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Flora da Caatinga
A flora da Caatinga é constituída por uma vegetação xerofítica, com adaptações para
desenvolver-se no clima semiárido. A vegetação é constituída por árvores de pequeno
porte e arbustos de troncos retorcidos com a presença de espinhos e que, durante a
seca, perdem suas folhas, sendo observada apenas a presença dos troncos brancos e
brilhosos, como se a mata estivesse morta. Apenas algumas plantas não perdem suas
folhas, como é o caso do juazeiro.
Além das plantas citadas, podemos destacar a presença de algumas plantas típicas,
como:
o umbuzeiro
o jatobá
a baraúna
a maniçoba
a mimosa
a aroeira
a macambira
Entre as inúmeras espécies de plantas encontradas na Caatinga, cerca de 323
espécies são endêmicas.
Dentre as espécies de animais que podem ser encontradas nesse bioma, podemos citar:
o sapo-cururu
a jiboia
a cascavel
o mocó
o preá
o tatú-peba
o gambá
o veado-catingueiro
o gato-do-mato
o galo-da-campina
o gavião-carcará
a asa-branca
Quando falamos em aves, é importante destacarmos a ararinha-azul (Cyanopsitta
spixii) e a arara-azul-de-lear (Anodorhynchus leari). A ararinha-azul habitava a
região da Caatinga, no entanto, o último exemplar foi visto na natureza no ano
2000, assim, essa espécie é considerada extinta. Já a arara-azul-de-lear encontra-
se em risco de extinção, com cerca de 150 exemplares.
Ocupando quase 10% do território nacional, com 736.833 km², a Caatinga abrange os
estados do Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Sergipe, Alagoas,
Bahia, sul e leste do Piauí e norte de Minas Gerais.
Ocupando quase 10% do território nacional, com 736.833 km², a Caatinga abrange os
estados do Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Sergipe, Alagoas,
Bahia, sul e leste do Piauí e norte de Minas Gerais. Região de clima semi-árido e
solo raso e pedregoso, embora relativamente fértil, o bioma é rico em recursos
genéticos dada a sua alta biodiversidade. O aspecto agressivo da vegetação
contrasta com o colorido diversificado das flores emergentes no período das chuvas,
cujo índice pluviométrico varia entre 300 e 800 milímetros anualmente.
A Caatinga apresenta três estratos: arbóreo (8 a 12 metros), arbustivo (2 a 5
metros) e o herbáceo (abaixo de 2 metros). A vegetação adaptou-se ao clima seco
para se proteger. As folhas, por exemplo, são finas ou inexistentes. Algumas
plantas armazenam água, como os cactos, outras se caracterizam por terem raízes
praticamente na superfície do solo para absorver o máximo da chuva. Algumas das
espécies mais comuns da região são a amburana, aroeira, umbu, baraúna, maniçoba,
macambira, mandacaru e juazeiro.
No meio de tanta aridez, a Caatinga surpreende com suas "ilhas de umidade" e solos
férteis. São os chamados brejos, que quebram a monotonia das condições físicas e
geológicas dos sertões. Nessas ilhas é possível produzir quase todos os alimentos e
frutas peculiares aos trópicos do mundo. Essas áreas normalmente localizam-se
próximas às serras, onde a abundância de chuvas é maior.
Através de caminhos diversos, os rios regionais saem das bordas das chapadas,
percorrem extensas depressões entre os planaltos quentes e secos e acabam chegando
ao mar, ou engrossando as águas do São Francisco e do Parnaíba (rios que cruzam a
Caatinga). Das cabeceiras até as proximidades do mar, os rios com nascente na
região permanecem secos por cinco a sete meses do ano. Apenas o canal principal do
São Francisco mantém seu fluxo através dos sertões, com águas trazidas de outras
regiões climáticas e hídricas.
Mesmo quando chove, o solo pedregoso não consegue armazenar a água que cai e a
temperatura elevada (médias entre 25°C e 29°C) provoca intensa evaporação. Na longa
estiagem os sertões são, muitas vezes, semidesertos que, apesar do tempo nublado,
não costumam receber chuva.
Caatinga
Lana Magalhães Lana Magalhães Professora de Biologia
Caatinga é um bioma brasileiro que apresenta clima semiárido, vegetação com pouca
folhas e adaptadas para os períodos de secas, além de grande biodiversidade.
O nome Caatinga significa, em tupi-guarani, "mata branca". Esse nome faz referência
a cor predominante da vegetação durante a estação de seca, onde quase todas as
plantas perdem as folhas para diminuir a transpiração e evitar a perda de água
armazenada. No inverno, devido a ocorrência de chuva, as folhas verdes e as flores
voltam a brotar.
Apesar de sua importância ecológica, calcula-se que 40 mil km2 da Caatinga já foram
transformados em quase deserto, o que é explicado pelo corte da vegetação para
servir como lenha e pelo manejo inadequado do solo.
Vegetação
Vegetação da Caatinga
Vegetação típica da Caatinga
A vegetação da caatinga constitui um tipo de vegetação adaptada à aridez do solo e
a escassez de água da região. Dependendo das condições naturais das áreas em que se
encontram, apresentam diferentes características.
Nas áreas mais secas, de solo raso e pedregoso, a caatinga se reduz a arbustos e
plantas tortuosas, mais baixas, deixando o solo parcialmente descoberto.
Nas regiões mais secas aparecem também plantas cactáceas, como o facheiro, o
mandacaru, o xique-xique, que servem de alimento para os animais, na época de seca,
e as bromeliáceas (macambira).
Algumas palmeiras e o juazeiro, que possuem raízes bem profundas para absorver água
do solo, não perdem as folhas.
