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Guia para

MINISTROS
Preparado e Publicado Pela
Associação Ministerial da Associação Geral dos Adventistas do Sétimo Dia
12501 Old Columbia Pike
Silver Spring, Maryland 20904 Estados Unidos

Tradução de:
Naor G. Conrado

CASA PUBLICADORA BRASILEIRA


Tatuí - São Paulo

Título do Original em Inglês:


SEVENTH-DAY ADVENTIST
MINISTER’S MANUAL

Direitos Para Tradução e Publicação em Língua Portuguesa


Reservados Para a Casa Publicadora Brasileira
Rodovia SP 127- km 106 - CEP.18270-000 - Tatuí - SP

Quinta edição
Cinco mil exemplares
9,5º milheiro
1995

Editoração: Abigail R. Liedke


Programação visual: Manoel A. Silva
Impresso no Brasil
Printed in Brazil

3209
2

ÍNDICE
Informações Gerais 11
Prefácio 13
SEÇÃO UM
O Ministro
Capítulo 1 Chamado 17
Um Chamado Pessoal de Cristo 17
Um Relacionamento Pessoal com Cristo 18
Capacitação Pessoal por Cristo 19
Capítulo 2 Formação Espiritual 21
A Primazia da Espiritualidade 21
Barreiras à Espiritualidade 22
Métodos Devocionais Que Ajudam a Espiritualidade 24
Capítulo 3 Relacionamentos Interpessoais 27
Impacto no Ministério 27
Amar as Pessoas 27
Amizades Intimas 29
Relacionamentos na Comunidade 30
Capítulo 4 Administração do Tempo 32
Tirania do Tempo 32
Sugestões Para Poupar Tempo 32
Capítulo 5 Saúde Pessoal 36
Saúde Física 36
Saúde Psicológica 37
Capítulo 6 Aparência Pessoal 39
A Aparência é Importante 39
A Aparência Deve Atrair Para Cristo 39
A Aparência, Normalmente, Deve Passar Despercebida 40
Capítulo 7 Finanças Pessoais 42
Capítulo 8 Vida Familiar 45
O Ministério Começa no Lar 45
Receita Para Uma Família Pastoral Feliz 47
Vantagens das Famílias de Pastores 49
Capítulo 9 Ética Pastoral 50
Código de Ética 50
Ética e Colegas de Ministério 51
Ética e Posição na Obra 52
Ética e Raça 52
Ética e Sexo 53
Ética e a Lei 56

Capítulo 10 Crescimento Profissional 57


Por Que Crescer? 57
Onde Crescer 57
Como Crescer 57

Capítulo 11 Exemplo Cristão 60


Ser o Que se Ensina 60
Estar Consciente da Condição Humana 60
Disposição Para Admitir Erros 61
3

SEÇÃO DOIS
O Ministro e a Igreja Mundial

Capítulo 12 Relacionamento com a Associação 65


A Organização é Necessária 65
Os Pastores Ajudam as Associações 66
As Associações Ajudam os Pastores 66
Cooperação, a Chave 67

Capítulo 13 Normas da Igreja 69


Manual da Igreja 69
Transferência de Membros 70

Capítulo 14 Credenciais 72
Propósito 72
A Quem Conferir Credenciais 73
Tipos de Credenciais 74
Estágio 75

Capítulo 15 Ordenação 77
Ordenação: Uma Declaração 77
Autorizando a Ordenação 80
Exame Para a Ordenação 83

Capítulo 16 Cerimônia de Ordenação 86


Ministros 86
Anciãos e Diáconos Locais 93
Cerimônia de Admissão 95

Capítulo 17 A Organização de Novas Igrejas 97


Necessidade de Novas Igrejas 97
Como Começar Uma Nova Igreja 97
Preparação Para Organizar Uma Nova Igreja 98
Cerimônia de Organização de Uma Nova Igreja 98

Capítulo 18 Unificando Igrejas 100


Antes da Unificação 100
Reunião de Unificação 101
Depois da Unificação 101

Capítulo 19 Dissolução de Igrejas 102


Dissolução Pela Perda de Membros 102
Dissolução por Disciplina ou Apostasia 103

SEÇÃO TRÊS
O Ministro e a Igreja Local

Capítulo 20 Liderança da Igreja 107


Liderança Versus Prepotência 107
Princípios de Administração 108
Estabelecer Objetivos 110
Comissões 111

Capítulo 21 Os Membros Como Ministros 116


Cada Membro um Ministro 116
Motivando Voluntários 118
Escolhendo Líderes Leigos 119
Treinando Membros 122
4

Capítulo 22 Pastoreando Grandes Distritos 124


Três Segredos Para o Êxito 124
Reuniões Trimestrais do Distrito 126

Capítulo 23 Crescimento da Igreja 127


Buscando Novos Membros 127
Preparando Novos Membros 129
Firmando os Novos Membros 133

Capítulo 24 O Culto Divino 138


Propósito do Culto 138
Partes do Culto 140
Ordem do Culto 148

Capítulo 25 A Reunião de Oração 152


Importância da Oração 152
Maneiras de Aumentar a Freqüência 152

Capítulo 26 Visitação 154


Visitação Pastoral 154
Visitação Leiga 157
Visitação a Hospitais 158

Capítulo 27 Aconselhamento 161


Limitações do Aconselhamento 161
Aconselhamento no Caso de Crises 162
Aconselhamento Leigo 163

Capítulo 28 Comunhão da Igreja 165


Unidade 165
Comunicação com os Membros 165
Pequenos Grupos 169
Eventos Sociais 172
Opções Adicionais de Companheirismo 172
Disciplina 174

Capítulo 29 Finanças da Igreja 179


Provisão Espiritual 179
Administrando o Dinheiro da Igreja 181

Capítulo 30 Campanhas da Igreja 183

Capítulo 31 Instalações da Igreja 185


Localização 185
A Planta 186
Manutenção 188
Aluguel 188

Capítulo 32 Educação Cristã 189


Importância da Educação Cristã 189
Sugestões Práticas 189
5

SEÇÃO QUATRO
O Ministro e as Cerimônias Especiais

Capítulo 33 Batismo 193


Importância do Batismo 193
Antes do Batismo 195
Durante o Batismo 197
Depois do Batismo 198

Capítulo 34 Dedicação de Crianças 200


Biblicamente Apropriada 200
Planejamento da Cerimônia 201
Dirigindo a Cerimônia 202
Leituras Responsivas 204
Sugestões Adicionais 206

Capítulo35 Dedicação da Igreja 207


Ordem da Cerimônia 207
Leitura Responsiva de Dedicação 210
Fim de Semana Especial de Dedicação 211
Folheto de Dedicação 211
Inauguração da Igreja 212

Capítulo 36 Cerimônia da Comunhão 213


Importância 213
Problemas 214
Sermão 215
Lava-pés 216
Ceia do Senhor 217
Sugestões Adicionais 218
Receitas 220

Capítulo 37 Funerais 222


Antes da Cerimônia 222
Programa Típico de Funeral 224
Cerimônia Típica de Sepultamento 228
Sugestões Adicionais 230
Ministrando aos Enlutados 231

Capítulo 38 Lançamento da Pedra Fundamental 233


Planejando a Cerimônia 233
Ordem da Cerimônia 234
Lançamento da Pedra Fundamental 235

Capítulo 39 Bênção Para 236


Propósito 236
Quem Oficia 236
Programa 236

Capítulo 40 Admissão em um Novo Distrito 241


Dificuldades de Transição 241
Suavizando a Transição 242
Programa de Boas-vindas 244

Capítulo 41 Oração Pelos Enfermos 247


Quando Recomendar a Unção 247
Quem Oficia 247
Preparativos Para a Cerimônia 247
6

Programa da Cerimônia 248

Capítulo 42 Casamento 250


Requisitos Legais 250
Normas Denominacionais 251
Normas Congregacionais 254
Aconselhamento Pré-Matrimonial 255
Planejando o Casamento 255
Ordem da Cerimônia 257
A Entrega da Noiva 260
Sermonete 261
Votos 262
Recepção 264
Sugestões Adicionais 264

Índice Geral 267

INFORMAÇÕES GERAIS

O Manual Para Ministros foi revisado em 1977. O manual básico havia sido escrito muitos anos
antes disso. Em virtude de mudanças dramáticas no ministério, ocorridas desde aquela época, sentiu-se a
necessidade de reescrevê-lo, ao invés de uma simples revisão. Agradecemos a preciosa ajuda de todos que
contribuíram para alguma das quatro fases de preparação deste manual:

Pesquisa. - Secretários ministeriais de todas as divisões do mundo escolheram pastores criativos de


seus campos, que nos enviaram idéias que pudessem ser incluídas no novo manual. A revista Ministry foi
pesquisada. Os arquivos do Pastor Floyd Bresee reuniram idéias colhidas durante mais de 40 anos de
ministério, O manual original, é claro, foi também estudado, junto com o Manual da Igreja e as Praxes da
Associação Geral.

Redação. - O manuscrito original foi escrito por Floyd Bresee, com o auxílio das secretárias Gwen
Brown, Kathy Reid e Debra Hill. A revisão esteve a cargo de John M. Fowler.

Leitura. - O manuscrito foi enviado a uma comissão de leitura de 100 pastores em todo o mundo,
secretários ministeriais e administradores, que apresentaram sugestões e alterações, muitas das quais foram
incorporadas a este manual.

Muitas outras pessoas também dedicaram um pouco do seu tempo a esta obra. A cada uma delas,
nossa sincera apreciação e agradecimento.

PREFÁCIO

Todos os membros da Igreja são chamados para o ministério, mas para alguns esse chamado é para
um ministério de tempo integral, como uma vocação. Este manual foi preparado especificamente para essas
pessoas.

Trilogia de Manuais

Todo pastor adventista precisa pelo menos de três manuais:


1. O Manual da Igreja contém as diretrizes para o trabalho da igreja.
2. O Guia Para Ministros reúne orientações para a obra do pastor.
3. O Guia Para Anciães ajuda o pastor a treinar e preparar os anciãos locais como associados no
trabalho da igreja e do pastor.
7

Nenhum pastor deveria supor que pode atuar devidamente sem estes três manuais. A Associação
Ministerial acredita tão profundamente nisso, que preparou a publicação dos três manuais no mesmo
tamanho, de modo a formar um conjunto.
Os secretários ministeriais votaram a não-repetição do formato de cadernos de folhas sofras do
Manual Para Ministros anterior. Aquele formato tornaria o manual mais caro. Nossa recomendação é que
os pastores adquiram uma cópia encadernada e outra em brochura. As páginas da cópia em brochura
podem ser separadas e guardadas em sua Bíblia, para casamentos, funerais, etc.
Como este manual admite que o pastor lá possui um Manual da Igreja, as citações desse livro serão
menos extensas do que no antigo Manual Para Ministros. Por outro lado, o Manual da igreja, como a fonte
de maior autoridade, será citado freqüentemente em algumas seções desta obra. Contudo, devido às
alterações de paginação nas edições anuais do Manual da Igreja em inglês, e que variam também nas
edições em outras línguas em que ele é publicado, as referências serão feitas apenas pelo número do
capítulo.

Além dos Pastores

Grande parte deste Guia Para Ministros se aplica a todos os ministérios. No entanto, o enfoque
principal é o ministério pastoral, com a esperança de que os ministérios especializados também possam ser
beneficiados.
Em algumas partes do mundo, a Igreja Adventista do Sétimo Dia tem mulheres no ministério
pastoral. Algumas vezes, porém, as mulheres que labutam no ministério se sentem esquecidas e ignoradas,
e questionam se são ou não bem-vindas. Num esforço de mostrar que elas são lembradas e muito
importantes para o ministério mundial da Igreja, este manual em grande parte omitiu referências a gênero,
sempre que possível. Esperamos que este pequeno gesto seja uma menção da importância das mulheres, e
uma certeza de que elas estão sendo incluídas, de que fazem parte.

Unidade sem Uniformidade

Os pastores adventistas são formados, treinados, e ministram para centenas de raças, culturas e
linguagens diferentes ao redor do mundo. A Igreja deve ter respeito pelas culturas em que atua. Por isso,
este manual deve ser adaptado às condições locais. Deve haver também alguma coordenação dos planos e
programas pastorais, para criar um ministério unido em todo o campo mundial.
Este manual foi primeiramente preparado para estimular e fortalecer tal unidade, e agora é
apresentado em forma revisada. Embora não se estabeleça uma posição especifica para as cerimônias da
Igreja, deseja-se que a unidade seja mantida na ordem geral dos serviços e formas de culto. ―Tudo, porém,
seja feito com decência e ordem.‖ 1 Cor. 14:40.
A Igreja mundial é culturalmente diferente; por isso, a intenção deste manual não é prescrever um
modelo rígido, e, sim, prover um modelo geral para cada área específica. São sugeridas opções adicionais,
dentre as quais o pastor pode escolher as que melhor se ajustam à situação local. Onde a cultura o exigir, as
divisões poderão incluir outras adaptações, acrescentando notas ao pé da página ou apêndices.
Um pequeno problema relativo à preparação e publicação do manual foi se as citações bíblicas
deveriam ser de uma versão contemporânea ou de uma mais antiga, mais conservadora. Nossa decisão foi
utilizar a Edição Revista e Atualizada no Brasil. Todas as citações bíblicas são dessa versão, a menos que
se especifique alguma outra.
Finalmente, a ênfase deste ou de qualquer outro manual tende a recair sobre técnicas. Desejamos
enfatizar, porém, que nossa maior necessidade como ministros não é de novas técnicas, mas de renovado
relacionamento com nosso Senhor, que ocasione um reavivamento em nosso próprio coração. Este manual
vem a lume com o propósito de nos fortalecer tanto espiritual como profissionalmente.

Os Editores

SEÇAO UM
8

O Ministro

1. Chamado
2. Formação Espiritual
3 Relacionamentos interpessoais
4 Administração do Tempo
5 Saúde Pessoal
6 Aparência Pessoal
7. Finanças Pessoais
8. Vida Familiar
9. Ética Pastoral
10. Crescimento Profissional
11. Exemplo Cristão

{17}
CAPÍTULO 1
Chamado
O chamado para o ministério do evangelho é um chamado exclusivamente pessoal e deve vir
somente de Cristo, Abrange três qualificações espirituais distintas.

Um Chamado Pessoal de Cristo


O ministério, um privilégio. - Pregar o evangelho de Cristo é o mais alto privilégio e a mais
fascinante aventura já comissionada ao ser humano. ―A maior obra, o mais nobre esforço em que se
possam homens empenhar, é encaminhar pecadores ao Cordeiro de Deus. Ministros fiéis são colaboradores
do Senhor na realização de Seus desígnios,‖ - Obreiros Evangélicos, pág. 18.
Henry Ward Beecher disse com acerto: ―Trabalhar em prol dos homens! Não há nada mais
apropriado. E a única atividade na Terra que conheço, exceto a tarefa da mãe, que seja tão honrosa em toda
a sua extensão; pois utiliza as faculdades superiores, conhecimento superior, não tirar proveito dos homens,
mas reerguê-los e purificá-los, moldá-los e dar-lhes vida, para que você possa apresentá-los perante Deus.‖
- Lectures on Preaching, pág. 48.
Ministério, uma designação divina. - ―Deus tem uma igreja, e ela tem um ministério designado por Ele.‖ -
Testemunhos Para Ministros, pág. 52. Você pode escolher uma profissão, mas o ministério não pode ser
invadido dessa maneira, pois o ministério é mais do que uma profissão; é uma vocação. ―Ninguém, pois,
toma esta honra para si mesmo, senão quando chamado por Deus, como aconteceu com Arão.‖ Heb. 5:4.
O verdadeiro ministro para Deus não se autoconvida. Assim como no caso do apóstolo Paulo, a
iniciativa não é da pessoa, mas do Senhor. Foi Deus quem escolheu, não ele. A escolha de Paulo era
responder ou não à escolha de Deus. Seu testemunho: ―Cristo Jesus, nosso Senhor, me considerou fiel,
designando- me para o ministério.‖1 Tim. 1:12. (Ver também Isaías 6 e Jeremias 1.)
O chamado para o ministério do evangelho não é um chamado para ser um sociólogo ou um ator,
mas um embaixador de Cristo. Um chamado para qualquer outra coisa não é um chamado para o
ministério. Esse chamado requer dedicação de tempo integral e que absorva a vida.
{18}

Questione o seu chamado, se não sentir que em qualquer outra ocupação, não importa quão vultoso
o salário, o trabalho lhe pareceria mesquinho. Como Martinho Lutero aconselhou: ―Na dúvida de ter sido
chamado, evite pregar como evitaria o inferno.‖ Cristo tem uma obra para você, um plano para sua vida. Se
você estiver no lugar errado, não apenas estará deixando algo a desejar, mas o lugar certo também estará
vazio.

Um Relacionamento Pessoal com Cristo


Diz Marcos no seu Evangelho, referindo-se a Jesus: ―Depois subiu ao monte e chamou os que Ele
mesmo quis, e vieram para junto dEle.‖ Mar. 3:13, Cristo chamou — eles vieram. Os primeiros apóstolos
foram bem-sucedidos ao convidar outros para vir a Jesus, porque eles mesmos já haviam vindo. Você não
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pode trazer a menos que já tenha sido trazido. A tarefa mais frustrante no mundo é tentar dar a outros o que
você mesmo não possui.
E depois que os discípulos vieram, passaram os três anos seguintes em relacionamento íntimo e
diário com Cristo. Somente então estavam devidamente preparados para o ministério.
Saulo teve uma visão de Cristo na estrada para Damasco, o que o levou a perguntar: ―Senhor, que queres
que eu faça?‖ (Atos 9:6.) Ele estava pronto para o ministério somente após receber uma visão de Cristo.
Ministros jovens algumas vezes parecem ter uma visão de si mesmos: como teólogos santificados, como
pregadores poderosos, como líderes de congregações fervorosas. Fique fora do ministério a menos que
você receba uma visão de Cristo. Seu poder em apelar aos corações humanos será proporcional ao seu
relacionamento com Ele.

Servir como Ele servia. — Um relacionamento íntimo com Cristo irá nos motivar a viver como
Ele viveu. E viver como Ele viveu significa viver para servir como Ele servia. Jesus viveu para ser uma
bênção aos outros. Ele viveu para amar. Muitos escolhem o ministério porque vivem para ser amados.
Todos nós nascemos como seres egoístas, e é possível entrar para o ministério por razões egoístas,
mas é praticamente impossível permanecer nele dessa forma. O ministério de êxito segue o lema de João
Batista: ―Convém que Ele cresça e que eu diminua.‖ João 3:30. Sabemos que nosso relacionamento com
Cristo está crescendo quando nosso egoísmo está diminuindo.
―Os que possuem mais profunda experiência nas coisas de Deus, são os que mais se afastam do
orgulho e da presunção. Como tenham elevada concepção da glória de Deus, sentem que lhes é demasiado
honroso ocupar o mais humilde
{19}
lugar em Seu serviço.‖ — Obreiros Evangélicos, pág. 142.
Gostar de servir é gostar do ministério. Um pastor vitalício expressou-O da seguinte maneira: ―Essa
tarefa de ajudar outras pessoas a se tornarem melhores através de um contato mais próximo com Deus, é a
obra mais excitante, mais estimulante, mais desafiadora e mais recompensadora no mundo. Abandoná-la
seria pior do que a morte.‖
Os ministros devem acautelar-se, porém, contra o sentimento de que o ministério do evangelho de
algum modo os toma mais importantes do que os outros, ou de que essa é a única vocação para a qual as
pessoas são ―chamadas‖. O trabalho mais importante para uma pessoa é qualquer tarefa que Deus peça que
ela desempenhe. A maior obra no mundo é a obra do serviço, e Deus chama a todos — a todos os membros
de todas as congregações — para algum ministério de serviço.
Sacrificar como Ele sacrificou. — Viver como Cristo viveu significa sacrificar como Ele
sacrificou. Qualquer pessoa perto de Jesus estará perto do fogo. As demandas do ministério do evangelho
são muitas. Os fardos são imensos — quase sempre maiores do que um indivíduo pode suportar sozinho. A
vida de ministério é uma vida de trabalho árduo e sacrifício.
As Escrituras aconselham: ―Atendei por vós e por todo o rebanho sobre o qual o Espírito Santo vos
constituiu bispos, para pastoreardes a igreja de Deus, a qual Ele comprou com o Seu próprio sangue.‖ Atos
20:28. Quando as ovelhas atravessam uma estrada, o pastor não fica sentado à sombra, dizendo: ―Cuidado,
ovelhas, vem vindo um caminhão!‖ Ele pula para a estrada e acena com os braços. Levanta as mãos, se
oferecendo. Se alguém for atingido ou atropelado, ele será o primeiro. Os ministros são chamados pastores
de ovelhas.
Capacitação Pessoal por Cristo
Os ministros precisam ter muitos dons: integridade moral, liderança, inteligência, bom senso,
habilidades relacionais e de ensino. Se lhe faltam esses dons, você provavelmente deveria perguntar se o
seu chamado realmente veio de Cristo. Os que são verdadeiramente chamados por Cristo serão habilitados
por Ele. Paulo proclamou: ―Sou grato para com Aquele que me fortaleceu, a Cristo Jesus nosso Senhor,
que me considerou fiel, designando-me para o ministério.‖ 1 Tim. 1:12. Cristo habilita aqueles a quem
chama. Ele não os chama para o fracasso. Proveu e proverá tudo o que você precisa para ser bem-sucedido
em tudo para o que Ele o chamou.
―Aqueles que consagram a Deus corpo, alma e espírito, receberão contínua provisão de forças
físicas, mentais e espirituais. Os inexauríveis depósitos celestes acham-se a sua disposição. Cristo lhes
concede o fôlego de Seu próprio Espírito, a vida de Sua própria vida. O Espírito Santo desenvolve
10

{20}

a máxima energia para operar no espírito e no coração. A graça de Deus dilata e multiplica-lhes as
faculdades, e toda perfeição da natureza divina lhes vem em auxílio na obra de salvar almas. Mediante a
cooperação com Cristo, tornam-se perfeitos nEle, e, em sua fraqueza humana, são habilitados a praticar as
obras da Onipotência.‖ - Obreiros Evangélicos, pág. 112.
{21}
CAPÍTULO 2
Formação Espiritual
O chamado, para o ministério é primeiramente um chamado para a espiritualidade. E, porém, um
grande privilégio, mais que uma pesada responsabilidade.
A espiritualidade é pessoal. Precisa ter uma dimensão particular antes que possa exercer influência pública.
É uma resposta à iniciativa divina, e não algo que iniciamos por nós mesmos. Ela nos leva a nos
centralizarmos nEle. Cristo Se toma a paixão de nossa vida.

A Primazia da Espiritualidade
Na parede da capela de um seminário estavam estas palavras, dirigidas a pregadores em potencial:
―Deveis aprender a fazer uma coisa. Sejam quais forem as outras coisas que deixeis de fazer, não podeis
deixar de fazer isso. Vosso trabalho ficará incompleto e apenas meio desenvolvido, se não atentardes para
ela. Deveis esforça-vos por estar a sós e orar.‖
Por que a espiritualidade é essencial aos pastores?
Essencial à liderança do pastor. - Um dos textos mais tristes das Escrituras diz: ―... e me puseram
por guarda das vinhas; a vinha, porém, que me pertence não a guardei‖ (Cantares 1:6). Para que sua igreja
seja reavivada, você tem de ser reavivado. A menos que algo aconteça em sua pessoa, não acontecerá
muita coisa por seu intermédio. O reavivamento dificilmente começará em sua igreja enquanto não houver
começado em você. Como pastor, implore: ―Cria em mim, ó Deus, um coração puro, e renova dentro em
mim um espírito inabalável.‖ Sal. 51:10.
Sem a dimensão espiritual, o ministério degenerará na implementação de técnicas psicológicas,
métodos organizacionais, e liderança de massa motivacional. O real poder no ministério emerge da
espiritualidade resultante do encontro pessoal com Cristo. A credibilidade em sua liderança pastoral irá
crescer à medida que você desvelar as maravilhas de um Salvador que atende as suas necessidades e
enfrenta o desafio de uma sociedade contemporânea desastradamente baseada em satisfação própria e
sensacionalismo.
{22}

Essencial ao sucesso pastoral em ganhar almas. - Se você não reservar tempo para estudo diário
da Bíblia e oração, sua obra será destituída de poder. ―O motivo por que nossos pregadores conseguem tão
pouco é que eles não andam com Deus. Ele está a um dia de distância da maioria deles.‖ - Testimonies, vol.
1, pág. 434.
Conhecer Jesus e exaltá-Lo perante o povo é o principal segredo para ganhar almas. Ele prometeu:
―E Eu, quando for levantado da terra, atrairei todos a Mim mesmo.‖ João 12:3 2.
Essencial à pregação pastoral. - É muito difundido o tipo de pregação baseada na sabedoria
humana, que pode ser melhor desempenhado por um psicólogo, do que por um ministro do evangelho.
Alguns sermões raramente vivem além da porta da igreja, e muito menos além de seu tempo. Para que
exerça grande poder sobre a humanidade, a pregação do evangelho precisa engajar pregadores
extraordinários ou dotar pregadores comuns com extraordinário poder espiritual.
A preparação de sermões requer tempo para estudo da Bíblia e oração. Nunca alimente a outros com o que
já não tenha alimentado sua própria alma. Só isso, porém, não é suficiente. Deve ser dedicado algum tempo
devocional para conhecer Jesus por si mesmo, e não apenas para compartilhá-Lo com outras pessoas.
Essencial à coragem do pastor. - A obra pastoral, no sentido completo do ministério total, é a
proclamação da Palavra à condição humana. Mas você, pastor, também precisa de cuidado pastoral. Você
também deve ouvir a Palavra de Deus dirigida a sua situação pessoal.
11

Quem pastoreia o pastor? Algumas vezes um secretário ministerial, um pastor amigo, um líder da
igreja local, ou a esposa. Às vezes, porém, o que você mais precisa, é de tempo para ouvir a Deus, falar
com Ele, e permitir que o Senhor seja o seu Pastor.

Barreiras à Espiritualidade
Eis cinco barreiras ao crescimento espiritual do pastor:
1. Falta de confiança. - Ninguém deveria ingressar no ministério sem ter tido vigorosa experiência
espiritual alguma vez na vida, No entanto, você pode ter caído na armadilha do sucesso, sobre a qual Ellen
White advertiu: ―À medida que aumenta a atividade, e os homens são bem-sucedidos em realizar alguma
obra para Deus, há o risco de confiar em planos e métodos humanos. Vem a tendência de orar menos e ter
menos fé. Como os discípulos, arriscamo-nos a perder de vista nossa dependência de Deus, e buscar fazer
de nossa atividade um salvador. Necessitamos olhar continuamente a Jesus, compreendendo que é Seu
poder que realiza a obra.
{23}

Conquanto devamos trabalhar ativamente pela salvação dos perdidos, cumpre-nos também
consagrar tempo à meditação, à oração e ao estudo da Palavra de Deus. ―Unicamente o trabalho realizado
com muita oração e santificado pelos méritos de Cristo, demostrar-se-á afinal haver sido eficaz.‖ - O
Desejado de Todas as Nações, pág. 362.
Talvez você sinta simplesmente que Deus está além do seu alcance. Você perdeu a confiança em
sua capacidade de estar em verdadeira intimidade com Cristo. Esqueceu-se de que Deus realmente deseja
ouvi-lo. Se você teve, porém, a ventura de ter tido pais amorosos, lembre-se de quão ansiosos eles ficavam
por notícias suas. Nosso Pai celestial também Se sente assim,
Jesus prometeu: ―Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão fartos.‖ Mat.
5:6. Não há nada entre você e a sensação de fartura, exceto sua própria falta de fome, sua ausência de sede.
Deus aprecia que O encontrem: ―Buscar-Me-eis, e Me achareis, quando Me buscardes de todo o vosso
coração.‖ Jer. 29:13.
2. Falta de tempo. - Os pastores nunca têm tempo suficiente. O assunto da administração do tempo
será abordado mais adiante, mas encontrar tempo é basicamente uma questão de prioridades. Se achar que
as devoções particulares são importantes, você encontrará tempo. Se achar que não são importantes, não
encontrará tempo.
Jesus admoestou: ―Buscai primeiro o reino de Deus e Sua justiça, e todas essas coisas vos serão
acrescentadas,‖ Mat. 6:33. Buscar o reino não é algo extraordinário, Quase todos fazem isso de vez em
quando. Buscá-lo primeiro é muito raro - talvez mesmo entre os pregadores.
Separe para suas devoções a hora mais criativa do dia. Mentes cansadas levam a momentos
devocionais obscuros.
3. Falta de privacidade. - As devoções particulares deveriam ser feitas em hora e local onde o
telefone e mesmo os membros da família não venham a interferir. Somente quando estamos
completamente a sós com Deus, todas as máscaras caem, e nos tornamos inteiramente honestos, expostos
aos nossos reais propósitos básicos e intenções.
―Todos quantos se acham sob as instruções de Deus precisam da hora tranqüila para comunhão
com o próprio coração, com a Natureza e com Deus. ... Devemos, individualmente, ouvi-Lo falar ao
coração. Quando todas as outras vozes silenciam e, em quietação, esperamos diante dEle, o silêncio da
alma torna mais distinta a voz de Deus.‖ - A Ciência do Bom Viver, pág. 58.
O ideal é planejar um dia de solidão uma vez por mês, Nesse dia inteiro, focalize sua total atenção
em Deus e no seu relacionamento com Ele.
{24}

4. Falta de planejamento. - Se você prometer passar o seu tempo livre com Deus, Satanás
procurará fazer com que não tenha nenhum. Sem um planejamento específico você não terá muito tempo
para a vida devocional. Com a agenda carregada do pastor, o plano deve, é claro, ser flexível.
12

O segredo do poder espiritual de Daniel era sua vida de oração. E um segredo de sua vida de oração
era o planejamento específico de três vezes por dia (ver Dan. 6:10). Nem mesmo um decreto real poderia
interferir nisso.
Marque um encontro com Deus. Há duas maneiras de verificar se você está realmente fazendo isso,
ou não: 1. Quando marca um encontro com alguém, você normalmente anota isso. Está você anotando em
algum lugar os seus encontros com Deus? 2. Quando desmarca um compromisso com alguém, você
normalmente toma a esquematizá-lo. Está você reesquematizando seus encontros desmarcados com Deus?
Tome-se responsável, comprometa-se. Um grupo de apoio espiritual que se reúne uma vez por
semana ou uma vez por mês é uma excelente oportunidade para compartilhar sua experiência espiritual, à
medida que os outros também compartilham as suas experiências com você. Isso também leva à formação
de um grupo com o qual você partilha seu plano de crescimento espiritual. Você se compromete com o
grupo ao segui-lo.
5. Falta de disciplina. - O crescimento espiritual requer autodisciplina. Nada que seja de alguma
importância é fácil.

Métodos Devocionais Que Ajudam a Espiritualidade


Como deveria você gastar seu tempo em devoções particulares? Quais os métodos que funcionam?
Eis alguns princípios fundamentais:
Amizade como ponto central. - A vida devocional não é um fim em si mesma. O ponto principal
não deve ser a quantidade de tempo empregado ou o número de páginas lidas. Não deveria também estar
centralizado num sentimento de intensa paixão. O ponto central de sua vida devocional deve ser a amizade
com Deus, a fascinação de uma pessoa por outra Pessoa. Esse era o foco da vida devocional de Jesus: ―E a
vida eterna é esta: que Te conheçam a Ti, o único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste.‖ João
17:3.
A verdadeira espiritualidade não está centralizada no próprio eu, mas em Deus. Ela não somente
afirma que você é perdoado, mas que Deus é perdoador; não somente que você está diante de um
julgamento, mas que Ele é o Juiz; não somente que você pode ir para o Céu, mas que o seu Amigo estará
ali quando você chegar.
O enfoque na amizade com Deus deve ser construtivo. A vida devocional deve incluir tanto a
aprendizagem como o sentimento. Essa
{25}

amizade não deve cessar quando você retorna às atividades normais. Mantenha sua mente em ligação com
Deus durante todo o dia. Seja sensível à Sua direção, aberto a Sua voz. Esse é o verdadeiro significado de
―orar sem cessar‖ (1 Tess. 5:17).
Leitura. - A leitura ajuda a manter viva sua amizade com Deus. Deveria ser primordialmente a
leitura da Bíblia, mas algumas vezes poderiam ser incluídos livros devocionais cristãos. Tente uma leitura
diferente da Bíblia, fazendo anotações de suas reações pessoais àquilo que estiver sendo lido.
Meditação. - A linha entre a oração e a meditação é praticamente indistinta. Enfatizamos que,
enquanto a oração tende a ser um diálogo, a meditação se concentra em ouvir. Ela convida o Senhor a lhe
falar sobre si mesmo, Peça que Ele o ajude a perceber seus verdadeiros motivos no ministério, nas
atividades recentes. Como Ele deseja usá-lo hoje? Quais deveriam ser as prioridades dentre as tarefas deste
dia? Em que pontos de fraqueza espiritual Ele mais anseia ajudá-lo a vencer neste exato momento?
A meditação também envolve pensar sobre Deus. ―Far-nos-ia bem passar diariamente uma hora a
refletir sobre a vida de Jesus. Deveremos tomá-la ponto por ponto, e deixar que a imaginação se apodere de
cada cena, especialmente as finais. Ao meditar assim em Seu grande sacrifício por nós, nossa confiança
nEle será mais constante, nosso amor vivificado, e seremos mais profundamente imbuídos de Seu espírito.‖
- O Desejado de Todas as Nações, pág. 83.
Oração de gratidão e louvor. - A oração deveria se iniciar com louvor e gratidão. Passamos muito
tempo pedindo que Deus realize coisas, e muito pouco em gratidão por tudo que Ele tem feito por nós.
Muito pode ser aprendido da vida de Jesus sobre a importância e eficácia da oração. Ele orava de manhã
bem cedinho (Mar. 1:35). Passava noites inteiras em oração (Luc. 6:12). Algumas vezes Se retirava de Seu
13

ministério direto para orar (Luc. 5:16). Seu poder para o ministério vinha de Sua vida de oração (Luc. 3:21
e 22). A oração O preparou para o Seu período mais sombrio (Mat. 26:36-46).
Oração penitente. - Nunca peça algo a Deus antes de confessar os seus pecados e submeter-se
totalmente a Ele. A oração na devoção particular não deve ser moldada pela oração pública, onde é
necessário orar sobre generalidades. O arrependimento devocional deve ser muito pessoal e específico.
Oração intercessória. - Paulo admoestou o jovem ministro Timóteo: ―Antes de tudo, pois, exorto
que se use a prática de súplicas, orações, intercessões, ações de graças, em favor de todos os homens.‖ 1
Tim. 2:1.
Quando houver um assunto ou uma pessoa específica por quem você

{26}

deseja orar especialmente, faça cartões e utilize-os em seus momentos devocionais particulares. Caso você
seja uma pessoa esquecida, a iniciativa de prometer orar sempre por alguém ou por um assunto
determinado pode ser um bom incentivo para ajudá-lo a se lembrar de suas devoções diárias.

Somente Deus e Eu
Algumas vezes fecho a porta a tudo no mundo.
Vou sozinho para o lugar mais secreto,
Onde está apenas Deus - apenas Deus e eu!
Então, juntos consideramos atos sutis,
Erros, e minhas pequenas hipocrisias.
Liberto-me das falsidades, das correntes;
Fico chocado diante da minha duplicidade.
Examinamos, apenas Deus e eu, meu coração.
Embora me sinta assustado, penetramos até as profundezas;
Embora eu trema, me envergonhe pelo que encontramos,
Sofro, também, como que uma alegria dolorosa...
Ao mesmo tempo que sinto ser difícil suportar
O fogo ardente nos olhos do Senhor em mim,
Sinto-me mais forte, com Seu olhar examinador.
Parece que minha nudez como que se reveste
De roupagens novas da maravilhosa justiça.
Quando ouso sair de lá, estou usando sinceridade,
A dádiva que Deus, em segredo, acabou de me dar.

Autor Desconhecido
{27}
CAPÍTULO 3
Relacionamentos Interpessoais
Cada vez que você se levanta para pregar, seu objetivo é conduzir os ouvintes a um novo ou mais
profundo relacionamento com Jesus. Você pode conseguir isso pela argumentação lógica e/ou por apelos
emocionais. No entanto, quer queira, quer não, você o fará ou deixará de fazê-lo principalmente pela
atitude dos seus ouvintes para com a sua pessoa, ao falar-lhes. Se os ouvintes não o apreciam, ser-lhe-á
quase impossível levá-los a amar a Cristo.
Impacto no Ministério
Se você não consegue conviver bem com as pessoas, não será bem-sucedido no ministério pastoral.
Seu supremo interesse devem ser os seres humanos. Se você gosta mais de livros, administração, ou
discursos, do que de pessoas, nunca será bem-sucedido como ministro de Jesus Cristo. As pessoas são sua
especialidade.
Foi realizada uma pesquisa durante um período de seis anos. Milhares de leigos em 47
denominações foram entrevistados para se descobrir o que eles mais esperavam de seus pastores. Os
inquiridos valorizaram mais as características pessoais de integridade e calor humano do que as habilidades
14

profissionais. A segunda negativa mais séria nas expectativas congregacionais teve que ver com
relacionamentos: pastores que evitam a intimidade e repelem as pessoas com atitudes críticas, insensíveis e
humilhantes.
Mais que os talentos, suas atitudes determinam seu sucesso no ministério. Ellen White declara: ―O
tato e o critério centuplicam a utilidade do obreiro.‖ - Obreiros Evangélicos, pág. 119.

Amar as Pessoas
Os pastores devem amar as pessoas. Ser ministro significa ser um discípulo íntimo de Jesus, e Ele
declarou: ―Nisto conhecerão todos que sois Meus discípulos, se tiverdes amor uns aos outros.‖ João 13:35.
Por que os pássaros cantam? Porque a música está neles. Por que os pastores planejam, pregam e
lideram os membros? Por causa do amor pelas pessoas que existe dentro deles.
{28}

Jesus ilustrou: ―Eu sou o bom pastor. O bom pastor dá a vida pelas ovelhas. O mercenário, que não
é pastor, a quem não pertencem às ovelhas, vê vir o lobo, abandona as ovelhas e foge; então o lobo as
arrebata e dispersa. O mercenário foge, porque é mercenário, e não tem cuidado com as ovelhas.‖ João
10:11-13.
Bons pastores dão a vida por suas ovelhas. Cada uma delas ocupa um lugar no coração do pastor. O
jovem, o idoso, o rico, o pobre, os importantes, os mais humildes, todos lhe são queridos. Mercenários não
se preocupam com seu rebanho; para eles, pastorear é apenas um trabalho qualquer.
Pastores mercenários vêem as pessoas como degraus para suas ambições. Estão sempre prontos a
passar por cima delas para chegar aonde querem. Para pastores desse tipo, as pessoas são pedras de um
jogo - para serem manipuladas e controladas, ao invés de compreendidas e amadas.
O amor pastoral ideal pelas pessoas foi demonstrado por Moisés para com o povo de Israel, no
Monte Sinai. Após a idolatria junto ao bezerro de ouro, ele intercedeu pelo povo: ―Desapareceu-lhe a
timidez ante seu profundo interesse e amor por aqueles, em favor dos quais havia sido nas mãos de Deus, o
meio para se fazerem tão grandes coisas. ...Seu interesse por Israel não se originara em qualquer intuito
egoístico. A prosperidade do povo escolhido de Deus era-lhe mais valiosa do que a honra pessoal, mais
apreciada do que o privilégio de tomar-se o pai de uma poderosa nação.‖ - Patriarcas e Profetas, pág. 319.
Amar as pessoas desagradáveis. - Amar as pessoas em geral é muito popular e relativamente
fácil. Mas amar certas pessoas em particular é uma das tarefas mais difíceis da vida pastoral. Os pastores
devem ser capazes de ver as pessoas como são, defeituosas e tudo o mais, sem perder de vista o que elas
podem vir a ser pela graça de Deus.
Para ser ministro de Jesus, você precisa ministrar como Ele ministrava: ―Vendo Ele as multidões,
compadeceu-Se delas, porque estavam aflitas e exaustas como ovelhas que não têm pastor.‖ Mat. 9:3 6.
Compadecer-se como Jesus Se compadecia significa ir além de simples simpatia para suavizar, Não
envolve apenas aceitar as imperfeições das pessoas, mas anseia ajudá-las a vencer.
Amar pessoas insolentes. - Até mesmo pessoas insolentes e provocativas se tomam amáveis
quando você considera, não o que elas fazem, mas o que as leva a agir dessa maneira. Todos no ministério
são às vezes criticados, provocados, mal compreendidos e acusados falsamente. Um dos maiores testes do
amor cristão é ser capaz de perdoar genuinamente aos que nos têm provocado.
Devemos perdoar até mesmo àqueles que estavam errados quando nós estávamos certos. ―Suportai-
vos uns aos outros, perdoai-vos mutuamente, caso alguém tenha motivo de queixa contra outrem. Assim
como o Senhor vos perdoou, assim também perdoai vós.‖ Col. 3:13. Devemos perdoar
{29}

aos outros como Cristo nos perdoou. Como foi exatamente que Cristo o perdoou? Ele o perdoou porque
você estava certo, e Ele estava errado? Veja, o perdão imerecido é o mais semelhante ao de Cristo.

Amizades Íntimas
Devem os pastores ter amigos íntimos? Certamente. Amizades dignas de confiança, íntimas, não
somente são permitidas, mas constituem um sinal de capacidade associativa e maturidade emocional.
15

Todos precisam de amigos chegados. - Jesus precisava de amigos. Ele escolheu doze discípulos
para serem Seu amigos especiais. Tinha especial amizade com Pedro, Tiago e João. Este último talvez
tenha sido Seu amigo humano mais chegado e íntimo (Mat. 17:1; 26:37; João 13:23; 19:26; 20:2).
Amizades o ajudam a desenvolver uma visão mais realista de si mesmo e de suas limitações
pessoais. Um amigo íntimo não somente o apóia, mas também o revela. Amigos nominais lhe fazem saber
o que eles apreciam em você. Amigos mais chegados lhe permitem saber também o que eles não apreciam.
Talvez por isso pastores inseguros queiram ter apenas amigos nominais.
Onde o pastor pode encontrar amizade íntima? Esperançosamente, seu cônjuge deve ser seu melhor
amigo. Uma definição de amigo íntimo é alguém ao qual você se abre e com quem se comunica
livremente. Embora vocês se amem e vivam na mesma casa, sua esposa só poderá ser tudo quanto um
amigo íntimo deve ser, se você lhe comunicar suas idéias, planos, temores, fracassos e frustrações.
A amizade com o cônjuge deveria ser a amizade mais completa. Por outro lado, se o seu cônjuge
for à única pessoa em quem você confia plenamente, isso vai colocar sobre ela um fardo muito pesado.
Seu secretário ministerial deveria ser um amigo de confiança. A Associação Ministerial insiste em
que o secretário ministerial seja descrito como um amigo íntimo dos pastores. Pesquisas indicam que a
maioria dos pastores ou seus cônjuges não confiam intimamente em alguém envolvido em funções
ministeriais.
Talvez você prefira que um pastor companheiro seja seu amigo e confidente. Outros pastores
compartilham problemas e frustrações parecidas, e quase sempre podem compreender mais
completamente.
Amigos íntimos na congregação podem trazer complicações. - Há pelo menos três complicações
de se ter amigos íntimos na congregação:
1. Para manter um espírito salutar entre todos os membros de sua congregação, você deve evitar a
parcialidade para com alguns. Deve procurar intensamente amar o indiferente e o que não é responsivo da
mesma
{30}
maneira que ama aqueles que são entusiásticos e cooperadores.
2. Abrir-se muito a respeito de sua vida pessoal pode prejudicar-lhe a imagem como pastor e líder.
3. A necessidade de confidência restringe sua liberdade de partilhar problemas, especialmente com
a congregação. Todas essas razões levam muitos pastores e administradores de associações/missões a
desencorajar amizades íntimas entre sua família e membros do distrito.
Por outro lado, a teologia de dons espirituais e sacerdócio individual ensina que cada membro da
congregação é um ministro. Isso denota que todos deveriam ministrar uns aos outros numa comunidade
interdependente. Se você, como pastor, ministra à igreja, mas nunca pratica o ministério mútuo permitindo
que a igreja ministre para você, não estará sendo totalmente uma parte da comunidade congregacional. A
primeira fonte de auxílio para qualquer membro dessa comunidade deve ser a própria comunidade.
Pode o pastor ter amigos íntimos dentre a congregação? Duas sugestões:
1. Isso é possível, pelo menos parcialmente, se você conseguir manter limites claros entre amizade
e ministério. Em sua condição oficial, deve servir todos os membros igualmente. Não deveria ter favoritos
na comissão da igreja ou em qualquer outra função da igreja.
Contudo, durante seu tempo de lazer, pode desenvolver algumas amizades. Esses amigos íntimos não
deveriam ser ocultos, mas também não deveriam ser muito visíveis. A linha básica é que você não deve
levar ninguém a se sentir excluído.
2. Amizades íntimas com anciãos normalmente evitam críticas, Eles são seus colegas associados no
ministério. Como você também é o pastor deles, talvez haja certas coisas que não ouse compartilhar. Essas
amizades podem não ser tão completas, embora muito satisfatórias e úteis para suprir suas necessidades de
amigos.

Relacionamentos na Comunidade
Os adventistas em geral, e os pastores adventistas em particular, têm a tendência de isolar-se das
comunidades e vizinhanças das cidades em que vivem. Sentimo-nos ocupados com nossa missão e na
defesa de nossos próprios padrões. A comunidade freqüentemente interpreta tal atitude como
16

distanciamento pouco amistoso e orgulho espiritual. Você deveria se envolver em atividades comunitárias
até onde lhe permitam o tempo e a consciência.
Deveria incluir clérigos de outras religiões em seu ministério. Se possível faça parte de uma
associação ministerial local. Não somente será capaz de influenciar e ministrar a outros pastores, mas eles
se constituirão em uma fonte de amizade que poderá ser-lhe muito útil.
Gostamos de citar: ―Crescia a palavra de Deus e, em Jerusalém, se
{31}

multiplicava o número dos discípulos; também muitíssimos sacerdotes obedeciam à fé.‖ Atos 6:7.
Aguardamos ansiosamente o tempo em que esse movimento de ministros de outras religiões para o
cristianismo, na chuva temporã, se repetirá na conquista de outros pastores para as três mensagens
angélicas durante a chuva serôdia.
Não temos o direito de esperar que ministros de outras crenças se unam a nós se nunca lhes
ministramos algo. Jesus, em Seu ministério, comunicava-Se com outros líderes religiosos - com pastores de
outras crenças. Por exemplo, Nicodemos, em João 3. Se não tivesse havido João 3, certamente não teria
havido Atos 6.

{32}
CAPÍTULO 4
Administração do Tempo
Tirania do Tempo
Ninguém parece ter tempo suficiente, embora cada um de nós o tenha por completo. A maneira de
administrá-lo é o segredo por que alguns realizam muito mais do que outros.
Jesus mesmo enfatizou que o tempo apresentava certa urgência. ―E necessário que façamos as
obras dAquele que Me enviou, enquanto é dia; a noite vem, quando ninguém pode trabalhar.‖ João 9:4.
A administração do tempo sempre tem sido um problema para os cristãos em geral, e para os
pastores em particular. Evidentemente, isso era verdade até mesmo no primeiro século, quando Paulo
escreveu: ―Portanto, vede prudentemente como andais, não como néscios, e, sim, como sábios, remindo o
tempo, porque os dias são maus.‖ Efés. 5:15 e 16.

Sugestões Para Poupar Tempo


1. Planeje. - Planejar aumenta a satisfação. O problema com a falta de planejamento para o uso do
seu tempo é que você não tem meios de saber se o está usando bem. ―Para quem não conhece o porto ao
qual está-se dirigindo, nenhum vento pode ser favorável.‖ Se você não sabe para onde está indo num
determinado dia, semana ou ano, como pode apreciar a satisfação de chegar lá? Planejar aumenta a
satisfação.
Planejar aumenta a eficiência. Primeiramente, estabeleça metas a longo prazo, com base naquilo
que você mais deseja alcançar. Desenvolva então um programa de tempo para atingir esses objetivos. Sem
um plano assim, você vai ficar vagueando de tarefa em tarefa, terminando poucas, sem realmente resolver
o mais importante.
A cada novo ano, separe algumas horas para se sentar com o seu cônjuge e programar a semana
típica: as horas no escritório, em reuniões da igreja, em visitação, no lar. O programa semanal geral para
um pastor de três igrejas poderia ser mais ou menos assim:

Domingo: Família.
Manhãs, durante
a semana: Estudo e trabalho no escritório.
{33}

Segunda: À tarde e noite - estudos bíblicos, reuniões, visitação aos


membros da Igreja A, a maior.

Terça: O mesmo na Igreja B.


17

Quarta: O mesmo na Igreja C.


Quinta: Novamente na Igreja A.
Sexta: Preparação geral para o sábado.
Sábado: Programações da igreja e tempo com a família.
O planejamento deve ser flexível. Não faça um planejamento muito rígido. Há muitas exceções e
emergências no ministério pastoral. Espere o inesperado. Um planejamento tão preciso e detalhado que não
possa ser seguido na realidade, logo será abandonado.
O planejamento deve ser comunicado. Os membros nunca irão respeitar seu tempo tão
completamente como deseja, mas você não tem o direito de reclamar da interferência deles em seu horário,
se não lhes comunicou nada sobre o assunto. Debata seu horário com a comissão da igreja, a fim de obter
conselho, aprovação e apoio. A seguir, anuncie o plano à sua congregação. Acrescente sempre que você vai
estar disponível a qualquer hora para emergências, mas estará tentando fazer o melhor uso de seu tempo,
para que possa contribuir mais para sua congregação.
Comunique o programa por escrito, afixando na porta de seu escritório e incluindo no boletim da
igreja os horários em que pode ser encontrado. Para os membros você deve estar sempre disponível. Justiça
seja feita, eles precisam compreender, porém, que você não poderá estar disponível para tudo, ao mesmo
tempo.
Comunique pessoalmente. Esse é o ponto mais difícil e delicado. Como lidar com visitas
inesperadas ou membros que telefonam sem outra necessidade real além de querer conversar? Se alguém
perguntar: ―O senhor está ocupador‘, não hesite em dar uma resposta honesta, porém com jeito. O mais
indicado seria: ―Sim, no momento estou muito ocupado. Como posso ajudá-lo?‖ Se mesmo assim essa
pessoa quiser ficar batendo papo, dê-lhe atenção total por alguns minutos. Então, no caso de uma visita,
levante-se, agradeça- lhe por ter vindo, aperte-lhe a mão, e talvez faça uma pequena oração em seu favor.
Nunca seja indelicado. Não deixe, porém, que seu tempo seja tão controlado por poucos, que você se tome
ineficiente para ajudar a maioria.
2. Priorize. - Peritos em eficiência, que promovem a ―regra dos 80/20‖, afirmam que temos a
tendência de gastar 80% de nosso tempo fazendo o que produz 20% dos resultados. Os pastores gastam
demasiado tempo fazendo coisas que não têm tanta importância. Para muitos é preferível a carreira de
caçar formigas, ao invés de elefantes, por ser tarefa mais rápida,
{34}

e assim representar mais no final. As pessoas mais bem-sucedidas não são as que trabalham duro, mas as
que trabalham duro em trabalho árduo.
No início de cada semana, faça uma lista de tudo o que precisa ser feito naquela semana. Cada
manhã decida quais os itens da lista que devem ser realizados no decorrer desse dia. ―Quando vos
levantardes pela manhã, considerai, tanto quanto possível, o trabalho que deveis efetuar durante o dia. Caso
seja necessário, tende uma carteirinha de notas em que escrevais as coisas a serem feitas, e estabelecei-vos
o tempo em que deveis realizar o trabalho.‖ - Evangelismo, pág. 652.
Agora priorize. A ―regra dos 80/20‖ diz que 80% do valor do dia virá de 20% da lista. Resista à
tendência de fazer primeiro as tarefas fáceis e deixar as mais difíceis por fazer. Faça uma lista em ABC,
considerando as prioridades, Vá fazendo em primeiro lugar os itens A, mais importantes, e os menos
importantes itens C por último. Seu objetivo não é terminar tudo na lista, mas as coisas que são mais
importantes.
3. Crie nas horas que lhe são mais favoráveis. - Todos têm certas horas do dia em que seu nível
de energia tende a ser mais alto. Para muitos, é no começo da manhã. Outros demoram mais para ficarem
despertos pela manhã, mas são brilhantes e vigorosos à noitinha. Ninguém tem o direito de lhe dizer
quando deve fazer seu trabalho criativo, que exige mais concentração. Faça isso quando seu nível de
energia for mais elevado.
4. Utilize os serviços de uma secretária. - Uma boa secretária pode dobrar sua eficiência,
cuidando da maior parte do trabalho de escrita da igreja, tomando recados telefônicos, fazendo anotações,
marcando entrevistas para você, etc. Infelizmente, as igrejas podem não ter condições de financiar o
salário. Talvez seja possível uma secretária de meio período. Uma voluntária, talvez uma secretária
aposentada, poderia ajudar. Sua esposa pode se interessar em trabalhar com você, em troca de tê-lo por
18

mais tempo junto à família. Uma pessoa inválida também poderia usar o telefone para marcar suas visitas,
ajudando-o assim a atender mais pessoas no mesmo período de tempo destinado à visitação.
5. Divida as chamadas telefônicas por regiões. - Divida suas visitas em grupos. Nunca tente estar
na mesma parte de seu distrito duas vezes na mesma semana. Agrupe suas chamadas telefônicas.
Comunique à congregação quando você estará disponível para receber ou retomar chamados telefônicos,
para que você e sua família não sejam constantemente interrompidos no decorrer do dia. Use o telefone
para atender muitos dos casos. Uma ligação telefônica vale meia visita, e normalmente você consegue fazer
de cinco a dez ligações no tempo que gastaria para fazer apenas uma visita. Se alguém de uma igreja do
distrito estiver doente, você não vai poder visitá-lo todos os dias; mas, usando o telefone, poderá ligar para
ele.
{35}

6. Faça-o agora. - Resolva pequenas questões rapidamente. Seja democrático, mas não fique
convocando comissões para a tomada de pequenas decisões que podem ser feitas por uma ou duas pessoas.
Tome seu objetivo considerar um pedaço de papel apenas uma vez. Não toque na correspondência até ter
tempo suficiente para dar-lhe a devida atenção. Então, se uma carta precisa de resposta, faça isso
imediatamente, e resolva a questão. Se algo precisa ser delegado, passe-o para a frente no mesmo
momento.
Eficiência e eficácia são gemas poderosas. A eficiência diz: ―Faça o trabalho corretamente.‖ Não
fique tão pressionado pelo tempo, que seja levado a fazer o trabalho de qualquer maneira, e no final acabe
gastando mais tempo, por ter que fazer tudo de novo. A eficácia diz: ―Faça corretamente o trabalho certo.‖
Não desperdice sua concentração ministerial em trabalhos menores, apenas porque são mais fáceis.
Assuma o trabalho mais importante, mesmo que ele seja o mais árduo. Faça-o primeiro, e livre-se dele.
7. Utilize o tempo duas vezes. - Muitos pastores passam grande parte do seu tempo viajando. As
esposas e os pais passam muito tempo esperando aqui e ali pelos membros da família. Use esses períodos
para ler, ouvir fitas cassetes, responder à correspondência, ouvir as notícias do rádio, etc.
8. Delegue. - Elimine coisas que não deveriam ser feitas. Para serem eficientes, os pastores devem
ser ponderados. Torne tempo para pensar, estudar, orar e planejar. Ellen White aconselha: ―E grande erro
manter um ministro, que tem o dom de pregar com poder o evangelho, constantemente ocupado com
assuntos comerciais. O que proclama a Palavra da vida não deve permitir que demasiados encargos sejam
colocados sobre ele.‖ - Evangelismo, pág. 91.
Os apóstolos aprenderam isso a duras penas. Quando tentaram realizar a obra da Igreja sozinhos,
não conseguiram. Assim, delegaram aquela parte para a qual não tinham sido diretamente convocados,
dizendo: ―Quanto a nós, nos consagraremos à oração e ao ministério da palavra.‖ Atos 6:4. Resultados?
―Crescia a palavra de Deus, e ...se multiplicava o número dos discípulos.‖ Atos 6:7.
{36}
CAPÍTULO 5
Saúde Pessoal
―O coração alegre é bom remédio, mas o espírito abatido faz secar os ossos.‖ Prov. 17:22. As
pessoas que estão em comunhão com Deus, são menos propensas a ficar doentes, e mais capazes de lidar
com as enfermidades quando ficam doentes. Como sua ocupação é promover a religião, e tendo em vista
que a religião e a saúde são tão entrelaçadas, espera-se que você ensine e pratique a saúde pessoal.
Saúde Física
Faça regularmente um check-up, conforme determinado pela sua associação/missão. A maior parte
dos problemas físicos pode agora ser tratada com êxito se descobertos bem cedo. Indisposição para se
submeter a um exame físico regular não é um sinal de força superior, mas de visão curta.
Três ingredientes básicos de boa saúde física incluem:

1. Regime alimentar. — Comer alimentos adequados. Ingira alimentos ricos em fibras e pobres
em açúcar, sal e gorduras de animais. Ellen White advertiu: ―Muitos de nossos pastores cavam sua
sepultura com os dentes.‖ — Testimonies, vol. 4, pág. 408. ―Os ministros, mais que quaisquer outros,
devem economizar a força do cérebro e dos nervos. Devem evitar todo alimento ou bebida cuja tendência
seja irritar ou excitar os nervos. ... Deus não pode deixar que Seu Espírito Santo repouse sobre os que,
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embora sabendo o que devem comer para ter saúde, persistem numa conduta que enfraquecerá o corpo e a
mente.‖ — Conselhos Sobre o Regime Alimentar, pág. 55.
Comer os alimentos certos na quantidade certa. Você pode conseguir esconder muitas coisas sobre
sua vida particular. Ter peso em excesso não é uma delas. E embaraçador ensinar e pregar temperança e
autodisciplina se a sua aparência está em desacordo com a sua doutrina. Além disso, é mais difícil realizar
seu trabalho se estiver carregando aqueles quilos extras para todo lugar a que se dirige.
{37}

2. Exercícios. — Como pode um pastor fora de forma física esperar credibilidade ao dispensar
conselhos para esta vida ou para a futura? ―Todo o organismo precisa da influência revigorante do
exercício ao ar livre. Algumas horas de trabalho manual, cada dia, serviriam para renovar o vigor do corpo
e descansar e relaxar a mente. Desse modo seria promovida a saúde em geral, e poderia ser realizada maior
quantidade de trabalho pastoral.‖ — Testimonies, vol. 4, págs. 264 e 265.
3. Descanso. — Muitos pastores adventistas pregam contra vícios, enquanto eles próprios são
viciados — em trabalho! Se você se orgulha de trabalhar em excesso, pode ter tanto um problema teológico
como de personalidade. Tenha suas horas de sono todas às noites. Goze seu dia de folga semanal. Tire
férias anualmente. Jesus faria assim. Embora tivesse apenas três anos e meio para realizar Sua obra, Ele Se
certificava de que Seus discípulos repousassem o suficiente. Em várias ocasiões, retirou-Se com eles, com
o propósito de repousar.
Jesus também praticava um modo único e fonte de repouso que nunca chegaremos a compreender
totalmente, embora tentemos continuamente. Marcos 1 registra que em certo dia de sábado, Ele pregou na
sinagoga, curou um homem com espírito demoníaco, restaurou a sogra de Pedro e ensinou Seus discípulos.
Depois do pôr-do-sol, curou muitos doentes na cidade. Isso se parece com alguns de nossos sábados?
Como Jesus descansava depois de um dia assim? Aparentemente, dormia um pouco, mas então Se voltava
para Seu método muito especial de rejuvenescimento:
―Tendo-Se levantado alta madrugada, saiu, foi para um lugar deserto, e ali orava.‖ Mar. 1:35.
Oração particular era uma das maneiras favoritas de Jesus descansar e Se reabastecer quando precisava de
mais energia.

Saúde Psicológica
O ministério é um trabalho estressante. O estresse, por si mesmo, não é mau. Quando está
totalmente relaxado, você adormece. Trabalhamos de modo mais eficiente sob alguma pressão. E o estresse
excessivo, sem alívio, que deve ser evitado. Um estudo recente mostrou que 75% dos pastores
experimentaram períodos de grande estresse. Outra pesquisa indicou que as mulheres no ministério
experimentaram significativamente maior tensão pessoal do que os homens.
Esgotamento. — O estresse excessivo provoca esgotamento. Este é definido como um conjunto de
reações de exaustão física, emocional e mental. E o resultado de reiterada excitação emocional derivada do
constante envolvimento com pessoas.
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Pastorear é estressante porque é uma ocupação centralizada em pessoas, e pessoas provocam
estresse, Além disso, você tem mais coisas para fazer do que é capaz. Espera-se que seja habilidoso em
maior número de áreas do que lhe é possível. Fica entre as expectativas de sua congregação e de sua
associação/missão, e, infelizmente, tais expectativas nem sempre coincidem. Isso provoca o efeito
―ampulheta‖, levando-o a sentir-se no meio dela, onde a areia vem por cima de você, de ambas as direções.
Pastorear é estressante porque, em geral, os pastores tendem a ter menos recreação do que a maioria
das pessoas.
Prevenção do esgotamento. — Pelo aspecto positivo, uma pesquisa mostrou que os pastores
tendem a possuir melhores fontes pessoais para lidar com o estresse, do que a população em geral. Uma
vigorosa experiência de fé é uma das melhores proteções contra o esgotamento.
Jesus ensina uma lição que muitos pastores parecem não ter aprendido. Ele insinuava que a
satisfação vem, não do que realizamos, mas do que somos — filhos de Deus, muito amados. Os cristãos
deveriam se sentir perdoados, salvos e amados. O cristianismo, portanto, nos leva a ser mais otimistas do
20

que pessimistas. Atitudes negativas de pessimistas freqüentemente fazem com que não vejam as soluções.
O otimista é mais feliz, mais saudável, e consegue resolver melhor os problemas que surgem.
Ainda assim, às vezes você vai precisar de alguma ajuda especial de outras pessoas, a qual poderá
vir da esposa, de um colega, de um amigo, ou de um grupo de apoio. Algumas associações/missões têm um
plano de pagar pelo menos uma parte dos honorários por aconselhamento anônimo com um conselheiro
profissional, Não se sinta tão embaraçado ou orgulhoso que não aceite aconselhamento. Planeje sua vida
com base na expectativa de que ―todos nós, uma vez ou outra, precisamos de ajuda‖.
{39}
CAPÍTULO 6
Aparência Pessoal
―Deus espera que Seus ministros, em maneiras e vestuário, representem devidamente os princípios
da verdade e a santidade de seu ofício.‖ — Obreiros Evangélicos, pág. 174.

A Aparência é Importante
Ao encontrar-se com alguém pela primeira vez, antes mesmo que você abra a boca para dizer algo,
essa pessoa o julga pela aparência. O modo como você se apresenta não exerce apenas um impacto
marcante nas pessoas com quem se encontra, mas afeta enormemente a maneira de o tratarem.
Você pode argumentar: ―Mas a aparência não tem muita importância para mim.‖ Influenciar e
ajudar pessoas é importante para você? Se sim, então a aparência deve ser importante, porque o que as
pessoas vêem pode falar tão alto que elas não consigam ouvir o que você diz. ―Um ministro negligente em
sua aparência quase sempre ofende as pessoas de bom gosto e sensibilidade refinada.‖ — Testimonies, vol.
2, pág. 613.
As roupas definem você e sua profissão. Se o seu vestuário é de segunda classe em comparação ao
de outros profissionais em sua comunidade, esta ira classificá-lo numa profissão de segunda categoria.

A Aparência Deve Atrair Para Cristo


Paulo aconselha: ―Portanto, quer comais, quer bebais, ou façais outra coisa qualquer, fazei tudo
para a glória de Deus.‖ 1 Cor. 10:3 1. Vista-se para impressionar — para Cristo. ―O Deus do Céu ... é
honrado ou desonrado pelo vestuário dos que oficiam em honra Sua.‖ — Obreiros Evangélicos, pág. 173.
O vestuário irá abrir ou fechar portas para Cristo. Se o povo espera que pessoas de determinada
profissão se vistam de uma certa maneira, estará mais pronto a crer e confiar nelas se se apresentarem com
os trajes esperados. Por outro lado, estudos indicam que vestuários incomuns prejudicam a credibilidade.
As pessoas não se dispõem a confiar e acreditar em
{40}
alguém vestido de modo muito diferente do que esperam.
Roupas baratas algumas vezes saem caro. Roupas de boa qualidade duram muito mais. Além disso,
possuem melhor corte e assim parecem mais alinhadas.
Três fatores da aparência que mais atraem pessoas a Cristo, são os seguintes:
1. Bom gosto. — A primeira regra do vestuário é o bom senso. Evite modismos. Na maioria dos
países, os pastores são mais respeitados se usam ternos, roupas e gravatas de cores sólidas, escuras ou de
padrões combinados; meias e sapatos de boa qualidade.
Bom gosto denota que a roupa não somente deve ser apropriada, mas apropriada à ocasião. Roupas
escuras caem melhor ara o púlpito, e certamente em casamentos ou funerais, mas não se vista de maneira
tão conservadora entre os jovens que eles pensem que você pertence apenas ao passado.
Os homens deveriam ser propensos a ouvir os conselhos sobre o vestuário dados pela esposa. As
mulheres tendem a se interessar mais pela aparência, e são mais inteligentes nessa questão de bom gosto.
2. Asseio. — Dificilmente você poderá ensinar asseio e autodisciplina, enquanto vestido como uma
cama por fazer. ―A perda de algumas almas no final será relacionada ao desalinho do ministro.‖ —
Testimonies, vol. 2, pág. 613. O asseio não precisa ser dispendioso. Ele abrange tais coisas como roupas
bem passadas e sapatos engraxados.
21

3. Limpeza. — As roupas do pastor devem ser mantidas bem limpas, da mesma forma que o
pastor. A pregação e outras partes de nosso trabalho tendem a excitar os nervos. Quando nervosos,
transpiramos. Quando a transpiração é abundante, exala um odor embaraçosamente indelicado.

