
líquido, escolhendo-se sempre o de menor valor. Valor Realizável Líquido é
o valor normal de venda do estoque deduzido dos gastos previstos
necessários para realizar a venda. É o valor (montante) líquido que a
empresa espera auferir pela operação comercial de venda.
O elemento básico de avaliação dos estoques é o custo. Quando existir
em estoques um mesmo item adquirido (ou produzido) em diferentes
momentos, seu valor de apuração na data do balanço poderá basicamente
ser o “Custo Médio Ponderado” (aceito pela legislação e normalmente o
critério mais utilizado no Brasil), o PEPS (FIFO) – “primeiro que entra,
primeiro que sai” (também permitido, mas pouco utilizado), e o UEPS
(LIFO) – “último que entra, primeiro que sai”, cujo uso não é permitido
pela legislação brasileira.
4.2.2.3 Imobilizado
Esse subgrupo compõe-se de todos os bens tangíveis e direitos que se
destinam ao funcionamento normal de uma empresa. Tipicamente, esses
ativos são de longo prazo e sofrem deterioração física ou tecnológica ao
longo do tempo.
Os elementos que integram o imobilizado podem ser classificados em
três categorias: tangíveis, intangíveis e em andamento.
O imobilizado tangível representa os investimentos da empresa em bens
físicos que não se destinam à venda, e sim à manutenção de sua atividade
operacional. Dessa maneira, os elementos aqui relacionados são
considerados inversões básicas e participarão de vários ciclos produtivos da
empresa, configurando caráter permanente. Como exemplos podem ser
citados terrenos, prédios, máquinas, veículos, móveis etc.
Para efeitos de avaliação do imobilizado tangível deve ser subtraído
montante que corresponda à perda de seu valor em função de uso, tempo,
desgaste, obsolescência etc. Esse valor é definido como depreciação,
quando se tratar de prédios e terrenos, máquinas, mobiliários, veículos etc.,
e exaustão, quando se referir à perda de valor dos recursos naturais e
florestais em decorrência de sua exploração ou condições contratuais. Essas
baixas vão-se acumulando periodicamente, de maneira que o valor líquido
em qualquer época do imobilizado tangível é seu valor de compra ou de
incorporação menos a “depreciação acumulada” de períodos anteriores.
A depreciação do exercício é lançada como despesa na apuração do
resultado, e a depreciação acumulada como conta redutora do imobilizado.
Por determinação da nova Lei, toda companhia deve avaliar
periodicamente o grau de recuperabilidade de seus ativos. Se o valor
contábil de um imobilizado for inferior ao seu valor de mercado, e não se
evidenciar garantias de recuperabilidade, o bem deverá ter seu valor
reduzido. Este teste de recuperabilidade exigido dos ativos é denominado de
impairment.
As operações de arrendamento mercantil (leasing financeiro), segundo
ainda a Lei nº 11.638/07, quando entendido como um financiamento, deve
ser contabilizado como um ativo imobilizado, independentemente da
natureza (forma jurídica) da operação (arrendamento). O leasing
operacional, por outro lado, é contabilizado como despesa quando do
reconhecimento (ou pagamento) da prestação.
4.2.2.4 Intangível
O intangível compõe-se dos bens de propriedade industrial ou comercial
legalmente conferidos à empresa, originando-se disto seu valor, e não da
propriedade física dos mesmos. Como exemplos de bens permanentes
intangíveis podem ser citados direitos autorais, patentes, marcas, fundo de
comércio (ou goodwill), gastos com desenvolvimento de novos produtos,
ágios etc.
Da mesma forma que o tangível, avalia-se o imobilizado intangível em
função de seu valor líquido, sendo seus elementos baixados por
amortização.
O grupo “Intangível” foi uma novidade na estrutura do balanço
patrimonial criada pela nova legislação societária. Conforme comentado
acima, o ativo intangível é de propriedade da empresa e se prevê que gere
benefícios econômicos incrementais futuros em sua exploração. Esses
ganhos esperados originam-se geralmente de aumento de vendas ou redução
de custos. O intangível não possui estrutura física, não sendo explicitamente
identificado.
TESTE DE IMPAIRMENT
Impairment (ou deterioração, na tradução literal) significa a
redução do valor recuperável de um bem ativo. O objetivo da
aplicação deste instrumento é o de ajustar o valor contábil do ativo
ao seu valor econômico.
A perda de valor de um bem ativo pode ser reconhecida pelo seu
valor de mercado, pelo valor de ativos comparáveis negociados no
mercado, ou através do cálculo do valor presente de seus
benefícios futuros esperados de caixa.
A Lei nº 11.638/07 fixou como obrigatória a avaliação de ativos de
longo prazo pelo seu valor recuperável para efeitos de apuração
das demonstrações contábeis das sociedades anônimas.
A denominada perda de impairment ocorre quando o valor contábil
do ativo for maior que o seu valor recuperável. O ativo encontra-se
depreciado no mercado e a Contabilidade deve reconhecer esta
perda diretamente em seus resultados do exercício.
O teste de impairment é aplicado em imobilizado, realizável a
longo prazo e outros bens permanentes. Estes ativos não se
destinam à venda, e têm por objetivo a geração de benefícios
futuros à empresa.
O conceito básico embutido no impairment é que o valor de um
ativo deve ser reconhecido pela Contabilidade até o limite de seu
valor econômico.
Avaliação de Passivos
De acordo com a legislação vigente, os passivos são avaliados da
seguinte forma:
Provisões e Reservas
Quadro 5.1 Estrutura da demonstração do resultado de acordo com a Lei das S.A.
= RECEITA LÍQUIDA
= RESULTADO BRUTO
(–) Participações
(–) Contribuições
Os impostos não pertencem à empresa, e sim ao governo. A empresa atua como uma intermediária: recebe os
impostos dos consumidores e os transfere ao governo.
Os custos de produção (ou da mercadoria vendida) são obtidos por baixas nas contas de estoques determinadas
por vendas realizadas, e o critério de avaliação adotado (PEPS, UEPS, preço médio ponderado etc.) produz
alterações em seus valores.
O PEPS (Primeiro que Entra, Primeiro que Sai) baseia-se no custeamento dos elementos de estoque pelos
preços de compra (produção) mais antigos, permanecendo em estoque as últimas unidades que deram entrada, ou
seja, aquelas que apresentam os preços mais recentes. A adoção desse critério não é muito comum nas empresas.
O UEPS (Último que Entra, Primeiro que Sai), por outro lado, com utilização prejudicada em face das
restrições impostas pela legislação fiscal em vigor, gera efeitos opostos ao PEPS. No UEPS, os custos são
transferidos (apropriados) aos produtos elaborados por seus valores (preços) mais recentes, permanecendo os
elementos estocados, desde que os estoques finais não sejam consideravelmente reduzidos, avaliados pelos preços
de aquisição mais antigos.
