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Todas as citações bíblicas foram extraídas da Nova Versão Internacional (NVI), ©2001,
publicada por Editora Vida, salvo indicação ao contrário. Todos os grifos são dos autores.
1a Edição: 2017
números CDD-números
Índice para catálogo sistemático
1. Missões : sustento missionário numerozinhos
Dedicado a meus amigos
e colegas de trabalho:
SCOTT MORTON
The Navigators
ELLIS GOLDSTEIN
Cru, o ministério da Cruzada Estudantil
nos Estados Unidos
DONNA WILSON
InterVarsity Christian Fellowship
BETTY BARNETT
JOCUM
MIKE RIGGINS
North American Mission Board (SBC)
&
Vários outros homens e mulheres fiéis que têm
ajudado pessoas a cumprir a Grande Comissão,
treinando gerações de obreiros em como iniciar o
ministério e levantar seu sustento pessoal.
“Oh, Deus, para a Tua glória,
enche as nações com obreiros
espiritualmente sadios,
visionários e com sustento completo,
para que cumpram a Grande Comissão.”
“Quando clamei,
tu me respondeste;
deste-me força
e coragem.”
Salmo 138.3 – NVI
CONTEÚDO
PREFÁCIO 15
PARTE 1: PODE IR! 17
1. O Botão 19
2. Os Maiores Obstáculos 27
3. 100% em 100 Dias 35
4. Novos Paradigmas 41
5. Aposte Tudo 49
APÊNDICES 289
1. Catorze Tarefas para os Primeiros Trinta Dias 293
2. 100 Dias de Devocionais Sobre Sustento 299
3. Estudos Bíblicos Sobre Sustento 303
4. Deus: Proprietário e Provedor 305
5. Exemplos Bíblicos de Custeio Ministerial 307
6. Entendendo Seus Parceiros Ministeriais 311
7. Semelhança com Cristo na Busca por Sustento 315
8. Planilhas para Levantamento de Sustento 317
9. Levantamento de Sustento em Comunidades Negras Americanas 331
10. Levantando Sustento em Outros Países 337
11. Cinco Princípios para Levantar Fundos para Organizações
Junto a Doadores Significativos 339
12. Acessando a Rede “Negócios Como Missão”: Sua Próxima
Geração de Parceiros Ministeriais 343
13. Levantamento de Sustento e Suas Emoções 345
14. Mídia Social: Conheça Suas Limitações ou Ela o Limitará 349
15. Recursos Disponíveis para o Levantamento de Sustento 353
PODE IR!
Jesus preparou o caminho e abriu a porta.
Vamos entrar juntos.
1
O Botão
Ser o filho de um homem de negócios em Dallas, no Texas, teve suas vantagens
e desvantagens. Meu pai enfrentou a chamada Grande Depressão, o que o
levou a inculcar nos três filhos a perspectiva de vencer pelos próprios esfor-
ços. Eu era o filho do meio. Trabalhar duro, suprir a família e se aposentar
cedo foram os valores que ele exemplificou com sua vida. Meus diligentes
irmãos se especializaram no mundo dos negócios com o alvo de ficarem
milionários até os trinta anos. Todos nós presumimos que eu seguiria a
tradição de buscar o mundo do trabalho para alcançar o “sonho americano”
e sua segurança financeira. Mas eu conheci a Cristo e me senti chamado ao
ministério de tempo integral. Depois de quatro anos ministrando a jovens
universitários na igreja, eu estava pronto para começar uma organização de
ministério no campus universitário e, é claro, levantar meu próprio sustento.
No começo, meu pai e eu tivemos que vencer a norma social de que
buscar sustento é uma forma disfarçada de mendicância. Outro fator que
atrapalhava era observar muitos ministros cristãos sem sustento, que mais
pareciam nômades maltrapilhos. Naqueles dias, quando minha filosofia
sobre levantar sustento estava em formação, eu certamente teria aprovei-
tado muito um livro como este. Porém, como eu só tinha um chamado do
Senhor e uma visão ministerial, fiz um levantamento das minhas “posses”:
dinheiro para um mês e meio, uma esposa grávida, três filhos pequenos,
muitas contas a pagar e, para ser modesto, uma profunda e esmagadora
sensação de urgência.
20 PEÇA A DEUS // PARTE 1: PODE IR!
Desde 1986, minha família tem vivido e ministrado por causa da gene-
rosidade e dos constantes investimentos de outras pessoas que acreditaram
em Deus e em nós. Ao olhar para trás, posso dizer que não queremos vi-
ver de outra forma. Mas agora, minha empolgação é por você. É você que
está para entrar num dos períodos mais desafiadores da sua vida. Levantar
sustento não vai limitá-lo nem atrasá-lo; vai liberá-lo! Talvez sua vida e mi-
nistério nunca mais serão os mesmos. Quer você seja um novato no levan-
tamento de sustento ou um veterano em busca de uma “reciclagem”, espero
poder ajudar. Se você estudar bem este material e aplicá-lo diligentemente,
não há por que você não ir logo para o campo missionário, com todo o
sustento de que precisa.
e noite. Aceite, porém, o fato de que você está na primeira linha de uma
maratona: a tediosa e constante tarefa de construir e manter uma equipe
saudável e duradoura de parceiros de ministério.
Se você quer ser bem-sucedido em levantar
sustento para o seu ministério, e por que não, para
“A vontade de vencer
não é nada até que a vida, você precisa fazer o que é necessário. A ma-
você tenha vontade de neira de você abordar esse processo afetará sua vida,
se preparar.” ministério, casamento e família. Estabeleça pa-
Um campeão da drões elevados para si mesmo. Os dividendos serão
Maratona de Boston surpreendentes, se você estiver disposto a investir
sua própria vida agora, e de modo pleno!
resistência e o engajamento. Não se sinta só. O Senhor está com você. Pedir
que Deus opere em seu favor antes, durante e depois de cada encontro afe-
tará profundamente você e a pessoa com quem você conversar.