A Aparência, Normalmente, Deve Passar Despercebida


Seu vestuário deve ser adaptado à cultura em que você trabalha. Quando seu rádio apresenta
estática, você pode tentar mover o botão para acabar com o barulho, mas se ele persiste, você simplesmente
desliga o rádio. Uma aparência física indesejável, vestes e gestos do pregador causam estática, interferindo
no que ele quer que o povo ouça. E quando há muita estática, as pessoas simplesmente ―desligam‖ o
pregador.
Uma pesquisa demonstra que 7% do que os oradores comunicam vêm de suas palavras, 38% de sua
maneira de falar e 55% das expressões faciais e dos movimentos corporais. Você talvez não goste disso,
mas sua linguagem corporal pode falar tão alto que as pessoas dificilmente ouviram seus sermões.
Você não poderá expressar a alegria de seguir a Cristo se pregar.
{41}
com o cenho franzido. O pregador de face pálida é um horrível representante do robusto Jesus.
O melhor é que sua aparência passe despercebida. Este manual escrito para o campo mundial não
pode lhe dizer se deve ou não usar um relógio de ouro, óculos de hastes douradas, prendedores de gravata
brilhantes, abotoaduras ou estilos modernos de cabelo e barba no púlpito. O objetivo é procurar vestir-se de
modo a não chamar a atenção. Se sua aparência é vulgar, as pessoas percebem. Se é muito exótica ou muito
elegante, elas também notam. Se o vestuário é como 20 anos atrás, ou 20 anos no futuro, elas reparam. Não
provoque estática com suas roupas. Vista-se de tal maneira que sua aparência não interfira em sua
mensagem. Tão alto que as pessoas dificilmente ouvirão seus sermões.
{42}
CAPÍTULO 7
Finanças Pessoais
―Ora, além disso o que se requer dos despenseiros é que cada um deles seja encontrado fiel.‖ 1 Cor.
4:2. Eis aqui dez regras excelentes para sermos fiéis despenseiros das finanças pessoais:
1. Apreciar a frugalidade. — Na realidade, os obreiros cristãos quase sempre têm sido mal
remunerados, inclusive Jesus e os demais fundadores de Sua Igreja. Portanto, para viver com o salário de
um pastor, aprenda a apreciar a frugalidade e simplicidade. Adote a oração de contentamento de Salomão:
―Não me dês nem a pobreza nem a riqueza.‖ Prov. 30:8. Por outro lado, se você se encara principalmente
como um profissional com direito a viver no mesmo nível econômico de outros profissionais de sua igreja,
é bem provável que estará fadado ao desapontamento.
O ministro cristão é divinamente chamado servo-líder de sua congregação. Como tal, espera-se que
viva no nível econômico da irmandade como um todo. O sistema de dízimos faz com que isso se torne
possível.
Os membros da igreja se ressentem de negar-se a si mesmos e dar de seus recursos a líderes que
vivem economicamente acima do nível financeiro dos doadores. Não desejam dar dinheiro para que os
líderes possuam coisas com que os próprios doadores não possam arcar, Se você está descontente com sua
situação financeira, não esteja tão certo de que mais dinheiro resolveria seu problema. Quase todos, não
importa quão alta ou baixa seja a sua renda, pensam a mesma coisa.
A solução para problemas financeiros não é apenas conseguir mais dinheiro, mas aprender
maneiras de administrar o que se tem. Isto começa distinguindo a diferença entre desejos e necessidades
reais, Envolve o ato de descobrir maneiras de viver com o que se ganha. ―Esticar‖ o orçamento pode
incentivar a capacidade criativa e ser compensador.
Uma esposa de pastor resumiu sua determinação de viver frugalmente, declarando: ―O salário do
meu marido não é o que deveria ser, mas não permitirei que isso tire minha alegria. Mantenho uma atitude
cuidadosa em relação a coisas e finanças, gasto sabiamente, e considero as bênçãos que desfruto por ser
esposa de pastor como riquezas ilimitadas. Minha atitude para com o salário do meu marido pode tomar
minha situação na
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vida uma bênção ou uma maldição, e desejo ter uma atitude benéfica.‖
22

2. Ser absolutamente honesto. — Como é de se esperar que sejam honestos, pode ser que os
pastores tomem sua honestidade por certa. Talvez sejam tentados a trapacear um pouco nos impostos,
encobrir algo no tocante ao que estejam vendendo, ou transferir fundos da igreja de uma conta para outra.
Discipline-se a si mesmo para ser absolutamente honesto.
Nunca tire vantagens financeiras pessoais dos fundos da igreja que você administra. Eles não são
seus, mas do povo — e de Deus! O dinheiro da igreja deve ser manuseado com maior senso de
responsabilidade do que ao lidar com seus próprios recursos.
Líderes de associações, uniões e Associação Geral que recebem orçamentos para viagens e outros
fundos, não devem usá-los para obter privilégios pessoais não disponíveis aos pastores.
3. Pagar as contas em dia. — Não apenas sua própria reputação, mas também a de sua igreja
dependem do pronto pagamento das contas. Ao se mudar de um campo para outro, pague fielmente
qualquer débito a sua associação/missão.
4. Comprar sabiamente, mas não de maneira egoísta. — Nunca seja um especialista em obter
descontos, sempre pechinchando com vendedores por um desconto especial para pastores. Isso degrada sua
vocação e pode ser muito egoísta. O vendedor também precisa viver.
5. Ficar longe de dívidas. — Ellen White aconselhou os líderes de igrejas: ―Que eles se
mantenham em guarda, como com uma cerca de arame farpado, contra a inclinação de contrair dívidas.‖ —
Testimonies, vol. 5, págs. 235 e 236. Tome emprestado o menos possível, à menor taxa que puder
encontrar, e pelo menor período de tempo que possa assumir. Mantenha-se dentro de um orçamento,
mesmo que seja com certa folga. Isso o ajudará a aprender autodisciplina em questões financeiras.
Precavenha-se contra o dinheiro plástico — os cartões de crédito. São uma bênção apenas se você
liquidar o débito antes que sejam cobrados os juros e taxas. Com um salário de pastor você não pode
assumir os juros exorbitantes cobrados pelos cartões de crédito.
Faça um seguro adequado. Ellen White advertiu contra esquemas de seguro de vida especulativos,
em que a pessoa investe grandes quantias de dinheiro com a esperança de que ela ou seus herdeiros ficarão
ricos. Mas um seguro sensato e razoável é necessário para proteger suas finanças pessoais.
6. Evitar negócios paralelos. — Os administradores e membros da Igreja são responsáveis por
prover aos pastores um salário real. Os pastores são responsáveis por viver dentro desse salário, para que
possam dedicar sua
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total energia ao ministério. ―O ministro que está integralmente consagrado a Deus recusa empenhar-se em
negócios que poderiam impedi-lo de se dar inteiramente ao sagrado mister.‖ - Atos dos Apóstolos, pág.
366.
7. Nunca tomar emprestado dos membros. - Tomar emprestado dos membros tende a gerar um
de dois problemas: 1) eventual desentendimento e relação estremecida com quem empresta; ou 2)
favoritismo para com quem você está em débito.
8. Não procurar ganhar presentes dos membros. - Jogar com a simpatia de seus membros
visando vantagens financeiras é injusto para com eles e deprecia a vocação do pastor.
9. Ser um doador exemplar. - Não deve ser empregado nenhum pastor que não devolva fielmente
o dízimo, Dê ofertas generosamente. Não peça que as pessoas se sacrifiquem pela igreja, além do que você
faz.
10. Poupar um pouco. - Planeje para o inesperado: consertos de emergência, substituição de
utensílios necessários, despesas médicas imprevistas. Você também precisa depender de economias para
pagar por itens maiores, educação dos filhos, e preparo para a aposentadoria.
Algumas vezes em sua vida você consegue poupar muito pouco, mas o hábito de economizar é
mais importante do que a quantia poupada. Dê primeiro a Deus, e então dê algo a si mesmo - coloque
alguma quantia em poupanças. O segredo é viver com um pouquinho menos do que o total de seus ganhos.
Uma maneira um tanto suave de começar a poupar é esperar até receber um aumento de salário. Se você
vem sobrevivendo com o salário antigo, coloque o dinheiro adicional na poupança.
Como lidar com as finanças pessoais? Faça seu melhor; então confie que Deus fará o resto. ―E o
meu Deus, segundo a Sua riqueza em glória, há de suprir em Cristo Jesus cada uma de vossas
necessidades.‖ Filip. 4:19.
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{45}
CAPÍTULO 8
Vida Familiar
O Ministério Começa no Lar
Tradicionalmente, a família do pastor experimenta especial estresse. - Pastores experimentam
estresse. Costumam estar sobrecarregados. Alguns até se sentem culpados se tiram algum tempo para a
família. Trabalham o dia todo como ―santos‖, embora não o sejam realmente. Devem sorrir e ser amáveis,
não importa como são tratados. Somente quando voltam para casa, ousam explodir ou liberar seus
sentimentos e frustrações - sobre a família.
Nenhuma outra área faz os pastores reconhecerem tão enfaticamente sua humanidade e
pecaminosidade, como seu relacionamento doméstico. Não importa quão bem-sucedidos possam ser em
ajudar outros a resolver problemas de relacionamento, se não podem resolver os seus próprios, sentem-se
fracassados.
As esposas de pastores experimentam estresse. - O estresse ministerial também afeta o cônjuge.
Mudanças freqüentes podem conduzir a uma experiência de solidão e isolamento. As esposas podem
sentir-se culpadas pelo ressentimento com o companheiro que coloca o trabalho da igreja em primeiro
lugar. Talvez tenham de enfrentar também outros fatores estressantes: não ter tempo suficiente para a
família, problemas financeiros, sentimento de insuficiência pessoal, críticas dos membros da igreja e
preocupação com a aprovação da associação/missão.
Os filhos de pastores experimentam estresse. Algumas vezes eles se confundem pela diferença
entre o que o pastor prega e o modo como vive. Uma amostra limitada de filhos de pastores, estudantes de I
e II Graus, mostrou que a maioria sentia forte pressão para corresponder às expectativas dos membros da
igreja. 88% disseram que os adultos os tratavam de maneira diferente por serem FPs (filhos de pastores).
56% responderam que em seu lar as regras eram diferentes das dos lares dos amigos.
Pelo lado positivo, 88% esperavam que seu sistema de crença e suas atitudes morais na idade adulta
fossem os mesmos de seus pais. 80% disseram que, no contexto geral, apreciavam ser FPs.
Historicamente, a família do pastor tem sido negligenciada. - Se é que os apóstolos tiveram
famílias, parece que davam pouca atenção a elas. Paulo foi provavelmente casado uma vez, mas enfatizou
os benefícios de
{46}

os ministros ficarem solteiros. A Igreja Católica Romana insiste no celibato dos clérigos. Os adventistas
ligam suas raízes ao metodismo, cujo fundador, John Wesley, não se casou até aos 48 anos. Mesmo então,
ele teve uma lua-de-mel bem curta, alegando que um pregador metodista não deveria pregar um sermão a
menos, ou viajar um dia a menos, ao estar casado, do que quando solteiro.
Esse passado histórico pode servir de pretexto para a negligência da família pelo pastor moderno. O
contra-argumento é, porém, muito mais forte. Jesus manifestou interesse familiar em Seu relacionamento
com a mãe. Os apóstolos podem não ter tido relacionamentos familiares normais por estarem engajados
num ministério itinerante, único.
Podemos mais acuradamente tomar o bispo de I Timóteo 3, normalmente um ancião local, como
um modelo do Novo Testamento para o pastor, Ali o apóstolo incentiva fortemente o conceito de família
pastoral (verso 2). Na realidade, o fracasso no lar pode ser uma indicação de fracasso no ministério. ―Pois
se alguém não sabe governar a própria casa, como cuidará da igreja de Deus?‖ (verso 5).
Ellen White salienta: ―Os deveres do pastor jazem em torno dele, próximos e distantes; mas seu
primeiro dever é para seus filhos. ... O mundo não precisa tanto de grandes espíritos, como de homens
bons, que sejam uma bênção na própria família‖ Obreiros Evangélicos, pág. 204.
Teologicamente, a família do pastor é o primeiro ministério do pastor. - A teologia cristã deveria
fazer do ministro um esposo modelo. Por quê?
1. O cristianismo é um viver centralizado no amor. ―Aquele que não ama não conhece a Deus, pois
Deus é amor,‖ 1 João 4:8.
2. O amor é uma qualidade desenvolvida. Ninguém nasce amando, nem mesmo quando ―nascemos
de novo‖. Nascemos com a necessidade e a possibilidade de amar, mas o amor é um comportamento
aprendido. Por isso Deus criou o lar.
24

3. O lar é um lugar para testar o amor. E onde mais enfática e persistentemente aprendemos nossas
imperfeições do amor.
4. O lar seguro é um lugar para se aprender a amar. Cercadas pelo amor, as crianças aprendem a
amar. Rodeados pelos amados com os quais podem se mostrar vulneráveis, os adultos aprendem a amar de
maneira mais completa.
Portanto, se o amor está no coração do cristianismo, e se o lar é onde o amor é testado e
desenvolvido, o lar deve estar no centro do cristianismo. Se o amor cristão não funcionar em casa, não
funcionará em nenhum outro lugar.
Por mais importante que seja o sábado, há muito mais sobre o lar do que sobre o sábado nos Dez
Mandamentos. Cinco deles se referem direta ou indiretamente ao lar:
* Segundo: os filhos tendem a seguir o exemplo de seus pais.
* Quarto: o descanso sabático abrange o pai, a mãe, o filho e a filha.
{47}
* Quinto: os filhos de qualquer idade têm responsabilidades para com os pais.
* Sétimo: o adultério ainda é pecado.
* Décimo: admire sua própria esposa, não a do vizinho.
Visto como há mais sobre o lar do que sobre o sábado nos Dez Mandamentos, apenas os que se
dedicam ao lar deveriam considerar-se guardadores dos mandamentos,
Por ocasião da primeira cerimônia de casamento, Deus disse: ―Por isso deixa o homem pai e mãe, e
se une à sua mulher, tornando-se os dois uma só carne.‖ Gên. 2:24. Marido e mulher devem estar mais
próximos um do outro do que qualquer coisa ou pessoa no mundo. Pastor, esse relacionamento deve ter
primazia sobre os membros de sua igreja, seus estudos, passatempos, alvos do Campo local, e sobre tudo o
mais, exceto sobre o próprio Deus.

Receita Para Uma Família Pastoral Feliz


1. Dedicar regularmente tempo de qualidade. - Dar tempo. Uma pesquisa entre 157 esposas de
pastores adventistas indicou que elas achavam que as prioridades de tempo dos maridos eram as seguintes:
1) trabalho da igreja. 2) tempo com Deus, 3) sua saúde, 4) a esposa e 5) os filhos. 72% se preocupavam por
não ter tempo familiar suficiente.
O maior presente que você pode dar à sua família é você mesmo. ―Coisa alguma pode desculpar o
ministro de negligenciar o círculo interior, pelo mais amplo círculo externo. O bem-estar espiritual de sua
família, vem em primeiro lugar.‖ - Obreiros Evangélicos, pág. 204.
Dar tempo fidedigno, seguro. As famílias de pastor reclamam menos dos pastares que falham em
dar tempo suficiente do que dos que falham em dar tempo certo. Quando você promete tempo à família e
as emergências da igreja constantemente o levam a cancelá-lo, a família se sente em segundo plano e em
competição com a igreja. Jamais cancele o que prometeu. Raramente adie - e nesse caso tome providências
para que o programa familiar seja realizado na primeira oportunidade possível.
Dar tempo de qualidade. Tempo quando você não está exausto. Passe tempo com os filhos. Dê-lhes
sua atenção exclusiva, ao invés de estar apenas na mesma sala fazendo suas próprias coisas. Os cônjuges
precisam de tempo longe dos filhos, onde somente os dois possam estar a sós.
Dar tempo para pequenos tarefas. Em vez de realizar suas pequenas tarefas sozinho, trabalhe junto
com a esposa ou com o(a) filho(a). Assim não estará somente passando algum tempo junto com eles sem
que isso lhe tome tempo extra, mas ambos apreciarão a satisfação de realizar algo juntos.
Os vizinhos riram ao ver Martinho Lutero pendurando fraldas no varal de sua casa. Lutero
exclamou: ―Que eles riam! Deus e os anjos sorriem lá no Céu!‖
2. Comunicação profunda. - Comunique-se com seus filhos. A palavra
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―comunicar‖ vem da mesma raiz de ―comum‖. Quanto temos em comum com nossos filhos irá depender
de quão bem nos comunicamos com eles. A comunicação verbal deve abranger tanto o falar como o ouvir.
Falamos (ou transmitimos) muito às nossas crianças, e ouvimos muito pouco. A linguagem corporal
também comunica. Os filhos nunca perdem sua necessidade de serem tocados e abraçados.
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Comunique-se com a esposa. Sua esposa precisa de seu ouvido, e não apenas de seu coração. Paulo
aconselhou: ―Maridos, amai a vossas esposas, e não as trateis com amargura.‖ Col. 3:19, Ouça
amorosamente. Ouça sem julgar.
Fale. Você obtém sensações de sucesso no ministério. Compartilhe-as com sua esposa. As esposas
ouvem muito sobre problemas da igreja e pouco sobre os seus triunfos.
Comunique-se num nível de sentimento mais profundo. Há pouca comunicação relacional quando
conversamos sobre comprar verduras ou pagar contas. Só conhecemos intimamente as pessoas quando
conhecemos seus sentimentos mais profundos. As pessoas somente ousam se abrir e falar sobre tais coisas
ao estarem certas de que não se sentirão envergonhadas, repelidas ou consideradas como tolas.
Os pastores deveriam conversar sobre as atividades das esposas na igreja. Onde elas se vêem
melhor? Sentem-se confortáveis em sua função?
Converse sobre romance e relacionamento sexual. Para satisfação plena, a intimidade física deve
ser precedida por intimidade mental e espiritual. Se vocês estão suficientemente próximos para praticar
intimidades sexuais, deveriam estar suficientemente próximos para falar sobre o assunto.
3. Confirmar freqüentemente. - Adquira o hábito de procurar sempre alguma coisa boa e bela em
sua esposa e filhos - e diga isso a eles. Escreva recadinhos aos seus filhos. Um recadinho demora apenas
um minuto para ser escrito, e menos ainda para ser lido. Use-os para cumprimentos, agradecimentos,
pensamentos inspiradores, ou apenas para que sua família saiba que você pensa neles.
Apareça em público com sua esposa. Ela apreciará isso, e todas as mulheres irão perceber que você
não precisa de nenhum romance extra além do que já tem. Dêem-se as mãos. Se ambos se sentem
confortáveis agindo assim, fiquem um ao lado do outro ao você despedir a congregação no sábado de
manhã, ambos cumprimentando juntos à porta. Diga apenas coisas bondosas e apreciativas sobre o seu
cônjuge no púlpito. Em seus sermões, nunca use seus filhos como exemplos ou as falhas deles para
ilustrações. Confirme sua família.
4. Orar diariamente. - Dê prioridade, cada dia, ao altar da família. Torne, porém, o culto familiar
uma experiência feliz. Seja o sacerdote, mas nem sempre o professor. Isto é, você deve ser o líder espiritual
do lar, mas
{49}

não suponha que apenas você sabe todas as respostas. O cristianismo deve ser uma experiência
intensamente pessoal. Ninguém tem todas as respostas para outrem. As famílias precisam conversar sobre
crenças e padrões, e não apenas impô-los como tradições familiares ou regras da igreja.
De vez em quando, destaque um membro escolhido da família na hora do culto, convidando cada
um dos outros membros a mencionar um traço de caráter cristão que observaram nessa pessoa. Antes de
orar, pergunte: ―Pelo que devo orar por você hoje?‖ Ao orar, usem alguma forma de contato culturalmente
aceita para expressar a harmonia da família.

Vantagens das Famílias de Pastores


Sim, há estresses únicos na família pastoral. Mas há também vantagens especiais. Pesquisas
indicam que apenas 10 a 15% dos filhos de pastores têm problemas com sua situação. Os FPs (filhos de
pastores) pesquisados achavam que tinham acesso mais amplo a pessoas e idéias, e que eram, em geral,
uma família mais segura, espiritualmente comprometida a pôr em prática o amor cristão.
Outras vantagens mencionadas por casais de pastores:
* Forte sentido de propósito e missão na vida.
* Oportunidade de trabalhar como uma equipe em tarefas de significação eterna.
* Vocação voltada para as pessoas e que realmente tem as respostas.
* Satisfação em ajudar pessoas da melhor maneira que elas poderiam ser ajudadas - a encontrar o
amor de Deus.
* Estar circundados pelo amor de amigos cristãos.
A manutenção de uma família pastoral exemplar e feliz acarreta problemas suficientes para tomá-la
um desafio, mas o esforço vale a pena. Não enterre os relacionamentos familiares que perderam a
espontaneidade. Seja cristão. Busque uma ressurreição. Isso trará bênçãos a sua família e multiplicará a
26

eficácia de seu ministério. ―Uma família bem ordenada, bem disciplinada, fala mais em favor do
cristianismo do que todos os sermões que se possam pregar.‖ - O Lar Adventista, pág. 32.
{50}
CAPÍTULO 9
Ética Pastoral
Código de Ética
A Associação Ministerial da Associação Geral, com o conselho de pastores e administradores da
Igreja ao redor do mundo, preparou e recomenda a cada ministro adventista o seguinte código de ética:

Código de Ética do Ministro Adventista do Sétimo Dia


Reconheça que o chamado para o ministério do evangelho da Igreja Adventista do Sétimo Dia não
tem o propósito de conceder privilégios ou posições especiais, porém de viver uma vida de devoção e
serviço a Deus, Sua Igreja e o mundo. Confirmo que minha vida pessoal e atividades profissionais devem
estar arraigadas na Palavra de Deus e sujeitas à autoridade de Cristo. Comprometo-me totalmente com as
crenças fundamentais da Igreja Adventista do Sétimo Dia.
Dedico-me à manutenção de altos padrões de conduta profissional e competência em meu
ministério. Proponho-me a construir relacionamentos baseados nos princípios expressos na vida e ensinos
de Cristo.
Deverei, pela graça de Deus, aplicar esses padrões em minha vida, de maneira a incluir os seguintes
itens:
1. Manter uma vida devocional significativa para mim mesmo e para minha família.
2. Dedicar tempo e atenção integral ao ministério como minha única vocação.
3. Aplicar a um contínuo crescimento profissional
4. Iniciar e manter relacionamentos profissionais de apoio com os colegas de ministério.
5. Praticar a mais estrita confidência profissional.
6. Apoiar minha organização empregadora e a Igreja mundial.
7. Administrar com integridade as finanças da igreja e as pessoais.
8. Compreender e tratar minha família como a primeira parte de meu ministério.
9. Praticar os princípios do viver saudável
10. Relacionar-me recatadamente com as pessoas do sexo oposto
11. Respeitar a personalidade de cada indivíduo, sem parcial idade ou preconceito
{51}
12. Amar aqueles a quem ministro e comprometer-me com seu crescimento espiritual.

Ética e Colegas de Ministério


Seus colegas de ministério. - Nós, ministros, amamos nosso Senhor, nosso trabalho, nosso povo.
Devemos, porém, amar-nos uns aos outros mais do que fazemos. Devemos diminuir o espírito de
competição entre nós e aumentar o espírito cooperativo e de apoio. Precisamos tomar os nossos concílios
de pastores não somente uma ocasião para instrução, mas também para cordial companheirismo.
Precisamos partilhar os nossos problemas com um colega de ministério. Precisamos ser sensíveis e
acessíveis às dificuldades de outros pastores.
Seu supervisor. - Estagiário, apóie os pastores supervisores e seu ministério. Talvez sua educação
seja superior, sua personalidade mais carismática, e seus dons mais notáveis do que os deles, mas nunca
subestime o valor da sabedoria que adquiriram através da experiência. Pastores supervisores sempre
encontram pessoas na congregação que discordam deles. O pastor pode ter tido de lidar de maneira muito
franca com algumas dessas pessoas. Não permita que elas conquistem um ouvido desleal ao elogiarem
você e rebaixarem seu supervisor.
A Associação Ministerial da Associação Geral preparou um Manual Para Estagiários e
Supervisores Ministeriais, a fim de ajudar no processo de treinamento dos estagiários. Pode ser adquirido
por intermédio do Centro de Suprimento Ministerial da Associação Geral.
Seu predecessor. - Ao mudar-se para um novo distrito, não se precipite em descartar o programa
de seu predecessor. Seu programa não é melhor só porque é seu. Demonstre sabedoria e respeito mantendo
o que já está em funcionamento.
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Seu sucessor. - Ao sair de um distrito, deixe os registros da igreja em ordem, tais como mapas de
ruas marcados para demonstrar a localização de membros, territórios missionários, etc.; arquivos de oficiais
e comissões; interesses evangelísticos; registros de recolta.
Transmita ao sucessor informações pessoais úteis sobre compras, médicos, dentistas, hospitais,
livrarias, etc. A regra: ―Tudo quanto, pois, quereis que os homens vos façam, assim fazei-o vós também a
eles.‖ Mat. 7:12.
Ex-colegas de ministério. — Aqueles que são excluídos do rol do ministério não deveriam perder
a amizade dos outros pastores. Não assuma a atitude: ―Sou mais santo do que ele‖, para com os que foram
demitidos do ministério. Eles comumente sentem que fracassaram, e o fracasso é
{52}

profundamente doloroso. Seus lares quase sempre sofrem reveses. Sentem-se de repente alienados do seu
antigo círculo de amigos e muito solitários. Precisam de um pastor. Precisam de um amigo.
Colegas de ministério não adventistas. - Você tem mais em comum com esses ministros do que
pode imaginar. Mantenha contato com eles. Caso seja plausível, participe da Aliança Ministerial.

Ética e Posição na Obra


Não buscar promoções. - Não exagere, procurando ser mais ansioso por promoções do que por
princípios. Na obra de Deus, a promoção é trabalho dEle, não seu. ―Porque não é do Oriente, não é do
Ocidente, nem do deserto que vem o auxílio. Deus é o juiz; a um abate, a outro exalta,‖ Sal. 75:6 e 7.
Evitar a autocomiseração. - Ao se sentir colocado de lado ou deixado para trás, seja paciente, Sua
vez pode chegar mais tarde. Em vez de sentir autocomiseração use a experiência para um exame de si
mesmo, a fim de ver se a falta não está em você, ―Se alguns são classificados para uma posição mais alta, o
Senhor deporá o fardo, não apenas sobre eles mas sobre aqueles que os escolheram, que conhecem seu
valor e que podem com conhecimento de causa incentivá-los para a frente.‖ - A Ciência do Bom Viver,
pág. 477,
Buscar padrões elevados, não uma posição elevada. - Pense alto; mas pense em padrões
elevados, não em Posições elevadas, Mantenha elevadas suas normas de desempenho, e a Posição virá, sob
a direção de Deus. A melhor maneira de sair de um posto inferior é ser extremamente eficiente nele.
Trabalhe duro onde você está, mantenha-e progredindo, e deixe o assunto da promoção com Deus.

Ética e Raça
A Igreja Adventista do Sétimo Dia está neste momento passando da fase de acreditai numa Igreja
mundial para ser na verdade uma Igreja mundial. Mais de 89% dos seus membros vivem atualmente fora
da Divisão Norte- Americana, onde o movimento começou. Os que temem que esta Igreja tenha perdido o
senso de missão deveriam sentir-se confiantes pela firme evidência de que as mensagens dos três anjos
estão realmente sendo levadas a ―toda nação, tribo, língua e povo‖ (Apoc. 14:6). Mesmo na América do
Norte, está havendo crescimento da Igreja entre as minorias étnicas, A raça da maioria dos pioneiros
adventistas está-se tomando minoria, E necessário muito amor cristão para a maioria tomar-se de boa
vontade a minoria atual.
O racismo é pecaminoso, O amor cristão derruba barreiras que separam
{53}

as pessoas. ―Dessarte não pode haver judeu nem grego; nem escravo nem liberto; nem homem nem
mulher; porque todos vós sois um em Cristo Jesus.‖ Gál. 3:28. Se Jesus é o seu e o meu irmão, então você e
eu somos irmãos, e a cor, a categoria social, a linguagem ou a nacionalidade são irrelevantes.

Ética e Sexo*
(* Para ajudar a aumentar a percepção entre os ministros, nessas áreas, a Associação Ministerial da
Associação Geral preparou um vídeo: ―Ética Sexual Para Profissionais de Igreja.‖)
A admoestação de Paulo ao jovem Timóteo serve para nós também:
―Torna-te padrão dos fiéis, na palavra, no procedimento, no amor, na fé, na pureza.‖ 1 Tim. 4:12.
28

O chamado para o ministério é um encargo sagrado que, entre outras coisas, envolve o respeito pela
personalidade das pessoas, segundo se deduz do sétimo mandamento. Qualquer abuso de confiança nessa
área traz descrédito ao ministério, à Igreja e a Deus. Como não é razoável pedir que os membros confiem
em pastores que caíram em mau procedimento sexual (adultério, pedofilia, homossexualismo, prostituição,
etc.) e como a Igreja corre riscos legais quando emprega ou transfere como pastores a pessoas com
antecedentes de mau procedimento sexual, tais ministros devem devolver suas credenciais à
associação/missão. Embora a violação do sétimo mandamento tome os pastores inelegíveis para o emprego
no ministério pastoral, eles necessitam e podem experimentar a generosa graça e o amor de Deus. A Igreja
deve procurar restaurar e fortalecer os seus relacionamentos espirituais e familiares.
Como há alguns ministros do sexo feminino, procuramos, na medida do possível, eliminar a
qualificação de gênero neste manual. No entanto, como os ministros homens parecem com mais freqüência
transgredir a ética com relação ao sexo, destinamos esta seção principalmente ao sexo masculino.
Hoje temos conselheiros especializados em aconselhar pastores com problemas sexuais. Esses
conselheiros delineiam um perfil do ministro típico mais sujeito a queda moral. Comumente, ele é de meia-
idade, desiludido com sua vocação, negligencia seu próprio casamento, isola-se da companhia de seus
colegas de ministério, e então encontra uma mulher que precisa dele.
Essa situação ocorre freqüentemente. Um estudo recente entre pastores protestantes mostra que
13% dos pesquisados tinham tido relações sexuais com mulheres membros da igreja, além da esposa. Essa
porcentagem é quase o dobro do que tem sido constatado entre outros profissionais, denotando que os
pastores são particularmente vulneráveis nessa área.
Examinemos algumas razões para esse problema moral entre os pastores, e também algumas
soluções:
O problema. - Alguns estudiosos do comportamento humano definiram cinco características, além
da atração física, que fazem uma pessoa parecer
{54}

romanticamente atraente ao sexo Oposto. Essas cinco características não se aplicam somente a pastores,
mas perceba quão perto elas chegam:
1. Autoconfiança. Nem todos os pastores se sentem autoconfiantes é claro; mas eles geralmente
demonstram segurança. E isso atrai muito.
2. Poder. As pessoas não são apenas atraídas ao poder, mas para pessoas poderosas. O pastor,
normalmente, é considerado uma pessoa poderosa dentro de sua igreja. Esse poder é destacado porque ele
fala com autoridade - a autoridade derivada de Deus e das Escrituras.
3. Reconhecimento público. Os pastores gozam de certo grau de celebridade entre sua congregação,
A fama é um afrodisíaco. Os ministros têm certa carência e necessidade de serem amados. Se não estão
recebendo amor e reconhecimento de sua congregação, talvez venham a se envolver com alguém que lhes
dê esse reconhecimento.
4. Interesse e preocupação Espera-se que os pastores sejam ouvintes atenciosos, interessados e
dedicados. O limite entre comunicação íntima e comportamento íntimo é muito tênue. O aconselhamento
eficiente requer um conselheiro que realmente se preocupe, e um aconselhado cujas necessidades estejam
sendo atingidas. O envolvimento emocional parece quase um passo natural depois disso.
A maioria dos auxiliares voluntários da igreja são mulheres. Duas pessoas de sexo diferente, em
idade próxima, que apreciam trabalhar juntas e ficam muito tempo a sós, sentem uma espécie de
despertamento dos sentimentos sexuais.
5. Gentileza, cavalheirismo Esta é uma característica essencialmente romântica. E também um
traço marcante nos ministros.
Todas essas cinco características, que contribuem para a atração romântica, são típicas de pastores.
Nossa vocação e função nos atribuem essas características atrativas que de outro modo talvez não
tivéssemos. Sem percebermos, ou sem que alguma mulher o planeje, podemos nos transformar em objetos
de fantasia e romance.
Soluções:
29

1. Ame muito a sua esposa - e demonstre isso. Esforce-se por ter um lar feliz. A grama nem sempre
parecerá mais verde do Outro lado da cerca, se você regar o jardim de sua casa. Procure sempre ser visto
expressando afeição por sua esposa.
2. Conscientize-se de sua vulnerabilidade Muitos dos pastores que diziam: ―Isso jamais aconteceria
comigo‖, hoje são ex-pastores Pode acontecer com você, e acontecerá, se pensar que pode brincar com
pequenos flertes e fantasias sexuais, e ainda permanecer incólume. Respeite a natureza compulsiva dos
instintos sexuais. Se alimentadas, as fantasias eróticas e românticas inevitavelmente vencerão o
pensamento racional.

{55}

3. Seja perceptivo. Desenvolva a percepção de seus próprios sentimentos. Reconheça o começo de


uma atração: olhares mútuos, desejo de estar na companhia dela. Veja o sinal vermelho se começar a se
preocupar com a presença, as roupas ou os sinais eróticos de uma pessoa que busca aconselhamento.
Perceba os sentimentos das mulheres. Os envolvimentos pastorais não se parecem necessariamente com
um esquema de sedução. O mais comum é encontrar uma pessoa magoada, com baixa auto-estima, e que
se sente atraída para alguém que ouve e aconselha. Se você não for perceptivo aos sentimentos românticos
das mulheres, confie em sua esposa - ela provavelmente terá notado. Se você sentir atração significante,
conte-o à sua esposa. Verbalizar seus sentimentos ajuda-o a classificá-los, e quando sua esposa sabe,
nenhum envolvimento acontecerá.
4. Seja responsável. Os pastores assumem riscos que os conselheiros seculares não ousam assumir.
Conselheiros profissionais são, tipicamente, solicitados a relatar periodicamente a outra pessoa algo sobre
cada cliente. Informe com regularidade a alguém mais o que está acontecendo em seus relacionamentos de
conselho.
Evite aconselhar mulheres a sós. Em muitos países, os pastores ainda são os únicos profissionais que
visitam os lares para aconselhamento. Alguém mais deveria estar presente ao você visitar uma mulher em
sua casa. Não aconselhe em seu escritório se ninguém mais estiver no prédio. Coloque um vidro na porta
ou numa parede do seu escritório. Aconselhamento demanda privacidade auditiva, mas não de visibilidade!
5. Seja cuidadoso quanto a aconselhamento sexual. Os homens acham difícil falar com mulheres
sobre seus problemas sexuais sem que eles estejam sexualmente envolvidos. As mulheres fariam bem em
partilhar tais fatos com outra mulher.
6. Esteja pronto para fugir. Bondosa, mas persistentemente, fuja de uma situação tentadora. A
pessoa que está sendo aconselhada não deveria ser deixada se sentindo rejeitada e sem auxílio, mas você
poderia arranjar outro conselheiro para ela.
Salomão com certeza aprendeu muito por experiência pessoal sobre ser tentado por uma mulher. Ele
insistiu: ―Afasta o teu caminho da mulher adúltera, e não te aproximes da porta de sua casa, para que não
dês a outrem a tua honra, nem os teus anos a cruéis.‖ Prov. 5:8 e 9. E insensato trocar sua família e seu
futuro por alguns momentos sensuais.
7. Fortaleça-se espiritualmente. Mantenha elevada sua resistência espiritual. Lembre-se de que a
ordem ―não adulterarás‖ é dirigida a você. Encare a questão como José o fez: ―Como, pois, cometeria eu
tamanha maldade, e pecaria contra Deus?‖ Gên. 39:9. Considere o adultério um pecado, não apenas contra
si mesmo e sua família, mas contra o seu Deus!
{56}
Ética e a Lei
Processos contra a igreja. - A separação entre a Igreja e o Estado não visa proteger a igreja de
processos legais quando há abuso sexual por um pastor ou outro líder. Vítimas, congregações e
administradores de igreja têm historicamente tentado proteger a igreja escondendo maus procedimentos
sexuais. A lei e a sociedade, porém, estão-se tomando mais ativas em proteger a parte mais fraca.
Atualmente, o pastor deve ser responsabilizado perante a lei por intimidade sexual com a
aconselhada, não importa qual tenha sido a iniciativa ou as atitudes dessa pessoa. A posição de poder e
suposta maturidade emocional do pastor quase sempre leva a lei a considerá-lo responsável, bem como a
organização a que está filiado.
30

Alguns terapeutas insistem que os conselheiros que têm relações sexuais com seus aconselhados
devem ser processados por estupro, não importa qual tenha sido a colaboração da vítima, Há estupro
quando uma pessoa domina a outra. Isso é verdade, argumentam eles, quer esse domínio seja físico ou
psicológico.
Igrejas e associações estão sendo também processadas pelo mau procedimento de líderes locais da
igreja, especialmente pelo abuso sexual de menores. Tais abusos podem acontecer em retiros de
Desbravadores, classes da Escola Sabatina, escolas da igreja, etc. Quando isso acontece, os pais ficam
irritados e movem processos, e os tribunais e júris tendem a simpatizar com eles.
Em geral, a lei só considera as igrejas responsáveis pelos danos resultantes de negligência de sua
parte. Tipicamente, os processos movidos contra igrejas são baseados em ―empregadora negligente‖ ou
―supervisão negligente‖.
Empregadora negligente. - Se a igreja admite um voluntário ou um obreiro remunerado numa
posição de liderança sem a iniciativa de descobrir e resolver algum abuso prévio, a igreja pode ser
considerada responsável. Dois exemplos:
1. Se uma associação ou missão transfere um pastor para outra igreja, sabendo que ele foi culpado
de má conduta moral na igreja anterior; e se a nova igreja não foi avisada e o pastor continua a dar
aconselhamento, a associação pode ser responsável perante a lei no caso de problemas futuros,
2. Se um líder de jovens foi culpado de abuso de menores no passado, e a igreja atual nada fez para
tomar conhecimento do fato, a igreja local e a associação podem ser consideradas responsáveis no caso de
reincidência fritura.
Supervisão negligente. - Supervisão negligente significa que uma igreja não foi suficientemente
cuidadosa ao supervisionar um obreiro. Se confirmado, a igreja local e a associação podem ser legalmente
responsáveis por atos imorais.
{57}
CAPÍTULO 10
Crescimento Profissional
Por que Crescer?
Quando uma criança está crescendo? Quando atinge 1m20, ou 1m50? Depende do tamanho que
Deus designou que ela tenha. Quando um pastor está crescendo? Quando recebe uma igreja grande?
Quando recebe uma cadeira no escritório da associação/missão? A razão mais nobre para o crescimento
profissional não é a posição ou importância. Nem atingir o tamanho de alguma outra pessoa. Deve ser
tomar-se tudo quanto Deus designou.
Onde Crescer?
A avaliação é necessária. - Avaliação é como você aprende onde precisa crescer. A prática não
leva necessariamente à perfeição. Pode trazer apenas a duração, a permanência. Se você costuma fazer tudo
sempre da maneira errada, essa se toma a única maneira que parece ser certa. As habilidades pastorais são
melhor aprendidas pela prática, seguidas pela avaliação, e por um plano para melhorar.
A avaliação é assustadora. - Vença o medo de suas próprias limitações. Recusar a avaliação é
esconder-se não apenas de suas fraquezas, mas de seus pontos fortes. A avaliação o encoraja a destacar
suas áreas de dois e cinco talentos, de maneira que possa edificar seu ministério sobre o que você
desempenha melhor. Ela o encoraja também a notar aquelas áreas de um talento, das quais pode estar se
escondendo. Ajuda-o a elaborar planos para fazer o melhor com o que possui.
A avaliação é acessível. - Várias ferramentas de avaliação podem ser encontradas no manual
Evaluation Instruments for Pastors, Churches, and Church Administrators, preparado pela Associação
Ministerial da Associação Geral e disponível no Centro de Suprimento Ministerial, ou por meio da
Associação Ministerial de sua Divisão ou União.

Como Crescer
Estudante contínuo. - Em grande parte, os ministros atuam
{58}
31

como professores. Assim como estes, devem continuar aprendendo durante toda a vida. O treinamento
ministerial deveria ajudar o estudante a se tornar um aprendiz por conta própria. Deveria criar uma sede
perpétua por estudo e desenvolvimento,
O Concílio Anual de 1986 votou o seguinte: ―Incentivar as mesas administrativas das organizações
adventistas do sétimo dia a possibilitar que os ministros adventistas do sétimo dia recebam pelo menos 20
horas de educação contínua para o ministério a cada ano, ou uma média de 20 horas para cada ano de
licença. (Por exemplo, se a licença/credencial do pastor é votada por três anos, ele deveria, durante esse
tempo, acumular 60 horas de crédito.) Cursos feitos por um pastor para crédito acadêmico em conexão com
um programa formal de estudos aprovado pela organização empregatícia podem ser aceitos‘ em lugar de
unidades de educação contínua. Se por ocasião da renovação da licença/credencial do ministro, a média
anual de seu Programa de Educação Contínua for menor do que o padrão indicado de 20 horas, um
representante da organização empregatícia [deveria] pessoalmente aconselhá-lo e encorajá-lo a envolver-se
no Programa de Educação Contínua Para o Ministério.‖
A educação contínua pode vir na forma de um programa de graduação aprovado, ou de cursos
intensivos oferecidos pelas instituições adventistas do sétimo dia, ou ocasionalmente, por instituições
educacionais não adventistas. Esses cursos intensivos podem ser realizados nas universidades, ou fora. Os
concílios de obreiros, bem planejados, poderiam incluir educação contínua, O Departamento Ministerial da
Associação Geral preparou cursos em vídeo com essa finalidade. Cursos para auto-estudo, incluindo livro
de texto, guia de estudo e, às vezes, fitas e vídeo, podem ser encontrados no Centro de Suprimento
Ministerial da Associação Geral.
Seja um leitor ávido. Use a biblioteca local, tome livros emprestados dos colegas de ministério,
freqüente livrarias, inclusive as que oferecem livros usados. Estabeleça uma meta semanal de leitura. Inclua
também alguma leitura secular. Os pastores cujas mensagens são acusadas de irrelevância, normalmente
não lêem muito sobre o que acontece na sociedade à qual transmitem a Palavra do Senhor.
Renovação espiritual contínua. - Para o ministro, o crescimento profissional é sempre voltado
para Deus. Devemos vencer a tentação de pensar que somos espirituais porque estamos fazendo coisas
espirituais. Paulo advertiu: ―... para que, tendo pregado a outros, não venha eu mesmo a ser desqualificado‖
(1 Cor. 9:27), Seu compromisso: ―Porque decidi nada saber entre vós, senão a Jesus Cristo, e Este
crucificado.‖ 1 Cor. 2:2.
Ao falar de João Batista, as Escrituras declaram: ―Houve um homem enviado por Deus, cujo nome
era João.‖ João 1:6. Os que são enviados
{59}
por Deus, são invariavelmente os mais preparados profissionalmente para levar outros a Deus.
No ministério, talvez mais do que em qualquer outra profissão, ―O segredo do êxito está na união do poder
divino com o esforço humano. Aqueles que levam a efeito os maiores resultados são os que mais
implicitamente confiam no Braço todo-poderoso. ... Os homens de oração são os homens de poder.‖ -
Patriarcas e Profetas, pág. 509.
{60}
CAPÍTULO 11
Exemplo Cristão
―Torna-te, pessoalmente, padrão de boas obras. No ensino, mostra integridade, reverência,
linguagem sadia e irrepreensível, para que o adversário seja envergonhado não tendo indignidade nenhuma
que dizer a nosso respeito.‖ Tito 2:7 e 8.
Ser o Que se Ensina
Jesus era como ensinava. Foi isso que tomou Seus ensinamentos tão eficientes. Como pregadores,
devemos ser como queremos que os outros sejam, acreditar o que esperamos que eles acreditem, e amar a
Cristo do modo como desejamos que eles O amem.
O ministério, talvez mais do que qualquer outra profissão, pressupõe que vocação e vida pessoal
são inseparáveis. Ao escolher um cirurgião ou um mecânico, provavelmente espera-se mais competência
do que caráter. Não é assim com os ministros, O que somos como pessoas é mais importante do que o que
fazemos como pastores.
32

Nós, ministros cristãos, vivemos numa comunidade não somente com o propósito de pregar a
Cristo, mas de mostrar, pelo menos em pequena extensão, como Cristo era. Assumimos o cristianismo na
pele. Não somos pessoas perfeitas, mas deveríamos, como Cristo, ser pessoas de princípios.
Deus precisa de pastores que sejam tanto boas pessoas como capazes. No decorrer do tempo,
porém, a congregação será mais ajudada pelo bom do que pelo capaz.

Estar Consciente da Condição de Ser Humano


Os ministros devem vencer seu orgulho. - Precavenha-se do conceito de que sua santa vocação
toma-o uma pessoa santa. Sua congregação tende a considerá-lo como o ―homem santo‖ local.
Tragicamente, isso pode levá-lo a assumir esse conceito também. Apesar de que nossa meta é ser como
Cristo foi, quanto mais nos tomarmos parecidos com Ele, menos conscientes estaremos desse fato. Todo o
resto é orgulho mascarado de piedade.
Os ministros devem aceitar sua condição humana. - Cristo teve que
{61}

Se tornar humano antes que pudesse tornar-Se o nosso ―Pastor‖. ―Por isso mesmo convinha que, em todas
as coisas, Se tomasse semelhante aos irmãos, para ser misericordioso e fiel sumo sacerdote. ... Pois naquilo
que Ele mesmo sofreu, tendo sido tentado, é poderoso para socorrer os que são tentados.‖ Heb. 2:17 e 18.
Jesus Se tornou ―semelhante aos irmãos‖ para que pudesse servi-los misericordiosa e fielmente.
Seus pastores deveriam aceitar sua condição humana para que pudessem servir a seu povo de maneira mais
eficiente. Jesus sofreu, ―tendo sido tentado‖. Isso O capacita a ajudar os que são tentados. Seus pastores
devem enfrentar e, por meio de Cristo, vencer suas próprias tentações, para serem habilitados a ajudar seu
povo a enfrentar e vencer as deles.
Os ministros devem conhecer suas limitações. - De acordo com profissionais empenhados em
aconselhar pastores, os problemas mais comuns enfrentados pelos ministros, são: baixa auto-estima, falta
de convicção pessoal e sentimentos de inferioridade. Isso pode ser atribuído à visão idealista das pessoas
em relação aos ministros e sua obra. As congregações esperam que eles sejam mais do que são. Os
ministros tentam corresponder a tais expectativas pretendendo ser mais do que são. Essa falsidade é, sem
dúvida, desencorajadora. Eles se sentem hipócritas. Sua auto-estima é devastada.
Conheça suas limitações espirituais. Você deve estar no caminho do Céu para poder levar as
pessoas para lá, mas não suponha que já chegou ali! Afinal de contas, você é humano, e não Deus. E
correto admitir isso.
Conheça suas limitações físicas. Não se deixe enganar pelas pessoas que pensam que você tem
mais de dois metros de altura e pode andar sobre a água. Não pode trabalhar 20 horas por dia e se conservar
calmo. Não pode fazer tudo o que as pessoas querem. Além disso, não é o que se espera de você.
Os ministros devem partilhar seu ministério. - Você não precisa estar à frente de tudo em sua
igreja. A onipotência é uma característica que Deus não lhe deu. O propósito do dom pastor-pregador é
―com vistas ao aperfeiçoamento dos santos, para o desempenho do seu serviço, para a edificação do corpo
de Cristo‖ (Efés. 4:12). Admita sua humanidade partilhando o ministério com seus membros. Vocês são
colegas de ministério. Apenas as funções são diferentes. Ministre com eles, não apenas para eles.

Disposição Para Admitir Erros


Para Deus, o único ―pecado imperdoável‖ é o pecado não confessado.
{62}

Para as congregações, o erro ministerial mais imperdoável é provavelmente aquele que todo mundo sabe,
mas você não quer admitir. Deus perdoa de bom grado os pecados que confessamos. As congregações
geralmente perdoam os erros que admitimos.
Seja um exemplo cristão para o seu rebanho, mas lembre-se de que o primeiro passo no
cristianismo é admitir que erramos.
{63}
SEÇÃO DOIS
33

O Ministro e a Igreja Mundial

12. Relacionamento com a Associação


13. Normas da Igreja
14. Credenciais
15. Ordenação
16. Cerimônia de Ordenação
17. A Organização de Novas Igrejas
18. Unificando Igrejas
19. Dissolução de Igrejas

{64}
{65}

CAPÍTULO 12
Relacionamento com a Associação
A Organização é Necessária*
(* A organização da igreja e a relação do ministro para com ela são bem detalhadas no Manual da Igreja,
capítulos 2-4, 9 e 16.)
A organização é necessária por razões teológicas. - Deus sempre foi organizado. Onde Deus está,
há organização. O Céu é organizado. ―A ordem é a lei do Céu, e deveria ser a lei do povo de Deus sobre a
Terra.‖ - Testemunhos Para Ministros, pág. 26. O Universo é organizado. Ao examinar uma única célula ao
microscópio ou vasculhar as estrelas com o telescópio, você vê uma organização precisa. ―Método e ordem
manifestam-se em todas as obras de Deus, em todo o Universo.‖ - Ibidem.
Deus sempre organizou Sua Igreja. Ele dotou o antigo Israel com um impressionante sistema
organizacional. Jesus fundou uma organização literal de igreja e ordenou seus líderes. O Espírito Santo
guiou a Igreja do Novo Testamento ao escolher líderes e ser organizada.
A Igreja é semelhante à arca de Noé. A arca, sem dúvida, era um barco imperfeito, pois foi
construída por homens, mas cumpriu sua função de ajudar a Deus na salvação de Seu povo, porque foi feita
segundo os planos divinos. A Igreja é uma organização imperfeita, pois é constituída de seres humanos,
mas cumprirá seu trabalho de ajudar a Deus na salvação de Seu povo, porque faz parte do plano divino.
Ser cristão é amar Sua Igreja, pois ―Cristo amou a Igreja, e a Si mesmo Se entregou por ela‖ (Efés.
5:25). ―Testifico aos meus irmãos e irmãs que a Igreja de Cristo, por débil e defeituosa que seja, é o único
objeto sobre a Terra a que Ele confere Sua suprema atenção.‖ - Testemunhos Para Ministros, pág. 15.
A organização é necessária por razões práticas. - Qualquer nação, empreendimento, ou mesmo o
corpo humano, falharia sem organização. Uma igreja com a tarefa de levar as três mensagens angélicas ao
mundo certamente falharia sem organização. Qualquer grupo com algum objetivo deve ser organizado. Por
isso, os adventistas primitivos organizaram esta Igreja. Ellen White resumiu-o deste modo: ―Aumentando o
nosso número, tomou-se evidente que sem alguma forma de organização, haveria grande confusão, e a obra
não seria levada avante com êxito. A organização era indispensável para
{66}

prover a manutenção do ministério, para levar a obra a novos campos, para proteger dos membros indignos
tanto as igrejas como os ministros, para a conservação das propriedades da Igreja, para a publicação da
verdade pela imprensa, e para muitos outros fins.‖ - Testemunhos Para Ministros, pág. 26.

Os Pastores Ajudam as Associações


A posição do presidente da associação/missão é parecida com a de Paulo, quando escreveu sobre
sua ―preocupação com todas as igrejas‖ (II Cor. 11:28). O presidente da associação é o supervisor de todas
as igrejas, sob a orientação das organizações superiores, mas depende em grande parte dos pastores para
levar avante os planos e iniciativas da associação. Nada na associação funciona bem sem a participação
pastoral.
34

A responsabilidade dos pastores e anciãos está na congregação local, onde devem ―cuidar da igreja
de Deus‖ (1 Tim. 3:5). Devem pastorear o rebanho. ―Atendei por vás e por todo o rebanho sobre o qual o
Espírito Santo vos constituiu bispos, para pastoreardes a igreja de Deus, a qual Ele comprou com o Seu
próprio sangue.‖ Atos 20:28,
As associações dependem quase totalmente dos pastores para o crescimento e nutrição da igreja. O
dinheiro dos Campos vem das igrejas. A receita financeira da associação depende em grande parte do
ministério de seus pastores.

As Associações Ajudam os Pastores


A ajuda dos administradores. - Através das resoluções da mesa administrativa da associação, os
administradores fornecem significativa segurança financeira aos ministros. Ao contrário de muitos clérigos,
os pastores adventistas não precisam levantar seus próprios vencimentos Os salários podem nem sempre
parecer generosos, mas são quase sempre confiáveis.
Os administradores dos Campos ajudam os pastores provendo-lhes importante segurança de
trabalho. Nenhuma facção discordante em sua igreja pode excluí-lo do ministério. Se você se envolver em
alguma dificuldade, é de se esperar que os líderes da associação o ajudem e aconselhem. Se uma mudança
parecer apropriada, quase sempre eles irão arranjar uma outra posição ou localidade.
Os departamentos ajudam. - Os pastores devem ser generalistas, Os diretores de departamentos
deveriam ser especialistas, colocando seus conhecimentos específicos à disposição dos pastores e
trabalhando ao lado deles para treinar seus membros. Não têm autoridade direta sobre os pastores. São
conselheiros, não chefes.
Os departamentos devem manter os pastores informados acerca dos programas e materiais
disponíveis. De posse dessas informações, os pastores
{67}

devem liderar as igrejas desenvolvendo seus próprios objetivos e planos, e então solicitar assistência e
conselhos aos departamentos.
A associação ministerial da associação/missão deveria ser de especial interesse aos ministros e
fornecer-lhes importantes serviços, tais como: visita pessoal, disposição para ouvir, adestramento que supra
suas necessidades educacionais, treinamento em evangelismo pastoral, a revista Ministério que os mantém
informados das questões ministeriais, instrumentos ganhadores de almas que os auxiliem no ministério,
oportunidades de educação contínua, assistência no treinamento de anciãos e um sistema de treinamento e
apoio para a esposa.
Cooperação, a Chave

A organização limita a liberdade. - Você é livre para fazer sua escolha própria, individual, ao
aceitar trabalhar na Obra. Contudo, quando se torna um obreiro e líder na igreja, aceita uma
responsabilidade para com ela, que pode diminuir sua liberdade pessoal. Você se obriga a:
1. Confiar em seus líderes. Eles podem ter fraquezas, mas provavelmente não mais do que as suas.
Irão cometer erros, mas você também. Discutam as diferenças. Há pouco prazer e menos cristianismo em
trabalhar juntos sem mútua confiança. ―Nutramos o espírito de confiança na sabedoria de nossos irmãos.‖ -
Testemunhos Para Ministros, pág. 500.
2. Apoiar seus líderes. Mesmo quando vocês discordam, dê-lhes apoio, desde que não venha a
contrariar sua própria consciência.
3. Consultar os líderes. Ao pensar em comprar ou construir uma casa, freqüentar um curso local, ou
participar de qualquer outra atividade que venha a tomar parte do tempo normalmente destinado ao seu
trabalho regular, primeiro consulte a liderança da associação/missão. Consultar assegura a segurança
futura.
4. Considerar seus líderes responsáveis. Nossa forma de governo eclesiástico é um sistema
representativo. Na época de eleições, o processo democrático lhe dá o direito e a obrigação de considerar os
líderes responsáveis.
Pensar com liberdade, mas falar com lealdade. - Os pastores têm liberdade para estudar por si
próprios, a fim de examinar todas as coisas e reter o que é bom (1 Tess. 5:21). A Igreja não afirma ter
35

encontrado toda a verdade. Estude. Discuta com seus colegas. Consulte os teólogos da Igreja. E preciso,
porém, traçar uma linha entre liberdade e responsabilidade. Você não tem o direito de discutir seus estudos
pessoais de um modo que abale a fé de algum membro.
Um direito restringido enquanto obreiro na organização, é a liberdade de pregar, imprimir ou
propagar pontos de vista que contradigam a posição
{68}

oficial aceita pela Igreja. Embora o Espírito Santo lidere indivíduos, Ele também instrui todo o povo de
Deus para que novos pontos de compreensão resultem em harmonia entre os crentes. Busque e aceite
conselhos. ―Nunca deve um obreiro considerar virtude a persistente conservação de sua atitude de
independência, contrariamente à decisão do corpo geral.‖ - Testemunhos Seletos, vol. 3, pág. 408.
Embora Deus nos tenha criado livres e independentes, quando essa liberdade é dedicada
cooperativamente à Igreja é que a obra do Senhor avança com poder. O dom da vontade individual, para o
bem geral, é básico para a organização. E divino. Se você possui ―nova luz‖ que outros líderes responsáveis
não podem confirmar, deve questionar seriamente e finalmente rejeitar sua posição independente. Deus não
revelará a verdade só para você.
{69}
CAPÍTULO 13
Normas da Igreja
O livro General Conference Working Policy (―Praxes da Associação Geral‖) e sua adaptação pela
Divisão Sul-Americana provêem orientações específicas para as associações/missões. Os administradores
do Campo local devem ter esses dois livros de praxes e aceitar a responsabilidade especial de aplicá-las no
seu território. O livro de Praxes da Associação Geral é atualizado no Concílio Anual, e o da Divisão, no seu
concílio de fim de ano.
O Manual da Igreja provê orientações específicas para as igrejas locais. Os pastores devem aceitar a
responsabilidade de aplicar tais normas em suas igrejas. Não têm mais liberdade de ignorá-lo, do que os
administradores para não fazer caso das praxes que se aplicam mais diretamente às associações/missões.
O Manual da Igreja é o livro de normas mais importante da denominação. Foi aprovado pela
Assembléia da Associação Geral e somente pode ser atualizado nas sessões subseqüentes, que ocorrem de
cinco em cinco anos.
Orientações adicionais aos pastores são fornecidas pelo Guia Para Ministros, preparado pela
Associação Ministerial da Associação Geral, após prévia consulta a pastores e outros líderes do campo
mundial. E atualizado sempre que necessário. Cada pastor deve possuir estes dois livros.

Manual da Igreja
Autoridade. - Como é aprovado pela Igreja mundial reunida em assembléia, o Manual da Igreja
representa toda a autoridade da Igreja. ―Quando numa assembléia geral, é exercido o juízo dos irmãos
reunidos de todas as partes do campo, independência e juízo particulares não devem obstinadamente ser
mantidos, mas renunciados.‖ - Testemunhos Seletos, vol. 3, pág. 408.
Firme adesão ao Manual da Igreja não apenas é sua responsabilidade como pastor, mas também
representa vantagem. Se o apóia mesmo que desejasse vê-lo mudado em algo, você pode confiar em sua
autoridade para apoiá-lo quando outros insistirem numa alteração inaceitável. Por outro lado, se depreciar
essas normas da Igreja mundial, seus membros aprenderão a depreciar as normas que você estabelecer na
igreja local.
{70}

Flexibilidade. - O Manual da Igreja, por outro lado, apresenta considerável flexibilidade intrínseca.
Deve ser adaptado a culturas variadas e ser sensível a mudanças sociais. Você deveria sentir-se livre para,
com a igreja, experimentar mudanças que não contrariem as palavras e intenções das normas do Manual.
O ideal é que as alterações surjam dentre a igreja local, e não como imposição das entidades
administrativas. Portanto, quando achar que devem ser feitas alterações no Manual da Igreja, você tem
tanto o direito como a responsabilidade de sugerir tais mudanças à Associação Geral através de sua
associação/missão.
36

Transferência de Membros
Consulte o Manual da Igreja quanto aos detalhes da transferência de membros. Consideraremos
aqui apenas alguns aspectos atinentes ao pastor.
Significado de ser membro da Igreja. - Ser membro da Igreja é um privilégio de origem divina.
Cuidar da lista de membros da igreja local, bem como das pessoas que ela representa, é uma
responsabilidade sagrada. Tanto a igreja local como a Igreja mundial precisam de auto-avaliação contínua,
o que é feito em grande parte com base nos registros da igreja local. A não ser que o pastor e o secretário da
igreja mantenham registros locais atualizados e acurados, a Igreja mundial não poderá avaliar com clareza
seus sucessos ou fracassos. Além disso, se sua igreja não cuidar prontamente das cartas de transferência de
membros, isso será uma descortesia para com a igreja que está recomendando ou recebendo um membro.
Transferência por carta. - O Manual da Igreja recomenda que, se um membro se mudar e estiver
ausente da congregação local por um período de mais de seis meses, sua condição de membro deve ser
transferida. Para a segurança do membro, é bom incentivar tal procedimento. Contudo, as pessoas não
devem sentir-se pressionadas. Uma carta de transferência jamais deveria ser iniciada contra o desejo ou
conhecimento do membro.
A comissão da igreja não deve ir além de sua autoridade ao lidar com o status dos membros. A
comissão pode recomendar, mas apenas o corpo todo da igreja pode decidir.
E ao mesmo tempo impróprio e imprudente eleger alguém para um cargo na igreja antes que tenha
sido efetuada sua transferência. Seria embaraçoso ficar sabendo mais tarde que a igreja anterior não pôde
recomendar determinado membro como estando em boa situação.
Transferência de membros disciplinados. - Em nenhuma hipótese deveria uma igreja votar a
carta de transferência de um membro que esteja
{71}
sob disciplina, pois seria extrema descortesia para com a igreja que recebesse o novo membro.
Seja cauteloso no que se refere a aceitar por profissão de fé, ou mesmo pelo batismo, pessoas que
foram membros de outra congregação. Nesse caso, a atitude segura e cortês a ser tomada é contatar o pastor
ou ancião da igreja anterior e saber por que o membro foi eliminado.
{72}
CAPÍTULO 14
Credenciais
Propósito
―A confraternidade de igrejas, por meio da Associação ou Missão, confere a certos homens a
autoridade de representar a Igreja e por ela falar como ministros e obreiros do Evangelho. Essa autoridade é
representada pela concessão de credenciais, que são documentos devidamente datados e assinados‘ pelos
oficiais da Associação ou Missão.‖ - Manual da Igreja, capítulo 9.
As Uniões têm a especial responsabilidade de supervisionar a concessão de credenciais. ―A União e
os Campos locais partilham a responsabilidade de salvaguardar a integridade do ministério, e devem, pela
ação e prática denominacionais, assegurar que as credenciais concedidas nos seus respectivos territórios
certifiquem, sem qualquer dúvida, que seus portadores estão em situação regular e inquestionável,
apropriadamente sujeitos ao chamado para qualquer outro campo de trabalho.‖ — GC Policy L 60 O5.
As credenciais protegem as congregações dos indivíduos que podem desorientar a igreja. ―Para que
os inimigos da Causa não tenham acesso aos nossos púlpitos, insiste-se da maneira mais categórica que não
seja permitido que pessoa alguma fale a qualquer congregação sem que apresente credencial da
organização, válida e atualizada. Reconhece-se que há ocasiões em que funcionários do Governo ou líderes
cívicos dirijam a palavra às nossas congregações, mas todos os demais devem ser excluídos do púlpito.‖ —
Manual da Igreja, capítulo 9. Isso, é claro, não quer dizer que seja proibido que membros regulares da
congregação preguem.
Ministros disciplinados. - Os ministros podem ser disciplinados devido a uma queda moral,
apostasia (abandono da fé, apoio constante a alguma atividade subversiva à denominação, recusa obstinada
em reconhecer a autoridade da Igreja) ou dissidência continuada e sem arrependimento, sobre as crenças
fundamentais da Igreja Adventista do Sétimo Dia. (Ver GC Policy L 60 15.)
37

A disciplina pode afetar quatro aspectos da relação ministro/igreja: 1) sua licença/credencial é


removida no caso de queda moral, apostasia ou dissidência; 2) anulação da ordenação no caso de queda
moral ou apostasia; 3) sua condição de membro da igreja; e 4) perda de emprego no ministério do
evangelho, no ministério do ensino ou na liderança denominacional. (Ver GC Policy L 60 20.)
{73}

A exclusão de pastores do ministério deveria, no entanto, ser feita muito cuidadosamente e com
oração. A perda de um membro constitui um processo muito doloroso, e todos sentem falta dele. Perder um
colega de ministério deveria ser, da mesma forma, muito doloroso. Atualmente há programas preparados
para se alcançar e ajudar ministros disciplinados. ―Quando acontecer a exclusão, a organização envolvida
deve prover um programa profissional de aconselhamento e orientação para o ministro e sua família, a fim
de ajudá-los na transição.‖ - GC Policy L 60 22.
Credenciais vencidas. - ―As credenciais são conferidas para a duração do período de mandato, seja
este anual, trienal ou qüinqüenal. As credenciais são renovadas por voto da assembléia na respectiva
organização em sessão. Se por qualquer motivo for considerado impróprio renovar as credenciais de algum
ministro, deixa ele de atuar como obreiro da organização. A posse de credenciais vencidas não o autoriza para
atuar em nenhum dos misteres de um ministro. Em tal caso, não possui ele nem mais autoridade nem
categoria que qualquer membro leigo na igreja.‖ - Manual da Igreja, capítulo 9.

A Quem Conferir Credenciais


Empregados. - credenciais/licenças devem ser conferidas somente a empregados denominacionais
de tempo integral e àqueles sob a supervisão de associações/missões ou de instituições da organização.
Devem expirar quando terminar a relação de emprego denominacional. Em casos especiais, uma
credencial/licença pode ser conferida a uma pessoa empregada numa instituição não denominacional, se
estiver servindo a Igreja sob a supervisão de uma organização denominacional.‖ - GC Policy D 10 70.
Também podem ser conferidas credenciais a capelães e a pastores de escolas, (Ver GC Policy D 10 71-73.)
―Qualquer organização com autoridade para conferir credenciais e licenças tem o direito de
recolher e invalidar os documentos concedidos.‖GC Policy D 10 75.
Aposentados. - ―Credenciais honorárias, correspondentes às que possuíam durante o serviço ativo,
podem ser conferidas aos beneficiários aposentados, membros da Igreja Adventista do Sétimo Dia.‖ - GC
Policy D 0535. Na maior parte dos casos, ―os empregados que recebem benefícios do Plano de Jubilação e
os capelães militares aposentados que recebem aposentadoria militar, se têm direito a credenciais ou outros
papéis, devem recebê-los da união em cujo território residem.‖- GC Policy D 10 60.
Os pastores aposentados normalmente são membros da igreja mais próxima do local em que
residem. Seu relacionamento para com a igreja é O mesmo que o de qualquer outro membro, exceto que
eles ainda podem ser
{74}

convidados a batizar, realizar casamentos, ordenar líderes locais, etc., especialmente quando o pastor ainda
não está autorizado a isso. Podem ser eleitos para qualquer cargo na igreja local.

Tipos de Credenciais
Credencial ministerial. - Esta credencial é conferida somente a pastores ordenados.
Licença ministerial. - A licença ministerial é conferida a pastores, evangelistas e professores de
Bíblia ainda não ordenados, mas a caminho da ordenação.
―A responsabilidade e autoridade do ministro licenciado pode em certas circunstâncias ser
ampliada, para incluir a realização de funções específicas‘ de um ministro ordenado nas igrejas para as
quais ele foi enviado. A autoridade para ampliar tal responsabilidade pertence à comissão da Divisão, que
deve definir com clareza, para o seu território, as funções ministeriais que podem ser delegadas a ministros
licenciados.‖ - GC Policy 25 05.
A Divisão Norte-Americana, por exemplo, adotou esta providência: ―O ministro licenciado está
autorizado pela associação a realizar substancialmente todas as funções de um ministro ordenado para os
membros nas igrejas ou grupos aos quais foi enviado e eleito como ancião de igreja, e para as comunidades
38

que ele atende.‖ - NAD Policy L 20 10. Ministros licenciados não podem, porém, presidir à organização e
à unificação de igrejas, nem ordenar anciãos e diáconos locais. (Ver NAD Policy L 20 10.)
―A mesa administrativa da associação/missão deve autorizar, em harmonia com as praxes da
Divisão, quais as funções pertinentes ao ministro ordenado que o ministro licenciado poderá realizar.‖ - GC
Policy L 25 15.
Há alguns requisitos mínimos que devem ser cumpridos pelo ministro licenciado antes de receber a
ampliação de funções ministeriais: haver completado o programa de treinamento ministerial, já possuir a
licença ministerial, ter uma responsabilidade ministerial ou pastoral, ter sido eleito como ancião local em
cada igreja para onde foi designado, e ordenado como ancião local. (Ver GC Policy L 25 10.)
Credencial de ministro comissionado. - O Livro de Praxes da Associação Geral não designa
especificamente uma credencial de ministro comissionado. No entanto, as divisões ficam livres para
conceder tal credencial, se assim o quiserem. A Divisão Norte-Americana) por exemplo, confere a licença
e a credencial de ministro comissionado, das maneiras que seguem: ―Para associados na obra pastoral;
instrutores bíblicos; tesoureiros e diretores de departamentos da Divisão, União e Campos locais, incluindo
diretores assistentes e associados; capelães de instituições; presidentes e vice-presidentes das instituições
maiores; auditores (diretor da Associação
{75}

Geral, associados, diretores de área e distritais); e diretores de campo do Christian Record Services.‖ - NAD
Policy D 05 10.
Quando é conferida a credencial de ministro comissionado, pode ser realizada uma cerimônia
apropriada.
Licença de ministro comissionado. - Esta licença é dada a empregados das categorias
comissionadas acima, que tenham menos de cinco anos de experiência. Não é prática normal ordenar
alguém que possua essa licença. (Ver NAD Policy D 0510.) Geralmente, um associado na obra pastoral
recebe uma credencial de ministro comissionado após quatro anos de serviço denominacional. (Ver NAD
Policy L 21 25.)
Instrutores bíblicos. - O instrutor bíblico é tão importante para a organização denominacional, que
no capítulo 9 do Manual da Igreja foi incluída uma descrição de suas funções. Embora o Guia Para
Ministros não tenha sido escrito especificamente para instrutores bíblicos, muita coisa nele contida se
aplica a eles.
Os instrutores bíblicos normalmente recebem uma licença missionária por um período de até cinco
anos, quando então lhes é concedida uma credencial missionária. Onde são conferidas a licença e a
credencial de ministro comissionado, os instrutores bíblicos podem ser incluídos nessa categoria.

Estágio
Os estagiários recebem uma ―licença‖ ao invés de ―credencial‖, não apenas porque são novos no
ministério, mas também para designar que seu treinamento ministerial não estará completo até que tenham
concluído seu período de estágio. A concessão de uma licença ministerial não é um compromisso, por parte
da associação, de que a ordenação estará assegurada. Ela provê apenas a oportunidade para os licenciados
confirmarem sua vocação.
Propósitos. - O estágio ministerial ―designa um período de serviço empregado em treinamento
ministerial prático, que deve ser recebido após o término do Curso de Treinamento Ministerial
recomendado, Esse período de treinamento deve ocorrer sob a supervisão do Campo local, a um salário
limitado, com o propósito de confirmar o chamado divino para o ministério,‖ - GC Policy L 10 10.
Privilégios. - Embora o estágio limite o ministro iniciante em alguns aspectos, também provê
importantes privilégios. Veja dois:
1. Experiência em todas as fases do ministério. ―As associações/missões locais devem colocar seus
estagiários ministeriais onde haja perspectivas de
{76}

desenvolvimento geral em todas as fases do ministério - evangelística, pastoral, de ensino (isto é, instrução
pessoal e de grupo), e várias atividades departamentais,‖ - GC Policy L 15 40.
39

2. Supervisão. ―Quando uma associação dá a um jovem uma licença ministerial, esta deveria ser
reconhecida como um voto de confiança da parte da liderança da associação para estimular o
desenvolvimento desse obreiro.‖- GC Policy L 35 35.
Um plano financeiro especial possibilita que a associação cumpra esse voto de confiança: ―O plano
destina-se a atender os Campos locais em tal treinamento ministerial através de uma participação no salário
e nas despesas, pela Divisão, União e Associação/Missão local, como definido pela resolução da Divisão.‖
- GC Policy L 15 25. A praxe diz que esse período de treinamento deve ser realizado sob supervisão e que
―as associações/missões devem assumir a responsabilidade pela supervisão direta dos estagiários
ministeriais em treinamento‖ (GC Policy L 15 40).
As associações/missões não devem usar o subsídio de estágio para preencher cargos pastorais com
os estagiários. Embora tal tentação seja compreensível, essa prática não só é contrária às normas da Igreja,
mas também muito prejudicial ao desenvolvimento da força ministerial, Os administradores da
associação/missão devem tomar providências para que os estagiários recebam adequada, supervisionada e
ampla experiência sob a direção de ministros preparados e experientes. A Associação Ministerial da
Associação Geral preparou o Manual Para Estagiários e Supervisores de Estágio Ministerial, com a
finalidade de primeiro treinar os supervisores e então ajudá-los no treinamento dos estagiários.
Cada estagiário deveria passar um tempo significante com pelo menos um, e de preferência com
vários supervisores, durante o período de estágio. Os supervisores só deveriam ser considerados
qualificados para supervisionar depois de um treinamento especial, como o que é recomendado pelo
manual.
{77}
CAPÍTULO 15
Ordenação
―O ministro licenciado é geralmente ordenado ao ministério do evangelho depois de haver
cumprido satisfatoriamente um período de serviço pastoral/evangelístico, durante o qual tenha dado
evidências do seu chamado para o ministério. O ritual espiritual da ordenação constitui o reconhecimento
oficial, pela Igreja Adventista do Sétimo Dia, de seu chamado divino ao ministério como um compromisso
vitalício, e é sua aprovação para labutar como ministro do evangelho em qualquer parte do mundo.‖ - GC
Policy L 25 30.
A extensão de tempo de serviço antes da ordenação não pode ser determinada, pois há muitas
variações. Normalmente, porém, um ministro licenciado é ordenado após uns quatro anos de experiência
no campo.