No que se refere ao critério do custo médio ponderado, amplamente adotado no Brasil, cumpre salientar-se a
existência de dois tipos de custo médio: fixo e móvel, os quais poderão determinar valores diferenciados aos
elementos dos estoques e, consequentemente, do custo de produção e venda das empresas.
O custo médio ponderado fixo define o preço da mercadoria (ou produto), visando sua apropriação aos custos,
pelos valores médios ponderados de compra verificados ao final de determinado período (o qual poderá ser ao final
do exercício social, ou de outros intervalos de tempo menores, como mês, por exemplo).
Inversamente ao tipo fixo, o custo médio ponderado móvel refaz os cálculos dos valores dos elementos de
estoque após cada aquisição processada (ou produção), determinando-se, assim, sempre que os preços de compra
variarem, diferentes custos ponderados no período.
O cálculo do custo de produção no Brasil é processado pelo método do custeio por absorção, o qual engloba
todos os custos incorridos na atividade produtiva, quer sejam diretos (em relação ao produto), indiretos, variáveis
ou fixos.
A determinação do custo de fabricação dos produtos vendidos (CPV), adotado nas empresas industriais, é
processada de acordo com o seguinte esquema:
Esquema de Cálculo do CPV
O custo de produção total do período, por seu lado, pode ser obtido conforme demonstrado a seguir.
(+) Custos Primários (Materiais diretos e mão de obra direta) incorridos no período $ XXX
Os custos indiretos de fabricação representam todos os gastos efetuados na produção, mas que não são
diretamente vinculados com o produto. Alguns exemplos de custos indiretos são geralmente aluguéis,
depreciações, consumo de eletricidade e água, salários de supervisores de fábrica, combustíveis e lubrificantes etc.
O custo da mercadoria vendida (CMV), adotado para as empresas comerciais, é obtido da forma seguinte:
A legislação fiscal brasileira estabelece que os custos dos produtos acabados e em processo (em fabricação)
podem ser apurados de duas maneiras:
a. pelo custo apurado pela própria empresa. Nesse caso, deverá a empresa manter sistema de contabilidade de
custos perfeitamente integrado e coordenado com sua contabilidade geral;
b. por custos arbitrados de maneira geral pelo fisco. Essa situação aplica-se em empresas que não tenham
contabilidade de custos integrada e coordenada com a contabilidade geral.
O Lucro Bruto é apurado pela diferença entre as Receitas Líquidas de Venda e o Custo dos
Produtos/Mercadorias Vendidas. No caso de uma empresa prestadora de serviços, o lucro bruto é a
diferença entre a Receita Líquida de Vendas e o Custo dos Serviços Prestados.
O montante apurado do lucro bruto destina-se a cobrir as despesas operacionais, despesas
financeiras, despesas de impostos (imposto de renda), e remunerar os proprietários da empresa
através da geração de lucro líquido.
5.1.4 Despesas de vendas e administrativas
Além dos custos dos produtos que se verificam na atividade fabril, as empresas incorrem também em
determinadas despesas oriundas da promoção, distribuição e venda de seus produtos ou mercadorias, e da gestão
(administração) de seus negócios. Essas despesas, definidas genuinamente como operacionais, são classificadas,
basicamente, em despesas de vendas e despesas administrativas.
As Despesas Operacionais incluem todos os gastos realizados no exercício para a venda de produtos
e/ou serviços, e a administração da empresa. Estas despesas estão associadas à manutenção da
atividade operacional da empresa.
As Despesas Operacionais são segregadas, em resumo, em:
Dentro do âmbito da legislação societária vigente, as despesas financeiras são consideradas equivocadamente
como operacionais. Na verdade, esses valores não provêm de decisões ativas (operacionais), mas do exigível
(passivo) da empresa, prejudicando, por conseguinte, o genuíno conceito de lucro operacional.
Nas despesas de vendas constam, entre outras, as comissões sobre vendas, despesas com salários dos
vendedores e do pessoal administrativo (interno) envolvido com as vendas, encargos sociais, promoção e
publicidade, provisão para devedores duvidosos (crédito de liquidação duvidosa) etc. As despesas administrativas,
por outro lado, incluem salários do pessoal da administração, encargos sociais, honorários da diretoria, despesas
legais e judiciais, material de escritório etc.
Comentou-se essa interpretação equivocada de nossa legislação, pois as despesas financeiras não são originadas
normalmente da atividade principal (operacional) da empresa, e sim de decisões de passivos. A legislação atual,
em verdade, não explicita claramente este resultado como operacional. O entendimento de operacional provém de
interpretação equivocada da legislação contábil antiga. Por enquanto, mantém-se o conceito antigo do que é
operacional. Capítulos posteriores tratarão mais rigorosamente do assunto, demonstrando o cálculo do genuíno
lucro operacional.
No cálculo do Imposto de Renda a ser pago no exercício, deve ser considerado também o imposto
incidente sobre variações temporárias (inclusões ou exclusões), cuja tributação é diferida para
exercícios posteriores.
Assim, a parcela do IR Diferido é medida pela diferença entre a parcela do lucro apurado de acordo
com os procedimentos da legislação fiscal e o regime contábil de competência. Sempre que o lucro
pelo regime de competência for menor que o apurado pelas normas fiscais, há a apuração de Imposto
de Renda Diferido. A tributação fiscal ocorre essencialmente sobre o lucro com realização de caixa e
o lucro contábil é apurado pelo regime de competência.
Por exemplo, admitindo-se que uma empresa tenha auferido um lucro líquido de $ 50.000.000 em determinado
exercício social e possua 125.000.000 de ações em circulação, seu LPA, ou seja, o lucro que corresponde a cada
ação emitida, é de $ 0,40:
O LPA é um indicador útil para a análise, notadamente para a avaliação por parte dos investidores dos
resultados gerados pela empresa em relação às ações possuídas. Mede o ganho potencial (e não o efetivo,
entendido como financeiramente realizado) de cada ação, dado que o lucro do exercício não é normalmente todo
distribuído.
Alguns cuidados especiais no cálculo do LPA devem ser tomados, principalmente em empresas com diferentes
critérios de cálculo dos direitos e vantagens de seus acionistas. O item a seguir descreve as principais
características dos dividendos no Brasil.
■ Dividendo Mínimo Obrigatório (para todos os acionistas): 30% s/ lucro líquido do exercício
■ Dividendo Preferencial (mínimo): 10% s/capital preferencial
■ Dividendo Preferencial: 10% × $ 1.500.000 = $ 150.000 ($ 1/ação). Como o estatuto social determina que
o dividendo obrigatório é para todos os acionistas, o montante de $ 360.000 é distribuído em $ 225.000
para os ordinários e $ 135.000 para os preferenciais. Observa-se, na ilustração, que o acionista preferencial
tem, na verdade, dois dividendos: aquele oriundo de sua preferência ($ 150.000) e o mínimo obrigatório ($
135.000). De acordo com a legislação, prevalece para o acionista preferencial sempre o maior valor; no
exemplo, esse dividendo será de $ 150.000, e não de $ 135.000. Ao contrário, se o dividendo preferencial
tivesse atingido um valor inferior a $ 135.000 (menor que: $ 135.000 / 150.000 ações = $ 0,90 por ação),
esse pagamento deveria ser igual ao da ação ordinária.