A maioria das espécies tem espinhos, o que leva o vaqueiro da região usar roupa de
couro, para sua proteção.
Fauna
Ararinha-azul
A ararinha-azul é uma ave símbolo da Caatinga
A Caatinga abriga um grande número de espécies da fauna brasileira, como,
mamíferos, répteis, aves, anfíbios, entre eles, a cutia, o gambá, o preá, o veado-
catingueiro, o tatu-peba, gatos selvagens, a asa branca, e uma variedade de
insetos, que exercem grande importância para o bioma.
Entre as espécies que habitam a caatinga e estão ameaçadas de extinção podem ser
citadas a ararinha azul, o tamanduá-bandeira, o tatu-canastra, o cachorro do mato,
a águia-cinzenta, o lobo-guará, entre outras.
Clima da Caatinga
Ameaças
Como acontece em muitos outros biomas, a Caatinga também sofre com uma série de
ameaças que comprometem a conservação da sua biodiversidade, sendo que um desses
riscos acontece por causa do tráfico de animais.
Os órgãos ambientais do setor federal estimam que mais de 46% da área da Caatinga
já foi desmatada. Vale ressaltar que muitas espécies são endêmicas desse bioma, ou
seja, ocorrem apenas lá. Por isso, uma das formas de evitar o desaparecimento das
espécies é criar novas unidades de conservação na área.
Curiosidade
O "Dia da Caatinga" é comemorado desde 2003, no dia 28 de abril. Essa data
representa o nascimento do ecólogo João Vasconcelos Sobrinho (1908-1989), pioneiro
nos estudos do bioma.
Flora da Caatinga
A flora da Caatinga é constituída por uma vegetação xerofítica, com adaptações para
desenvolver-se no clima semiárido. A vegetação é constituída por árvores de pequeno
porte e arbustos de troncos retorcidos com a presença de espinhos e que, durante a
seca, perdem suas folhas, sendo observada apenas a presença dos troncos brancos e
brilhosos, como se a mata estivesse morta. Apenas algumas plantas não perdem suas
folhas, como é o caso do juazeiro.
Fauna da Caatinga
A fauna da Caatinga é bastante diversificada, apresentando diversas espécies de
répteis (cerca de 97 espécies), anfíbios (cerca de 45 espécies), aves (mais de 200
espécies) e mamíferos (cerca de 178 espécies). Muitas das espécies de animais
encontradas na Caatinga são endêmicas, sendo 13 espécies de mamíferos, 23 de
lagartos, 20 de peixes e 15 de aves.
Dentre as espécies de animais que podem ser encontradas nesse bioma, podemos citar:
o sapo-cururu
a jiboia
a cascavel
o mocó
o preá
o tatú-peba
o gambá
o veado-catingueiro
o gato-do-mato
o galo-da-campina
o gavião-carcará
a asa-branca
Quando falamos em aves, é importante destacarmos a ararinha-azul (Cyanopsitta
spixii) e a arara-azul-de-lear (Anodorhynchus leari). A ararinha-azul habitava a
região da Caatinga, no entanto, o último exemplar foi visto na natureza no ano
2000, assim, essa espécie é considerada extinta. Já a arara-azul-de-lear encontra-
se em risco de extinção, com cerca de 150 exemplares.
O nome Caatinga vem do tupi-guarani e significa mata branca, uma referência à cor
dos troncos das plantas que perdem sua folhagem nos períodos mais secos. Nesse
bioma, o único exclusivamente brasileiro, pode-se aprender muito sobre resistência.
Em meio à paisagem seca em tempos de aridez, basta um pouco de chuva para tudo
ficar verde, florescer e germinar, fazendo a vida pulsar mais forte.
Uma solução necessária para aqueles que vivem no Semiárido é saber tirar bom
proveito da Caatinga, o que resulta em profundo conhecimento sobre diferentes usos
da vegetação nativa, fundamental para a segurança e soberania alimentar e
nutricional, e para a geração de emprego e renda da população. As áreas em que as
comunidades vivem por meio do uso sustentável da biodiversidade possibilitam a
manutenção dos serviços ecossistêmicos fundamentais para a qualidade de vida e o
desenvolvimento econômico⁵.
Desse jeito a população da Caatinga vai mostrando sua força. Suas expressões
culturais diversas dão conta de passar o recado. Mostram sua realidade, brincam com
as palavras, fazendo com que a vida árida ganhe graça e alegria. A resistência do
bioma se confunde com a resistência do seu povo, que vem construindo um novo canto
sobre a Asa Branca. Onde antes só havia “terra ardendo e nem um pé de plantação”⁶,
agora tem também abundância e tem fartura na produção. Tem alimento para sobreviver
e também para vender. O povo antes judiado pela seca, aprendeu com a conviver com a
Caatinga.
Como bem disse a Declaração do Semiárido de 1999⁷, o sertão deve ser visto para
além das imagens eternizadas de quando a seca castiga, aquelas grandes áreas de
chão rachado, água turva e crianças passando fome. Essas imagens servem para dar o
sinal de alerta, mas reduzem a realidade da Caatinga que, para além de suas aridez,
é fonte de cultura e de criatividade. Que também esse bioma seja assim lembrado,
porque enquanto a terra arde e a asa branca já não canta, tem uma voz que faz
mostrar o seu encanto e uma mão que faz o sertão verdejar e o sertanejo se
alimentar
Referências:
(1) ARAÚJO FILHO, José Coelho de. Relação solo e paisagem no bioma Caatinga. In:
Simpósio Brasileiro de Geografia Física Aplicada, 14., 2011, Dourados: UFGD, 2011.
Disponível em <ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/38909/1/Coelho-XIV-
SBGFA-1.pdf>. Acesso em 18 jan. 2020.