Ordenação: Uma Declaração*


(* Esta seção reproduz a declaração sobre a ordenação ministerial preparada pela Associação
Ministerial da Associação Geral e pelo Instituto de Pesquisas Bíblicas da AG. A declaração recebeu
contribuições de rodo o campo mundial e passou por numerosas revisões. Omite propositadamente a
questão do gênero na ordenação ministerial, preferindo estabelecer princípios básicos pelos quais possam
ser avaliadas todas as questões referentes à ordenação ministerial.)
―A Igreja cristã é um conjunto de pessoas que foram reconciliadas com Deus e com seus
semelhantes por Cristo Jesus (Efés. 2:16; Rom. 12:5), Unidos ao Senhor pelo batismo (Mat. 28:19), os
cristãos são incorporados em Sua obra de redenção como ‗sacerdócio real‘ para proclamar ‗as virtudes
dAquele que vos chamou das trevas para a Sua maravilhosa luz‘ (1 Ped. 2:9). Isto significa, entre outras
coisas, que os cristãos devem ser ministros de reconciliação, levando avante a missão de Deus no mundo
(II Cor. 5:18 e 20). O ministério é, portanto, a função de cada cristão, bem como da Igreja como
corporação, e é conduzido pelos dons que o Espírito Santo concede (Rom. 12:4-8; 1 Cor. 12:4-7; Efés. 4:8-
16; 1 Ped. 4:10).
―Ordenação para serviço especial. Embora todos os cristãos prestem serviço espiritual, o Novo
Testamento retrata uma igreja organizada, administrada e cuidada por pessoas especialmente chamadas por
Deus, separadas pela imposição das mãos para um serviço especial. Além da escolha
{78}
40

e ordenação dos doze apóstolos para sua função singular e exclusiva (Mar. 3:13 e 14; O Desejado de Todas
as Nações, pág. 296), as Escrituras distinguem três categorias de oficiais ordenados: 1) o ministro do
evangelho, cuja função pode ser definida como pregar/ensinar, administrar as ordenanças e o cuidado
pastoral de almas e igrejas (1 Tim. 4:14; II Tim. 4:1-5); 2) o ancião (algumas vezes chamado de bispo na
Bíblia), que exerce a supervisão de uma congregação local, realizando também funções pastorais
necessárias (Atos 14:23; 20:17; Tito 1:5 e 9; 1 Tim. 3:2 e 5); e 3) o diácono, a quem são confiados os
pobres e o trabalho de beneficência da congregação (Filip. 1:1; Atos 6:1-6; 1 Tim. 3:8-13).
―Anciãos e diáconos ordenados ministram em prol do bem-estar das congregações locais,
atendendo a suas necessidades. Mas, refletindo provavelmente a singular função dos apóstolos, maior
responsabilidade recai sobre os ministros do evangelho ordenados. Apoiados pelos anciãos e diáconos,
eles, em qualquer ocasião, servem a Igreja em palavra e autoridade, relembrando-a constantemente de seus
fundamentos bíblicos (II Tim. 4:1-5).
―O ministério do evangelho: um chamado especial. Embora os anciãos e diáconos sejam
designados com base na experiência espiritual e capacidade (Tito 1:5; Atos 6:30), os adventistas do sétimo
dia crêem que o ministério do evangelho é um chamado especial de Deus. A despeito dos meios pelos
quais o Senhor o realiza, Seu chamado se toma uma paixão envolvente, uma força persistente que leva seu
possuidor a exclamar: Pois sobre mim pesa essa obrigação; porque ai de mim se não pregar o evangelho! (1
Cor. 9:16). A convicção se toma como ‗fogo nos ossos‘ que não deixará de manifestar-se (Jer. 20:9).
Historicamente, os adventistas do sétimo dia têm defendido um processo de ordenação para os que são
chamados dessa maneira.
―O significado da ordenação. Assim como os profetas, sacerdotes e reis eram ungidos com azeite
para funções especiais, o ritual da ordenação pela imposição das mãos é um reconhecimento de que Deus
chamou alguns, que já Lhe pertencem, para propósitos especiais (cf. Mar. 3:13 e 14). A ordenação para o
ministério do evangelho reconhece especiais necessidades no corpo da Igreja: 1) a necessidade de liderança
que dê aos membros tanto o exemplo como o estímulo para seguir avante no plano de Deus (1 Cor. 11:1; 1
‗fim. 4:12); 2) a necessidade de sentinelas ‗nos muros de Sião‘, imbuídos da responsabilidade de informar e
alertar o povo de Deus (Ezeq. 3:17-19; II Cor. 11:2 e 3); 3) a necessidade de pregação da Palavra e da
vontade de Deus aos membros da igreja e nos esforços evangelíscos para alcançar os pecadores, que derive
de profundo e sério estudo das Escrituras (Atos 6:2-4; II Tim. 4:2-4).
―A ordenação, um ato de comissão, reconhece o chamado divino, separa o indivíduo e designa essa
pessoa para servir a Igreja de maneira especial.
{79}

A ordenação confirma os indivíduos assim separados como representantes autorizados da Igreja. Por esse
ato, a Igreja delega sua autoridade aos seus ministros para proclamar o evangelho publicamente para
administrar suas ordenanças, para organizar novas congregações e, dentro dos parâmetros estabelecidos
pela Palavra de Deus, para dar orientação aos crentes (Mat. 16:19; Heb. 13:17). Em suma, a ordenação
investe os ministros de plena autoridade eclesiástica para agir em benefício da Igreja em qualquer parte do
campo mundial, onde sejam admitidos pela Organização (Atos dos Apóstolos, pág. 161). Os adventistas do
sétimo dia não acreditam que a ordenação seja sacramental no sentido de conferir alguma característica
indelével, poderes especiais ou a habilidade para formular doutrinas. Ela não acrescenta ‗nenhuma graça ou
virtual qualificação‘ (Idem, pág. 162).
―O registro bíblico do ritual denota que era ‗uma forma reconhecida de designação para um cargo
específico, bem como da autoridade da pessoa no mesmo‘ (Ibidem). Por esse ato a Igreja coloca seu selo
sobre o trabalho de Deus realizado através de seus ministros e associados leigos. Na ordenação, a Igreja
invoca publicamente a bênção de Deus sobre as pessoas que Ele escolheu e dedicou para esta obra especial
do ministério.
“Qualificações para ordenação. O Senhor habilita aqueles a quem chama para serviço especial
(Exo. 3 1:1-5; 1 Tim. 4:14; II Tim. 1:6). Pela ordenação, a Igreja reconhece a obra de Cristo - a Cabeça da
Igreja - na formação do ministro. Como os ministros desempenham seu ministério dentro de uma
organização terrestre, essa organização deve determinar se a convicção íntima do indivíduo é apenas um
chamado geral para servir a Cristo como todos os membros, ou se é realmente um chamado genuíno para o
ministério do evangelho. O chamado de Deus e Sua capacitação constituem o primeiro passo para o
41

ministério; o reconhecimento e a confirmação de tal chamado pelas pessoas autorizadas a avaliar sua
validade constituem o segundo passo (cf. 1 Tim. 5:22).
―Os candidatos ao ministério do evangelho deveriam manifestar:
―1. Experiência espiritual Eles devem ter profundo conhecimento experimental da pessoa do
Senhor Jesus Cristo e dedicação a Ele, que se revelem numa reputação e estilo de vida exemplar, bom
senso, vida familiar representativa e traços de caráter positivos (1 Tim. 3:1-7; Tito 1:6-11).
―2. Conhecimento das Escrituras. Os pastores cristãos são principalmente chamados para o
ministério da Palavra. Os ordenandos deveriam, portanto, ter a mente equipada com a verdade, totalmente
sujeita à Palavra de Deus, e preparada para examiná-la e explicar seu verdadeiro significa‘ do. Terão dado
evidências de que são capazes de aplicar a disciplina da teologia em suas pregações, ensino e
aconselhamento (Tito 1:9; II Tim. 2:15 e 24-26; II Cor. 4:1 e 2; cf. Obreiros Evangélicos, pág. 105).
―3. Competência para as tarefas do ministério. Os ordenandos devem manifestar
{80}

claramente que Deus os dotou com os dons necessários para o os dons do intelecto e de oratória que os
capacitam para proclamar, defender e ensinar a fé (Efés. 4:12; 1 Tim. 3:1; Tito 1:9; II Tim. 2:2), e o dom de
liderança que os habilita a dirigir, motivar e preparar as congregações confiadas aos seus cuidados (1 Ped.
5:1-4),
―4. Ministério frutífero. E inadmissível que Cristo chamasse e habilitasse Seus servos sem que lhes
abençoasse os esforços. Os ordenandos revelarão seu chamado ao ministério tanto pelo êxito na conquista
de almas como pela sua capacidade para apascentar os que estão sob os seus cuidados (1 Cor. 9:2).
“Responsabilidade da ordenação. Embora a ordenação não confira poderes especiais ao recebedor,
impõe solenes responsabilidades e por esta razão não deve ser tratada levianamente Os ministros ordenados
não pertencem a si mesmos, mas a Deus. Seu tempo, talentos e vida são dedicados a Ele sem reservas, pois
são Seus porta-vozes e representantes de Sua Igreja. Os ministros proclamam a Palavra a pessoas destinadas a
julgamento e cujo destino eterno está na balança. O cuidado e a salvação de almas constituem um importante
encargo a eles confiado, ‗a tempo e fora de tempo‘ (II Tim. 4:2). O propósito divino é que não haja liberação
dessa vocação enquanto houver vida e força - até que o Senhor, ‗justo Juiz‘, entregue ‗a coroa da justiça‘ a
todos os Seus servos fiéis ‗naquele dia‘ - o dia de Sua vinda (II Tim, 4:8).‖

Autorizando a Ordenação
Após os que foram convocados por Cristo terem confirmado seu chamado para o ministério, Ele
escolheu alguns para a ordenação. ―Depois subiu ao monte e chamou os que Ele mesmo quis, e vieram para
junto dEle. Então designou doze para estarem com Ele e para os enviar a pregar.‖ Mar. 3:13 e 14, Assim, o
exemplo de Jesus autoriza Sua Igreja a ordenar os que experimentam intimidade com Cristo e estão
preparados para pregar a Cristo.
Barnabé e Saulo trabalharam no ministério durante algum tempo, e a marca do sucesso estava no
seu trabalho como evangelistas ganhadores de almas. Então o Espírito Santo autorizou Sua ordenação, ―E,
servindo eles ao Senhor, e jejuando, disse o Espírito Santo: ‗Separai-Me agora a Barnabé e a Saulo para a
obra a que os tenho chamado. ‘ Então, jejuando e orando, e impondo sobre eles as mãos, os despediram.‖
Atos 13:2 e 3.
Ellen White comenta: ―Abundantemente havia Deus abençoado os labores de Paulo e Barnabé
durante o ano que ficaram com os crentes em Antioquia. Mas nenhum deles havia sido formalmente
ordenado para o ministério evangélico. ...Antes de serem enviados como missionários ao mundo pagão,
esses apóstolos foram solenemente consagrados a Deus com jejum e oração e a imposição das mãos. Assim
foram eles autorizados pela
{81}

Igreja, não somente para ensinar a verdade, mas para realizar o rito do batismo e organizar igrejas,
achando-se investidos de plena autoridade eclesiástica. ―...Tanto Barnabé como Paulo já haviam recebido
sua comissão do próprio Deus, e a cerimônia da imposição das mãos não ajuntou à mesma nenhuma graça
ou virtual qualificação.‖ - Atos dos Apóstolos, págs.160-162. Por conseguinte, a Igreja hoje só deveria
autorizar a ordenação daqueles a quem Deus já escolheu e confirmou.
42

Não como uma recompensa. - ―A ordenação nunca deve tomar-se simplesmente um prêmio por
serviço fiel, ou ser considerada como uma oportunidade para se acrescentar título e prestígio a um obreiro.
Também não é uma honra que deva ser buscada pelo indivíduo, sua família ou por amigos, em seu
benefício.‖ — GC Policy L 35 50.
Ordenação de pessoas que não são pastores. - ―Os obreiros que são ordenados ao ministério do
evangelho são separados para servir a Igreja mundial, principalmente como pastares e pregadores da
Palavra, e estão sujeitos à direção da Igreja quanto ao tipo de ministério e seu local de serviço. Deveria,
portanto, ser compreendido pelos que aceitam a ordenação e estão engajados em ministérios
especializados, tais como administração, ensino e liderança de departamentos, que eles podem ser
reenviados pela Igreja para desempenharem funções pastorais, de pregação e evangelisticas.‖ - GC Policy
L 40.
Os chamados para servir a Igreja em outros ministérios que não o pastoral, também podem ser
divinos em sua origem, mas deveriam ser reconhecidos de alguma outra forma diferente da ordenação ao
ministério do evangelho.
Quem autoriza a ordenação. - A ordenação ao ministério é o ato de separar o obreiro para uma
obra sagrada, não apenas para um Campo local, mas para a Igreja mundial, e precisa ser efetuada, portanto,
com amplo conselho.‖ - GC Policy L 45 05. O procedimento correto seria o seguinte:
1. Exame preliminar pela administração da associação/missão local.
2. Recomendação pela mesa administrativa da associação/missão.
3. Aprovação pela União.
4. Exame final.
―O tempo e o local para a cerimônia da ordenação, incluindo o exame do candidato, com sua
esposa, serão providenciados pela organização aprovadora, de comum acordo com a União.‖ - GC Policy L
45 10. O exame final é normalmente feito por um grupo de ministros do evangelho, incluindo pastores
convidados de fora do Campo local e da União, enfatizando assim que a ordenação é pela e para a Igreja
mundial.
―O exame dos candidatos à ordenação é conduzido por ministros
{82}

ordenados. Representantes ordenados de associações/uniões/divisões/Associação Geral, que estejam


presentes, podem ser convidados a ajudar no exame. Onde for considerado recomendável pela mesa
administrativa da associação/missão, um ou mais membros leigos podem ser escolhidos para participar.‖
— GC Policy L 50.
E essencial um exame minucioso. ―Antes de se realizar qualquer ordenação, deve haver um exame
cuidadoso, sem pressa, e com oração, dos candidatos, quanto à sua aptidão para a obra do ministério. Os
resultados de seus esforços como licenciados devem ser revistos, e o exame deve abranger os grandes fatos
fundamentais do evangelho.‖ — GC Policy L 50.
Ellen White declara ―Pouco se tem feito quanto a examinar ministros, e por essa mesma razão as
igrejas têm recebido os serviços de homens não convertidos, ineficientes, que têm acalentado o povo para
adormecer, em lugar de o despertar para zelo e atividades maiores na causa de Deus.‖ - Obreiros
Evangélicos, pág. 437.
A melhor ocasião para um exame profundo dos ordenandos é sob o passo 1, mais acima - o exame
preliminar pela administração local. Esse é o período mais adequado e em que as informações são mais
valiosas. O secretário ministerial deve ter reunido informações detalhadas sobre a vida e ministério do
candidato. Os candidatos podem ser examinados individualmente pelos líderes do Campo local, inclusive o
secretário ministerial.
O exame por ministros visitantes das organizações superiores, pouco antes da ordenação, vem em
último lugar no processo. Os candidatos já foram informados de sua ordenação. Os planos já foram feitos.
Foram convidados familiares e amigos. E quase muito tarde para se cancelar uma ordenação. Essa ocasião
não se destina principalmente para tomar decisões sobre a ordenação, mas é mais para aconselhamento,
confirmação e estímulo,
É recomendado o casamento antes da ordenação, mas não se trata de uma exigência. Se um
candidato para a ordenação é casado, a vida familiar e a dedicação do cônjuge devem ser considerados
43

Algumas pesquisas indicam que mais pastores abandonam o ministério por causa de esposas infelizes, do
que por qualquer outro motivo.
Não apressar nem retardar a ordenação. ―Por vezes tem havido demasiada pressa em recomendar
candidatos para ordenação. Por outro lado, também tem havido demasiada delonga, que até se estende a
vinte anos ou mais. Ambas as atitudes são erradas. Embora nenhum obreiro deva ser impelido para a
ordenação, é importante que, quando um homem está pronto para ser separado desse modo, a cerimônia
não seja retardada indevidamente.‖- GC Policy L 35 25.
Comunicar-se com os possíveis candidatos. - A ordenação ao ministério não é algo para se correr
atrás. Por outro lado, a igreja ensina claramente que este é o rito pelo qual ela expressa aprovação do
ministério
{83}

do licenciado. Os ministros licenciados e suas famílias não deveriam ser censurados por demonstrarem
profunda preocupação pelo seu trabalho - se está sendo aprovado ou não. Os líderes do Campo local devem
comunicar-se com eles abertamente. Removam o mistério que envolve a ordenação. E um passo solene,
mas não secreto.
Reordenando conversos que eram pastores de outras denominações. - ―Quando um ministro de
outra denominação aceita a mensagem do Advento e deseja tornar-se pastor adventista, ele deve, antes de
se envolver num programa formal de estudos, dar evidências de sua estabilidade na mensagem e de sua
aptidão como candidato ao ministério adventista, sendo ativo na igreja local.‖ - GC Policy L 30.
Após um período de seis meses a um ano trabalhando sob a supervisão do pastor local, pode ser
desenvolvido um plano para tais ministros freqüentarem um colégio ou universidade adventista, pelo
menos durante um ano. Então poderão ser considerados aptos para aceitar um chamado para o ministério
adventista.
―Ministros de outras denominações, ordenados ou não, que aceitam a mensagem do Advento e
continuam no ministério, podem receber licenças ministeriais depois de completarem seu período de estudo
e orientação, e terem sido admitidos como obreiros regulares em qualquer associação, missão ou
instituição. Ministros ordenados recebidos dessa maneira na obra denominacional devem ser ordenados ao
ministério da Igreja Adventista do Sétimo Dia, antes que lhes sejam conferidas credenciais ministeriais.‖ -
GC Policy L 30.

Exame Para Ordenação


Auto-exame. - A avaliação mais completa, antes da ordenação de um candidato, não deveria vir de
alguma comissão ou grupo, mas de si mesmo. Ellen White escreveu a um ministro: ―Você não tem
examinado intimamente seu próprio coração. Tem estudado muitos assuntos para tornar suas pregações
esmeradas, agradáveis e habilidosas, mas tem negligenciado o estudo mais importante e necessário, o
estudo de si mesmo.‖ - Testimonies, vol. 1, pág. 433; itálico acrescentado.
Exame formal. - A seguir são mencionadas três fontes de áreas que podem ser incluídas num
exame de ordenação. Os examinadores deveriam sentir-se livres para escolher qualquer uma das três como
base para suas perguntas.
1. GC Policy L 50. São sugeridas treze áreas:
a. Chamado para o ministério como obra da vida toda.
b. Crença nas Escrituras e conhecimento delas.
{84}

c. Conhecimento pessoal e completa aceitação das verdades vitais que cremos ser chamados para
proclamar ao mundo.
d. Experiência em vários tipos de responsabilidade ministerial.
e. Total consagração de corpo, espírito e alma.
f. Estabilidade espiritual
g. Maturidade social.
h. Aptidão como professor da verdade.
i. Habilidade em conduzir almas do pecado para uma vida santa.
44

j. Resultados em almas ganhas para Cristo.


l. Atitude cooperativa e de confiança na organização e funcionamento da Igreja.
m. Uma vida de conduta cristã coerente e exemplar.
n. Uma família exemplar.
2. Manual de estágio. Este manual, publicado pela Associação Ministerial da Associação Geral,
inclui 50 funções ministeriais, divididas em sete categorias. A associação/missão é responsável por
proporcionar a cada estagiário algum preparo em cada uma dessas 50 funções. Portanto, as questões dessa
lista testam tanto a associação/missão como o candidato.
Qualquer exame que teste o preparo individual para um chamado ou profissão deveria estar
baseado na descrição do trabalho dessa ocupação. Essas 50 funções retratam as áreas que todos os pastores
precisam conhecer, e assim, embora elas não sejam escritas em formulários descritivos da função,
constituem a orientação mais oficial da Igreja, acerca do que se espera que um pastor adventista do sétimo
dia seja e faça:
a. Crescimento pessoal: 1) devoções pessoais; 2) o adventismo como doutrina e movimento
mundial único; 3) atitudes, chamado ministerial, dedicação ao ministério; 4) normas da Igreja, estrutura
organizacional; 5) educação contínua; 6) desenvolvimento de um grupo de apoio pessoal; 7) sistema de
arquivos; 8) capacidade de liderança; 9) ética ministerial; 10) aparência pessoal; 11) finanças pessoais; 12)
saúde pessoal; 13) ministério em conjunto com a esposa; 14) administração do tempo, tempo com a
família.
b. Relações pessoais: 15) relacionamentos fora da igreja - lar, comunidade, grupos étnicos; 16)
relacionamentos com a igreja - Cristo, congregação, Campo local.
c. Evangelismo e crescimento da igreja: 17) sistemas de acompanhamento do crescimento da igreja;
18) sistemas de extensão do crescimento da igreja; 19) planejamento e estratégia do crescimento da igreja;
20) obtendo decisões; 21) evangelismo pessoal; 22) evangelismo público; 23) evangelismo de pequenos
grupos; 24) esforços de evangelização específicos, prisões, etc.
{85}

d. Treinamento dos membros da igreja: 25) recrutamento e treinamento de voluntários, oficiais,


dons espirituais.
e. Pregação e culto: 26) batismo; 27) dedicação de crianças; 28) Santa Ceia; 29) funerais; 30)
planejamento e liderança de cultos; 31) reuniões de oração; 32) pregação; 33) casamentos.
f) Cuidado e nutrição pastorais: 34) assimilando novos membros; 35) disciplina da igreja; 36)
aconselhamento; 37) membros antigos, membros inativos; 38) formação espiritual através da comunicação
com os membros; 39) visitação de membros.
g. Organização e administração: 40) educação cristã; 41) construção e manutenção de igrejas; 42)
vida social da igreja; 43) comissões; 44) departamentos da associação/missão; 45) finanças; 46)
pastoreando distritos com muitas igrejas; 47) solução de problemas e conflitos; 48) promoções, campanhas;
49) Escola Sabatina; 50) liderança JA.
3. Código de Ética do Ministro ASD. Este código de ética está no capítulo nove deste manual. Ele
constitui uma excelente base para o exame da dedicação do candidato ao ministério. Alguns sugerem que
esse código seja assinado pelos candidatos à ordenação.
{86}
CAPÍTULO 16
Cerimônia de Ordenação
Ministros
Participação do auditório. - Os adventistas ensinam que a ordenação é um programa para toda a
Igreja, além dos líderes ministeriais. Na prática, porem, a cerimônia de ordenação tende a centralizar-se
quase que exclusivamente em torno de ministros. O auditório tem tão pouca participação que os ouvintes
algumas vezes afirmam que se sentem como espectadores, sem qualquer envolvimento, apenas
testemunhando uma cerimônia de ministros para ministros.
O companheirismo entre pastores é agradável e importante, e pode ser apreciado numa recepção
especial que os ministros ordenados ofereçam ao candidato à ordenação e sua esposa. A ordenação, no
entanto, não é algo que os ministros fazem uns pelos outros, e, sim, que a Igreja toda faz pelo seu
45

ministério. Se a ordenação é principalmente para o serviço em igrejas locais, as igrejas sob os cuidados do
ordenando deveriam estar envolvidas
Quatro sugestões para aumentar o envolvimento do auditório:
1 Convidar os membros de todas as igrejas atendidas pelo ordenando, para que fiquem de pé, junto
com a família dele, ao ser apresentado e acompanhado até a plataforma
2. Incluir algumas leituras responsivas para o auditório, durante a cerimônia.
3. Em algum momento da cerimônia, levar à plataforma os anciãos das igrejas que o ordenando esta
atendendo presentemente. Talvez eles possam cumprimentar seu pastor logo após os ministros.
4 Realizar a cerimônia de ordenação em uma das igrejas locais, pastoreadas pelo ordenando. Isso
certamente tornará a ordenação mais significativa para a igreja, além de ser mais apreciada pelo pastor.
Envolvimento da esposa. — Cinco sugestões para aumentar o envolvimento da esposa na
cerimônia de ordenação:
1. Convidar a esposa para ir à plataforma junto com seu marido.
2. Convidar a esposa para se ajoelhar ao lado dele durante a oração de ordenação.
3. Pedir que ela permaneça ao lado do marido para a recomendação e boas-vindas.
4. Uma esposa de pastor pode dar boas-vindas especiais à esposa do ordenando.
{87}

5. Dar flores à esposa no momento em que o marido estiver recebendo o certificado de ordenação.
(Ou, se for costume entregar um presente ao marido, dar também uma lembrança à esposa.) Isso pode ser
feito em nome do grupo do ministério da mulher local, e ser entregue por sua diretora.

Ordem da cerimônia. — Se possível, todos os pastores ordenados deveriam estar sentados na


plataforma ao começar a cerimônia de ordenação.
A ordem da cerimônia poderia ser a seguinte:
Hino
Oração
Apresentação do(s) candidato(s) e esposa(s)
O(s) candidato(s) deve(m) estar sentados nos primeiros bancos do auditório até essa hora. À medida
que seus nomes forem sendo chamados, cada casal se levanta e toma seu assento na plataforma. Convém
que eles sejam acompanhados por um casal ministerial de sua escolha. Quando o casal se levantar, seus
familiares e os membros das igrejas atendidas por ele também poderiam levantar-se e permanecer de pé até
o casal sentar-se na plataforma. Enquanto isso, o secretário ministerial, ou quem estiver apresentando o(s)
candidato(s), faz um breve histórico de cada um deles e seu ministério. Também deveriam ser
mencionados os dons da esposa e seu próprio papel no ministério.
Música especial
Seria bom se fosse apresentada por um grupo de esposas de pastores.
Sermonete
Este deve ser breve. Os candidatos e suas esposas devem estar sentados num local para onde o
orador possa dirigir-se a eles diretamente. Deveria terminar com um desafio aos ordenandos.
Resposta do candidato
Esta parte pode ser omitida se o número de ordenandos for grande. Não deveria ser um sermonete,
mas um breve testemunho pessoal.
Oração de ordenação (será considerada mais adiante)
Recomendação (será considerada mais adiante)
Boas-vindas (serão consideradas mais adiante)
Conjunto vocal de pastores (se viável) ou outra música especial.
Os ministros já estão na plataforma. Este cântico poderia representar as boas-vindas e o desafio
ao(s) ordenando(s).
Bênção
Nesse ponto, os ministros geralmente levam considerável tempo cumprimentando e recebendo os
novos ministros e suas esposas, mas o auditório não é envolvido e fica impaciente. A sugestão é que o
auditório seja dispensado pouco antes dos cumprimentos. Assim, as
46

{88}

pessoas ficariam livres para se sentarem e estarem atentas, entrarem na fila de recepção e cumprimentos, ou
saírem.
Fila de cumprimentos nesta ordem:
Oficiais entregam certificados de ordenação, presentes, flores, etc.
Ministros.
Anciãos das igrejas atendidas pelos ordenandos.
Familiares e convidados especiais dos ordenandos. Estes poderiam estar sentados numa área
reservada.
Auditório.
Oração de ordenação. — A congregação é geralmente convidada a permanecer sentada, com a
cabeça curvada, durante a oração de ordenação. Os ministros e o(s)s candidato(s) ajoelham-se, este(s)
último(s) no centro do grupo. A esposa pode se ajoelhar ao lado do marido, mas não recebe a imposição
das mãos. Os que desempenham alguma parte especial na cerimônia, bem como alguns outros, que seja
conveniente participarem, ajoelham-se perto do(s) candidato(s), para a imposição das mãos.
Na oração de ordenação podem ser proferidas palavras de agradecimento a Deus pela família que
educou o candidato, pela esposa e filhos que estão ao seu lado, pelas congregações locais que o apóiam. A
oração reconhece o chamado de Deus ao ministro para sua sagrada obra e a necessidade de poder divino
para cumprir esse encargo. Ela implora que, ao serem as mãos dos ministros colocadas sobre o(s)
candidato(s), em reconhecimento, por parte da igreja, do chamado divino, o Senhor derrame em grande
medida o poder do Espírito Santo.
Quando a imposição das mãos for mencionada na oração, cada pastor ordenado coloca a mão sobre
a cabeça de um candidato, ou sobre os que estão impondo as mãos sobre o(s) candidato(s), de modo que
todos se unam. Eles continuam assim até o fim da oração.
Recomendação. — (Ao se levantarem da oração, todos os ministros permanecem de pé enquanto é
feita a recomendação:)
Irmão______ , Deus o chamou para a obra do ministério, e a Igreja, reconhecendo tal chamado, o
separou pela imposição das mãos. Agora você está investido com plena autoridade eclesiástica. Pessoa
alguma pode receber mais alta honra. Ela também envolve, porém, grande responsabilidade.
Recomendo que ministre como servo.
Como servo, faça do Mestre seu estudo durante toda a vida. Conheça o que ensina, mas primeiro
conheça Aquele sobre quem ensina. Ao passar mais tempo com Jesus, tornar-se-á semelhante a Ele. Pois é
pela contemplação que somos transformados. ―O discípulo não está acima do seu mestre, nem o servo
acima do seu senhor. Basta ao discípulo ser como o seu
{89}
mestre, e ao servo como o seu senhor.‖ Mat. 10:24 e 25.
Como servo, viva como seu Mestre viveu.
Como Jesus, viva de maneira simples. ―Tende em vós o mesmo sentimento que houve também em
Cristo Jesus, pois Ele, subsistindo em forma de Deus não julgou como usurpação o ser igual a Deus; antes
a Si mesmo Se esvaziou, assumindo a forma de servo.‖ Filip. 2:5-7. ―Participa dos meus sofrimentos, como
bom soldado de Cristo Jesus. Nenhum soldado em serviço se envolve em negócios desta vida, porque o seu
objetivo é satisfazer àquele que o arregimentou.‖ II Tim. 2:3 e 4.
Como Jesus, seja o que espera que os outros se tornem. ―Torna-te padrão dos fiéis, na palavra, no
procedimento, no amor, na fé, na pureza.‖ 1 Tim. 4:12.
Recomendo que ministre como pastor.
Jesus disse: ―Eu sou o bom pastor. O bom pastor dá a vida pelas ovelhas.
...O mercenário foge, porque é mercenário, e não tem cuidado com as ovelhas.‖ João 10:11 e 13.
Seja um pastor, não um mercenário. Trabalhe por amor às ovelhas, e não apenas por causa do
dinheiro. Ame a Cristo de maneira suprema, e Ele o ajudará a amar Suas ovelhas obstinadas e
desobedientes como Ele as amou. Seja ―brando para com todos, apto para instruir, paciente‖ (II Tim. 2:24).
E lembre-se: sua própria família é o primeiro rebanho sob sua responsabilidade como pastor.
Recomendo que ministre como vigia.
47

Como vigia, vigie e alerte. ―A ti, pois, ó filho do homem, te constituí por atalaia sobre a casa de
Israel; tu, pois, ouvirás a palavra da Minha boca, e lhe darás aviso da Minha parte. Se Eu disser ao
perverso: O perverso, certamente morrerás; e tu não falares, para avisar o perverso do seu caminho,
morrerá este perverso na sua iniqüidade, mas o seu sangue Eu o demandarei de ti. ... Dize-lhes: tão certo
como Eu vivo, diz o Senhor Deus, não tenho prazer na morte do perverso, mas em que o perverso se
converta do seu caminho, e viva. Convertei-vos, convertei-vos dos vossos maus caminhos; pois, por que
haveis de morrer, ó casa de Israel?‖ Ezeq. 33:7, 8 e 11.
Como vigia, vença. Jesus disse: ―Não fostes vós que Me escolhestes a Mim; pelo contrário, Eu vos
escolhi a vós outros, e vos designei para que vades e deis frutos, e o vosso fruto permaneça.‖ João 15:16.
―Conjuro-te, perante Deus e Cristo Jesus que há de julgar vivos e mortos, pela Sua manifestação e
pelo Seu reino: prega a palavra, insta, quer seja oportuno, quer não, corrige, repreende, exorta com toda a
longanimidade e doutrina. ... Tu, porém, sê sóbrio em todas as coisas, suporta as aflições, fase o trabalho de
evangelista, cumpre cabalmente o teu ministério.‖ II Tim. 4:1, 2 e 5.
Recomendo que ministre como professor.
{90}

Ensine pastoralmente, treinando seus membros para serem líderes. ―E o que de minha parte ouviste,
... isso mesmo transmite a homens fiéis e também idôneos para instruir a outros.‖ II Tim, 2:2.
Ensine inteligentemente, sendo constante leitor de livros e estudante da Palavra. ―Procura
apresentar-te a Deus, aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a
palavra da verdade.‖ II Tim. 2:15.
Ensine doutrinalmente. ―Expondo estas coisas aos irmãos, serás bom ministro de Cristo Jesus,
alimentado com as palavras da fé e da boa doutrina que tens seguido. ... Tem cuidado de ti mesmo e da
doutrina. Continua nestes deveres; porque, fazendo assim, salvarás tanto a ti mesmo como aos teus
ouvintes.‖ 1 Tim. 4:6 e 16.
Ensine de maneira prática e compreensível, para que até as crianças ouçam e entendam. ―Atendei
por vós e por todo o rebanho sobre o qual o Espírito Santo vos constituiu bispos, para pastoreardes a igreja
de Deus, a qual Ele comprou com o Seu próprio sangue.‖ Atos 20:28.

O poeta sintetiza:

Nós vos recebemos em nome


de Jesus, nosso exaltado Líder:
Vinde como servo: assim veio Ele;
Recebemos-vos em Seu lugar.

Vinde como pastor: guardai e protegei


Seu redil contra o inferno, a terra e o pecado;
Nutri os cordeirinhos, alimentai as ovelhas;
Curai os feridos, trazei os perdidos.

Vinde como vigilante: tomai vossa posição


Na altaneira torre entre as nuvens;
E quando a espada vier sobre a terra,
Chamai-nos para a luta, ou avisai-nos para escapar.

Vinde como professor, enviado por Deus,


Com Sua santa missão para declarar:
Levantai sobre nossas fileiras o bordão do profeta,
Enquanto conservamos vossas mãos unidas em oração.
James Montgomery

Ao terminar seu trabalho, você poderá dizer como Paulo: ―Combati o


48

{91}

bom combate, completei a carreira, guardei a fé. Já agora a coroa da justiça me está guardada, a qual o
Senhor, reto juiz, me dará naquele dia; e não somente a mim, mas também a todos quantos amam a Sua
vinda.‖ II Tim. 4:7 e 8.
Boas-vindas - (O grupo que está na plataforma permanece de pé enquanto o pastor escolhido dá as
boas-vindas:)
Prezado Pastor_____ , tenho o privilégio de estender-lhe as mais cordiais boas-vindas às fileiras do
ministério evangélico.
Dou-lhe as boas-vindas em nome de sua associação e da Igreja mundial. Seja leal à sua liderança.
Utilize os seus serviços para ajudá-lo em sua obra.
Nunca perca de vista nossa missão de ter ―o evangelho eterno para pregar aos que habitam sobre a
Terra, e a cada nação, e tribo, e língua e povo‖ (Apoc. 14:6).
Dou-lhe as boas-vindas em nome de seus colegas de ministério. Qualquer problema ou frustração
que você venha a enfrentar pode já ter sido enfrentado e resolvido com êxito por outros pastores. Escolha
um deles como seu pastor. Permita que seus colegas ministrem a você.
Dou-lhe as boas-vindas em nome das congregações pelas quais irá labutar. Elas têm o direito de
esperar muito de nós. É inspirador e confortante lembrar que suas orações ascendem em nosso favor,
enquanto nós, por nossa vez, as consideramos como coobreiros na conquista de almas.
Como soldado de Cristo, não estará livre de ferimentos e cicatrizes. Nenhum de nós consegue
livrar-se deles. No entanto, quando afinal estivermos em pé, vitoriosos, sobre o mar de vidro, com aqueles
pelos quais labutamos, a palma da mão marcada de nosso Comandante pousará suavemente sobre essas
cicatrizes. Para nós, os nossos ferimentos parecerão insignificantes em comparação com os dEle, ao
ouvirmos Cristo declarar: ―Muito bem, servo bom e fiel; foste fiel no pouco, sobre o muito te colocarei:
entra no gozo do teu Senhor.‖ Mat. 25:2 1.
Boas-vindas à esposa. - (Os da plataforma continuam em pé, enquanto a esposa de um pastor,
escolhida para isso, dá as boas-vindas à esposa do ordenando. Esta deveria estar em pé, ao lado do marido:)
Seja bem-vinda,_______,à família das senhoras cujos maridos são ordenados para o ministério
evangélico da Igreja Adventista do Sétimo Dia.
Seja bem-vinda ao ministério conjunto com seu marido. No Éden, foi preciso Adão e Eva para
representar devidamente a imagem de
{92}

Deus. No pastorado, precisa-se da força do marido e da sensibilidade da esposa para representar Cristo
completamente à Igreja.
O ministério de seu esposo precisa de você, quer ele saiba disso, quer não. Quaisquer que sejam
suas habilidades e talentos, trabalhe com ele para desenvolver um ministério conjunto, que satisfaça a
ambos. Sua unidade será um exemplo para a juventude, uma atração para os que não são crentes, e fonte de
auxílio para os que buscam conselho.
Seja bem-vinda ao seu próprio ministério. Não se espera que você faça tudo o que os membros, e
talvez mesmo seu marido, esperam de sua pessoa. Haverá algumas coisas para as quais você não vai se
sentir preparada. Não deveria recair sobre ninguém a expectativa de que faça tudo, mas cada membro da
igreja pode realizar algo. Encorajo-a a encontrar seu próprio lugar e preenchê-lo. Não tente ser tudo para
todos. Consagre-se, porém, a Deus, para que possa ser um instrumento Seu.
Seja bem-vinda aos problemas comuns às esposas de ministros:
* Solidão e isolamento resultantes de muitas mudanças, poucas raízes e a incerteza quanto a ser
aconselhável ou não formar amizades íntimas na igreja.
* Sentimentos de insuficiência, o medo de nem sempre conseguir sorrir quando deveria, dizer as
palavras certas, ou ter todos os dons que os membros esperam.
* Almejar privacidade ao viver num ―aquário‖, sendo vista continuamente como modelo para
outros, quando você mesma, algumas vezes, nem sabe ao certo que é.
* Derramar lágrimas ao orar pelas pessoas que não correspondem ao ministério que lhes é
oferecido.
49

* Orçamentos e horários apertados.


* Tensão quando você quer gritar defensivamente porque seu marido está sob ataque — e tudo que
você ousa é morder os lábios.
* Seja bem-vinda às alegrias da vida de esposa de pastor:
* Viver com um homem que, embora imperfeito, deve ser um cristão dedicado.
* Fazer parte do trabalho de seu marido, como você escolheu.
* Levar o evangelho às pessoas, a única coisa do mundo que pode realmente atender às
necessidades delas.
* Sentimentos de realização numa causa que realmente importa.
* Sentir-se útil.
* Compreender que a vida de serviço, embora algumas vezes frustrante, traz a maior satisfação à
vida.
* Saber que os membros da igreja os amam e muitos deles oram por
{93}
vocês diariamente.
* Descobrir que Jesus nunca falha. Você pode confiar plenamente nEle.
* Saber que Deus fez planos para o dia de hoje, antes de você ter nascido. Ele não a conduziu até
aqui para falhar, mas irá providenciar tudo que você precisa, para que tudo seja feito conforme Seu santo
anelo.
Nunca se esqueça de que suas amigas esposas de ministros estão orando por você. Oferecemos-lhe
o nosso especial apoio. Seja bem-vinda.
Sugestões adicionais. - Cinco sugestões adicionais que poderiam ser consideradas ao planejar o
serviço de ordenação:
1. Os líderes da associação/missão poderiam convidar o candidato e sua esposa para uma noite de
companheirismo e encorajamento. Ou a esposa do presidente do Campo poderia convidar a esposa do
ordenando para sair ou para ir a sua casa.
2. Reunir todo o grupo ministerial para uma cerimônia de Santa Ceia e especial reconhecimento do
casal. Seria apropriado dar uma lembrancinha para eles nessa ocasião.
3. Utilizar o Código de Ética do capítulo 9 deste manual. Ele poderia ser incorporado no sermão,
lido como um compromisso do ordenando ao ministério, ou impresso no verso do certificado de ordenação
ou em outro lugar, para ser assinado como compromisso do ordenando.
4. Como parte da cerimônia, os maridos poderiam falar às esposas, e vice-versa, partilhando seu
compromisso ao ministério.
5. Em alguns lugares, é tradicional presentear os ordenandos com uma Bíblia. Se for o caso, também
poderia ser dado um presente à esposa; talvez um hinário que combine com a Bíblia, ou algum outro presente
apropriado na cultura local.

Anciãos e Diáconos Locais


A associação/missão não precisa aprovar os candidatos à ordenação Como anciãos ou diáconos.
Eles são eleitos pela igreja local. Por outro lado, somente um ministro ordenado pode realizar a cerimônia
de ordenação de um ancião ou diácono, para ajudar a assegurar que não sejam ordenados indivíduos sem
cuidadosa consideração pela liderança da igreja local.
Em alguns países, a ordenação de anciãos ou diáconos é bem rara. Isso pode Ser resultado da
tradição de outras igrejas cristãs e da cultura local, que assumem que o candidato faz um compromisso para
toda a vida, do mesmo modo que um pastor ou sacerdote. A Igreja Adventista do Sétimo Dia ensina que os
diáconos e anciãos devem ser pessoas experientes e escolhidas sabiamente. Mas, depois de escolhidos e
aprovados pela congregação local, sua ordenação
{94}

não deveria ser adiada indevidamente. É bom que esses oficiais recebam treinamento, mas não se deve
supor que sua ordenação dependa disso.
Anciãos. Uma cerimônia adequada para a ordenação de anciãos abrange os seguintes aspectos:
50

1. Um ministro ordenado deve dirigir a cerimônia, Os ministros e anciãos ordenados que estiverem
presentes podem ser convidados a ajudar.
2. Numa hora adequada, normalmente durante a programação de sábado de manhã, o candidato é
convidado para ir à plataforma. Ler um trecho das Escrituras Sagradas, como 1 Timóteo 3:1-7. Podem ser
feitos alguns comentários sobre o trabalho do ancião (ver Manual da Igreja, capítulo 6). E apropriado fazer
referências ao cônjuge.
3. O candidato e o ministro se ajoelham. O pastor ora, pedindo que Deus aprove o reconhecimento
que a igreja está demonstrando, de que o Espírito Santo chamou o candidato para essa função. A mão da
ordenação é colocada sobre a cabeça do candidato durante a oração. Os pastores e anciãos assistentes
podem participar desse ato.
4. Após a oração, o ministro e os que estão ajudando apertam a mão do candidato e dizem algumas
palavras de encorajamento. Poderá ser entregue um certificado de ordenação. O recém-ordenado retoma
então para a congregação, ou permanece sentado na plataforma, assistindo à parte restante do culto.
Uma vez tendo sido ordenado como ancião de igreja, não é necessário ser ordenado novamente por
ocasião da reeleição ou da eleição como ancião de alguma outra igreja, contanto que a pessoa tenha
mantido uma boa situação na igreja. Quem tenha sido ordenado como ancião pode mais tarde servir como
diácono, sem precisar de nova ordenação.
Diáconos. - A cerimônia de ordenação para diácono é idêntica à do ancião. O texto bíblico sugerido
é 1 Timóteo 3:8-13, Comentários adicionais sobre a obra do diácono podem ser encontrados no Manual da
Igreja.
A ordenação como diácono não qualifica a pessoa para servir como ancião. Uma vez ordenado
como diácono, um homem não precisa de nova ordenação se for reeleito para o cargo.
Sugestões adicionais. - Opções como as que se seguem poderiam ser consideradas ao planejar-se a
ordenação tanto de anciãos como de diáconos:
1. As esposas daqueles que estão sendo ordenados poderiam ser convidadas a se assentarem nos
primeiros bancos da igreja. No momento apropriado, receberiam flores, o que, além de prestar-lhes
reconhecimento, as identificaria diante dos outros membros.
2. Após a ordenação, o primeiro ancião poderia dirigir as boas-vindas aos novos anciãos; o primeiro
diácono, aos novos diáconos.
3. Os candidatos à ordenação poderiam ajoelhar-se em volta do
{95}
pastor, e os demais que já são ordenados se ajoelhariam atrás deles. Depois da ordenação, os já ordenados
estenderiam a mão direita da comunhão àquele que se ajoelhou à sua frente.
Como adaptação, cada candidato poderia escolher (ou a igreja designar), dentre a congregação, uma
pessoa já ordenada ao cargo. Essas pessoas seriam encarregadas de ajudar a treinar o novo ordenando. Até
poderiam acompanhar os candidatos à plataforma, ajoelhar-se depois atrás deles e dar-lhes também a mão
direita da comunhão.

Cerimônia de Admissão
Em algumas partes do mundo, costuma-se separar dois tipos de líderes da Igreja para serviço
espiritual especial, numa cerimônia de admissão, em vez de ordenação:
Ministros comissionados. - (Quanto aos que são incluídos nesta categoria, ver capítulo 15.)
A ordenação ministerial é um sinal público da aceitação pela Igreja do ministério do ordenando. A
Igreja mundial não chegou a um consenso a favor da ordenação de mulheres, mas tem aceito mulheres no
ministério pastoral. As mulheres, no início da obra ministerial, compreendem que devem se autoconfirmar,
mas algumas nunca se sentem totalmente aceitas em sua vocação. Há necessidade de um sinal público de
aceitação pela Igreja do ministério de tais mulheres. Isso também é verdade quanto a outras pessoas na
classificação de ministro comissionado. Uma cerimônia de admissão pode prover este sinal público.
A Divisão Norte-Americana estimula tal iniciativa. ―E recomendada à realização de apropriada
cerimônia de admissão quando um obreiro recebe a credencial de ministro comissionado.‖ - NAD Policy D
05 10.
Ordem sugestiva da cerimônia de admissão:
Hino
51

Oração
Propósito do comissionamento
Apresentação do(s) candidato(s)
Música especial
Sermonete
Resposta do(s) candidato(s)
Compromisso (Leitura responsiva pelo dirigente, candidato(s) e congregação.)
Oração de dedicação
Apresentação de credenciais
Bênção final
{96}

Diaconisas. - O Manual da Igreja sugere: ―A igreja pode fazer arranjos quanto a uma adequada
cerimônia de admissão das diaconisas, liderada por um ministro ordenado com credenciais da ativa.‖ -
Manual da Igreja, capítulo 6.
Tal cerimônia poderia ser bem parecida com a ordenação de anciãos e diáconos.
{97}
CAPÍTULO 17
A Organização de Novas Igrejas
Necessidade de Novas Igrejas
Não tenha receio de começar novas igrejas. Igrejas-mães que propositadamente tomam a iniciativa
de fundar novas congregações, raramente sofrem. Algumas vezes são reavivadas. O princípio bíblico: ―Dai,
e dar-se-vos-á‖ (Luc. 6:38), pode ser aplicado a essa circunstância.
Quando uma igreja atinge um tamanho em que seus oficiais podem melhor realizar sua obra de
pastorear, alimentar e treinar membros, está na hora de fundar uma nova congregação. Em circunstâncias
normais, as igrejas que cresceram e atingiram de 200 a 300 membros, já são suficientemente grandes para
considerar a possibilidade de criar uma nova congregação.
Quando uma igreja cresce além do nível de eficiência máxima, aumentam também os perigos
inerentes à sua administração. O tamanho pode impedir o companheirismo cristão.
A formação de uma nova igreja exercerá o duplo efeito de envolver mais membros no trabalho da
igreja, bem como de estabelecer uma congregação numa nova área, que também precisa ser atingida com a
nossa mensagem. A melhor maneira de produzir mais frutos é plantar mais árvores.
Novas igrejas ganham novos membros. Na maioria das regiões do mundo, é difícil atrair pessoas de
fora da igreja para uma congregação que esteja a mais de meia hora de distância de suas casas.
Novas igrejas ganham membros antigos. Estudos sobre o crescimento da igreja mostram que novas
igrejas reavivam membros inativos com mais facilidade do que as igrejas antigas.

Como Começar Uma Nova Igreja


1. Planejar. - Descubra onde a necessidade de uma igreja é maior. Instale a nova igreja onde a
população está, não onde moram alguns membros fortes, ou onde sejam doados terrenos. Faça estudos
demográficos. Qual a região que apresenta maior crescimento populacional? Onde há uma população
significante com necessidades a serem supridas por uma nova igreja devidamente qualificada?
{98}

2. Testar. Faça alguns testes antes de maiores investimentos. Descubra quais os interesses que
podem ser criados na área proposta. Comece com grupos de estudos bíblicos nos lares, que poderiam se
desenvolver em igrejas do lar. Inicie uma Escola Sabatina filial. Realize reuniões evangelísticas na área.
3. Formar um grupo de voluntários. - Uma sugestão prática é formar um grupo de voluntários da
igreja-mãe, com pessoas que se disponham a atender e apoiar a organização embrionária durante um
período determinado - talvez dois ou três anos. O capítulo 5 do Manual da Igreja dá explicações sobre a
organização desse grupo.
Preparação Para Organizar Uma Nova Igreja
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Quando se tomar evidente o florescimento de uma nova igreja, solicite que os líderes da
associação/missão aprovem sua organização formal. A organização deve ser dirigida por um ministro
ordenado. O presidente do Campo local deve ser convidado para isso.
Verifique se foram providenciadas as cartas de transferência dos membros de igrejas anteriores, que
desejam fazer parte da nova congregação. Providencie também os livros de registro e os materiais
necessários para o novo tesoureiro, secretário e outros oficiais a serem escolhidos.
Providencie o material para a Santa Ceia e o lava-pés. Embora uma cerimônia de Santa Ceia no
programa de organização possa tomá-lo muito longo, ela deveria ser realizada pelo menos pouco tempo
depois, talvez no primeiro serviço regular de culto.
Cerimônia de Organização de Uma Nova Igreja*
(* Para mais informações sobre a organização de novas igrejas, ver Manual da Igreja, capítulo 14.)
Tal cerimônia, conforme as recomendações do Manual da Igreja, poderia constar do seguinte:
Cântico inicial
Oração
Breve recapitulação de doutrinas fundamentais
(Isso é de grande importância quando a igreja está sendo constituída principalmente por
novos adventistas, e não pela transferência de membros de outra igreja.)
Formação do núcleo
Aceitação dos membros por voto do núcleo
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Formação da comissão de nomeações
Canto congregacional e músicas especiais
(Enquanto a comissão de nomeações se reúne à parte)
Votação dos novos oficiais
Ordenação dos novos anciãos e diáconos
Apelo à nova igreja e seus membros
Resposta da igreja
Oração de dedicação
Em determinadas circunstâncias, podem ser realizadas diversas reuniões pala organizar uma igreja,
como por exemplo:
Santa Ceia Sexta-feira à noite: na nova igreja e tendo convidado a igreja-mãe.
Comissionamento Sábado de manhã: um culto na igreja-mãe, de reconhecimento pelos
membros que partem.
Inauguração Sábado à tarde: a nova igreja é estabelecida.
Confraternização Sábado à noite: planejar uma refeição de amizade e uma reunião social.
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CAPÍTULO 18
Unificando Igrejas
A expressão ―unificando igrejas‖ precisa ser definida, Quando a igreja B (supostamente pequena)
decide se unir com a igreja A (supostamente maior), e simplesmente transfere seus membros para a igreja
A, fechando suas instalações antigas, isso não se encaixa na definição de ―unificar igrejas‖, do modo como
é usada aqui. Nessas circunstâncias, apenas seriam necessárias algumas das medidas mencionadas mais
abaixo. Elas só se aplicam em sua totalidade quando ambas as igrejas deixam de existir como
anteriormente organizadas.
As etapas seguintes para unificar igrejas baseiam-se no capítulo 14 do Manual da Igreja:

Antes da Unificação
1. Consulta à associação/missão. - Como pastor, você está em melhores condições para saber
quando duas ou mais igrejas deveriam se unir, e pode ser, portanto a pessoa mais indicada para iniciar tal
procedimento. Contudo, sua posição como pastor é limitada, e a unificação de igrejas é presumivelmente
uma decisão de longo prazo. Além disso, as duas igrejas podem estar nesse momento sob a liderança de
pastores diferentes, criando um ponto sensível entre você e seu colega de ministério. Pode ser também que
esteja sendo tentado a querer a junção de igrejas porque isso poderia facilitar seu trabalho.
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Por todas essas razões, a unificação de igrejas deveria envolver, desde o princípio, muito
aconselhamento por parte da associação/missão, A unificação precisa ser votada pela mesa administrativa
do Campo local. O presidente da associação/missão ou o seu representante deve dirigir as reuniões mais
importantes relacionadas com essa unificação.
2. Cada igreja discute o assunto de modo informal. - Pode ser prudente iniciar as considerações
preliminares com os grupos menores, como os anciãos, ou a comissão da igreja. No entanto, apenas
durante uma reunião administrativa devidamente convocada pode uma igreja organizada decidir unir-se a
outra.
3. Cada uma das igrejas vota a unificação.
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4. As igrejas trabalham em conjunto para preparar um acordo de unificação. - Um
documento cuidadosamente elaborado evitará mal-entendidos posteriores. O acordo deveria conter as
razões para a unificação, o que será feito com as propriedades, os arranjos financeiros, o novo nome da
igreja, etc.
5. Aprovação pela mesa administrativa da associação/missão.

Reunião de Unificação
1. Adoção do acordo de unificação por uma reunião conjunta das igrejas. - Se possível, todos
os pontos controvertidos acerca do acordo devem ter sido resolvidos de antemão. E imperativo que essa
reunião aconteça numa atmosfera de amor cristão.
2. Escolha de uma comissão de nomeações. - Com a aceitação do acordo, todos os líderes das
igrejas envolvidas são liberados de seus cargos. E imperativo, então, que pelo menos os principais oficiais
sejam escolhidos dentro de poucos dias. A nova igreja não pode funcionar sem dirigentes.
3. Uma ocasião para comunhão fraternal. - Uma cerimônia de Santa Ceia pode favorecer o
espírito de unidade necessário para que a igreja comece de maneira apropriada. Uma refeição conjunta de
todos os membros, depois da Santa Ceia, também poderia ser muito útil.

Depois da Unificação
1. Transferência dos registros locais. - Os livros, registros e contas bancárias de ambas as igrejas
passam a fazer parte da nova igreja.
2. Atualização dos registros na associação/missão. – A nova igreja solicita ao Campo local a
aceitação na irmandade de igrejas, substituindo as igrejas às anteriores.
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CAPÍTULO 19
Dissoluções de Igrejas*
(*O capítulo 14 do Manual Igreja dá detalhes quanto à dissolução de igrejas.)
As razões para dissolução de uma igreja, são as seguintes: 1) perda de membros, 2) disciplina e 3)
apostasia ou rebelião, Felizmente, a dissolução de igrejas é rara na Igreja Adventista do Sétimo Dia. Talvez
você nunca tenha de presidir a uma dissolução. Se isso lhe parecer necessário, certifique-se primeiro de
haver feito tudo o que era possível para ajudar na sobrevivência de qualquer igreja com problemas.

Dissolução por Perda de Membros


Não temos critérios exatos para decidir quando uma igreja se toma demasiado pequena para
continuar. O critério do Manual da Igreja pode ser o melhor que se acha disponível: ―Tantos de seus
membros podem haver-se mudado, que o número restante não seja suficiente para manter a organização.‖
Mesmo nesse caso, faça tais perguntas como:
A igreja é necessária? - A igreja atende a uma população significativa, que precisa ser
evangelizada? Os membros atuais poderiam ser bem atendidos por uma igreja vizinha?
Qual o grau de lealdade da congregação? - Um pastor pode se exasperar por ser-lhe designada
uma congregação muito pequena, onde nada parece acontecer, Você fica frustrado porque, quanto menor o
grupo, menos líderes há, E, quanto menos líderes, mais a igreja deseja a liderança do pastor. Por outro lado,
se os membros estão contentes e são profundamente leais a sua igreja, a dissolução se toma muito difícil e
provavelmente imprudente.
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Poderia você motivar um reavivamento? - Talvez o evangelismo seja a resposta. Se você não
pode fazê-lo sozinho, uma pequena igreja é um excelente lugar para evangelismo leigo.
Poderiam os membros de igrejas próximas transferir-se para a igreja pequena?
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- Membros cujo potencial de liderança não está sendo aproveitado em outra congregação podem desejar se
transferir e ajudar na liderança. Poderiam tomar-se pastores leigos e liberá-lo da tarefa de ministrar para o
pequeno grupo de maneira tão constante.
Dissolução por Disciplina ou Apostasia
Antes de dissolver uma igreja apostatada, deve-se procurar fazer o seguinte:
Estudo minucioso. - Tais grupos têm comumente desentendimentos teológicos com a Igreja
mundial. Quase invariavelmente, no meio deles há indivíduos cuja dissidência é extrema e cuja influência
leva outras pessoas à confusão. Talvez você não possa ajudar os primeiros, mas certamente poderá oferecer
ajuda aos últimos. Se necessário, convide um especialista nos assuntos envolvidos. Ore para que haja um
reavivamento de lealdade e entusiasmo por Cristo, a igreja e seus ensinos.
Visitação. - As pessoas carecem de amor e atenção individual. Ficar a sós com os membros
confusos, longe dos dissidentes extremos, o ajudará a compreender melhor o que eles estão sentindo na
realidade.
Expulsão dos elementos dissidentes. - Eliminar tais pessoas do rol de membros pode ser difícil,
mas algumas vezes é necessário cortar alguns dedos para salvar o resto do corpo. A disciplina pode ser
necessária. Lembre- se, porém, de que a disciplina sem amor nunca é necessária.
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SEÇÃO TRÊS
O Ministro e a Igreja Local
20. Liderança da Igreja
21. Os Membros Como Ministros
22. Pastoreando Grandes Distritos
23. Crescimento da Igreja
24. O Culto Divino
25. A Reunião de Oração
26. Visitação
27. Aconselhamento
28. Comunhão da Igreja
29. Finanças da Igreja
30. Campanhas da Igreja
31. Instalações da Igreja
32. Educação Cristã
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CAPÍTULO 20
Liderança da Igreja
Liderança Versus Prepotência
Líderes Devem Liderar. - Os pastores podem ser muitas coisas, mas devem ser uma em especial:
líderes espirituais. Na indicação para uma igreja local, assumem a principal liderança da congregação. A
ordenação para o ministério e a indicação pela associação/missão os autorizam a atuar em todos os ritos e
cerimônias da igreja. Devem cuidar de tais serviços, a não ser que escolham delegar a responsabilidade a
outros líderes autorizados da igreja.
―Todos os ramos da obra pertencem aos ministros.‖ Testimonies, vol. 3, pág. 375. Isso não quer
dizer que devam executar todo o trabalho da igreja, mas que todo ele deve estar sob sua supervisão. São
responsáveis por supervisionar e desenvolver cada departamento e programa (ver Manual da Igreja,
capítulo 9).
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Os pastores, entretanto, não devem estabelecer um corpo de conselheiros independente para guiar e
controlar a igreja. Devem trabalhar em cooperação com os anciãos locais e outros oficiais devidamente
eleitos.
Líderes como servos. - Pesquisas indicam que as igrejas que crescem e se desenvolvem contam
normalmente com forte liderança pastoral. ―Forte‖ não significa liderança dominadora ou manipuladora.
Não devemos confundir liderança com prepotência. Pedro recomendou: ―Pastoreai o rebanho de Deus que
há entre vós, não por constrangidos, ...nem como dominadores dos que vos foram confiados.‖ 1 Ped. 5:2 e
3.
O exemplo de Jesus mostra que, enquanto líderes mundanos se colocam acima de seus liderados, os
líderes cristãos devem estar entre os que eles lideram. ―Sabeis que os governadores dos povos os dominam
e que os maiorais exercem autoridade sobre eles. Não é assim entre vós; pelo contrário, quem quiser tornar-
se grande entre vós, será esse o que vos sirva; e quem quiser ser o primeiro entre vós, será vosso servo; tal
como o Filho do homem, que não veio para ser servido, mas para servir.‖ Mat. 20:25-28.
A liderança cristã é uma liderança de serviço. Os Evangelhos mencionam isso pelo menos sete
vezes. Em uma delas, Jesus insistiu: ―Nem sereis chamados guias, porque um só é vosso Guia, o Cristo.
Mas o maior dentre vós será vosso servo.‖ Mat. 23:10 e 11. Quando tentados a usar sua função de liderança
para exercer poder sobre seu povo, os ministros precisam lembrar-se de como tal atitude contraria os
ensinamentos de Cristo.
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Servir, é claro, não significa servidão. A servidão é indigna, pois é uma condição imposta por
outros, que privam o ser humano da liberdade de escolha. O ministério não deve se transformar em
servidão. Servir, por outro lado, é uma ação voluntária. E escolher labutar em favor dos outros.
Por exemplo, a servidão leva uma congregação ou um Campo local a impor um processo de
avaliação a seus ministros e seu ministério; mas o desejo de servir leva os pastores a querer e buscar uma
avaliação do seu trabalho, para que possam servir cada vez mais eficientemente. Bem poucos são capazes
de fazer esta aplicação do ato de servir sem se sentirem pessoalmente ameaçados. Os pastores podem ser
tentados a pensar que s. responsáveis somente perante o Senhor. Liderança de serviço sugere que são
também responsáveis para com aqueles a quem servem
(A Associação Ministerial da Associação Geral tem materiais e instrumentos disponíveis para
pastores que desejam ser avaliados por si mesmos, por suas congregações ou por seus Campos locais.)

Princípios de Administração
A personalidade e o estilo de liderança estão tão intimamente relacionados, que raramente
adotamos um estilo de liderança diferente de nossa personalidade. No entanto, para melhorar o seu
desempenho, você precisa adaptar seu estilo de liderança a igreja ou as igrejas que dirige Se a sua liderança
atual parece bem menos eficiente do que sua liderança numa igreja anterior, você precisa se perguntar se
isso está ocorrendo porque sua igreja atual requer um estilo de liderança diferente. A liderança de serviço
demanda certa flexibilidade para adaptar seu estilo de liderança, a fim de suprir as necessidades de
congregações diferentes.
Dificilmente poderíamos imaginar um líder mais forte do que Paulo Ele compreendia esse princípio
de liderança de serviço: ―Porque, sendo livre de todos, fiz-me escravo de todos, a fim de ganhar o maior
número possível. Procedi, para com os judeus, como judeu, a fim de ganhar os judeus. ...Fiz- me fraco para
com os fracos, com o fim de ganhar os fracos. Fiz-me tudo para com todos, com o fim de, por todos os
modos, salvar alguns. Tudo faço por causa do evangelho, com o fim de me tomar cooperador com ele.‖ 1
Cor. 9:19-23. A liderança de serviço requer adaptação e flexibilidade.
Uma comissão de igreja formada por pessoas profissionais, educadas, e acostumadas a considerar
grandes questões e tomar decisões importantes, talvez não permita que o pastor exerça um papel dominante
na tomada de decisões. Uma comissão formada por pessoas que trabalham para outros e que estão
acostumadas a cumprir ordens, pode aceitar um estilo de liderança pastoral muito diferente.
{109}
56

Há quatro tipos de estilos de liderança: mandar, vender, consultar e participar. Os dois primeiros
estilos podem funcionar muito bem com o segundo grupo mencionado mais acima. Os estilos consultivo e
participativo são mais preferidos, e irão funcionar com ambos os grupos.
O estilo de liderança deve ser flexível. As técnicas de administração São importantes, mas seu estilo
de liderança não chega a ser tão importante como seu espírito de liderança. Sua atitude ao liderar é muito
mais importante do que uma liderança mecânica.
Eis aqui quatro princípios administrativos bem adaptados à liderança pastoral:
1. Visualizar. - Visualize o que é e o que deve ser. Como pastor de uma igreja ou de um distrito,
você deve fazer muitas perguntas. Onde a igreja se encontrava? Qual é sua posição agora, em termos de
missão, programas, instalações e finanças? Onde a igreja deseja estar daqui a um ano? E daqui a cinco
anos?
2. Organizar. - Como a igreja pode avançar de onde está agora para onde deseja chegar? Quais os
programas necessários? Qual o pessoal disponível? Há pouco valor em fazer planos, a menos que a igreja
tenha um grupo de membros com as habilidades e o interesse para executá-los. Como esses programas
podem ser melhor organizados? Como os líderes serão treinados?
(As igrejas que possuem computador podem adquirir um software da Associação Ministerial da
Associação Geral, que as ajude no processo de organização, mantendo um registro dos interesses,
experiência e habilidades dos membros.)
3. Delegar. - Delegue o trabalho. Muito daquilo que os pastores fazem pode ser feito tão bem ou
melhor pelos membros da igreja. Uma razão por que os pastores não delegam mais responsabilidades é que
isso requer também a delegação de autoridade, o que lhes traz certa relutância. A liderança de serviço não
se sente ameaçada quando a autoridade é partilhada.
A segunda razão por que os pastores não delegam responsabilidades é que eles relutam em lidar
com as falhas dos outros. E quase sempre mais fácil realizar um trabalho por nós mesmos, do que deixar
que outra pessoa o faça. O argumento é: ―Se quiser que algo seja bem feito, faça-o você mesmo.‖ Esse
raciocínio contém um erro teológico fatal. O argumento seria válido se nossa prioridade fosse à realização
do trabalho da igreja. Mas não é. Nosso principal interesse é o crescimento do membro da igreja, e os
membros que trabalham para o Senhor mantêm-se mais perto dEle. Os membros que trabalham para a
igreja permanecem na igreja.
4. Supervisionar. - Dê assistência nos momentos cruciais. Se alguém está fracassando, descubra
uma maneira de ajudá-lo a ter sucesso. Recompense
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o desempenho. ―Amai-vos cordialmente uns aos outros com amor fraternal, preferindo-vos em honra uns
aos outros.‖ Rom. 12:10.
Estabelecer Objetivos
Os objetivos esclarecem o que a igreja deseja fazer e como ela planeja executar o trabalho, O
processo não precisa ser complicado ou assustador. Pelo menos uma vez por ano, de preferência uma vez
por trimestre, a igreja deveria examinar seus objetivos - as metas que estabeleceu para si mesma.
A época mais importante para revisar os objetivos antigos e formular os novos, é um pouco antes
da escolha de novos oficiais. Os líderes escolhidos e as comissões formadas não deveriam depender apenas
do que foi realizado no ano anterior, mas do planejamento a ser cumprido no ano vindouro. Planejar para o
futuro pode fazer toda a diferença entre uma igreja em crescimento e uma igreja que está morrendo.
Os objetivos devem surgir de algum tipo de diálogo dentro da congregação. Os pastores, ou mesmo
os membros da comissão, não deveriam estabelecer objetivos sem consultar a congregação em geral.
Apenas as metas em que as pessoas têm voz ativa se tornam metas ―próprias‖.
Os elementos essenciais de um objetivo podem ser expressos nos seguintes adjetivos: específico,
atingível, e mensurável.
1. O objetivo é específico? - Suponha que um dos seus objetivos seja ajudar a juventude a crescer
espiritualmente, isso não é, porém, suficientemente específico. Que tal isto: realizar reuniões semanais para
a juventude às sextas-feiras à noite!
2. O objetivo é atingível? - Você pode desejar que cada membro ganhe uma alma durante o ano.
Infelizmente, nem todos o alcançarão; e, portanto, um objetivo tão alto é destinado ao fracasso. Estabeleça
metas altas, porém atingíveis.
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3. O objetivo é mensurável? - Batismos, por exemplo, São facilmente mensuráveis. Talvez esta
seja a razão por que colocamos tanta ênfase no batismo. Ajudar, porém, os novos membros a crescer
espiritualmente, é mais difícil de se medir, e talvez seja por isso que não enfatizamos esse ponto como
deveríamos. Mesmo assim, o crescimento espiritual é mensurável. A participação na Escola Sabatina, a
freqüência à igreja, a mordomia, o testemunho e os relacionamentos de cuidado e nutrição, até certo ponto
ajudam a medir o crescimento. Batalhe por objetivos mensuráveis; de outro modo não haverá maneira
acurada de saber quando e onde você os alcança.
(A Associação Ministerial da Associação Geral tem instrumentos disponíveis para seu uso, a fim de
ajudar sua igreja a estabelecer objetivos.)
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Comissões
As comissões são cristãs. - A Igreja acredita firmemente no sistema de comissões (procurar os
verbetes ―comissões‖, ―comissão da igreja‖ e ―mesas administrativas‖ no Manual da Igreja), não somente
devido a nossa tradição, mas por causa de nossa teologia. A Bíblia diz que a igreja é semelhante ao corpo
humano. Cada parte é importante. O corpo funciona com base na participação em grupo.
Os cristãos devem amar-se, e confiar uns nos outros. Se o fizermos, isso se evidenciará por nosso
respeito pelas opiniões e pontos de vista uns dos outros. Levamos a sério o que a Bíblia diz: ―Não havendo
sábia direção cai o povo, mas na multidão de conselheiros há segurança.‖ Prov. 11:14. Todos nós, juntos,
tendemos a ser mais sábios do que qualquer um de nós, sozinho.
Ellen White concorda: ―Ao dar conselho para o avanço da obra, homem nenhum sozinho deve ser
um poder dominante, uma voz por todos. Os métodos e planos que forem propostos devem ser
considerados com cuidado, de modo que todos os irmãos possam pesar os méritos relativos e resolver que
métodos e planos devem ser seguidos.‖ - Testemunhos Seletos, vol. 3, pág. 198.
As comissões tomam muito tempo. - Eis algumas sugestões para economizar tempo:
Não presidir muitas comissões. As comissões fazem a igreja funcionar, mas isso não significa que
você como pastor deva liderar cada reunião. Você ou um ancião que tenha sido designado para isso deveria
ser presumivelmente um membro ex officio de cada comissão. Algumas vezes você deve estar presente
para demonstrar seu interesse pelo grupo e para apoiá-lo. Quando são tratados itens especialmente
importantes, o dirigente da comissão aprecia o apoio e a presença pastoral. Por outro lado, a perpétua
presença do pastor às vezes pode ser intimidadora.
Como pastor, você tem o direito de dirigir a comissão da igreja, e provavelmente deveria fazê-lo
(ver Manual da Igreja, capítulos 6 e 7). Às vezes, dependendo de sua disponibilidade, personalidade, estilo
de liderança, e da liderança local disponível, talvez queira delegar essa função a um ancião da igreja.
Eliminar o trivial. Tome decisões ao nível mais inferior possível. Por exemplo, não leve para uma
reunião administrativa da congregação certas questões que podem ser definidas pela comissão da igreja.
Não leve para esta comissão certas questões que podem ser definidas pelo conselho da Escola Sabatina. E
não leve para o conselho da Escola Sabatina certas questões que podem ser resolvidas pelo presidente da
Escola Sabatina. Isso não somente poupa tempo, mas melhora a freqüência às reuniões da comissão, pois
os seus membros sabem que somente serão tratados os itens importantes.
Por outro lado, não considere em níveis inferiores as questões mais significativas, que afetam toda a
congregação. A reunião administrativa, e
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não a comissão da igreja, é a autoridade maior na congregação.
Combine uma refeição simples com a reunião administrativa para melhorar a freqüência, e
transforme-a numa ocasião de comunhão cristã para toda a igreja.
Aproveitar o tempo. Realize reuniões de comissão antes ou depois de outras programações, como a
reunião de oração. Se você toma conta de várias igrejas, alterne os horários de comissões. Dessa maneira
poderá passar algum tempo com cada comissão.
Avaliar anualmente. Reveja o trabalho de cada comissão uma vez por ano. Determinada comissão é
necessária? As pessoas certas fazem parte dela? Um bom método prático é que cerca de um terço dos
membros de uma comissão se renove a cada ano.
O tamanho da comissão é eficiente? Pesquisas mostram que as comissões - não devem ter mais de
6 a 12 membros. Quando elas se tornam muito grandes, os membros se sentem menos obrigados a estar
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presentes, e também menos inclinados a participar quando comparecem às reuniões. Em tais situações, os
membros mais agressivos tendem a assumir o controle.
Cada comissão definiu adequadamente seus termos de referência - suas áreas de preocupação, sua
autoridade para agir ou para recomendar algo para aprovação por outra entidade?
Presidindo comissões. - Dez regras para dirigir uma comissão com sucesso:
1. Preparar a agenda. A agenda é uma lista de itens para a comissão considerar e para tomar
medidas a seu respeito. Cada membro da comissão deveria receber uma cópia da agenda. Se for viável, isso
deve ser providenciado antes do dia da reunião, para que os membros venham preparados. Em algumas
circunstâncias, é prudente partilhar a agenda com um grupo de triagem, como o conselho de anciãos.
Quando há consenso entre os anciãos, ele normalmente terá o apoio da comissão da igreja.
E se um membro da comissão interromper a agenda com algum item adicional? Em ambientes
informais, isso não causa sérios problemas. Algumas vezes, porém, o assunto introduzido pode ser
explosivo. A ninguém deveria ser permitido controlar o grupo: nem quem interrompeu, e nem mesmo o
dirigente. Se o grupo votar considerar o assunto, ele pode ser acrescentado no final da agenda. Uma
maneira mais segura é utilizar uma comissão de triagem, como foi sugerido mais acima. Então o dirigente
da comissão pode, sem parecer ditatorial, explicar que os itens novos, antes de serem introduzidos na
agenda, devem passar pela comissão de triagem.
2. Começar e terminar Pontualmente. Ao falar de longas reuniões de comissões, Ellen White
aconselha: ―Com a esperança de chegar a uma decisão, prolongam suas reuniões até altas horas da noite.
...Se forem concedidos
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ao cérebro períodos apropriados de repouso, os pensamentos serão claros e incisivos, e os trabalhos se


farão expedidamente.‖ - Testemunhos Seletos, vol. 3, pág. 196.
Listar os itens da agenda pode ajudar a manter a comissão dentro do horário. Nem todos chegam
em tempo; portanto, coloque em primeiro lugar os itens que não exijam a presença de todos, tais como um
relatório do tesoureiro ou assuntos rotineiros. Então comece a reunião no horário marcado. Começar as
reuniões com atraso produz um círculo vicioso: da próxima vez as pessoas chegarão ainda mais tarde.
A seguir, coloque em sua agenda os itens mais demorados e de maior peso. Depois que a comissão
estiver reunida por uma hora, e os membros perceberem que passaram apenas pela quarta parte da agenda,
eles se tornarão mais metódicos. Então coloque os itens mais curtos e simples. Finalmente, inclua itens que
poderiam ser considerados, mas também adiados se o tempo estiver acabando.
3. Providenciar informações. Comissões que trabalham no devido espírito, com informações
corretas, geralmente tomarão as decisões acertadas. Informações imprecisas quase sempre levam a decisões
erradas. O dirigente não precisa ser a fonte de todas as informações, mas deve ter certeza de que a comissão
está obtendo todas as informações que necessita para atuar de maneira inteligente.
4. Criar um espírito de equipe. Pesquisas mostram que as comissões se tomam ineficientes quando
há um espírito hostil no grupo. Os membros devem desejar trabalhar juntos e chegar a um acordo. O
dirigente tem muito que ver com a criação desse espírito de equipe.
Não exerça controle supremo. A menos que a comissão seja muito numerosa, os membros não
deveriam ter que dirigir-se ao líder toda vez que desejassem falar. O diálogo deve fluir livre e diretamente
de pessoa para pessoa. Se duas pessoas discordarem veementemente, volte-se para os demais e ouça seus
comentários enquanto os antagonistas se acalmam.
Procure compreender ou pelo menos observar informalmente as regras de procedimento
parlamentar. Isso traz respeito à sua liderança, estabelece um senso de justiça organizado e protege o
processo democrático.
Além disso, não há nada que ajude mais a criar um espírito de equipe, do que salutar senso de
humor. Se vocês podem sorrir juntos, normalmente poderão trabalhar juntos.
5. Controlar a participação. Procure ampla participação e estimule cada um a tomar parte nas
discussões, Gentilmente, deixe de lado aqueles que já partilharam seu ponto de vista e tendem sempre a
dominar. Peça especificamente que os mais tímidos exponham suas idéias. Quando esses
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membros não participativos falam pela primeira vez e descobrem que sua contribuição é ouvida e
respeitada, normalmente irão falar outras vezes e continuar a participar.
6. Respeitar as idéias dos outros. Os pastores e outros dirigentes denominacionais tendem a ser
muito autocráticos. Você conhece mais sobre o assunto que os membros da comissão porque
provavelmente está mais envolvido. Isso, porém, não significa que seu julgamento seja superior ao do
grupo. Alguns dirigentes podem manipular uma comissão para que as decisões sejam tomadas conforme
sua própria vontade. As pessoas, porém, se ressentem desse método; além disso, não é sábio nem cristão.
Estabeleça o processo teologicamente em sua própria mente. Acredita realmente na sabedoria da
igreja como um todo? Se sim, respeitará a vontade da comissão, no apenas exteriormente, mas segundo sua
compreensão eclesiástica.
Como presidente, mantenha-se tão neutro e imparcial quanto possível. Se não puder agir dessa
maneira em relação a algum ponto, passe a liderança para alguma outra pessoa durante a discussão desse
item. Uma vantagem de pedir que outra pessoa presida a comissão da igreja é que você poderá então
argumentar aberta e cabalmente a favor de um plano que lhe seja especialmente importante.
A franca discussão de assuntos delicados nunca deveria ultrapassar as paredes da sala da comissão.
Se isso acontecer, a discussão será menos franca e aberta da próxima vez, Pratique e pregue a confidência.
Por outro lado, procure compreender a tendência da natureza humana de revelar confidências.
Pratique os princípios de Mateus 18 - limitar a discussão de pontos controversos ao menor grupo possível.
Algumas vezes você poderá precisar pedir a permissão da comissão ou de toda a congregação para delegar
a discussão de pormenores altamente confidenciais a um pequeno grupo escolhido, que poderia ser o
conselho de anciãos.
7. Persistir num determinado assunto até que seja resolvido. Uma comissão resolve problemas
mediante o método cooperativo de informações e julgamento. Abordamos cada etapa desta definição de
comissões, exceto a primeira - uma comissão resolve problemas.
Quando, porém, o problema parece difícil de resolver, o grupo ou alguns de seus membros
começam a falar sobre alguma outra coisa que não tem relevância em relação ao ponto principal do
problema. De maneira bondosa, mas insistente, o presidente deve manter a comissão dentro do problema
debatido.
8. Sumariar periodicamente. Em vez de passar muito tempo salientando seus próprios argumentos,
procure, como dirigente, concentrar-se mais em recolocar e resumir os argumentos apresentados pelos
outros e trabalhar
{115}

com pontos de consenso. O ato de votar, absolutamente essencial, não precisa ser motivo de preocupação;
uma discussão cuidadosa e justa normalmente leva uma boa comissão a decisões unânimes ou quase
unânimes.
Problemas maiores podem ser solucionados em pequenas etapas. Ao se deparar com um problema
difícil, o dirigente deve procurar um consenso, trabalhando uma parte do problema e encorajando uma
decisão sobre essa parte, antes de continuar a discussão. Por exemplo, se o grupo está tendo dificuldades
para decidir colocar ou não um forro novo no teto da igreja, o dirigente pode ouvir opiniões sobre uma
parte do problema - a igreja está precisando desse novo forro?
9. Ver se as decisões estão sendo registradas. Isso pode não parecer muito importante no caso de
grupos menores, informais. Esqueça-se, porém, de que você é capaz de lembrar tudo, e lembre-se de que
pode esquecer algumas coisas. As atas da reunião devem ser lidas e aprovadas na próxima reunião. Alguns
minutos de anotações podem poupar ao ministro muitos problemas posteriores.
10. Apoiar a decisão. Tome providências para sua implementação. Poucas coisas são mais
agravantes numa comissão do que descobrir que o pastor ou outros líderes da igreja desprezaram a decisão
da comissão e acabaram fazendo as coisas do seu próprio modo. Após a votação, aceite o desejo da
comissão, ou junte mais informações e peça que o grupo reconsidere a questão. Todos juntos estarão mais
certos do que uma pessoa sozinha - inclusive o pastor.