O PEDIDO DIVINO
Tom Stickney e eu conversamos bastante sobre levantar sustento.
Na época, ele estava lutando por isso na base da sua missão, no Quênia.
Stickney tem alcançado universitários do leste da África por anos. Quando
ele começou a compartilhar comigo sua perspectiva, eu me senti desafiado.
Ele disse, “Eu fui chamado para ser fiel, mas não é minha tarefa levantar os
recursos. É tarefa de Deus. Meu chamado, meu ministério, a pessoa a quem
peço, os recursos dela, tudo é de Deus. Por isso, quando vou me encontrar
com alguém para tentar levantar recursos, lembro a mim mesmo que não é
um pedido do Tom. Antes, é um pedido divino”. Fascinante! Eu nunca con-
segui tirar da cabeça essa ideia com relação a sustento. Em cada encontro
marcado, há três pessoas presentes: você, seu possível mantenedor e Deus.
E é assim que o esquema se desdobra.
O PAPEL DE DEUS
Minha conversa com Tom Stickney seguiu a mesma linha: “Não sou eu
pedindo que a pessoa contribua, é Deus quem pede”, ele compartilhou. Se
o Senhor decidir relocar as porções e mover alguns recursos da conta da
pessoa para a minha, é decisão dEle. É por isso que eu não preciso ficar ner-
voso diante de um encontro, nem me sentir derrotado ou rejeitado quando
a pessoa decide não contribuir.”2
Confiar no poder de Deus pode exercer sobre nós um efeito tranqui-
lizador. É Deus quem está no controle de todo o processo. Não se trata
apenas de uma pessoa pedindo dinheiro a outra. Trata-se da vontade e de-
cisão soberana de Deus ao transferir Seus recursos de um lado para outro,
da forma que Ele quiser. Ele sabe exatamente a quantia que reservou para
a humanidade como um todo, e para cada pessoa individualmente, tostão
2
De um e-mail que troquei com Tom Stickney em 12 de novembro de 2012.
O BOTÃO 25
por tostão. Como qualquer outro investidor, Ele também está buscando
o melhor “retorno sobre investimento”. O Senhor é totalmente capaz de
colocar em nossa conta a quantia certa, no momento certo, para financiar
as despesas certas.
O BOTÃO
Infelizmente, a maioria dos obreiros cristãos não sabe nada sobre esses
princípios. Você não faz ideia o que os crentes, em sua sinceridade, chegam
a cogitar para levantar sustento. Eles sonham com um tio-avô que morre
de repente e deixa para eles milhões, ou vão escondidos a casas de apostas,
apostar na loteria. “Pronto, levantei meu sustento!” Não quero nem falar
daqueles que já foram a cassinos e apostaram no jóquei.
E você? Qual a sua situação ideal? Se você pudesse apertar um bo-
tão mágico para fazer entrar em sua conta um salário completo todos os
meses, até o final da vida, você apertaria? Imagine que assim você poderia
se concentrar apenas em Deus e no ministério, sem ter que gastar tempo
e dinheiro com viagens, encontros, informativos, etc. A resposta é óbvia;
qualquer pessoa em sã consciência apertaria o botão, certo? Eu já fiz essa
pergunta a milhares de obreiros cristãos; cerca de 95% deles deram um sor-
risinho e levantaram a mão, prontos para apertar o botão ao menor sinal do
apresentador de TV. Minha oração, porém, é que, quando você acabar de ler
este livro, sua real escolha não seja apertar o botão, mas juntar-se à fileira dos
convictos que não querem viver nem ministrar de outra forma.
Isso está tão arraigado em mim que já não tenho vontade de ir a lugar
algum sem saber que posso contar com a minha equipe de apoio. De fato,
eu tenho medo de começar qualquer empreendimento ministerial sem eles!
Eu não sou tolo. Eu preciso das orações deles. Preciso do seu encorajamen-
to. Preciso prestar contas a eles. E me recuso a trocar o levantamento do
meu próprio sustento por qualquer quantia em dinheiro que seja, ou por
uma suposta “segurança”. Se você também consegue chegar a essa mesma
conclusão e convicção, creio que você sempre terá sucesso em levantar seu
sustento.
2
Os Maiores
Obstáculos
Desde que eu e minha esposa nos casamos, temos recebido alunos universi-
tários para morar conosco. Nossa estratégia sempre foi comprar ou cons-
truir uma casa bem grande perto de um grande campus e escolher a dedo
rapazes ou moças cristãos para morarem com nossa família. O motivo?
Queremos investir nesses universitários para treiná-los como obreiros para
o cumprimento da Grande Comissão. Quando o Filho de Deus visitou a
terra, de coração partido Ele clamou: “A colheita é grande, mas os trabalha-
dores são poucos” (Mt 9.37).
Nossa percepção, por vezes, é de que as pessoas não são espiritual-
mente responsivas, mas esse versículo afirma exatamente o oposto. As
pessoas estão perdidas e necessitando desesperadamente da verdade. A
solução é mais trabalhadores: indivíduos que assumirão a responsabilida-
de pessoal de ceifar essa vasta colheita e completar a tarefa da evangeli-
zação mundial.