(2) MMA. Unidades de conservação e Terras Indígenas do bioma Caatinga. The Nature
Conservancy, Ministério do meio Ambiente. Brasília: 2008. Disponível em
<www.mma.gov.br/estruturas/203/_arquivos/mapa_das_ucs.pdf>. Acesso em 18 jan. 2020.
(3) Caatinga. Ministério do Meio Ambiente. Disponível em
<www.mma.gov.br/biomas/Caatinga>. Acesso em 18 jan. 2020.
(4) IBGE/MMA. Mapa de biomas do Brasil – Primeira aproximação, 2004. Disponível em
< brasilemsintese.ibge.gov.br/territorio.html>. Acesso em 18 jan. 2020.
(5) XAVIER, Josilda Batista Lima Mesquita. Representações sociais e saberes de
mulheres quilombolas: tessituras e vida no bioma Caatinga. Tese (Doutorado) –
Universidade do Estado da Bahia (UNEB|). Programa de Pós-Graduação em Educação e
Contemporaneidade. Salvador, 2017. Disponível em
<www.cdi.uneb.br/site/wp-content/uploads/2017/11/VOLUME-Ie-II_TESE-
FINAL_CD.docx.pdf>. Acesso em 18 jan. 2020.
(6) Fragmentos da música “Asa Branca” de Luiz Gonzaga.
(7) Declaração do Semiárido – propostas da Articulação no Semiárido Brasileiro para
a convivência com o semiárido e combate à desertificação. Recife: 1999. Disponível
em <www.mma.gov.br/estruturas/sedr_desertif/_arquivos/declaracao_semiarido.doc>.
Acesso em 31 dez. 2019.
O Semiárido brasileiro, com sua paisagem mais aberta, se tornou propício para o
estabelecimento de populações humanas, cujos meios de vida as permitiram sobreviver
e reproduzir mesmo em meio à aridez¹. Certamente há um conhecimento acumulado por
gerações que permitiu o lidar com as condições adversas, como saber otimizar o
aproveitamento de água, o manejo de caprinos “pé duro” (raça crioula resultante de
seleção natural), a ampla utilização da flora (alimentação, saúde, ração animal
etc.) e o uso de sementes crioulas, com espécies mais adaptadas às peculiaridades
regionais.
Os povos da Caatinga, conhecidos como catingueiros, são sertanejos, vaqueiros,
agricultores, populações indígenas, quilombolas, entre outros. O bioma é o berço de
comunidades tradicionais, como os índios Tumbalala, os Xukurus e os Pankararu, e os
quilombolas de Conceição das Crioulas. Estes grupamentos humanos desenvolveram suas
próprias estratégias de sobrevivência e convivência com as condições da Caatinga.
São guardiões do conhecimento sobre o manejo de plantas, de suas propriedades e
usos medicinais, sobre a milenar técnica de busca de águas subterrâneas com
forquilhas (conhecida como hidroestesia²) e sobre os sinais da natureza que
antecedem as secas prolongadas e as chuvas.
Semelhante aos sertanejos, estão aqueles conhecidos pelos trajes de couro (que os
protegem da vegetação espinhosa e do sol quente) e por percorrer o sertão a cavalo
e cuidar de gado: os vaqueiros⁴. O grande desafio deles é a busca por água, o que
faz com que percorram grandes distâncias até onde haja uma fonte para os animais. O
vaqueiro é tão importante no cenário da Caatinga, que até possui um dia nacional,
20 de julho, bem como celebrações tradicionais como as vaquejadas, uma forte
expressão popular da Caatinga.
Os indígenas da Caatinga, a exemplo do que também ocorre nos demais biomas, vivem
em áreas reduzidas e sofrem intensas pressões que ocasionam graves impactos
sociais, culturais e ambientais. Uma lástima, pois cada grupo indígena possui suas
características peculiares, riquezas culturais e seus modos de vida em harmonia com
a natureza. Na Caatinga estão presentes os Atikum, Fulni-ô, Jenipapo-Kanindé,
Jiripancó, Kariri-Xokó, Kantaruré, Kiriri, Kaimbé, Kambiwá, Kapinawá, Pankararé,
Pankararu, Pitaguary, Potiguara, Pipipan, Tingui Botó, Tremembé, Tucumanduba,
Truká, Tumbalalá, Tuxá, Xakriabá, Xukuru Kariri, Xocó, entre outros muitos povos
indígenas, raízes do povo brasileiro.
Não exatamente um povo, mas um tipo de caatingueiro que vale destaque quando se
pensa no sertão, são aqueles que sabem ver os sinais e prever as chuvas, o chamados
“Profetas do sertão”, cada qual com seus conhecimentos, alguns passados ao longo
das gerações, ou mesmo fruto de visões e sonhos. Há de se admirar que anualmente,
desde 1996, existe o Encontro de Profetas Populares10, cujo desafio é prever se o
ano vai ser de fartura ou de seca.
As secas sempre ocorreram no Nordeste, no entanto, ela se tornou mais grave para as
populações, tornando-as mais vulneráveis, conforme modificações na paisagem foram
feitas, com o estabelecimento de fazendas e a realização de desmatamentos para a
agropecuária. Grandes períodos de secas foram, ao longo da história, responsáveis
por dizimar populações e inúmeros animais, e promover êxodos rurais.
Desde 1859, há registro de intervenções do governo brasileiro para lidar com essas
questões¹. Após a extensa seca de 1877 a 1879, foram recomendadas a construção de
açudes (que serviriam para armazenar água, tornando-a disponível nos anos de seca)
e a transposição do Rio São Francisco para bacias temporárias do Ceará. Esse rio,
conhecido como Velho Chico, nasce em Minas Gerais, mas 80% de suas águas estão na
Caatinga. Conhecido como um dos mais importantes rios do Brasil, é a via navegável
mais relevante da região.