{116}
CAPÍTULO 21
60

Os Membros Como Ministros


Cada Membro um Ministro
A palavra bíblica laos, da qual deriva nossa palavra ―leigo‖, em nada se relaciona com uma
condição secundária ou amadora, dentro da igreja. Ao invés disso, ela abrange todo o povo de Deus -
inclusive os pastores. Na realidade, empregamos indevidamente o termo quando o usamos para descrever
assistentes ou auxiliares do ministério. Seu uso correto seria para designar os associados do ministério.
―Não somente sobre o ministro ordenado repousa a responsabilidade de sair a cumprir esta missão. Todo o
que haja recebido a Cristo é chamado a trabalhar pela salvação de seus semelhantes.‖ - Atos dos Apóstolos,
pág. 110.
O plano de Cristo. - Momentos antes de Sua ascensão, Jesus deu à Sua Igreja uma tarefa
incomparável, mas extensa demais, aos olhos humanos: ―Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda
criatura.‖ Mar. 16:15. Para Seu pequeno grupo de seguidores, o trabalho parecia uma tarefa impossível, até
que compreenderam Seu plano para o devido cumprimento da mesma.
Eis o plano: ―E a graça foi concedida a cada um de nós segundo a proporção do dom de Cristo. Por
isso diz: Quando Ele subiu às alturas, levou cativo o cativeiro, e concedeu dons aos homens. ...E Ele
mesmo concedeu uns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas, e outros para pastores e
mestres, com vistas ao aperfeiçoamento dos santos para o desempenho do seu serviço, para a edificação do
corpo de Cristo.‖ Efés. 4:7,8, 11 e 12.
A comissão do evangelho é opressiva, mas a provisão para seu cumprimento é superabundante.
Quando Jesus ascendeu aos Céus, o Espírito Santo foi dado a Seus seguidores, concedendo a cada um
deles, um ou mais dons para ministrar, ―distribuindo-os, como Lhe apraz, a cada um, individualmente‖ (1
Cor. 12:11). Todos os que recebem o Espírito Santo, recebem também um dom ministerial escolhido pelo
Espírito para ser usado no ministério para Cristo. Afirmar que não temos dom espiritual algum é o mesmo
que dizer que não temos o Espírito Santo.
Presume-se que este dom espiritual esteja relacionado a algum talento que possuímos. E o Espírito
Santo nos impele a descobrir um ministério em que esse dom possa ser usado para ajudar outras pessoas e
atraí-Ias para Cristo.
{117}
Sob esse plano - não se trata de hierarquia - cada um é um ministro realizando algum ministério para o qual
ele ou ela foi especialmente dotado.
O plano de Cristo negligenciado. - Esse plano perturba profundamente a Satanás. Ele tenta
encontrar uma maneira de atrapalhar a Igreja. O nome disso é separação. E traçada uma linha entre o
pastorado e os leigos. O pastorado estuda a Bíblia, ensina, realiza a obra da Igreja. Os leigos não são mais
obrigados a ministrar; eles são ministrados. Sua única obrigação é orar, pagar e obedecer.
Esse é um plano popular. O clero o aprecia, pois isso lhe traz prestígio e autoridade. Os leigos o
preferem, pois não se sentem mais na obrigação de ministrar. Mas o entusiasmo da Igreja se esfria. Quando
uma igreja é assumida só pelo clero, a tendência é sempre se esfriar.
Somos levados a considerar a Igreja primariamente como uma organização ou instituição, ao invés
de uma comunidade de fé e irmandade, que é o sentido predominante de ―igreja‖ no Novo Testamento.
Supomos que o papel dos membros da Igreja é ajudar os ministros profissionais a realizarem seu trabalho,
quando na realidade a função dos ministros é ajudar os leigos a fazerem sua obra.
Somente o plano de Cristo terá êxito. - Todos devem fazer alguma coisa. ―Se os pastores dessem
mais atenção a pôr e manter seu rebanho ativamente ocupado na obra, haveriam de realizar mais
benefícios, ter mais tempo para estudar e fazer visitas missionárias, e também evitar muitas causas de
atrito.‖ - Obreiros Evangélicos, pág. 198.
Os pastores devem entender o ―princípio da pirâmide‖. Comece a derramar areia numa mesa e
gradualmente ela vai tomando a forma de uma pirâmide, cada vez mais alta. Mas finalmente a pirâmide
não irá subir mais, e a areia começará a espalhar-se além das beiradas da mesa. Então você não poderá
acrescentar mais areia, a menos que aumente a mesa.
A mesa representa a base de liderança da igreja. A areia representa o trabalho realizado pela igreja.
E irreal supor que o programa da igreja pode manter-se crescendo, e que o pastor, com uma pequena ajuda
de um grupo reduzido de líderes da igreja, pode de alguma maneira continuar trabalhando bastante para
manter o programa. Se há mais trabalho a realizar, há necessidade de mais pessoas no trabalho.
61

Nem todos deveriam estar fazendo a mesma coisa. O plano de Cristo é que cada um na igreja tenha
o Espírito Santo. Todos os que recebem o Espírito recebem um dom para ministrar. Mas nem todos
recebem o mesmo dom.
Somos responsáveis apenas pelos dons que Deus nos concede, para que ―assim a leveis a termo,
segundo as vossas posses. Porque, se há boa vontade, será aceita conforme o que o homem tem, e não
segundo o que ele não tem‖ (II Cor. 8:11 e 12).
{118}

O programa da igreja é um erro se ele pressupõe que todos devem realizar o mesmo ministério, Não
leve seus membros a se sentirem culpados ao falharem no exercício de seus dons. Quando os membros não
gostam de servir e compartilhar, quase sempre é porque eles tentaram fazer uso de um dom que não
possuem. Por isso falharam.
O pastor lamenta que as pessoas não queiram testemunhar mais. Não é porque elas não queiram
testemunhar. Não desejam falhar. Ajude-as a encontrar um ministério para o qual tenham sido dotadas, e
certamente serão bem- sucedidas. E, ao serem bem-sucedidas, desejarão testemunhar novamente.
O plano de Cristo ira terminar a obra. ―A obra de Deus na Terra nunca poderá ser finalizada
enquanto os homens e as mulheres que compõem nossa Igreja não cerrem fileiras, e juntem seus esforços
aos dos ministros e oficiais da Igreja.‖ - Obreiros Evangélicos, pág. 68. A verdadeira prova do evangelismo
não é quantos vêm para a igreja para adorar, mas quantos saem da igreja para servir.
Motivando Voluntários
Dirigir líderes voluntários na igreja é bem diferente de dirigir empregados remunerados, que devem
realizar seu trabalho, quer queiram, quer não. Como líder que serve, você não exerce autoridade sobre os
obreiros da igreja. Eles trabalham apenas porque desejam. Maior êxito pastoral só é possível se você
tornar-se um especialista em motivar voluntários. Eis aqui seis sugestões que o ajudarão a ser bem-
sucedido:
1. Pregar de maneira inspiradora. - A esperança é que as pessoas realizem o trabalho da igreja
por razões altruístas e espirituais. Não há motivação mais profunda do que a motivação espiritual. E
dificilmente há outro fator que exerça maior motivação espiritual do que a pregação cristocêntrica, baseada
na Bíblia. Dedique mais tempo ao preparo dos seus sermões, o que inspirará os membros a dedicar mais
tempo trabalhando pela igreja.
2. Envolver os membros no planejamento. - O processo de planejamento pode ser mais útil do
que os planos resultantes. Ele esclarece a missão, e se sabiamente desenvolvido, envolve as pessoas.
Quando o processo de planejamento consegue entusiasmar os membros no tocante a determinado
programa, sem dúvida eles desejarão ajudar a levá-lo avante.
3. Preparar uma descrição das funções. - É injusto esperar que os membros ajudem numa tarefa
quando eles não sabem como é essa tarefa. Descrições definidas e claras são essenciais. E não são difíceis.
Os que já estão realizando determinadas tarefas podem descrevê-las melhor.
4. Descobrir os líderes que estão realizando trabalhos de maneira correta
{119}

- e dizer isso a eles. - Um administrador provoca o aumento ou a diminuição de iniciativas pelo uso
freqüente de elogios, críticas, informações e análises. Um estudo com líderes voluntários da igreja mostrou
que cerca de um terço sentia que o trabalho que executavam não era realmente importante, ou que ninguém
se importava com o tipo de trabalho que realizavam.
Os líderes da igreja talvez nem sempre estejam procurando receber um cumprimento, mas estão
olhando, especialmente para o pastor, por alguma evidência que lhes indique se o seu desempenho está
sendo bom, ou não. Gostam de perceber sinais de que você valoriza seu trabalho.
Quando voluntários realizam um bom trabalho, diga isso a eles imediatamente. E seja específico.
Frases comuns de apreciação parecem ser insinceras e são quase sempre interpretadas como hipócritas e
manipuladoras.
Treine os anciãos para agir da mesma forma. Você não é capaz de observar o bom trabalho de
todos e expressar apreciação. Monte algum tipo de sistema de apoio para todos os líderes, de modo que
haja alguém disponível para encorajá-los e aconselhá-los quando o caminho se tornar difícil.
62

5. Proteger os líderes de sobrecarga. - Um estudo de voluntários da igreja revelou que pelo


menos um em cada quatro evidenciava visível esgotamento. A maior parte deles são pessoas extremamente
ocupadas, envolvidas em sua profissão, compromissos comunitários e família, além de realizar o trabalho
da igreja. O mesmo estudo indicou que, na média, o líder voluntário da igreja passava apenas sete noites
por mês em casa. A sobrecarga dos líderes da igreja não somente os esgota, mas quase sempre os leva a
parar de trabalhar definitivamente para a igreja.
6. Acreditar nas pessoas. - Talvez surjam momentos em que você desejaria ter empregado todos
os obreiros leigos da igreja, para que pudesse despedir metade deles. Trabalhar com voluntários sobre os
quais você tem pouco controle direto, pode ser exasperador. Sob a pressão das inconsistências e estupidez
da humanidade, você pode sucumbir ao desejo de controlar tudo sozinho.
Em vez disso, lembre-se de que cada pessoa reflete pelo menos algo da imagem do Criador. O lado
bom está em alguma parte, e é sua função ajudar a descobrir e ampliar esse lado. As pessoas têm a
tendência de agir de acordo com o que pensam que você espera delas. Perder a fé nas pessoas leva ao
fracasso pastoral. Lembre-se de que o plano de Cristo é que os membros da igreja realizem o trabalho da
igreja. Ellen White insiste: ―O fardo do trabalho da igreja deveria ser distribuído entre seus membros
individualmente.‖ - Review and Herald, 9 de julho de 1895.

Escolhendo Líderes Leigos


Admitir as limitações. - A extensão do trabalho é tão ampla, e os requisitos
{120}

necessários são tantos! Nenhum cristão, nem mesmo o pastor, tem todos os atributos de Cristo. No entanto,
a congregação como um todo, sim.
Um prisma divide um facho de luz em suas partes componentes, refletindo assim todas as suas
cores. Os dons espirituais são as cores de Cristo distribuídas entre suas partes componentes, Nenhuma
pessoa isolada representa todo o corpo de Cristo, mas cada uma representa uma parte do Seu corpo. Apenas
a congregação como um todo pode representar totalmente o corpo de Cristo. Portanto, você como pastor
não deveria apenas sentir-se livre, mas compelido interiormente a admitir suas limitações e sua necessidade
de ajuda por parte do restante do corpo.
Quando você, mesmo destituído de orgulho, culpa ou senso do dever, passa todo o seu tempo
realizando coisas para as quais não possui dons, todos sofrem. Você sofre porque não aprecia seu trabalho,
e a igreja sofre porque nunca recebe o máximo de benefício do seu melhor. Muitos pastores passam a
maior parte do tempo fazendo coisas nas quais não são os melhores.
Ellen White confirma: ―Fui instruída quanto à importância de manter nossos ministros livres de
responsabilidades que deveriam, em grande parte, ser conduzidas por homens de negócios. ...Sua obra não
é a administração de questões financeiras. ...Se você assume modalidades de trabalho para as quais não se
ajusta, seus esforços em apresentar a Palavra serão infrutíferos. ...Os que são empregados para escrever e
transmitir a Palavra deveriam participar de menos reuniões de comissões.‖ - Testimonies, vol. 7, págs. 246
e 247.
Contar com o grupo de anciãos. - A idéia de que os pastores não ousam se abrir com ninguém ou
confiar em pessoa alguma da congregação é provavelmente muito questionável do ponto de vista
hierárquico e teológico. Os pastores, como todos os demais, precisam de um grupo de apoio. Ideal- mente,
esse apoio deveria vir da comunidade da igreja com que labutam, especialmente do grupo de anciãos
locais. (Ver Manual da Igreja, capítulo 6.)
O Manual da Igreja afirma: ―Não deve o ministro monopolizar todos os ramos de responsabilidade,
mas partilhá-los com o ancião local e outros dirigentes. ...A obra pastoral da igreja deve ser partilhada por
ambos. Em consulta com o pastor, o ancião deve arcar com muita responsabilidade pastoral.‖ - Capítulo 6.
Um exemplo para o relacionamento pastor/ancião é a relação em medicina entre especialista/clínico
geral. O ancião (clínico geral) pode cuidar das atividades regulares da igreja: presidir comissões, organizar
o trabalho de visitação e planejar os cultos. Um ancião pode ser escolhido para ser tanto conselheiro como
líder de cada um dos principais departamentos e programas da igreja. O pastor (especialista) fica então
liberado para pregar, evangelizar, aconselhar e apascentar.
Ao invés de reclamar das deficiências dos pastores, os anciãos deveriam
63

{121}

estimulá-los a trabalhar nas áreas onde são mais fortes, Enquanto isso, os líderes cujos pontos fortes
poderiam compensar as deficiências do pastor, podem ser escolhidos para servir nessas áreas. Isso, é claro,
só será possível se o pastor e a igreja estiverem dispostos a delegar responsabilidades e autoridade a esses
líderes.
Harmonizar programas e dons. - Ao planejar o programa da igreja, não se limite àquilo que a
igreja deseja alcançar. Coloque sua atenção nos dons disponíveis na congregação. Reconheça as
capacidades e combine esses dons com o programa.
Os novos conversos deveriam ser postos a trabalhar. Contudo, não os apresse a aceitar encargos
difíceis e controversos, não importa quão talentosos possam ser.
Nomear sabiamente. - Seu trabalho com a comissão de nomeações é um dos mais importantes.
Antes dessa comissão se reunir, finalize os planos para o ano vindouro e a descrição das funções que
precisam ser preenchidas. Isso constituirá a lista a partir da qual a comissão de nomeações vai operar.
Não permita que a comissão da igreja exerça muito controle na escolha da comissão de nomeações.
Eles não devem escolher a comissão. Embora possam fazer parte do processo, essa é a ocasião em que o
controle da igreja é colocado nas mãos de toda a igreja, e não apenas do grupo ―interno‖. (Ver Manual da
Igreja, capítulo 10.)
Pouco antes de se reunir, a comissão de nomeações deveria pesquisar a congregação. Pode ser
passada uma folha a todos os membros da igreja, relacionando as funções a serem preenchidas. Os
membros poderiam escrever quais as funções que se consideram aptos a desempenhar, em que tiveram
alguma experiência ou pelas quais eles se interessam,
Cargos que estão sendo bem desempenhados podem, em algumas circunstâncias, ser preenchidos
por um período de dois anos. Isso facilitará os planos a longo prazo e simplificará o trabalho da comissão
de nomeações.
Empossar formalmente. - Uma cerimônia de posse formal para líderes leigos no começo do ano
eclesiástico enaltece a importância do cargo e provê uma oportunidade para dedicação. Durante o horário
regular do culto divino, pode ser realizada uma cerimônia semelhante a esta:
Líder: Para a glória de Deus e a obra da Igreja...
Oficiais: Nós nos dedicamos.
Líder: Para o cumprimento de nossos deveres sob a direção de Deus e para a edificação e
liderança de jovens e adultos...
{122}
Oficiais: Consagramos nossos serviços.
Líder: Para dar um exemplo correto de vida cristã em nossos lares, em nosso trabalho e
diante de todos com quem entrarmos em contato...
Oficiais: Empenhamos nossa vida.
Líder: Irmãos, todos ouviram seus líderes prometer cumprir fielmente os deveres dos
(dirigindo-se cargos para os quais os irmãos os elegeram. Irão os irmãos unir-se aos oficiais,
àcongreção): dando-lhes apoio e assistência, e orando por eles enquanto trabalham junto
com todos vocês para executar a obra de Cristo na Igreja?
Congregação:Iremos.
Todos: Nosso Pai celestial, prometemos diante de nossos amigos e diante de Ti, realizar
nosso trabalho como líderes e discípulos. Permite, ó Deus, que creiamos de todo o
coração no que foi dito com os nossos lábios e que o pratiquemos em nossa vida.
Dá-nos sabedoria para liderar esta Tua igreja. Que possamos de tal. maneira amar e
servir nosso Salvador juntos aqui, que em breve possamos viver juntos na vida
futura, Amém!

Treinando Membros
―Toda igreja deve ser uma escola missionária para obreiros cristãos. Seus membros devem ser
instruídos em dar estudos bíblicos, em dirigir e ensinar classes da Escola Sabatina, na melhor maneira de
auxiliar os pobres e cuidar dos doentes, de trabalhar pelos inconversos. Deve haver cursos de saúde, de arte
64

culinária, e classes em vários ramos de serviço no auxílio cristão. Não somente deve haver ensino, mas
trabalho real sob a direção de instrutores experientes.‖ - A Ciência do Bom Viver, pág. 149.
Como pode um pastor comum, com preparo e capacidades limitadas, treinar membros? Algumas
sugestões:
Utilizar os membros mais preparados. - Tente adequar o programa da igreja ao preparo que seus
membros possuem. Os adventistas normalmente buscam mais educação do que a população em geral.
Não se intimide diante da inteligência e dos conhecimentos de membros fortes em sua
congregação. Se você somente se sente firme enquanto ministra aos membros mais fracos, isso pode ser
um sinal de insegurança oculta.
{123}

Não delegue autoridade e poder apenas às pessoas que julga poder controlar, isto é, as mais fracas. Você
deve ministrar tanto aos fortes como aos fracos.
Utilizar materiais e pessoal do Campo local. - Utilize materiais e obreiros do Campo local para
treinar seus membros. Os dirigentes de departamentos são geralmente pouco requisitados para atender
nossas igrejas. Essas pessoas são especialistas e podem dar valiosa assistência na condução de seminários,
cursos e reuniões de treinamento.
Ensinar os membros a cuidar de outras pessoas. - O treinamento específico e o desenvolvimento
de habilidades em diversas áreas do trabalho da igreja são importantes. Mais importante, porém, é o
ministério da caridade. As pessoas que verdadeiramente amam seus semelhantes encontrarão maneiras de
ajudá-las mais diretamente. Sem amor, todos os cursos e certificados do mundo não têm mérito algum.
Instruir os membros a aceitar o ministério de outros membros. - Infelizmente, o doente e
desencorajado, o abandonado e solitário, com muita freqüência, só acham que estão sendo atendidos pela
igreja quando o pastor lhes dá atenção direta. E embaraçoso para os anciãos e outros líderes da igreja
procurar tais pessoas só para ouvi-las reclamar que a igreja as está negligenciando, porque o pastor não está
presente. Ellen White observou: ―O maior auxílio que se pode prestar a nosso povo, é ensiná-lo a trabalhar
para Deus e a nEle confiar, e não nos ministros.‖ - Testemunhos Seletos, vol. 3, pág. 82. Prepare suas
congregações para compreenderem que o ministério é formado pela obra comunitária de toda a igreja, e
não apenas pelo pastor.
{124}
CAPÍTULO 22
Pastoreando Grandes Distritos
Muitos pastores adventistas do sétimo dia, ao redor do mundo, são líderes de distritos com 20 a 30
congregações. Tal liderança requer especiais habilidades do pastor em delegação, treinamento e
administração.
Pastorear um grande número de congregações tem graves desvantagens. Os pastores só poderão
estar com uma congregação, para o culto divino no sábado de manhã, algumas vezes por ano. Não poderão
relacionar-se com cada uma das congregações tão intimamente como gostariam de fazer. No entanto, há
algumas vantagens bem evidentes em pastorear distritos de muitas igrejas. Os pastores acham necessário
treinar maior número de membros e delegar-lhes responsabilidades de liderança. Na ausência do pastor,
esses líderes fazem a maioria das pregações, assumem a dianteira na evangelização, cuidam da nutrição
espiritual dos membros e administram as várias funções da igreja.
Na realidade, quanto mais líderes leigos se envolverem na liderança da igreja, tanto mais
rapidamente crescerá a igreja - um fato confirmado em algumas divisões mundiais pela surpreendente
correlação entre o crescimento da igreja e o número de igrejas, em média, atendidas pelo pastor.
Por conseguinte, treinar os anciãos de igrejas locais e trabalhar com eles é de capital importância
para o êxito do pastor, especialmente o que cuida de um distrito com muitas igrejas. Como pode o pastor
realizar essa tarefa?
Três Segredos Para o Êxito
1. Prover liderança pastoral e orientação aos anciãos de igrejas locais. - Com a ajuda de Deus, os
pastores precisam ser o que os seus anciãos devem tornar-se. Tanto uns como outros necessitam
compenetrar-se do dever de pregar, apascentar, evangelizar, incentivar a educação cristã e cuidar da
propriedade da igreja. Os pastores precisam ser hábeis na administração de seu tempo e no planejamento de
65

seus itinerários diários, semanais, mensais e anuais. Devem encontrar maneiras de manter contato pessoal
com os seus membros, sempre que possível. Ao fazer isso, devem preservar cuidadosamente o tempo
reservado a sua própria família. Os pastores de distritos com muitas igrejas talvez queiram fixar residência
numa localidade que seja conveniente ao seu ministério. O
{125}

ambiente é saudável? As estradas são transitáveis o ano todo? O transporte público é facilmente acessível,
principalmente se a visitação pastoral depende dele? E o que se pode dizer das condições de vida e das
oportunidades educacionais para a família?
2. Envolver-se em todas as congregações. - Os itinerários devem ser planejados com suficiente
antecedência para que cada congregação saiba quando o pastor estará com eles, e planeje uma pregação
para esse dia. Se fizer isso, o pastor terá mais oportunidade para contato pessoal com os membros. Em
alguns lugares, a igreja pode até providenciar um aposento em suas dependências para o pastor passar a
noite.
Em distritos grandes, muitas vezes haverá um batismo no decorrer dessas visitas pastorais. Os
anciãos e outros membros partilharam a fé durante a ausência do pastor. Eles prepararam devidamente os
candidatos para o batismo. O pastor dirigirá a cerimônia batismal e incentivará a continuação do ato de
testemunhar, como preparação para a próxima visita, um ou dois meses mais tarde.
O pastor, é claro, precisa estar preparado para emergências, como um funeral. As congregações
compreenderão tais interrupções dos itinerários planejados. Entretanto, a assistência a casamentos e outras
cerimônias especiais deve ser planejada com antecedência e incluída no itinerário regular.
3. Prover treinamento em habilidades pastorais. - Os anciãos de igrejas locais precisam de ajuda
em muitas áreas:
Dirigir uma reunião de comissão
Preparação de sermões e pregações
Eficaz programa de visitação
Fortalecimento dos departamentos da igreja
O cuidado da propriedade da igreja
Mais profunda compreensão da mensagem adventista
O cuidado de novos conversos.
O Concílio Anual da Associação Geral, em 1991, recomendou que as associações/missões realizem
pelo menos um seminário de treinamento para pastores e anciãos por ano. Se for necessário, as
congregações locais devem pagar as despesas de viagem de seus anciãos que assistirem a essa reunião.
Os pastores de distritos com muitas igrejas também devem planejar reuniões mensais ou bimestrais
com todos os anciãos no distrito. Essas reuniões se concentrarão no planejamento para o distrito, bem como
para cada congregação. Os planos tratarão do evangelismo, da penetração nas
{126}

áreas não evangelizadas do distrito, assuntos de sermões, visitação, alvos distritais e das congregações
locais, itinerários e planos do pastor, etc.
O treinamento também poderá ser efetuado durante as reuniões trimestrais do distrito.

Reuniões Trimestrais do Distrito


Essas reuniões estão sendo usadas com extraordinário êxito em algumas partes do campo mundial.
Onde for conveniente, a totalidade dos membros do distrito se reúne durante um fim de semana inteiro, no
espírito de uma mini-reunião campal. Nos distritos em que as viagens e as distâncias constituem um
problema, o pastor pode planejar reuniões distritais regionais.
A reunião trimestral do distrito tem por objetivo:
1. Proporcionar aos pastores mais comunicação com os membros dos seus distritos.
2. Prover oportunidades de companheirismo aos membros de diversas congregações.
3. Desenvolver planos de evangelismo coordenado para penetração em áreas do distrito que ainda
não foram evangelizadas.
4. Compartilhar das alegrias e preocupações de várias igrejas.
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5. Fortalecer a obra dos departamentos da igreja.


6. Planejar empreendimentos em conjunto, como ajudar uma nova congregação a construir um
edifício, ou patrocinar uma nova campanha evangelística.
Sob a orientação do pastor distrital, os membros do distrito escolherão dirigentes para suas
reuniões. Essas pessoas, de comum acordo com o pastor, planejarão os programas. Se os seus itinerários o
permitirem, os dirigentes da associação/missão local podem ser convidados a ajudar, embora não devam
dominar as reuniões. O pastor também aproveitará o ensejo para encontrar-se e planejar com os anciãos de
cada congregação.
Em algumas partes do campo mundial, associações distritais têm identificações distintas, tais como
um nome e estandarte. Esses estandartes são expostos durante grandes concentrações da associação/missão.
Os dirigentes do Campo local expressam sua apreciação pelo trabalho de congregações e distritos na
conquista de almas, Missão Global, apoio departamental e visitação.
{127}
CAPÍTULO 23
Crescimento da Igreja
Buscando Novos Membros
Cada pastor, um evangelista. - Cada pastor deve ser um evangelista. Promover programas da
igreja é importante, mas a prioridade deve ser a adição de novos membros. ―Ministros de Deus, com o
coração ardente de amor a Cristo e aos vossos semelhantes, buscai despertar os que se acham mortos em
ofensas e pecados.‖ - Obreiros Evangélicos, pág. 35.
―Os ministros estão rondando entre as igrejas que conhecem a verdade, enquanto milhares perecem
sem Cristo.‖ - Evangelismo, pág. 381. ―Em vez de conservar os ministros trabalhando pelas igrejas que já
conhecem a verdade, digam os membros das igrejas a esses obreiros: ‗Ide trabalhar pelas almas que
perecem nas trevas. Nós mesmos levaremos avante os trabalhos da igreja. Nós realizaremos as reuniões e,
estando em Cristo, manteremos a vida espiritual.‖ - Testimonies, vol. 6, pág. 30.
A palavra ―evangelista‖ não deve ser entendida apenas sob o aspecto de evangelistas altamente
especializados. O evangelista itinerante não é o único evangelista. Alguns dos maiores ganhadores de
almas do mundo cristão têm sido pastores. Moody estava sempre viajando, mas Spurgeon ficou na mesma
igreja por 35 anos. Precisamos tanto de Spurgeons como de Moodys.
Cada igreja, um centro evangelístico. - O evangelismo é o preço que uma congregação paga
prazerosamente pelo privilégio de se chamar cristã. Nada é tão inspirador como uma igreja entusiasta, bem
organizada, dirigida para o trabalho missionário por um verdadeiro pastor evangelista. Pode-se medir a
profundidade do amor cristão de uma igreja pelo tempo que ela emprega no evangelismo.
Mesmo um visitante casual pode rapidamente dizer se a igreja se tornou ou não um verdadeiro
centro evangelístico. Quando isso é verdade, o culto divino, a Escola Sabatina e cada um dos demais
programas da igreja mantêm constantemente a atenção voltada para os visitantes que ainda não são
membros. Tudo o que é dito passa primeiro por um filtro especial de conquista de almas: ―Como isso vai
soar para quem ainda não é membro da igreja? Como será recebido pelos que ainda não são cristãos?‖
Apenas em tais igrejas os membros acham seguro convidar amigos a assistirem às reuniões.

{128}
Cada membro ativo, uma testemunha. - As ovelhas aumentam o rebanho, não o pastor.
Os membros da Igreja do Novo Testamento foram para todos os lugares contando a história de
Jesus. Em nossos dias, muitos parecem ter entrado para o serviço secreto; mantêm-se em absoluto silêncio
sobre as boas novas da salvação; acabam como Marcos 16:8: ―... e de medo nada disseram a ninguém‖.
Como pastor, se você não auxiliar seus membros a partilhar a fé, poderá estar contribuindo para a
perdição deles. ―No grande dia do Juízo, os que não trabalharam para Cristo, que andaram ao sabor dos
ventos, só pensando em si, cuidando de si, serão postos pelo Juiz de toda a Terra com os que fizeram o mal.
Receberão a mesma condenação.‖ - O Desejado de Todas as Nações, pág. 641.
Uma pesquisa realizada em seis igrejas adventistas que demonstravam - rápido crescimento,
evidenciou que nessas congregações os membros eram excepcionalmente ativos ao partilhar sua fé.
Curiosamente, isso não ocorria tanto através de programas patrocinados pela igreja como através do
testemunho espontâneo. A maioria das almas foram ganhas por membros em seu relacionamento com
67

pessoas no trabalho e na vizinhança. ―Que os membros da igreja cumpram fielmente durante a semana a
sua parte, e narrem ao sábado suas experiências. A reunião será então como alimento a seu tempo, trazendo
a todos os presentes nova vida e vigor.‖ - Obreiros Evangélicos, pág. 199.
Cada membro inativo, um motivo de preocupação: - Em muitas congregações, a freqüência à igreja
dobraria se os membros inativos fossem reavivados. Os membros ativos, especialmente os anciãos e outros
oficiais, podem ser muito eficientes em resgatar os inativos, pois foram amigos no passado e sabem alguma
coisa acerca das razões por que deixaram o convívio da igreja.
Os que trabalham pelos membros inativos devem ser bons ouvintes. Devem estar preparados a
ouvir os problemas sem se tornarem desestimulados ou se colocarem na defensiva. As pessoas quase
sempre apostatam devido a acontecimentos que produziram ansiedade, dentro ou fora da igreja. Os pedidos
por ajuda passam despercebidos, e eventualmente desaparecem. Para resgatá-los, o processo deve ser o
inverso. Devem ser ouvidos em primeiro lugar.
Não ousamos esperar a volta de todos os que abandonaram a fé. Contudo, cerca de um quarto
podem voltar depois da visita de alguém da bem preparada equipe de visitação leiga de sua antiga igreja.
Quanto antes forem visitados, maiores as chances de um retomo, Dentre os membros que já estão fora por
cinco anos, cerca de três quartos provavelmente nunca voltarão.
Cada via de acesso explorada. - Procure pelas almas em todos os lugares. Jesus as notou em todos
os recantos - mesmo ao lado do poço em Samaria.
{129}

Procure pelas almas em cada cerimônia de casamento, funeral, e evento social. Vigie por elas em cada
culto da igreja. Pegue os nomes e endereços dos visitantes e tome providências para que sejam atendidos.
Cultive uma tendência evangelística.
Organize cursos como deixar de fumar, controle de estresse, controle de peso, e de culinária.
Ponha-se em contato com agências ou serviços que forneçam os nomes de novos residentes da
comunidade. Envie a essas pessoas cartas de boas-vindas à nova comunidade. Anexe uma lista dos serviços
oferecidos pela igreja, e convide-os para uma reunião. Encarregue alguém de procurar nos jornais locais
anúncios de nascimentos e de pessoas enfermas em hospitais, para enviar-lhes um cartão em nome da
igreja.
Prepare e distribua um folheto, mencionando as ocasiões em que as pessoas devem procurar o seu
pastor. Convide os recebedores a telefonar para a igreja adventista em tais ocasiões, se não tiverem seu
próprio pastor. Leve consigo alguns membros da igreja e treine-os ao dar estudos bíblicos. Utilize todos os
métodos de evangelização que melhor se adaptem a sua região. Acima de qualquer outra coisa, realize
algum tipo de reuniões evangelísticas ou seminários regulares. O fruto sempre virá, mas exige esforço e
dedicação evangelística.

Preparando Novos Membros*


(* Ver Manual da Igreja, capítulo 5.)
Conversão antes da obediência. - ―Deus ficaria mais satisfeito com seis pessoas inteiramente
convertidas à verdade, do que com sessenta fazendo profissão de fé, mas não estando de fato convertidas.‖
Obreiros Evangelicos, pág. 370. Satanás não se perturba com o grande número de pessoas batizadas — se
aqueles que batizamos não estão completamente convertidos. Para os seus objetivos, quanto mais pessoas
inconversas vierem para a igreja, melhor será.* Ver Manual da Igreja, capítulo 5.
Portanto, há muita verdade no argumento de que devemos preocupar- nos principalmente com a
questão de os candidatos ao batismo estarem ou não convertidos - e de que não devemos esperar demais,
muito rápido, daqueles que estão apenas começando a vida cristã. Se estão verdadeiramente convertidos,
surgirão mudanças em seu estilo de vida.
Podemos comparar os recém-batizados a árvores frutíferas. Nosso desejo de que produzam frutos
deve vir em segundo lugar, logo após a certeza de que foram plantados (convertidos e arraigados em
Cristo).
Obediência antes do batismo. - Um fato que toma complexo o equilíbrio entre conversão e
obediência é que nós, seres humanos, somente
{130}
68

podemos saber se a árvore está plantada ou não, pelos frutos que ela produz. Embora não possamos esperar
muitos frutos na vida pré-batismal do candidato, algum fruto deve ser visível. Esse fruto, certamente, deve
incluir a observância do sábado, a freqüência à igreja, e a abstenção do uso de substâncias prejudiciais à
saúde.
Por outro lado, não deveria haver tentativas para exigir certas formas de conduta não adotadas pela
Igreja em geral. Sempre deve ficar bem claro que não se ganha a salvação por seguir regras e
regulamentos; mas quando Cristo habita no coração, a vida será gradativamente transformada à Sua
imagem.
Como o batismo simboliza não somente a morte, o sepultamento e a ressurreição de Jesus, mas
também a morte e o sepultamento da velha vida (Rom. 6:1-3), não pode haver insincero e incompleto
abandono das coisas do mundo apenas por causa do batismo. A morte para a vida de pecado e
mundanidade deve preceder ao sepultamento no batismo. E errado enterrar alguém que não está morto.
Membros mal preparados formam igrejas fracas, ―A admissão de membros que não foram
renovados no coração e reformados na vida, é fonte de fraqueza para a igreja. Este fato muitas vezes é
ignorado. Alguns ministros e igrejas estão tão desejosos de assegurar o crescimento do número de
membros, que não dão fiel testemunho contra hábitos e práticas não cristãs. Não é ensinado, aos que
aceitam a verdade, que eles não podem continuar com sua conduta mundana e ser cristãos ao mesmo
tempo.‖ - Testimonies, vol. 5, pág. 172.
Batizar candidatos que não evidenciaram tanto conversão como obediência é antiético, pois
representa um fardo para os próximos pastores. ―O obreiro nunca deve deixar parte do trabalho por fazer,
porque esta lhe não agrade, pensando que o ministro que vier depois a fará por ele. Quando assim acontece,
se vem um segundo ministro, e apresenta as reivindicações de Deus quanto a Seu povo, alguns voltam
atrás, dizendo: ‗O ministro que nos trouxe a verdade, não mencionou essas coisas.‘ ... Quanto melhor teria
sido se o primeiro mensageiro da verdade houvesse educado fiel e cabalmente esses conversos quanto a
todos os aspectos essenciais, mesmo que poucos se houvessem unido à igreja pelo seu trabalho!‖ -
Evangelismo, págs. 320 e 321.
Instrução Antes do Compromisso. - Os que buscam fazer parte da igreja precisam conhecer os
princípios defendidos por ela. Não deveria ser-lhes pedido que se comprometam sem saber com o que
estão se comprometendo. A instrução antes do batismo deve abranger múltiplas facetas - leitura e estudo
pessoal, estudos bíblicos, reuniões públicas, classe batismal, etc. Devem ser empregados todos os métodos
de instrução, inclusive recursos visuais. Pessoas diferentes aprendem de maneiras diferentes.
Um dos recursos mais populares e produtivos de instrução num programa
{131}

evangelístico da igreja, é a classe bíblica pastoral. Ela normalmente combina a classe batismal e a classe
para os membros novos. Se o pastor não puder dirigi-la, um ancião ou outro professor ganhador de almas
deveria fazê-lo. A classe geralmente se reúne durante o período normal das unidades da Escola Sabatina.
Somente os que ainda não são membros, os nevos membros ou os membros acompanhantes dos que ainda
não são membros deveriam participar.
A classe estuda lições doutrinárias especiais. A mesma série pode ser repetida de tempos em
tempos, visto que os membros da classe, ao amadurecerem em sua experiência cristã, passam a fazer parte
das unidades normais da Escola Sabatina, Os assuntos devem ir além da doutrina e incluir a vida espiritual.
Por outro lado, só a instrução teórica não é adequada para a preparação dos candidatos ao batismo.
Eles também precisam experimentar um relacionamento pessoal com Cristo e vitória sobre o pecado.
Portanto, alguém deveria gastar tempo considerável em aconselhamento e oração com cada um dos
candidatos.
A Igreja mundial, nas assembléias da Associação Geral, tem assumido firme posição de apoio a
todos os aspectos da preparação ao batismo. Deve-se entregar a cada candidato um certificado de batismo
ou profissão de fé, que inclua por extenso todas as crenças fundamentais da Igreja, exatamente como estão
impressas no Manual da Igreja, no capítulo ―Crenças Fundamentais dos Adventistas do Sétimo Dia‖.
69

Embora possam ser utilizadas algumas formas abreviadas por ocasião do exame público dos
candidatos (ver Manual da Igreja, capítulo 5), cada candidato deve receber uma cópia integral das crenças
fundamentais. A Associação Ministerial possui um modelo apropriado de certificado.
Aprovação da igreja antes do recebimento do membro. - Pode ser feito um exame final dos
candidatos ao batismo diante de toda a igreja ou de um grupo representativo, como o de anciãos ou da
comissão da igreja. Uma vez feito esse exame, não é prudente, além de teologicamente questionável, que o
pastor assuma sozinho essa responsabilidade. Pessoa alguma ou grupo algum, fora da congregação, nem
mesmo a comissão da Associação Geral, tem autoridade para acrescentar ou excluir um nome do rol de
membros da igreja. Essa responsabilidade recai unicamente sobre o corpo da igreja local. A congregação
assumirá essa responsabilidade com mais seriedade se houver maior envolvimento do que o simples
levantar de mãos quando é recebido um novo membro.
Algumas vezes há membros que solicitam o rebatismo. Se o batismo original não representou de fato
uma morte para o pecado e um novo nascimento, para tais indivíduos, talvez seja apropriado o rebatismo.
Contudo, como o batismo é um símbolo de morte espiritual, e como morremos apenas uma vez, geralmente
somos batizados só uma vez. O batismo não é
{132}
o símbolo apropriado de reconsagração; a cerimônia da Comunhão (incluindo o lava-pés) ocupa esse lugar.
A preparação de crianças antes do batismo. - O conselho de Jesus aos Seus discípulos é o
mesmo para Seu ministério: ―Deixai vir a Mim os pequeninos e não os embaraceis, porque dos tais é o
reino de Deus.‖ Luc. 18:16.
As crianças devem ser encorajadas a entregar a vida a Cristo e receber a certeza da salvação. ―As
crianças de oito, dez, ou doze anos, já têm idade suficiente para serem dirigidas ao tema da religião
individual. Não ensineis vossos filhos com referência há algum tempo futuro em que eles terão idade
bastante para se arrependerem e crerem na verdade. Caso sejam devidamente instruídas, crianças bem
tenras podem ter idéias corretas quanto a seu estado de pecadores, e ao caminho da salvação por meio de
Cristo.‖ - Testemunhos Seletos, vol. 1, págs. 150 e 151.
―Nunca deixeis que vossos filhos suponham que não são filhos de Deus enquanto não tiverem idade
bastante para serem batizados, O batismo não toma cristãs as crianças, tampouco as converte.‖ - Orientação
da Criança, pág. 499.
Por outro lado, deveria haver certa maturidade e preparação antes do batismo. ―O batismo é um rito
muito importante e sagrado, e importa compreender bem o seu sentido. Simboliza arrependimento do
pecado e começo de uma vida nova em Cristo Jesus. Não deve haver nenhuma precipitação na
administração desse rito.‖ - Testemunhos Seletos, vol. 2, pág. 391.
A idade pico para o batismo de filhos de adventistas do sétimo dia é por volta dos doze anos. Era
nessa idade que a criança começava a participar como adulto dos cultos durante os tempos do Antigo
Testamento. Foi nessa idade que Jesus fez Sua primeira peregrinação a Jerusalém. Do ponto de vista
psicológico, os doze anos são também uma importante fase de transição. Há algumas vantagens em
assumir esse compromisso público um pouco antes da entrada nos difíceis anos da adolescência, Muitos
pastores começam classes batismais com crianças de 11 ou 12 aos de idade.
Deveriam as crianças ser conduzidas em relação à decisão de se batizarem? Para os pais
adventistas, o batismo de um filho pode ser um sinal de sucesso paterno; um batismo excepcionalmente
cedo, um sinal de sucesso excepcional. Até mesmo os pais precisam ser cautelosos quanto a recomendar o
batismo precoce. Se uma criança é batizada aos onze anos, ou mais cedo, isso deve dar-se provavelmente
apenas por sua própria escolha. Entretanto, se as crianças não são batizadas por volta dos doze anos, elas
deveriam ser estimuladas, mas nunca forçadas.
Num lar cristão, os pais devem desempenhar uma parte fundamental na preparação das crianças
para o batismo, ―Depois de feito quanto em vós cabe, e eles revelarem ter compreendido o que significam a
conversão e o batismo, e estarem verdadeiramente convertidos, deixai que se batizem. Mas, repito,
disponde-vos de antemão a agir como pastores fiéis em guiar- lhes
{133}
70

os inexperientes pés no caminho estreito da obediência, Deus tem de operar nos pais para que possam dar
aos filhos bom exemplo em relação ao amor, à cortesia, humildade cristã e inteira devoção a Cristo.‖ -
Testemunhos Seletos, vol. 2, pág. 392.
Um plano excelente é que os pais dêem lições pré-batismais em casa. Então, uma vez por semana,
pais e filhos vão à igreja. Uma pessoa orienta os pais, enquanto outra repassa a lição da semana com as
crianças.
Com freqüência, as classes batismais para crianças são desinteressantes. ―Os que dão instruções à
infância e à mocidade, devem evitar observações enfadonhas. Falar com brevidade, indo direto ao ponto,
terá uma feliz influência. Se há muita coisa a dizer, substituí pela freqüência aquilo de que a brevidade os
privou.‖ - Orientação da Criança, pág. 495. Utilize filmes ou outros recursos visuais disponíveis. Assim
você provavelmente conseguirá maior abrangência dos assuntos e causará impressões mais profundas.
Se sua igreja possui uma escola, podem ser dadas aulas bíblicas durante o horário escolar. Onde
não há escola adventista, essas aulas podem ser ministradas no prédio da igreja. Ou então, as crianças
podem participar da classe bíblica pastoral durante a Escola Sabatina. Algumas opções adicionais: Você
pode tornar a classe mais eficiente e interessante, com pequenos questionários orais ou por escrito. As
respostas o ajudam a conhecer quais as atenções pessoais de que a criança carece fora da classe. Estimule
as crianças a fazer um curso por correspondência, antes do batismo. Quando terminar seu programa, dê às
crianças um conjunto de questões para revisão, e avise-as de que haverá um teste antes do batismo. Isso
ajuda a melhorar a preparação das que estão bem conscientes quanto ao passo a ser dado, e testa aquelas
que talvez estejam indo ao batismo apenas porque alguém mais irá se batizar.
O objetivo da preparação para o batismo não deveria ser a instrução doutrinária da criança, mas sua
transformação em um novo ser em Cristo Jesus. Uma maneira de encorajar isso é pedir que cada criança,
no final da série de estudos, escreva algumas frase sobre: ―Por que acho que estou preparado(a) para o
batismo.‖

Firmando os Novos Membros


Jesus disse aos Seus discípulos: ―Eu ...vos designei para que vades e deis frutos, e o vosso fruto
permaneça.‖ João 15:16.
O fato mais miraculoso sobre o Pentecostes não foi o batismo dos três mil num só dia, e, sim, que
―perseveravam na doutrina dos apóstolos e na comunhão‖ (Atos 2:42). Com o auxílio do Espírito Santo é
possível tanto a quantidade como a qualidade do crescimento da igreja.
Resolver o problema da apostasia não é uma questão de preferência pessoal, mas de cumprir a
ordem de Cristo. Jesus disse: ―Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os ...;
ensinando-os a guardar
{134}

todas as coisas que vos tenho ordenado‖ (Mat. 28:19 e 20). Em grego, ―ir‖, ―batizando‖ e ―ensinando‖ são
particípios, que extraem sua força do verbo ―fazer discípulos‖. Ir, batizar e ensinar não constituem um fim
em si mesmos: são todos meios com a finalidade de fazer discípulos. Jesus estava dizendo que a tarefa da
igreja é fazer discípulos.
Muitas igrejas adventistas são como o pescador que pegou alguns peixes, mas nada tinha para
mostrar, pois os havia colocado num saco furado na parte inferior. Deus abençoou nossa Igreja com
sucesso em pescar seres humanos, porém não os estamos conservando adequadamente após a pesca.
Consertar o buraco do saquitel não pode substituir a pesca. Uma igreja que não evangeliza
certamente perecerá. Mas precisamos compreender, de modo mais completo, que nossa obra envolve tanto
o ato de ganhar como de conservar.
Dar grande prioridade aos novos membros. - Deus tem duras palavras para os pastores que não
dão prioridade aos fracos de seu rebanho. ―Ai dos pastores de Israel que se apascentam a si mesmos! Não
apascentarão os pastores as ovelhas? Comeis a gordura, vestis-vos de lã e degolais o cevado; mas não
apascentais as ovelhas. A fraca não fortalecestes, a doente não curastes, a quebrada não ligastes, a
desgarrada não tomastes a trazer e a perdida não buscastes; mas dominais sobre elas com rigor e dureza.
Assim se espalharam, por não haver pastor.‖ Ezeq. 34:2-5.
Os novos membros geralmente passam por quatro crises:
71

1. A crise do desanimo chega bem rápido quando falham em viver de acordo com os altos padrões
com que se comprometeram por ocasião do batismo.
2. A crise de integração chega após alguns meses, e acontece quando falham em substituir os
amigos de sua velha vida pelos amigos na congregação.
3. A crise de valores provavelmente chega mais tarde, quando o estudo e o culto familiar são
negligenciados, e o estilo de vida adventista fica cada vez mais comprometido.
4. A crise de confiança na liderança costuma aparecer um ou dois anos depois do batismo, quando
recebem responsabilidades como líderes, e, ao perceber o funcionamento imperfeito da igreja, ficam
desiludidos.
Os pastores devem estar atentos a essas crises, especialmente durante os primeiros dois anos dos
recém-conversos.
Elaborar um plano de companheirismo. - Coloque os novos membros perto de alguém ao qual
eles respeitam, e que se preocupa com eles. Note as três características. Precisamos manter os novos
membros perto de alguém. A natureza humana tende a lidar com as fraquezas dos novos membros
procurando corrigi-los ou rejeitá-los, mas mantendo-se à distância. O método cristão é ficar
suficientemente perto para ajudá-los e apoiá-los.
{135}

Romanos 15:1 aconselha: ―Ora, nós que somos fortes, devemos suportar as debilidades dos
fracos.‖―Suportar‖ um amigo fraco significa colocar o braço no ombro dele e convidá-lo a se apoiar em
nós. Vocês devem estar bem próximos, para que sua força possa influenciar a fraqueza do amigo.
Mantenha-os próximos a alguém que eles respeitam. A tutela espiritual funciona bem se o guardião
é respeitado pelo novo membro, se exerce atração e se eles combinam bem. Se, porém, os membros mais
preparados, os mais antigos e bem-sucedidos da igreja se recusam a dar algum tempo para os novos
membros, raramente estes prosperam na vida espiritual.
Mantenha os novos membros próximos a alguém que se preocupa com eles. As pessoas raramente
escolhem deixar um ambiente onde se sentem desejados, importantes, úteis, amados. Se os novos membros
tivessem recebido amor em algum outro lugar, haveria pouca chance de terem vindo para a igreja. Se não
se sentirem amados aqui, as chances de ficar são muito pequenas.
Planeje um sistema de guardião, pessoa responsável, subpastor, ou de amizade, através do qual
cada membro novo seja colocado ao lado de outro mais experiente. Os membros novos trazidos para a
igreja por membros mais antigos já contam quase que automaticamente com um guardião, e essa é sem
dúvida uma razão importante por que os que vêm para a igreja dessa maneira, tendem a permanecer.
O evangelista tem sido comparado ao obstetra, o pastor ao pediatra, e os membros da igreja, à
família. E a família quem cria o bebê. ―Os recém- chegados à fé devem receber um trato paciente e
benigno, e é dever dos membros mais antigos da igreja cogitar meios e modos para prover auxílio, simpatia
e instrução para os que se retiraram conscienciosamente de outras igrejas por amor da verdade, separando-
se assim dos cuidados pastorais a que estavam habituados.‖ - Evangelismo, pág. 351.
Uma maneira de desenvolver um programa de tutela é primeiro organizar uma reunião com os
guardiães, para treinamento. Estes deveriam se comprometer com o programa pelo menos durante um ano.
Reúna os membros e os guardiães num sábado de manhã, antes ou depois do batismo. Os que foram
batizados vão à frente diante da congregação. Seus guardiães vão à frente, diante dos novos membros. E
lido um texto para os novos membros e outro para seus guardiães. Pode ser dada uma cópia para cada um.
Os guardiães cumprimentam os novos membros, apresentando- lhes assim, oficialmente, as primeiras boas-
vindas à igreja.
Os guardiães poderiam fazer relatórios periódicos ao pastor ou ancião, mostrando quais itens da
lista de cuidados dispensados aos membros novos já foram cumpridos. Os itens destinados aos guardiães
podem incluir: visitar os novos membros em seus lares no dia do batismo para dar-lhes as boas-vindas de
maneira mais pessoal, talvez entregando-lhes o certificado de batismo. Dar-lhes um exemplo da
observância do sábado, convidando os para virem à sua casa para um culto de pôr-do-sol na sexta-feira, e,
em
{136}
72

outras ocasiões, para o almoço e a tarde de sábado. (Um novo estilo é melhor absorvido quando posto em
prática, do que ao ser apenas ensinado,) Emprestar alguns livros específicos em ocasião oportuna.
Introduzir esses membros novos à biblioteca da igreja. Dar-lhes acesso aos boletins denominacionais, à
Revista Adventista, e a outros periódicos. Demonstrar interesse em sua freqüência à igreja. Nunca deixar
passar um encontro sem dizer algumas palavras amigáveis.
Apresente os novos membros a outros membros. (As pesquisas mostram que os novos membros
que fazem de seis a oito amigos adventistas nos primeiros seis meses, quase sempre permanecem na
igreja.) Sente-se ao lado deles durante as reuniões, se eles o quiserem. Depois de passarem algum tempo de
maturação na classe bíblica pastoral, integre-os em sua unidade da Escola Sabatina.
Continuar a instrução deles. - ―Desejai ardentemente, como crianças recém-nascidas, o genuíno
leite espiritual, para que por ele vos seja dado crescimento para salvação.‖ 1 Pedro 2:2. Ninguém jamais
comeu o suficiente, em um banquete apenas, para a vida toda. Nenhuma série evangelística ou de estudos
bíblicos contém suficiente alimento espiritual para alimentar uma pessoa por toda a vida. A instrução deve
continuar após o batismo.
Os membros da família geralmente não se alimentam direito quando não se assentam em volta da
mesa. No mínimo, deveríamos incluir a Escola Sabatina e a freqüência à igreja em nossa fórmula de
discipulado. Os ausentes devem ser visitados imediatamente, para receber a ajuda e o encorajamento
necessários. Deve-se avisar o pastor ou o ancião se um dos novos membros não comparecer às reuniões por
três sábados consecutivos.
Uma classe pastoral ou uma classe para os novos membros deve fazer parte do programa de todas
as igrejas. Se for realizada durante o período de estudo da lição da Escola Sabatina, estimulará o hábito de
freqüentar a igreja e a Escola Sabatina. Uma classe assim oferece o alimento adequado ao apetite e à
assimilação dos novos membros.
Os assuntos deveriam incluir as doutrinas, a observância do sábado, os cultos, a saúde, as finanças,
o estudo pessoal da Bíblia, a vida de oração, o culto familiar, os relacionamentos familiares, a educação
cristã e o testemunho. Enfatize a experiência da comunhão com Cristo. Ajude-os a conhecer a Bíblia. Dê-
lhes algum tempo para partilharem experiências e sentimentos.
Seria interessante uma série de reuniões de reforço evangelístico. Faça uma revisão com mais
detalhes e sob outro ângulo, das verdades já apresentadas, dando atenção especial às verdades proféticas de
Daniel e do Apocalipse.
Pô-los a trabalhar. - ―Quando almas se convertem, ponde-as a trabalhar imediatamente. E, ao
trabalharem elas segundo a sua capacidade, tornar-se-ão mais fortes. E enfrentando as influências
oponentes que somos
{137}
confirmados na fé.‖ — Evangelismo, págs. 355 e 356.
Um dos sinais mais evidentes de que os novos membros foram assistidos, é começarem a ajudar a
outros. As pessoas têm mais sucesso em ganhar almas quando são primeiramente convertidas. Apesar de
que, finalmente, a amizade com os que são adventistas acabe predominando, em primeiro lugar vem à
família e os amigos, que em sua maioria não são adventistas. O efeito conjunto da influência de um novo
membro sobre os velhos amigos e de um exemplo digno de uma mudança de vida constitui um instrumento
poderoso para ganhar almas.
Não admira que a primeira incumbência de Jesus ao endemoninhado curado tenha sido esta: ―Vai
para a tua casa, para os teus. Anuncia-lhes tudo o que o Senhor te fez, e como teve compaixão de ti.‖ Mar.
5:19.
Ajude os novos membros a descobrir seus dons espirituais, bem como um ministério que se adapte
a esses dons. Organize uma comissão de oportunidades de serviço, cuja missão seja combinar os dons dos
membros com o trabalho a ser realizado na igreja. Convide os novos membros a uma classe de como
ganhar almas. Leve-os consigo ao dar estudos bíblicos ou ao realizar outras funções ministeriais. Durante a
hora do culto, prepare um período de participação especial, em que os novos conversos possam dar
testemunhos públicos, previamente arranjados, do que a igreja está fazendo por eles, e do que eles estão
fazendo pela igreja.
Opções adicionais. - Prepare um programa social especial para a noite após o batismo, colocando os
novos membros como convidados de honra. Cada um deles pode receber um folheto que descreva os
73

programas e serviços da igreja. Preparem um lanche saudável para a ocasião. (Os membros podem trazer
alimentos saudáveis, junto com as receitas. Os novos membros podem contribuir trazendo saladas, frutas
ou sobremesas.)
Os filhos dos novos conversos devem ser convidados a participar da escola da igreja e do clube de
Desbravadores. Em seus sermões, dê especial atenção aos novos membros. Estimule-os a organizar um
grupo de apoio às pessoas batizadas em determinado ano - por exemplo, a classe de 94. Peça aos oficiais
que se lembrem dos novos membros ao designar tarefas simples. Mantenha em funcionamento um
programa de recreação.
Prepare uma programação especial para os que foram batizados durante o ano. Solicite que o
Campo local patrocine anualmente o Sábado dos Novos Membros, em que eles se reúnam em algum local
especial e se familiarizem com a liderança da associação/missão.
Uma atmosfera de cuidado e carinho pode ser realmente uma forma de maravilhoso alcance. As
congregações que se interessam pelas pessoas e cuidam delas fazem os membros se sentirem valorizados.
Tais membros partilham esse sentimento com a família e os amigos, e isso atrai para a igreja os que
buscam uma igreja aconchegante e familiar.
{138}
CAPÍTULO 24
O Culto Divino
Propósito do Culto*
(* Ver Manual da igreja, capítulo 7.)
O culto coletivo enfatiza tanto a transcendência como a imanência de Deus: Deus é poderoso e
Deus está aqui; Deus está acima de nós, e está em nosso meio. Os pastores devem se tomar especialistas
em guiar as congregações para essa experiência de adoração. Com muita freqüência, ―não conseguimos a
centésima parte das bênçãos que devemos obter das nossas reuniões de culto a Deus‖ (Testemunhos
Seletos, vol. 2, pág. 28).
O culto é um encontro. - Muitos de nossos pastores utilizam a mesma programação, os mesmos
anúncios, cantam os mesmos hinos oram as mesmas orações, e pregam quase sempre os mesmos sermões,
ano após ano, década após década. Talvez respeitemos diferenças no estilo de culto quando elas resultam
de diferenças culturais. Receamos, porém, adaptar nosso culto a mudanças contemporâneas na sociedade.
Alguns pastores experimentam novas formas de culto, mas essas inovações também trazem
problemas. O tempo pode ter esgotado uma parte do sentido do culto tradicional; não devemos, porém,
substituí-lo por entretenimentos ou vulgaridade. A História mostra que a Igreja às vezes tem perdido sua
influência devido à falta de mudanças, mas também tem sofrido porque as pessoas que se tornaram
obcecadas pela necessidade de mudanças, falharam em preservar a distinta mensagem da Igreja.
Os pastores adventistas não deveriam ter receio de experimentar novas formas de culto, mas
precisamos de algumas orientações básicas. E que melhor lugar para encontrá-las do que no capitulo
notoriamente adventista: Apocalipse 14? O verso 7 insiste que devemos ser um povo adorador. E a
adoração ao nosso Criador que faz de nós um povo único, peculiar. O culto adventista contém três
ingredientes:
1. O culto adventista deve inspirar reverência. O primeiro anjo declara: Temei a Deus, e dai-
Lhe glória. Temer sugere reverência, respeito. O culto envolve um bom relacionamento com os demais
adoradores; um evangelho de amor não pode ser real no isolamento. O culto também envolve afetuosos
sentimentos para com Deus. Estas, porém, são apenas partes de
{139}
um todo, O culto coletivo deve conduzir o povo de Deus à sala do Seu trono.
A prioridade do culto não é sentir-se bem, mas buscar a Deus. ―A menos que aos crentes sejam
inculcadas idéias precisas acerca do culto verdadeiro e da verdadeira reverência para com Deus,
prevalecerá entre eles a tendência para nivelar o sagrado ao comum. Tais pessoas, professando a verdade,
serão uma ofensa a Deus e uma lástima para a religião.‖ - Testemunhos Seletos, vol, 2, pág. 202.
2. O culto adventista deve ser alegre. Apocalipse 14:2 e 3 descreve os redimidos de Deus em
adoração: ―Também a voz que ouvi era como de harpistas quando tangem as suas harpas. Entoavam novo
cântico diante do trono.‖ Esse cântico e o som de harpas celestiais revelam que a alegria e os sentimentos
fazem parte do culto. Quando nós, que estamos nos preparando para o Céu, adorarmos como o faremos no
74

Céu, nosso culto será alegre, cheio de gozo. Isso incluirá nossos pensamentos e sentimentos, exigindo
mentes lúcidas e corações animados. Abrangerá o estudo de Deus, o que só poderá levar a sentimentos de
amor e alegria.
Muitos pastores adventistas foram educados para não sentir emoção. Temem o sentimentalismo,
por isso evitam qualquer emoção. Estamos, porém, errados ao presumir que defendemos os nossos
pioneiros quando defendemos apenas o que é formal e exclusivamente racional, o culto dos pioneiros
adventistas incluía grandes porções de participação e interação. E algumas vezes era bem emocional.
3. O culto adventista deve ser experiencial. Apocalipse 14:3 declara o seguinte sobre o hino dos
144.00: ―E ninguém pôde aprender o cântico.‖ Por quê? Porque é uma canção de experiência pessoal.
Ninguém mais pode fazê-lo por nós. O culto é experiencial.
O culto não é rotina nem tradição. Não é um esporte passivo, para observadores. O culto é um
evento, um acontecimento, uma interação pessoal entre o Criador e a criatura. O culto é um encontro.
Algumas vezes, o dirigente do culto precisa permanecer sozinho no santuário, depois que todos se
retiram e os bancos ficam vazios, e fazer a si mesmo a única pergunta que importa: Eles se Encontraram ou
não com Deus hoje?‖ O culto é um encontro.
―Eles se encontraram ou não co
O culto merece planejamento. - ―Não é vosso dever envidar alguma habilidade, estudo e
planejamento na questão de dirigir as reuniões religiosas - como devem ser dirigidas de modo a exercer a
maior influência para o bem, e causar a melhor impressão em todos os que se acham presentes? Tendes
feito planos em relação aos vossos trabalhos temporais. Se aprendeis um ofício, buscais melhorá-lo ano
após ano pela experiência, executando planos que trarão progresso ao vosso trabalho, É a vossa ocupação
{140}
temporal de tanta importância como o serviço de Deus? ...Deus se desagrada com vossa atitude desalentada
em Sua casa, com vossa maneira sonolenta e indiferente de conduzir o culto religioso, Review and Herald,
14 de abril de 1885.
Os pastores têm responsabilidade direta pelos cultos no sábado. Contudo, devem partilhar essa com
os anciãos e possivelmente com uma comissão de culto. Essa comissão poderia se reunir com o pastor pelo
menos uma vez por mês, e estudar novas maneiras de melhorar o culto divino.
Como pastor, prepare a folha das atividades do culto de sábado de manhã, com os itens que você ou
o encarregado da plataforma devem conferir ou organizar, Tais itens devem incluir a música especial, o
sistema de som, o pessoal e a arrumação da plataforma, os hinários para o grupo da plataforma e a ordem
de entrada para ela.
O púlpito não deve ser entregue aos que não Possuem credenciais denominacionais válidas e atuais.
(Ver Manual da Igreja, capítulo 9.)
Partes do Culto
Ministrar às crianças. - Uma consideração importante ao se determinar as partes do culto diz
respeito às crianças. Deve ser destinado algum tempo exclusivamente para elas? Alguns dizem que sim,
para que elas saibam que são importantes. Outros argumentam que todo o programa do culto deve ser
elaborado tendo-se em mente as crianças, ao invés de dar-lhes um pequeno segmento, como se o restante
do culto não se aplicasse a elas.
Muitos pastores incluem uma história para as crianças. Elas vão à frente e se assentam juntas
enquanto é contada a história. Normalmente, a congregação aprecia tal iniciativa. E, porém, um fator que
consome tempo, e nem sempre prende muito bem a atenção das crianças. Uma sugestão é que os membros
da plataforma se assentem com as crianças enquanto se conta a história. Isso demonstra o interesse dos
adultos nelas, e ajuda quem está contando a história a manter o controle.
Outra boa iniciativa é variar o programa. Algumas vezes poderá ser contada uma história, e em
outras ocasiões as crianças poderão ser incluídas de outro modo:
1. Distribuir uma folha com perguntas sobre o sermão e estimular a crianças a escrever as respostas,
2. Dirigir as ilustrações do sermão às crianças.
3. Levar uma criança à plataforma, para ler um trecho das Escrituras ou fazer uma oração.
4. Planejar todo o culto em tomo delas, uma ou duas vezes por ano, talvez no Dia dos
Desbravadores.
75

{141}

Algumas igrejas recolhem uma oferta das crianças durante o culto e utilizam esse fundo para apoiar
o programa J.A da igreja. Uma criança fica em pé, na frente, com o receptáculo, e as demais vêm pelos
corredores, recolhendo a oferta dos adoradores. Embora as congregações possam ser avessas a mais de
uma oferta durante o culto, esse programa tende a se tomar popular, porque as pessoas gostam de doar para
crianças e vê-las levando as ofertas à frente.
Introdução ao culto. - Para o grupo da plataforma, o culto começa antes de se dirigirem à
plataforma. As tarefas desse grupo devem ser organizadas rapidamente, e o restante do tempo passado em
oração. Todos os anciãos, mesmo os que não vão participar na plataforma, podem estar presentes.
O período para anúncios pode ser um dilema pastoral. Os líderes da igreja talvez se sintam desamparados
se não lhes é permitido fazer anúncios. Os membros, por sua vez, podem achar que os anúncios interferem
em sua adoração. Algumas igrejas acham que os anúncios não fazem parte do culto, devendo, portanto ser
feitos antes da entrada à plataforma. Outras argumentam que apenas metade da congregação ouve os
anúncios, se estes são feitos entre a Escola Sabatina e o Culto Divino.
Dizer que os anúncios não podem fazer parte do culto, é não compreender corretamente o culto. A
maioria dos anúncios tem que ver com o serviço para o Senhor, e guiar os membros para o serviço é um
propósito básico do culto. O trabalho para Deus não deve ficar fora do culto ao Senhor.
Um bom método para os anúncios é imprimi-los no boletim se a igreja o possui. Alguns preferem
ter boletins, e outros preferem não tê-los, para que haja mais espontaneidade durante a programação.
Descubra algum modo de distribuir os anúncios por escrito. Lembre-se da boa regra: para informações,
escreva: para inspiração ou ênfase, fale.
Um bom líder de culto pode criar para os anúncios uma atmosfera de comunhão e entusiasmo.
Transforme-os numa parte da vida da igreja. Chame-os de momento da partilha, vida do corpo alegria e
preocupações, negócios do Rei, ou adoração através do serviço.
Início do culto. - Embora a cultura possa causar considerável variação, são apresentados aqui
alguns ingredientes básicos de um típico culto adventista:
Prelúdio. Isso significa música introdutória. Seu propósito é ajudar as pessoas a prepararem o
coração para o culto. Infelizmente, o prelúdio instrumental nem sempre atinge esse objetivo. Uma opção é
dirigir a congregação num cântico.
Intróito. Significa ―música de entrada‖. Durante esse período, o grupo da plataforma entra e se
ajoelha. ―O ministro deve entrar na casa de oração Com uma compostura digna e solene. Chegado ao
púlpito, deve inclinar-se em silenciosa oração e pedir fervorosamente a assistência de Deus. Que
{142}

impressão não fará isso! A solenidade se apoderará de toda a congregação. Seu ministro ali está,
comunicando-se com Deus, encomendando-se a Ele antes de ousar apresentar-se diante dela.‖ -
Testemunhos Seletos, vol. 2, pág. 195.
E um começo infeliz quando os oradores entram e se ajoelham, sem que a congregação se aperceba
de que o culto está começando. Uma solução é a congregação se levantar à medida que o grupo da
plataforma for entrando, e cantar um hino, como ―Deus está presente‖, enquanto os ministros
se dedicam em oração.
Convite para adoração. Este é um convite do púlpito para a congregação adorar. Pode ser formal,
usando um trecho dos Salmos, como por exemplo:
―Vinde, adoremos e prostremo-nos‖ (Sal. 95:6). Pode ser informal, com tais palavras como: ―Bom,
aqui estamos novamente para adorar a Deus‖ Pode ser na forma de leitura responsiva, com a participação
da congregação.
Doxologia. Isso é um hino de louvor a Deus.
Invocação. A invocação convida a presença de Deus. A oração pastoral pode incluir este propósito.
Os objetivos dessas partes introdutória do culto algumas vezes coincidem. Nem todas as partes são
necessárias. Se alguma não está atingindo seu objetivo, toma-se supérflua. Defenda os propósitos, mas
experimente algumas maneiras mais eficientes de atingi-los.
Música.*
76