O MAIOR OBSTÁCULO
Se a maior necessidade são mais trabalhadores, qual o maior obstáculo
para que essa necessidade seja suprida? Em minha experiência ao longo dos
anos, a barreira mais comum para se levantar obreiros cristãos de tempo in-
tegral são questões financeiras. Dr. Ralph Winter, fundador do U.S. Center
for World Mission, calculou que todo mês, mais de 20.000 americanos
28 PEÇA A DEUS // PARTE 1: PODE IR!
É A SUA VEZ
Scott Morton, dos Navigators, afirma: “Se você não identificar espe-
cificamente seus obstáculos a levantar 100% do seu orçamento, você irá
sabotar aquilo que Cristo quer fazer, e correrá o risco de desenvolver um
planejamento financeiro descuidado.”5 E quanto a você? Pense em alguns
3
Essas duas estatísticas foram tiradas de uma citação do doutor Ralph Winter, em 1985.
Quando dou palestras nos Estados Unidos, tomo a liberdade de arredondar o número de entre-
vistados para 20.000 por causa do significativo crescimento populacional, bem como do número
de agências e organizações missionárias e oportunidades.
4
De um e-mail que troquei com George Verwer em 2009.
5
Scott Morton, Funding Your Ministry (Colorado Springs, CO: NavPress, 2007), p. 5.
OS MAIORES OBSTÁCULOS 29
PERSONALIDADE
“Eu sou uma pessoa calada, introvertida. Não sou do tipo ‘vendedor
ambulante’, e é por isso que eu não consigo.”
ATITUDE
“Eu não estou tão certo de que Deus é grande o suficiente ou de que
eu e minha família merecemos levantar todo esse dinheiro. Eu me sinto um
coitado.”
FALTA DE CONTATOS
“Eu moro numa cidade pequena, faço parte de uma igreja pequena e
não conheço muitas pessoas. Não vou conseguir.”
MEDO
“Se eu pedir dinheiro a alguém, vou afetar totalmente minha amizade
com a pessoa. Tenho medo de ser rejeitado.”
POUCO TREINAMENTO
“O único treinamento que recebi na área de levantar sustento foi uma
breve palestra sobre como escrever cartas circulares, além de um modelo de
formulário para mandar às pessoas a cada três meses. Eu não sei por onde
começar!”
NÃO SE SINTA SÓ
Victor Hugo, famoso ativista francês e autor de Os Miseráveis, escreveu,
“O futuro tem muitos nomes: para o preguiçoso ele chama-se Impossível.
Para o medroso, é o Desconhecido. Mas o corajoso o abraça dizendo: ‘Este
é meu Desafio’”. As pessoas levantam todo tipo de motivo para dizer a si
mesmas e aos outros por que não vão conseguir levantar sustento. Leia,
como exemplo, este anúncio:
30 PEÇA A DEUS // PARTE 1: PODE IR!
Se você visse esse anúncio numa revista cristã, daria risada e checaria
para ver se não era 1o de abril. Você riria da “empolgante oportunidade”,
achando que ninguém em pleno juízo atenderia a um anúncio tão ultrajan-
te. Mas sabe de uma coisa? Você atendeu.
Você atendeu a esse anúncio aparentemente insano e enganoso. Troque
a palavra “pastor” por missionário, capelão ou qualquer outra função que
você ocupe, e veja como o anúncio descreve o caminho que você escolheu.
Mas não se sinta só. Milhares de outras pessoas já passaram por isso. Só
porque você é o primeiro da sua família ou igreja a levantar o próprio sus-
tento não quer dizer que você é uma aberração.
Nossa cultura pode tentar nos empurrar para um emprego ou ministé-
rio “de verdade”, que pague um salário de verdade, mas a ideia de obreiros
cristãos recebendo um salário garantido todo mês é um conceito predomi-
nantemente ocidental e denominacional dos últimos cem anos. A massa de
obreiros cristãos que trabalham em tempo integral pelo mundo todo são
missionários que vivem “por fé”. Em outras palavras, eles não recebem um
lindo comprovante de pagamento a cada mês. Em vez disso, vivem e minis-
tram sustentados pelas constantes ofertas que recebem de outras pessoas.
misericórdia de Deus é nova a cada manhã. Sou muito grato ao Senhor, por
me permitir começar de novo todos os dias.
Assim, quaisquer que tenham sido as burrices ou negligências que
você já cometeu com um mantenedor, não se desespere. Talvez você precise
procurar novamente mantenedores de quem você realmente não gostava,
com quem não se correspondeu devidamente ou de quem se aproximou de
maneira mais impessoal, e apenas dizer: “Lamento não ter dado a você o
devido valor. Você me perdoa? Percebi isso depois que recebi uma instrução
melhor de como me relacionar com meus mantenedores; é por isso que, de
agora em diante, quero tratar você como um valioso parceiro de ministério.
Você está disposto a me dar uma segunda chance?” Você vai se surpreender
como eles podem ser perdoadores!
Imagine se o diabo pudesse achar uma brecha na sua vida nesse frágil
momento de decisão. E se ele pudesse impedir você de conseguir 100%
do seu sustento e perseverar no ministério? Pense em quantas vidas você
não alcançaria para Cristo, porque o inimigo conseguiu colocar você “para
escanteio”. É por isso que você deve “guarda[r] o coração, porque dele pro-
cedem as fontes da vida” (Provérbios 4.23 – ARA, grifo nosso). Se eu não
mantiver minha mente e meu coração fixos no amor e no poder de Cristo,
serei uma vítima, em vez de vencedor. Não se engane. A força da sua ca-
pacidade de levantar sustento com as pessoas está diretamente ligada ao seu
relacionamento particular com Deus.
Andrew Knight, um professor de captação de recursos da Cruzada
Estudantil, confessa, “Diremos a nós mesmos qualquer coisa que nos im-
peça de levantar sustento, até uma mentira. Porém, essas mentiras vêm de
Satanás. João 8.44 ensina que ele é ‘mentiroso e pai da mentira’. Vamos
combater esse pensamento substituindo a informação falsa por conteúdo
correto. Adote uma mentalidade baseada em Romanos 12.2: ‘Não se amol-
dem ao padrão deste mundo, mas transformem-se pela renovação da sua
mente, para que sejam capazes de experimentar e comprovar a boa, agra-
dável e perfeita vontade de Deus’”.8 Em última análise, cabe a nós deixar a
verdade ou a mentira nos controlar e determinar nosso destino.