Algumas dessas políticas, no entanto, são expressão do que veio a ser denominado
como “indústria da seca”. A seca vista como algo a ser combatido, cujas respostas
se limitam à construção de grandes empreendimentos, que acabam por beneficiar a
minoria rica às custas da maioria mais pobre⁵. Essa “indústria” contribuiu para um
aumento da concentração de terras e da água por grandes proprietários e da fome e
miséria. Muitos poços e açudes eram construídos em propriedades privadas, o que fez
essa associação da concentração de terras com a das águas. Com esse fato, as
medidas eram paliativas e se preocupavam em unicamente aumentar a disponibilidade
de água, sem considerar o contexto socioestrutural do semiárido. A agenda da seca
era sempre pautada como resultado de aspectos naturais do clima da região, onde as
verdadeiras causas não eram colocadas em discussão⁶.
Certamente é uma combinação de fatores que agrava a questão da seca. Se por um lado
há alta insolação e alta taxa de evaporação, por outro, há pouca quantidade de
chuvas e solos com rochas praticamente impermeáveis – que não possibilitam a
estocagem natural de água⁶. Ou seja, quando a chuva cai, a maior parte dela
evapora, em vez de infiltrar no solo. Por esse motivo, os açudes permitem
aproveitar a água não infiltrada, tornando-a disponível para uso por um espaço
maior de tempo. No entanto, somente a água dos açudes, muitas vezes, não é
suficiente para garantir seu fornecimento a todos. Com isso faz-se necessário a
adoção de outras medidas para permitir uma convivência com o Semiárido com
qualidade de vida.
O termo acima mencionado surgiu para conceituar que, sim, conviver com o Semiárido
é possível, pois não é possível combater a seca, ela é inerente àquela região. Uma
proposta de desenvolvimento que tenha como base a viabilidade de se viver nessa
realidade, cabendo aos habitantes o direito a políticas efetivas de desenvolvimento
econômico e humano, ambiental e cultural, científico e tecnológico para lidar com
essa realidade. Em outras palavras, o Semiárido é viável quando existe vontade
individual, coletiva e política para isso. Segundo a Declaração do Semiárido⁷,
devem ser tomadas medidas, como: viabilizar o conviver com as secas; orientar os
investimentos no sentido da sustentabilidade; fortalecer a sociedade civil; incluir
mulheres e jovens no processo de desenvolvimento; conservar, reabilitar e manejar
os recursos naturais e buscar meios de financiamentos adequados.
A declaração indica também algumas medidas de convivência, como o fortalecimento da
agricultura familiar, a difusão do uso de tecnologias e metodologias adaptadas ao
Semiárido e a universalização do abastecimento de água. Na prática, é necessário
viabilizar meios de estocar água e produzir/armazenar alimentos, incluindo para os
animais, de forma a suprir as necessidades por todo o ano e possibilitar a
soberania e segurança alimentar e nutricional das comunidades. Para isso, deve-se
considerar que cada gota d’água disponível pode ser aproveitada, com captação de
água da chuva e armazenamento; reuso de águas; diminuição das perdas e do
desperdício; plantio de culturas menos exigentes de água; criação de animais mais
resistentes à seca; utilização de métodos de irrigação eficientes; tecnologias
sociais como barraginhas, barragens subterrâneas, cisternas (há vários tipos como
calçadão, chapéu de Padre Cícero, Enxurrada) e outras tantas práticas.
Atualmente, ao andar pelo Sertão, é comum ver casas simples com cisternas de
armazenamento de água. Isso é resultado, principalmente, do Programa um milhão de
Cisternas (P1MC)⁸, uma iniciativa da Articulação do Semiárido Brasileiro (ASA)
iniciada no início dos anos 2000, com o objetivo de promover o acesso à água para o
consumo humano e para a produção de alimentos, com a implementação de tecnologias
sociais simples e de baixo custo. Para promover a convivência com a escassez de
chuva, o programa tem difundido a utilização da tecnologia de cisternas de placas,
reservatórios que armazenam água da chuva para utilização nos oito meses mais
críticos de estiagem. Esse programa foi incorporado pelo governo brasileiro, por
meio do Ministério do Desenvolvimento Social, como Programa Nacional de Apoio à
Captação de Água de Chuva e outras Tecnologias Sociais (Programa Cisternas),
atuando com famílias rurais de baixa renda atingidas pela seca ou falta regular de
água, com prioridade para povos e comunidades tradicionais.
Outro ponto crucial na questão da oferta de água no nordeste tem a ver com a
salinização, resultado da pouca quantidade de água disponível no subsolo que fica
mais suscetível a processos de aumento de concentração salina, devido aos sais
liberados pelas rochas. Para aumentar a disponibilidade de água doce, algumas
práticas já são feitas, como a dessalinização – já existem entre 3.500 a 4.000
dessalinizadores⁹ pelo Semiárido, fruto de programas governamentais, como o Água
Doce, e de ONGs. Além disso, há estudos para viabilizar a agricultura com o uso
dessa água¹⁰ e a utilização de plantas biorremediadoras (retiram quantidades altas
de sal do solo) na recuperação de áreas degradadas pela salinização.
As secas sempre ocorreram no Nordeste, no entanto, ela se tornou mais grave para as
populações, tornando-as mais vulneráveis, conforme modificações na paisagem foram
feitas, com o estabelecimento de fazendas e a realização de desmatamentos para a
agropecuária. Grandes períodos de secas foram, ao longo da história, responsáveis
por dizimar populações e inúmeros animais, e promover êxodos rurais.