■ Cálculo do LPA
■ Pela legislação vigente, o lucro não distribuído (lucro retido), que seja incorporado às reservas para futuro
aumento de capital, será rateado igualmente aos acionistas ordinários e preferenciais quando de sua
capitalização. No exemplo em consideração, o lucro retido do exercício atinge:
a) 50% do lucro apurado no exercício, e antes da provisão para Imposto de Renda (IR) e Contribuição Social
(CS); ou
b) 50% do saldo dos Lucros Acumulados e Reservas de Lucros formados em períodos anteriores.
Caso 1 Caso 2
As companhias abertas que classificarem os JSCP como despesas financeiras devem, por deliberação da
Comissão de Valores Mobiliários (CVM), reverterem o seu valor antes da apuração do lucro líquido do exercício.
Esta decisão permite melhor comparabilidade das demonstrações contábeis das empresas, já que o pagamento dos
JSCP não é obrigatório.
Ao contrário dos dividendos que não é tributado no Brasil, os JSCP sofrem tributação do Imposto de Renda
Retido na Fonte (IRRF) na alíquota atual de 15%.
5.3 Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados (DLPA)
A DLPA promove a integração entre o Balanço Patrimonial e a Demonstração de Resultados do Exercício
(DRE). Seu objetivo básico é o de demonstrar a destinação do lucro líquido do exercício: parcela distribuída aos
acionistas e aquela retida pela empresa para reinvestimento.
A DRE apura o lucro líquido do exercício e a DLPA destaca como foi decidida a sua destinação. A parcela
retida (não distribuída) é mantida como origem de recursos no balanço da empresa, compondo seu patrimônio
líquido.
Pela lei atual das sociedades por ações, a conta “Lucros Acumulados” não pode apresentar saldo positivo ao
final do exercício social. Os resultados apurados no exercício que não foram pagos aos acionistas – permaneceram
retidos na empresa para reinvestimentos em seus ativos – devem obrigatoriamente ser destinados a reservas
próprias.
Pela legislação, ainda, a DLPA deve conter, basicamente:
A estrutura desta demonstração contábil pode apresentar-se segundo a forma ilustrada no Quadro 5.2.
SALDO INICIAL
(+/–) Ajustes de Exercícios Anteriores
(–) Parcela de Lucros Incorporada ao Capital Social
(+) Reversões de Reservas
(+/–) Resultado Líquido do Exercício
(–) PROPOSTA DE DESTINAÇÃO DO LUCRO
Transferências para Reservas
Dividendos a Distribuir
Juros Sobre o Capital Próprio
(=) SALDO FINAL
“Como ajustes de exercícios anteriores serão considerados apenas os decorrentes de efeitos da mudança
de critério contábil, ou da retificação de erro imputável a determinado exercício anterior, e que não
possam ser atribuídos a fatos subsequentes.”
■ Reversões de Reservas – As parcelas do lucro líquido de exercícios anteriores que foram destinadas à
contribuição de reservas serão reconvertidas, no todo ou em parte, no momento em que não existir mais
razão para sua manutenção.
Deve-se destacar que, para efeitos de elaboração dessa demonstração, não se deverão especificar as reversões
de provisões (reversão do saldo de provisão para crédito de liquidação duvidosa ou qualquer outra forma de
provisão), as quais são mais bem consideradas quando do cálculo dos resultados do exercício.
Basicamente, as reversões se processam sobre as reservas de lucros, existindo, é claro, algumas exceções.
A Comissão de Valores Mobiliários determinou que os juros sobre o capital próprio sejam considerados
diretamente na conta de “Lucros Acumulados”, não transitando pelo Resultado do Exercício. As empresas que
eventualmente contabilizam os JSCP como despesas financeiras, indicando sua dedutibilidade fiscal, devem
reverter o seu valor ao final da Demonstração do Resultado do Exercício.
O Quadro 5.3 apresenta uma possível estrutura dessa demonstração. Observe-se que a várias movimentações
contábeis são colocadas de forma a promover identificação com as diversas contas do patrimônio líquido. Com
isso, são revelados os fluxos que exercem influências sobre os valores de cada conta do patrimônio líquido e o
saldo final do exercício. Observe-se que a penúltima coluna, Lucros Acumulados, representa exatamente a
demonstração dos lucros ou prejuízos acumulados, conforme descrito no item anterior.
Reservas de Lucros
Reservas
Capital Reservas
Movimentações de Reservas
Social Reserva Reservas Reservas para de
Capital para O
Legal Estatutárias Contingências Lucros a
Expansão
Realizar
Saldo do Início
do Exercício
Ajustes de
Exercício
Anteriores
Dividendos
Extraordinários
Aumento de
Capital por
Incorporação de
Reservas
Aumento de
Capital por
Subscrição e
Integralização de
Novas Ações
Reversões de
Reservas
Lucro/Prejuízo
Líquido do
Exercício
Proposta de
Destinação do
Lucro
Transferência
para Reservas
Dividendos
Propostos
Saldo ao Final
do Exercício
A Demonstração de Origens e Aplicações de Recursos (DOAR)
deixou de ser obrigatória pela atual Lei nº 11.638/07, sendo
substituída pela Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC). Pelo
alto volume e qualidade das informações que produz, é
recomendável que as companhias continuem publicando a DOAR
ao final de cada exercício social.
1. ORIGENS
(a) Lucro/Prejuízo Líquido do Exercício
Receitas/Despesas que não afetam o capital circulante líquido
Aumento do capital social por integralização
Contribuição para Reservas de Capital
Aumento no Passivo Exigível a Longo Prazo (Não Circulante)
Redução no Ativo Realizável a Longo Prazo (Não Circulante)
Alienação de Ativo Permanente (Não Circulante)
TOTAL DAS ORIGENS
2. APLICAÇÕES
Dividendos Propostos
Aquisição de Ativo Imobilizado (Não Circulante)
Aumento de Ativo Realizável a Longo Prazo (Não Circulante)
Redução no Passivo Exigível a Longo Prazo (Não Circulante)
TOTAL DAS APLICAÇÕES
(b)
3. AUMENTO OU REDUÇÃO DO CAPITAL CIRCULANTE LÍQUIDO
Total das Origens – Total das Aplicações
4. VARIAÇÃO DO CAPITAL CIRCULANTE LÍQUIDO – CCL
Quando: Ocorre:
a) das operações;
b) dos investimentos; e
c) dos financiamentos.