( * Se sua congregação é pequena, e não conta com um instrumento musical nem com um músico,
você pode comprar os acompanhamentos de órgão e piano em discos compactos disponíveis no seu Campo
local.
O valor da música durante o culto dificilmente pode se perder, se compreendermos todos os seus
efeitos potenciais. A musica deve conter beleza, sensibilidade e poder (Testimonies, vol. 4, pág. 41). E
lamentável e incompreensível quando músicos e pastores discordam acerca da música da igreja. O músico
tende a se identificar com a música, e o pastor, com a congregação. O primeiro pode questionar se a música
está bem feita, e o segundo questiona se exerce efeito nos adoradores. Os pastores devem ter paciência com
os músicos, e estes com os pastores. Pastor, deixe que seus músicos tenham autoridade no campo da
música, e será mais fácil para eles aceitarem sua autoridade no culto. Alguns adoradores podem ser levados
à atitude de adoração só pela melodia. Muitos, no entanto, precisam de palavras; por isso, a música vocal
geralmente recebe prioridade no culto. Mesmo nesse caso, as palavras de um hino desconhecido, cantadas
por um solista ou por um coral, podem ser difíceis de entender. Os adoradores
{143}
apreciariam ter a letra de tais hinos.
Corais são uma bênção no culto, embora não devam substituir o canto congregacional. ―Mas
raramente deve o canto ser feito por uns poucos. A aptidão de cantar é um talento que exerce influencia a
qual Deus deseja que todos cultivem e empreguem para glória de Seu nome.‖ - Evangelismo, pág. 504.
Algumas sugestões para variação na música:
1. A congregação pode cantar durante o intervalo entre a Escola Sabatina e o Culto Divino, e nesse
período introduzir pelo menos um hino novo.
2. Realçar cânticos bíblicos em lugar de hinos do hinário.
3. Ter conjuntos de jovens.
4. Em vez de cantar todos os versos de um hino, ler um ou vários versos para chamar a atenção ao
significado do hino.
5. Dividir a igreja em grupos e tentar alguns dos cânones (estrofes alternadas).
6. Se não há coral, a congregação pode cantar o intróito e os cânticos responsivos.
7. Concluir o sermão convidando a congregação para ficar de pé, dar as mãos e cantar como um
sinal de compromisso e união.
8. Sempre que um hino for usado no culto anote a data no seu hinário, para não repeti-lo com muita
freqüência e raramente escolher outros.
Oração. Coisa solene é falar para as pessoas em nome de Deus. Não é, porém, mais solene falar
com Deus pelas pessoas? Se sim, a oração pode ser considerada a parte mais importante do culto. A
tradição adventista tem sido que um ancião ou um membro dirija a oração, o que tem suas vantagens: o
ancião ou o membro representam a congregação de maneira bem direta. Entretanto, os pastores abdicam de
uma das mais preciosas partes da liderança do culto se nunca dirigem suas congregações em oração. Uma
solução é que o pastor pronuncie a bênção.
Postura. De joelhos é a postura ideal para a oração. Jesus, ―de joelhos, orava‖ (Luc. 22:41).
Inúmeras passagem bíblicas recomendam essa postura (II Crôn. 6:13; Esd. 9:5 e 6; Sal. 95:6; Atos 7:59 e
60; 9:40; 20:36; 21:5; Efés. 3:14). ―Tanto no culto público como no particular é nosso dever prostrar-nos de
joelhos diante de Deus quando Lhe dirigimos nossas petições. Este procedimento mostra nossa
dependência de Deus.‖ - Mensagens Escolhidas, vol. 2, pág. 312.
Não devemos deduzir, porém, que o Senhor não aceitará as petições quando os ministros e a
congregação permanecem sentados, como durante a invocação, bênção, reunião evangelística, ou quando
todos permanecem de pé para uma oração de consagração. Também há casos nas Escrituras,

{144}

em que, sob determinadas circunstâncias, os adoradores ficaram de pé durante uma bênção ou uma prece,
como em 1 Reis 8:55: ―pôs-se em pé, e abençoou a toda a congregação de Israel em alta voz‖.
Ellen White concorda: ―Para orar não é necessário que estejais sempre prostrados de joelhos.‖ - A
Ciência do Bom Viver, pág. 510. Há, igualmente, circunstâncias em que a condição do assoalho ou a
disposição dos assentos tomam difícil ou quase impossível que a congregação se ajoelhe.
77

Se a oração é‖ o abrir do coração a Deus como a um amigo‖, então a posição do coração e da mente
é mais importante do que a posição dos joelhos. A postura na oração é importante, mas apenas simbólica.
As Escrituras aconselham: ―Rasgai o vosso coração, e não as vossas vestes.‖ Joel 2:13. Deus considera a
atitude interior acima da expressão exterior. O orgulho que considera nossas roupas muito preciosas ou os
joelhos muito sensíveis para se ajoelhar diante de nosso Criador, é trágica irreverência. Mas o orgulho que
nos mantém em pé em nosso interior enquanto nos ajoelhamos, também é irreverência.
Elementos. A oração pública deveria ser pensada antecipadamente. Ela deve ser relevante às
necessidades da congregação. Podemos considerar a oração como abrangendo sete elementos. Nem todos
precisam fazer parte de todas as orações, mas todos deveriam ser considerados ao você planejar sua oração.
Sua ordem é importante, e está baseada na suposição de que primeiro devemos mostrar reverência a Deus e
então dirigir-nos ‗diretamente a Ele, antes de pedir qualquer outra coisa.
1. Referência a Deus. Lembre-se de que o nome de Deus é santo. Mencione-o em oração, mas não
o repita sem sentido.
2. Louvor. Adore o nome de Deus e aprecie o que Ele tem feito.
3. Arrependimento. Peça Seu perdão para o passado.
4. Dedicação. Peça Seu poder para o futuro. Entregue-se a Ele antes de pedir-Lhe alguma coisa.
5. Intercessão geral. Interceda pela obra de Deus, pelos líderes mundiais e por sua congregação,
incluindo os jovens, adultos, pais, enfermos, desanimados, etc.
6. Intercessão específica. Lembre-se de pedidos especiais de oração, da própria reunião e do orador.
7. Conclusão. Confirme o direito através do qual nos aproximamos do trono divino: ―Em nome de
Jesus.‖
Duração. ―Para dizer uma oração bastam ordinariamente um ou dois minutos.‖ - Testemunhos
Seletos, vol. 1, pág. 277. ―Não se exigem orações verbosas, com caráter de sermão, e que são fora de lugar
em público. Uma oração breve, feita com fervor e fé, abrandará o coração dos ouvintes; mas durante as
orações longas, eles esperam impacientemente, como se desejassem que cada palavra fosse o final da
mesma.‖ - Obreiros Evangélicos, pág. 179.
{145}

As orações tendem a ser longas, não tanto porque temos muito a dizer, mas porque dizemos a
mesma coisa de trás para frente, da frente para traz, e do meio para ambas as direções. Ter em mente um
roteiro como o delineado acima, eliminará essa tendência. Os pedidos de oração anunciados em público
não precisam ser repetidos um por um. Ocasionalmente, o pastor ou o ancião que estivesse orando deveria
ser solicitado a segurar uma criança de dois anos de idade durante a oração. Isso certamente encurtaria suas
preces.
Sugestões adicionais:
1. De vez em quando, peça que cinco pessoas partilhem a oração, cada uma orando por um dos
cinco principais elementos mencionados mais acima. Mesmo as crianças poderiam participar.
2. Em vez de a pessoa que está na frente oferecer a oração completa, ela pode ―dirigir‖ a
congregação, voltando-se primeiro para Deus, e sugerindo então tópicos para que a congregação ore em
silêncio. O líder da oração deve fazer uma pausa após sugerir um tópico.
Oferta — O apelo da oferta deve ser breve, inteligente e digno do culto. Dar é parte direta do culto.
Ela contém um potencial muito poderoso para ensinar os conceitos cristãos básicos de abnegação,
sacrifício e confiança. Por isso, o apelo da oferta deve enfatizar a motivação espiritual. Também deveria
explicar o tipo de necessidade financeira. Deve ser dito por que doamos nosso dinheiro, e para onde se
destina. As pessoas darão se estiverem motivadas espiritualmente e convencidas de uma necessidade
prática.
Leitura da Bíblia. — A Bíblia é central no culto cristão. Jesus começou Seu ministério público em
Nazaré com a leitura das escrituras. Paulo recomendou que suas cartas fossem lidas nas igrejas (Col. 4:16;
1 Tess. 5:27).
As passagens escolhidas devem estar relacionadas com a ênfase do dia. Infelizmente, a
congregação não tende a perceber essa relação. Alguns pastores eliminam o tempo reservado à leitura da
Bíblia, mas pedem que sua congregação procure e talvez leia em voz alta algumas passagens durante o
sermão. Seria bom distribuir Bíblias entre os membros, para que todos leiam na mesma versão.
78

As passagens devem ser bem lidas. Uma leitura da Bíblia bem preparada pode constituir uma
experiência motivadora. Quando os levitas oficiaram, ―leram no Livro‖ e ―todo o povo chorava, ouvindo as
palavras da lei‖ (Neem. 8:8 e 9).
Incentivar a participação da congregação. Use leituras responsivas. Varie as pessoas que vão ler,
refletindo dessa maneira a diversidade da congregação. Solicite que um enfermo leia um trecho das
Escrituras, grave a cena em vídeo, durante uma visita sua, e mostre-a então no sábado. Prepare uma leitura
ilustrada das Escrituras. Muitos Salmos podem ser ilustrados com slides da Natureza, etc.
{146}

Um professor da escola da igreja ou da divisão da Escola Sabatina pode trabalhar com crianças para
dramatizar um trecho das escrituras. Quando bem planejado e executado reverentemente isso pode se
tornar um ponto alto do culto. Todo o serviço do santuário em Israel era um drama, uma ilustração de como
Jesus salva. Como um povo que enfatiza o santuário, não deveríamos ficar receosos de usar a mesma
técnica de ensino.
O drama pode ser bem simples, como por exemplo: cada participante desempenha o papel de um
personagem das Escrituras e lê as palavras desse indivíduo. Isso pode ser representado por mímica. As
cenas representadas podem ser reencenadas do modo como ocorreram, ou ser atualizadas. Esse recurso
pode ser excelente para envolver a juventude, não apenas no culto, mas para compreender como a Bíblia se
aplica à vida real.
Pregação. - Pregar com muita freqüência pode ser negativo. Seu principal chamado não é para
denunciar o pecado, mas para anunciar a salvação. A palavra ―evangelho‖ quer dizer boas novas. Se você
não está pregando boas novas, não está pregando o evangelho!
Pregar a Bíblia de modo relevante. A pregação adventista deve sempre estar centralizada na Bíblia. Nosso
povo deseja e deve saber o que a Bíblia ensina. Histórias, discursos sociológicos ou filosóficos, com a
Bíblia raramente sendo aberta, não alimentam a alma nem produzem reavivamento e reforma.
O sermão genuinamente bíblico não somente inclui a Bíblia. Ele começa com a Bíblia. Os
pregadores bíblicos primeiro recorrem à Bíblia na preparação de seus sermões. Tanto quanto possível, eles
vêm com a mente vazia, nada sabendo além de sua passagem ou assunto. Não abrem o Livro de Deus
procurando algo que concorde com o que eles querem dizer. Abrem- no para encontrar o que a Bíblia quer
que eles falem.
Quando inicia pela Bíblia, você tem um suprimento inexaurível de material para sermões. É-nos
assegurado que essa fonte jamais se secará. Tendo mais de três mil sermões publicados, Charles Spurgeon
declarou: ―Depois de 35 anos percebo que a mina das Sagradas Escrituras é inesgotável. Parece que apenas
comecei a trabalhar com ela.‖
Ao começar biblicamente, você não fica entediado com o sermão. Por quê? Porque está
continuamente aprendendo, ao invés de apenas repetir o que já sabe.
Torne a Bíblia relevante, mas não deixe que a relevância substitua a Bíblia. A relevância é
absolutamente essencial, mas pode exercer uma influência dúbia sobre sua pregação. A tendência de alguns
pregadores é evitar sermões que produzam culpa, e enfatizar sermões construtores de auto-estima. Na
procura por relevância, não permita que a Palavra e seu tema de salvação venham a ser prejudicados.
{147}

Planejamento anual. Para dar novo entusiasmo às suas pregações, tente um planejamento anual para
o púlpito. Uma vez por ano, planeje seus sermões para o ano seguinte.
Planejar requer olhar em ambas as direções; portanto, em primeiro lugar, faça uma lista dos
sermões que você pregou no ano anterior - ou melhor, nos dois ou três anos passados. Procure ver o que foi
negligenciado ou muito enfatizado. Então, com base em suas descobertas, no ano denominacional e
secular, nas necessidades de sua congregação, e em seus interesses e preocupações pessoais, selecione os
assuntos e textos para as pregações do próximo ano.
O planejamento anual poupa tempo. Toma muito menos tempo do que você gastaria no decorrer do
ano, se dependesse de escolher assuntos para sermões de maneira desordenada.
79

Planejar anualmente a disciplina para o desenvolvimento. Você será obrigado a abandonar o


costume de pregar apenas sobre alguns assuntos favoritos, e pressionado a considerar alguns que têm sido
negligenciados.
O planejamento anual também produz pregação balanceada. Pregadores que amam seu povo não o
alimentam apenas com o que é saboroso e nutritivo, mas também variado. Se você tem alimentado a
congregação com um regime sem variações, baseado no que você mais gosta, o processo de planejar um
ano inteiro de sermões praticamente o obrigará a enfrentar esse fato.
A heresia nem sempre provém de pregações falsas, mas de apresentações incompletas do
evangelho. Resulta de enfatizar demais uma verdade do evangelho, à custa de outras verdades. O
planejamento anual produz pregação equilibrada, e pregação equilibrada produz cristãos equilibrados.
Preparar com antecedência. Faça seu estudo e leitura da Bíblia nos primeiros dias da semana.
Dedique-se a isso até sentir que você sabe o que Deus deseja deve ser falado. No entanto, ainda não estará
conhecendo como Ele quer que fale isso, As idéias precisam impregnar a mente. Você deve encontrar
ilustrações e aplicações práticas.
Prossiga então com seus outros deveres. Deixe que o sermão se aloje na mente, vagando em algum
ponto entre o consciente e o subconsciente. Começar o sermão bem cedo produz estas dramáticas
recompensas:
Liberta da pressão e favorece a criatividade. A criatividade evita a afobação da última hora. A
preparação de sermões na última hora produz em primeiro lugar úlceras, e em segundo lugar, sermões
medíocres. O sistema de arquivos do cérebro tende a se congestionar quando muito pressionado. Se,
porém, você se libertar da pressão, poderá produzir abundantemente.
Poupa tempo. Em vez de ficar olhando para o teto, tentando formar uma história ou vasculhar livros
de velhas ilustrações, tente tirar as ilustrações de sua semana. Seu sermão cresce tanto consciente como
inconscientemente, à medida que você trabalha.
Torna seus sermões mais práticos e interessantes. Os sermões que emergem
{148}

do presente se encaixam no presente, Ao visitar, ao aconselhar, ao enfrentar momentos problemáticos que


envolvem sua congregação, ao se relacionar com sua própria família, pergunte: ―Meu sermão poderia ser
útil aqui?‖ ou ―Há algo aqui que poderia ilustrar o meu sermão?‖ O sermão cujas ilustrações e aplicações
práticas surgem do próprio ministério em sua congregação, está destinado a se adequar melhor a ela.
Permanecer junto de Cristo. A pregação é transbordante. Uma taça vazia não pode transbordar, O
pregador desanimado, que parece não encontrar nada sobre o que pregar, está vendo a taça vazia de sua
própria alma e tentando derramá-la sobre os outros, quando nada contém. Primeiro preencha sua própria
taça. Só então estará pronto a transbordar.
Por outro lado, a taça que está cheia até as bordas tem que transbordar. Suprido de Cristo, é mais
fácil falar sobre Ele do que ficar em silêncio. Você quase não consegue esperar pelo próximo sermão. A
Água da Vida inunda sua congregação.
Ordem do Culto
―Porque Deus não é de confusão, ...Tudo, porém, seja feito com decência e ordem.‖ 1 Cor. 14:33 e
40. Cada aspecto do culto deve estar relacionado com o todo, caminhar em direção a um objetivo e
culminar na resposta da congregação. Ele deve ser planejado de maneira progressiva, rumo a um ponto de
compromisso.
Participação congregacional. - Somos levados a pensar no culto como formado por: pregador
como ator, Deus como inspiração, e congregação como ouvinte. Na realidade, o culto verdadeiro consiste
de: congregação como ator, pregador como inspirador, e Deus como ouvinte. ―Grande parte da adoração
pública a Deus consiste de oração e louvor, e todo seguidor de Cristo deveria envolver-se nesse culto.‖ -
Ellen G. White, em Signs of the Times, 25 de junho de 1886. Portanto, para cada um dos adoradores, o
culto deve tomar-se um evento participativo.
Leitura responsiva. A leitura responsiva ajusta-se bem ao apelo para adoração, à leitura da Bíblia, à
dedicação das ofertas ou à resposta ao sermão. A leitura pode estar impressa no boletim, ou ser lida no
hinário, mas o lugar principal da Bíblia no culto é realçado quando as pessoas lêem diretamente de suas
Bíblias. Isso envolve, porém, um pequeno ensaio da congregação e a distribuição de Bíblias, para que a
80

versão seja a mesma. A leitura pode ser dividida de muitas maneiras, conforme a imaginação, como por
exemplo: líder, homens, mulheres, coral, ala esquerda, ala direita, galeria, todos, etc.
Cânticos. O canto congregacional é recomendado para o intróito, resposta à oração e resposta à
bênção. A congregação também pode cantar
{149}

após a coleta. Muitos hinos do hinário são adequados para tais respostas; da mesma forma que os corinhos
mais informais, como: ―Oh, Que Esperança!‖, ―Pai, Eu Te Adoro‖, ―Aleluia‖, etc.
Muitos pastores utilizam o tempo entre a Escola Sabatina e o Culto Divino para o canto
congregacional. Algumas vezes um pequeno grupo pode liderar a música, com hinos tanto do hinário como
de outras fontes.
Mudança de posição da congregação. Há um propósito tanto psicológico como físico em planejar
mudanças de posição durante o culto (normalmente em pé ou ajoelhados), isso num local com espaço
apropriado. O propósito psicológico é manter os adoradores envolvidos na programação. O propósito físico
é manter a circulação do sangue. Por último, o ideal é que a congregação fique um pouco em pé, pouco
antes do início do sermão.
Essa movimentação na congregação pode incluir o convite aos membros que tenham pedidos
especiais de oração, para irem à frente e se ajoelharem juntos para a oração matinal.
Exemplos de formas de culto. - Com freqüência, os pastores relacionam itens do culto em seus
boletins, respeitando as divisões gerais, tais como:
1. Louvor, Oração, Pregação.
2. Reunimo-nos, Oramos, Proclamamos, Respondemos, Retornamos,
3. Adoração, Proclamação, Dedicação.
4. Igreja em Atividade, Igreja em Adoração.
5. Adoração Mediante Louvor, Adoração Mediante Dar e Receber, Adoração Mediante a Palavra,
Adoração Mediante Dedicação.
Algumas formas de culto foram incluídas no Manual da Igreja, capítulo 7. Eis algumas formas
adicionais:
FORMA MAIS LONGA:
Prelúdio Instrumental ou canto congregacional.
Intróito Música pelo coro, instrumento(s) ou congregação.
Convite Para adoração Se incluído no boletim, a congregação pode participar.
Doxologia Não é necessária se a congregação cantou o intróito.
Invocação
Hino de louvor
Oração Responsório pelo coro, instrumento(s) ou congregação.
Boas-vindas e anúncio Pode incluir ministérios pessoais.
{150}

Talvez você deseje fazer os anúncios mais cedo, mas nem toda a
congregação estará presente. Outra opção é colocar os anúncios
pouco antes da oração e concluí-los com pedidos de oração,
Experiências em ganhar almas e entrevistas deveriam ser incluídas
em algum lugar. Poderia ser durante os anúncios ou enquanto estiver
sendo recolhida a oferta. Se
Oferta o ofertório não prende a atenção dos adoradores, use esse período
para testemunhos e entrevistas, ou convide as crianças para irem se
instalando na frente, para sua história. A congregação pode cantar
enquanto a oferta é levada à frente e dedicada, enfatizando assim o
ato de dar como parte da adoração.
Leitura da Bíblia
Música Música especial ou um hino introduzindo o sermão.
Sermão
81

Hino de apelo/dedicação
Bênção Responsório pelo coro, instrumentos(s) ou congregação.
Poslúdio

FORMA MAIS BREVE:

Prelúdio
Intróito A congregação fica em pé para uma oração silenciosa ou canta
enquanto os da plataforma se ajoelham.
Hino A congregação continua de pé.
Oração Inclui a invocação da presença de Deus.
Anúncios Podem incluir as atividades missionárias.
Oferta
Sermão
Bênção

Sugestões adicionais. -
1. Leve para a plataforma pessoas de diferentes grupos da congregação:
Jovens, pais, avós, casais, solteiros, etc.
2. Uma família pode compor a plataforma.
3. Procure representar as várias faixas etárias da congregação a cada semana.
4. Utilize gráficos e recursos visuais. Faça uma pequena análise dos diferentes
{151}

tipos de sensores - áudio, visual, etc. Isso o levará a procurar novos e diferentes meios de atingir as pessoas.
Como nem todos aprendem da mesma forma, o culto deve incluir várias maneiras diferentes de alcançar os
adoradores.
5. Promova sábados especiais, dias em destaque, quando os membros convidam visitantes e vêm à
igreja na expectativa de bênçãos extraordinárias.
6. Treine a congregação a esperar um apelo no fim de cada sermão. Você poderá imprimir a palavra
―convite‖ ou ―apelo‖ como item separado em seu boletim, No começo do sermão, lembre os ouvintes de
que eles serão convidados a responder. Assim irão ouvir de modo diferente.
Não siga um formato apenas porque assim se espera, mas porque contribui para proporcionar à sua
congregação um encontro significativo com Deus. Culto é encontro.
{152}
CAPÍTULO 25
A Reunião de Oração
Importância da Oração
As igrejas devem enfatizar o ministério da oração e, conseqüentemente, também a reunião de
oração. ―Procurai toda oportunidade para irdes aonde se costuma fazer oração. Os que estão realmente
buscando a comunhão com Deus, serão vistos nas reuniões de oração.‖ - Caminho a Cristo, pág. 98.
Por que a reunião de oração não é muito freqüentada? Estão os membros muito ocupados, muito
distantes ou muito letárgicos? Ou será porque o pastor lhe atribui pouca importância?
Podemos considerar muitas maneiras de fortalecer a reunião de oração, mas devemos começar com
uma ênfase: Seja como for que se planeje o culto do meio da semana, ele deve dar grande prioridade à
oração. Realize a reunião numa hora e local conveniente - mas orem. Dê ao encontro o nome de Hora da
Comunhão, Oração e Louvor, ou Hora do Poder - mas orem. Orem em pequenos grupos, concentrem-se
numa lista ou caixa de oração, orem em sistema de rodízio, no qual cada pessoa ora sobre um item especial
- mas orem. A reunião de oração se destina à oração.

Maneiras de Aumentar a Freqüência


Criar um ambiente dinâmico. - Realize a reunião de oração num recinto apropriado. Um grupo
pequeno numa grande sala reduz a intimidade, oprime o senso de comunhão e evidencia certa frustração.
82

Tome providências para que a temperatura esteja agradável. A sala deve ser bem iluminada. Pode haver
alguma música à medida que as pessoas vão chegando, mesmo que seja música gravada. Comece
pontualmente; não espere até que todos cheguem; comece com algo que não demande a presença de todos.
Promover um ambiente de diálogo. - A reunião de oração é mais para ensino do que para
pregação. As apresentações geralmente não devem demorar mais de 20 minutos. Cultive um plano efetivo
de diálogo.
A reunião de oração serve para atrair um grupo de pessoas voltado para o estudo da Bíblia. Planeje
uma série baseada em considerações em conjunto
(Ver Manual da Igreja, capítulo 7.)
{153}
sobre um livro da Bíblia, capítulos da Bíblia, personagens bíblicos, crenças adventistas, profecias, etc.
Poupe tempo relacionando a reunião de oração com o seu sermão no próximo sábado. Coloque a
principal passagem do sermão futuro no boletim, um sábado antes, e convide as pessoas a estudá-la antes
da reunião de oração. Apresente uma rápida explanação do texto durante a reunião de oração, e divida os
membros presentes em pequenos grupos, para discutirem como ele se aplica às suas vidas. Cada grupinho
pode partilhar um resumo de suas considerações com o grupo maior. Use esse material ao preparar o
sermão para o sábado.
Enfatizar a comunhão. - As pessoas são invariavelmente atraídas para qualquer local onde sentem
agradável comunhão, A reunião de oração deve dedicar algum tempo para testemunhos, reflexões e
partilha de idéias.
Procure manter os testemunhos breves e atuais. Pergunte: ―O que o Senhor fez por você esta
semana? Qual foi a prece respondida este mês? Qual a experiência em ganhar almas que você teve este
ano?‖ Desestimule os dominadores e incentive os tímidos, Especifique os testemunhos: texto favorito da
Bíblia, como se tomaram cristãos, etc.
Estimule testemunhos que envolvam relacionamento com outras pessoas. Testemunhos centrados
no próprio eu geralmente são enfadonhos. Os que testificam sobre o que outros ou a igreja inteira têm feito
ajudam a criar uma atmosfera de comunhão.
Programar uma noite especial para toda a igreja. - Quão bom seria para as famílias ocupadas,
inclusive a do pastor, se os programas do meio da semana pudessem ser coordenados de tal maneira que as
famílias passassem mais tempo juntas! Uma noite especial na igreja pode ajudar. Comece com um lanche,
uma hora mais cedo. Então, no restante da noite, realize reuniões de oração, dos Desbravadores, reunião da
comissão, ensaio do coral, recreação, etc.
Sugestões adicionais:
1. Realize uma série de estudos dos Testemunhos, ou outro seminário desse tipo.
2. Ao dirigir a última reunião de uma classe batismal, sugira: ―A partir de agora, a reunião de
oração substituirá nossa reunião regular.‖
3. Entregue o planejamento e a liderança da reunião de oração a um ancião com dom especial para
isso.
4. Realize reuniões de oração como pequenos grupos de estudo nos lares de membros - talvez dos
anciãos.

{154}
CAPÍTULO 26
Visitação
Visitação Pastoral
A importância de visitar os lares. - O pregador que vai aos lares leva o povo à igreja. A visitação
aos lares é importante, tanto para os pastores como para seu rebanho; para as pessoas, porque precisam
saber que seu pastor cuida delas; para os pastores, porque precisam saber como seu povo vive durante a
semana. Como disse alguém: ―O caminho do estudo ao púlpito passa pelas casas, hospitais, fazendas e
fábricas.‖
Ellen White comenta: ―Lembre-se de que a obra do ministro não consiste meramente em pregar.
Ele deve visitar as famílias em seus lares, orar com elas, e lhes abrir as Sagradas Escrituras. O que realiza
83

fiel trabalho fora do púlpito, conseguirá dez vezes mais do que aquele que restringe seus labores à
escrivaninha. - Testimonies, vol. 9, pág. 124.
Problemas da visitação aos lares. - Em muitos países, os pastores são os únicos profissionais que
ainda fazem visitas aos lares. Esse fato, em si, deveria indicar alguns problemas envolvidos na visitação,
tais como:
Ausência. Como o marido e a esposa geralmente trabalham fora do lar, à visitação durante o dia é
quase impossível.
Distância. Muitos ministros cuidam de igrejas grandes, ou de muitas igrejas. Alguns dispõem
apenas de meios de transporte limitados.
Inacessibilidade. Na maioria das cidades, os prédios de apartamentos não permitem a entrada,
exceto por recomendação especial dos moradores,
Segurança. Em muitas cidades, é perigoso para o pastor visitar algumas casas em certas regiões, à
noite, e as pessoas têm medo de abrir a porta a alguém que elas não conhecem.
Tempo. A visitação consome muito tempo. Em algumas circunstâncias, os pastores gastam mais
tempo no trânsito, indo até uma casa, do que na própria casa visitada, e eles se perguntam se estão usando o
tempo de modo eficiente.
Soluções sugestivas para os problemas das visitas aos lares:
1. Logo que chegar a um novo distrito, visite cada membro. Demonstre desde o início que você se
preocupa com todos. Depois, entregue o encargo da visitação regular aos anciãos e outros membros,
enquanto você
{155}
fica com a visitação em casos especiais.
2. Dê maior prioridade às visitas a pessoas de grupos especiais. Um pastor ocupado que se
sobrecarrega com visitas regulares a todos, pode passar por alto os que mais precisam de ajuda. Os grupos
especiais incluem: interessados mediante o evangelismo, desanimados espiritualmente, doentes, enlutados,
recém-casados, casais com problemas conjugais, novos pais, pais cujos filhos estão saindo de casa, etc.
Muitos desses grupos podem ser visitados durante o dia, poupando horas preciosas à noite.
3. Ajude e estimule os membros a contatar a igreja. Prepare e distribua o folheto ―Quando Você
Deve Chamar o seu Pastor‖, relacionando tais ocasiões especiais como:
* Antes de se internar num hospital.
* Quando nasce um bebê.
* Quando há uma morte na família.
* Quando há reações prolongadas a uma grave perda ou aflição.
* Antes de abandonar uma relação conjugal.
* Quando quiser falar ou orar sobre uma situação difícil.
* Quando se sente espiritualmente deprimido.
* Quando sabe de alguém que precisa de ajuda espiritual.
4. Contato por telefone. Pode ter apenas metade da eficiência da visitação normal, mas se você
conseguir fazer, por exemplo, dez vezes mais contatos por hora, terá realizado cinco vezes mais benefício.
5. Esteja sempre disponível na igreja, especialmente durante o sábado. Esse tipo de atendimento às
pessoas é muito mais econômico, tanto em questão de tempo como de dinheiro. Esteja na entrada da igreja
pelo menos meia hora antes da Escola Sabatina. Peça que sua esposa faça o mesmo, se possível.
Atender as pessoas à medida que vão chegando à igreja lhe dá mais tempo com cada uma, do que
apenas o aperto de mão na saída. Não perca a Escola Sabatina, mas atenda os membros durante 30 minutos
antes do início dela. Ao terminar a Escola Sabatina, se puder dispor de tempo para isso, dê atenção às
pessoas que só chegam para o Culto Divino. Você deve ser amigável e estimular tais pessoas.
Propósito da visitação aos lares. - O propósito da visitação pastoral não é social nem utilitário, e
também não é para provar que o pastor tem ido a cada lar. Embora o interesse social, aumentar a freqüência
à igreja ou o levantamento de fundos possam estar envolvidos numa visita pastoral, o propósito principal
dessa visita deve sempre ser espiritual
Planejamento das visitas. - Antes da visita. Tenha um arquivo de cartões. As pessoas que
precisam de atenção especial devem estar assinaladas. Remova do arquivo os cartões daqueles que você
deseja visitar. Isso evita a tarefa de recopiar informações.
84

{155}

Alguns pastores fazem o planejamento por regiões; programar todas as visitas numa mesma área de
uma só vez, poupa tempo. Outros preferem visitar por grupos de pessoas. Por exemplo, escolheriam certo
dia para visitar os recém-enlutados; isso lhes permitiria prepararem a si mesmos e seus pensamentos
especialmente para tal grupo. Outros, ainda, destinam pelo menos um dia por semana para visitar membros
em potencial.
Visitas com hora marcada. Aparecer numa casa sem arranjo prévio não somente é desagradável,
mas pode ser também uma perda de tempo, pois talvez não haja ninguém em casa. No entanto, você não
precisa despender uma parte de seu próprio tempo marcando hora para as visitas. Uma secretária ou uma
pessoa voluntária pode fazer isso, contatando as pessoas na igreja, aos sábados, ou por telefone. Uma
pessoa aposentada ou acamada pode ter o dom e o tempo disponível para se envolver nesse ministério.
Durante a visita. Uma visita pastoral abrange três partes básicas, nesta ordem:
1. Seja um amigo. Comece no nível social. Fale pouco e ouça mais durante essa parte da visita.
Como disse Will Rogers: ―Todos são ignorantes - só que em assuntos diferentes.‖ Ouça em genuína
ignorância e respeito enquanto as pessoas lhe falam sobre seus interesses. A maioria dos homens gosta de
falar sobre seu trabalho, e as mulheres preferem falar sobre sua família.
Não tente competir com a TV ou o rádio, se puder evitá-lo. Pode ser descortês ter que pedir que
sejam desligados, especialmente se crianças ou pessoas que não são membros da igreja estiverem
assistindo ou ouvindo. Tente baixar a voz, de modo que quase não seja ouvida acima do rádio ou da
televisão. Quase sempre alguém irá desligá-los voluntariamente.
2. Seja um amigo cristão. Quando surgir uma brecha natural na conversa, leve-a para a direção
espiritual. Se irá ler a Bíblia ou não, vai depender da casa, da cultura e de sua personalidade. Muitos
pastores se sentem mais confortáveis com uma Bíblia de bolso. Conservam-na fora de vista ao chegar, para
que não pareçam tão santos aos não-cristãos. Mesmo assim poderão utilizá-la quando julgarem apropriado.
3. Seja um amigo cristão de oração. Quase sempre ore. Se achar apropriado, ajoelhe-se. Raramente
peça permissão para orar; isso embaraça as pessoas, fazendo com que deduzam que a oração é imprópria
em seu lar. Convide as crianças ou outras pessoas presentes a participar do grupo, A essa altura você deve
ter memorizado cada um dos nomes das pessoas, e ore por cada uma delas. Inclua os que ainda não são
cristãos, se houver algum nesse lar. Ore também pelos membros ausentes. Ore sempre por bênçãos sobre o
lar.
Retire-se quase imediatamente depois disso, enquanto prevalece o clima espiritual da oração. Não
entregue seu casaco a ninguém ao chegar, para não perder o controle da hora de partir. As pessoas poderão
detê-lo enquanto conservam seu casaco e a visita acabará terminando num contexto meramente social.
A maioria das visitas pastorais deveria durar de 10 a 20 minutos. Ocasionalmente, 30 minutos
poderão ser aceitáveis, especialmente se vocês
{157}

estão começando a se conhecer. Visitas mais longas tendem a tomar-se visitas sociais. Não dê aos
membros a noção de que não tem mais nada a fazer, senão sentar-se e conversar o dia todo.
Por outro lado, não passe o tempo todo sentado na beirada da cadeira, como se mal pudesse esperar
para ir embora. Encoste-se, relaxe, ouça, mas apenas durante um tempo limitado, Você está tratando dos
negócios do Rei, e deve dar a impressão de que Seus negócios progridem e exigem toda a sua dedicação.
Se, apesar de todo o seu planejamento, não encontrar ninguém em casa, escreva um bilhete pessoal
atrás do cartão de visita. Isso prova que você veio. Demonstra seu cuidado e solicitude.
Depois da visita. Desça pela rua, vire a esquina, pare e atualize o seu cartão. Anote os nomes que
você ainda não tinha, e onde estavam os filhos ausentes. Registre as preocupações da família e suas
impressões. Lembrar esses detalhes em visitas posteriores convence a família de seu genuíno interesse por
ela.

Visitação Leiga
Todos os membros da congregação deveriam provavelmente receber uma visita ao seu lar, pelo
menos uma vez por ano essa visita nem sempre precisa ser, porém, a do pastor.
85

Plano paroquial. - Inaugure um plano paroquial, organizando seus membros em regiões,


provavelmente com base geográfica. Um ancião, acompanhado por um diácono ou uma diaconisa, poderia
cuidar de uma região. O ancião lideraria o planejamento da visitação, bem como outros programas que
fortalecessem espiritualmente o grupo. No entanto, é injusto supor que todos os anciãos, diáconos e
diaconisas têm o dom ou o interesse por tal ministério. A cada um deveria ser permitido batalhar em seu
próprio exército.
Harmonizar. - Os visitadores devidamente equiparados às pessoas eles irão visitar conseguem
melhores resultados do que os que pode ser obtidos com a visita do pastor. Os que já passaram por luto
familiar, poderiam visitar os enlutados; os solteiros visitariam os solteiros; etc.
Treinamento. - Ofereça um preparo de visitação especializada. Você pode dar aulas breves sobre
cada um dos seguintes tipos de visitação: membros em geral, novos contatos, membros inativos, doentes,
asilos, hospitais. Os membros escolhem sua classe e a visitação especial que combine com sua experiência,
interesses e dons.
O ―treinamento prático‖ é o melhor. Leve alguém com você ao fazer as Visitas - especialmente os
anciãos que por sua vez vão treinar outros para fazer visitas. Mostre-lhes como uma visita deve passar do
nível social para o nível espiritual e de oração.
{158}

Ser Criativo. - Utilize o quadro de anúncios ou o mural da igreja de maneira criativa. Coloque um
anuncio como este: Visite alguém enfermo hoje. Vire o cartão da pessoa que você vai visitar.‖ Pendure um
cartão em cada ganchinho do quadro. Escreva de um lado de cada cartão: ―Visite-me‖, com o nome e
endereço de alguém doente. O outro lado do cartão dirá o seguinte: ―Obrigado!‖
Transforme o sábado da Santa Ceia num dia para os anciãos, diáconos e diaconisas visitarem a
aqueles que gostariam de ter vindo a igreja mas não puderam e para partilharem a Santa Ceia com eles.
Eduque sua congregação a aceitar o ministério uns dos outros. Os membros devem ser ajudados a
ver que uma visita espiritual de outro membro da igreja é uma visita ―pastoral‖.
Ajude seus membros a desenvolverem a solicitude. Qualquer plano organizacional se esfacelará se
os membros não se preocuparem realmente uns com os outros. Por outro lado, é surpreendente ver quanto à
visitação consegue com um pouco de organização, quando os membros simplesmente amam as pessoas.

Visitação a Hospitais
Orientações gerais para visitas a hospitais:
1. Transforme a fofoca num dom. Encarregue os membros que sempre parecem estar por dentro de
tudo, da responsabilidade de avisá-lo quando um membro se encontra hospitalizado.
2. Vá imediatamente. O período de internação é cada vez mais curto, e as pessoas se sentem
negligenciadas e mesmo rejeitadas se um representante da igreja não vai visitá-las no hospital.
3. Vá no período da tarde, se possível. A noitinha há quase sempre outros visitantes, o que pode
interferir numa visita espiritual. Poupe as noites para o trabalho que não pode ser feito durante o dia.
4. Passe antes no posto de enfermagem, como cortesia, Também pode descobrir um pouco sobre a
doença do paciente, e ter certeza de que uma visita não está fora do regulamento. Isso é especialmente
importante no caso de divisões obstétricas, onde podem ser aplicadas certas regras especiais.
5. Seja amigável com outros que estejam no quarto.
6. Não acorde o paciente se ele estiver dormindo. Descansar é difícil num hospital. Escreva uma ou
duas frases no seu cartão de visita, e deixe-o ao lado da cama.
7. Não se sente ou recline sobre a cama. Isso pode trazer grave desconforto ao corpo doente.
8. Dê um demorado aperto de mão ao começar sua visita. Isso demonstra que você se preocupa.
9. Tenha cuidado ao fazer perguntas sobre a enfermidade. E melhor obter
{159}

essas informações no posto de enfermagem. Contudo, o rumo de sua visita depende de alguma
maneira da razão por que o paciente está ali, e a enfermeira talvez não possa ou não queira dizer
isso a você. O paciente pode estar sendo preparado para uma cirurgia, ou estar enfrentando um
grave diagnóstico, como uma doença maligna. Você poderia perguntar: ―Está aqui devido a alguma
86

coisa muito séria?‖ ou ―O que está acontecendo com você? ― Então ficará sabendo o que a pessoa
deseja partilhar sobre a doença. Ou pergunte: ―Como está se sentindo? ― A resposta lhe dará as
dicas sobre como poderá ministrar e quanto tempo deverá permanecer ali. Saia quase que
imediatamente se o paciente demonstrar que está sentindo dores.
Seja sensível aos sentimentos simulados. Alguns acham que bons cristãos não deveriam demonstrar
medo ou preocupação. Eles simulam, principalmente para o pastor, uma coragem e bravura que
genuinamente não sentem.
10. Seja positivo. O hospital não é um lugar para frivolidades. Pacientes sofredores desejam que
seus sentimentos negativos sejam respeitados, mas leve a eles um pouco da luz do Sol.
11. Ouça bastante. Fale pouco. Apenas a sua presença já lembra os pacientes de que você pensa
neles.
12. Leia uma passagem das Escrituras, se for apropriado. Leve uma Bíblia de bolso.
13. Seja breve. Uma visita de cinco a dez minutos é mais adequada.
14. Ore. Segure a mão do paciente e ore especificamente pelas necessidades expressas. Ore uma
oração especial com as novas mamães, pedindo bênçãos sobre seus bebês.
15. Saia em seguida, enquanto prevalece o efeito da oração.
Leitura de textos bíblicos. - Na contracapa de sua Bíblia de bolso, mantenha textos das Escrituras
que se apliquem a várias situações de visitação. Para a visitação em hospitais, os textos poderiam abranger
o seguinte:

Leituras gerais:
Sal. 23; 46; 103; 121
Jer. 30:17
Mat. 11:28-30; 15:30 e 31
Rom. 5:3-5; 8:16-39
Tiago 5:13-16
III João 2
Antes de cirurgias:
Sal. 91; 103:1-5
Isa. 43:1-3; 58:8 e 9
No caso de dor:
Isa. 26:3 e 4
Mat. 11:28e29
João 14:27
Para doenças fatais:
Sal. 23; 90:1-6 e 10
Isa. 57:1
João 3:14-16
João 14:1-4 e 25-27
Rom, 8:35-39
II Cor. 5:1-4
Convalescença:
Sal. 34:4-8; 107:1-9
Lucas 17:12-18
Nascimento de bebês:
Mat. 18:1-6
Marcos 10:13-16
Lucas 1:46-49
{161}
CAPÍTULO 27
Aconselhamento
87

Na população em geral, dentre aqueles que passam por dificuldades emocionais, 40 a 50% irão
primeiro buscar o auxílio de um ministro ou líder religioso. A porcentagem entre os que freqüentam uma
igreja é mais alta. O pastor consegue normalmente lidar com cerca de 80% dos casos.

Limitações do Aconselhamento
A ordenação ao ministério não outorga onipresença nem onisciência. Como ministros, devemos
conhecer nossas limitações.
Tempo limitado. - Nossa obra principal é pregar o evangelho. Tudo o mais, inclusive o
aconselhamento pessoal, deve ser secundário. Os pastores devem respeitar os problemas emocionais de
seus congregados, e lidar com eles, mas a pregação cristocêntrica, baseada na Bíblia e que enfatiza a
esperança e o perdão, evitará muitas das dificuldades devido às quais as pessoas buscam conselhos.
E melhor prevenir que remediar. Os pastores se especializam em prevenção quando seu ministério
está centrado na certeza da salvação por Cristo Jesus. As igrejas se especializam em prevenção quando
patrocinam tais programas como cursos de enriquecimento matrimonial, que previnem ou ajudam casais
com problemas.
Ao aconselhar, os pastores precisam lembrar-se de tomar algumas precauções. Mais que outros
conselheiros, os pastores se defrontam constantemente com queixosos crônicos. Alguns buscam apenas
simpatia e atenção, ao invés de auxílio. Eles vêm porque os pastores são simpáticos - e livres. Alguns vão
de pastor a pastor, tentando achar um que sirva de consciência para eles. Ao encontrar um que aprove o que
eles desejam fazer, mencionarão esse pastor pelo resto da vida como justificativa para seu comportamento.
Os pastores algumas vezes se tomam suscetíveis por falta de experiência em aconselhamento, por simpatia
ou por causa de seu próprio eu: precisam sentir-se necessários.
Ame os que buscam simpatia ou desejam sua aprovação, mas não permita que dominem seu tempo.
Limite o período de aconselhamento a quatro ou cinco sessões no máximo, possibilitando assim que seu
programa e experiência sejam acessíveis a mais pessoas.
{162}

Conhecimento limitado. - Saiba quando deve recomendar outra pessoa. Pretender possuir uma
experiência de aconselhamento que na realidade você não possui, pode não somente ser prejudicial ao
aconselhado, mas também trazer dificuldades legais para você e sua igreja.
Considere os seguintes fatores ao decidir se deve ou não encaminhar o aconselhado a uma outra
pessoa: Quão intensamente o aconselhado está experimentando depressão, ira, inveja, culpa, solidão,
ressentimento ou confusão? A pessoa está de tal maneira sobrecarregada com esses sentimentos, que não
consegue agir de maneira normal? Ou se trata apenas de uma preocupação contra a qual o indivíduo está
lutando enquanto ainda consegue agir normalmente? O problema é recente, ou já vem acontecendo há
muito tempo?
Esteja atento para tais reações incoerentes como verbalização ilógica, emoções incontroláveis, olhar
perdido, falta de percepção, depressão profunda, incapacidade de tomar decisões simples, crença de que os
outros o perseguem e perda de controle no comer e em outros hábitos. Esses podem ser sintomas
psicóticos, e as pessoas que os exibem devem ser encaminhadas a um conselheiro profissional ou
psiquiatra treinado para tratar de condições mais graves.
Conheça com antecipação quais os recursos disponíveis em sua região, a fim de poder encaminhai
os casos para os quais não está qualificado. Talvez encontre ajuda ao pedir informações no Departamento
de Saúde Mental local.

Aconselhamento no Caso de Crises


Grande parte do aconselhamento pela maioria dos pastores deveria restringir-se aos casos de crises
ou problemas passageiros. Cinco sugestões para aconselhamento de crises:
1. Aprender a ouvir. - Ouvir lisonjeia. Isso demonstra ao aconselhado que você se preocupa. Falar
esclarece o problema para ele, e constitui excelente terapia. Ao expressar seus sentimentos, as pessoas
passam do nível emocional para um nível mais racional, em que começam a encontrar respostas por si
mesmas.
88

Ouvir esclarece o problema para o conselheiro. Você não pode aprender enquanto está falando. Ao
concentrar-se demais nas respostas a serem dadas, você pode entender mal algumas das perguntas. A
palavra que provavelmente faz mais bem no aconselhamento do que todas as outras juntas, é ―hã!‖ Isso
mostra que você está ouvindo, e encoraja a outra pessoa a continuar falando.
Esteja totalmente aberto, e não fique chocado a respeito do que ouve. Evite qualquer julgamento,
assim como Cristo diante da mulher flagrada em adultério.
Ouça ambos os lados. Em qualquer problema de relacionamento, jamais admita que o que você
ouviu de uma parte é a mais pura verdade - ou que a pessoa está mentindo deliberadamente. O mais
provável é que se trata de um caso de estar certo aos próprios olhos, A implícita lisonja que
{163}

advém de ter sido escolhido como conselheiro tende a predispor o seu pensamento em favor do
aconselhado. Afinal de contas, quem teve o bom senso de buscar o seu conselho não pode estar tão errado!
Jamais tente fazer um julgamento sem ouvir ambas as partes.
2. Concentrar-se nas soluções. - Gaste a maior parte do seu tempo em soluções, não em
problemas. Algumas pessoas ficam rodeando um problema, querendo apenas simpatia e recusando
esforçar-se para encontrar uma solução. Se resolvessem o seu problema, não mais se sentiriam importantes.
Perderiam o pretexto para vir. Você não somente está perdendo tempo com tais pessoas, mas prejudicando-
as com sua exagerada simpatia por elas. Toma-se uma muleta para essas pessoas, e pode impedir que
andem por si mesmas.
Não tente resolver os problemas das pessoas. Ajude-as a definir qual é realmente o problema, e
então deixe que o resolvam.
3. Ajudá-los a escolher um plano. - Os aconselhados acham mais fácil concentrar-se nas soluções
se puderem vislumbrar várias opções. Ajude-os a decidir qual a opção que parece ser a melhor, e a formar
um plano para pô-la em execução. A essa altura, alguns conselheiros delineiam um contrato literal, por
escrito. A tarefa do pastor, em grande parte, é encorajá-los a pôr em prática sua própria decisão. Se os
aconselhados não seguirem à risca seu próprio plano, você deveria questionar a utilidade de passar grandes
períodos de tempo adicional com eles.
4. Saber quando encaminhar a pessoa a outros conselheiros.
5. Praticar a mais estrita confidência. - Este é um requisito ético e legal para os pastores.
Ore com os seus aconselhados. A oração concentra a atenção na fonte de auxílio mais segura,
duradoura e confiável - Deus!
Aconselhamento Leigo
Surpreendentemente, as pesquisas mostram que solícitos conselheiros leigos, treinados ou não, são
tão úteis à maioria dos aconselhados como os conselheiros profissionais.
Esposa. - As esposas de pastores podem ser conselheiras eficientes. Muitas vezes possuem mais
sensibilidade para compreender questões de relacionamento do que os seus cônjuges. Faça um trato com
sua esposa: se ela o ajudar no aconselhamento, você passará igual período de tempo extra com sua família.
Profissionais. - Em sua congregação geralmente há pessoas treinadas
{164}

em alguma área de aconselhamento. O pastor pode aproveitar esse conhecimento especializado, e não
permitir que isso venha a causar competição ou ressentimentos profissionais entre o pastor e esses
membros. Use tais pessoas não somente como alguém que possa ser recomendado aos seus aconselhados,
mas também para treinar os membros desejosos de participar da carga do aconselhamento.
Congregação. - É dever cristão que os membros aconselhem outros membros: ―Levai as cargas
uns dos outros, e assim cumprireis a lei de Cristo.‖ Gál. 6:2. Os pastores podem organizar uma ―clínica‖ de
recuperação, com base no fato de que alguns na congregação já enfrentaram e superaram os mesmos
problemas que os aconselhados estão agora enfrentando. Se os pastores puderem identificar tais pessoas,
dar-lhes algum treinamento e reuni-los com os que estão tendo problemas, não somente dariam a ajuda
necessária, mas fariam da igreja uma verdadeira comunidade de recuperação.
Podem ser organizados grupos de apoio, em que pessoas com necessidades semelhantes não apenas
partilhem e procurem soluções para seus problemas, mas orem uns pelos outros e se apóiem mutuamente,
89

A igreja também pode fundar um centro de pesquisa. Uma pequena biblioteca com livros e folhetos
contendo informações práticas e orientações sobre como lidar com problemas típicos, pode ser muito útil.
{165}
CAPÍTULO 28
Comunhão da Igreja
Unidade
A primeira tarefa do pastor é manter o rebanho unido. As pessoas necessitam de comunhão. Se não
a encontrarem na igreja, certamente irão procurá-la em outro lugar.
O cristianismo demanda amor e unidade. ―Nós sabemos que já passamos da morte para a vida,
porque amamos os irmãos; aquele que não ama permanece na morte.‖ 1 João 3:14. ―Nisto conhecerão
todos que sois Meus discípulos, se tiverdes amor uns aos outros.‖ João 13:35.
A unidade dá poder à igreja. ―Ao cumprir-se o dia de Pentecostes, estavam todos reunidos no
mesmo lugar.‖ Atos 2:1. ―Quando houver ação harmoniosa entre os membros individuais da igreja, quando
houver manifesto amor e confiança de um irmão para com outro, haverá proporcional força e poder em
nossa obra, para a salvação dos homens.‖ - Testemunhos Para Ministros, pág. 188.
O amor cristão produz unidade a despeito de diferenças. ―Acima de tudo, porém, tende amor
intenso uns para com os outros, porque o amor cobre multidão de pecados.‖ 1 Pedro 4:8. A chama do amor
cristão dissolve as impurezas das hostilidades de classes, os conflitos de raças, as rupturas sociais e as
controvérsias teológicas mais simples.
Sementes de desunião e deslealdade, por outro lado, se espalham facilmente. Se você, como pastor,
não for leal à liderança da associação/missão, estará provavelmente espalhando sementes que criarão raízes
em sua própria congregação e produzirão uma igreja desleal à sua liderança. A não ser que você aprenda
como ajudar os membros a enfrentar as forças que os impelem a direções opostas, eles não poderão levar a
igreja avante.

Comunicação com os Membros


A comunhão aumenta quando as pessoas têm muito em comum. A palavra ―comunicar‖ vem da
mesma raiz de ―comum‖. A boa comunicação entre os membros facilita a compreensão e a convivência
entre eles. Isso aumenta a comunhão. Eis algumas maneiras pelas quais sua igreja pode comunicar-se
melhor:
O boletim da igreja - comunicação semanal. - Algumas informações num boletim de igreja são
padronizadas e não precisam ser modificadas a cada semana:
{166}

nome da igreja, endereço e telefone; pastor; oficiais principais; declaração de crenças fundamentais; parte
destacável para informações pastorais.
As outras informações geralmente podem ser divididas em três partes: ―A Igreja em Estudo‖
(Escola Sabatina); ―A Igreja em Adoração‖ (Culto Divino); e ―A Igreja em Serviço‖ (atividades em
andamento e a realizar-se, finanças, etc.).
Jornalzinho da igreja - comunicação mensal. - Algumas igrejas têm jornalzinhos mensais
distribuídos pelo correio. Isso ajuda os membros regulares, os faltantes e os visitantes da região que
recebem as informações a manter-se em contato com o programa, os planos e as atividades da igreja. E
também uma maneira de partilhar os itens que alguns acham muito seculares para serem apresentados aos
sábados pela manhã, na igreja.
Tenha um grupo de correio para cuidar do envio do jornalzinho. Você poderia encorajar
especialmente os membros de mais idade a participar. Eles têm mais tempo e precisam de
companheirismo.
O jornalzinho da igreja ajuda: 1) a informar, 2) a promover, 3) a economizar tempo dos anúncios na
hora do culto, e 4) a cultivar a comunhão.
Se você cuida de várias igrejas, pode fazer apenas um jornalzinho, mas designe partes dele a cada
igreja. Isso cria comunhão entre as igrejas e elas também terão melhor compreensão de como o pastor é
ocupado.
Itens sugestivos que podem ser incluídos no jornalzinho:
90

Cantinho do pastor. Esta é uma coluna para deixar o seu coração falar. Lembre-se especialmente
dos ausentes. Eis um modo significativo de você se comunicar com eles! Poderia incluir também, sem
pretensões, um relatório de suas atividades no mês: número de sermões, reuniões evangelísticas, estudos
bíblicos, visitas pastorais, etc.
Calendário. Faça um calendário detalhado, com as atividades da igreja para cada dia. Alguns
membros irão afixar o calendário em casa, para não perder os eventos da igreja. Você até poderá incluir os
títulos de seus sermões aos sábados de manhã; às vezes um título levará um membro inativo a comparecer
à reunião.
Novos itens. Inclua os serviços especiais da igreja e eventos sociais. Enfatize os eventos pessoais:
casamentos, nascimentos, dedicação de bebês, batismos, formaturas, aniversários, doenças, falecimentos.
Você pode fazer uma lista especial dos aniversários natalícios e dos aniversários de casamento que
ocorrerão em breve. Estimule os membros a enviar mensagens pessoais de congratulação.
Retrate a família do mês. O editor pode entrevistar uma família da igreja, informando-se sobre o
seu passado, carreira, filhos, interesses e o que a igreja significa para eles. Não hesite em entrevistar
pessoas solteiras para esta coluna.
{167}

Itens acerca dos jovens. Reforce seu interesse pelos jovens dedicando uma parte do jornalzinho às
atividades deles. Inclua uma página para as crianças, com questionários bíblicos, quebra-cabeças e jogos.
Solicite que crianças e jovens escrevam alguns parágrafos partilhando o que acham da igreja.
Anuário da igreja - comunicação anual. - O anuário da igreja pode ser um instrumento muito
eficaz para comunicar e encorajar a comunhão dentro da comunidade da igreja. Só o fato de ter em mãos os
nomes de todos os membros da igreja poderá ajudar os membros a se tomarem mais familiarizados uns
com os outros. Um anuário ilustrado também seria muito útil.
A ocasião ideal para preparar o anuário da igreja é após as eleições e o planejamento para as
atividades do ano seguinte. O anuário pode, então, ser usado para descrever o programa anual. O conteúdo
deveria abranger estes aspectos:
* Definição da missão da igreja.
* Um resumo histórico da igreja.
* Mensagem do pastor. Poderia conter os objetivos especiais para o novo ano.
* Horário das reuniões de sábado, incluindo as Santas Ceias.
* Cursos e programas especiais, e quando serão realizados.
* Nomes dos oficiais.
* Comissões, e horários de suas reuniões.
* Datas de aniversário dos membros, começando com 1 de janeiro.
(Omitir o ano de nascimento.)
* Programa diário e/ou semanal do pastor, incluindo seu dia de folga com a família. (Assegurar a
disponibilidade a qualquer hora para emergências.)
* Números de telefones freqüentemente usados: escritório da igreja, casa do pastor, escola,
escritório da associação/missão, sede de acampamentos, SELS, etc.
* Nomes dos oficiais e dos departamentais da associação/missão.
* Endereços e números de telefones de instituições locais, serviços ou escritórios administrativos
operados pela Igreja Adventista do Sétimo Dia.
Outras idéias de comunicação. - Promova o companheirismo entre os membros por meio de
planos tais como:
Pesquisa congregacional. A comunicação, enfim, ocorre quando as pessoas envolvidas falam e
ouvem. Os líderes da igreja não devem fazer sozinhos
{168}

o papel de comunicadores. Uma pesquisa congregacional é um esquema para que se ouça. Ela produzirá
melhores resultados se for feita durante um sábado de manhã. Idealmente, deveria ser efetuada logo que
começar o processo de planejamento anual.
91

Distribua um formulário com duas ou três perguntas (incluindo uma em aberto, para que cada
pessoa a complete como desejar) sobre cada uma das áreas do programa da igreja, tais como: cultos,
pregações, atividades missionárias, Escola Sabatina, jovens, reunião de oração, atividades sociais, etc. As
respostas anônimas podem refletir maior franqueza, mas de alguma maneira determine o sexo e a idade dos
pesquisados.
Pacote do novo membro. Entregue esse pacote a cada novo membro. Ele deveria conter uma carta
de boas-vindas por parte do pastor, uma planta da igreja, indicando suas várias dependências, e, se
disponível, um anuário e um jornalzinho da igreja. Cada departamento deve ser incentivado a preparar uma
circular descrevendo o seu programa de tal modo que desperte o interesse dos novos membros.
Ficha de membro. Organize um programa de visitação e complete uma ficha para cada membro e
cada família. Inclua na ficha informações importantes sobre a família, a qualidade de membro, nomes,
datas de nascimento, datas de batismo, profissão, interesses especiais, interesse e/ou experiência na
liderança da igreja.
Cartões de registro nos bancos da igreja. Coloque cartões nos bancos da igreja, pedindo que os
adoradores anotem a presença, relatem qualquer enfermidade, solicitem uma visita pastoral para si mesmos
ou para um amigo, peçam o batismo, a carta de transferência, etc. Estas informações podem também ser
anotadas numa parte destacável do boletim semanal.
Um sistema mais completo é ter um grande cartão no fim de cada banco, possivelmente dentro de
uma pasta. Cada pessoa presente é convidada a registrar-se. Todas escrevem seus nomes e assinalam, na
parte correspondente, se são membros, visitantes, têm algum pedido especial, etc. Quando o cartão é
passado ao longo do banco, preenchido e passado de volta, cada um é incentivado a olhar para cada nome e
se familiarizar com todos os que estão no mesmo banco aquela manhã.
Telefone. Forme uma comissão do telefone, constituída especialmente por idosos, deficientes
físicos ou outros que normalmente ficam em casa, incapazes de participar de muitos programas da igreja.
Sempre que houver um problema especial, doenças, etc., na congregação, os membros dessa comissão
entram em contato com as pessoas que lhes foram designadas e partilham seu interesse e solicitude.
Outro plano é usar uma secretária eletrônica. Consiga uma linha especial. Uma mensagem é
gravada diariamente, depois da qual os que telefonam podem deixar seu recado. Por meio desse método, os
membros podem também ser notificados de anúncios especiais, como: mudanças na
{169}

programação, uma hospitalização de emergência, a chegada de crianças de um acampamento, ou uma


reunião urgente da comissão.
Cartões para ocasiões especiais. Mantenha um estoque de cartões em seu escritório para serem
enviados a aniversariantes, nascimentos, formaturas e internações em hospitais. Os cartões não precisam
ser caros, mas uma pequena nota pessoal do pastor irá tomá-los significativos.
Cartas. Escreva uma carta destinada a cada criança recém-nascida, datada no dia do nascimento da
criança, dando-lhe as boas-vindas ao grande mundo e afirmando ter ele pais maravilhosos. Convide o bebê
a conhecer Jesus desde cedo na vida e tomá-Lo seu melhor Amigo. Essa primeira carta certamente irá fazer
parte do livro de recordações do bebê.
Escreva uma carta por ocasião do primeiro aniversário dos falecimentos. A essa altura, todos os
demais parecem já haver-se esquecido da perda, mas os entes queridos não. Saber que você também se
lembra, vai significar muito para eles.
A esposa do pastor pode escrever uma carta dirigida especificamente às mulheres da congregação,
demonstrando seu interesse e amor por elas. Isso pode ser especialmente eficaz na chegada a um novo
distrito, e ainda mais se a esposa é um pouco tímida e reticente em fazer amizades.

Pequenos Grupos
Moisés organizou o povo de Israel em grupos de dez (Êxo. 18). Jesus escolheu um grupo de 12 e
passou a maior parte do Seu ministério na Terra com eles. Ele geralmente ensinava nos lares (Mat. 13:36;
17:25; Mar. 9:33; 10:10). A Igreja do Novo Testamento centralizava suas atividades em pequenos grupos,
em comunhão, estudo, oração e refeições em conjunto (Atos 2:42 e 46). O livro de Atos faz nove vezes
referência a cultos cristãos nos lares.
92

Ellen White salienta: ―A formação de pequenos grupos, como uma base de esforço cristão, é um
plano que tem sido apresentado diante de mim por Aquele que não pode errar. Se houver grande número na
igreja, os membros devem ser divididos em pequenos grupos, a fim de trabalharem não somente pelos
outros membros, mas também pelos descrentes.‖ - Evangelismo, pág. 115.
As dez maiores igrejas cristãs do mundo chegaram ao seu tamanho atual através de pequenos
grupos. Com efeito, uma igreja grande resolve a maioria de suas desvantagens se for subdividida em
pequenos grupos. Desenhe a congregação como um grande círculo. Dentro, estão círculos menores,
representando grupos pequenos, celulares. Os membros que participam de um dos círculos menores
raramente deixam o círculo maior. O pastor de uma grande congregação adventista foi agradavelmente
surpreendido quando, ao estudar a saúde espiritual dos recém-conversos, descobriu que nenhum dos que
tinham se envolvido em um grupo pequeno havia deixado a igreja.
A vida de um organismo está em suas células. Se as células morrem, o corpo
{170}

também morre. Se as células são saudáveis, todo o corpo goza de saúde. Quando elas se multiplicam, o
corpo cresce e se desenvolve. Um estudo dos movimentos de igreja demonstra que todo grande
reavivamento foi influenciado pelo fácil acesso à Bíblia e pela reunião de crentes em grupos pequenos,
íntimos.
Nossa época e nossa sociedade são conhecidas pela migração e mobilidade das massas. As pessoas
deixam o seio familiar e o convívio dos amigos, e muitas se mudam para cidades distantes. A solidão é
uma palavra constante de nossa era. O pequeno grupo se toma uma família substituta, e supre uma
necessidade especial. Os estrangeiros são aceitos apesar de sua formação cultural, ética ou religiosa. São
amados apesar do pecado ou da cor da pele.
Grupos familiares. - Propósito. Os grupos familiares destinam-se tanto a reavivar membros como
atrair os que não são membros. Constituem-se em excelentes meios de resgatar membros inativos. Estudos
demonstram que a maioria das pessoas que freqüentam a igreja, não o fazem por razões doutrinárias, mas
porque a freqüência à igreja lhes proporciona um sistema de apoio cristão. Por outro lado, a maior parte das
pessoas que deixam de ir à igreja, não o faz porque passou a descrer das doutrinas da igreja, mas porque
não encontra nesse ambiente o apoio de que necessita. E um dos sistemas de apoio cristão mais
comprovados é o grupo de células familiares.
A forte ênfase de tais grupos é a amizade. Tanto o pequeno tamanho do grupo como o ambiente
familiar favorecem mais a amizade do que as instalações regulares da igreja. Mesmo os que ainda não
estão preparados para se identificar com a igreja sentem-se confortáveis no ambiente tranqüilo de um grupo
familiar.
Formato. Os grupos não deveriam ser compostos por menos de 4 ou mais de 15 pessoas. A maioria
se reúne semanalmente. As reuniões demoram cerca de uma hora e tipicamente se dividem em três partes:
1. Partilha. Grande parte dos grupos familiares têm sua hora de comunhão no início do encontro. A
partilha de alegrias, bênçãos e desapontamentos é um modo natural de se começar uma reunião. Ela alivia
tensões, permite o conhecimento honesto e produz um agradável espírito de grupo. O diálogo é a chave
para o sucesso. A ninguém deve ser dada a chance de dominar o grupo.
2. Estudo. Preferivelmente o estudo da Bíblia. O grupo pode escolher um livro da Bíblia. Os
membros o estudam a sós, durante a semana, e comentam-no com o grupo no encontro semanal. O líder
pode pedir respostas para tais perguntas como: ―O que o autor diz neste texto?‖ e ―O que Deus me fala
através desta passagem?‖
3. Oração. Façam uma lista de oração. Peça aos membros que, em suas orações particulares, se
lembrem do nome de cada membro do grupo, todos os dias.
Como começar. O pastor não precisa ser um membro permanente de um grupo
{171}

em particular. Sua presença pode atrapalhar o dialogo aberto. Você pode fazer um rodízio de grupo em
grupo. Sua maior contribuição está em recrutar e treinar os líderes de grupos. Os líderes convidam os
membros que moram perto deles para formar os grupos. A primeira reunião é normalmente destinada a
preparar o acordo do grupo. O acordo poderia incluir os seguintes pontos:
93

* Encontro semanal durante certo número de semanas.


* Participar de cada reunião da série, a menos que seja por motivo de doença ou de viagem.
* Estudar em casa os trechos definidos para cada reunião.
* Proteger a confidência.
* Guardar-se contra comentários negativos sobre outras pessoas ou organizações.
* Convidar outras pessoas para fazerem parte do grupo.
Os que não puderem apoiar o acordo firmado na primeira reunião, deveriam ser convidados
educadamente a sair do grupo.
Grupos na igreja. - Pequenos grupos podem, é claro, reunir-se na igreja e ser formados por
aqueles que têm interesses ou necessidades especiais. Por exemplo:
Grupos de seminário. As pessoas demonstram muito interesse em freqüentar a igreja após o
casamento, o nascimento de um filho, a mudança de residência, o divórcio, a morte de um ente querido,
etc. Portanto, a igreja pode querer patrocinar um programa regular de seminários para atrair aqueles com
tais interesses especiais. Tente seminários sobre a vida familiar, cursos para pais, classes de estudos
bíblicos, e uma variedade de outros seminários, sobre saúde física, mental e espiritual.
Integre alguns programas especiais com o culto do sábado. Por exemplo, no Dia dos Pais ou das
Mães, faça um sermão sobre o lar, e anuncie o início de um curso para os pais.
Grupos de apoio. Organize um grupo de apoio ao enriquecimento matrimonial ou à vida familiar.
Considere grupos de apoio a solteiros, a mulheres, a pessoas idosas e aos que estão se recuperando do luto.
Conduzir tais ministérios exclusivamente como ―iscas‖ para induzir as pessoas a se tornarem
membros da igreja é manipulação e atitude anticristã. Da mesma forma, porém, é uma irresponsabilidade
realizar tais programas sem o claro propósito de construir forte e atenciosa comunhão dentro da
congregação.
Grupos da Escola Sabatina. Uma classe pequena da Escola Sabatina, devidamente ensinada, tem
um potencial quase ilimitado para o bem. Infelizmente, muito poucas classes da Escola Sabatina realmente
funcionam.
{172}

Mantenha as classes pequenas e treine os coordenadores para serem líderes em estudos e considerações
bíblicas.