Desde 1859, há registro de intervenções do governo brasileiro para lidar com essas
questões¹. Após a extensa seca de 1877 a 1879, foram recomendadas a construção de
açudes (que serviriam para armazenar água, tornando-a disponível nos anos de seca)
e a transposição do Rio São Francisco para bacias temporárias do Ceará. Esse rio,
conhecido como Velho Chico, nasce em Minas Gerais, mas 80% de suas águas estão na
Caatinga. Conhecido como um dos mais importantes rios do Brasil, é a via navegável
mais relevante da região.
Algumas dessas políticas, no entanto, são expressão do que veio a ser denominado
como “indústria da seca”. A seca vista como algo a ser combatido, cujas respostas
se limitam à construção de grandes empreendimentos, que acabam por beneficiar a
minoria rica às custas da maioria mais pobre⁵. Essa “indústria” contribuiu para um
aumento da concentração de terras e da água por grandes proprietários e da fome e
miséria. Muitos poços e açudes eram construídos em propriedades privadas, o que fez
essa associação da concentração de terras com a das águas. Com esse fato, as
medidas eram paliativas e se preocupavam em unicamente aumentar a disponibilidade
de água, sem considerar o contexto socioestrutural do semiárido. A agenda da seca
era sempre pautada como resultado de aspectos naturais do clima da região, onde as
verdadeiras causas não eram colocadas em discussão⁶.
Certamente é uma combinação de fatores que agrava a questão da seca. Se por um lado
há alta insolação e alta taxa de evaporação, por outro, há pouca quantidade de
chuvas e solos com rochas praticamente impermeáveis – que não possibilitam a
estocagem natural de água⁶. Ou seja, quando a chuva cai, a maior parte dela
evapora, em vez de infiltrar no solo. Por esse motivo, os açudes permitem
aproveitar a água não infiltrada, tornando-a disponível para uso por um espaço
maior de tempo. No entanto, somente a água dos açudes, muitas vezes, não é
suficiente para garantir seu fornecimento a todos. Com isso faz-se necessário a
adoção de outras medidas para permitir uma convivência com o Semiárido com
qualidade de vida.
O termo acima mencionado surgiu para conceituar que, sim, conviver com o Semiárido
é possível, pois não é possível combater a seca, ela é inerente àquela região. Uma
proposta de desenvolvimento que tenha como base a viabilidade de se viver nessa
realidade, cabendo aos habitantes o direito a políticas efetivas de desenvolvimento
econômico e humano, ambiental e cultural, científico e tecnológico para lidar com
essa realidade. Em outras palavras, o Semiárido é viável quando existe vontade
individual, coletiva e política para isso. Segundo a Declaração do Semiárido⁷,
devem ser tomadas medidas, como: viabilizar o conviver com as secas; orientar os
investimentos no sentido da sustentabilidade; fortalecer a sociedade civil; incluir
mulheres e jovens no processo de desenvolvimento; conservar, reabilitar e manejar
os recursos naturais e buscar meios de financiamentos adequados.
Atualmente, ao andar pelo Sertão, é comum ver casas simples com cisternas de
armazenamento de água. Isso é resultado, principalmente, do Programa um milhão de
Cisternas (P1MC)⁸, uma iniciativa da Articulação do Semiárido Brasileiro (ASA)
iniciada no início dos anos 2000, com o objetivo de promover o acesso à água para o
consumo humano e para a produção de alimentos, com a implementação de tecnologias
sociais simples e de baixo custo. Para promover a convivência com a escassez de
chuva, o programa tem difundido a utilização da tecnologia de cisternas de placas,
reservatórios que armazenam água da chuva para utilização nos oito meses mais
críticos de estiagem. Esse programa foi incorporado pelo governo brasileiro, por
meio do Ministério do Desenvolvimento Social, como Programa Nacional de Apoio à
Captação de Água de Chuva e outras Tecnologias Sociais (Programa Cisternas),
atuando com famílias rurais de baixa renda atingidas pela seca ou falta regular de
água, com prioridade para povos e comunidades tradicionais.
Outro ponto crucial na questão da oferta de água no nordeste tem a ver com a
salinização, resultado da pouca quantidade de água disponível no subsolo que fica
mais suscetível a processos de aumento de concentração salina, devido aos sais
liberados pelas rochas. Para aumentar a disponibilidade de água doce, algumas
práticas já são feitas, como a dessalinização – já existem entre 3.500 a 4.000
dessalinizadores⁹ pelo Semiárido, fruto de programas governamentais, como o Água
Doce, e de ONGs. Além disso, há estudos para viabilizar a agricultura com o uso
dessa água¹⁰ e a utilização de plantas biorremediadoras (retiram quantidades altas
de sal do solo) na recuperação de áreas degradadas pela salinização.
Já existe um mar de tecnologias e práticas disponíveis para possibilitar a
convivência com o Semiárido. Cabe então chegar a quem precisa, garantindo água em
qualidade e quantidade necessárias para uma vida digna e saudável a todos que vivem
nesse bioma.
Padre Cícero, importante ícone religioso no sertão e que ainda hoje possui devotos
por todo nordeste, ensinava aos romeiros os preceitos ecológicos¹: não derrubar o
mato, nem mesmo um só pé de pau; não tocar fogo no roçado nem na Caatinga; não
caçar e deixar os bichos viverem; não criar o boi nem o bode soltos, fazer cercados
e deixar o pasto descansar para se refazer. Ele dizia ainda para não plantar serra
acima nem fazer roçado em ladeira muito em pé; deixar o mato protegendo a terra
para que a água não a arraste e não se perca a sua riqueza. Falava para plantar
cada dia pelo menos um pé de algaroba, de caju, de sabiá ou outra árvore qualquer,
até que o sertão todo seja uma mata só; aprender a tirar proveito das plantas da
Caatinga, que podem ajudar a conviver com a seca. Concluía que se o sertanejo
obedecer a estes preceitos, a seca vai aos poucos se acabando, o gado melhorando e
o povo terá sempre o que comer. Se não obedecesse, dentro de pouco tempo, o sertão
todo viraria um deserto só.