FLUXOS OPERACIONAIS R$
Resultado Líquido X
(+) Depreciação X
Aumento/Redução em Estoques X
Aumento/Redução em Fornecedores X
Outros X
FLUXOS DE INVESTIMENTOS
Outros X
FLUXOS DE FINANCIAMENTO
Recebimento/Pagamento de Dividendos X
Outros X
AUMENTO/REDUÇÃO DE CAIXA XX
1 RECEITAS
Materiais consumidos
Energia
Serviços de terceiros
Outros
4 Retenções
Depreciações
Amortizações
Exaustões
Receitas financeiras
Pessoal e encargos
Juros e aluguéis
($ mil)
Anos: X5 X6 X7 X8
X7/X5
■
Vendas:
■
Lucro Líquido:
X8/X5
■
Vendas:
■
Lucro Líquido:
(Base: X5)
Anos: X5 AH X6 AH X7 AH X8 AH
Anos: X5 X6 X7 X8
Número- ––
índice (Base:
exercício
anterior)
Não Circulante:
Patrimônio Líquido
Empresa A Empresa B
Receitas de Vendas $ 100 100% $ 100 100%
RESULTADO
OPERACIONAL:
conforme calculado.
8.2 Alavancagem financeira
A alavancagem financeira resulta da participação de recursos de
terceiros na estrutura de capital da empresa. Em princípio, pode-se admitir
que interessa o endividamento sempre que seu custo for menor que o
retorno produzido pela aplicação desses recursos. Nessa situação em que o
retorno do investimento do capital emprestado excede a seu custo de
captação, a diferença positiva encontrada promove uma elevação mais que
proporcional nos resultados líquidos dos proprietários, alavancando a
rentabilidade.
Em situação inversa, quando a empresa toma emprestado a um custo
superior a taxa de retorno que pode aplicar esses recursos, o proprietário
cobre esse resultado desfavorável mediante seus resultados líquidos,
onerando sua taxa de retorno.
Em outras palavras, pode-se definir a alavancagem financeira como a
capacidade que os recursos de terceiros apresentam de elevar os resultados
líquidos dos proprietários. Uma expressão de cálculo do grau de
alavancagem financeira (GAF) é apresentada:
Lucro Líquido: $ 42
Quadro 8.1 Resultados da Cia. Palanca para diferentes estruturas de capital ($).
Observe nas diferentes estruturas de capital do Quadro 8.1 que, quanto
mais a Cia. Palanca se endivida, mais rentável ela se apresenta, do ponto de
vista dos resultados dos proprietários. A redução do lucro líquido em
estruturas mais endividadas é proporcionalmente menor que a redução na
participação do patrimônio líquido no financiamento da empresa.
Isso ocorre em razão de o custo do capital de terceiros (passivo exigível)
ser inferior ao retorno produzido por esses recursos quando aplicados nos
ativos. O retorno produzido pelos ativos é de 27% (lucro operacional = $
27.000/ativo total = $ 100.000), sendo que o capital de terceiros aplicado
apresenta um custo de 25% em todas as estruturas consideradas.
A estrutura A, por admitir participação exclusiva do patrimônio líquido
em sua estrutura de capital, apresenta valores iguais de lucro operacional e
lucro líquido. Conforme for-se incrementando a participação de dívidas
mais baratas na estrutura de capital da Cia. Palanca, ocorre um efeito
“alavanca” nos resultados de seus proprietários, determinando incrementos
na participação do lucro líquido em relação ao capital próprio investido
(patrimônio líquido).
O poder da alavancagem financeira também se eleva, conforme é
demonstrado no cálculo do GAF no Quadro 8.1. Quanto maior o
endividamento, maior é o potencial de geração de lucro aos proprietários a
partir de variações nos resultados operacionais. Por exemplo, na estrutura
B, cada 10% de elevação no lucro operacional promove um incremento de
11,3% no retorno dos acionistas. Na estrutura F, a mais endividada, essa
relação é igual a 2,00, isto é, cada 10% de variação no resultado operacional
determina mudanças de 20% no lucro líquido.
Por outro lado, a crescente participação de recursos de terceiros na
estrutura de capital faz com que a empresa assuma maiores riscos
financeiros (endividamento). Assim, uma eventual redução em sua
atividade operacional pode levar a alavancagem financeira a atuar de
maneira desfavorável, consumindo os resultados dos proprietários.
Para melhor ilustrar, suponha que a Cia. Palanca tenha sofrido uma
redução em seu volume de vendas determinada por uma crise conjuntural
não prevista. Em consequência, seus lucros operacionais líquidos também
diminuíram em 62,96%, passando de $ 27.000 para $ 10.000.
O Quadro 8.2 ilustra como se comportariam os resultados da empresa
segundo as várias composições de financiamento. Repare que quanto maior
for o endividamento, menor se apresenta o lucro líquido, chegando,
inclusive, a alcançar valores negativos nas estruturas E e F.
Quadro 8.2 Resultados da Cia. Palanca, supondo-se reduções nas vendas ($).
Nesta situação de redução do volume de atividade, quanto maior o
endividamento, menor se apresenta a remuneração dos proprietários,
chegando a prejuízo em estruturas menos capitalizadas. A melhor estrutura
para a Cia. Palanca nesta situação de recessão é a A, que sugere uma
participação total de recursos próprios. O endividamento atua
desfavoravelmente, onerando os resultados líquidos dos proprietários à
medida que se for incrementando.
Uma avaliação mais aprofundada do grau de alavancagem financeira é
desenvolvida na Parte IV, ao tratar do rentabilidade dos investimentos.
Nesta parte, o GAF é tratado de forma mais analítica, apurado a partir de
formulações do retorno produzido pelo patrimônio líquido.
*Amortização e exaustão
Quadro 9.2 Dados referentes a dois últimos exercícios para análise do imobilizado.
Itens X0 X1
Ativo imobilizado (valor líquido) $ 100.000 $ 194.000
Número de operários 20 30
1. NÍVEL DE AUTOMATIZAÇÃO
X0 X1
Conforme revelam os cálculos acima, o rendimento das imobilizações da
empresa apresentou-se bastante satisfatório. Os custos de produção, que em
X0 representavam 85% dos investimentos em ativo imobilizado, passaram a
assumir, em X1, uma participação de 57%. No período, ainda, o volume de
unidades produzidas cresceu 133,3% (passou de 900, em X0, para 2.100
unidades em X1) e o imobilizado, 94%. O custo total de produção, por seu
lado, apresentou uma elevação de apenas 29,4% (de $ 85.000 para $
110.000), ocasionando, em consequência, redução no custo unitário médio
das unidades produzidas, as quais passaram de $ 94,44 ($ 85.000/900 unid.)
em X0, para $ 52,40 ($ 110.000/2.100 unid.) em X1. Essas informações
levantadas explicam a melhoria do rendimento das imobilizações, conforme
revelada pela redução do valor do índice produção/imobilizado.