Eventos Sociais
As pessoas são seres de quatro faces. A igreja se interessa não apenas em seu desenvolvimento
espiritual e mental, mas também físico e social. Os eventos sociais ajudam esse tipo de desenvolvimento
equilibrado. A igreja busca também um ponto de equilíbrio entre os jovens e os adultos. Eles talvez nem
sempre sejam atraídos para os mesmos eventos, mas ambos precisam de programas sociais. Jamais
devemos negligenciar os jovens, e muito menos ignorar as pessoas mais idosas. Muitos são solitários e
quase sempre não têm amigos, exceto através da igreja.
Os eventos sociais o ajudam a conhecer as pessoas. A natureza humana se revela diferentemente
num evento social do que numa reunião da igreja. As reuniões sociais atraem famílias e amigos de
membros para as reuniões da igreja.
Tais eventos criam experiências comuns, e experiências comuns criam laços. Grupos que se
encontram para estudo e testemunho podem também planejar atividades sociais juntos. Quando as pessoas
fazem coisas juntas, sentem-se próximas umas das outras.
Opções Adicionais de Companheirismo
Sugestões para a manhã de sábado. - Algumas vezes os visitantes recebem tanta atenção que se
sentem desconfortáveis. Outras vezes, nada recebem. Os visitantes são importantes; quando vêm à igreja,
estão procurando algo, e é tarefa da igreja ajudá-los a encontrar esse algo. Cada reunião da igreja deveria
ser planejada sob a hipótese de que haverá visitantes presentes.
Tenha algumas pessoas encarregadas de cumprimentar os visitantes já no estacionamento, ou na
porta da igreja. Designe alguém para levar as crianças visitantes às suas respectivas divisões da Escola
Sabatina. Deve haver um (a) recepcionista na entrada da igreja. Anote os nomes das visitas no livro de
visitantes e leia-os do púlpito como parte das boas-vindas. Dê algum tempo dentro da programação do
94

culto para as pessoas trocarem cumprimentos e darem as boas-vindas aos visitantes. Pedir que estes se
levantem pode ser constrangedor em algumas culturas. Alguns apreciariam isso, mas outros talvez não.
De certa forma, essa demonstração de cordialidade não pode ser organizada. Comunhão falsa é
repulsiva. Não há cumprimento formalmente organizado que cause uma impressão positiva e forte. O
melhor cumprimento não parte do membro que está simplesmente desempenhando uma função, mas de
quem se preocupa com as pessoas. Estimule nos membros o dom da hospitalidade, para se aproximarem
dos visitantes informalmente
{173}

e tomarem a iniciativa, não os lembrando inconvenientemente de que são visitas, mas querendo conhecê-
los. Não devem ser feitas perguntas indiscretas, mesmo com a intenção de saber a situação deles, mas
apenas uma apresentação simples e uma pergunta informal: ―Meu nome é __________________. O que o
traz a _________________?‖ Isso ajudará os visitantes a partilharem quaisquer informações que
porventura desejem. Se não quiserem revelar muito, respeite o direito deles à privacidade. Deixe que os
instintos sociais assumam o controle dali por diante.
Grande parte das igrejas não sabem realmente se são amigáveis ou não. Excentricamente, aquelas
em que os membros partilham da mais calorosa amizade uns com os outros, freqüentemente parecem as
mais frias aos visitantes. Os membros apreciam tanto a companhia uns dos outros, que não percebem como
fazem um visitante se sentir excluído. Peça que alguém visite sua igreja sem ser anunciado, e preencha uma
lista revelando as reações referentes à: estacionamento, recepção, boas-vindas, culto divino, cumprimentos
pessoais dos membros, etc.
Coloque nos bancos, cartões do tipo cartão postal. Você pode chamá-los de ―Cartões de Estímulo‖
(Heb. 10:24 e 25). Escreva nomes de enfermos e acamados no boletim da igreja. Convide os membros a
escreverem notas de encorajamento a uma ou mais pessoas, e a devolvê-los. Alguns membros podem fazer
disso um ministério especial, entregando tais cartões ou enviando-os pelo correio.
Transforme o processo de aceitação de um novo membro num grande acontecimento.
Se o ancião tiver que perguntar do púlpito se a pessoa está ou não presente, isso lhe diz, e a todos os
demais, que unir-se ao grupo não é muito importante para eles.
Cantem ―Benditos Laços‖ ou outro cântico apropriado, enquanto os líderes da igreja recebem os
novos membros. Eles podem ficar ao lado de um ancião, na saída da igreja, onde podem ser apresentados
pessoalmente, e receber as boas-vindas de toda a congregação. Não lhes peça que fiquem ali sem um
acompanhante. Se forem tímidos, as pessoas se esquecerão de cumprimentá-los, e assim será causado mais
mal do que bem.
Em algum sábado, solicite que a congregação cante ou que alguém toque o hino ―Jesus me Ama‖.
Convide os adultos a procurar as crianças à sua volta, cumprimentá-las e fazê-las saber que eles apreciam
as crianças da igreja.
Faça uma reunião comemorativa anual. Leia os nomes dos membros que morreram durante o ano.
Peça que os parentes deles se levantem e recebam flores. Pregue sobre a esperança cristã da ressurreição.
Duas ou três vezes por ano, planeje um dia especial de reconhecimento, em que se expresse apreciação
pelos membros que prestaram serviços exemplares à igreja.
De vez em quando, escolha a Família da Semana. Coloque no boletim um encarte dedicado aos
dados biográficos dessa família. Cantem seu hino
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predileto, lembrem-se deles nominalmente na oração matinal, e peçam que fiquem junto à porta, na hora da
saída do culto.
Entreviste alguém da congregação sobre sua conversão, profissão, testemunho, etc. Se alguém
recebeu uma resposta de uma oração especial, se aconteceu algo especialmente bom, a pessoa pode
partilhar sua alegria com toda a congregação.
Entreviste e filme membros em seus lares, ou em seu local de trabalho, contando como eles
partilham sua fé. Filme membros incapacitados ou acamados partilhando sua esperança em Cristo apesar
das circunstâncias difíceis. Filme reuniões da igreja e envie cópias a essas pessoas.
Planeje almoços de comunhão em alguns sábados.
95

Várias outras sugestões. - Coloque um número de telefone ―disque-carona‖ no boletim, para os


que necessitarem de transporte de emergência para alguma programação da igreja. Pode ser que haja
alguns membros que não façam muita coisa pela igreja, mas se distinguissem provendo transporte.
Convide um membro que aprecie fotografar para tirar fotos dos eventos da igreja durante o ano.
Uma vez por ano, em alguma reunião social, ou melhor ainda, durante uma reunião administrativa da
igreja, mostre essas fotos num telão, para animar a igreja com todas as boas coisas que juntos conseguiram
realizar.
Aprenda os nomes dos membros. Você não pode convencer as pessoas de que se preocupa com
elas, se nem sequer sabe seus nomes.-Faça seu próprio álbum dos membros da igreja. Dê a cada família
uma folha de papel para que eles lhe forneçam as informações necessárias e uma foto da família. Coloque
essas folhas num álbum, e utilize-o para aprender mais sobre os seus membros.
Transforme as ocasiões importantes na vida de seus membros em grandes eventos, como, por
exemplo, as bodas de ouro. Em tais celebrações, talvez você queira dar uma placa especial às pessoas
envolvidas, para homenageá-las.

Disciplina
Importância da disciplina. - Na disciplina da igreja, são praticados freqüentemente dois extremos:
negligência por parte de alguns, severidade e dureza por parte de outros. As Escrituras ensinam, porém, que
a disciplina da igreja é essencial para preservar-lhe a integridade.
* Mateus 18:15-20 ensina que um membro em pecado deve ser:
1. Confrontado,
2. Repreendido e
3. Excluído do rol de membros, se recusar arrepender-se.
* Atos 5:1-11 ilustra:
1. A seriedade do pecado na igreja,
{175}
2. A sensibilidade do Espírito Santo ao pecado e
3. O rápido juízo de Deus sobre o pecado.
* 1 Coríntios 5:1-5 ensina que, no caso de pecado persistente, sem arrependimento, a igreja deve:
1. Entristecer-se,
2. Deliberar,
3. Julgar o pecado e
4. Excluir o membro não arrependido.
(Ver também 1 Tess. 5; II Tess. 3; 1 Timóteo 5; Tito 1 e 3.)
O colapso da disciplina é um dos principais precursores do declínio de uma igreja ou denominação.
Por que fazer parte de um grupo que não defende algo que faça uma diferença? Além disso, quem é
responsável pela disciplina da igreja?
Os ministros têm essa responsabilidade. Deus chama o ministro de vigia espiritual. Ele declara:
―[Se] tu não falares, para avisar o perverso do seu caminho, morrerá esse perverso na sua iniqüidade, mas o
seu sangue Eu o demandarei de ti.‖ Ezeq. 33:8.
As congregações têm a responsabilidade de disciplinar. ―Deus considera Seu povo, como um
corpo, responsável pelos pecados existentes nos indivíduos entre ele.‖ - Testimonies, vol. 3, pág. 269.
A disciplina da igreja requer tanto firmeza como equilíbrio. ―Precisamos guardar-nos contra a
indevida severidade no trato com os que erram; mas precisamos também ser cuidadosos para não perder de
vista a excessiva malignidade do pecado. Há necessidade de mostrar-se paciência e amor semelhantes aos
de Cristo pelo que erra, mas há também o perigo de se mostrar tão grande tolerância pelo seu erro que ele
se considerará não merecedor de reprovação e a rejeitará como inoportuna e injusta.‖ - Atos dos Apóstolos,
págs. 503 e 504.
Propósito da disciplina. - Quais devem ser os objetivos da igreja ao disciplinar membros? Cinco
precisam ser mencionados:
1. Honrar a Cristo. ―Irmãos, se alguém for surpreendido nalguma falta, vós, que sois espirituais,
corrigi-o, com o espírito de brandura; e guarda-te para que não sejas também tentado. Levai as cargas uns
dos outros, e assim cumprireis a lei de Cristo.‖ Gál. 6:1 e 2. A restauração com brandura honra a Cristo.
96

Contudo, o processo disciplinar envolve certas tentações: a tentação de aspereza, hipocrisia, espírito de
crítica e impaciência.
2. Restaurar pecadores. A palavra ―disciplina‖ vem da mesma raiz que ―discípulo‖. O propósito da
disciplina é discipular. O Bom Pastor deu prioridade à ovelha perdida. Ele foi à sua procura, não para
envergonhá-la ou castigá-la, mas para trazê-la de volta. O ato de disciplinar deve ser o começo do caminho
de volta para aquele que se extraviou.
{176}

3. Manter a pureza. Um sinal identificador do povo especial de Cristo um pouco antes de Sua volta
é que eles ―guardam os mandamentos de Deus‖ (Apoc. 12:17). Não devemos considerar levianamente
nossa responsabilidade de honrar e guardar os mandamentos de Deus.
O pecado, se minimizado, afeta adversamente toda a igreja. ―Não sabeis que um pouco de fermento
leveda a massa toda? Lançai fora o velho fermento, para que sejais nova massa, como sois de fato sem
fermento, Pois também Cristo, nosso Cordeiro pascal, foi imolado.‖ 1 Cor. 5:6 e 7.
4. Dissuadir outros de pecar. Um propósito da repreensão dos que estão em pecado é ―para que
também os demais temam‖ (1 Tim. 5:20).
5. Demonstrar amor. Disciplinar alguém que você não pode amar é anticristão. A disciplina deve
sempre ser precedida por muita reflexão, deliberação, oração e exame de consciência: Temos nós algum
sentimento de vingança? Estamos sendo tentados por amor à autoridade? Estamos cobrando de outros
padrões de comportamento que nós mesmos não seguimos? Está nosso próprio eu nos induzindo a rebaixar
a outros para que possamos sobressair? Uma igreja que disciplina sem amor está cometendo pior pecado do
que o do ofensor.
Por outro lado, o amor verdadeiro não nega, antes requer disciplina, como todos os pais sabem.
Deus declara: ―Eu repreendo e disciplino a quantos amo.‖ Apoc. 3:19. Embora o amor verdadeiro às vezes
precise disciplinar e punir, o amor deve preceder a punição.
Há os que amam sem criticar, e há críticos sem amor. Os primeiros causam estagnação na igreja:
―Eu o aceito, mas não tomarei medidas indesejáveis com o objetivo de ajudá-lo.‖ Os últimos causam
sofrimento e danos irreparáveis: ―Poderei ajudá-lo, mas não posso aceitá-lo.‖ O que a igreja precisa é de
críticos que amam, que primeiro aceitem os pecadores e então se sacrifiquem para ajudá-los.
Administrando a disciplina. - O Manual da Igreja aborda extensivamente o assunto da disciplina
da igreja, dando definições e apresentando causas e procedimentos. Não é necessário repeti-los aqui.
Contudo, serão mencionadas sete sugestões úteis aos pastores no processo de administrar a disciplina:
1. Confiar no Manual da Igreja e segui-lo. Ele representa o ponto de vista de nossa Igreja quanto
aos princípios bíblicos de disciplina e sua sabedoria revelada através da prática e discussão. Não pode ser
alterado por ninguém, além da Igreja mundial, reunida em assembléia na Sessão da Associação Geral.
Ignorá-lo é colocar-se acima da sabedoria coletiva da Igreja, e é também um ato de deslealdade para com a
igreja local, Mais do que isso, perde-se um instrumento que pode servir de guia e proteção.
2. Enfatizar o perdão. Alguns acusam o exército de cristãos de ser o único que atira em seus feridos.
Não deve ser assim. Os que são disciplinados
{177}

podem ver tal atitude como rejeição, e os que se sentem rejeitados tendem a reagir com hostilidade. Podem
sentir mais a punição da igreja do que seu perdão. Podem achar difícil acreditar que Deus os perdoa,
enquanto os membros da igreja, aparentemente, não o conseguem. Portanto, qualquer ato de disciplina
deve ser acompanhado por uma grande ênfase no perdão.
O perdão é essencial ao cristianismo. Cristo insistiu: ―Se, porém, não perdoardes aos homens [as
suas ofensas], tampouco vosso Pai vos perdoará as vossas ofensas.‖ Mat. 6:15. E também: ―Se teu irmão
pecar contra ti, repreende-o; se ele se arrepender, perdoa-lhe. Se por sete vezes no dia pecar contra ti, e sete
vezes vier ter contigo, dizendo: Estou arrependido, perdoa- lhe.‖ Lucas 17:3 e 4. Paulo insistiu com a
congregação para que concedesse perdão ao ofensor no primeiro sinal de arrependimento (II Cor. 2).
Ellen White salienta: ―Se seus irmãos erraram, deve perdoá-los. Não deveria dizer, como alguns
têm dito, pretendendo conhecer mais: ‗Não acho que se sentem suficientemente humildes. Não acho que
97

sua confissão seja sincera.‘ Que direito tem você de julgá-los, como se pudesse ler o coração?‖ -
Manuscrito 11, 1888.
3. Disciplinar de acordo com a Bíblia. Jesus nos ensinou como proceder ao lidar com o pecado
(Mat. 18:15-17).
a. Ir falar com a pessoa individualmente.
b. Levar uma ou duas testemunhas,
c. Se nada acontecer, levar a questão à igreja.
d. Se a pessoa não quiser ouvir a igreja, considerar o indivíduo como excluído da igreja. E claro que
a maneira de tratar os que saem da igreja deve ser procurar reconquistá-los e trazê-los de volta.
―Nenhum oficial de igreja deve aconselhar, nenhuma comissão recomendar e igreja alguma votar a
eliminação dos livros do nome de alguém que haja cometido falta, sem que as instruções de Cristo a esse
respeito sejam fielmente cumpridas.‖ - Testemunhos Seletos, vol. 3, pág. 202.
Num tribunal, os acusados são considerados inocentes até prova em contrário. A igreja não pode
agir de maneira diferente. ―Quando alguém se aproxima de um pastor ou de homens em posições de
confiança, com queixas sobre um irmão ou irmã, perguntem eles ao informante: ‗Você já agiu de acordo
com as regras que nosso Salvador nos deu? ‘, e se ele deixou de cumprir algum detalhe dessa instrução, não
ouçam uma palavra sequer da queixa dessa pessoa. Recusem-se a receber uma denúncia ou crítica contra
seu irmão ou irmã na fé. Se os membros da igreja agirem totalmente ao contrário dessas regras, eles
próprios se tomam sujeitos à disciplina da igreja, e devem ser postos sob a censura da mesma.‖ - Ellen G.
White, Manuscrito 11, 1888.
4. Disciplinar sem delongas, ainda que pacientemente. - As pessoas que cometem um pecado grave
quase sempre se sentem pesarosos por isso, imediatamente depois. O confronto imediato com o pecado
pode levar ao arrependimento. Muitos pastores e igrejas, no entanto, como consideram a
{178}

confrontação tão desagradável, nada fazem até que se passem meses e mesmo anos. Então, comumente,
quando o indivíduo solicita sua carta de transferência, a recomendação é negada com base no que ocorreu
muito tempo antes. A igreja que não está disposta a agir quando o pecado se torna óbvio, deveria sentir-se
muito embaraçada ao agir mais tarde. Tal ação não somente demonstra sua negligência, mas também sua
falta de perdão.
Por outro lado, a disciplina não deve ser aplicada de maneira impetuosa. ―Ao lidar com os que
erram, não devem ser usadas medidas duras; meios mais suaves causarão efeito mais prolongado. Depois
que os melhores métodos foram tentados perseverantemente, sem sucesso, espere pacientemente e veja se
Deus não irá efetuar uma mudança no coração do errante.‖ - Ellen G. White, Manuscrito 11, 1888.
5. Disciplinar voluntariamente. Se a disciplina parece inevitável, o ofensor, se lhe for dada essa
oportunidade, pode escolher retirar-se espontaneamente Em determinadas circunstâncias, isso poderá evitar
desnecessárias discussões do problema em público, e uma situação embaraçosa para o indivíduo. A pessoa
que se retira Voluntariamente sente menos rejeição do que quando forçada a tal.
6. Disciplinar com imparcialidade. A disciplina nunca deve depender de quantos amigos ou de
quanto poder alguém possui na igreja. As pessoas envolvidas no problema do ofensor ou intimamente
associadas com ele ou ela, deveriam ficar fora na hora de decidir o caso. Há um bom motivo por que
apenas uma reunião administrativa da igreja deve tomar a decisão final em caso de disciplina. A comissão
da igreja pode ser tentada a tratar com preferência alguém de seu próprio meio. Os pastores enfrentam a
constante tentação de agir com parcialidade para com aqueles que se dirigem a eles em busca de conselhos,
e contra os que não os procuram.
7. Proteger a confidência. Uma boa regra geral, é: ―Quanto maior o grupo, menos detalhes.‖ Numa
reunião administrativa da igreja, os membros têm o direito de fazer perguntas detalhadas. Normalmente,
porém, eles deixarão os detalhes embaraçosos aos cuidados de um grupo menor, como os anciãos da igreja.
O pastor, certamente, não deveria preferir estar sozinho ao saber a história toda. Mateus 18 estipula que,
entre a entrevista um a um e o encontro com o grupo da igreja, deveria haver o encontro com um pequeno
grupo, ―para que, pelo depoimento de duas ou três testemunhas, toda palavra se estabeleça‖ (verso 16),
A confissão pública ocorre quando a ofensa se tomou de conhecimento público, mas a igreja deve
recebê-la num espírito de perdão e aceitação, e não de punição. Uma discussão descuidada ou que exponha
98

muito pode levar a dificuldades legais, éticas e de relacionamento, Tudo isso pode ser evitado se for
seguido o Manual da Igreja.
{179}
CAPÍTULO 29
Finanças da Igreja
Provisão Espiritual
O levantamento de fundos é necessário. - Os pastores são em primeiro plano líderes espirituais,
pastores do rebanho. A maioria aprecia ―apascentar‖ as ovelhas, mas alguns falam injuriosamente sobre
―tosquiá-las‖. Desejam dar-lhes, não tirar delas, porque sua primeira preocupação é a saúde de suas
ovelhas. Ovelhas não tosquiadas, entretanto, não são saudáveis. Precisam de lã, mas ficam sobrecarregadas
e superaquecidas se têm demais.
Os pastores precisam levantar fundos, mas devem fazê-lo para a saúde espiritual dos membros, e
não apenas para financiar programas. Conseguir fundos para manter o programa da igreja é um dos
maiores problemas enfrentados pelos pastores. Fica próximo ao de encontrar suficiente pessoal voluntário.
Muitas vezes, as dores de cabeça relativas às finanças da igreja são sintomas, e não a causa primeira. Se as
dificuldades financeiras continuam ocorrendo, geralmente é porque os métodos usados para corrigi-las
cuidam apenas dos sintomas, deixando de lado o próprio problema.
Os pastores que não possuem forte tino para os negócios deveriam confiar nos membros que o
possuem, para gerir as finanças da igreja. Os ministros nem sempre precisam assumir a função de
levantadores de fundos. Apesar disso, uma responsabilidade da qual não podem escapar é o treinamento e a
educação na mordomia — absolutamente essenciais, não somente para a estabilidade financeira da igreja,
mas também para o crescimento espiritual de seus membros.
Métodos errados de levantar fundos. — Dar para obter. Métodos de levantamento de fundos
centrados no próprio eu, podem parecer produtivos a curto prazo, mas na realidade estimulam mais o
egoísmo do que a liberalidade. ―Não nos propomos apelar para a luxúria do apetite ou o recurso de
divertimentos carnais como incentivo aos professos seguidores de (Cristo para que dêem dos meios que
Deus a eles confiou. Se não derem de boa vontade, pelo amor de Cristo, de maneira nenhuma será a oferta
aceita por Deus,‖ Beneficência Social, pág. 289.
Planos de doação. Embora seja útil em situações de emergência, o levantamento de recursos através
de projetos, depende demais de constantes discursos sobre dinheiro, e não provê a continuidade do apoio
financeiro
{180}

produzido pela doação sistemática. O planejamento anual de doações assegura sólida administração
financeira da igreja. ―Fazer apelos urgentes não é o melhor plano de levantar recursos.‖ — Testimonies,
vol. 5, pág. 511.
Compulsão exterior. O levantamento de fundos através de coerção de qualquer espécie, pública ou
particular, não é aceitável para a igreja. ―A doação sistemática não se deveria tornar compulsão sistemática.
E a oferta voluntária que é aceitável a Deus.‖ — Testemunhos Seletos, vol. 1, pág. 375.
Métodos corretos de levantamento de fundos — A mordomia cristã é um princípio bíblico. Ela
nos ensina a considerar a vida como uma oportunidade divinamente concedida para aprendermos a ser
mordomos fiéis nas questões temporais, mostrando assim nosso preparo para mordomia mais elevada nas
questões eternas. O dízimo é um reconhecimento voluntário da propriedade divina. As ofertas se tornam
uma medida física de nosso amor a Deus e de nosso desejo de ver Sua obra prosperar. Os pastores devem
apresentar constantemente as razões para as dádivas cristãs. Quatro princípios:
Motivação do evangelho. As pessoas darão, se motivadas pelo evangelho. ―Assim ordenou também
o Senhor aos que pregam o evangelho, que vivam do evangelho.‖ 1 Cor. 9:14. As despesas da igreja devem
ser supridas por aqueles cujo coração foi transformado, não por persuasão humana, mas pelo evangelho —
as boas novas sobre Jesus.
Um ato de adoração. As pessoas darão se encararem o ato de dar como um ato de adoração. O
centro do culto no Antigo Testamento não era a pregação, a oração ou os cânticos. O convite típico para a
adoração era:
99

―Vamos sacrificar ao Senhor nosso Deus‖ (ver Exo. 3:18; 5:3 e 8; 8:27; 10:25). Se as pessoas têm
atitudes errôneas em relação ao ato de dar, talvez seja porque os pastores não as ajudaram a compreender a
relação vital entre o sacrifício e a adoração.
Uma missão a apoiar. As pessoas darão se sua igreja tem uma missão. Se as igrejas têm um
programa no qual os membros acreditam, eles pagarão por ele. Como disse alguém: ―Eu não me importo
em pôr gasolina no carro se ele for para algum lugar, mas não quero desperdiçar o meu dinheiro apenas
para manter o motor em ponto morto na garagem.‖
Um plano sistemático. As pessoas darão se sua igreja tem um plano de doações. Os melhores
programas normalmente incluem uma visita a cada lar, urna vez por ano, para explicar o plano sistemático
de doações e a necessidade do mesmo, e o convite para participar. No sábado, os membros podem então
entregar cartões anônimos de compromisso. O compromisso pode ser assumido no lar, mas isso traz
pressão sobre os membros. Pode ser enviado pelo correio,
{181}
mas isso não tem o toque pessoal e a oportunidade para considerações.
Planos de doações para a igreja, a longo prazo, deveriam incluir instruções sobre testamentos e
legados, provavelmente pelo diretor desses serviços na associação/missão. Os membros devem ser
encorajados a deixar parte de seu dinheiro para a igreja.

Administrando o Dinheiro da Igreja


Dentre todos os demais, os pastores deveriam reconhecer que o dinheiro dado a Deus deve ser
administrado de um modo que Ele aprove. Quando os membros notam a precária administração financeira
da igreja, as doações invariavelmente diminuem. Por outro lado, quando o pastor é considerado um
despenseiro cuidadoso e fiel, aumentam tanto a confiança como as dádivas.
Controle interno. — O controle interno envolve um sistema de conferição e de balanço, para
evitar furtos e desvios. Um bom sistema de controle interno diminui o risco de os fundos serem roubados,
afasta a tentação desnecessária, melhora a precisão dos registros financeiros e protege os tesoureiros e
pastores contra falsas acusações.
Toda oferta deve ser contada por duas pessoas e registrada separadamente por cada uma delas.
Todo o dinheiro deve passar pelos livros da tesouraria. Nunca ―empreste‖ da oferta. Todos os pagamentos
de valores devem ser iniciados por uma solicitação por escrito que descreva as razões para o pedido, onde
deverão ser debitados os valores a serem pagos, e a quem serão pagos.
O tesoureiro da igreja. — Os tesoureiros devem receber demonstrações mais freqüentes de
apreciação, e serem menos trocados. O trabalho de alguns líderes da igreja é público, mas a maior parte do
trabalho do tesoureiro fica fora de vista, e quase sempre é esquecido.
A primeira responsabilidade do tesoureiro é para com a comissão da igreja, não para com o pastor.
A comissão pode votar que certos fundos sejam usados conforme a escolha do pastor, mas os pastores não
devem pressionar os tesoureiros a lhes entregarem dinheiro sem a aprovação da comissão da igreja. Isso é
tanto injusto como antiético. Os bons pastores não irão pedir, e se o fizerem, os bons tesoureiros não darão.
Preparação do orçamento. — O programa de planejamento anual da igreja deve preceder a
preparação do orçamento anual. Isso evita que o orçamento seja elaborado com base no ―progresso
circular‖ — usando o programa e o orçamento do último ano para determinar os do ano seguinte.
Tipicamente, o orçamento local de uma igreja poderia ser igual à cerca de 30 a 50% de seu dízimo. Se
houver uma escola local, cerca da metade do orçamento local vai para a educação cristã.
{182}

O orçamento deve ser votado numa reunião administrativa da igreja, onde todos tenham a
oportunidade de partilhar seu ponto de vista e aceitar a propriedade do plano. (No Manual da Igreja há um
modelo de orçamento de igreja.)
Obrigações e dívidas da igreja. — Dívidas a longo prazo tendem a trazer desencorajamento ao
pastor e impasse à congregação. Como pode uma igreja avançar quando a maioria dos fundos está
destinada a cobrir despesas do passado?
{183}
Campanhas da Igreja
100

Muitos membros e alguns pastores colocam-se na defensiva contra qualquer coisa na igreja que dê
a impressão de ser promocional. Os pastores não desejam tomar-se ―santos vendedores‖. No entanto, sem
promoção, diminuem as ofertas para as missões, o evangelho fracassa, e mesmo as necessidades sociais
ficam sem atendimento. O que obtém promoção obtém apoio.
O problema não é se deveríamos promover, mas como promover. Eis cinco sugestões que ajudam a
eliminar o ―trauma‖ de uma campanha:
1. Incluí-las no calendário. — A cada ano, revise o programa da igreja do ano anterior, e faça
planos para o ano vindouro. Aconselhe-se com a comissão da igreja e prepare um calendário que inclua as
principais campanhas para o ano. Submeta o calendário à votação numa reunião administrativa, para que
cada membro tenha voz ativa e a oportunidade de saber o que está vindo.
Promova apenas uma grande campanha por vez. Cada departamento, em todo nível, incluindo a
igreja local, deseja usar o pastor e a igreja para promover seus projetos. Você deve alguma lealdade a todos
esses bons programas, mas não tem o tempo, e sua congregação não tem a paciência, de dar a cada um
deles a ênfase que o elaborador do programa deseja.
Promova com vigor os programas a que você, sua igreja e o Campo local dão maior prioridade, e
descubra algum outro modo de fazer leve menção aos restantes. Por exemplo, algumas igrejas entregam
somente um tipo de material promocional em mãos, por semana, e colocam os demais numa mesa, no
saguão de entrada do templo.
2. Campanhas breves. — Campanhas intensas, mas curtas, criam muito mais entusiasmo e
satisfação do que as longas e desinteressantes.
3. Mantê-las visíveis. — Muitas pessoas são alcançadas mais prontamente através da visão do que
da audição. Os detalhes são mais bem compreendidos quando escritos num local em que possam ser
relidos. Materiais escritos vão para a casa dos membros, e são lembrados. Tome suas informações visíveis
por meio do boletim, do jornalzinho, ou mesmo de um cartaz de objetivos.
4. Simplificá-las. - Use o plano bíblico de subdividir a igreja em pequenos
{184}

grupos de trabalho. Você pode sempre organizar melhor uma campanha usando divisões já existentes,
como as classes da Escola Sabatina, do que estabelecendo nova forma de organização.
Algumas campanhas podem girar em torno do telefone. Inválidos precisam do trabalho da igreja e
de alguém com quem conversar. Organize-os num serviço de telefone, para que transmitam mensagens a
todos os membros.
5. Mantê-las no nível espiritual. — O sábado de manhã se destina a adoração. O trabalho da
igreja, no entanto, é um derivado natural e necessário do culto. A promoção não deve fugir da
espiritualidade, mas o envolvimento nas atividades da igreja é uma aplicação prática da experiência
espiritual. Coloca a adoração em prática.
Os pastores não devem permitir que reclamações e críticas de membros inativos os impeçam de
promover programas que estimulem os membros a se envolver no trabalho da igreja ou a levar avante sua
missão espiritual.
[185}
CAPÍTULO 31
Instalações da Igreja
Ao chegar a uma nova igreja ou distrito, seja cauteloso com o ato de avaliar e criticar as instalações
da igreja. Estas foram construídas com os esforços da congregação — não os seus, Quanto mais antigo é o
edifício, mais está impregnado de lembranças de nascimentos, batismos, casamentos, funerais e nutrição
espiritual. A menos que se tome sensível à história da igreja, você não compreenderá a relutância de alguns
membros em reconstruí-la ou substituí-la.
Você logo poderá ser transferido e, de algum modo, as instalações da igreja que deixar para trás
permanecerão para os membros e seus filhos adorarem nelas — e possivelmente pagar por elas. Todos
esses são fortes argumentos para respeitar os desejos da congregação quanto a melhorar as instalações, e
para insistir que o líder local mais conceituado presida uma comissão de construção.
O Manual da Igreja contém importantes conselhos sobre financiar novas instalações. Eis algumas
sugestões práticas acerca dos edifícios da igreja:
101

Localização
A antiga advertência sobre propriedades se aplica também a edifícios de igreja: ―Ao construir um
edifício, três fatores são de suprema importância: o primeiro é a localização, o segundo é a localização, e o
terceiro é a localização.‖ Ao se escolher um local para a igreja devem ser considerados pelo menos cinco
pontos:
Centralização e acessibilidade. - Faça estudos demográficos. Está o terreno centralizado entre as
pessoas que a igreja planeja ganhar e servir? O local da igreja deveria estar mais centralizado em relação às
pessoas a serem alcançadas, do que em relação aos membros atuais. A vizinhança é estável, ou as pessoas
se mudam bastante, e a demografia está sendo alterada? O transporte é adequado?
Dentre todos os edifícios públicos, as igrejas são provavelmente os meios utilizados. A localização
adequada poderia tomar as instalações da igreja mais acessíveis durante os dias da semana para um centro
de cursos, aconselhamento, clínica médica, etc.
Visibilidade. - Um edifício atraente, visível de uma avenida movimentada, é uma propaganda
positiva e constante para a igreja e para o que ela representa.
{186}

3. Custo. - O preço é importante, mas permitir que o custo pese mais que outros fatores constitui
falta de visão. Um terreno geralmente é barato porque não dispõe de melhoramentos, como água encanada,
eletricidade, pavimentação, rede de esgotos, etc. Muitas igrejas têm sido construídas em lugares precários
porque o terreno foi doado ou comprado por um preço ínfimo. Custa a mesma coisa erguer um edifício
num terreno precário que num mais caro, e no primeiro pode valer apenas a metade depois de pronto.
4. Tamanho. - Se o terreno for muito pequeno, não terá espaço para expansões. Se muito grande,
envolverá alto custo de manutenção. A parte não utilizada poderá ser mal vista pela comunidade. Quais são
os planos da congregação a longo prazo? Deveria crescer, ou ser limitada e começar outras congregações à
medida que for crescendo? Haverá a necessidade de uma escola ou de outras instalações no mesmo
terreno?
5. Restrições. - A propriedade está situada numa zona em que é permitida a construção de igrejas?
Possui escritura definitiva ou direito de propriedade? Perdemos milhões de reais durante a breve história de
nossa Igreja devido a descuidos na legalização e documentação. Os pastores devem estar certos de que a
documentação definitiva está em nome da entidade legal que a associação/missão designou para esse fim.

A Planta
Devem ser consideradas quatro questões acerca da planta das instalações da igreja.
1. É atrativa? - Os adventistas do sétimo dia enaltecem a simplicidade. Relutamos em desviar
dinheiro das missões para construir belos edifícios. Ao mesmo tempo, sabemos que Deus ordenou uma
importante exibição de beleza no tabernáculo do deserto, e pareceu abençoar as construções de
dispendiosos templos do Antigo Testamento.
Qual deve ser a atitude do pastor ao defrontar-se com esses pontos de vista divergentes quando
lidera uma congregação na elaboração da planta da igreja? Ellen White oferece um conselho equilibrado:
―Os que estão prontos a reclamar acerca desta casa de culto estão considerando o propósito para o qual ela
foi construída? Que foi feita especialmente para ser a casa de Deus; para ser dedicada a Ele; para ser um
lugar onde o povo se reúne para encontrar-se com Deus?...
―Muitos dentre o nosso povo têm-se tomado tacanhos em seus pontos de vista. A ordem, o esmero,
o bom gosto e a conveniência são qualificados como orgulho e amor ao mundo. Aqui está-se cometendo
um engano.
{187}

O orgulho vão, que é exibido em adereços extravagantes e ornamentos desnecessários, não agrada a
Deus. Aquele, porém, que criou para o ser humano um mundo maravilhoso, e plantou um belíssimo jardim
no Éden, com toda a variedade de árvores para fruto e beleza, e que decorou a Terra com as mais lindas
flores de todos os matizes e formas, tem dado provas tangíveis de que Se agrada com o belo.‖ -
Testimonies, vol. 2, págs. 257 e 258.
102

2. E funcional? - Que reuniões, além da reunião do sábado de manhã, serão realizadas no edifício?
Está sendo feita ampla provisão para suprir as necessidades sociais e de expansão da igreja, bem como as
necessidades das crianças e dos jovens? Bons arquitetos pouparão à igreja maior quantia do que seus
honorários por desenhar um edifício que seja ao mesmo tempo bonito e funcional.
3. É flexível? - A disposição dos bancos deve ser flexível. Bancos fixos e piso inclinado tornam
muito difícil o uso do santuário para qualquer tipo de atividade de grupos pequenos. Bancos na galeria,
para o coral, inibem o uso do espaço para outros propósitos.
O tamanho deve ser flexível. Um pequeno grupo num salão enorme deprime o entusiasmo e faz
com que a reunião pareça um fracasso. O espírito de uma reunião é muito valorizado quando o tamanho da
sala é adequado ao número de pessoas. O santuário ideal tem porções que podem ser abertas ou fechadas,
dependendo do número de pessoas. Deve-se dar atenção a possíveis salas menores para grupos pequenos.
Elas podem ser usadas duplamente, como salas para a Escola Sabatina.
O som deve ser flexível. A música e a pregação tendem a competir uma com a outra, em suas
necessidades de som. A acústica deve ser suficientemente boa para que a música seja clara e as pessoas
cantem bem, ainda que não tão intensa que a pregação não provoque ecos. Um bom sistema de som
aumenta a flexibilidade.
4. O ambiente é aconchegante? - Até poucos anos atrás, os santuários costumavam ser longos e
estreitos, separando os adoradores uns dos outros, e dos seus líderes. Um pastor comparou a dificuldade do
pregador à do apaixonado que estava sentado numa margem do rio, e tentava conquistar uma jovem do
outro lado, proclamando seu amor a altos brados.
Uma parte do culto é comunhão - as pessoas achegadas umas às outras, e unidas com Deus.
Idealmente, os santuários deveriam ser de tal forma que os adoradores ficassem próximos uns aos outros, e
também próximos, se não em volta, de seus líderes.
O púlpito geralmente é colocado no centro da plataforma, para enfatizar que a pregação da Palavra
é central para o adventismo e para o culto adventista.
{188}
Manutenção
A maior parte das igrejas pouco atraentes, não o são tanto por serem velhas ou construídas
precariamente, mas por serem mantidas precariamente. A ordem, a limpeza e a decoração interna de bom
gosto, não são caras. É surpreendente quanta diferença pode fazer uma simples pintura.
As congregações podem sentir-se tão confortáveis nas instalações da igreja, que não mais percebam
suas deficiências. Os diáconos e outros líderes da igreja deveriam periodicamente olhar o edifício como se
fossem visitantes recebendo sua primeira impressão. Uma lista de checagem pode ajudar na avaliação do
pátio, da placa, da pintura exterior, do hall de entrada, da decoração interna, dos sanitários, da proteção
contra incêndios, etc.
Cada dependência da igreja deve estar segurada, de acordo com as praxes da associação/missão. É
presunção esperar que Deus nos proteja de nossa própria indolência.

Aluguel
Contudo, se outro grupo ou igreja perdeu seu lugar de culto, permitir que eles aluguem sua igreja
por um certo período, pode ser a atitude cristã a tomar. Se você aluga a igreja, coloque cada parte do acordo
nos termos documentais mais precisos possível, para evitar desagradáveis surpresas mais tarde. A
associação/missão pode exigir que esse documento seja aprovado por sua mesa administrativa.
{189}
Educação Cristã
Importância da Educação Cristã
Costuma-se dizer que Michelangelo podia olhar para um bloco de mármore e ver uma forma de
anjo apenas esperando ser libertada. Os pastores deveriam ser capazes de olhar para as crianças de sua
congregação da mesma maneira.
O que a igreja faz no tocante a suas crianças é da maior importância para Cristo, Ele ensinou: ―E
quem fizer tropeçar a um destes pequeninos crentes, melhor lhe fora que se lhe pendurasse ao pescoço uma
grande pedra de moinho, e fosse lançado no mar.‖ Marcos 9:42.
103

Ellen White escreveu à Igreja: ―No mais alto sentido, a obra da educação e da redenção são uma.‖ -
Educação, pág. 30, ―Onde quer que haja alguns observadores do sábado, os pais se devem unir para
providenciar um lugar para uma escola em que suas crianças e jovens possam ser instruídos.‖ -
Testemunhos Seletos, vol. 2, pág. 456. Não é de admirar que a Igreja Adventista já estabeleceu mais de
5.000 escolas em cerca de 100 nações - um dos maiores programas educacionais de qualquer denominação
protestante.
Sugestões Práticas
1. Ter um sábado anual de educação cristã. - Pouco antes de começar o ano escolar, dedique um
programa todo do culto ao assunto da educação cristã. Convide professores da escola de sua igreja a
participarem da plataforma, e faça uma oração especial de dedicação por eles. Se for apropriado, as
crianças da escola e seus pais podem ser incluídos na dedicação. Você pode também dedicar os jovens que
estão saindo para os internatos. Mesmo que não tenham uma escola da igreja, seria interessante
promoverem a importância da educação cristã.
2. Apoiar os professores. - Os pastores e os professores são coobreiros no ministério. Os pastores
devem envolver-se na escola, mas não interferir no programa do professor, nem passar por cima dele.
Os pais que têm filhos matriculados na escola da igreja, às vezes têm a impressão de que possuem
autoridade especial sobre os professores. Sua mensalidade paga o salário do professor. Alguns participam
do conselho que emprega o professor. Como membros da igreja, acham que são donos da escola. O pastor,
junto com o conselho escolar, deve proteger os professores das interferências dos pais.
{190}

Quando um internato manda para casa um estudante sob disciplina, nunca torne a palavra do
estudante ou dos pais como final, sobre o que realmente ocorreu de errado na escola. Obtenha também as
informações da escola, antes de chegar a uma conclusão sobre o que de fato aconteceu.
3.Dedicar tempo para a escola. - Ofereça-se para dirigir o culto, talvez uma vez por semana.
Programe-o de tal maneira que possa dedicar algum tempo ao pátio de recreio. Nesse ambiente, você pode
aproximar-se tanto dos professores como dos alunos. Se possui habilidade atlética, o respeito que conseguir
no pátio de recreio dará mais impacto às mensagens que apresentar na sala de aula e no púlpito. Seu êxito
em mudar as atitudes das pessoas para com Jesus depende menos do que você diz sobre Ele, do que
daquilo que eles pensam de você enquanto está pregando. .
4. Considerar a hipótese de creches. - Muitos pais procuram um local confiável, bem qualificado,
para deixar os filhos enquanto estão no trabalho. Sua igreja pode ter dependências prontas para serem
usadas com essa finalidade, ou o programa pode estar filiado à escola da igreja. O projeto pode ser
evangelístico; você poderá conquistar pessoas para Cristo através dos contatos de amizade que resultarem
disso. Quando tiverem idade suficiente, as crianças também poderão ser matriculadas na escola da igreja.
5. Considerar a possibilidade de educação religiosa complementar. - Os adventistas preferem
ter suas próprias escolas. Onde isso não for possível, deve-se considerar algum programa estruturado, que
mantenha as crianças reunidas antes das aulas, depois das aulas, ou nos fins de semana, para que recebam a
instrução bíblica e o cuidado espiritual que receberiam se houvesse a escola adventista.
{191}
SEÇAO QUATRO
O Ministroe as Cerimônias Especiais
33. Batismo
34. Dedicação de Crianças,
35. Dedicação da Igreja
36. Cerimônia da Comunhão
37. Funerais
38. Lançamento da Pedra Fundamental
39. Bênção Para o Lar
40. Admissão Num Novo Distrito
41. Oração Pelos Enfermos
42. Casamento
{192}
104

{193}
CAPÍTULO 33
Batismo
Importância do Batismo
O batismo simboliza não somente a morte de Cristo por nós, mas também nossa morte para o
pecado e novo nascimento nEle. E a confirmação de pertencer à família de Deus, e a separação para uma
vida de ministério.
Batismo, um grande acontecimento. - Estudos têm demonstrado que o índice de conservação de
novos membros é diretamente proporcional à receptividade de sua igreja local. A fim de produzir nos
candidatos uma lembrança agradável de seu compromisso com Cristo, e para maximizar o processo de
ligação entre eles e a família da igreja, o batismo deve constituir um grande acontecimento na vida da
igreja.
Pela mesma razão, o batismo de filhos da igreja não deveria ser considerado com menos seriedade
do que o de candidatos que vieram de fora da igreja. O batismo é um ritual de passagem para os filhos da
igreja. Podem ter crescido nela, supondo que não eram considerados muito importantes por serem apenas
crianças. No entanto, com seu batismo, esperam ser tratados um pouco como adultos, como pessoas que
realmente são importantes à congregação. Se a igreja não der adequada importância ao batismo dessas
crianças, elas logo poderão decidir que a igreja também não é importante para elas.
Normalmente, desejamos ver nossos familiares e amigos presentes aos maiores eventos de nossa
vida. Eles devem ser convidados para o batismo, Algumas igrejas preparam convites parecidos com
convites de casamento, que dizem algo como: ―Para os cristãos, o batismo bíblico significa novo
nascimento - um novo começo. Assim como o casamento simboliza a união de vidas humanas, o batismo
simboliza nossa união com Jesus e com a família de Sua Igreja. Você está cordialmente convidado a
testemunhar essa maravilhosa celebração de renovação na vida de _________________.― O nome do
candidato, seguido pela hora e local do batismo, são escritos à mão. Dessa forma, uma só impressão do
convite serve para todos. Os candidatos são encorajados a convidar os familiares e amigos, e recebem
tantos convites quantos forem utilizar.
Batismo, um acontecimento local. - Idealmente, o batismo deveria ser um evento da igreja local.
E compreensível que os líderes da associação/missão defendam com entusiasmo os batismos em reuniões
gerais e em
{194}

acampamentos de jovens. Querem ver os frutos de seu trabalho. As pessoas costumam apreciar batismos
em massa no encerramento de reuniões evangelísticas, e, por certo, há um lugar para eles. Infelizmente,
porém, os batismos realizados longe da igreja local algumas vezes falham em ligar os novos membros às
congregações a que estão se unindo.
No caso de jovens da igreja, quando são batizados em algum outro lugar, isso pode ser uma afronta
ao pastor da igreja local, ao professor da Escola Sabatina ou da escola da igreja, ou ao líder dos
Desbravadores, que gastam muito tempo ajudando-os a aprender a amar Jesus.
Por ocasião do batismo, são assumidos dois compromissos. Os candidatos se comprometem com
Cristo e com Sua Igreja. A congregação se compromete a amar, receber, amparar e treinar os candidatos, e
ser amigos deles. Visto que é no batismo que esses compromissos são assumidos, o candidato e a
congregação deviam estar reunidos para o evento. Como no nascimento físico, é melhor que a família que
vai criar o bebê esteja envolvida em sua chegada.
Quando realizado como parte do culto divino, no sábado de manhã, o batismo deve receber grande
importância, ao invés de parecer um complemento ou apêndice no final da programação. Quando realizado
em reunião separada, deveria ser precedido por um sermonete sobre o significado da cerimônia. Entre a
imersão dos candidatos, é recomendável que haja música coral ou instrumental. A congregação pode
também escolher cantar, desempenhando assim uma parte mais ativa no evento.
Batismo, um acontecimento freqüente. - Batismos freqüentes, de poucas pessoas, são
normalmente preferíveis a grandes batismos ocasionais, porque:
1. Mantêm a missão de ganhar almas constantemente diante da congregação.
2. Os frutos devem ser colhidos guando maduros, e não guardados por longos períodos.
105

3. Cada batismo encoraja alguém no auditório a dar o mesmo passo.


Ao planejar seu programa anual, separe e anuncies datas mensais ou pelo menos trimestrais para os
batismos. Os diáconos e as diaconisas que preparam o material para o batismo, vão apreciar ser avisados
com antecedência.
Autorização para batizar. - O Manual da Igreja estipula: ―Na ausência de um pastor ordenado, o
ancião deve requisitar ao presidente da associação ou Campo local que providencia a administração do
ritual do batismo aos que desejam se unir à igreja.‖ Nenhum ancião de igreja local pode oficiar na
cerimônia batismal, mesmo se as circunstâncias forem incomuns, sem primeiro obter permissão do
presidente da associação/missão.

{195}
Antes do Batismo
O tanque batismal - Tanques batismais feitos de tijolos freqüentemente trincam. Os de metal
enferrujam, a menos que totalmente secos depois de cada uso. Um tipo de tanque de fibra de vidro é mais
ideal. Os cantos e os suportes estruturais devem ser excepcionalmente fortes, para agüentar o imenso peso
da água. Nos locais onde a água é muito escassa, pode ser usado um barril.
Se possível, a água deveria ser morna. O choque da água fria pode fazer com que um candidato
nervoso perca o fôlego e beba água. Alguns métodos de aquecimento deixarão a parte inferior fria, a menos
que a água seja agitada.
Se for usado um microfone, este deverá ser deixado fora do alcance dos participantes do tanque
batismal. Um choque elétrico pode ser fatal para alguém dentro da água. O som deve ser desligado no
intervalo entre os candidatos, para que o ministro possa dizer-lhes algumas palavras em voz baixa e ajudá-
los a relaxar.
Batismos externos constituem eficaz testemunho evangelístico ao público. Verifique, porém, se a
água não é poluída. Ao batizar em um rio, cuide para que, na imersão, a cabeça do candidato fique contra a
correnteza, ou seja, para o lado da nascente das águas. Assim a pessoa é levada ao seu encontro ao se
levantar, e não para longe.
Pessoas deficientes podem ser carregadas para a água, e mesmo imersas, sentadas em uma cadeira,
quer o batismo seja realizado num ambiente fechado ou aberto. No caso de emergências médicas extremas,
a cerimônia pode ocorrer em casa ou no hospital. Em tal situação, Ellen White recomenda: ―Far-se-ão
arranjos para satisfazer o pedido do homem de idade quanto ao batismo. Ele não é suficientemente forte
para ir a_______________ ou a ________________ ,e a única maneira pela qual a cerimônia pode ser
realizada é arranjar uma banheira, e fazê-lo entrar na água.‖ - Evangelismo, pág. 315.
Auxiliares de batismo. - Os diáconos normalmente preparam o batistério e ajudam os candidatos
homens. As diaconisas preparam os roupões e ajudam as candidatas. Os roupões devem ser conferidos
regularmente para verificar os cintos, os colchetes e os pesos na barra. Os auxiliares de batismo não
somente precisam ser competentes, mas atenciosos, e hábeis para encorajar e confortar os candidatos
nervosos.
Se o batistério não tem cortinas, pode ser colocada uma toalha em volta dos candidatos ao descerem
para a água. Mesmo os roupões pesados podem grudar indecorosamente, e retratar um quadro desagradável
do batismo de imersão, especialmente para familiares e amigos não cristãos, que estiverem presentes. A
toalha também ajuda a aquecer e reduz o tremor nervoso. Um plano prático é que os diáconos e ou as
diaconisas rodeiem os candidatos ao saírem da água, levem-nos a um local privado, e ali o batizando retira
seu roupão. Isso mantém o piso menos escorregadio e mais fácil de ser limpo.
{196}

Quando um membro ou um pastor assistente ajudou a ganhar uma alma, convide essa pessoa para
ajudar o candidato a entrar e sair do batistério, desempenhando assim um parte importante no batismo.
Vestes batismais. - Se for possível, a igreja deve prover vestes batismais culturalmente
apropriadas, como roupões. ―Cada igreja deve estar provida de roupas apropriadas para o batismo.... As
roupas de batismo devem ser feitas de uma fazenda encorpada, de cor escura que não desbote com a água,
convindo pôr peso na barra. E importante que assentem bem e sejam feitas sob modelo. Não devem levar
ornamento, nem rendas, nem enfeites.‖ - Evangelismo, pág. 314.
106

Note que os roupões devem ser escuros. O branco é muito revelador quando molhado. Os tecidos
mais grossos favorecem a modéstia. Os pesos na barra evitam o embaraço de a roupa ficar flutuando ao
entrar na água.
Se são usados roupões, os candidatos devem trazer roupas íntimas (uma roupa de natação é menos
reveladora sob o roupão e, portanto, mais aconselhável). Alguns talvez queiram pôr meias e uma touca de
banho. Também deve ser trazido um lenço para cobrir o nariz e uma toalha para a pessoa se enxugar, se a
igreja não fornecer esses dois últimos itens. Se não houver roupões disponíveis, os candidatos devem, se
possível, trazer uma troca completa de roupa, de modo que uma seja usada na imersão, e a outra, enxuta,
logo depois.
Deixar o candidato à vontade. - Os candidatos devem provavelmente testemunhar um ―ensaio a
seco‖, como preparação para o batismo. Explique o processo e mostre-lhes como o pastor vai segurá-los.
Assegure aos candidatos mais fortes que estarão mais leves dentro da água. (Se um candidato é grande e
você é pequeno, use água mais profunda.) Pode ser prudente assegurar-lhes que eles não terão que falar
nada no batistério, que você estará na direção, e que não precisarão realmente lembrar-se de nada. Os
detalhes sobre segurar o fôlego, dobrar os joelhos, etc., são provavelmente supérfluos. Encoraje-os a se
concentrarem no seu compromisso espiritual, pois você cuidará dos detalhes físicos.
Exame e recebimento como membros. - Os pastores, evangelistas ou obreiros bíblicos não devem
assumir sozinhos a responsabilidade pelo exame doutrinário dos candidatos. O exame público destina-se a
convencer a igreja de que foram devidamente preparados. Por outro lado, entrar em detalhes doutrinários
pode parecer desagradável aos visitantes, visto que o exame é, em certo sentido, uma formalidade, pois
provavelmente ninguém expressará suas reservas mentais em público.
Uma avaliação não tão notória da dedicação espiritual dos candidatos e de seu conhecimento
doutrinário pode ser efetuada pela comissão da igreja, pelos anciãos ou por outro pequeno grupo designado
pela igreja. Os

{197}

pastores e evangelistas devem se lembrar de que eles vêm e vão. Os novos membros devem ser aprovados
e recebidos pelos membros que ficarão para ajudá-los no seu desenvolvimento espiritual. (Para mais
informações sobre a instrução e o exame dos novos membros, ver cap. 23 deste livro e também o Manual
da Igreja.)
A votação dos candidatos como membros da igreja pode ser feita antes ou depois do batismo. Se
antes, o voto estará sujeito à cerimônia batismal. Pode ser feita uma pequena leitura responsiva:
Líder: Como uma congregação, estais dispostos a abrir o coração, o lar e vossos
recursos espirituais e emocionais para estes novos membros da família que
hoje estão sendo recebidos?
Congregação: Sim, estamos.
Todos: Agora somos todos membros do corpo de Cristo. Vocês são nossos irmãos e
irmãs. Deus é o seu e o nosso Pai. Jesus é o seu e o nosso Irmão. O Espírito
Santo é o nosso Confortador e Sustentador. Aceitamos e comemoramos o
ingresso de vocês na família de Deus.
Pode ser solicitado que os candidatos venham à frente ao ser feita a votação deles como membros.
Depois do voto, o pastor e os anciãos que estão na plataforma geralmente descem, entregam um certificado
de batismo a cada um dos que foram batizados e, em nome de toda a congregação, estendem a mão direita
da comunhão, recebendo-os na família da igreja.
Durante o Batismo
Se os membros de uma mesma família forem batizados na mesma cerimônia batismal, o ideal seria
que eles descessem juntos para o batistério. O pai, como líder espiritual do lar, normalmente é batizado em
primeiro lugar.
Apresentação dos candidatos. - Quando os candidatos entrarem no tanque batismal, verifique se a
barra do roupão não está flutuando. Então, antes de falar à congregação, posicione-os e diga-lhes que
segurem em você e estejam preparados para a imersão.
107

Você pode pedir que a família ou os que ajudaram a ganhar a pessoa se levantem. Se o candidato é
filho da própria igreja, não se esqueça de mencionar os professores da Escola Sabatina e da escola da igreja,
os líderes dos Desbravadores, etc. Individualize cada batismo dizendo algumas palavras sobre a formação do
candidato e como ele/ela foi ganho(a) para Cristo.
Um plano opcional seria pedir que os candidatos, na noite anterior ao
{198}

batismo, escrevessem um breve testemunho sobre o que seu batismo significa para eles. Estimule-os a
mencionar as pessoas que ajudaram em sua decisão. Alguém especialmente envolvido no trabalho de
ganhar almas poderia ser convidado a ler esses testemunhos do púlpito, enquanto o pastor e o candidato
estiverem dentro do batistério.
Imersão do candidato. - Os candidatos geralmente descem para a água levando um lenço. Se você
é destro, segure o lenço com a mão esquerda. Seu braço direito, mais forte, fica reservado para segurar os
candidatos nas costas, a fim de suportar-lhes o peso. Peça que eles segurem no seu pulso esquerdo com
ambas as mãos, uma sobre o pulso, e outra um pouco abaixo. Isso lhes dá mais segurança.
A seguir, você se dirige ao auditório, terminando com uma frase bem elaborada, a primeira parte da
qual indica o compromisso pessoal do candidato. Por exemplo: ―E agora, em virtude do que Jesus fez
pelo(a) irmão(ã), e porque você decidiu entregar-Lhe a vida e deseja fazer parte da família de Deus (levante
a mão direita), com alegria eu o batizo em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, Amém.‖
Coloque o lenço sobre a face do candidato, com a base da mão esquerda sob o queixo, para manter
a boca fechada, e gentilmente lhe prenda as narinas entre o polegar e os dedos. Coloque a mão direita entre
os ombros do candidato, segurando-o por uma parte do roupão, para que a pessoa não escape do seu
alcance na água. Dê um passo à direita ao submergir o candidato.
Batize ternamente. Abaixe os candidatos devagar e levante-os com jeito à posição vertical,
movimentando a água o menos possível. Enxugue gentilmente o rosto do candidato com o lenço. Dê-lhe
um abraço ou um aperto de mão.
Apelo e anúncio. - Depois que o último candidato deixar o batistério, anuncie quando será o
próximo batismo, fazendo um convite para que todos os que desejam ser incluídos se levantem, ergam a
mão, preencham uma ficha, etc. Antes de deixar o batistério, ore por essas decisões e pelos que acabaram
de ser batizados.

Depois do Batismo
Seria bom realizar uma recepção após o batismo - uma expressão de união entre o candidato e a
congregação. Algumas sugestões:
1. Convide os candidatos para ficarem ao lado do pastor na porta da saída, para receberem os
cumprimentos dos membros. Coloque ao lado deles um ancião atencioso ou outro líder da igreja, para
apresentá-los aos membros.
2. Se a congregação não for muito grande, convide os membros a darem as mãos num círculo ao
redor das paredes do templo, cantando: ―Benditos
{199}

Laços‖ ou ―Sou Feliz, Pois Pertenço à Família de Deus‖. Depois da bênção final, o círculo pode se desfazer
numa fila, em que cada membro apresenta pessoalmente as boas-vindas aos recém-batizados.
3. Prepare um cartão de felicitações para cada um dos candidatos. Passe o cartão por todos os
membros, para que cada um escreva uma frase, um texto favorito, etc.
4. Dê um cartão em separado a cada membro e peça que cada um escreva uma notinha. Esses
cartões podem formar um álbum de batismo para o candidato.
5. Prepare uma recepção totalmente dedicada aos novos membros. Peça que eles venham à frente e
recebam flores. Os que estão perto deles podem cumprimentá-los. Inclua uma entrevista, perguntando por
que escolheram tornar-se adventistas do sétimo dia e como esperam contribuir para o desenvolvimento da
igreja.
6. Anime as famílias dos conversos a realizarem algum tipo de comemoração para enfatizar seu
interesse e alegria. Isso é especialmente importante no caso de crianças e juvenis da igreja.
108

Para mais sugestões sobre o recebimento e a conservação dos novos membros, ver capítulo 23.

{200}
CAPÍTULO 34
Dedicação de Crianças
Biblicamente Apropriada
A dedicação de crianças ao Senhor, especialmente dos primogênitos, era praticada nos tempos do
Antigo Testamento. Ana dedicou seu filho Samuel a Deus e ao serviço de Sua casa (1 Sam. 1:27 e 28).
Maria e José trouxeram o menino Jesus ao templo em ―Jerusalém para O apresentarem ao Senhor‖
(Luc. 2:22). Ellen White diz sobre o assunto: ―O sacerdote fez a cerimônia de seu serviço oficial. Tomou a
criança nos braços, e ergueu-a perante o altar. Depois de a devolver à mãe, inscreveu o nome ‗Jesus‘ na
lista dos primogênitos.‖ - O Desejado de Todas as Nações, pág. 52.
Embora o Novo Testamento não faça uma recomendação direta a respeito desse ritual, a maneira
como Jesus Se referia aos pequeninos incentiva a dedicação de crianças a Deus. Do incidente de Jesus
abençoando as crianças (ver Mat. 19:13-15; Mar. 10:13-16; Luc. 18:15-17) podemos extrair seis pontos
importantes:
1. Jesus abençoou as crianças. ―Então, tomando-as nos braços e impondo-lhes as mãos, as
abençoava.‖ Mar. 10:16.
2. A bênção concedida às crianças foi um acontecimento profundo. Todos os três Evangelhos
sinópticos contam a história.
3. As crianças pequeninas foram incluídas. ―Traziam-Lhe também as crianças, para que as tocasse.‖
Luc. 18:15.
4. Jesus não ordenou nem introduziu a bênção. Mateus registra: ―mas os discípulos os repreendiam‖
(Mat. 19:13). E improvável que os discípulos se tivessem oposto à bênção, caso Jesus a tivesse iniciado.
5. Jesus incentivou a bênção quando os pais pediram: ―Deixai vir a Mim as criancinhas, e não as
embaraceis.‖ (Mat. 19:14).
6. Jesus indignou-Se com os que se opunham à bênção: ―... os discípulos os repreendiam. Jesus,
porém, vendo isto, indignou-Se‖ (Mar. 10:13 e 14).
Ellen White aconselha: ―Tomem os ministros do evangelho as criancinhas nos braços, e abençoem-
nas em nome de Jesus. Sejam dirigidas palavras do mais temo amor aos pequeninos; pois Jesus tomou os
cordeiros do rebanho nos braços, e os abençoou.‖ - Evangelismo, págs. 349 e 350.
Entretanto, é compreensível que a dedicação de crianças seja questionada
{201}

por aqueles cuja formação os leve a associá-la a igrejas que praticam o batismo de bebês. Por esta razão, na
cerimônia de dedicação de crianças da Igreja Adventista do Sétimo Dia, não há padrinhos ou madrinhas, e
o nome não é dado formalmente. Não é uma cerimônia de batismo, nem deveria parecer como tal.
A cerimônia deve ser organizada para enfatizar seus quatros propósitos básicos:
1. Agradecer a Deus pelo milagre do nascimento da criança.
2. Compromisso dos pais de educarem a criança para amar a Jesus.
3. Compromisso da congregação para prover os meios e apoiar os pais em sua tarefa.
4. Abençoar a criança e dedicá-la a Deus.
Se não houver um ministro para dirigir a cerimônia, um ancião pode oficiar na dedicação da
criança. Contudo, o ancião não deveria oficiar sem a aprovação do pastor local.

Planejamento da Cerimônia
Local. - Algumas culturas recomendam a ―apresentação do bebê‖ em casa. No entanto, o ideal é
realizar a dedicação como parte do culto divino, no sábado de manhã. Como o compromisso da
congregação é um dos propósitos da dedicação, ela deve ser realizada quando houver maior representação
possível dos membros.
Época do ano. - O calendário anual da igreja deveria conter datas para a dedicação de crianças.
Duas vezes por ano pode ser suficiente. As ocasiões mais apropriadas são provavelmente o Dia das Mães,
quando é reforçada a missão dos pais, e a época do Natal, quando se enfatiza o infante menino Jesus. A
109

data da dedicação deve ser anunciada com algumas semanas de antecedência, sendo todos os pais
interessados, com bebês recém-nascidos, convidados a participar. Convém tomar a cerimônia um evento
evangelístico, encorajando os participantes a convidarem os familiares e amigos.
Ficha de informações. - Para individualizar a dedicação de cada bebê, e também preparar um
certificado a ser entregue na dedicação, seria bom que cada família, antecipadamente, preenchesse uma
ficha de informações, incluindo tais itens como: Nome completo do bebê, data do nascimento, local, peso
por ocasião do nascimento, nome do pai e da mãe, os outros filhos do casal, e outros itens de interesse
especial relacionados ao bebê.
Idade. - Os bebês podem ser dedicados tão logo os pais estejam preparados para trazê-los à igreja.
Raramente são dedicadas crianças em idade
{202}
escolar. Pode ser aberta uma exceção no caso de crianças que são filhos de membros recém-batizados.

Dirigindo a Cerimônia
Uma cerimônia típica de dedicação tem quatro partes:
1. Os pais são convidados a ir à frente. - Transforme a dedicação do bebê num importante
acontecimento familiar. Estimule os cônjuges não adventistas a estarem presentes quando da dedicação de
seus filhos, Envolva os irmãos do bebê, que podem estar se sentindo um pouco rejeitados devido à atenção
que o bebê está recebendo, fazendo com que se juntem aos pais na cerimônia de dedicação. Os avós talvez
também desejem ser incluídos. Ocasionalmente, um avô ou uma avó pode trazer o bebê, se os pais
estiverem relutantes em vir, embora não seja o ideal.
Convide os pais a irem à frente enquanto for cantado o hino de abertura, escolhido para combinar
com a ocasião. Algumas sugestões: ―Amor no Lar‖, ―Jóias Preciosas‖, ―Manso e Gentil‖, etc.
Dessa maneira, ao ser cantado o primeiro hino, não somente se inicia a dedicação, mas poupa-se
tempo, pois esse hino seria cantado de qualquer maneira. A última estrofe do hino poderia ser cantada após
a dedicação, enquanto os pais deixam a plataforma.
Toda a cerimônia de dedicação não deveria levar mais de 4 a 5 minutos. A mensagem pastoral deve
ser bem curta. Mensagens antes de tais eventos como casamentos, batismos, ou dedicações de bebês,
comumente não surtem muito efeito; a antecipação do que virá é tão forte que as pessoas pouco ouvem do
que é dito antes.
Os pais também ficam temerosos de que seu bebê chore. Cinco minutos parecem uma eternidade.
Se a mensagem durar mais do que um ou dois minutos, poderá ser dada enquanto os pais ainda estão na
congregação, talvez no primeiro banco.
2. Mensagem do pastor. - Os pais poderiam ficar de pé, voltados para a congregação. Há algum
significado espiritual no ato de o pai, como líder espiritual, segurar o bebê, Por outro lado, a mãe pode
saber melhor como manter quieta a criança. O melhor é que os pais decidam quem vai segurá-la.
A mensagem deve enfatizar a missão ou o desafio dos pais, e o compromisso da congregação.
Podem ser extraídos pensamentos de passagens como:
Deut. 6:4-7 ―Tu as inculcarás a teus filhos ...―
1 Sam. 1:27 e 28 ―Por este menino orava eu; ... pelo que também o trago como devolvido ao
Senhor.‖
Salmo 127:3-5 ―Herança do Senhor são os filhos.‖
{203}
Prov. 22:6 ―Ensina a criança no caminho em que deve andar.‖
Isa. 8:18 ―Eis-me aqui, e os filhos que o Senhor me deu.‖
Jer. 13:20 ―Onde está o rebanho que te foi confiado?‖
Mat. 18:2-6 e 10 ―Qualquer, porém, que fizer tropeçar a um destes pequeninos que crêem em
Mim ...
Mat. 19:13-15 ―Trouxeram-Lhe então algumas crianças, para que lhes impusesse as mãos,
e orasse.‖
Mar. 10:13-16 ―Deixai vir a Mim os pequeninos, não os embaraceis.‖
Luc. 1:46-55 O cântico de Maria.
Luc. 2:22-38 ―Levaram-nO a Jerusalém.‖
110

Luc. 18:15-17 ―Traziam-Lhe também as crianças.‖


Efés. 6:4 ―... mas criai-os na disciplina e na admoestação do Senhor.‖

Os conselhos de Ellen White podem também ser incluídos nos pensamentos apresentados:
A Ciência do Bom Viver, págs. 40 e 41: ―Pensavam que essas crianças eram muito tenras para
receber benefício da visita a Jesus. ... Uma mãe deixara a casa com o filhinho para ir em busca de Jesus. No
caminho, ela disse a uma vizinha o que ia fazer.‖
Idem, pág. 351: ―Das obras, confiadas a seres humanos, nenhuma existe tão repleta de
conseqüências de grande alcance, como a obra dos pais.‖
Idem, pág. 394: ―O espírito que prevalece no lar moldar-lhes-á o caráter.‖
O Desejado de Todas as Nações, págs. 511-517: ―Deixai Vir a Mm os Meninos.‖
O Lar Adventista, págs. 159-276: ―A Herança do Senhor‖; ―A Família Feliz‖; ―O Pai - Laço de
União Entre os Membros da Família‖; ―Mãe - Rainha do Lar‖.
Encerre suas considerações com tais palavras como estas:
―Pais, antes de separar o seu filho em dedicação a Deus, convido-os a realizar um concerto com o
Senhor. Ao trazer este pequenino para a dedicação cristã, vocês estão aceitando diante de Deus as sagradas
responsabilidades da paternidade e maternidade. Através deste ato simbólico, vocês procuram expressar
sua crença de que este bebê não é apenas seu filho, mas filho de Deus.
―A congregação se une a vocês ao dedicarem essa vida preciosa a Deus, ajudando-os nessa tarefa
até o dia em que este ato de dedicação seja seguido, na idade apropriada, pelo batismo, passando a pessoa,
assim, a pertencer à família da igreja, como membro feliz e pleno.
―Portanto, como pais, prometem fazer tudo o que puderem para
{204}
educar essa criança no caminho e na admoestação do Senhor? Concordam com esse compromisso?‖
Os pais respondem: ―Sim, concordamos.‖
3. Oração. - O pastor e os pais se ajoelham para a oração de dedicação. A congregação costuma
permanecer sentada. E importante que prevaleça um ambiente individualizado durante a dedicação. Uma
maneira de consegui-lo é que O pastor segure o bebê durante a oração. Se fizer isso, e o bebê sorrir, você
vai gostar de tê-lo pego, mas se ele chorar, você vai desejar que não o tenha feito.
Um método alternativo é os pais segurarem os bebês, e você colocar as mãos sobre a cabeça de cada
criança, ao ir mencionando o nome de cada uma na oração. Se o grupo for grande, os anciãos podem
participar na hora de impor as mãos.
Os quatro propósitos da dedicação de crianças, incluídos acima, devem ser mencionados na oração.
Idealmente, cada criança e os pais deveriam ser mencionados pelo nome. O pastor, os pais e a congregação
poderiam orar o Pai Nosso, em uníssono.
4. Certificado e cumprimentos. – Costuma-se entregar o certificado aos pais, depois da oração.
Tipicamente, eles incluem a matrícula na unidade do Rol do Berço da Escola Sabatina, e você pode desejar
que a líder dessa unidade o ajude a cumprimentar os pais e entregar os certificados. Estes podem ser
obtidos nas lojas do SELS ou diretamente da Casa Publicadora Brasileira.

Leituras Responsivas
Leituras responsivas como as que se seguem podem ser usadas para aumentar a participação dos
pais e de toda a igreja, na dedicação. Poderiam substituir parte da mensagem pastoral e introduzir a oração
de dedicação.
Leitura 1
Pastor: ―Se é sua intenção apresentar esta criança ao Senhor, por favor respondam
‗sim‘ a estas perguntas:
―Reconhecem hoje, aqui, esta criança como dádiva do Senhor, e se sentem
agradecidos, de todo o coração, pela bênção de Deus?‖
Pais: ―Sim.
Pastor: ―Desejam neste dia dedicar esta criança ao Senhor?‖
{205}
Pais: ―Sim.‖
111

Pastor: ―Prometem neste dia que, como pais, usarão o lar, a escola, a igreja e todos
os outros meios disponíveis para ajudar esta criança a aprender a amar
Jesus?‖
Pais: ―Sim.‖
Pastor à ―Os irmãos, nesta manhã, prometem apoiar estes pais por meio de
congregação: suas orações, programas da igreja e uma atmosfera de crescimento
espiritual?‖
Congregação: ―Sim, prometemos.‖
Leitura 2
Se o grupo é grande, e se, ao mesmo tempo, você deseja personalizar a cerimônia, incluindo os pais
e a congregação, podem ser lidas algumas frases de maneira alternada. O primeiro casal lê alguma coisa
que eles prepararam, ou que o pastor preparou. Então a congregação responde. Ambas as frases deveriam
incluir o nome da criança. Em seguida, o segundo casal faz a mesma coisa, e novamente a congregação
responde. Por exemplo:
Primeiro casal: ―Aqui estamos para trazer_________________ ao Senhor. Pedimos que o
Senhor nos abençoe ao educá-lo(a) para que seja um(a) cristão(ã)
amoroso(a) e dedicado(a). Pedimos especial sabedoria, e somos agradecidos
a Deus por esta oportunidade sem igual.‖
Congregação: ―Nós os apoiamos em sua sagrada missão de educar
o(a)________________e nos unimos em oração por discernimento e
sabedoria ao partilharmos sua vida com vocês.‖
Segundo casal: (Algo parecido com o que disse o primeiro casal, mas uma frase
personalizada.)
Congregação: (Uma resposta adequada à declaração dos pais, e expressando o apoio da
congregação.)
Leitura 3
Uma leitura de dedicação por ocasião do Natal deveria conter algo sobre a Encarnação. Por
exemplo, estabelecer um paralelo entre o milagre do nascimento de Jesus e o nascimento dessas crianças:
Pastor: ―Não temais: eis aqui vos trago boa nova de grande
{206}

alegria, que o será para todo o povo: é que hoje vos nasceu na cidade de
Davi, o Salvador, que é Cristo, o Senhor.‘ Luc. 2:10 e 11. A encarnação de
Deus mostra Sua mais elevada consideração pelas crianças.‖
Pais: ―E assim como Deus, o Pai, deu Seu Filho por nós, trazemos nosso(a)
filho(a), nesta manhã, como uma dádiva a Ele.‖
Mães: ―Deus concede muitas bênçãos. Nós O louvamos hoje porque nos deu o
dom de gerar esta nova vida que agora Lhe dedicamos.‖

Sugestões Adicionais
Eis algumas sugestões alternativas para a dedicação de crianças:
1. Um coral de crianças ou um grupo de crianças de uma divisão da Escola Sabatina pode cantar
enquanto os pais vão à frente para a dedicação.
2. Descubra o significado do nome do bebe e baseie sua mensagem num texto bíblico ou num
pensamento que amplie o significado.
3. Ao devolver a criança aos pais, após a oração, ou ao cumprimentá-los e entregar os certificados,
diga cada um: ―Tome esta criança e eduque-a e cuide dela para o Senhor.
4. Se sua esposa tem inclinações para isso, compartilhe a mensagem com ela você pode falar aos pais
e ela as mães.
5. Prepare um boletim especial para a dedicação, com uma fotografia do bebê que estiver sendo
dedicado, Não demonstre favoritismo dedicando esse tratamento somente a famílias que considera
especiais.
112

6. Tire uma fotografia da dedicação. Envie uma cópia para os pais e uma para o periódico mensal
da igreja.
{207}
CAPÍTULO 35
Dedicação da Igreja
A dedicação da igreja deve ser um dos serviços mais cuidadosamente planejados pelo pastor. A
ocasião é uma ótima oportunidade para destacar a Igreja Adventista do Sétimo Dia na comunidade. Para a
congregação, representa a comemoração de um projeto difícil concluído com sucesso.
Os convidados desempenham uma parte importante na cerimônia de dedicação. Autoridades civis e
pastores da comunidade geralmente são convidados a estar presentes. Os oficiais da associação/missão e os
pastores que já trabalharam nesse distrito ou congregação também devem ser convidados a participar. Por
estas razões, marque a data com antecedência, após consulta aos líderes do Campo local.