Esses preceitos traduzem de forma direta e simples muito do que deve ser feito para
a conservação do bioma. Primeiro é conservar o que se tem, não permitindo que haja
mais devastação, recuperar o que foi degradado e adotar meios de vida que permitam
obter os recursos necessários sem que haja necessidade de se devastar ainda mais o
bioma. Busca-se, assim, garantir um desenvolvimento sustentável da região.
Outro aspecto necessário para a conservação é saber tirar proveito dos recursos de
forma sustentável, como bem ensinam os povos da Caatinga. A valorização de plantas
nativas possui um enorme potencial, conforme já mencionado na seção sobre a flora
da Caatinga. É fundamental que, para isso, haja mais estudos na região, por se
tratar de um dos biomas menos conhecidos do Brasil, “pela combinação de
investimentos inadequados, baixa capacidade regional de pesquisa e difíceis
condições de trabalho – altas temperaturas e difícil acessibilidade”⁸.
Cabe destacar que a primeira Floresta Nacional (Flona) brasileira está na Caatinga.
Em 1946, a Flona do Araripe-Apodi⁴ foi criada com o intuito de manter as fontes de
água do Semiárido – o parque se encontra numa área de chapada, onde a água se
acumula – e barrar o avanço da desertificação no nordeste. Na década de 1990, foi
criada a APA Chapada do Araripe⁵, abrangendo a Flona do Araripe-Apodi. No processo
de criação da APA, foram identificadas 307 nascentes na base da Chapada do Araripe,
das quais oito alimentam a bacia do Rio Parnaíba, 54 a do São Francisco e 245 a do
Jaguaribe. Por esse motivo, quando as secas assolam o sertão, essa região úmida se
torna refúgio para a fauna, evidenciando a necessidade de protegê-la.
Como bem fala o ditado, melhor prevenir do que remediar. O exemplo anterior mostra
claramente o grande esforço para remediar um mal, algo que vai demandar muito
recurso, tempo e estudos. Cabe agora fortalecer as ações de conservação do que
ainda resta do bioma, para que não seja necessário outras iniciativas como a da
Ararinha azul.
Faz-se necessário traduzir aos olhos de quem governa o encanto daqueles que da
Caatinga fazem brotar músicas e poesias, reconhecendo a beleza de suas paisagens
secas, a versatilidade de suas plantas, a importância de sua biodiversidade e a
riqueza de seu povo.
https://ispn.org.br/biomas/caatinga/
https://www.biologianet.com/ecologia/caatinga.
https://brasilescola.uol.com.br/brasil/caatinga.htm
https://www.noclimadacaatinga.org.br/dia-de-defesa-da-fauna-quantas-especies-estao-
ameacadas-de-extincao-na-caatinga/
Caatinga é um bioma brasileiro que apresenta clima semiárido, vegetação com pouca
folhas e adaptadas para os períodos de secas, além de grande biodiversidade.
Esse bioma é encontrado em áreas do Nordeste do Brasil, nos estados do Maranhão,
Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia e
parte de Minas Gerais. Toda essa área abrange cerca de 844 mil km2, ou seja, 11% do
território brasileiro.
O nome Caatinga significa, em tupi-guarani, "mata branca". Esse nome faz referência
a cor predominante da vegetação durante a estação de seca, onde quase todas as
plantas perdem as folhas para diminuir a transpiração e evitar a perda de água
armazenada. No inverno, devido a ocorrência de chuva, as folhas verdes e as flores
voltam a brotar.
Apesar de sua importância ecológica, calcula-se que 40 mil km2 da Caatinga já foram
transformados em quase deserto, o que é explicado pelo corte da vegetação para
servir como lenha e pelo manejo inadequado do solo.
Vegetação
Vegetação da Caatinga
Vegetação típica da Caatinga
A vegetação da caatinga constitui um tipo de vegetação adaptada à aridez do solo e
a escassez de água da região. Dependendo das condições naturais das áreas em que se
encontram, apresentam diferentes características.
Nas áreas mais secas, de solo raso e pedregoso, a caatinga se reduz a arbustos e
plantas tortuosas, mais baixas, deixando o solo parcialmente descoberto.
Nas regiões mais secas aparecem também plantas cactáceas, como o facheiro, o
mandacaru, o xique-xique, que servem de alimento para os animais, na época de seca,
e as bromeliáceas (macambira).
Algumas palmeiras e o juazeiro, que possuem raízes bem profundas para absorver água
do solo, não perdem as folhas.
A maioria das espécies tem espinhos, o que leva o vaqueiro da região usar roupa de
couro, para sua proteção.
Fauna
Ararinha-azul
A ararinha-azul é uma ave símbolo da Caatinga
A Caatinga abriga um grande número de espécies da fauna brasileira, como,
mamíferos, répteis, aves, anfíbios, entre eles, a cutia, o gambá, o preá, o veado-
catingueiro, o tatu-peba, gatos selvagens, a asa branca, e uma variedade de
insetos, que exercem grande importância para o bioma.
Entre as espécies que habitam a caatinga e estão ameaçadas de extinção podem ser
citadas a ararinha azul, o tamanduá-bandeira, o tatu-canastra, o cachorro do mato,
a águia-cinzenta, o lobo-guará, entre outras.