X0 X1
X0 X1 Evolução Evolução
absoluta relativa
X0 X1
X0 X1
X0 X1
A empresa elevou sua vida útil média em razão dos elevados
investimentos realizados no ano X1.
9.4 Depreciação
Na consecução de suas atividades, a empresa assume inúmeros
compromissos. Assim, na realização de seu processo de compra e venda, a
empresa incorre em determinados custos e despesas que exigem o
respectivo pagamento financeiro. Por exemplo, mão de obra, matéria-prima,
materiais diversos, impostos, seguros etc. são custos incorridos pela
empresa em seu ciclo operacional, os quais demandam, necessariamente,
desembolsos de caixa.
Entretanto, existem determinados custos que não requerem uma
contrapartida monetária imediata. É o caso específico da depreciação.
A depreciação pode ser definida como a perda de valor experimentada
pelos bens fixos tangíveis da empresa, em consequência de um serviço
proporcionado. Esse processo de desvalorização do imobilizado é
recuperado por meio da venda dos produtos finais. A depreciação é uma
despesa e, como tal, é repassada no preço de venda do produto.
Quando o serviço prestado provém de determinados elementos
intangíveis, como minas, florestas, jazidas etc., o fenômeno define-se por
exaustão. E, se o desgaste ocorrer em outros bens intangíveis, como fundo
de comércio, patentes, marcas etc., a recuperação periódica do investimento
será conhecida como amortização. Deve-se observar, também, que a
identificação desses custos, que objetivam preservar a substância
patrimonial da empresa, deve ocorrer em bens permanentes adquiridos ou
criados pela empresa, que não se destinam à venda ou transformação, e cuja
duração seja, no mínimo, maior que um exercício social.
O imobilizado tangível apresenta determinado valor, o qual é definido e
absorvido integralmente pela empresa no momento de sua aquisição. Esse
montante despendido representa um investimento, e sua recuperação se
processará de maneira gradual, incorporando-se, sob a forma de
depreciação, aos custos dos produtos, por meio de lançamentos periódicos à
contabilidade. Em outras palavras, o desembolso monetário ocorre em uma
só época e a recuperação desse dispêndio se processa em vários períodos
subsequentes.
Considera-se lógico esse processo gradual e periódico de depreciação,
pois o bem fixo irá contribuir para o processo produtivo da empresa durante
um longo período de tempo. E a recuperação do capital investido, ao se
efetuar de maneira integral logo no primeiro ano de aquisição do
imobilizado, superestimará os custos e subestimará os lucros no período,
ocorrendo o inverso nos seguintes. Portanto, define-se como regra de
depreciação a sua distribuição, sob a forma de custo, nos períodos durante
os quais o bem fixo adquirido será utilizado no processo produtivo da
empresa.
O processo periódico de depreciação deverá ocorrer até o momento em
que o bem fixo, dadas uma ou mais das razões a serem logo adiante
apresentadas, deva ser substituído por outro. Quando isso ocorrer, a
empresa deverá ter recuperado todo seu capital investido em ativos fixos.
Deixa-se claro nessa colocação que a depreciação contábil não visa
necessariamente à reposição física do bem gasto. Seu objetivo básico para a
contabilidade é a recuperação efetiva dos recursos financeiros aplicados em
itens permanentes. Como consequência, a empresa, ao deixar de efetuar a
depreciação periodicamente ou, ao fazê-la, estimar seus valores abaixo do
real (insuficiente para repor o poder de compra dos fundos investidos),
sofrerá naturalmente um processo de deterioração de seu capital. Observará
seus bens fixos perderem sua capacidade de utilização e não terá, ainda,
obtido recuperação adequada dos recursos monetários neles aplicados.
9.4.1 Razões para a depreciação
Conforme foi considerado, o processo de depreciação somente se
verificará quando o período de utilização do bem fixo se apresentar maior
que o exercício social da empresa.
Conclui-se, ainda, que a depreciação não visa ao incremento de lucros.
Tem por finalidade fundamentalmente arrecadar certa quantidade de
dinheiro, por meio dos preços de venda dos produtos, visando manter a
integridade monetária dos recursos investidos e, se possível, repor o
imobilizado gasto.
Ao se considerarem as variações de preços de mercado e,
principalmente, as evoluções tecnológicas dos bens permanentes, tão
aceleradas e frequentes na época atual, o processo de depreciação sozinho
não costuma satisfazer plenamente as necessidades de recursos destinados à
reposição dos bens fixos.
Basicamente, a depreciação pode ocorrer por:
5 $ 40.000 $ 200.000 –
Total $ 200.000 – –
9.6.1 Endividamento
É obtido pela relação entre o capital de terceiros (curto e longo prazos) e
o capital próprio, isto é:
Por exemplo, se o índice for igual a 0,60, significa que 60% do ativo
encontra-se financiado por dívidas (recursos de terceiros) e 40% por capital
próprio. Quanto maior se apresentar esse índice, mais elevada se apresenta a
dependência financeira da empresa pela utilização de capitais de terceiros.
Um complemento desse indicador é a independência financeira
(patrimônio líquido/ativo total). Indica o nível de independência da empresa
com relação aos capitais de terceiros. Quanto maior o quociente de
independência, maior a garantia oferecida pela empresa a seus credores pelo
maior uso de recursos próprios.
$ Milhões Participação
Admita uma empresa que apresenta, ao final dos três últimos exercícios
sociais, os seguintes indicadores de endividamento:
Conclusões
Apesar de um alto endividamento total da empresa, medido pela relação
PAS. TOTAL/ATIVO TOTAL, a participação de obrigações geradoras de
encargos financeiros é baixa e decrescente. Dessa forma, é possível
concluir-se que a análise do risco do endividamento ganha maior
importância na perspectiva financeira, ou seja, na capacidade de caixa da
empresa em honrar com seus compromissos perante os credores.
____________________
1
Conforme comentado no Capítulo 4, o ativo permanente foi extinto,
passando o Ativo a ser dividido em ativo circulante e ativo não circulante.
2
IUDÍCIBUS, Sérgio de. Teoria da Contabilidade. 3. ed. São Paulo: Atlas,
1996. p. 166.
3
MYER, John N. Análise das demonstrações financeiras. São Paulo: Atlas,
1976. p. 218.
Este capítulo objetiva estudar o ativo circulante e os fluxos financeiros
de uma empresa como requisito indispensável para a avaliação de sua
posição financeira.
Nesse aspecto, é importante para o analista a compreensão mais ampla
do conceito de capital circulante (de giro) líquido, partindo-se não da
simples diferença aritmética entre ativo e passivo circulantes, mas do nível
de recursos permanentes aplicados a curto prazo. Esse conhecimento é
aplicado não só para uma avaliação melhor da liquidez da empresa, mas
também para uma visualização mais adequada de sua posição de equilíbrio
financeiro.