Se você decidir começar essa jornada sozinho, você provavelmente se
tornará uma “baixa”, na sua vida com Deus e no levantamento do seu sus-
tento. Em 1792, quando William Carey estava para dedicar toda sua vida à
Índia, o famoso missionário inglês recrutou seus melhores amigos crentes
para sustentá-lo. Ele disse: “Eu desço até o fundo, se vocês segurarem firme
a corda”. Ele estava disposto a dar sua vida para alcançar os perdidos, caso
sua equipe de sustento orasse, contribuísse e se comprometesse a enviar car-
tas de encorajamento. Foi isso que aconteceu, e o resultado dessa parceria
foram quarenta anos de grande impacto.
É óbvio que a necessidade é grande. Os obstáculos são significativos. As
desculpas são muitas. O inimigo espreita. Ao longo da jornada, você passará
por muitos momentos de solidão, quando pensará em desistir. No fim, tudo
se resume a você e Deus, e às respostas que você dará às perguntas: Jesus
é o Senhor da sua vida? Foi Ele quem chamou você para essa obra? Você
dependerá da força do Senhor para se levantar, seguir em frente e assumir
a equipe de sustento completa e saudável que o Senhor quer lhe confiar?
8
CoSTART Manual for Support Raising, por Andrew Knight, p. 8.
OS MAIORES OBSTÁCULOS 33
“[A]quele que está em vocês é maior do que aquele que está no mundo” (1Jo
4.4). Para essa grande tarefa, você vai precisar fazer o pedido divino.
3
100% em
100 DIAS
Certa vez fizemos uma pesquisa informal com as cem maiores agências missio-
nárias do mundo. A pergunta era, “Quanto tempo levaria, em média, para
a sua equipe levantar 100% do próprio sustento?”9 A resposta variava entre
um ano e meio a dois anos.
Quando falo desse prazo enorme nos Estados Unidos, pergunto tam-
bém, “E quanto a você? Você gostaria de passar um ano e meio a dois anos da
sua vida levantando sustento?” A resposta é sempre um sonoro “não”. Então,
quem é responsável por criar a longa e autoimposta aflição de levantar sus-
tento? Ela normalmente começa quando o missionário recém-chegado na
agência pergunta a seu supervisor: “Quanto tempo normalmente demora
para alguém levantar sustento?”. Sem levar em conta que a pessoa se en-
contra num frágil momento de decisão, o experiente veterano responde, in-
diferente: “Humm… cerca de um ano e meio”. Com esse prazo firmemente
consolidado em sua alma, aquele novato vai cuidadosamente diminuir o
ritmo a fim de não fugir da regra!
Por outro lado, muitos dos que passam pelo nosso treinamento ficam
chocados quando sugiro que eles podem conseguir 100% do sustento em
100 dias. Quando o rei Artaxerxes perguntou a Neemias quanto tempo ele
9
Durante as conferências missionárias Urbana, realizadas pela InterVarsity Christian Fellowship
em 2003, 2006 e 2009, membros da equipe BodyBuilders foram de estande a estande fazendo
essa pergunta ao representante das agências missionárias. Podemos notar algum progresso, pois
na primeira conferência, a resposta chegava a quase dois anos, e em 2009 a um ano e meio.
36 PEÇA A DEUS // PARTE 1: PODE IR!
TOMANDO A FRENTE
Eu não sei quanto tempo normalmente sua equipe leva para levantar
todo o sustento de que ela precisa, mas gostaria de ao menos concordar que
não adotássemos um ano e meio a dois anos como padrão. E se você que-
brasse o paradigma em sua agência missionária? E se você estabelecesse um
novo ritmo ao buscar com diligência e paixão o alvo de conseguir todo seu
sustento em três, seis ou nove meses, em vez do longo e cômodo prazo de
um a dois anos? Deus poderia usar você para revolucionar toda sua organi-
zação missionária e traçar um novo rumo para o seu ministério!
Você acredita que Deus deseja que os obreiros cristãos vão logo para o
campo missionário, e com sustento completo? Você pode estar pensando,
“Talvez… mas 100% em 100 dias?”. Não fique chocado. O pastor Steven
Furtick afirma, “Se o tamanho da sua visão não o intimida, há grande chan-
ce de ela ser um insulto a Deus”.11 Por isso o meu desafio de você completar
10
Para mais informações sobre como fazer a transição de se dedicar parcialmente a levantar sus-
tento até todo seu tempo (e ainda pagar suas contas), leia o capítulo 22 do meu livro ViewPoints:
Fresh Perspectives on Personal Support Raising. O capítulo se chama Full or Part-time Support
Raising: Which Approach ir Right for You? (Levantar Sustento em Tempo Parcial ou Integral: qual
a melhor abordagem para você?).
11
Steven Furtick, Sun Stand Still: What Happens When You Dare to Ask God for the Impossible
(Random House Digital Inc., 2010), p. 7.
100% EM 100 DIAS 37
essa tarefa em 100 dias não é nenhum truque, mas também não é garantido.
Alguém pode lhe dizer que 100% em 100 dias é impossível, mas para Deus
nada é impossível.