Ordem da Cerimônia
Uma ordem típica da cerimônia seria:
Hino
Oração inicial
Histórico da igreja
Leitura bíblica
Música ou hino especial
Sermão de dedicação
Ato de dedicação (opcional)
Oração de dedicação
Hino ou música especial
Bênção
Hinos. - Alguns hinos apropriados para a ocasião: ―Grandes Coisas Mui Gloriosas‖; ―Conduze, Rei
Eterno‖; ―Benditos Laços‖; ―Abrigo na Rocha‖; ―Senhor, Glorioso Deus‖; etc.
Histórico da igreja. - Em vista do fato de que seu relacionamento direto com a congregação
normalmente é breve, os pastores e oficiais da associação/missão não devem dominar a cerimônia de
dedicação. As instalações da igreja pertencem mais aos membros do que aos pastores. Um ancião
{208}

ou outro líder local cujas raízes venham da época do início da igreja, podem fazer melhor trabalho ao
contar sua história.
- Os membros mais antigos deveriam receber reconhecimento e honra.
E apropriado, também, expressar apreciação aos que estiveram mais diretamente envolvidos na
construção atual.
Dedique especial reconhecimento ao pastor que dirigiu o programa de construção. Geralmente, o
pastor que se envolveu bastante na construção, já se mudou antes de as contas estarem pagas e o edifício
concluído. Na realidade, o conflito criado no difícil processo de construção, quase sempre exige que o
pastor se mude. O sacrifício envolvido deve ser reconhecido.
A história pode culminar com o anúncio de planos e programas futuros, a serviço da comunidade,
A igreja não deve enfatizar seu passado sem também projetar o futuro.
A cerimônia não deve ser usada como ocasião para levantar fundos, a fim de cobrir os débitos da
construção. Todas as dívidas feitas para a compra ou construção do templo devem ter sido pagas antes de
sua dedicação.
Leitura bíblica. - Podem ser escolhidos trechos apropriados de II Crônicas 6:14-42 ou 1 Reis 8:23-
53 (oração dedicatória do templo de Salomão). Outras passagem que têm sido usadas em dedicações de
igrejas, são as seguintes:
Êxo. 40:33-35 ―A glória do Senhor encheu o tabernáculo.‖
1 Crôn. 29:10-16 ―Toda esta abundância, que preparamos para Te edificar uma casa ao Teu
santo nome, vem da Tua mão, e é toda Tua,‖
113

II Crôn. 2:4 ―Eis que estou para edificar a casa ao nome do Senhor meu Deus e lha
consagrar.‖
Neem. 4:6 ―Assim edificamos ...; porque o povo tinha ânimo para trabalhar.‖
Neem. 6:16 ―Reconheceram que por intervenção de nosso Deus é que fizemos esta
obra.‖
Neem. 12:27 ―A fim de que fizessem a dedicação com alegria, louvores, canto, ...‖
Sal. 27:4 e 5 ―Para que eu possa habitar na casa do Senhor.‖
Sal. 48:9-14 ―Pensamos, ó Deus, na Tua misericórdia no meio do Teu templo.‖
Salmo 84 ―Quão amáveis são os Teus tabernáculos, Senhor dos Exércitos!‖
Salmo 100 ―Entrai por Suas portas com ações de graças.‖
Salmo 122 ―Alegrei-me quando me disseram: Vamos à casa do Senhor.‖

Sermão de dedicação. - O sermão deve ser breve, por vários motivos:


{209}
1. O tempo é limitado por causa do programa todo.
2. O orador está se dirigindo a um ―auditório expectante‖. As pessoas vieram, não para ouvir um
sermão, mas para testemunhar o ato de dedicação.
3. As dedicações de igrejas são normalmente realizadas no sábado à tarde. O povo já teve um
sermão pela manhã.
Qualquer um dos textos mencionados mais acima pode ser desdobrado num sermão de dedicação.
Use uma boa ilustração, como, por exemplo, a do alpinista que arduamente escalou a montanha, enfrentou
muitas dificuldades, e finalmente chegou ao topo e pôde apreciar o panorama e celebrar a conquista.
Além de dirigir o assunto para a dedicação do edifício da igreja, o sermão deve abordar outra
questão importante: ―Será esta uma igreja dedicada?‖ Uma igreja não é o prédio, mas um grupo de pessoas.
A congregação encontra-se ali para se dedicar a Deus, e não apenas o edifício (ver Rom. 12:1; Sal. 127:1).
Ato de dedicação. - A dedicação propriamente dita ocorre durante a oração dedicatória. Para
aumentar a participação dos presentes, prepare uma leitura responsiva ou de um poema, antes da oração.
(Ver sugestões mais adiante.)
A queima da hipoteca, ou de um pedaço de papel que a simbolize, poderia ocorrer nesse momento
ou durante a parte histórica da cerimônia. Isso pode ser um evento culminante, especialmente se a igreja
tiver passado por um período difícil e recentemente se sacrificou para quitar as dívidas. Pode ser muito
apropriado cantar a doxologia durante a queima do papel.
Oração de dedicação. - A oração dedicatória merece muita atenção e preparo. O modelo ideal é
provavelmente a de Salomão, em II Crônicas 6. A oração pode incluir o seguinte:
* Agradecimento a Deus por colocar os recursos nas mãos de Seu povo, e no coração deles, o
desejo de construir.
* Confissão dos pecados e o pedido de que o Espírito Santo seja derramado sobre a congregação.
* Uma bênção para cada convidado presente.
Agora vem o momento da dedicação. A oração poderia terminar de um modo semelhante a este:
―Dedicamos este templo a Ti, ó Deus, como uma luz nesta comunidade, como casa de oração para
todo o povo. Para a adoração de Deus, para a conversão de pecadores, para a pregação de Cristo e Sua
Palavra, para a comunhão da família de Deus,
{210}

para a salvação de nossos filhos, para ser o lugar da habitação de Deus, agora dedicamos esta casa, em
nome do Pai, do Filho, e do Espírito Santo. Amém!‖
Leitura Responsiva de Dedicação
Ministro: Para a glória de Deus, nosso Pai, por cuja graça edificamos esta casa; Para a
honra de Jesus, o Filho do Deus vivo, nosso Senhor e Salvador; Para a obra
do Espírito Santo, ministro de vida e luz,
Congregação: Dedicamos-Te esta casa, ó Deus.
Ministro: Para o culto, pela oração e o canto, Para a pregação e o ensino da Palavra,
Para a celebração das sagradas ordenanças,
114

Congregação: Dedicamos esta casa.


Ministro: Para consolo dos que choram, Para fortaleza dos que são tentados,
Para auxílio no viver cristão,
Congregação: Dedicamos esta casa.
Ministro: Para santificação da família, Para orientação de crianças e jovens,
Para salvação de homens e mulheres,
Congregação: Dedicamos esta casa.
Ministro: Para a defesa da liberdade, Para a educação da consciência, Para a defesa de
Cristo e Sua santa lei, Para a luta contra o mal,
Congregação: Dedicamos esta casa.
Ministro: Para auxílio dos necessitados, Para socorro dos aflitos, Para apressar a volta
de Cristo,
{211}
Congregação: Dedicamos-Te esta casa, ó Deus.
Ministro: Como dádiva de gratidão e amor dos que experimentaram o dom da graça
de Cristo, apresentamos esta casa como oferenda voluntária ao nosso Deus.
Congregação: Nós, o povo desta congregação, consagrando-nos agora novamente,
dedicamos todo este edifício à Causa de Cristo e ao serviço em prol da
humanidade.

Fim de Semana Especial de Dedicação


A dedicação de uma igreja pode ser realizada em qualquer horário, inclusive no sábado de manhã.
No entanto, como é um acontecimento especial na vida da congregação, podem ser incluídos vários
programas especiais no fim de semana. Por exemplo:
Sexta-feira à noite: ―Nossa igreja em consagração.‖ Poderia ser realizada uma Santa Ceia e um
programa musical.
Escola Sabatina: ―Nossa igreja em estudo.‖ Convide participantes especiais, como os membros
mais antigos, ou pastores anteriores.
Culto divino: ―Nossa igreja em adoração.‖ Convide um orador especial.
Sábado à tarde: ―Nossa igreja em dedicação.‖ A cerimônia de dedicação.
Sábado à noite: ―Nossa igreja em companheirismo.‖ Um evento social.

Folheto de Dedicação
O folheto de dedicação é uma recordação preciosa para os membros da igreja. Algumas igrejas
vendem cópias extras para custear a impressão. Se você pretende preparar um folheto assim, inclua o
seguinte:
Ordem de serviço para cada reunião do fim de semana.
Uma fotografia do novo templo, talvez na capa.
A leitura responsiva que será usada durante o ato de dedicação.
Os nomes do pastor atual e de pastores anteriores, se possível com fotos e as épocas em que
labutaram ali.
Os nomes dos representantes da associação/missão que irão participar na dedicação.
Os nomes dos membros da comissão de dedicação da igreja.
Um breve histórico da igreja, incluindo fotografias dos prédios anteriores.
Os nomes do arquiteto, do construtor e dos membros da comissão de construção.
Fatos sobre a construção: data do lançamento da pedra fundamental,
{212}

do início da construção, da primeira reunião, etc.; capacidade de assentos; custo; a planta, identificando a
finalidade de cada sala.
Poema (se houver).
Inauguração da Igreja
115

Como os adventistas do sétimo dia só dedicam prédios livres de dívidas, comumente as


congregações se mudam para as novas instalações antes de estarem prontas e bem antes de sua dedicação.
Entretanto, é apropriado que haja algum programa especial para esse evento, embora não deva receber
tanta importância como a cerimônia de dedicação. A música deveria desempenhar uma parte importante
numa experiência tão feliz.
Pode haver o corte da fita simbólica. Algumas congregações caminham do recinto antigo para o
novo. As pessoas gostam de entrar num prédio novo, mas não gostam de abandonar as agradáveis
lembranças do antigo. Uma ponte do velho para o novo templo seria incluir na inauguração da igreja
alguns itens trazidos do local anterior.
Tanto a dedicação como a inauguração da igreja são eventos que merecem ser noticiados. Tais
ocasiões devem ser aproveitadas para atrair a atenção da comunidade para a igreja e seu programa.
{213}
CAPÍTULO 36
Cerimônia da Comunhão
Importância
A Comunhão é uma ocasião solene, de exame íntimo, de alegria e de antecipação. Devidamente
planejada e conduzida, traz encorajamento e renovação espiritual à congregação. A direção da cerimônia da
Comunhão é, portanto, um dos mais sagrados deveres de um pastor ou ancião. ―Todas as coisas
relacionadas com este rito devem sugerir um preparo tão perfeito quanto possível. ... Esta cerimônia não
deve ser realizada negligentemente.‖ - Evangelismo, pág. 277.
Quando realizar. - O Manual da Igreja estipula: ―Na Igreja Adventista do Sétimo Dia, a cerimônia
da Comunhão geralmente é celebrada uma vez por trimestre.‖ A palavra ―geralmente‖ deve ser enfatizada.
A declaração de Paulo: ―Porque todas as vezes que comerdes este pão e beberdes o cálice‖ (1 Cor. 11:26),
demonstra que a Bíblia não determina a freqüência da Comunhão.
Além das celebrações trimestrais, a cerimônia da Comunhão pode ser realizada em ocasiões
especiais. Algumas congregações planejam a Comunhão para o Ano Novo ou para uma reunião especial
apenas com os jovens. A cerimônia do lava-pés deve sempre ser incluída.
A cerimônia regular da Comunhão deve ser realizada como parte do culto divino, no sábado. Ela é
demasiado importante para ser relegada a um agrupamento menor. Limitar a participação na Comunhão
apenas aos que desejam comparecer a uma reunião especialmente convocada, é admitir a falha da igreja em
tomar essa cerimônia sagrada importante para os membros em geral.
A Comunhão deve ser anunciada pelo menos com uma semana de antecedência, para que os
membros possam se preparar, e os diáconos e as diaconisas possam preparar os emblemas e o
equipamento.
Quem oficia. - Ministros ou anciãos ordenados devem dirigir a cerimônia. Os diáconos ajudam a
distribuir o pão e o vinho.
Quem participa. - O exemplo de Jesus ao incluir Judas na primeira Comunhão demonstra que a
participação não deve se limitar apenas aos cristãos exemplares. ―O exemplo de Cristo proíbe exclusão da
Ceia do Senhor. Verdade é que o pecado aberto exclui o culpado. Isto ensina plenamente o Espírito Santo.
Além disso, porém, ninguém deve julgar. Deus
{214}

não deixou aos homens dizer quem se apresentará nessas ocasiões. Pois quem pode ler o coração?‖ - O
Desejado de Todas as Nações, pág. 656.
Paulo diz: ―Por isso, aquele que comer o pão ou beber o cálice do Senhor, indignamente, será réu
do corpo e do sangue do Senhor.‖ 1 Cor. 11:27. Ele, porém, não estava falando de pessoas indignas que
participam, mas da maneira indigna como participam. No caso dos coríntios, isso incluía acerbas contendas
(1 Cor. 1:11), disputas e ciúmes (1 Cor. 3:3), embriaguez (1 Cor. 11:21) e excessiva ênfase à Comunhão
como acontecimento social.
Saliente isso àqueles cujo exagerado sentimento de culpa desencoraja sua participação. Ao anunciar
a cerimônia da Comunhão, reforce a oportunidade que ela provê para os membros renovarem sua fé em
Jesus e sua comunhão com os outros crentes.
116

Os adventistas do sétimo dia praticam a comunhão aberta. Os adultos que acham que dedicaram a
vida a Cristo podem participar. ―Examine-se, pois, o homem a si mesmo, e assim coma do pão e beba do
cálice.‖ 1 Cor. 11:28.
As crianças, porém, não devem participar até que estejam suficientemente amadurecidas para
receber instrução formal quanto ao significado da cerimônia e se entreguem a Cristo no batismo.

Problemas
A freqüência dos membros nos sábados de Comunhão geralmente é menor do que nos outros
sábados. Alguns vêem a Comunhão como uma obrigação tediosa, e não como um privilégio emocionante.
Alguns membros sinceros não participam, dizendo: ―Não me sinto digno.‖ Mesmo alguns líderes se
ausentam com a frase: ―Já participei em outro lugar.‖ Por que as pessoas se aborrecem com a Comunhão?
Eis quatro razões possíveis:
1. Perda de significado. - O tempo tende a exaurir a importância de qualquer ritual ou tradição.
Eventualmente, uma cerimônia pode ser repetida mais para salvaguardar a tradição do que pelo seu
significado espiritual. Cada igreja precisa reestudar suas tradições da Comunhão e revitalizar o interesse em
sua celebração. ―Por que o fazemos do modo como é feito?‖ Se a resposta não for verdadeiramente
espiritual, pode estar na hora de introduzir alguma inovação cuidadosa e sincera.
Cuidado! Retornar ao propósito espiritual original, efetuando mudanças nas tradições, é perigoso.
As pessoas resistem a mudanças, especialmente cristãos firmes e confiantes. E resistem principalmente a
inovações na igreja.
As mudanças não devem ser feitas por amor à inovação, nem por amor à conveniência. Inovações
que tendem a transformar o sagrado em comum devem ser desestimuladas. No entanto, incentive
mudanças, se a prática de sua igreja estiver atraindo mais a atenção para a cerimônia em si, do que para as
lições espirituais que Jesus tencionava que ela ensinasse.
{215}

As inovações sugeridas neste capítulo e no Manual da Igreja (edição de 1992) destinam-se a


incentivar mudanças apenas para manter o entendimento espiritual perpetuamente acima das tradições sem
sentido.
2. Constrangimento social. - Pessoas extrovertidas e agressivas dificilmente compreendem isso,
mas os membros tímidos acham que escolher um par para o lava-pés é uma experiência socialmente
embaraçosa. Temem a rejeição de serem postos de lado. Certifique-se de que há líderes compreensivos em
volta, para ajudar os participantes na hora de encontrarem seu par.
3. Longa duração. - A cerimônia da Comunhão demora mais que outros cultos. Para alguns
indivíduos e em algumas culturas, isso não é problema: a beleza e a importância espiritual da cerimônia
tornam insignificante a questão do horário. Contudo, os pastores devem ser sensíveis aos sentimentos de
todos os membros. Os pais estão tendo dificuldades com crianças inquietas devido à demora da cerimônia?
As crianças estão ficando impacientes por causa da limitação que lhes é imposta? Alguns estão ficando
incomodados porque familiares não cristãos ou que não estão participando, esperam impacientemente em
casa, para o almoço?
4. Diferenças culturais. - Alguns fatores culturais influenciam o modo como a Comunhão é
celebrada. O que é interessante numa cultura, pode não ser em outra. As variações culturais ao se dirigir
urna cerimônia da Comunhão não precisam ser ignoradas, enquanto efetivamente se ensinam as lições
espirituais que Jesus tinha em mente. A liderança local pode dar maiores conselhos sobre o que é
apropriado em determinada cultura.

Sermão
Tradicionalmente, o sermão da Comunhão é proferido pouco antes de os membros se separarem
para o lava-pés. Uma variação é dar uma breve mensagem nessa hora, introduzindo o lava-pés. Deixe o
restante do sermão para introduzir a Santa Ceia. Duas vantagens: 1. Menor número de membros deixará a
igreja no momento da separação para o lava-pés. O serviço foi tão rápido que esses membros se sentem
mais inclinados a ficar e participar. 2. Colocar o sermão principal antes da Santa Ceia aumentará seu
impacto espiritual nessa parte da cerimônia.
117

O tempo total do sermão provavelmente não deve exceder a 10 minutos. A comunhão não é uma
reunião de pregação. Alguns textos sugestivos para sermões de Comunhão:
{216}
João 13:3-17 Jesus institui o lava-pés.
Mat. 26:26-28
Mar. 14:22-24
Luc. 22:19 e 20 Jesus institui a Ceia do Senhor.
Mat. 16:24 ―Negue-se a si mesmo, tome sua cruz, e siga-Me.‖
Mar. 14:18 e 19 ―Um dentre vós ... Me trairá. ... Porventura sou eu?‖
João 6:53-56 ―Se não comerdes a carne do Filho do homem e não beberdes o Seu sangue,
não tendes vida em vós mesmos.‖
1 Cor. 10:16 e 1 ―Um só corpo; porque todos participamos do único pão.
1 Cor. 11:23-26 ―Anunciais a morte do Senhor até que Ele venha.‖
Gál. 6:14 ―O mundo está crucificado para mim, e eu para o mundo.‖
1 Ped. 2:21 ―Cristo sofreu em vosso lugar, deixando-vos exemplo.‖

Ver também O Desejado de Todas as Nações, capítulos 71 e 72: ―Servo dos Servos‖ e ―Em
Memória de Mim‖.

Lava-pés
A cerimônia do lava-pés é um símbolo poderoso. Alguns parecem conseguir tomar parte na Ceia do
Senhor sem muito impacto pessoal. E, porém, praticamente impossível oferecer os pés para serem lavados
ou se ajoelhar e lavar os pés de outra pessoa, sem aprender algo acerca da humildade. Talvez seja por isso
que essa parte da cerimônia é muito difícil para alguns.
Não aceite que lavar os pés em casa substitua esta cerimônia. Desaconselhe o lava-pés entre a
Escola Sabatina e o culto divino, relegando-o a uma posição menos importante. Qualquer diminuição na
ênfase do lava-pés diminuiria gradualmente a sua importância, até restar somente a participação na Ceia do
Senhor. Isso tem acontecido em outras denominações que antes praticavam a cerimônia da humildade, mas
finalmente a abandonaram como sendo inconveniente.
Antes de os membros se separarem para o lava-pés, faça menção apropriada, convidando os
visitantes a participar, a observar a cerimônia ou a permanecer no templo. Influencie os membros a
participarem.
Os homens vão para uma sala, e as mulheres para outra. Faça provisões especiais para os
deficientes. Você pode querer reservar uma sala para uma cerimônia de lava-pés para famílias. O Manual
da Igreja declara: ―Em regiões
{217}

onde é socialmente aceitável e onde o vestuário é tão decente que não haja imodéstia, arranjos podem ser
feitos para que marido e esposa ou pais e filhos batizados compartilhem da cerimônia do lava-pés.‖
O lava-pés é o momento para se acertarem diferenças e discórdias, e convém salientar isso. Esse
tipo de alienação ocorre com muita freqüência entre marido e esposa, ou entre pais e filhos adolescentes. O
dia da Comunhão pode se tomar uma ocasião maravilhosa para unir as famílias.
Não enfatize, porém, o lava-pés entre a família de tal modo que os que estão na igreja sem o seu
cônjuge se sintam negligenciados.
Os diáconos e as diaconisas devem ter preparado as bacias e a água, de preferência morna. Deve
haver número suficiente de toalhas para que cada pessoa receba uma limpa. Devem também ser
providenciadas bacias, toalhas e sabonetes para que todos possam lavar as mãos após a cerimônia.
Os membros podem cantar hinos, ou pode haver música ao fundo, enquanto acontece a cerimônia
do lava-pés. Antes de lavar os pés de outra pessoa, cada participante pode fazer uma breve oração. Devem
ser lavados ambos os pés. As duplas às vezes terminam com um abraço.
Ao terminar, os participantes voltam para o templo. Quando o grupo é pequeno, eles podem formar
um círculo, dar-se as mãos, talvez cantar um hino e orar, antes de retornar ao templo.
118

Os diáconos e as diaconisas devem participar da cerimônia do lava-pés, mas isso, de preferência,


deve ser feito mais cedo, talvez após a preparação dos utensílios. A congregação não deve ficar esperando
até que os diáconos e as diaconisas sejam servidos depois que eles terminaram. Um planejamento mal feito
pode causar a perda de quinze preciosos minutos de culto, durante a transição entre o lava-pés e a Ceia do
Senhor.
Se o templo ficou vazio durante o lava-pés, e se os visitantes foram convidados a permanecer ali,
deve ser planejada uma seqüência para se conseguir reverência. Podem ser tocadas algumas músicas. Pode
ser contada uma história para as crianças não batizadas. Designe alguém para contar histórias que ilustrem
as lições da Comunhão. A cerimônia da Comunhão deve ser uma ocasião em que as crianças se sintam
especialmente incluí- das, embora não participem do ritual.

Ceia do Senhor
Imediatamente após o término do lava-pés, alguém pode liderar o cântico de um hino, como
―Senhor, Tu nos Convidas‖, ou ―O Pão da Vida‖. Tais cânticos criam um espírito adequado à medida que a
congregação se reúne novamente no santuário. O hino pode também servir como intróito para ministros e
anciãos tomarem seus lugares junto à mesa da Comunhão, seguidos pelos diáconos que tomam assento na
primeira fileira de bancos.
Os emblemas sobre a mesa da Comunhão devem ser cobertos antes e
{218}

depois da cerimônia. Às vezes são colocadas coberturas individuais sobre os receptáculos do pão e do vinho.
Duas diaconisas podem ser convidadas a vir e se assentar no primeiro banco, para remover e mais tarde repor
as toalhas que cobrem a mesa, embora esse costume não tenha relevância direta na experiência do cenáculo
ou nas lições ensinadas por Jesus.
O ministro ou o ancião oficiante descobre o pão e lê um texto apropriado, como 1 Coríntios 11:23 e
24. A congregação permanece sentada com a fronte curvada, e os que estão à mesa se ajoelham enquanto o
ancião oficiante pede a bênção de Deus sobre o pão.
Ao se erguerem, os ministros e anciãos partem simbolicamente uma parte do pão. (A maior parte já
deve estar partida antes da cerimônia.) O pão é entregue aos diáconos, que o distribuem à congregação.
Quando os diáconos retomam de servir a congregação, os anciãos e o pastor servem uns aos outros.
O oficiante repete uma frase apropriada, como as palavras de Jesus em 1 Coríntios 11:24, e dirige a
congregação no ato de comer o pão, seguido de oração silenciosa.
O dirigente cobre o pão, descobre o vinho e então lê um texto, como 1 Coríntios 11:25 e 26. Um
ancião faz uma oração de bênção sobre o vinho, e o processo de distribuição se repete. O líder repete uma
frase, como as palavras de Jesus em 1 Coríntios 11:25, e dirige a congregação no ato de tomar o vinho,
seguido de oração silenciosa.
Os diáconos então recolhem os copinhos e os trazem de volta à mesa, onde o líder os cobre. Em
seguida, as diaconisas cobrem a mesa.
Se este é o método seguido, os diáconos percorrem os corredores seis vezes, o que pode chamar a
atenção para eles, e não para as lições espirituais da Ceia do Senhor. Há, porém, uma maneira mais simples
e breve de servir os emblemas, sem diminuir qualquer simbolismo espiritual. Os diáconos podem levar o
pão e o vinho na mesma bandeja e servi-los ao mesmo tempo. Podem colocar as bandejas numa mesa
especial nos fundos da igreja. Os copinhos podem ser deixados nos assentos ou em recipientes colocados
em armações na parte de trás dos bancos. As orações, a leitura das Escrituras e o ato de comer o pão e
beber o vinho podem seguir a ordem normal. Essa distribuição mais rápida ajuda a abreviar o que não é
essencial e a concentrar a atenção no que é espiritual.
Durante a distribuição dos emblemas, pode haver uma música especial, sobre as lições da Ceia do
Senhor. Outras opções incluem uma leitura bíblica, testemunhos, um hino ou música instrumental. Deve
decorrer pouco tempo entre o recebimento dos emblemas pelos membros, e o ato de tomá-los.
A Comunhão deve sempre terminar com um ponto alto. As diferenças já foram resolvidas. Pecados
foram perdoados. A esperança foi restaurada. E tempo de regozijo. Encerre com música alegre e animada,
como por exemplo: ―Louvamos-Te, ó Deus‖, ―O Nome de Jesus Saudai‖, ―Remido Fui Por Seu Sangue‖,
―Coro de Aleluia‖, ―O Eterno Lar‖, ―Firme nas Promessas‖, etc.
119

{219}

Após o último hino, a congregação é despedida, ou por uma bênção ou por oração silenciosa.
Enquanto a congregação se retira, os diáconos podem ficar junto à porta e retirar uma oferta para os pobres.
Depois da cerimônia, os diáconos e as diaconisas, de maneira respeitosa, destroem o pão e o vinho
que sobraram. Esses restos, em caso algum devem ser comidos ou bebidos.
Recomenda-se que nossas igrejas utilizem copinhos individuais para a Santa Ceia. Assim a
congregação toda pode tomar o vinho ao mesmo tempo, além de se garantir proteção contra riscos de saúde
se fosse usado um copo em comum.

Sugestões Adicionais
1. Pregar sobre a Comunhão um sábado antes. - Talvez uma das razões por que a congregação
perde de vista as lições espirituais da cerimônia da Comunhão seja haver pouco tempo, no sermão da
Comunhão, para instrução. Utilize o sábado anterior para isso.
2. Incluir uma leitura responsiva “convite à mesa”. - Algo semelhante ao que é sugerido a seguir
poderia ser incorporado à cerimônia, no início da Ceia do Senhor:
Líder: ―Iniciamos agora um momento de bênçãos especiais.‖
Povo: ―Viemos antecipar essas bênçãos.‖
Líder: ―Ao comermos...‖
Povo: ―Relembramos o corpo partido de Cristo.‖
Líder: ―Ao bebermos...‖
Povo: ―Relembramos o sangue de Cristo, derramado por nós.‖
Líder: ―Vem revelar-Te a nós neste momento, Senhor, como Te revelaste aos Teus
discípulos no passado.‖
Povo: ―Agracia nossa mesa com Tua presença, e dá-nos um vislumbre do banquete por
vir.‖
Todos: ―Vem, Senhor, pois tudo já está pronto.‖
3. Incluir uma leitura responsiva “participativa”. - À medida que os membros vão participando,
cada um diz seu próprio nome:
Líder: ―Este é o Meu corpo...‖
Povo: ―Que foi partido por__________‖
* * * * *
Líder: ―Este é o Meu sangue...‖
Povo: ―Que foi vertido por____________‖
{220}

4. Servir os enfermos da igreja. - Organize seus anciãos e diáconos para levar a Comunhão aos
fisicamente incapacitados de vir à igreja. Isso por si já garante quatro visitas anuais aos enfermos e
incapacitados. O lava-pés geralmente não é incluído, pois no caso de deficientes, estes estão
impossibilitados de lavar os pés uns aos outros.
5. Ter uma cerimônia de Comunhão extra para os jovens. - Convide os jovens para uma
cerimônia especial, talvez em seu lar. Planeje um programa que ao mesmo tempo ensine as lições
espirituais da Comunhão, e deixe na mente dos jovens uma lembrança da cerimônia como algo muito
especial. Isto não deve substituir a participação dos jovens na cerimônia trimestral.

Receitas
Na Ceia do Senhor só devem ser usados pão sem fermento e suco de uva não fermentado. Quando
for impossível obter uvas, suco de uva, ou suco concentrado, pode ser usado o suco de passas. Em regiões
isoladas, onde nenhum destes elementos é encontrado, a associação/missão proverá assistência ou
conselho.
Receita do pão de Santa Ceia
1 xícara de farinha de trigo especial (de preferência integral)
1/4 colher (de chá) de sal
120

2 colheres (de chá) de água fria


1/4 xícara de óleo vegetal ou azeite de oliva
Peneire juntos a farinha e o sal. Derrame a água no óleo, sem agitar. Acrescente isso aos
ingredientes secos e misture com um garfo, até que toda a farinha fique úmida, Abra a massa entre duas
folhas de papel-alumínio, até conseguir a espessura de uma massa fina de torta. Estenda-a numa assadeira
(sem untar), polvilhada com farinha, e com uma faca afiada assinale-a em quadrinhos, tomando o cuidado
de furar cada quadradinho, para evitar que se levantem bolhas na massa. Assar durante 10 a 15 minutos, a
mais ou menos 200 graus C. Vigie cuidadosamente durante os últimos cinco minutos, para evitar que a
massa se queime. Porção para 50 pessoas.
Receita alternativa para o pão de Santa Ceia
1 xícara de farinha de trigo especial (de preferência integral)
1/4 colher (de chá) de sal
3 colheres (de chá) de óleo vegetal puro
4 1/2 colheres (de chá) de água fria
{221}

Coloque o óleo numa vasilha e acrescente o sal. Acrescente a água devagar, batendo
constantemente com um garfo, até que os ingredientes formem uma emulsão branca, fina. Junte
rapidamente a farinha e misture-a levemente, formando uma massa. Abra a massa numa superfície
polvilhada com farinha. Abra-a bem com um rolo de madeira, até ficar elástica (cinco a seis minutos). Ao
atingir a espessura de uma massa fina de torta, coloque-a numa forma untada para assar, e marque-a com a
faca em pequenos quadradinhos. Assar a mais ou menos 200 graus C. Deixar dourar ligeiramente, para
ficar com um sabor mais acentuado.
Vinho sem fermento. - Consiga boas uvas, solte-as dos cachos e leve- as para cozinhar no vapor,
numa panela esmaltada, até que atinjam o ponto de fervura. Coe num pano ralo, e então deixe ferver por 15
minutos. Antes do suco ferver, retire toda a espuma que vai se formando. Quando o suco atinge o ponto de
fervura, coloque-o em garrafas fortes, que já tenham sido esterilizadas e mantidas aquecidas, para que
assim recebam o suco quente sem se quebrarem. Encha as garrafas, deixando um pouco de espaço antes da
boca, e feche-as imediatamente, com rolhas ou tampinhas do tipo refrigerante. (Há uma máquina especial
de tampar.) No caso de rolhas de cortiça, corte as rolhas bem rente às garrafas, e sele com cera especial de
vedação. Guarde as garrafas num local escuro, e não as mova de lugar desnecessariamente.

{222}
CAPÍTULO 37
Funerais
Num batismo, as pessoas procuram ver o candidato que está sendo batizado. Num casamento,
procuram pela noiva. Num funeral, porém, as pessoas procuram a Deus. Não tenha receio dos funerais. Por
mais correto que seja sentir aversão pela morte, você deveria tirar vantagem de qualquer ocasião em que as
pessoas procuram a Deus.
Respeite as tradições da cultura local ao lidar com funerais - mas só até onde não forem contrárias
aos princípios cristãos e aos ensinamentos bíblicos sobre a morte. Remova seu povo de tradições culturais
que inferem a imortalidade da alma e a necessidade de aplacar espíritos.
Respeite as tradições de sua congregação. Cada igreja tende formar certos costumes em caso de
funerais. Por exemplo, algumas sempre preparam refeições para os enlutados; outras servem urna refeição
na igreja, após o funeral. Algumas realizam o funeral na igreja; outras usam os salões dos órgãos funerários
locais. Algumas expõem o caixão a vista, enquanto as pessoas entram na igreja para o serviço fúnebre,
algumas um pouco antes das pessoas saírem, outras, nenhuma dessas hipóteses. Aprenda quais são as
tradições que sua nova congregação segue, antes de dirigir o primeiro funeral.
Como as culturas e as congregações variam tão amplamente, damos aqui apenas orientações
básicas. Estas podem depender de adaptações para se encaixarem na situação local.

Antes da Cerimônia
121

Visitar a família. - Vá imediatamente, se possível. Não fale muito. As pessoas estão em estado de
choque. As mentes estão entorpecidas. Esse não é o momento apropriado para um discurso teológico. Os
familiares enlutados se lembram muito pouco do que foi dito durante o período de choque inicial, mas se
lembrarão de evidências não verbais de que você lhes deu atenção e se preocupou com eles. Irão se lembrar
de que deixou tudo para trás, para poder vir. Lembrar-se-ão de um abraço cordial. Uma esposa atenciosa e
amorosa pode muitas vezes ser mais prestativa com as mulheres enlutadas do que o pastor, seu esposo. Dar
as mãos em círculo, para uma oração, é sempre apropriado.
Ofereça a ajuda da igreja. Os familiares raramente fazem uso da sugestão:
{223}

―Diga-nos se podemos ajudar em alguma coisa.‖ Eles não têm certeza do que querem, e talvez nem
estejam pensando com suficiente clareza para saber sobre o que pedir ajuda. Faça, portanto, algumas
sugestões específicas de como a igreja poderia ajudar: avisar parentes e amigos, atender o telefone ou a
porta, levar as crianças para a casa de um membro durante aquele dia, providenciar alimento, ou limpar a
casa como preparação para receber as pessoas.
Não tente, porém, aliviar os enlutados de tudo o que deve ser feito. Manter-se ocupado é um dos
melhores antídotos contra a tristeza. Remover o trabalho aumenta a depressão. Os entes queridos deveriam
assumir tantas atividades comuns quantas lhes fosse possível durante o período de crise.
Ofereça sua ajuda como pastor. Comece sempre pela suposição de que a família pode querer que
outra pessoa dirija o funeral. Pergunte: ―Já contactaram o pastor que gostariam dirigisse a cerimônia?‖ A
família pode também ter preferência pelos que irão cantar, pelos que carregarão o caixão, ou pelos que
ajudarão o seu pastor na cerimônia fúnebre.
Se você for o pastor convidado para dirigir um funeral no distrito de um colega, trabalhe em
conjunto com ele. Estimule a família a solicitar que o pastor deles ajude você.
Se a família lhe pedir que dirija a cerimônia, vocês devem conversar sobre todos os detalhes
necessários e planejar um funeral de acordo com seus desejos específicos. Lembre-se, porém, de que há
diretores de funerais que são pagos para tratar de muitos detalhes. Não faça o trabalho por eles.
Abstenha-se de dar muitos conselhos. As pessoas devem tomar sua própria decisão a respeito da
escolha do diretor de funeral, dos custos, do local de sepultamento, etc. Se isto lhes é perguntado, os
pastores comumente recomendam que a cerimônia seja realizada na igreja. Fique fora das divergências
familiares durante esse período explosivo. Pode haver casos em que se esteja procurando tirar vantagem de
uma viúva. Então será necessário um sábio conselho pastoral.
Quem oficia. - Normalmente não se exige licença para dirigir um funeral. Na ausência de um
pastor, um ancião pode dirigir a cerimônia; isso, porém, não deve ser feito sem a aprovação do pastor. Um
ancião ou amigo da família pode ser convidado a ajudar o pastor, apresentando o obituário, lendo um
trecho da Bíblia, fazendo a oração, etc.
Em alguns lugares, o pastor ou o ancião que dirige o funeral deve ter certeza de que as autoridades
civis forneceram a devida certidão de óbito antes do sepultamento.
Os ministros adventistas do sétimo dia são custeados pelo dízimo. Não é seu costume receber
honorários por dirigir funerais, a menos que estejam envolvidas despesas de uma grande viagem.
Exposição do corpo. - Expor o corpo costuma ser emocionalmente saudável, pois a morte é um
fato real. Sem visualizar o corpo, algumas pessoas
{224}

enlutadas começam a negar a realidade de que seu ente querido faleceu. Ver o corpo quase sempre leva às
lágrimas, mas estas ajudam a purificar a alma. Não desestimule o pesar que seja suportável. No luto, a dor
deve preceder a cura. Quanto mais rapidamente a dor for enfrentada e sentida, mais rápida será a
recuperação.
A sabedoria de muitas culturas realça esse fato. Algumas vezes, familiares e amigos são convidados
a ir à funerária para ver o morto. Outras vezes, o corpo é mantido em casa, onde é realizada uma vigília.
Em alguns casos, os serviços religiosos são realizados em volta do caixão, cada noite, até o sepultamento.
Qualquer que seja o costume, a exposição do caixão serve a um propósito útil. A morte deve ser encarada
antes que a recuperação possa começar.
122

Num funeral, o corpo pode ser exposto de tal maneira que as pessoas apresentem suas homenagens
e pêsames ao entrar no recinto, A seguir, o caixão é lacrado permanentemente. Com as lágrimas já
derramadas, a cerimônia fúnebre concentra-se na esperança, e não é abafada por uma olhada final no
caixão.
Outras culturas e congregações insistem que uma última olhada pode ser uma experiência positiva.
Colocam os enlutados no primeiro banco, durante a cerimônia. Depois do sermão, as pessoas fazem fila
para ver os restos mortais, e então os que conhecem os familiares dão-lhes um aperto de mão, um abraço,
ou uma palavra de apoio. Essa atitude, argumentam eles, transforma a última olhada numa rica experiência
para a família da igreja.

Programa Típico de Funeral


O diretor do funeral. - Ele tem a seu cargo os arranjos do funeral. O pastor é responsável pelos
aspectos religiosos. Você é um especialista em religião. Ele/ela é um especialista em funerais. Você não
precisa saber tudo sobre funerais. Confie na experiência dele/dela, especialmente ao se mudar para uma
nova área. Até o traje próprio para o ministro pode variar de local para local. Procure o seu conselho. O
funeral como que é dirigido por uma equipe.
Chegue cedo para o funeral. Esse é um serviço que raramente começa atrasado. Além disso, você
vai precisar conversar com o diretor do funeral, com os músicos e seus assistentes, sobre todos os detalhes.
Encontrando-se com os enlutados. - Os enlutados são tipicamente reunidos numa sala lateral
antes do início do serviço funerário. Peça que o diretor o leve a eles tão logo se tenham reunido.
Novamente, essa não é uma ocasião para se falar muito. Você está ali para aprender, de maneira que o que
venha a dizer durante a cerimônia se adapte melhor à situação.
Qual é a condição emocional dos principais enlutados? Ajoelhe-se e segure firme na mão da viúva.
Essa pode ser sua primeira chance para encontrar a família toda. Alguns estão especialmente comovidos?
Alguns aparentam não ter nenhuma esperança cristã? Um funeral é um excelente lugar para detectar
{225}

interesses evangelísticos a serem reforçados mais tarde. Muitos filhos ou filhas rebeldes ficam muito
circunspectos no funeral da mãe ou do pai.
A primeira vista, o pregador pode achar que os enlutados sofrem de dor quase incontrolável. Visitá-
los um pouco antes do funeral irá ajudá-lo, a saber, antes da cerimônia, que isso nem sempre é verdade.
Se a morte foi precedida por uma enfermidade prolongada, a família já passou por grande parte do
processo de sofrimento. O morto pode ter-se tomado uma pessoa temperamental durante o longo processo
da doença, e a família pode se sentir aliviada por finalmente o seu querido ter-se livrado do sofrimento. A
morte pode suscitar um suspiro de alívio, mais do que um gemido de tristeza.
Tudo isso afeta a cerimônia que você vai dirigir, e o sermão que vai pregar.
Ordem do programa. - Uma ordem simples do programa poderia ser assim:
1. Os ministros entram ao sinal do diretor do funeral, para começar.
2. Leitura da Bíblia e oração - Os textos bíblicos podem ser extraídos dos que são sugeridos a
seguir, talvez combinando vários, A oração deveria incluir ações de graças a Deus pela vida que Ele deu ao
agora falecido, conforto para aqueles que sofrem, e a esperança de vida eterna através de Cristo. Como
normalmente há pessoas não cristãs presentes, quem faz a oração geralmente fica em pé, enquanto o
auditório permanece sentado.
3. Solo ou hino. O canto congregacional nem sempre é um boa idéia quando há muitos
emocionalmente perturbados.
4. Obituário. A família pode querer preparar o obituário, embora isso acarrete problemas. Talvez
seja muito longo, escrito imperfeitamente, ou conter elogios irreais. A morte de um ente querido traz
sentimentos de culpa aos membros da família por não o terem tratado melhor. Essa culpa não deve ser
suavizada por um obituário que tente retratar uma vida mais perfeita do que o auditório sabe ser verdade.
5.Sermão e oração.
6. Solo. Deve ser uma música que termine a cerimônia numa clima de esperança e segurança. O
fim do hino pode ser um excelente sinal para o diretor do funeral assumir a dianteira do serviço.
123

Vá para a cabeceira do caixão. Se houver mais uma exposição, permaneça ali ate depois que todos
inclusive a família, houveram passado Transmita força pela sua presença, mais que por suas palavras.
Quando o diretor do funeral estiver pronto, vá na frente, enquanto o caixão for sendo levado para o carro
fúnebre. O protocolo geral é que você não deixe o caixão a partir desse ponto até depois do sepultamento.
O diretor do funeral provavelmente recomendará que vá no carro fúnebre ou num carro à frente do mesmo.
Sermão. - Princípios gerais. Um sermão de funeral: 1) deve estar baseado
{226}

na Bíblia e ser cristocêntrico; 2) deve ser curto - normalmente 15 minutos de duração; 3) não deve ser uma
exposição doutrinaria. Não é hora para árduo raciocínio ou evidências pesadas; e 4) deve incluir tanto a
gratidão por esta vida como a esperança da vida futura.
Seu arquivo deveria conter pelo menos uma pasta chamada ―Sermões de Funeral‖. Vá colocando
nesse arquivo idéias que possam ser desenvolvidas num sermão de funeral. Duas coisas de que você pode
ter certeza: sermões de funeral são sempre necessários, e quase sempre precisam ser preparados em tempo
escasso.
Personalize o sermão. Um sermão de funeral não deve falar apenas de morte, mas sobre aquela
morte. A maneira mais fácil de fazer isso, e o modo mais rápido de preparar um sermão é esperar até que
pelo menos alguns da família estejam reunidos, então vá para a casa deles, onde a família está conversando
sobre o morto. Pergunte sobre o trabalho, associações de grupo, passatempos, características pessoais.
Escolha uma ou mais características positivas que são conhecidas por todos, e enfatize-as no
sermão, Mesmo a mais perversa das mulheres pode ter sido boa para seus filhos. Mesmo o homem menos
talentoso pode ter sido admiravelmente leal. A família irá inundá-lo com histórias sobre as qualidades do
seu amado. A melhor delas constituirá excelente ilustração do sermão.
Não elogie o morto de modo irreal. Os ouvintes conheciam o falecido muito bem. Se o que seu
sermão disser sobre o defunto não for digno de crédito, o que for dito sobre Cristo também não parecerá ser
digno de crédito.
Peça para ver a Bíblia do falecido. Você pode aprender muito sobre a vida devocional da pessoa.
Procure textos sublinhados, poemas, anotações, etc. Você até poderá pregar o sermão do funeral com essa
Bíblia.
Não admita que o falecido está eternamente perdido. No entanto, se ele/ela não era conhecido(a)
como cristão, também não admita que está salvo. O melhor é falar sobre o amor de Deus por ele ou ela, e
que nas mãos de Deus está protegido(a), pois são as mãos mais temas em que podemos estar. Fale sobre
quão ansioso Deus está por salvar, Fale sobre os vivos do auditório, sobre a carreira que cada um ainda está
percorrendo, e que, por meio de Cristo, todos os presentes podem ter a esperança de vida após a morte.
Textos bíblicos. - Os sermões e as leituras bíblicas podem ser extraídos destas passagens:
Jó 14:1, 2, 14, 15 ―Chamar-me-ias, e eu Te responderia.‖
Salmo 23 ―Ainda que eu ande pelo vale da sombra da morte, não temerei mal algum,
pois Tu estás comigo.‖
Salmo 27 ―Espera pelo Senhor, tem bom ânimo, e fortifique‘ se o teu coração.‖
{227}

Salmo 46 ―Deus é o nosso refúgio e fortaleza, socorro bem presente nas tribulações.‖
Salmo 90 ―Senhor, Tu tens sido o nosso refúgio, de geração em geração.‖
Sal. 91:1,2,11 e 12 ―Diz ao Senhor: Meu refúgio e meu baluarte, Deus meu, em quem confio.‖
Salmo 121 ―O meu socorro vem do Senhor.‖
Isa. 33:15-17, 24 ―Nenhum morador dirá: Estou doente.‖
Isa. 35:3-10 ―Então se abrirão os olhos dos cegos, e se desimpedirão os ouvidos dos
surdos; ... e deles fugirá a tristeza e o gemido.‖
Isa. 40:28-3 1 ―Mas os que esperam no Senhor renovam as suas forças.‖
Isa. 43:1 e 2 ―Quando passares pelas águas Eu serei contigo.‖
João 14:1-6 ―Voltarei e vos receberei para Mim mesmo.‖
Rom. 8:14-39 ―Todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus.‖
1 Cor. 2:9 e 10 ―Nem olhos viram, nem ouvidos ouviram ...―
124

1 Cor. 15:20-26 ―O último inimigo a ser destruído é a morte.‖


1 Cor.15:51-55―O mortal será revestido de imortalidade.‖
Fil. 3:20 e 21 ―Pois a nossa pátria está nos Céus...‖
1 Tess. 4:13-18 ―Para não vos entristecerdes como os demais, que não têm esperança.
1 Tess. 5:1-11 ―Para que, quer vigiemos, quer durmamos, vivamos em união com Ele.‖
Heb. 4:14-16 ―Porque não temos sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas
fraquezas.‖
II Pedro 3:8-14 ―Não querendo que nenhum pereça, senão que todos cheguem ao
arrependimento.‖
Apoc. 7:15-17 ―Jamais terão fome, nunca mais terão sede.‖
Apoc. 14:13 ―Bem-aventurados os mortos que desde agora morrem no Senhor.‖
Apoc. 21:1-4 ―E Deus lhes enxugará dos olhos toda lágrima.‖
Apoc. 22:1-5 ―Contemplarão a Sua face.‖

Funeral de crianças
II Sam. 12:16-23 A dor de Davi. ―Eu irei a ela, porém ela não voltará para mim.‖
Mar. 10:13-16 ―Porque dos tais é o reino de Deus. ... Então, tomando-as nos braços, ... as
abençoava.‖
Funeral de jovens
Ecles, 11:6-10 ―Alegra-te, jovem, na tua juventude.‖
{228}
Ecles. 12 ―Lembra-te do teu Criador nos dias da tua mocidade.‖
Lucas 7:11-15 O filho da viúva de Naim. ―Jovem, Eu te mando: Levanta-te.‖

Funeral de mulher piedosa


Prov. 31:10-31 ―Mulher virtuosa, quem a achará? O seu valor muito excede o de finas
jóias.‖
Mat. 26:10-13 ―Onde for pregado em todo o mundo este evangelho, será também contado o
que ela fez, para memória sua.‖
Atos 9:36-42 Dorcas. ―Ela era notável pelas boas obras.‖

Funeral de pessoa idosa


Gên. 5:24 ―E já não era, porque Deus o tomou para si.‖
Gên. 15:15 ―Serás sepultado em ditosa velhice.‖
Mat. 11:28 O Senhor lhe dará descanso.
II Tim. 4:6-8 ―Combati o bom combate, completei a carreira, guardei a fé.‖

Poema.
Boa-Noite!
Dorme, querido, dorme; goza do teu descanso;
Reclina a fronte no peito do Salvador.
Nós te amamos muito, mas Jesus te amou muito mais.
Boa-noite! Boa-noite! Boa-noite!
O teu sono é calmo como o de um bebê.
Não mais despertarás para dificuldades e lágrimas;
Teu descanso é perfeito, seguro e profundo.
Boa-noite! Boa-noite! Boa-noite!
Deves agora esperar à margem, e encontrá-lo - o Céu;
Segurar numa mão, e descobrir que é - a mão de Deus;
Respirar um novo ar, e descobrir que é - o ar celestial;
Sentir-te revigorado, e descobrir que é - a imortalidade;
Erguer-te dos cuidados e da confusão da Terra
Para uma calma inigualável;
125

Levantar-te, e descobrir - a Glória!


Cerimônia Típica de Sepultamento

Se a cerimônia pública envolve militares, ou se há maçons participando,


{229}

planeje com eles antes, para que seus programas possam ser coordenados. Estimule-os a fazer primeiro a
parte deles. Tais serviços geralmente se referem à imortalidade da alma, e os adventistas presentes sentir-
se-ão ofendidos se as últimas palavras faladas sobre o ente querido forem sobre o morto no Paraíso.
Se as condições atmosféricas forem ameaçadoras, vá para o sepultamento prevenido. Você poderá
guardar no bolso uma capa plástica, para cobrir a Bíblia, ao ler sob a chuva ou garoa.
Fique ao lado do caixão enquanto os carregadores se prepararem para levá-lo do carro fúnebre até o
sepulcro. Pergunte ao diretor do funeral sobre o caminho a ser tomado até a tumba, e onde ficará a cabeça
do morto.
Conduza o caixão à tumba. Evite andar sobre outras sepulturas. Fique ao lado da tumba, perto da
cabeça do morto. Espere que o diretor do funeral dê o sinal para o início da cerimônia de sepultamento. O
uso de música ao lado da sepultura é determinado pelo costume local ou pelo desejo da família.
Encomendação informal. - A cerimônia de sepultamento deve ser breve. Provavelmente já houve
outra cerimônia. As pessoas estão chorosas, e em pé. O tempo pode não estar cooperando. Uma
encomendação informal, simples, pode consistir apenas de um trecho bíblico e uma oração.
Escrituras. Uma leitura ideal da Bíblia para o sepultamento é 1 Tess. 4:13-18: ―Não queremos,
porém, irmãos, que sejais ignorantes com respeito aos que dormem, para não vos entristecerdes como os
demais, que não têm esperança. Pois se cremos que Jesus morreu e ressuscitou, assim também Deus,
mediante Jesus, trará juntamente em Sua companhia os que dormem. Ora, ainda vos declaramos, por
palavra do Senhor, isto: nós, os vivos, os que ficarmos até à vinda do Senhor, de modo algum
precederemos os que dormem. Porquanto o Senhor mesmo, dada a Sua palavra de ordem, ouvida a voz do
Arcanjo, e ressoada a trombeta de Deus, descerá dos Céus, e os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro;
depois nós, os vivos, os que ficarmos, seremos arrebatados juntamente com eles, entre nuvens, para o
encontro do Senhor nos ares, e assim estaremos para sempre com o Senhor. Consolai-vos, pois, uns aos
outros com estas palavras.‖
Uma leitura alternativa é 1 Coríntios 15:51-55.
Oração. - A oração deveria terminar numa ênfase positiva, num apelo aos ouvintes, para que vivam
de tal maneira que, ao descerem à sepultura, tenham a firme esperança de vida eterna por meio de Cristo.
Encomendação formal. - Se o desejo da família é uma encomendação formal, pode-se encaixá-la
entre a leitura bíblica e a oração. Os costumes de sepultamento variam. Em alguns lugares, o pastor joga
um punhado de

{230}

terra ou pétalas de flores sobre o caixão, quando é lida a encomendação. Alguns acham que a expressão
―terra à terra, cinzas às cinzas, pó ao pó‖ é uma clara lembrança de que o corpo irá se deteriorar; portanto
elimine essa parte da encomendação.
Palavras finais no sepultamento de um cristão:
―Visto como aprouve a Deus, em Seu infinito amor e sabedoria, permitir que nosso querido (a)
irmão ( irmã) dormisse em Cristo, carinhosamente confiamos seu corpo à terra, na segura e bendita
esperança de uma jubilosa ressurreição quando nosso Senhor voltar em glória. Então este corpo de
humilhação será transformado à semelhança de Seu corpo glorioso, segundo a eficácia do poder que Ele
tem de até subordinar a Si todas as coisas.‖
Palavras finais no sepultamento de uma pessoa que não era conhecida como cristã:
―Visto como aprouve a Deus, em Sua bondade e na operação de Sua providência, permitir que
nosso amigo (irmão ou irmã) descansasse das labutas desta vida, amorosamente confiamos seu corpo à
terra, lembrando-nos, ao assim fazermos, de que todas as questões da vida estão nas mãos do Pai eterno, de
amor e compaixão, e que Ele prometeu vida eterna aos que O amam.‖
126

Depois da cerimônia. - Após a oração e o fim da cerimônia, dirija-se imediatamente aos familiares
mais próximos e cumprimente-os rapidamente. Se sua esposa estiver presente e se sentir disposta a fazê-lo,
ela poderá acompanhá-lo e dar aquele toque especial, tão importante nessas horas.
Não vá embora apressadamente. Utilize o momento para encontrar-se informalmente com pessoas
que talvez nunca veja na igreja. Quando a família começar a retirar-se, você estará livre para ir também.

Sugestões Adicionais
Reunião depois do enterro. - Um método menos tradicional é realizar a cerimônia depois do
sepultamento, talvez como uma reunião particular para os familiares. Do cemitério, os familiares vão para a
igreja, onde é realizada uma reunião pública. O caixão foi visto pela última vez. A morte, em certo sentido,
foi enterrada. Agora a reunião se concentra na celebração da vida, e não na tristeza de uma morte.
Participação do auditório. - Uma reunião íntima, informal, pode incluir um convite do pastor para
algo como: ―Vocês vieram aqui porque conheciam e amavam______________ . Cada um de vocês guarda
lembranças
{231}

únicas e especiais dele(a). Se puder reunir coragem suficiente, creio que concordará em que poderá ajudar a
si mesmo e aos seus familiares, se compartilhar essas recordações com todos nós, em uma ou duas frases,
do próprio lugar em que está sentado.‖
Cremação. - A cremação tem-se tomado uma alternativa aceitável para a questão do que fazer com
os mortos. E também um fardo financeiro mais leve para a família. Em regiões superpovoadas, o espaço
para sepulturas vem-se tomando cada vez mais escasso.
Os adventistas do sétimo dia não têm um parecer teológico contra a cremação. Cremos que, na
Ressurreição, Deus não será mais dependente de matéria preexistente, do que o foi na Criação. A cultura e
a congregação local podem, porém, desencorajar esse costume.

Ministrando aos Enlutados


Seis sugestões para ministrar aos enlutados após o funeral:
1. Estar presente. - Os médicos têm a expectativa de que novas mães sofram de ―melancolia pós-
parto‖, depois do nascimento de seus bebês. Os pastores também deveriam prever que os enlutados sofram
de ―melancolia pós-parto‖ depois do funeral. Seu índice de adrenalina está baixo, a crise imediata já
passou, a companhia se foi. No funeral confrontaram-se com sua perda. Só depois do funeral se confrontam
com a solidão. Alguns dias depois do funeral, poderão ficar mais deprimidos do que antes.
Infelizmente, a sociedade e mesmo a igreja tendem a ignorar tudo isso. Demonstram simpatia antes
do funeral, mas depois se esquecem dos familiares enlutados. O pastor, como profissional, deve
compreender esse fato infeliz e perceber que o ministério aos enlutados apenas começou por ocasião do
funeral, e deveria continuar durante muitos meses depois. Ensine à sua igreja a importância de desenvolver
algum tipo de sistema de apoio a um ministério contínuo em prol dos enlutados.
Faça uma visita pastoral logo depois do funeral. Num gesto amigável, leve à família enlutada, como
recordação, uma fita gravada da cerimônia.
Um plano a longo prazo é marcar no calendário, para referência futura, que deve ser enviada uma
nota de encorajamento aos familiares, por ocasião de cada aniversário do falecimento do ente querido.
2. Ser paciente. - A tristeza e melancolia demoram a passar. A falta de sono, a ansiedade, o medo, o
rancor e a preocupação com o próprio eu e com lembranças tristes poderão continuar mais ou menos por um
ano, ou mais. Expectativas de que o morto poderia ―ter escapado‖ podem deixá-los ansiosos e culpados,
tomando o processo de luto mais difícil.
{232}

Seja paciente com os enlutados que manifestam ira para com Deus. A revolta é uma parte natural
do processo de luto. Embora seja um sentimento injusto e, felizmente temporário, revoltar-se contra Deus,
o qual poderia ter impedido a morte, é natural.
3. Ouvir. - Falar é um meio eficiente para liberar emoções e experimentar a cura. Os enlutados
podem sentir-se desconfortáveis ao partilhar sua dor, e mesmo preferir ficar sozinhos, mas o ato de
127

partilhar pode ajudar na recuperação. Os amigos podem falar sobre tudo, exceto sobre o falecido; tal não é,
porém, o caso do pastor. Pergunte: ―Gostaria de falar sobre isso?‖ ou ―Fale-me sobre como vão as coisas.‖
Na realidade, os enlutados normalmente gostam de falar sobre sua perda, contanto que você os
motive a começar. Isso traz preciosas lembranças. Saber que você acha interessante a história da vida de
quem faleceu, leva ao contentamento.
A fé cristã traz grande conforto e esperança aos que choram. No entanto, você poderá ajudar muito
mais, não insistindo no modo como a fé deles deveria auxiliá-los, mas notando e ouvindo o que ela está
fazendo por eles.
4. Dissuadi-los de ocultar os sentimentos. - Alguns cristãos enlutados, achando que é errado
demonstrar sentimentos de tristeza, procuram negá-los. Outros podem simplesmente querer evitar a dor da
perda. No luto, porém, o velho ditado continua sendo verdadeiro: ―Sem dor, sem ganho.‖ As lembranças,
certamente, são preciosas e importantes. Mas, em certo sentido, as pessoas devem dizer ―adeus‖ ao
passado, para que possam apreciar o presente e esperar pelo futuro.
Seja sensível aos indícios de negação, tais como: recusa de falar sobre a morte, incapacidade de
lidar com os objetos pessoais do falecido, e o uso constante de medicamentos para disfarçar a depressão.
5. Incentivar uma vida ativa. - Chorar é importante, e necessário. Mas a tristeza tende a ser
egocêntrica. Tão logo quanto possível, o enlutado deve empenhar-se nalguma atividade normal, em
benefício de outras pessoas.
Tomar-se ativo num grupo de apoio aos enlutados pode ser um bom começo. Por exemplo, as
viúvas da igreja poderiam formar um grupo para se apoiarem mutuamente e para realizar outros ministérios
em prol da igreja.
6. Estar em paz com o tema da morte. - Os cristãos em geral, e os pregadores cristãos em
particular, têm um sistema de crença que dá forte apoio àqueles que enfrentam a morte. Isso não significa
que você já se deparou com a inevitabilidade de sua própria morte, e está em paz com relação a isso.
Enquanto não o fizer, talvez nunca se sinta à vontade no tocante à morte, e, conseqüentemente, seja de
pouco auxílio aos enlutados.
{233}
CAPÍTULO 38
Lançamento da Pedra Fundamental
A cerimônia de lançamento da pedra fundamental incentiva o envolvimento e a união de uma
congregação, para apoiar um projeto de construção. Produz entusiasmo, especialmente se a igreja já vem
planejando, orando, e contribuindo para a construção por longo período de tempo. Finalmente, está
acontecendo algo tangível!
Planejando a Cerimônia
Definindo o dia. - O lançamento da pedra fundamental não é inteiramente um serviço religioso;
portanto não é próprio para o sábado. O domingo pode ser o dia ideal para essa cerimônia.
Convidados. - Devem ser convidados representantes da associação/missão. Autoridades locais e
outros líderes da comunidade também poderiam comparecer, bem como os pastores de outras igrejas. A
Imprensa e os órgãos de comunicação devem ser avisados, e convidados a dar ampla cobertura.
Preparar o local. - O local deve ser limpo. Talvez seja preciso construir uma plataforma e instalar
um sistema de som. Se a cerimônia vai ser longa, podem ser necessárias cadeiras para os assistentes.
Os desenhos da arquitetura do prédio devem ser expostos proeminentemente. Uma maqueta da
estrutura proposta também ajudará as pessoas a vislumbrarem o futuro edifício.
Se o chão for aberto com pás, devem ser providenciadas algumas. Às vezes, as lâminas das pás são
pintadas com tinta dourada ou prateada. Uma alternativa seria usar uma máquina para revolver a primeira
camada de terra.
Outro plano que inclui a participação da congregação é arrumar um arado. Uma longa corda é
amarrada ao arado, e a congregação puxa o arado pelo solo - um belo símbolo de uma congregação unida,
levando avante o projeto de construção. Se o edifício já foi marcado antecipadamente, pode ser feita uma
vala, com o arado, em tomo do seu perímetro, para que o edifício seja visualizado mais facilmente.
{234}
Ordem da Cerimônia
128

A ordem da cerimônia sugerida mais adiante pode ser usada quando o auditório está comodamente
sentado, e quando houve o planejamento de uma cerimônia normal, Contudo, a reunião pode ser abreviada,
dependendo das circunstâncias locais.
Música de abertura Muitas congregações não conseguem cantar muito bem ao ar livre. Por isso,
o canto congregacional pode ser omitido, especialmente se o grupo for
pequeno.
Oração Peça que um pastor não adventista ou um líder da congregação local faça a
oração.
Música especial
Sermonete Deve ser breve e consistir essencialmente da leitura bíblica e de uma leitura
responsiva, com a participação de todos. Os textos e as leituras responsivas
do capítulo 35 podem ser aplicados aqui.

Música especial
Discursos Convidados especiais podem falar brevemente, mas tendo em vista o
programa todo, devem ser poucos os que farão uso da palavra. Alguém
poderá narrar a história da igreja ou do projeto atual de construção, ou falar
sobre os planos imediatos para se iniciar a construção.
Abertura do solo Os participantes especiais na abertura do solo geralmente incluem o pastor,
o primeiro ancião, o presidente da comissão de construção e representantes
do Campo local e da comunidade. Deve ser incluída uma criança como
representante da igreja do futuro. Se o edifício é uma escola, inclua o
presidente do conselho escolar, o diretor e um professor da escola.
Música especial ou hino de dedicação
Bênção final
{235}
Lançamento da Pedra Fundamental
A cerimônia de lançamento da pedra fundamental pode substituir a da abertura do solo. Ela é
realizada depois que a construção começou, e representa o assentamento de uma pedra como parte da
fundação. O serviço pode seguir a mesma ordem geral mais acima.
Textos recomendados: Esdras 3:10 e 11; 6:14; Mat. 21:42; Atos 4:11; 1 Coríntios 3:9-11; 1 Pedro
2:4-8.

{236}
Capitulo 39
Bênção Para o Lar
Propósito
A prática de invocar uma bênção sobre o lar varia de acordo com a cultura e os desejos de cada
família. A Igreja mundial não tem uma tradição regular para essa cerimônia. Algumas famílias podem
pedir a bênção quando compram ou constroem sua primeira casa; outras, quando acabam de pagar um
financiamento, e a casa é realmente delas. Outras, ainda, pedem uma bênção para seu lar sempre que se
mudam para uma casa diferente.
Tipicamente, a cerimônia de bênção para o lar é realizada depois que a casa está pronta, os móveis
instalados e a família, provavelmente, já se tenha mudado. Ela constitui excelente oportunidade para
convidar os vizinhos a assistirem a essa reunião especial. Dessa maneira, a família passa a conhecê-los
melhor, e se estabelece como testemunhas cristãs na vizinhança.
Deve ser feita cuidadosa distinção entre a bênção para o lar e a dedicação da igreja. Uma casa de
família pode ser separada para o serviço espiritual de seus moradores e da vizinhança, mas somente o local
da igreja é separado exclusivamente para a adoração de Deus. E apropriado que uma casa seja abençoada,
mas apenas a igreja é dedicada.
Tipicamente, a bênção para o lar separa a casa para:
1. Cultivar o amor, a união e o desenvolvimento espiritual da família que reside ali.
2. Dar testemunho para a vizinhança do salvífico amor de Jesus.
129

Quem Oficia
Não se requer licença ou ordenação para esse ato de abençoar o lar. Qualquer ancião pode realizar a
cerimônia, mas deve fazê-lo com o conhecimento e a cooperação do pastor.

Programa
Entre os presentes há quase sempre vizinhos que não são cristãos. Em geral, as pessoas se reúnem
na sala de estar da casa, e o aposento
{237}
poderá ficar repleto. Alguns provavelmente ficarão em pé. Por isso, a cerimônia não deveria durar mais de
30 minutos.
Sugerimos a seguinte ordem de serviço:

Canto congregacional Deve ser considerado opcional, dependendo da situação. Hinos


apropriados seriam: ―Amor no Lar‖, ―Lar Feliz‖, etc.
Oração Como há três orações nessa cerimônia, a primeira e a última devem
ser breves, e não repetir as frases da oração de bênção.
Esta primeira oração tem o propósito de invocar a presença de Deus
na reunião.
História da Poderia ser apresentada por um membro da família, talvez o chefe
casa ou família da casa.
Mensagem Poderá incluir:
Leitura bíblica (ver sugestões mais adiante)
Poesia (ver sugestões mais adiante)
Leitura responsiva (sugestões mais adiante)
Candelabro A mensagem poderia ser encerrada com a luz de um candelabro,
para simbolizar a luz da presença de Jesus nesse lar e o uso da casa
para deixar a luz brilhar na vizinhança. O candelabro permanecerá
aceso durante a parte restante da cerimônia.
Bênção especial A família pode se ajoelhar, de mãos dadas, formando um círculo em
volta do pastor, também ajoelhado. Os outros ficam em pé, em volta
da família. Inclua em sua oração o pedido de uma bênção especial
sobre a casa, a família e os vizinhos.
Cântico especial Escolher um hino apropriado para a ocasião.
Prece final Esta oração deve ser breve e não repetir o que foi dito na bênção
especial. Talvez uma oração formal seja mais apropriada:
―E agora oramos: ‗O Senhor vos abençoe e vos guarde; o Senhor
faça resplandecer o Seu rosto sobre
{238}

vós, e tenha misericórdia de vós; o Senhor sobre vós levante o Seu


rosto, e vos dê a a paz.‘ (Núm. 6:24-26.) Amém!‖
Giro pela casa Nesse momento a família pode convidar os visitantes a conhecerem
a casa. Pode ser servido um suco ou refresco.
Textos sugestivos
Gên. 24:67 Lar, um lugar onde encontrar amor e conforto.
II Sam. 23:15 Lar, precioso lugar de refrigério.
Salmo 127 O Senhor deve edificar a casa. Ele a abençoa com filhos.
Isa. 65:21-24 ―Eles edificarão casas, e nelas habitarão.‖
Miquéias 4:4 ―Cada um se assentará debaixo da sua videira.‖
Lucas 10:38-42 O lugar do trabalho e do culto no lar.

Poemas sugestivos
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Que é o Lar?
―Que é o lar? Um teto para abrigar da chuva. Quatro paredes para abrigar do vento. Um piso para
evitar a friagem. Sim, mas o lar é muito mais que isso. E o sorriso do bebê, a canção da mãe, a força do pai.
O calor de corações amantes, a luz de olhos felizes, bondade, lealdade, camaradagem. O lar é a primeira
escola e a primeira igreja para os pequeninos, onde aprendem o que é correto, o que é bom, e o que é
bondoso, Onde vão procurar por conforto quando estão magoados ou doentes. Onde a alegria é repartida e
a tristeza é aliviada. Onde pais e mães são respeitados e amados. Onde os filhos são queridos. Onde o
alimento mais simples é próprio para reis, porque é ganho através do trabalho. Onde o dinheiro não é tão
importante como a bondade afetuosa. Onde até a chaleira canta de felicidade. Isso é o lar. Deus o abençoe!‖
- Ernestine Schuman-Heink.

Os Quatro Cantos
―Abençoa os quatro cantos desta casa.
Abençoa os quartos onde cada um deverá descansar.
Abençoa a porta que amplamente se abre,
Para estranhos ou para os parentes;
E abençoa cada vitrô que deixa a luz do Sol entrar.
{239}
Abençoa o teto que cobre, e cada parede bem construída.
Mas, acima de tudo, abençoa os que irão morar aqui.
Que a paz dos homens, a paz de Deus,
E a paz do amor estejam com todos!‖

Leitura Responsiva

Líder: Eterno Deus, o Céu dos céus não pode conter-Te, muito menos as paredes de
templos ou casas feitas por mãos humanas. Recebe bondosamente nossa gratidão
por este lugar, e aceita-o como um lar dedicado ao Teu serviço e oferecido em Tua
honra e glória.
Povo: Nós Te somos gratos, Senhor.
Líder: Pela Tua presença, sempre que dois ou três estiverem reunidos em Teu nome,
Povo: Nós Te somos gratos, Senhor.
Líder: Por nos tomares Teus filhos mediante Jesus Cristo nosso Salvador,
Povo: Nós Te somos gratos, Senhor.
Líder: Por nos dares famílias para amar e sermos amados,
Povo: Nós Te somos gratos, Senhor.
Líder: Por nos proveres abrigo, alimento e amigos,
Povo: Nós Te somos gratos, Senhor.
Líder: Por nos revigorares diariamente com o Pão da Vida,
Povo: Nós Te somos gratos, Senhor.
Líder: Por este lar em que esta família pode habitar tranqüila e saber que o Senhor é Deus.
Povo: Nós Te somos gratos, Senhor.
Líder: Por Tua promessa de que voltarás em breve e nos levarás para o nosso lar celestial.

{240}
Povo: Nós Te somos gratos, Senhor.
Todos: Porque tudo no Céu e na Terra é Teu, exaltamos o Teu nome acima de tudo.
Amém!