Características da Caatinga
Animais da Caatinga
Clima da Caatinga
Ameaças
Como acontece em muitos outros biomas, a Caatinga também sofre com uma série de
ameaças que comprometem a conservação da sua biodiversidade, sendo que um desses
riscos acontece por causa do tráfico de animais.
Os órgãos ambientais do setor federal estimam que mais de 46% da área da Caatinga
já foi desmatada. Vale ressaltar que muitas espécies são endêmicas desse bioma, ou
seja, ocorrem apenas lá. Por isso, uma das formas de evitar o desaparecimento das
espécies é criar novas unidades de conservação na área.
Curiosidade
O "Dia da Caatinga" é comemorado desde 2003, no dia 28 de abril. Essa data
representa o nascimento do ecólogo João Vasconcelos Sobrinho (1908-1989), pioneiro
nos estudos do bioma.
Caatinga
A Caatinga é um bioma exclusivamente brasileiro e compreende cerca de 11% do
território nacional e 70% da Região Nordeste. Apresenta uma grande biodiversidade.
Paisagem da caatinga.
A Caatinga concentra-se na Região Nordeste do país, cujo clima é semiárido. Sua
vegetação apresenta características adaptadas à escassez de chuva.
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Localização da Caatinga
A Caatinga localiza-se na Região Nordeste do Brasil e compreende os estados da
Paraíba, Rio Grande do Norte, Piauí, Maranhão, Alagoas, Pernambuco, Sergipe e
Bahia. Também ocorre em algumas faixas da Região Sudeste que ficam ao norte do
estado de Minas Gerais.
Vegetação da Caatinga
Árvores secas e cactos na caatinga.
Algumas espécies da vegetação da Caatinga perdem suas folhas no período de seca.
A vegetação da Caatinga apresenta características de adaptação ao longo período de
seca e grande diversidade de espécies vegetais, muitas delas endêmicas
(desenvolvem-se apenas nessa região). A vegetação da Caatinga apresenta três
estratos:
Vale dizer também que os cactos, que compõem a formação vegetal desse bioma,
apresentam grande capacidade de armazenamento de água. Há também plantas que
apresentam em suas folhas uma espécie de cera para evitar também a perda de água.
bromélias
xique-xique
mandacaru
embiratanha
acácia
juazeiro
macambira
maniçoba
umbu
mimosa
Flora da Caatinga
Mandacaru, espécie típica da caatinga.
O mandacaru é uma espécie de cacto da flora da Caatinga
A flora da Caatinga é bastante diversificada. O período de floração varia conforme
a região, o regime de chuvas e a qualidade dos solos. Segundo a Embrapa, a Caatinga
apresenta cerca de 1.981 espécies de plantas. Destacam-se os cactos, como o
mandacaru e xique-xique; as bromélias, como a macambira; e as leguminosas, como a
catingueira.
Ipê-roxo: espécie de planta cujo nome representa a coloração das suas flores.
Durante a sua floração, a planta perde as folhas, ficando em destaque as flores,
que formam densos buquês. Por causa da grande procura dessa espécie para
ornamentação, dada a sua exuberância, está ameaçada de extinção.
Juazeiro: espécie de planta cujas folhas permanecem verdes no período de seca por
ter raízes que captam umidade no subsolo. É uma das poucas espécies que não perdem
suas folhas durante a estiagem. Pode atingir até 16 metros.
Fauna da Caatinga
Macaco-prego, espécie da fauna da Caatinga.
O macaco-prego é um exemplo de espécie da fauna da Caatinga.
A fauna da Caatinga é bastante diversificada, mas não tão conhecida, havendo
diversas espécies de animais endêmicos. Os animais que se encontram na região
abrangida por esse bioma apresentam características de adaptação ao clima, assim
como as plantas, como o desenvolvimento de hábitos noturnos, comportamentos
migratórios e “hibernações" (capacidade de algumas espécies de lidar com condições
climáticas hostis).
79 espécies de anfíbios;
ararinha-azul
sapo-cururu
onça-parda
macaco-prego
asa-branca
cotia
tatu-bola
sagui-do-nordeste
preá
tatu-peba
veado-catingueiro
sagui-do- nordeste
guigó-da-caatinga
jacaré-de-papo-amarelo
Solo da Caatinga
Solo arenoso da Caatinga
O solo da Caatinga possui texturas argilosas e arenosas, dificultando a infiltração
da água das chuvas.
O solo da Caatinga é definido, segundo o Sistema Brasileiro de Classificação dos
Solos, como raso a profundo. É rico em minérios, mas pobre em matéria orgânica, em
razão das características do clima, da hidrografia e da vegetação da região. As
texturas são arenosas e argilosas.
O mais comum nesse bioma é o solo raso e pedregoso, o que dificulta o armazenamento
de água. As colorações variam entre tons avermelhados e cinzentos. Mesmo com essas
características, ainda assim esse solo é utilizado para a criação de animais. Como
principais produtos agrícolas cultivados na Caatinga, podemos citar o licuri, umbu,
caju e maracujá.
Caatinga arbórea: composta por florestas que apresentam árvores que podem atingir
até 20 metros de altura.
Caatinga arbustiva: composta por árvores baixas com até 8 metros de altura, como o
xique-xique e a macambira.
Mata seca: composta por florestas situadas próximo de encostas e topos de serras.
As folhas permanecem, em sua maioria, no período de seca.
Hidrografia da Caatinga
Rio São Francisco, um dos poucoss rios perenes da caatinga.
O Rio São Francisco é um dos poucos rios perenes presentes na Caatinga.