Mesmo assim, não posso dizer que você falhou caso leve mais do que
100 dias. Compartilho esse conceito para esticar sua fé e oferecer outro
padrão para seus alvos de oração e busca por sustento. Você pode optar por
duzentos ou até trezentos dias para levantar tudo o que precisa. Isso não
é necessariamente ruim, pois o mais importante é fazer como Neemias e
definir uma data para começar e para terminar – por você mesmo e por seu
mantenedor.12 Obviamente, aqueles que estão arrecadando quantias maio-
res ou levantando sustento em tempo parcial vão levar mais tempo. Apenas
não deixe que aquilo que as pessoas chamam de tempo “normal” controle
você. Quebre o paradigma. Deus irá à sua frente.
Acredite ou não, conheço alguém que conseguiu 100% do sustento em
duas semanas! “Como?”, você pode perguntar. Essa pessoa marcou setenta
encontros em duas semanas! Na verdade, ninguém lhe deu uma resposta
negativa! Você lhe diria “não? Se você soubesse de alguém tão organizado,
tão dedicado, tão responsável e esforçado, você não se sentiria motivado a
investir nessa pessoa? E não se engane: A maneira de alguém lidar com o
levantamento do próprio sustento é um grande indicador de como ela vai
conduzir seu ministério.
Novos
PARADIGMAS
Não é de admirar que Kate não conseguia levantar todo seu sustento. Cada vez
que ela pegava no telefone para fazer uma ligação marcando uma conversa,
uma tempestade de dúvidas inundava sua mente. Ela tinha certeza que a
pessoa não aceitaria sentar para conversar, e imaginava uma lista de razões.
Ela se achava demasiadamente jovem, inexperiente e tímida. Ela era uma
administradora, não uma missionária de campo. Ela não tinha se formado
na faculdade, nem estudado num seminário. As pessoas sabiam que seus
pais tinham dinheiro e poderiam bancá-la. Sua reputação antes de se tornar
cristã a atormentava constantemente. Ela tinha sérias dúvidas se era bíblico
pedir sustento, e ninguém tinha tirado um tempo para mostrar a ela como
fazê-lo. Ela se sentia totalmente inadequada.
Assim como Kate, todos nós temos uma música triste, que começa a
tocar no fundo da nossa mente quando pensamos em levantar sustento.
Essas melodias nos enfraquecem, e por isso precisam ser substituídas por
outras mais novas e saudáveis. Quer você seja um veterano em levantar
sustento ou esteja ainda no estágio inicial de considerar o ministério de
tempo integral, você pode ser tentado a “ligar o som” e ouvir as músicas
erradas. Eu entendo. A decisão de simplesmente começar, e sair em bus-
car de sustento é enorme. Às vezes, ajuda adotar um novo paradigma, um
novo padrão ou modelo de ação. É hora de você se comprometer a permi-
tir que as verdades das Escrituras deem forma a esse novo paradigma, no
42 PEÇA A DEUS // PARTE 1: PODE IR!
DÊ UM SALTO DE FÉ
O escritor e sociólogo Tony Campolo fez uma pesquisa com um grande
número14 de pessoas de mais de noventa e cinco anos, na qual perguntou: se
você pudesse refazer sua vida, o que faria diferente? Uma das três respostas
mais frequentes era que aqueles idosos teriam assumido mais riscos. Ao re-
fletir sobre isso, decidi que não queria um dia olhar para trás e lamentar que
fui cauteloso demais e que fiquei no camarote vendo outras pessoas darem
o máximo de si, enquanto eu não fiz o mesmo.
Dar um passo de fé para levantar seu sustento poderá transformar sua
vida para sempre, e certamente estabelecerá um precedente. John Eldredge,
em seu excelente livro Dare to Desire, compartilha: “Deus engendrou o
mundo para que só funcione quando abraçamos o risco como tema da nos-
sa vida, quando vivemos por fé. Todas as nossas tentativas de encontrar uma
vida mais segura e de viver pelas expectativas dos outros acaba matando a
alma”.15 Em seguida, faz uma pergunta penetrante, “Se você tivesse a per-
missão de fazer o que realmente deseja, o que faria? Não pergunte como;
essa pergunta neutraliza o desejo. Como nunca é a pergunta certa. Como é
uma pergunta incrédula, que significa ‘Se eu não tiver uma visão clara do
que está adiante, não correrei o risco’”.16
Você lembra como Hebreus 11.1 define fé? “Ora, a fé é a certeza da-
quilo que esperamos e a prova das coisas que não vemos.” A definição do
dicionário para a palavra “esperança” significa “um desejo alimentado pela
expectativa de cumprimento”. Não, você ainda não tem diante de si um
time inteiro de fiéis mantenedores. Você ainda parece longe da realidade de
40, 60 ou mais de 80 indivíduos e duas, quatro ou mais de seis igrejas em
parceria com você para investirem regularmente. Mas é aí que entram a fé e
a esperança. Não deixe ninguém extinguir sua determinação de levantar ra-
pidamente todo seu sustento, dizendo coisas negativas como, “Não alimen-
te muito as esperanças”. Quando você e eu cremos em Deus para aquilo
14
Palestra de fevereiro de 2006, para a Convenção Nacional de Pastores em San Diego, Califórnia.
A maioria das respostas à pergunta se encaixa em três categorias: 1) Refletir mais, 2) Arriscar
mais, e 3) Fazer coisas que durem após minha morte.
15
John Eldredge, Dare to Desire: An Invitation to Fulfill Your Deepest Dreams (Nashville, TN:
Thomas Nelson Inc, 2002).
16
Ibid.
NOVOS PARADIGMAS 43
que ainda não conseguimos ver nem experimentar, Ele desenvolve em nós
a segurança, a convicção e a “expectativa de cumprimento” de que Ele fará.
Portanto, nunca devemos pronunciar a fraca frase, “se eu levantar meu
sustento”, mas somente a frase forte e confiante, “quando eu levantar”.