De forma idêntica, o capítulo aborda o relacionamento entre os diversos
fluxos de fundos da empresa, e a integração que se verifica entre os
mesmos. Esse estudo permite que o analista identifique mais claramente as
razões que justificam as alterações no capital circulante líquido e no caixa
da empresa, diante de determinado nível de resultados apurado.
Deve ser considerado que não são todas as transações que afetam o
volume do capital circulante líquido. Lançamentos contábeis que envolvem
contas classificadas como curto prazo ou como longo prazo, consideradas
isoladamente, não exercem nenhuma influência sobre o montante do
circulante.
Assim, pagamentos de dívidas a curto prazo e compras de estoques, por
exemplo, são operações verificadas no âmbito do circulante que não alteram
o volume do capital circulante líquido. De forma idêntica, o pagamento de
uma dívida a longo prazo, por meio da obtenção de um financiamento
também a longo prazo, e de igual valor, são operações que envolvem
unicamente elementos de longo prazo, e não exercem nenhuma influência
no nível do capital circulante líquido.
Por outro lado, não são todas as operações que também determinam
variações nos recursos de caixa (disponível) de uma empresa. Transações
que não envolvem diretamente dinheiro, como compras e vendas a prazo,
aumento de capital por incorporação de reservas etc., em nada afetarão as
disponibilidades de caixa. A depreciação, que representa a recuperação do
investimento efetuado em imobilizado e não se trata de desembolso
monetário, mas de um ingresso de recursos que se realiza por meio das
vendas, afeta o disponível, aumentando seu valor.
10.5 Capital circulante líquido, lucro e caixa
Um estudo importante para a análise de balanços são as relações
existentes entre os resultados contábeis de uma empresa e as variações
verificadas em seu volume de capital circulante líquido e caixa.
Apesar de esse estudo ter sido em parte desenvolvido no Capítulo 6,
deve-se colocar que o mesmo foi apresentado de forma mais vinculada a
seus aspectos legais de apuração das demonstrações contábeis. Neste item,
dar-se-á ênfase a uma metodologia mais dinâmica, visando-se ilustrar, para
as finalidades do processo de avaliação empresarial, o comportamento
desses elementos e a maneira como poderá ser apresentada uma
compatibilização entre os mesmos.
Muitas das indagações do analista poderão ser explicadas por essa
conciliação entre o capital circulante líquido, o lucro e o caixa.3 Por
exemplo, o caixa da empresa diminuiu apesar de ter apurado um lucro
líquido no exercício; ocorreu um aumento do capital circulante líquido no
exercício em que a empresa apurou um prejuízo líquido etc.
AQUISIÇÃO DE IMOBILIZADO
DIVIDENDOS PAGOS
Sabe-se que o custo de uma dívida de longo prazo, por conter maior
incerteza de pagamento, é superior ao de uma dívida corrente (curto
prazo). O volume de Capital Circulante Líquido (CCL) deve ser definido
pela empresa de forma a atender às seguintes posições de rentabilidade e
risco:
ATIVO CIRCULANTE
Valores a Receber
Estoques $ 3.500.000
$ 6.900.000 $ 10.400.000
PASSIVO CIRCULANTE
Fornecedores $ 3.800.000
CCL $ 1.200.000
ATIVO CIRCULANTE
Fornecedores $ 2.500.000
CCL $ 9.800.000
Se: Denota:
Quadro 11.1 Balanços patrimoniais publicados pela Cia. LIQ referentes a seus dois últimos
exercícios sociais.
Ativo X0 X1 Passivo X0 X1
($) ($) ($) ($)
Com base nessas informações contábeis publicadas pela Cia. LIQ, são
apurados, a seguir, os indicadores de liquidez. Os balanços são elaborados
em moeda de poder de compra de final dos respectivos exercícios sociais. A
inflação de X1 atingiu 12%.
X0 X1 Variação
X0 X1 Variação
Em X0, a Cia. LIQ possuía, para cada $ 1,00 de dívida a curto prazo, $
2,14 em seu ativo circulante, ou seja, seus direitos e haveres a curto prazo
representavam 2,14 vezes seu passivo circulante. No último exercício
verifica-se um decréscimo nesse quociente, passando a liquidez corrente
para 1,46.
Normalmente, esse índice deve ser superior a 1,00, o que denota uma
capacidade da empresa em saldar seus compromissos de curto prazo. A
liquidez corrente é uma das medidas mais utilizadas na análise financeira e,
da mesma forma que os demais índices, apresenta pouca representatividade
se considerada isoladamente.
Para um juízo mais conclusivo sobre a posição de liquidez, além de uma
comparação com os resultados de outras empresas do setor de atividade, é
necessária uma análise mais detalhada, principalmente ao se observar o
notável aumento do ativo não circulante (imobilizado e investimentos).
Nos dois exercícios, o disponível e os direitos realizáveis a curto prazo
da Cia. LIQ são insuficientes para cobrirem suas dívidas de curto prazo. Em
X0, a liquidez seca indicava a cobertura de 89% do passivo circulante. No
exercício seguinte, essa posição reduziu-se, passando a satisfazer somente
55% das dívidas de curto prazo.
A redução do realizável a curto prazo e o grande incremento do passivo
circulante podem ser apontados como a causa da deterioração desse índice.
A posição atual é insatisfatória (menos de 100%) e supõe ter sido
comprometida pelo acréscimo de inversões em outros elementos do ativo,
principalmente no ativo não circulante.
Estabelece-se a grande importância do índice de liquidez seca ao não ser
considerado o montante dos estoques em seu cálculo. Dado que podem
existir, por exemplo, vários elementos obsoletos ou de baixíssima rotação, a
liquidez seca define a capacidade de pagamento a curto prazo da empresa,
sem considerar as existências de materiais e de produtos, preocupando-se
mais com os circulantes de maior rotação.
Para o cálculo desse índice, é comum deduzir também as despesas
antecipadas, do total do ativo circulante.
Pelos percentuais calculados, observa-se também uma redução nos
quocientes. No último exercício (X1), o disponível da empresa cobria 5,8%
de suas dívidas de curto prazo, enquanto que no exercício de X0 os valores
de caixa podiam saldar 6,8% das mesmas exigibilidades.
Dada a vulnerabilidade do dinheiro e a maneira estática como é
calculado, o índice de liquidez absoluta não apresenta uma importância
considerável para a análise. É pouco utilizado e aborda uma posição
extrema da empresa. O credor, normalmente, atribui maior interesse à
liquidez absoluta da empresa do que o acionista.
Pela Figura 11.6, são transcorridos 93 dias entre o início das saídas de
caixa (PMPF = 15 dias) e as entradas provenientes de cobranças de vendas
a prazo.