A hidrografia da região compreendida pelo bioma Caatinga apresenta rios que são, em
sua maioria, intermitentes ou temporários, isto é, rios que correm apenas no
período das chuvas e que secam durante a estação da seca. O rio perene (que
apresenta água corrente o ano todo) mais conhecido desse bioma é o rio São
Francisco. Os rios da Caatinga nascem geralmente nas encostas das serras.
Rio Poti
Rio Jaguaribe
Rio Parnaíba
Devastação da Caatinga
A Caatinga é considerada uma das 37 regiões do planeta que devem ser conservadas,
pois contribui para a manutenção das características climáticas locais e globais,
além de apresentar grande biodiversidade. Sua preservação é fundamental,
principalmente porque esse bioma é o berço de diversas nascentes que abastecem o
sertão nordestino.
Fontes
Introdução
Natureza e arqueologia
GW
Gustavo Werneck
02/08/2022 04:00 - atualizado 01/08/2022 23:24
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Pedra Furada
Beleza natural dos paredões, como a Pedra Furada, símbolo do parque, estão entre as
atrações
(foto: GUSTAVO WERNECK/EM/D.A PRESS)
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Desenhos
Desenhos feitos há mais de 10 mil sobre as rochas
(foto: GUSTAVO WERNECK/EM/D.A PRESS)
Trilhas
As trilhas não exigem preparo de atleta, mas é preciso muita disposição, estimulada
pela beleza do loca
(foto: GUSTAVO WERNECK/EM/D.A PRESS)
roedor mocó
Pode observar também a fauna, como o roedor mocó
(foto: GUSTAVO WERNECK/EM/D.A PRESS)
Em cada canto, paira a figura quase mítica da arqueóloga Niède Guidon, de 89,
paulista de origem francesa que chegou a São Raimundo Nonato na década de 1970 e
lutou pela fundação do parque nacional, sem deixar de lado a questão socioeconômica
e melhores condições de vidas das famílias. Um exemplo está na produção de
cerâmica, com os motivos das pinturas rupestres, que fazem a alegria de quem viaja
e quer levar uma “lembrancinha” para os amigos.
Entre as obras de Niède Guidon, e abertas à visitação, estão o Museu do Homem
Americano, inaugurado em 1998 em São Raimundo Nonato, sob gestão da Fundação Museu
do Homem Americano (FUMDHAM), e o Museu da Natureza, em funcionamento há quatro
anos, em Coronel José Dias. Instalada no meio da caatinga, a construção em forma de
espiral avermelhada sobressai sem competir com a beleza dos blocos de arenito.
Reconhecido em 1991 como Patrimônio Mundial pela Organização das Nações Unidas para
a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) e, dois anos depois, tombado pelo
Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), o Parque Nacional
Serra da Capivara, onde curiosamente não há esse tipo de roedor, se agiganta aos
olhos de quem chega pelo potencial arqueológico, etnográfico e paisagístico.
O VENTO FAZ A CURVA Impossível conhecer todo o patrimônio natural em poucos dias,
avisa, com simpatia e conhecimento, o arqueólogo e nativo da comunidade de Zabelê,
Iderlan de Souza, da agência de turismo Quipá. “O parque nacional é formada pelas
serras da Capivara, Talhada, Vermelha e Branca, então precisaríamos de meses para
conhecer tudo. Mas o visitante, nos passeios, terá uma boa visão do conjunto”. Vale
dizer que, para entrar no parque, é preciso de guia credenciado pelo ICMBio, que
mantém uma relação de nomes no site oficial, e também de táxi ou mototáxi. “Se não
for assim, a pessoa será impedida de entrar nas portarias”, acrescenta outro guia e
conhecedor da área, o professor de história Evair do Nascimento Lima.
A visita começa com as origens da Terra e da vida, passa por todo o processo de
formação da Terra, mostra a evolução dos mamíferos, em ambiente virtual e exposição
de fósseis encontrados na região. A entrada é por um buraco negro. Pessoas de todas
as idades vão curtir o simulador de voo de asa delta sobre a região. Fica em
Coronel José Dias, a 30 quilômetros de São Raimundo Nonato.
» Pedra Furada
» Cerâmica Artesanal
Serra da Capivara
Fica no Sítio Barreirinho, na zona rural de Coronel José Dias. Há uma lojinha com
vários tipos de peças e camisas feitas pelas costureiras da região. 0s visitantes
podem assistir ao processo de produção das peças feitas com argila e muita
criatividade.
DICAS DE VIAJANTE
Junho e julho são os meses mais indicados para fazer os passeios na Serra da
Capivara. Os dias são mais frescos e chega a fazer um "friozinho" de madrugada. De
dezembro a maio também está em alta, “pois é época de chuva e a vegetação está toda
verde”, diz o guia Iderlan de Souza, da agência de turismo Quipá.
Não é preciso ser atleta para percorrer as trilhas, mas vale muita disposição.
Pessoas com deficiência têm acessibilidade garantida, pois há passarelas adequadas
em alguns sítios arqueológicos.
As lojinhas, nas portarias do parque, não aceitam cartão de crédito ou PIX. Então é
bom levar dinheiro vivo para comprar bonés, chaveiros, camisetas, canetas e outras
lembranças. Na cerâmica, cartões e PIX são bem-vindos.
Se o viajante for de ônibus de Petrolina (PE) para São Raimundo Nonato, o melhor é
consultar, com antecedência, horário e valor da passagem no site das empresas.
Há poucos hotéis em São Raimundo Nonato. Então é indicado fazer a reserva com
antecedência. Em Coronel José Dias, município mais próximo do Parque Nacional, tem
a Pousada e Restaurante Trilhas da Capivara.