Eu tento não deixar minha mente se distrair com a possibilidade de fracas-
so. Eu nem mesmo a considero. Eu queimei todas as minhas pontes, todas
as minhas rotas de fuga e desculpas; minha única opção é seguir em frente,
a toda velocidade! Por isso, não falo que não consegui todo meu sustento;
apenas falo que consegui 71% dele e que avanço a todo vapor! Você pode
sentir que está no meio de uma frenética corrida de cem metros rasos, mas
na verdade você está à frente de uma maratona. Minha oração é que você
dedique os próximos dez, vinte ou até mais de quarenta anos convidando
outras pessoas a serem seus parceiros de ministério, investindo financeira-
mente e em oração.
Peço a Deus que você mude a forma de olhar para si mesmo. Peço que
você passe a se ver como um “recrutador cheio do Espírito Santo”, com-
prometendo-se a passar o resto da vida convidando as pessoas a investirem
tempo, talentos e tesouros no cumprimento da Grande Comissão em todo
o planeta. Eu creio que o Espírito Santo é um recrutador. Ele passa todo
Seu tempo convencendo, desafiando e persuadindo pessoas a empenharem
a vida e os recursos na pessoa e nos propósitos de Jesus Cristo. Se estiver-
mos cheios do Espírito, nós nos uniremos a Ele nesse eterno propósito de
envolver pessoas no ministério, para a glória de Deus.
processo. Tenho amigos que gostam de fazer assim, para em seguida per-
guntar, “Eu sei que você pede que Deus lhe mostre onde investir. Se investir
em nós e em nosso ministério se encaixa em seus alvos de contribuição,
ficaríamos honrados com sua parceria, ajudando com uma quantia mensal
de 100 a 250 dólares17”.
NOVATO OU VETERANO?
Se você está apenas começando no ministério, você pode estar no meio
de uma crise de fé e medo – principalmente medo do desconhecido. Com
certeza, tudo isso é uma grande e empolgante novidade, mas provavelmente
há também uma mistura de total terror!
Se você é um veterano no ministério e tem se esquivado já há um bom
tempo, seu medo provavelmente não é do desconhecido, mas do que você já
conhece! Em outras palavras, você sabe exatamente quais são os desafios de
se conseguir e manter 100% do sustento, e isso já mexeu muito com você.
Talvez ficar sem sustento por muito tempo tenha limitado seu ministério
ou atrapalhado a alegria do seu casamento. Talvez isso tenha afetado nega-
tivamente a visão que seus filhos têm do ministério ou de levantar sustento.
Mas não desista!
Anos atrás, durante um treinamento que eu dei, um homem de ses-
senta anos começou a chorar. Durante o intervalo, perguntei se estava bem,
e se eu tinha dito algo que o aborreceu. Ele olhou para baixo, depois sus-
surrou, “Não, eu só queria ter recebido esse treinamento há trinta anos.
Eu teria poupado meu casamento e minha família de muita tensão e so-
frimento!” Por todos esses anos, uma das minhas maiores motivações em
equipar obreiros cristãos a conseguir sustento completo é ajudar a fortalecer
o casamento e o lar deles.
Howard Hendricks dizia que até 90% dos divórcios se devem, ao me-
nos em parte, a pressões financeiras.18 Isso é grave, mas eu creio que Deus
quer que você viva e ministre com sustento completo e não tenha que expe-
rimentar a esmagadora pressão financeira que tantos casais enfrentam. Você
não acha que o casamento dos ministros em tempo integral já tem pressões
o bastante, além do fardo das dificuldades financeiras?
17
Nota do Tradutor: Este livro foi escrito primeiramente para o público americano. A adaptação
de moeda e valores pode ser feita pelo leitor de outras culturas, sem prejuízo para a interpretação
do conteúdo.
18
Howard Hendricks – anotações de aula de outono de 1982 para a matéria Lar Cristão, no
Seminário Teológico de Dallas.
46 PEÇA A DEUS // PARTE 1: PODE IR!
19
Ralph Blum, The Book of Runes (New York: Macmillan, 2008), p. 135.
20
Para obter mais ajuda sobre o assunto, leia o capítulo 24 de ViewPoints.
5
Aposte
TUDO
O ano era 1517, e Hernando Cortez e seus três navios de soldados saíram da
Espanha para conquistar o México. Quando, por fim, eles chegaram na
baía do México, pequenos barcos transportaram os soldados até a praia,
onde se preparariam para marchar até a capital do império asteca e der-
rotar as forças do rei Montezuma. Quando todos os soldados estavam
na praia, Cortez fez sinal para que alguns homens remassem de volta
aos navios. Enquanto os soldados olhavam, sua curiosidade se transfor-
mou em horror quando os soldados acenderam tochas e as arremessaram
no convés dos três navios. Os soldados ficaram mudos, de boca aberta
e olhos arregalados, entendendo que nunca mais veriam seu país e suas
famílias. Eles não tinham mais escolha a não ser dar meia volta, seguir
Cortez para o coração da batalha, esmagar o inimigo e vencer a guerra.
Não havia retorno. Eles tinham que apostar todas as fichas que tinham,
ou não apostar nada.
O mesmo acontece conosco. Satanás, o mundo e até sua própria car-
ne lhe dirão que você não consegue levantar sustento, ou que você não
deve levantar sustento. Não acredite nessas mentiras. Elas são o engano
do diabo, do mundo e da carne. A palavra “impossível” é usada como
desculpa para as pessoas desistirem ou se esconderem. Agora é a hora de
se livrar de qualquer rota de fuga. Encare a tarefa com coragem e aposte
tudo. Considere estas duas perguntas cruciais:
50 PEÇA A DEUS // PARTE 1: PODE IR!
um todo, bem como cada detalhe menor. Você concorda com tudo? Há um
completo acordo entre mente e coração?