Nesse intervalo de 93 dias, deve a empresa financiar seu ciclo de caixa
mediante outras formas de captação negociadas no mercado. Idealmente,
toda empresa desejaria apurar um ciclo financeiro negativo, que refletiria
sua capacidade de produzir, vender e receber antes dos pagamentos
respectivos. Na prática, essa situação é bastante difícil de ocorrer, devendo
a empresa selecionar outras formas de financiamento para lastrear suas
necessidades do ciclo financeiro (recursos próprios, descontos de duplicatas
etc.).
Diante da realidade de ciclos financeiros positivos, deve a empresa ainda
desenvolver estratégias de maneira a minimizar sua dependência por outras
fontes de recursos, tais como: maior giro dos estoques, redução da
inadimplência, negociar prazos de pagamento mais detalhados com os
fornecedores, e assim por diante.
Essas estratégias operacionais não devem, entretanto, sacrificar o
volume de atividade da empresa; por exemplo, um maior giro nos estoques
não deve pressupor falta de produtos para venda, ou elevar
desproporcionalmente seus custos financeiros determinados por um prazo
maior de pagamento.
Para o ciclo de caixa calculado em 93 dias no exemplo anterior, se a
empresa estimar em $ 37,8 milhões seus desembolsos anuais de caixa,
apura-se uma necessidade média de investimento em caixa de $ 9,765
milhões, ou seja:
Por outro lado, se a empresa, a partir de uma eficiência maior em suas
estratégias operacionais, conseguisse reduzir seu prazo médio de cobrança
para 24 dias, e o tempo médio de venda de seus produtos para 32 dias,
diminuiria o intervalo de seu ciclo operacional para 77 dias, reduzindo em
consequência, suas necessidades de financiamento de caixa, ou seja:
Lucro Líquido
(–) Dividendos
(+) Despesas Não Desembolsáveis (depreciação)
(=) Fluxo de Caixa Decorrente das Operações
TOTAL $ $ $ $
1.077,0 1.299,5 1.591,0 1.711,5
SD ($ ($ ($ ($
52,5) 63,0) 70,5) 70,5)
NTFP $ 880,5 $ $ $
1.059,5 1.327,0 1.456,5
PP $ 828,0 $ 996,5 $ $
1.256,5 1.386,0
SD $ 700 $ 840 – ($ ($
1.176) 5.339)
EBITDA $ 6.000
Depreciação (1.000)
Depreciação $ 1.000
EBITDA $ 6.000 EBITDA $ 6.000
Muitas vezes é interpretado que, quanto maior essa medida, mais alta se
apresenta a capacidade de geração de liquidez da empresa motivada por
atividades de natureza estritamente operacional.
Importante: Observe ainda que o EBITDA é capaz de cobrir 6,67 vezes
(EBITDA: $ 6.000/Despesas Financeiras: $ 900) as despesas de juros de
competência do exercício, permitindo uma avaliação da capacidade da
empresa em remunerar, em termos de caixa, seus credores com os recursos
gerados pelas aplicações em seus ativos operacionais.
Alíquota de IR = 34%
FLUXOS DE CAIXA
EBITDA $ 800,0
Depreciação ($ 300,0)
IR (34%)
Depreciação $ 300,0
31-12-X9
Estoques
Os estoques da empresa: matérias-primas, produtos em processo de
fabricação e outros bens, são avaliados pelo seu custo de aquisição ou de
produção, sendo deduzida provisão para ajustá-los ao valor de mercado,
quando este for inferior.
INVESTIMENTO: $ 13.918
INVESTIMENTO: $ 13.918
ou:
Alavancagem Financeira
GAF > 1 RSPL > ROI ROI > Custo da dívida (Ki)
GAF = 1 RSPL = ROI ROI = Custo da dívida (Ki)
GAF < 1 RSPL < ROI ROI < Custo da dívida (Ki)
OUTRA FORMA DE ENTENDER O RSPL
Empresa A Empresa B
Receitas de Vendas $ 100.000 $ 100.000
Empresa A Empresa B
Giro do Investimento
INVESTIMENTO $ 2.700,0
Substituindo:
SPREAD = ROI – Ki
Esta diferença é do acionista. Se positiva, irá alavancar a taxa
de retorno do capital próprio; se negativa, reduz a rentabilidade do
PL. É o conceito de alavancagem financeira introduzido no
Capítulo 8, e estudado de forma mais avançada no Capítulo 13.
O Endividamento da empresa, medido pela relação entre o
passivo oneroso (P) e o patrimônio líquido (PL), revela a
participação dos recursos de terceiros em relação ao capital
próprio. Quanto mais alto este índice, mais elevada é a
alavancagem financeira da empresa, atuando sobre o retorno do
capital próprio.
BB – Ba3
AA + Aa1 Muito boa B+ B1 Alto risco
AA Aa2 B B2
AA – Aa3 B– B3
CC
D Inadimplência
____________________
1
Ver Capítulo 5, item 5.1.9.
* Muitas vezes expresso pela sigla em inglês: NOPAT (Net Operating Profit
After Taxes).
* ROE – Return on Equity, em inglês.
0
O capítulo trata, em sequência ao anterior, das formulações analíticas de
avaliação do desempenho econômico desenvolvidas a partir do retorno
sobre o investimento e retorno sobre o ativo.
Conforme definido ainda no Capítulo 2, o objetivo de toda empresa é a
maximização de seu valor de mercado. O indicador do “valor econômico
adicionado” sinaliza se as estratégias financeiras implementadas agregaram
valor, reforçando sua viabilidade econômica e a continuidade do
empreendimento.
CMPC = W1 × Ki + W2 × Ke
Logo:
SPREAD REVELA:
ECONÔMICO DO
ACIONISTA
20X1 20X2
■ VEA: 127,30
■ CMPC: 13,98%
Esse resultado indica a valorização do preço de mercado da empresa em
relação ao valor de seus ativos (criação de riqueza), determinada pela
expectativa de produzir um VEA positivo no futuro. Quanto maior o VEA,
mais elevado o valor agregado pelo mercado, valorizando o preço da
empresa.
Com base no modelo, o valor de mercado de uma empresa é constituído
do capital invertido em seus ativos mais o goodwill, ou seja:
onde
Por exemplo, para uma empresa com ROI de 15% e que reinveste o
equivalente a 60% de seus resultados operacionais, a taxa de crescimento
esperada é de 9%, ou seja:
■ Dívidas $ 80.000,00
$ 20.000,00
■ Decis
1º 2º 3º 4º Mediana 6º 7º 8º 9º
decil decil decil decil 5º decil decil decil decil decil
■ Quartis
MEDIANA
■ Decis
Decil
Mediana
1º 2º 3º 4º 6º 7º 8º 9º
5º
Índice
Quanto
maior, Insatisfatório Regular Normal Bom Excelente
melhor
Quanto
menor, Excelente Bom Normal Regular Insatisfatório
melhor
■ Quartis
Quartil
1º 2º 3º 4º
Índice
Quanto maior, Insatisfatório Regular Bom Excelente
melhor
Quanto menor,
Excelente Bom Regular Insatisfatório
melhor
ANEXO PARTE IV
INFORMAÇÕES ADICIONAIS:
ANÁLISE ECONÔMICO-FINANCEIRA
INDICADORES DE DESEMPENHO
VALOR DA EMPRESA
O valor calculado indica que cada ação emitida participa com $ 2,50 do
patrimônio líquido da sociedade.