Perguntas à família. - Talvez você queira fazer algumas perguntas à família, de maneira informal,
ou por escrito, numa leitura responsiva, e receber suas respostas como um compromisso familiar. As
perguntas poderiam ser:
131

1. Prometem fazer desta casa um local de oração, em que o altar da família e as devoções diárias
sejam respeitadas?
2. Prometem fazer deste lar um local de amor e união familiar?
3. Prometem fazer deste lar uma luz na comunidade?
{241}
CAPÍTULO 40
Admissão em um Novo Distrito
Os adventistas do sétimo dia costumam tomar por certa a aceitação de um novo pastor em seu
distrito e na comunidade. Como resultado, os novos pastores quase sempre têm de conquistar a afeição dos
membros da igreja por si mesmos. Não é dada suficiente ênfase ao ato de ajudar no entrosamento de novos
pastores com suas congregações.
Dificuldades de Transição
A transição de uma família pastoral de um distrito para outro pode produzir expectativa e
entusiasmo tanto por parte da família como do distrito. A mudança também pode ser delicada e difícil. Ela
é invariavelmente acompanhada por certo grau de aflição.
Tristeza da congregação. - É compreensível que uma perda por divórcio seja mais devastadora do
que uma perda por morte, pois no divórcio o ente querido escolheu partir. A pessoa se sente rejeitada, e
rejeição sempre produz revolta.
Assim também, quando um pastor escolhe mudar de um distrito para outro, a congregação sente
certo grau de tristeza, rejeição e revolta. ―O que há de errado conosco?‖ Por que nosso pastor quer nos
deixar?‖―Ficamos magoados por querer bem o último pastor. Por isso, não iremos amar o novo pastor, para
não nos magoarmos outra vez.‖
Se o pastor anterior não escolheu partir, mas foi arbitrariamente transferido pela associação/missão,
a congregação pode sentir certa revolta para com a administração do Campo local, e ressentimento pela
substituição. Se o pastor anterior não era apreciado, a congregação pode sentir desconfiança e revolta
contra todos os pastores.
As pessoas tendem a ressentir-se de mudanças e a opor-se a elas - especialmente as mais
conservadoras, e estas constituem a maior parte da maioria das congregações. Os novos pastores,
invariavelmente, representam mudanças. Portanto, a tentação é ressentir-se, e resistir ao novo pastor.
Tristeza da família do pastor. - A família pastoral sempre tem mais a lamentar do que a família da
igreja. Eles não formam raízes, o que constitui uma
{242}

experiência devastadora para muitas esposas e filhos, Mudam-se para uma nova cidade e uma casa
estranha. As finanças são abaladas por terem que mobiliá-la e decorá-la. As crianças terão de freqüentar
uma escola diferente. A esposa talvez tenha perdido seu emprego e precise sair à cata de outro.
O mais grave de tudo é que a família pastoral teve de deixar seus amigos. Enquanto a congregação
está lamentando a perda de uma família pastoral, a nova família está lamentando a perda de todos os seus
amigos no distrito anterior.
Tudo isso aumenta a possibilidade de que haja problemas durante as transições pastorais.

Suavizando a Transição
Algumas sugestões para suavizar a transição para um novo distrito:
Enterrar o antigo. - O antigo deve ser posto de lado para que o novo possa ser aceito. A
congregação pode expressar sua apreciação pelo pastor que está indo embora e manifestar a tristeza que
sente pela sua partida, proporcionando-lhe uma despedida bem preparada.
A teologia adventista ensina que os mortos não voltam! Os pastores antigos, tendo sido
amorosamente ―enterrados‖, raramente deveriam retomar. As famílias de pastores devem cortar os laços no
velho distrito, não importa quão doloroso possa parecer.
Não substituir muito depressa. - Alguns acham que o novo pastor deve assumir suas
responsabilidades imediatamente depois que o anterior foi embora. Algumas pesquisas indicam, porém,
que leva cerca de três meses para que as congregações estejam realmente prontas para receber o novo
pastor. Esse período intermediário dá tempo para que os membros da igreja se separem emocionalmente da
132

família do pastor precedente. E também uma oportunidade sem igual para que a liderança leiga latente
possa emergir. Enquanto isso, a congregação redescobre sua necessidade de ter um pastor.
Adaptar o programa da igreja aos talentos do pastor. - Nenhum pastor é bom em tudo. As
habilidades esperadas não somente são muitas, mas também muito variadas. Por exemplo, por um lado
espera-se que o pastor seja um teólogo estudioso e um pregador bíblico, o que requer que ame os livros e
prefira a privacidade do estudo. No outro extremo, espera-se que o pastor seja um conselheiro, visitador e
promovedor, o que exige uma personalidade oposta - sociável e extrovertida. E muito improvável que
algum pastor desempenhe perfeitamente ambas as funções.
A não ser que a congregação permita que os pastores se concentrem nas áreas em que são mais
fortes, eles gastarão inevitavelmente a maior parte do tempo nas áreas em que são deficientes, fazendo
coisas de que menos
{243}

gostam. Isso não somente torna o seu trabalho menos compensador e apreciado, mas priva a igreja do
melhor que eles têm a oferecer.
Deveria uni novo pastor dispor-se de imediato a fazer mudanças radicais na organização do
distrito? A cooperação congregacional na realização de mudanças num novo pastorado é quase sempre
maior durante o período de ―lua-de-mel‖ do novo pastor. No entanto, sem suficiente conhecimento do
distrito, o novo pastor dificilmente estará em condições de determinar quais as mudanças que serão
necessárias.
Um meio-termo eficaz, é começar a liderar a igreja rumo a um auto- exame. Descubra qual é o seu
passado, situação atual e necessidades futuras. Revele aos membros algo sobre sua própria experiência
pessoal no passado, bem como sobre seus pontos fortes e fracos. Como poderá censurar uma congregação
por deixar de apoiá-lo em seu ministério, se não lhes comunicou qual é o tipo de função ministerial que
você prefere, o que faz melhor, e o que menos aprecia? Não tenha tanto medo de admitir suas fraquezas.
Eles irão descobri-ias de qualquer jeito. E o perdoarão mais rapidamente, se souberem que você também
está ciente delas.
A Bíblia compara a igreja a um corpo. ―Porque, assim como num só corpo ternos muitos membros,
mas nem todos os membros têm a mesma função: assim também nós, conquanto muitos, somos um só
corpo em Cristo, e membros uns dos outros.‖ Rom. 12:4 e 5. Os pastores precisam parar de tentar
representar todo o corpo. Eles são apenas urna parte do mesmo. Quando uma parte do corpo está fraca, o
resto do corpo compensa essa debilidade. Por exemplo, quando os olhos não podem ver, os sentidos da
audição e do tato se intensificam para compensar a deficiência.
Quando um pastor é fraco em alguma tarefa que o corpo da igreja precisa fazer, a atitude mais
natural seria criticar. A atitude cristã seria compensar.
Assim como Arão e Hur sustentaram as mãos de Moisés (Exo. 17:12), os anciãos locais deveriam
―sustentar‖ as mãos do pastor, sendo líderes no processo de examinar o que a igreja deseja que se faça, e o
que você, como o novo pastor, faz, e o que não faz melhor. Eles devem identificar os seus pontos fortes, e
deixar que você tome a dianteira nessas áreas. Juntos, vocês descobrem maneiras de dividir outras tarefas
entre os membros da congregação com dons em outras áreas necessárias.
A teoria é simples e bela. A implementação pode ser um pouco mais complicada. Você pode achar
que o maior problema numa congregação é encontrar líderes para algumas daquelas áreas em que a
congregação previamente esperava que o pastor liderasse. Não é necessariamente assim. Uma razão por
que os melhores líderes não aceitam responsabilidades é a má vontade do pastor em delegar autoridade.
Somente líderes insensatos ou fracos aceitarão uma responsabilidade sem a autoridade necessária para
levá-la avante.
Como pastor, você é o líder principal da igreja. Deve, porém, vencer o desejo de reter o controle
sobre cada setor do ministério da igreja. Renunciar
{244}

uma área de fraqueza pessoal significa confiá-la a outrem - e isso não é uma tarefa fácil para a maioria dos
pastores.
133

Comemorar o novo. - As associações/missões e as congregações devem tornar a recepção de um


novo pastor um evento tão significativo quanto possível. Assim como o casamento é um ato simbólico
importante, estabelecendo publicamente um novo lar, a cerimônia de recepção do pastor também é um ato
simbólico importante, pois estabelece publicamente um novo pastorado.
Uma diferença, porém, é que a noiva pode planejar seu próprio casamento. Os pastores não podem
planejar sua própria recepção. Os anciãos da igreja e os oficiais do Campo local devem assumir essa
responsabilidade. Os anciãos ou outros líderes congregacionais não deveriam fazê-lo sozinhos, pois os
pastores são empregados e designados pela associação/missão. Os oficiais do Campo local também não
deveriam fazê-lo sozinhos, como se estivessem impondo autoritariamente o pastor à congregação. A
congregação é uma comunidade, uma família. O representante do Campo local geralmente não é membro
dessa família, e não pode, portanto, dar as boas-vindas ao pastor em nome dela.
Com freqüência, o oficial da associação/missão faz apenas uma breve apresentação da nova família
pastoral no sábado de manhã, A igreja planeja então apenas uma reunião social de boas-vindas. Seria bem
melhor se houvesse uma programação formal, espiritual Em algumas situações, podem ser convidados os
pastores e membros de outras igrejas da região.

Programa de Boas-Vindas
Idealmente, o programa de recepção deveria fazer parte do Culto Divino, quando a maioria dos
membros estão presentes. O programa sugerido a seguir enfatiza a apresentação de toda a família do pastor.
Algumas famílias de pastor podem não apreciar uma exposição tão pública, mas deve ser dada alguma
ênfase agradável à recepção de toda a família. A família do pastor, e não apenas ele, deve sentir-se bem-
vinda. O âmago da programação poderia ser o seguinte:
Apresentação do representante do Campo local. - O primeiro ancião deve apresentar o
representante da associação/missão que veio apresentar a nova família pastoral.
Comentários do representante do Campo local. - O representante da associação/missão deve
explicar que o propósito do programa de recepção é ajudar a unir a família pastoral e a igreja, e dedicar essa
nova equipe - pastor e igreja - ao ministério em prol da comunidade. O representante também deve
apresentar cada membro da família pastoral, fazendo um resumo biográfico
{245}

de cada um deles. Uma opção adicional seria presentear o pastor com uma bandeja contendo uma vela
acesa para cada igreja do distrito, e admoestá-lo a manter as luzes brilhando, bem como ajudá-las a crescer
em número.
Boas-vindas por parte do ancião local. - O ancião fala em nome da congregação, dando as boas-
vindas ao pastor. Toda a família pastoral pode ser convidada para a plataforma, e nesse caso a esposa do
ancião apresenta boas-vindas especiais esposa do pastor. Uma criança, o líder dos jovens ou um professor da
escola poderia cumprimentar os filhos do pastor.

Leitura responsiva

Ancião: Estamos aqui, hoje, abrindo um novo capítulo na história de nossa igreja - o
começo de um novo pastorado.
Congregação: Temos recebido muitas bênçãos de Deus, que nos equipou para o ministério,
e designou um novo pastor para nos liderar, treinar e encorajar.
Família pastoral: Pretendemos servi-los, exaltando a Jesus Cristo, para que possamos crescer
juntos.
Congregação: Nós os convidamos a nos dirigir em nossa caminhada com Deus.
Família pastoral: Buscamos seu amor ao nos tomarmos parte desta família da igreja.
Congregação: Desejamos que façam parte de nossa família, e lhes abrimos o nosso
coração.
Representante Deus lhe deu o desafio de liderar este povo em sua preparação para a
do Campo local breve volta de nosso Senhor Jesus Cristo.
(ao pastor:)
134

Pastor: Aceito esse desafio. Sob a direção de Deus, prometo fazer o meu melhor
para sempre exaltar Seu santo nome.
Representante do Como uma igreja, os irmãos têm o desafio de levar o evangelho à sua
Campo local: comunidade.
{246}
Congregação Aceitamos o desafio de apresentar o Cristo vivo através de nossa vida e
e Pastor: ministério.
Todos juntos: Comprometemo-nos neste dia, diante de Cristo e uns para com os outros, a
colocá-Lo sempre em prime iro lugar, a buscar a direção de Seu Espírito e a
trabalhar juntos para abreviar Sua volta.
Oração de recepção. - A família do pastor poderia ficar de frente para a congregação, com o
representante do Campo local de um lado, e o primeiro ancião, do outro. Outros anciãos ou líderes da igreja
podem ser convidados a irem à frente, para formar uma corrente humana desde o pastor e o ancião, na
plataforma, até o primeiro banco. Todos, inclusive a congregação, são convidados a darem-se as mãos e se
ajoelharem juntos para a oração de recepção. Este ato simboliza a união do pastor e do povo.
O primeiro ancião ora, reforçando o compromisso da congregação, de apoiar o novo pastor.
O representante da associação/missão ora, colocando o pastor oficialmente como líder daquela
congregação.
O representante lidera então os anciãos nos cumprimentos, com um aperto de mão à nova família
pastoral.

Sermão do Pastor
Cumprimentos da Igreja
Ao final da reunião, os membros podem cumprimentar a família pastoral na saída. Um almoço em
conjunto pode ser uma excelente conclusão para essa reunião.
{247}
CAPÍTULO 41
Oração Pelos Enfermos
Quando Recomendar a Unção
―Esta alguém entre vós doente? Chame os presbíteros da igreja, e estes façam oração sobre ele,
ungindo-o com óleo em nome do Senhor. E a oração da fé salvará o enfermo, e o Senhor o levantará; e, se
houver cometido pecados, ser-lhe-ão perdoados.‖ Tiago 5:14 e 15.
A oração deveria estar sempre no coração da obra pastoral, e a oração pelos doentes é uma parte
importante desse ministério de oração. O pastor deve orar pela cura do doente espiritual, do doente
emocional e do doente físico. A unção formal é, porém, tipicamente reservada para o doente físico.
O texto pergunta: ―Está alguém entre vós doente?‖ Ele não pergunta: ―Está alguém entre vós
morrendo?‖ A cerimônia de unção não deveria ser usada para qualquer problema físico insignificante. Ela
deve ser reservada para doenças graves, mas não apenas para doenças fatais. Em alguns lugares, a unção é
quase um ritual extinto, por causa das tradições de algumas denominações não adventistas, que têm usado a
unção como se fosse um rito final.
O propósito do ato de ungir não é abençoar o moribundo, mas curar o que está vivo. Significa que
reconhecemos um grave problema físico e o enfrentamos colocando nossa confiança em Deus, antes
mesmo de procurar todos os recursos da medicina. Denota que procuramos a Deus em primeiro lugar, e
não somente no final.
Os primeiros líderes adventistas utilizavam o rito da unção freqüentemente. Ellen White e sua
família foram ungidos diversas vezes por causa de várias enfermidades, A unção era mais a regra do que a
exceção.

Quem Oficia
Tiago 5:14 diz que o doente deveria chamar os anciãos da igreja. Os anciãos locais podem realizar
a unção na ausência de um ministro, mas devem fazê-lo com a aprovação do pastor. Idealmente, um
ministro dirige a cerimônia, com a companhia e as orações dos anciãos disponíveis.
135

Preparativos Para a Cerimônia


Onde realizar. - A unção pode ser realizada na igreja, em casa, num asilo ou
{248}

num hospital. Se for num hospital, deve ser realizada de tal maneira que não interfira no trabalho do
médico e do pessoal do hospital. A duração e a formalidade da cerimônia dependem de onde será realizada
e da condição do enfermo.
Quem participa. - Além do pastor e dos anciãos, podem estar presentes outras pessoas com o dom
especial da oração. O enfermo talvez deseje convidar parentes e amigos. Normalmente, não são convidados
familiares ou amigos que não são cristãos, mas não é necessário pedir que se retirem, se estiverem
presentes. Os que oficiam devem ter significativa ligação com Cristo, crer firmemente na cura divina, e
preparar seu próprio coração para a ocasião.
Preparar o recebedor. - A pessoa enferma deve ser encorajada a examinar sua vida antes da
unção. ―Se eu atender à iniqüidade no meu coração, o Senhor não me ouvirá.‖ Sal. 66:18, Almeida, antiga.
O estudo do capítulo ―Oração Pelos Doentes‖, do livro A Ciência do Bom Viver, contribui para um
excelente preparo pessoal para a cerimônia.
Respeite a privacidade das pessoas, não falando muito especificamente sobre a natureza de seu mal.
Por outro lado, você precisa inteirar-se do que o paciente estiver disposto a partilhar, para que sua oração
possa ser mais específica.

Programa da Cerimônia
Considerações preliminares. - Como pastor, você deve explicar ao grupo o propósito da unção e
como ocorre. A pessoa que vai ser ungida pode ser convidada a testemunhar de sua fé e apresentar os
motivos por que deseja a cura.
Quando o doente não está em condições críticas, pode ser dedicado um tempinho, antes do período
de oração, para a leitura bíblica, destacando alguns requisitos prévios para a cura divina, tais como:
1. Crer que Deus pode realizar curas.
2. Confissão dos pecados.
3. Compromisso de um viver saudável. Muitas enfermidades resultam de hábitos errôneos.
Assegure ao doente que Deus perdoa gratuitamente os nossos pecados do passado, mas é presunção pedir
que Ele cure nosso corpo se pretendemos continuar abusando do mesmo.

4. Disposição para utilizar os recursos humanos. ―Toda boa dádiva e todo dom perfeito é lá do
alto.‖ Tiago 1:17. Deus pode já haver capacitado algum médico, a quem Ele quer dirigir o doente para que
seja curado. Deus opera milagres, mas quase sempre prefere realizá-los por meio dos dons que Ele coloca
em mãos humanas.
{249}

5. Confiança na resposta de Deus. Algumas vezes Deus cura imediatamente, outras vezes demora
mais, e às vezes a cura não acontece. Se a pessoa aflita não é curada imediatamente, isso não deve ser
interpretado como um sinal de fraqueza espiritual do indivíduo, nem de relutância divina em curar. A
cerimônia deveria culminar com a certeza de que tudo foi depositado nas mãos de Deus, e Ele merece toda
a confiança.

Textos bíblicos sugestivos, para antes da unção


Tiago 5:14-16 ―Façam oração sobre ele, ungindo-o com óleo.‖
Núm.21:8e9 As pessoas eram curadas ao seguir o ritual prescrito por Deus.
Salmo 103:1-5 ―Quem sara todas as tuas enfermidades.‖
Sal. 107:19 e 20 ―Então, na sua angústia, clamaram ao Senhor, e Ele os livrou das suas
tribulações.‖
Marcos 16:15-20 ―Se impuserem as mãos sobre enfermos, eles ficarão curados.‖
A oração de unção. - Você ou outra pessoa que estiver dirigindo, deve ter um pequeno recipiente
com azeite de oliva. Todos se ajoelham. O enfermo pode desejar orar. Neste caso, ele/ela provavelmente
136

deve orar primeiro. Outros líderes escolhidos oram em seguida. Você ora por último. Quando iniciar a
oração, coloque um pouco de óleo nas pontas dos dedos da mão. Perto do fim de sua oração, aplique o óleo
na fronte daquele que vai ser ungido. Isto simboliza o toque do Espírito Santo no enfermo, de modo
especial e específico.
A prática seguida por alguns, de aplicar o óleo na parte do corpo onde está a enfermidade, não é
seguida ou aprovada pelos ministros adventistas do sétimo dia.
Concluindo a cerimônia. - Assim que terminar o período de oração, vá embora. Antes da
cerimônia, você pode passar alguns minutos no local, travando conhecimento com o enfermo e seus
familiares, mas não é aconselhável ficar mais tempo após a unção. Retire-se enquanto prevalece o espírito
de reverência, e a presença de Deus é sentida no aposento.
{250}
CAPÍTULO 42
Casamento
―O vínculo da família é o mais íntimo, o mais terno e sagrado de todos na Terra. Foi designado a
ser uma bênção à humanidade. E assim o é sempre que se entre para o pacto matrimonial inteligentemente,
no temor de Deus, e tomando em devida consideração as suas responsabilidades.‖ - Ellen O. White, O Lar
Adventista, pág. 18. Cada casamento deveria ser, portanto, uma ocasião de renovação espiritual, celebração
jubilosa e cerimônia individualizada para o casal e suas famílias.

Requisitos Legais
Como pastor, você é responsável por se informar a respeito das leis do Estado ou do País em que
atua. Antes de realizar uma cerimônia de casamento, certifique-se de que está cumprindo os requisitos
legais, como estar devidamente registrado e legalmente autorizado a oficiá-la. As leis para oficiar
casamentos geralmente não são complicadas, mas são importantes. Uma breve visita ou uma ligação
telefônica ao cartório do registro civil local poderá dar-lhe as informações necessárias.
Em alguns países, um ministro ordenado pode, pelo que diz respeito às autoridades civis, realizar a
cerimônia na igreja, mas o contrato de casamento é legalmente assinado pelo oficial do Registro Civil, que
geralmente fica assentado na sala pastoral e ouve a forma aprovada da declaração matrimonial.
Em outros países a lei exige que sejam obtidas declarações por escrito, das partes contratantes, se
elas desejam que seu casamento se realize fora do prédio da igreja, como no caso de um casamento em
casa.
Em alguns outros países, o ministro não pode realizar a cerimônia, pois a mesma é reconhecida
como responsabilidade do Estado, e o casamento é considerado um contrato civil. Em tais casos, nossos
membros geralmente vão para a igreja ou para uma casa, após a cerimônia civil, e ali o pastor ordenado
realiza uma cerimônia especial, pedindo a bênção do Senhor sobre o casal.
Antes de realizar a cerimônia, você deve examinar a licença ou autorização do casamento. Não a
realize se a data não for válida, se a licença houver sido obtida num local e o casamento estiver sendo
realizado em outro local em que a licença não seja válida, ou no caso de algum outro obstáculo legal.
A declaração: ―Portanto, se alguém pode apresentar alguma razão justa
{251}

para que estes dois não se unam legalmente, fale agora, ou cale-se para sempre‖, é, amiúde, omitida
atualmente. Não é mais a responsabilidade do ministro ou da cerimônia religiosa definir se duas pessoas
podem ou não ―se unir legalmente‖. Essa questão, supostamente, já foi resolvida pelas autoridades civis ao
concederem a licença de casamento.

Normas Denominacionais
Quem oficia. - No capítulo 6, ―Os Oficiais e Seus Deveres‖, o Manual da Igreja estipula: ―Na
cerimônia de casamento, a exortação, os votos e a declaração de casamento são dados unicamente por um
pastor ordenado, exceto nas áreas em que a Mesa da Divisão tomou um voto aprovando que licenciados
escolhidos ou pastores comissionados que foram ordenados como anciãos locais realizem a cerimônia de
casamento. Um pastor, quer seja ordenado, licenciado ou comissionado, ou um ancião local pode oficiar
apresentando o sermão, ou oferecendo a oração, ou dando a bênção.‖
137

Quando você não deve oficiar. - Se as partes contratantes são desconhecidas a você, interrogue-as
diligentemente até ter plena certeza de que não há graves obstáculos ao casamento. As pessoas certamente
lhe pedem que, como pastor, realize a cerimônia porque desejam as bênçãos de Deus em seu novo lar. Isso
é um grande privilégio, mas também uma grande responsabilidade. Você não pode pedir as bênçãos de
Deus sobre o que, certamente, Deus não poderá abençoar.
Casamentos não recomendados. Ao aconselhar um homem e uma mulher que pensam em contrair
matrimônio, o pastor precisa tratar de alguns aspectos importantes: adoração de Deus, observância do
sábado, educação dos filhos, recreação, relações de amizade e de negócios, uso dos recursos financeiros,
disparidade de idade, saúde precária e diferenças irreconciliáveis de formação étnica e cultural.
Os ministros adventistas não devem realizar a cerimônia de casamento de adventistas com não
adventistas. Por quê? As Escrituras advertem:
―Não vos ponhais em jugo desigual com os incrédulos; porquanto, que sociedade pode haver entre
a justiça e a iniqüidade? ou que comunhão da luz com as trevas? Que harmonia entre Cristo e o maligno?
ou que união do crente com o incrédulo?‖ II Cor. 6:14 e 15.
Se reunirmos todas as palavras grifadas, mais acima, teremos uma mensagem bem clara: não
devemos nos ―emparelhar‖ ou nos unir com aqueles com os quais temos tão pouco em comum. No caso de
adventistas, isso abrange até mesmo outros crentes cristãos. Uma moça adventista fiel quase nada tem em
comum com até mesmo o mais devoto rapaz que não é um cristão adventista. Isso de modo algum deprecia
sua genuinidade como cristão. O problema
{252}
está no estilo de vida: a teologia integral do adventismo leva a um estilo de vida muito diferente para se
estimular a harmonia conjugal. Temos a tendência de adverti-la de que ele não poderá tomá-la feliz. Seria
provavelmente mais cristão adverti-la de que ela também não poderá tomá-lo feliz.
E provável que ele não irá apreciar o regime vegetariano seguido por ela. E ela não desejará
cozinhar o toucinho que ele tanto aprecia. Ela se oporá à presença de cerveja na geladeira, e à fumaça de
cigarros ria sala de estar. Ele não vai querer que ela devolva o dízimo. Ela não vai aprovar que ele assista à
TV no sábado. Eles sentirão falta da comunhão de freqüentarem a igreja juntos, ou de fazerem parte da
mesma família da igreja. A hora mais conveniente para ele fazer compras poderá ser durante o sábado, e
ela não quererá acompanhá-lo. Ela não irá dançar, ou acompanhá-lo a coquetéis.
Quando chegarem os filhos, ela se oporá ao batismo de seus bebês. Não vai querer que o pai leve o
filho a jogos na sexta-feira à noite ou durante o sábado. A mãe deseja que seus filhos recebam uma
educação adventista, O pai não quererá assumir essa despesa. Ele delineia um conjunto de crenças para o
filho; a mãe, outro; e a criança, frustrada e confusa, quase sempre rejeita ambos.
Não é de admirar que a Bíblia pergunte: ―Andarão dois juntos, se não houver entre eles acordo?‖
Amós 3:3. ―A felicidade e prosperidade da relação matrimonial depende da unidade dos cônjuges; mas
entre o crente e o incrédulo há uma diferença radical de gostos, inclinações e propósitos. Estão a servir dois
senhores, entre os quais não pode haver concórdia. Por mais puros e corretos que sejam os princípios de
um, a influência de um companheiro ou companheira incrédula terá uma tendência para afastar de Deus.‖ -
Patriarcas e Profetas, pág. 174.
Ellen White argumenta consistentemente contra o casamento entre o crente e o incrédulo, e define o
crente como aquele que ―aceitou a verdade para este tempo‖. ―Mesmo que o companheiro de tua escolha
fosse em todos os outros respeitos digno (o que, porém, ele não é), no entanto ele não aceitou a verdade
para este tempo; é um descrente, e és pelo Céu proibida de unir-te a ele. Não podes, sem perigo para tua
alma, desrespeitar esta ordem divina.‖ - Testemunhos Seletos, vol. 2, pág. 121.
E mais provável que o casamento perdure e a vida familiar seja feliz e satisfatória se o marido e a
esposa compartilham os mesmos valores espirituais e estilos de vida. Por esta razão, a Igreja Adventista do
Sétimo Dia não admite o casamento entre um adventista do sétimo dia e uma pessoa que não o é, e
recomenda com muita insistência que os pastores adventistas do sétimo dia não realizem tais casamentos.
A Igreja reconhece que compete à pessoa tomar a decisão final quanto à escolha do (a)
companheiro (a) na vida. Se um membro escolhe alguém que não é membro da Igreja, a Igreja espera que o
casal compreenda que o pastor adventista do sétimo dia, que assumiu o compromisso de defender os
princípios enunciados mais acima, não pode realizar um casamento
{253}
138

dessa natureza. Se alguém contrair um casamento assim, a Igreja deve demonstrar amor e solicitude, com o
objetivo de encorajar o casal a ter completa unidade em Cristo.
Como pastor, é importante que você mostre ao casal que realmente se preocupa com eles.
Experimente o seguinte:
1. Ofereça-se para estudar as doutrinas adventistas com a parte que não é membro da igreja, ou com
ambos. Os adventistas normalmente não namoram não adventistas, a menos que eles próprios já estejam
enfrentando problemas com sua própria experiência cristã. Batismos apressados são questionáveis, embora
um coração e mente abertos possam algumas vezes fazer muito progresso espiritual em pouco tempo.
2. Ofereça aconselhamento pré-matrimonial. Você pode ser amigo deles. No processo de
aconselhamento, eles poderão ver por si mesmos possíveis problemas quanto ao casamento de pessoas de
crenças diferentes.
3. Você pode se oferecer para ajudá-los a encontrar outro pastor. Tendo expressado suas reservas
acerca do casamento, você, dentre todos os demais, tem o direito de mostrar seu interesse pelo casal
envolvido.
4. Depois do casamento, encoraje a igreja a, de todas as maneiras possíveis, mostrar seu apoio e
amor cristão pelo casal, a fim de contribuir para a felicidade do seu lar, a despeito do que pensamos ter
começado erradamente.
Novos casamentos não recomendados. Nenhum pastor adventista do sétimo dia tem o direito de
oficiar um novo casamento de uma pessoa que não tem respaldo bíblico para tal. Jesus declarou: ―Eu,
porém, vos digo: Quem repudiar sua mulher, não sendo por causa de relações sexuais ilícitas, e casar com
outra, comete adultério.‖ Mat. 19:9.
O Manual da Igreja, no capítulo 15, ―Divórcio e Novas Núpcias‖, faz 10 declarações sobre o
assunto, e então conclui: ―Nenhum pastor adventista tem o direito de oficiar em uma cerimônia de
segundas núpcias de pessoa que, sob a estipulação dos parágrafos precedentes, não tenha o direito bíblico
de tornar a casar-se.‖
Não realize as segundas núpcias de um membro divorciado sem primeiro ter informações claras e
objetivas sobre o primeiro casamento. Tais informações normalmente não são obtidas da pessoa que está
prestes a se casar de novo. E ao mesmo tempo profissionalmente antiético e muito imprudente realizar tal
casamento sem primeiro consultar um pastor ou ancião da congregação onde ocorreu a separação.
Cerimônias impróprias. O casamento na igreja envolve tanto um contrato legal como um
compromisso espiritual. Qualquer cerimônia de casamento em que o secular obscureça o espiritual, é
imprópria para ser realizada por um ministro cristão.
{254}
Normas Congregacionais
Você deve dirigir Sua igreja ao preparar as orientações e normas de casamento. Faça isso quando
não houver recebido algum pedido de realização de casamento, não ferindo, assim, as suscetibilidades de
alguém. Dê essas orientações, bem como um formulário de casamento, a todos os que pedirem que a
cerimônia seja realizada na igreja. O formulário preenchido deveria conter os pedidos específicos da noiva
e denotar que as orientações foram lidas e serão seguidas.
Entre outras coisas, as orientações devem tratar do seguinte:
Uso da igreja. - Estude o Manual da Igreja e o Guia Para Ministros com a comissão da igreja,
salientando os problemas em potencial de casamentos de pessoas de crenças diferentes. Se você, como
pastor, não tem permissão para realizar um casamento dessa natureza, encoraje a igreja a não permiti-lo em
suas dependências. Do contrário você será considerado muito rigoroso e adepto de um padrão que o separa
de sua congregação.
Quem pode se casar na igreja? A congregação pode adotar uma orientação como esta: ―Qualquer
casal em que ambos sejam adventistas, ou qualquer casal em que ambos não são adventistas. O casal
precisa estar disposto a apoiar os padrões adventista na igreja. Não será permitido nenhum casamento na
igreja em que um dos contraentes é adventista do sétimo dia, e o outro não.‖
Sua congregação permitiria que um pastor não adventista oficiasse uma cerimônia de casamento na
igreja? Uma orientação típica e a de determinada congregação: ―Quem pode realizar casamentos na igreja?
139

Um pastor de outra denominação ou outro pastor adventista, desde que tenha sido aprovado e esteja
disposto a cooperar com o pastor da igreja.‖
Música. - As orientações elaboradas pela congregação geralmente contêm uma longa lista de
músicas aceitáveis. Se nenhuma outra música for permitida, trata-se de uma limitação um tanto severa das
escolhas da noiva. Um meio-termo seria declarar que as músicas sugeridas já foram aprovadas, e que
outras músicas precisam ser aprovadas por um músico designado pela igreja.
As orientações também podem declarar se o órgão ou outro instrumento da igreja pode ser usado
por outras pessoas além dos músicos da própria igreja.
Outras restrições e serviços. —
1. Coordenador do casamento A igreja conta com um? Deve ser usado?
2. Decorações. Quais são permitidas e quais não?
3. Velas. As noivas gostam que sejam usadas velas na cerimônia. Os
{255}

zeladores detestam fazer a limpeza posterior, especialmente se a igreja é carpetada. Muitas congregações só
permitem velas em candelabros.
4. Vestuário. Há padrões para o que é ou não apropriado?
5. Fotografias e filmagens. Há limitações? Muitas congregações não permitem que se tirem fotos
durante a parte sagrada da cerimônia. Outras só as permitem nesses momentos se não houver flashes e o
fotógrafo não for notado pelos presentes.
6. Arroz ou confete. São permitidos dentro do prédio?
7. Recepção. Há regulamentos quanto ao uso das dependências da igreja para a recepção do
casamento?
8. Taxas. Há alguma taxa para o casamento de membros da igreja? de adventistas de outra
congregação? e de não adventistas?
9. Equipamento e serviços. A igreja possui degraus, candelabros, banco para se ajoelhar, tapete para
o corredor, etc.? Algumas congregações compram esses objetos e então os alugam por uma pequena taxa.
As exceções aos regulamentos devem ser poucas, e precisam ser aprovadas por uma comissão
designada para isso. O pastor não deve assumir toda a responsabilidade por lidar com os agravantes
causados por famílias cujos planos contrariaram as orientações.
Aconselhamento Pré-matrimonial
Antes de realizar um casamento, os pastores adventistas devem insistir em intensivo
aconselhamento pré-matrimonial. Tal aconselhamento poderá requerer reuniões semanais e a designação
de tarefas de casa, durante várias semanas antes do casamento.
Talvez alguns argumentem que o aconselhamento pré-matrimonial pouco bem produz, porque o
casal assume um idealismo romântico antes do casamento. Embora isso possa ser verdade, e o
aconselhamento pré-matrimonial raramente ajude um casal a mudar seu modo de pensar, mesmo que sejam
constatados graves problemas, há outro benefício. Ao estabelecer um relacionamento amigável com você e
ao confiar em sua pessoa, há boas chances de que o casal o procure quando surgirem problemas depois do
casamento.
O setor Lar e Família, do Departamento dos Ministérios da Igreja da Associação Geral, preparou
um excelente material para aconselhamento pré-matrimonial, que pode ser adquirido através do SELS
local.

Planejando o Casamento
Simplicidade. - Os casamentos adventistas do sétimo dia devem ser simples e espirituais, ao invés
de frívolos e artificiais. ―Seja todo passo em direção da aliança matrimonial, caracterizado pela modéstia,
simplicidade,
{256}
sinceridade e o sincero propósito de agradar e honrar a Deus.‖ - A Ciência do Bom Viver, pág. 358.
Nas regiões do mundo em que tais itens como véus, laços e velas representam rituais não cristãos,
eles deveriam ser eliminados das cerimônias de casamento adventistas.
140

Planejamento particular. - Você deve ter uma reunião de planejamento particular com o noivo e a
noiva, antes da cerimônia na igreja. Ouça os planos específicos da noiva. Peça que ela prepare um
programa por escrito. Discuta as preferências deles quanto ao sermonete, votos, etc. Marque um horário
para o ensaio.
Se forem tiradas fotos formais do casamento, peça que o casal planeje tirá-las um pouco antes da
cerimônia. Isso pode não ser aceitável se a noiva não quiser ser vista em seu vestido antes do início da
cerimônia. Contudo, há grandes vantagens. Os casamentos sempre incluem grande número de participantes, e
destes alguns têm de vestir-se de modo especial para essa ocasião. Se o casamento vier antes das fotos,
provavelmente será atrasado por alguém que não esteja pronto.
Se em primeiro plano vierem as fotos, estas podem começar antes que todos estejam presentes.
Mais tarde, como todos os participantes diretos já estiveram presentes e vestidos para as fotos, o casamento
em si certamente não será atrasado. Além disso, se as fotos forem tiradas entre o casamento e a recepção,
os convidados ficarão inquietos por ter que esperar muito tempo antes que cheguem a noiva e o noivo.
Ensaio. - Como pastor, você é provavelmente o único profissional de casamentos a estar presente
ao ensaio. Mesmo assim, se é homem, deve estar preparado para ter seu profissionalismo questionado. As
mulheres geralmente são consideradas mais versadas em casamento do que os homens. Você pode ter
dirigido cem casamentos, mas mesmo que a coordenadora só tenha coordenado dez, não se ofenda se ela
for tida como a autoridade no assunto. Não tente controlar muito, a menos que seja convidado.
Por outro lado, às vezes será buscado o seu conselho a respeito de tais questões como o local
apropriado dos familiares no auditório, a posição correta dos participantes da plataforma, e outros detalhes
de uma cerimônia adequada. Se você tem pouco interesse nesses detalhes, sua esposa pode se interessar em
conhecer os procedimentos corretos e ajudá-lo ao dar conselhos. Você é responsável por cuidar de que
sejam mantidas as normas da igreja.
Quando os ensaios de casamento são realizados muito tempo antes da cerimônia, os participantes
podem esquecer-se de sua parte. Se forem realizados muito perto da cerimônia, eles estarão muito
excitados com a proximidade do evento. À noite antes do casamento é provavelmente o tempo ideal para o
ensaio.
{257}

Se possível, não use um organista ou outro instrumentista que não possa vir ao ensaio. Os músicos
desempenham uma parte muito importante numa cerimônia de casamento. Não importa quão bom seja o
músico, ninguém pode fazer o seu melhor sem conhecer os detalhes da cerimônia.
Os ensaios de casamento costumam ser experiências frustrantes e deslocadas. Algumas sugestões
úteis:
1. Solicite que a noiva traga a ordem da cerimônia por escrito. Isso evitará parte do caos. Mesmo
assim, poderá ser necessário fazer muitos ajustes durante o ensaio.
2. Comece com uma análise geral. Os participantes se assentam e examinam juntos o programa
escrito pela noiva, esclarecendo e fazendo mudanças quando necessário, Ao terminar, cada um deveria
saber sua parte. Isso pode ser feito antes que os atrasados cheguem. Espera-se que um amigo os auxilie ao
chegam.
3. Proteja a noiva. Uma excelente introdução bem no começo da análise geral poderia ser mais ou
menos assim: ―Estamos aqui para criar uma lembrança para os noivos. Nossa tarefa é fazer com que ela
seja ótima. Ao tratar dos detalhes da cerimônia, os desejos da noiva devem sempre vir em primeiro lugar, e
a seguir, os do noivo. A não ser que isso envolva regulamentos da igreja, nenhuma decisão do pastor, do
(a) coordenador (a) do casamento, dos familiares ou amigos deve ter mais importância do que os desejos
do casal.‖ Então acompanhe silenciosamente o ensaio, para que esse princípio prevaleça durante a reunião.
4. Termine com duas apresentações do programa. Se alguns ainda não chegaram, use substitutos. A
primeira vez será vagarosa, e pode ser que os participantes reclamem ao ter de repetir sua parte. No
entanto, da segunda vez, o ensaio geralmente demora apenas alguns minutos, e os participantes se sentem
mais à vontade, e mais seguros de que conhecem suas partes.
5. Livre o casal de responsabilidades desnecessárias. Ao terminar o ensaio, é bom lembrar aos
participantes que eles estão ali para ajudar os noivos, dar recados, cuidar dos detalhes de última hora,
aliviar o estresse, etc. Tome providências para que os noivos não tenham muito que fazer durante a
141

cerimônia. Eles não estão ali para dar um show em público, mas para assumir um compromisso por toda a
vida, um para com o outro e diante de Deus, e para apreciar a companhia de familiares e amigos.

Ordem da Cerimônia
Os adventistas do sétimo dia não possuem uma liturgia nupcial que deva ser seguida à risca. Sendo
uma Igreja mundial, devemos dar margem a alterações que se adaptem às culturas locais. Nas culturas em
que as cerimônias nupciais são significativamente diferentes da que será delineada a seguir, as divisões e
uniões locais podem sugerir adaptações que produzam uma ordem de cerimônia mais apropriada.
{258}

Os casamentos em casa são tipicamente muito mais simples e planeja- dos de acordo com o gosto e
as circunstâncias das partes envolvidas. A assistência a casamentos em casa geralmente é apenas por
convite. Na igreja, normalmente é aberta a todos.
Eis aqui uma programação sugestiva. Provavelmente nenhum pastor usará todas as suas partes.
Adapte-a à sua própria situação:

Prelúdio musical
Livro de convidados O livro de convidados pode ficar logo na entrada do templo, onde os
convidados o assinam ao chegarem. Se o número de pessoas for
grande, prepare várias páginas avulsas, para que as pessoas não
precisem fazer fila.
Recepção Recepcionistas levam os amigos da noiva para o lado esquerdo, e
dos convidados os do noivo para o direito. Os recepcionistas oferecem o braço
direito às senhoras, levando-as pelo corredor, seguidas por seus
acompanhantes. A família da noiva é conduzida para uma seção
reservada, na frente da ala esquerda; a do noivo, para o lado direito.
No banco dos pais podem ser reservados lugares especiais para os
avós.
Entrada das mães A mãe do noivo é a última a entrar antes do início da cerimônia.
Então entra a mãe da noiva, começando a cerimônia.
Candelabros acesos
Música especial
Entrada do pastor O pastor, normalmente, entra de uma sala lateral, vai para o

e do noivo e seus centro da plataforma e fica de frente para o auditório, O noivo


acompanhantes entra em seguida, e fica do lado esquerdo do pastor. As testemunhas
do noivo o acompanham.
Entrada dos As damas de honra, o menino com a Bíblia e a menina com flores
acompanhantes (se tudo isso for usado) entram pelo corredor central.
da noiva
Entrada da noiva Pelo braço direito de seu pai ou tutor, Se sua mãe
{259}

ficar em pé, o auditório a acompanha. As pessoas conseguem ver


melhor se permanecem sentadas.
O noivo vai ao Quando ela e o pai chegam ao lado do banco onde está a
família.
encontro da noiva
Entrega da noiva Ver detalhes mais abaixo.
Música especial
Os noivos aproximam-se Enquanto o órgão continua tocando. Coloque-os de frente um
da plataforma para o outro. Se eles ficarem voltados para você, ficarão de costas
para o auditório, e este se sentirá excluído.
142

Sermonete Ver detalhes mais adiante.


Votos Ver detalhes mais adiante.
Oração O casal acaba de comprometer-se mutuamente nos votos. Agora eles
se ajoelham para pedir a ajuda de Deus para cumprir esses votos.
Convide o Senhor a vir habitar no coração deles, para que possa
haver amor em seu lar, tomando-o assim um pequeno céu que os
prepare para o lar celestial.
A oração poderia terminar assim: ―E agora, que ‗o senhor vos
abençoe e vos guarde; o Senhor faça resplandecer o Seu rosto sobre
vós, e tenha misericórdia de vós; o Senhor levante sobre vós o Seu
rosto, e vos dê a paz‘ (Núm. 6:24-26).‖
Ou conclua a oração com o Pai Nosso em uníssono, dando aos
ouvintes a oportunidade de também orar pelo casal.

Música especial Pode haver música especial enquanto o casal permanece de joelhos.
A ―Oração do Senhor‖ ou a ―Prece de Casamento‖, são composições
musicais apropriadas.
Abraços
Apresentação Esta pode ser feita em três etapas. Primeiro, junto
{260}

com os noivos, dê um passo à frente. Fique entre eles antes de


saírem, talvez com as mãos sobre os ombros deles. Deixe as
anotações de lado. Ninguém deve ter ouvido muito do que você
falou antes, Estavam ocupados observando os noivos e seus
acompanhantes, e sua participação foi apenas formal. Agora, seja
completamente informal. Chame o casal pelos seus primeiros nomes
e partilhe alguns minutos de aconselhamento matrimonial destinado
especialmente a corresponder às personalidades deles e à situação
individual. Em seguida, apresente a nova família, usando tanto os
nomes como os sobre- nomes. Em terceiro lugar, convide os
presentes para a recepção, se essa for a vontade da noiva.
Recessional Começa a música recessional. Os noivos saem pelo corredor central,
seguidos pelos outros casais que participaram da cerimônia, na
ordem inversa da entrada. O pastor sai por último. Um toque
delicado seria ele ter pedido que sua esposa se assentasse perto do
corredor central. Ele pára ao lado do banco em que ela está, oferece
o braço, e ela sai com ele.
O ideal é que os noivos saiam diretamente para a recepção, a fim de
estarem prontos na fila de cumprimentos ao chegarem os
convidados. E um tanto supérfluo que as testemunhas, damas de
honra, etc., fiquem em pé na fila de cumprimentos. Os mais
necessários são, sem dúvida alguma, os noivos e seus pais.
Pais Os pais da noiva e do noivo são acompanhados na saída, em ordem
inversa à da entrada.
Auditório O público sai pela ordem dos bancos.

A Entrega da Noiva
A pergunta tradicional: ―Quem dá esta mulher em casamento a este homem?‖, pode ser respondida
pelo pai: ―Eu a dou‖, ou ―Sua mãe e eu a damos‖. O pai pode então separar seu braço do da noiva e colocar
o braço dela no do noivo, como símbolo de que abençoa a união. A noiva pode desejar beijar o pai.
No entanto, algumas noivas se opõem a essa pergunta tradicional,
{261}
143

achando que ela coloca as mulheres em posição inferior, ao serem dadas de um homem para outro. Em
lugar da pergunta acima, você pode solicitar um compromisso dos pais de ambos os noivos, como o
seguinte:
Enquanto os noivos permanecem no corredor, o pai da noiva vai para o lado da mãe da noiva.
Ambos os casais de pais ficam de pé. O ministro pergunta: ―Quem entrega este casal para ser unido no
santo matrimônio?‖ Os pais e as mães dos noivos respondem: ―Nós o fazemos.‖ O pastor continua:
―Prometem entregar seu filho e sua filha, e aceitar esse novo membro da família para ser amado como se
fosse seu?‖ Os pais respondem:
―Prometemos.‖ Os noivos podem então se dirigir a seus pais e trocar cumprimentos apropriados.
Os pais se sentam enquanto os noivos continuam avançando em direção à plataforma.
A cerimônia de casamento constitui uma oportunidade para realçar a ligação entre duas famílias. Se
desejar obter esse resultado, o pastor pode pedir com antecedência que os pais do noivo e os pais da noiva
escrevam cartas compartilhando seus sentimentos para com o novo membro da família. Ler trechos dessas
cartas, durante a cerimônia, ajuda a criar um ambiente de cordialidade pessoal e de aceitação familiar.
Um modo diferente de ―entregar a noiva‖ começa depois que a noiva chega ao banco da família. O
noivo se dirige a ela enquanto o pastor diz:
―Ouvimos de uma antiga história de amor, que Isaque foi ao encontro de Rebeca. E registrado que
perguntaram a Rebeca se ela estava pronta para ir e ser a esposa do filho de Abraão, Isaque. [O noivo agora
está de frente para a noiva.] Portanto, eu lhe pergunto: [nome da noiva], você irá e se tornará a esposa deste
homem?‖ A noiva responde: ―Eu irei.‖ O noivo então a acompanha para a plataforma.
Sermonete
Na maioria dos casos, o sermonete não deveria durar mais de cinco a dez minutos. Essa é
tipicamente uma parte formal da cerimônia. Todos estão observando o casal, esperando pela troca de votos.
Fale pouco nessa hora, e mais um pouquinho depois, de maneira informal, antes do casal sair. Então as
pessoas vão ouvir melhor e tirar mais benefício.
Modelo de sermonete. - ―Estamos reunidos aqui, sob o olhar de Deus e na presença deste grupo,
para unir este homem e esta mulher no sagrado estado do matrimônio.
―Mas, por que na igreja? A noiva e o noivo escolheram começar seu lar na casa de Deus, como um
símbolo do seu desejo de tê-Lo sempre com eles.
―Deus aprecia o casamento. A idéia toda se originou com Ele, ao realizar a primeira cerimônia
nupcial no Éden. Deus disse: ‗Não é bom que o homem esteja só; far-lhe-ei uma auxiliadora, que lhe seja
idônea. ‘ Gên. 2:18.

{262}

―Deus criou a ambos, homem e mulher, de tal maneira que nenhum deles está completo sem o
outro. O Criador fez Eva a partir de uma costela de Adão, para ensinar pelo menos três lições: 1. Foi
tomada do seu lado, pois a mulher não deveria estar nem acima, nem abaixo, mas ao lado do homem. 2. A
costela estava sob o braço de Adão; portanto ela devia ser protegida por ele. 3. Foi tirada de perto do
coração, para ser amada por ele.
―Foi por isso que Jesus citou o seguinte: ‗Por esta causa deixará o homem pai e mãe, e se unirá a
sua mulher, tomando-se os dois uma só carne.‘ Mat. 19:5.
―Estas duas pessoas estão aqui, hoje, para serem unidas nesse sagrado enlace matrimonial.‖

Textos sugestivos para o sermonete


Gên.1:26-28 ―Homem e mulher os criou.‖
Gên. 2:18-24 O primeiro casamento.
Cantares 2 Canção de amor.
Cantares 8:6 e 7 ―As muitas águas não poderiam apagar o amor.‖
Mar. 10:6-9 De modo que já não são dois, mas uma só carne.‖
João 2:1-10 ―Jesus pode operar um milagre num casamento.
João 15:9-12 ―Para que vossa alegria seja completa.‖
144

1 Coríntios 13 ―O amor nunca falha.‖


Efésios 5:22-28 ―As esposas sejam submissas ...; os maridos amem..
Hebreus 13:4 ―Digno de honra entre todos seja o matrimônio.‖

Votos
A noiva e o noivo dão-se as mãos para a troca de votos. Tradicionalmente, eles se dão as mãos
direitas, mas você pode sugerir que segurem ambas as mãos, num gesto mais íntimo, Você poderia dizer:
―Agora, enquanto a noiva e o noivo se dão as mãos, convido os maridos e as esposas presentes a darem-se
as mãos e renovarem seus votos, ao os noivos trocarem os seus.‖ Segue-se o voto semelhante a um dos
seguintes:
Voto tradicional. - O ministro pergunta ao noivo: ―E agora, comprometendo-se solenemente
diante de Deus e na presença destas testemunhas, toma você, [nome completo do noivo], esta mulher,
[nome completo da noiva], como sua legítima esposa, para juntos viverem conforme as ordens de Deus no
santo estado do matrimônio? Você a amará, confortará, honrará e protegerá, na doença e na saúde, na
prosperidade e na adversidade; e, renunciando a todas as outras, conservar-se-á somente para ela, enquanto
ambos viverem? Assim o declara?‖
O noivo responde: ―Sim.‖
{263}

Então o pastor pergunta à noiva: ―Toma você, [nome completo da noiva], este homem, [nome
completo do noivo], como seu legítimo marido, para juntos viverem conforme as ordens de Deus no santo
estado do matrimônio? Você o amará, honrará e protegerá, na doença e na saúde, na prosperidade e na
adversidade; e, renunciando a todos os outros, conservar-se-á somente para ele, enquanto ambos viverem?
Assim o declara?‖
A noiva responde: ―Sim.‖
Em seguida, o pastor coloca a mão sobre as mãos unidas dos noivos, dizendo: ―Visto como [nome
completo do noivo] e [nome completo da noiva] consentiram em ser unidos pelos sagrados laços
matrimoniais e o testificaram diante de Deus e de todos os que aqui se acham presentes, comprometendo-se
a ser fiéis um ao outro, e o confirmaram unindo-se as mãos, eu, como ministro do evangelho, e pela
autoridade legal de , os declaro marido e mulher. O que Deus uniu, não o separe o homem.‖
Voto alternativo. - O pastor pergunta ao noivo: ―[Nome completo do noivo], toma esta mulher que
você tem pela mão como sua legítima esposa?‖
O noivo responde: ―Sim.‖
O pastor pergunta ao noivo: ―Promete solenemente, diante de Deus e destas testemunhas, ser para
ela um esposo fiel e amoroso, no brilho do Sol e nas sombras, nos ganhos e nas perdas, nas aflições e nas
vitórias, e conservar-se somente para ela, enquanto ambos viverem, de acordo com a sagrada ordem
divina? Assim o declara?‖
O noivo responde: ―Sim.‖
O pastor pergunta para a noiva: ―[Nome completo da noiva], torna este homem que você tem pela
mão como seu legítimo esposo?‖
A noiva responde: ―Sim.‖
O pastor pergunta para a noiva: ―Promete solenemente, diante de Deus e destas testemunhas, ser
para ele uma esposa fiel e amorosa, no brilho do Sol e nas sombras, nos ganhos e nas perdas, nas aflições e
nas vitórias, e conservar-se somente para ele, enquanto ambos viverem, de acordo com a sagrada ordem
divina? Assim o declara?‖ A noiva responde: ―Sim.‖
O pastor coloca a mão sobre as mãos unidas dos noivos, dizendo: ―Visto que você, [nome completo
do noivo], e você, [nome completo da noiva], assumiram esses compromissos de afeição e votos de
fidelidade, eu, como ministro do evangelho, por autoridade da Palavra de Deus, e segundo as leis deste
País, os declaro marido e mulher.‖
Voto pronunciado pelo casal. - O noivo para a noiva: ―Em nome de Deus, eu, [nome completo do
noivo], tomo você, [nome completo da noiva], para que seja minha legítima esposa, deste dia em diante, na
prosperidade
{264}
145

e na adversidade, na riqueza e na pobreza, na doença e na saúde, e para a amar e proteger, até que a morte
nos separe. Este é o meu voto solene.‖
A noiva para o noivo: ―Em nome de Deus, eu, [nome completo da noiva], tomo você, [nome
completo do noivo], para que seja meu legítimo marido, deste dia em diante, na prosperidade e na
adversidade, na riqueza e na pobreza, na doença e na saúde, e para o amar e proteger, até que a morte nos
separe. Este é o meu voto solene.‖
O pastor coloca a mão sobre as mãos unidas dos noivos e os declara marido e mulher.
Um problema nesse procedimento em que o casal pronuncia seus próprios votos, é que podem ficar
nervosos, com medo de esquecer as palavras, e não pensem em outra coisa durante a cerimônia. Eles
devem ser lembrados disso ao tomarem sua decisão quanto ao tipo de voto. Pode ser combinado que o
pastor ficará com uma cópia e a segurará de tal modo que os votos possam ser lidos pelo casal sem que os
outros o percebam.
Voto preparado pelo casal. - Às vezes, os noivos querem personalizar sua cerimônia e praticar a
criatividade, preparando seus próprios votos. Você deve orientá-los nesse processo, pois só tem o direito
legal e teológico de declará-los marido e mulher, se forem assumidos certos compromissos. Os votos
devem dizer que o compromisso é total e permanente. E deveria ser invocada a ajuda de Deus. Dê-lhes
cópias de votos tradicionais que sirvam de base ao prepararem seus próprios votos.
Recepção
Na recepção, cumprimente o casal, e então dirija o processo de assinaturas de confirmação do
casamento. (Em alguns lugares, isso faz parte da cerimônia na igreja.) Normalmente, o noivo e a noiva
assinam junto com as testemunhas. São tiradas fotos desses momentos.
Você é legalmente responsável pelo registro do casamento; portanto, deve guardar as devidas
cópias do documento assinado, para enviá-las às autoridades civis. Também seria bom entregar cópias ou
uma via do original aos noivos, como prova de seu casamento.

Se você quiser dar um presente, presenteie o casal com algo que seja usado no estabelecimento de
seu altar de família.
Os ministros adventistas não cobram taxas por casamentos ou quaisquer outras cerimônias.

Sugestões Adicionais
Antes da cerimônia. - Conserve cópias de cerimônias anteriores e coloque-as à disposição dos
noivos. Isso é mais fácil se você usar um computador.
{265}
Peça que a noiva e o noivo escrevam respostas a tais perguntas como:
―Por que você acha que esse é o momento certo para se casar?‖―Por que você acha que esta é a
pessoa ideal para você?‖―Como você gostaria que a cerimônia de casamento fosse lembrada pelos que
estiverem presentes?‖ Personalize a cerimônia incluindo alguns trechos do que eles responderam.
Ou, solicite que as famílias dos noivos escrevam um parágrafo sobre algum incidente que tenha
demonstrado como o noivo/a noiva é especial para eles. Partilhar algumas dessas palavras durante a
cerimônia fortalece o casal e individualiza o evento.
Durante a cerimônia. - A cerimônia do candelabro triplo é muito popular em algumas regiões. Um
candelabro com três velas é colocado atrás do ministro. No início da cerimônia, a pessoa encarregada
acende apenas as duas velas laterais. Durante a cerimônia, provavelmente entre os votos e a oração, o noivo
e a noiva removem, cada um de per si, uma das velas acesas. Juntos acendem a vela do centro e apagam a
que estavam segurando. Enquanto isso, o pastor pode dizer: ―Por isso deixa o homem pai e mãe, e se une à
sua mulher, tornando-se os dois uma só carne.‖ Gên. 2:24.
Uma variante é deixar as três velas apagadas. Em determinado momento da cerimônia, os pais dos
noivos se levantam e acendem a vela que cada mãe está segurando. As mães vão então à plataforma e
acendem as duas velas laterais do candelabro, retornam a seus lugares, e o casal continua da mesma forma
mencionada acima. Isso pode ser um vigoroso símbolo da união de duas vidas, ligando duas famílias, e da
criação de uma nova família separada dos pais.
146

A participação dos assistentes é bem limitada num casamento. Como mencionado anteriormente,
uma maneira de se incluir o auditório é repetir o Pai Nosso em uníssono. Assim cada pessoa presente
pronuncia uma bênção sobre a união. Outra opção é que o ministro se volte para a audiência, logo depois
dos votos e antes da declaração de casamento, perguntando: ―Todos vocês, que testemunharam esses votos,
prometem fazer tudo que estiver ao seu alcance para apoiar estas duas pessoas em seu casamento? Se sim,
por gentileza respondam: ‗Prometemos.‖
Um bom encerramento para a cerimônia, pouco antes que os noivos saiam pelo corredor central, é
que eles repitam, provavelmente após o ministro: ―Aonde quer que tu fores, irei eu, e onde quer que
pousares, ali pousarei eu; o teu povo é o meu povo, o teu Deus é o meu Deus. Onde quer que morreres,
morrerei eu, e aí serei sepultado(a); faça-me o Senhor o que bem Lhe aprouver, se outra coisa que não seja
a morte me separar de ti.‖ Rute 1:16 e 17.
No caso de tanto a noiva como o noivo já terem filhos que farão parte da nova família, inclua-os na
cerimônia de casamento. Em algum ponto, chame-os à plataforma, talvez para segurar as mãos do noivo e
da noiva.
{266}

O pastor pode dizer aos noivos: ―Estamos aqui para confirmar e para apoiar o desejo destas duas
pessoas de proverem um lar para [nomes das crianças] - um lugar em que possam encontrar segurança,
amor, afeto e as condições que os ajudem a crescer e amadurecer. Vocês assumem essa recém-criada
família como sua própria, e prometem amá-los e cuidar deles?‖ O noivo e a noiva respondem: ‗Sim,
prometemos.
Lembranças da cerimônia. - As assinaturas no livro de convidados e os presentes trazidos pelos
amigos se tomam lembranças do casamento. Uma inovação adicional seria escrever os votos num rolo de
pergaminho. Os noivos até podem ler seus votos no rolo. Depois da cerimônia, assinam seus nomes no
rolo, talvez junto com as assinaturas de sua família ou das testemunhas. O rolo e enrolado, amarrado com
uma fita especial, e o casal guarda-o como recordação.
Ou então, dê a cada um dos presentes uma bela folha de papel, ao entrarem. Se houver um
programa impresso, pode ser aproveitado um espaço em branco no mesmo. Imprima o seguinte pedido:
―Nós o (a) convidamos a partilhar uma palavra de estímulo, um conselho útil, ou um verso especial da
Bíblia, com o noivo e a noiva, ao começarem seu novo lar. Por favor, entregue esta parte ao(à)
recepcionista, na saída.‖ A cada aniversário do casamento, talvez o casal releia esses bilhetes, reviva a
cerimônia e sinta-se encorajado pelas lembranças de seus amigos.
{267}
Conclusão
―Os que com lágrimas semeiam, com júbilo ceifarão. Quem sai andando e chorando enquanto
semeia, voltará com júbilo, trazendo os seus feixes.‖ Salmo 126:5 e 6.

―Inflama-me, oh! inflama-me, Senhor! Não importa como,


Mas inflama meu coração em paixão pelo mundo;
Inflama-me para dar, para ir, mas principalmente para orar;
Inflama-me até que o Teu rubro pendão seja desfraldado
Por terras que ainda jazem em escuridão pagã,
Por desertos onde não se ergueu jamais a cruz.
―Inflama-me, oh! inflama-me, Senhor! Pois já posso ver
O glorioso dia de triunfo começar a raiar;
A madrugada já desponta no céu do Oriente.
Ó Igreja de Cristo, desperta! desperta!
Inflama-nos, Senhor, como arautos daquele dia!
A noite é finda, nosso Rei vem!‖
- Bessie Porter Head
{268}
147

Índice Geral {269}

Aconselhamento, 161 ordenação, 86


leigo, 163 pedra fundamental, 233
limitações, 161 unção, 247
no caso de crises, 162 Chamado, 17
Admissão, cerimônia de, 95 ao serviço, 18
diaconisas, 96 a sacrifício, 19
ministros comissionados, 95 capacitação pessoal, 19
Admissão em um novo distrito, 241 de Cristo, 17
dificuldades de transição, 241 designação divina, 17
programa de boas-vindas, 244 privilégio, 17
suavizando a transição, 242 relacionamento com Cristo, 18
Alimentação, 36 Classe bíblica, do pastor, 130, 131, 136
Alugar a igreja, 188 Código de ética, 50
Amar as pessoas, 27 Colocação na Obra, 52
Amizades, 29 Comissão da igreja, 111
Ancião, local, 30,46, 71, 94, 111, 112, 114, Comissão de nomeações, 121
120, 123, 124, 131, 136, 140, 141, 143, 157, Comissões, 111
173, 178, 194, 201, 213, 218, 244, 247, 251 Comunhão, cerimônia da, 213
Anuário da igreja, 167 Ceia do Senhor, 217
Aparência pessoal, 39 importância, 213
deve atrair para Cristo, 39 lava-pés, 216
deve passar despercebida, 40 problemas, 214
é importante, 39 quem oficia, 215
Aposentados, 73 quem participa, 213
Apostatados, 128 receitas, 220
Associações, ajudam os pastores, 66 sermão, 215
cooperação, a chave, 67 sugestões adicionais, 219
organização é necessária, 65 Comunhão da igreja, 165
os pastores ajudam as, 66 comunicar-se com os membros, 165
relacionamento com, 65 disciplina, 174
Autoridade, delegar, 109, 117, 120 eventos sociais, 172
Avaliação, 57, 108 opções adicionais, 172
Batismo, 193 pequenos grupos, 169
antes do, 195 unidade, 165
aprovação da igreja, antes, 131 Comunidade, relacionamentos com a, 30
auxiliares, 195, de crianças, 132 Conquista de almas, 127
depois d0, 198 Corais, 143
durante o, 197 Credenciais, 72
exame e recebimento, 196 aposentados, 73
importância do, 193 a quem conferir, 73
obediência antes, 129 estagiários, 75
tanque batismal, 195 instrutor bíblico, 75
vestes para o, 196 ministerial, 74
Bênção para o lar, 236 ministro comissionado, 74
leitura sugestiva, 239 propósito, 72
poemas, 238 tipos de, 74
programa, 236 vencidas, 73
propósito, 236 Crescimento da igreja, 127
quem oficia, 236 buscando novos membros, 127
Boletim da igreja, 165 firmando novos membros, 133
Campanhas da igreja, 183 obediência antes do batismo, 129
Carta de transferência, 70 plano de companheirismo, 134
Casamento, 250 pondo os novos membros a trabalhar
aconselhamento pré-matrimonial, 255 136
cerimônias impróprias, 253 preparando novos membros, 129
ensaio, 256 Crescimento profissional, 57
entrega da noiva, 260 como crescer, 57
lembranças da cerimônia, 266 onde crescer, 57
não permitidos na igreja, 253 por que crescer, 57
normas congregàcionais, 254 Crianças, ver dedicação de, 200
normas denominacionais, 251 Culto Divino, 138
ordem da cerimônia, 257 crianças, 140
148

planejamento, 255 é um encontro, 138


quem oficia, 251 ordem do, 148
recepção, 264 partes do, 140
requisitos legais, 250 propósito, 138
sermonete, 261 Dedicação de crianças, 200
sugestões adicionais, 264 biblicamente apropriada, 200
uso da igreja, 254 dirigindo a cerimônia, 202
votos, 262 leituras responsivas, 204
Cerimônia de ordenação planejamento, 201
anciãos e diáconos, 94 sugestões adicionais, 206
ministros, 86 Dedicação da igreja, 207
Cerimônias fim de semana especial, 211
admissão em um novo distrito, 241 folheto, 211
batismo, 193 inauguração da igreja, 212
bênção para o lar, 236 leitura respons iva, 210
comunhão, 213 ordem da cerimônia, 207
dedicação de crianças, 200 Departamentos, da associação, 66, 123
dedicação da igreja, 207 dedicação de crianças, 204
funerais, 222 dedicação da igreja, 210
Descanso, 37 na votação de novos membros, 197
Descrição do trabalho, do pastor, 83 Liberdade, organização limita, 67
Diaconisas, 96, 217 Liderança da igreja, 107
Diáconos, 94, 157, 217 comissões, 111
Dinheiro e finanças pessoais, 42 estabelecer objetivos, 110
Dissolução de igrejas, 102 estilo de liderança, 109
por disciplina ou apostasia, 103 liderança versu.s prepotência, 107
por perda de membros, 102 líderes como servos, 107
Distritos grandes, 124 presidindo comissões, 112
Dons espirituais, 116 princípios de administração, 108
Edifício da igreja, 185 Limitações, conhecer, 60
Educação cristã, 189 Livro de praxes, da Associação Gemi, 69
importância, 189 Manual da Igreja, autoridade, 69
sugestões práticas, 189 Membros como ministros, 116
Empossar, oficiais da igreja, 121 cada membro um ministro, 116
Enfermos, oração pelos, 247 escolhendo líderes leigos, 119
Esgotamento, 37, 119 motivando voluntários, 118
Esposa do pastor, 45 treinando membros, 122
Estagiários, 51, 75, 84 Membros disciplinados, 70, 174
Estresse, 37 Membros inativos, 128
Etica pastoral, 50 Membros novos, firmar, 133
código de ética, 50 {271}
e a lei, 56 Membros, transferência de, 70
e colegas de ministério, 51 Métodos devocionais, 24
e posição na Obra, 52 Ministro, O, 15
racial, 52 e a igreja local, 105
sexual, 53 e a Igreja Mundial, 63
Evangelismo, 127 e as cerimônias especiais, 191
Exemplo cristão, 60 Ministros comissionados, 95
disposição para admitir erros, 61 Ministros disciplinados, 79
na condição humana, 60 Ministros não adventistas 30, 52
ser o que se ensina, 60 Motivar voluntários, 118
Exercício, 37 Música, 141, 254
Finanças da igreja, 179 Normas da igreja, 69
administrando o dinheiro, 181 Manual da Igreja, 69
espirituais, 179 Livro de Praxes da AG, 69
Finanças pessoais, 42 transferência de membros, 70
Formação espiritual, 21 Novos membros, firmar, 133
barreiras à espiritualidade, 22 Objetivos, 32, 110
essencial à coragem, 22 Oração, 25, 37
essencial à liderança, 21 Oração no culto, 143
essencial à pregação, 22 Oração pelos enfermos, 247
essencial à conquista de almas, 21 preparativos para a cerimônia, 247
métodos devocionais, 24 programa da cerimônia, 248
primazia da espiritualidade, 21 quando recomendar a unção, 247
149

Funerais, 222 quem oficia, 247


antes da cerimônia, 222 Orçamento da igreja, 181
ao lado da sepultura, 229 Ordem da cerimônia
cerimônia típica, 224 bênção para o lar, 237
encomendação, 229, 230 casamento, 257
enlutados, ministrando aos, 231 comunhão, 217
exposição do corpo, 223 culto divino, 148
ordem da cerimônia, 225 dedicação de crianças, 202
palavras finais, 230 dedicação da igreja, 207
quem oficia, 223 funerais, 225
sermão, 225 ordenação, 87
sugestões adicionais, 230 organização de novas igrejas, 98
textos bíblicos, 226 pedra fundamental, 234
Hospitais, visitação a, 158 recepção pastoral, 244
Igreja, ver comunhão da, 165 unção, 248
Igreja, ver crescimento da, 127 Ordenação, 77
Igreja, edifício, 185 autorizando, 80
dedicação da, 207 declaração, 77
social, 172 de não pastores, 81
Igrejas novas, organização, 97 exame para, 83
Instalações da igreja, 185 não como recompensa, 81
aluguel, 188 para o ministério, 78
localização, 185 para serviço especial, 77
manutenção, 188 pastores conversos, 83
planta, 186 qualificações para, 79
Instrutores bíblicos, 75 responsabilidade da, 80
Jornaizinho da igreja, 166 significado da, 78
Lar, 45 Ordenação, cerimônia de, 86
bênção para o, 236 admissão, 95
Lava-pés, 216 anciãos e diáconos, 93
Leitura, 25 boas-vindas, 91
Leitura da Bíblia, 145 boas-vindas à esposa, 91
Leituras responsivas envolvimento da esposa, 86
ao empossar oficiais da igreja, 121 envolvimento do auditório, 86
bênção para o lar, 239 antes da unificação, 100
boas-vindas ao pastor, 245 depois da unificação, 101
comunhão, 219 reunião de unificação, 101
ministerial, 86 Vestuário, 39
oração, 88 Vida familiar, pastoral, 45, 241
ordem da cerimônia, 87 ministério começa no lar, 46
recomendação, 88 receita para uma família feliz, 47
sugestões adicionais, 93 vantagens das famílias de pastores, 49
Ordenação ministerial, 86 Visitação, 154
Organização, necessária, 65 a hospitais, -158
Organização de novas igrejas, 97 leiga, 157
cerimônia de, 98 pastoral, 154
como começar novas igrejas, 97 Unção, 247
necessidade de novas igrejas, 97 preparativos, 247
preparação para organizar, 98 programa da cerimônia, 248
Orgulho, 60 quando recomendar, 247
Pastor quem oficia, 247
classe bíblica do, 130, 136 Unidade, 165
descrição do trabalho do, 83 Unificando igrejas, 100
Ver Ministros Vocação ministerial. Ver Chamado
Pastor de pastores, 22, 29, 38
Pastoreando grandes distritos, 124
reuniões trimestrais, 126
três segredos para o êxito, 124
Pastores
filhos de, 45
Pedra fundamental, 233
lançamento da, 235
ordem da cerimônia, 234
planejamento, 233
150

Pequenos grupos, 169


Poemas
bênção para o lar, 238
formação espiritual, 26, 267
funerais, 228
ordenação ministerial, 90
Posição na Obra, 52
Pregação, 22, 27, 40, 118, 146
Prioridades, 23, 34
Processos contra a igreja, 56
{272}
Promoção, campanhas, 183
Raça, 52, 165
Relacionamento, com a associação, 65
Ver Associações
Relacionamentos interpessoais, 27
amar as pessoas, 27
amizades íntimas, 29
impacto no ministério, 27
relacionamentos com a comunidade,, 30
Reunião administrativa, 111
Reunião de oração, 152
aumentar a freqüência, 152
importância, 152
Santa Ceia. Ver Comunhão.
Saúde pessoal, 36
saúde física, 36
saúde psicológica, 37
Sexo e ética, 53
Social, igreja, 172
Tempo, administração do, 32
sugestões para poupar, 32
tirania do, 32
Textos bíblicos
bênção para o lar, 238
casamento, 262
comunhão, 215
dedicação de crianças, 202
dedicação da igreja, 208
funerais, 226
pedra fundamental, 235
unção, 249
visitação hospitalar, 159
Transferência de membros, 70
Transição, dificuldades de, 241
suavizando a, 242
Treinar os membros, 125, 129

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