Você nunca convencerá alguém sobre a probidade e a estratégia de
algo, se você ainda se pega tendo dúvidas! Entender sua própria visão é a
chave para compartilhá-la com outros. Talvez você deva criar uma página
na internet com as perguntas mais frequentes, listando todos os possíveis
questionamentos que as pessoas podem fazer durante seus encontros, com
a melhor resposta para cada um deles. Prepare-se
para as perguntas mais simples e básicas, mas esteja “A vida começa onde
preparado também para as mais diretas e obtusas – termina sua zona de
conforto.”26
elas vão aparecer.26
Ao dedicar seu tempo e esforço a fazer es- Todd Ahrend, diretor
internacional de The
ses exercícios de fundamentação, você ganhará
Traveling Team
um novo senso de autoridade, confiança e desti-
no. Artaxerxes observou em seu servo um homem
comprometido a pagar, no âmbito particular, o preço da eficácia, da exce-
lência e da integridade. De igual modo, seus mantenedores precisam sentir
que seu chamado e visão são ordens claras de Deus para você “marchar”,
e não um impulso caprichoso. Eles precisam ver que você orou, pensou e
está convicto!
E se você é um marido levantando sustento, não se esqueça deste im-
portante componente do que significa “apostar tudo”. 1Timóteo 5.8 ensina
que, se um homem não provê para sua própria família, ele “negou a fé e é
pior que um descrente”. À luz disso, Ellis Goldstein, Diretor Nacional de
MPD with Cru, faz um desafio pessoal, “Maridos, quero pedir que vocês
assumam um compromisso irrevogável para com suas esposas. Prometam
a elas, ‘No nosso casamento, eu fiz o voto de cuidar de você e suprir suas
necessidades. Deus nos chamou para servi-lO e para levantar nosso susten-
to. Eu renovo minha decisão de confiar no Senhor ao levar nossa família a
construir uma equipe de sustento saudável e duradoura. Trabalharei manhã,
tarde e noite para que nossa família possa servir ao Senhor e ter todos os re-
cursos para isso. Não permitirei que nada interfira nesse propósito. Não ar-
ranjarei desculpas. Darei tudo de mim’”. Talvez você já tenha feito essa
promessa à sua esposa. Se não fez, faça. Deus e sua esposa serão honrados.
Todos esses princípios e questões podem ser úteis ao discernir o cha-
mado e a visão que Deus tem para você, mas haverá muitas outras questões,
temores, conflitos e obstáculos que você terá que apresentar ao Senhor em
26
Citação de Todd Ahrend, que ele escreveu no comentário do primeiro manuscrito deste livro,
do qual é editor.
56 PEÇA A DEUS // PARTE 1: PODE IR!
GRANDE FÉ,
GRANDES PEDIDOS
Deus nos chama para adquirir sabedoria bíblica.
Permita que Ele, e não o mundo, molde a sua
perspectiva.
6
Os Ministros de Deus
NO ANTIGO
TESTAMENTO
Quando você estiver conversando com alguém para pedir sustento, enfrentará
uma das batalhas mais penosas e humilhantes da sua vida. Talvez ela acon-
teça num encontro com aquele executivo que você teve a “sorte” de agarrar
para uma reunião. Você passou dias se preparando para o que acredita que
vai ser um tempo caloroso e acolhedor. Você se preparou com todo o es-
mero e vai poder finalmente compartilhar sua visão ministerial. Você tem
fé que esse homem vai ser a pessoa com recursos pela qual você tem orado,
alguém que vai injetar muito dinheiro no seu trabalho.
Na hora marcada, você sobe até o último andar e é recebido pela secre-
tária, que lhe oferece uma bebida e pede que você se sente e espere. Trinta
minutos depois do horário em que a reunião deveria começar, a secretária
obedientemente anuncia, “O senhor Jones vai recebê-lo agora”. Ela faz você
entrar na sala do chefe com a reverência de um local sagrado, e o acomoda
numa pequena cadeira em frente a uma mesa gigantesca. Enquanto o ocu-
pado executivo termina sua ligação telefônica, você contempla o escritório
enorme e observa os diplomas, prêmios, a luxuosa mobília e, é claro, a enor-
me janela que permite ao homem contemplar seu amplo reino empresarial.
Por fim, ele se vira e olha você de cima para baixo. Nos dois próximos
60 PEÇA A DEUS // PARTE 2: GRANDE FÉ, GRANDES PEDIDOS
minutos do “privilégio” de estar com ele, você será fulminado pelas seguin-
tes perguntas:
1. “Como você conseguiu meu nome?”
1. “Você faz parte de qual grupo mesmo?”
1. “Por que você está aqui?”
1. “O que você disse que precisa?”
AS ENCRUZILHADAS DA VIDA
É nesse momento crítico que seu chamado é provado e a batalha
pelo controle da sua vida e do seu futuro é vencida ou perdida. Você pode
desistir e tomar outro rumo. Ou você pode deixar que o Senhor use esse
tipo de experiência para fortalecer sua convicção. Neste caso, o resultado
é que você jamais desistirá da paixão por cumprir o propósito dEle. O que
fará a diferença nesses momentos de tanto sofrimento? Seu sucesso ou
fracasso depende de você buscar, no estudo das Escrituras, a convicção de
que pedir às pessoas que invistam em seu ministério é algo bom, correto
e bíblico!