A realização financeira integral do valor patrimonial de uma ação
somente se verifica em caso de dissolução da sociedade. Periodicamente,
parte do patrimônio líquido pode ser distribuída aos acionistas, sob a forma
de dividendos, ocorrendo, ao mesmo tempo, um crescimento do grupo pela
parte retida dos lucros ou integralização de novas ações. A distribuição total
do patrimônio líquido, no entanto, somente é viável na hipótese de
encerramento das atividades da empresa.
Por outro lado, a validade financeira do valor patrimonial de uma ação,
ainda, depende da possibilidade de todos os ativos da empresa serem
realizados exatamente pelos valores registrados pela contabilidade. Como a
identidade contábil do patrimônio líquido é formulada pela diferença entre
o total do ativo e os passivos, e os ativos são alguns avaliados pelo seu
preço de aquisição (custo), e outros a valores de mercado, desajustes entre o
valor justo e o da contabilidade são bastante frequentes. Essa realidade
reduz bastante a representatividade do valor patrimonial de uma ação para
efeitos de análise e avaliação de empresas.
O valor patrimonial é uma informação nitidamente estática e
retrospectiva, isto é, mede a parcela dos recursos próprios da empresa que
compete a cada ação em determinado momento, com base nos valores
acumulados no passado. Com isso, desvincula-se uma relação mais estreita
entre o valor patrimonial de uma ação e seu preço de mercado. O preço de
mercado da ação, mais rigorosamente, é função do desempenho futuro
esperado da empresa, e não dos resultados que ela auferiu em exercícios
anteriores. O desempenho passado de uma empresa é usado, algumas vezes,
como uma variável das projeções dos investidores, e não como um
indicador básico de suas decisões de compra ou venda.
Δ Preço da Ação = Pt – Pt – 1
sendo: Pt e Pt– 1 respectivamente o preço da ação ao final e início do
período.
Se: Pt > Pt– 1 há um ganho de capital determinado pela valorização do
preço da ação no mercado;
O DPA pode ser calculado para o total das ações e também para as ações
ordinárias e preferenciais. A ilustração abaixo demonstra o cálculo da
medida para cada tipo de ação de acordo com informações divulgadas por
uma empresa em determinado exercício social.
DIVIDEND YIELD – DY
O Dividend Yield-DY (ou rendimento de dividendos) revela os
rendimentos de dividendos (e outras formas de proventos) oferecidos pela
ação ao investidor. É calculado pela relação entre o DPA (Dividendos por
Ação) e o seu preço de mercado, ou seja:
Suponha a seguir que a ação sofra uma desvalorização e que seu preço
de mercado caia para $ 14,80. Nessa situação, o retorno de dividendos sobe
para: $ 3,10/$ 14,80 = 20,9%. É importante entender na análise que o
aumento do retorno não foi determinado por um volume maior de
dividendos pagos, mas sim por uma desvalorização no preço de mercado da
ação.
•
Dividend Yield (DY) = = 4,57%
•
TRA = = 23,76%
Investimento em Giro]
Se:
$ 000
EBITDA $ 180.000
Depreciação $ 30.000
Alíquota de IR 34%
$ 000 $ 000
■ Situação 1
■ Situação 2
■ Situação 3
Onde:
Onde:
Ganhos (Rendimentos) Totais Líquidos = Proventos
Líquidos + Ganhos/Perdas de Capital.
($ milhões)
($ milhões)
Valor de Mercado do PL $ $ $ $
1.026,23 1.035,45 1.215,82 1.235,96
($ milhões)
20X4 20X5 20X6 20X7
($ milhões)
A. Valor do PL no exercício $ $ $ $
1.026,23 1.035,45 1.215,82 1.235,96
($ milhões)
A. Valor do PL no exercício $ $ $ $
1.026,23 1.035,45 1.215,82 1.235,96
($ milhões)
B. PL a Mercado $ $ $ $
1.026,23 1.035,45 1.215,82 1.235,96
– Banco Comercial
– Banco de Investimento
– Banco Múltiplo
Bancos múltiplos
Ativo Passivo
Circulante Circulante
■ Patrimônio Líquido
– capital social
– reservas de capital
– ajustes de avaliação patrimonial
– reservas de lucros
– Recursos transitórios de
terceiros
– Passivos de funcionamento
– Patrimônio líquido
Disponibilidades Depósitos
Imobilizado
Intangível
Operações de Crédito
Despesas de Pessoal
Despesas Administrativas
Despesas Tributárias
Resultado Operacional
Participações no Lucro
Lucro Líquido
– Balanços Consolidados –
R$ AV (%)
(bilhões)
Fonte: www.institutoassaf.com.br.
Expressando-se os índices:
Desta forma, $ 3,3 bilhões do total do lucro líquido retido deve ser
alocado para a formação do capital próprio mínimo das operações
de crédito, restando $ 1,5 bilhão ($ 4,8 – $ 3,3) para lastrear outros
ativos de risco do banco.
Ativos Sensíveis
■ Aplicações Interfinanceiras (open, DI etc.)
■ Títulos e Valores Mobiliários
■ Créditos/Empréstimos/Financiamentos com taxas pré e pós-fixadas.
Passivos Sensíveis
■ Depósitos Remunerados (Poupança, Prazo Fixo, DI etc.)
■ Captações no Mercado Aberto
■ Obrigações por Empréstimos
Ativo X8 Passivo X8
Disponibilidades 8,9% Depósitos à vista 4,5%
TOTAL: TOTAL:
X8 X7
20X8
20X8
Independência Financeira 9%
Leverage 11,1%
Capital/Depositantes 19,0%
X8
ou
Passivo Total $ $
131.032.505 110.353.345
Ativo Total $ $
145.419.499 122.556.822
Ano X7 Ano X6
Ano X7 Ano X6
Ke 24% 24%
MVA® = VEA/CMPC
Ano X7 Ano X6
MVA –$ –$
1.636.367 2.593.733
1 Identificação da Empresa
1.2.5 Holdings
2.5.1 A sustentabilidade na B3
3.3.1 Comparações
4 Balanço Patrimonial
4.2 Ativo
4.2.1.1 Disponível
4.2.1.4 Estoques
4.2.2.2 Investimentos
4.2.2.3 Imobilizado
4.2.2.4 Intangível
9.4 Depreciação
9.6.1 Endividamento
Bibliografia