Você tem dedicado tempo para estudar de forma objetiva, indutiva e
abrangente o que as Escrituras dizem sobre esse assunto, antes de formar
OS MINISTROS DE DEUS NO ANTIGO TESTAMENTO 61
CONVICÇÕES BÍBLICAS
Conversas como a que descrevi acima nos tiram do sério, mas a minha
oração é que você tenha várias delas a fim de perseverar na confiança em
Deus. Em 1885, missionários americanos na Índia mandaram cartas para
seu país de origem suplicando por mais pessoas: “Mandem mais obreiros
para o campo. Certifiquem-se que eles tenham experiência tanto no su-
cesso quando no fracasso; isso nos dará a certeza de que eles vão perseve-
rar”. Não tenha medo dos revezes nem dos supostos fracassos. Eles podem
muito bem ser um trampolim para o sucesso! De agora em diante (e pelos
próximos cinco, dez, vinte ou mais de trinta anos!), o que vai manter você
no comando do seu ministério e da busca por sustento? CONVICÇÕES
BÍBLICAS Convicções não são apenas aquilo que você crê, mas aquilo que
você faz! O Dr. Adrian Rogers defende que a melhor forma de se construir
convicções reais e duradouras é ler, estudar e meditar nas mesmas passagens
da Bíblia muitas e muitas vezes, até que elas finalmente penetrem na sua
corrente sanguínea e se tornem parte do seu DNA.
Para que a nossa visão seja equilibrada, precisamos entender que alguns
dos exemplos bíblicos que vamos estudar são apenas uma descrição de um
modelo antigo de levantar sustento, e não necessariamente uma receita que
devamos seguir hoje. Por isso leia, avalie, ore e faça uso daquilo que você
acredita que Deus quer para você!
27
Retirado de anotações para palestra ministrada no curso de captação de recursos 4:10 Solution
School em Glen Eyrie, na base dos Navigators, em outubro de 2000.
62 PEÇA A DEUS // PARTE 2: GRANDE FÉ, GRANDES PEDIDOS
esse conceito de dar a primeira e melhor parte aos levitas tivesse o propósito
de se tornar um valor fundamental para a nação, ele logo foi perdendo a
força, até chegar no estado atual. E se a sua experiência for parecida com
a minha, concordará que a maioria das pessoas religiosas espera que os mi-
nistros devem ser pessoas humildes – e falidas! Consequentemente, muitos
obreiros cristãos não recebem a primeira e melhor parte, mas a última e pior.
Se interpretarmos corretamente o que Deus estava pensando quando
projetou e implementou esse plano de financiamento, precisamos reconhe-
cer que a intenção dEle era cobrir de modo pleno e excelente todas as ne-
cessidades de um levita e sua família. E o fato de o povo de Deus talvez
não contribuir como Ele deseja não muda Seu plano e propósito de prover
completamente para aqueles que O servem em tempo integral. Paulo men-
ciona o caráter imutável de Deus ao escrever: “se somos infiéis, ele perma-
nece fiel, pois não pode negar-se a si mesmo” (2Tm 2.13).
Qual a razão de muitos crentes não darem a primeira e melhor parte
da sua renda para obreiros cristãos? Talvez seja porque nós, ao buscarmos
sustento, os condicionamos a não fazê-lo! Se nós não pedirmos a Deus nem
tivermos a expectativa de que Ele nos dará a primeira e melhor parte, nunca
teremos coragem de pedir a melhor parte das pessoas, nem esperaremos
que elas nos deem. Será que as ofertas minguadas de alguns doadores não
são apenas a resposta deles à nossa expectativa pequena e à nossa atitude de
“coitados”? Por isso, vamos abandonar essa atitude e colocar nossa mente
e coração no nosso grande Provedor, Jeová-Jirê, e crer que Ele quer suprir
todas as nossas necessidades.
28
John C Maxwell, tweet de 19 de fevereiro de 2012 (indisponível).
7
A Visão de
NEEMIAS
Em 586 a.C., o rei Nabucodonosor conquistou Judá. Ele trouxe para a Babilônia
os melhores e mais brilhantes judeus, para que servissem em seu reino.
Nabucodonosor foi profundamente impactado pela fé que Daniel e seus
amigos hebreus tinham no Senhor. Cerca de 142 anos depois (444 a.C.),
o cetro de autoridade passou para o rei Artaxerxes. Este não foi apenas o
homem mais poderoso da Pérsia, mas de todo o mundo. Aparentemente,
ele aprendeu com seus antecessores, pois também tomou para seu círculo
mais íntimo um rapaz judeu muito capaz, e lhe concedeu significativa res-
ponsabilidade e liberdade. Mal sabia o rei como seu copeiro era um homem
de visão.
reunindo com poderosos reis para pedir sustento, ainda dependemos to-
talmente do poder de Deus. Nossa confiança não está em torcer o braço
das pessoas, convencer com nossa lábia, exibir nossa parafernália, ou usar a
última tecnologia.
31
Steve Shadrach, The Fuel and the Flame (The BodyBuilders Press, 2012), p. 102.
8
Jesus e o
sUSTENTO
Inconcebível. Já é difícil imaginar o Filho de Deus, Rei dos reis e Senhor dos
senhores, rebaixando-Se a ponto de deixar a glória celestial para Se envol-
ver por um tempo com as atividades banais de nós, mortais. Seria também
o caso de acreditar que o Deus soberano e onipotente deliberadamente
escolheu depender de depravados terráqueos para Seu sustento?
Pois foi isso que Ele fez.
LUCAS 8.1-3
“Depois disso Jesus ia passando pelas cidades e povoados proclamando
as boas novas do Reino de Deus. Os Doze estavam com ele, e também al-
gumas mulheres que haviam sido curadas de espíritos malignos e doenças:
Maria, chamada Madalena, de quem haviam saído sete demônios; Joana,
mulher de Cuza, administrador da casa de Herodes; Susana e muitas outras.
Essas mulheres ajudavam a sustentá-los com os seus bens” (Lucas 8.1-3, grifo
nosso).
sua vida e ministério. Você não precisa se vangloriar diante deles; se apenas
compartilhar humildemente como o Senhor tem lhe permitido impactar
vidas, eles verão que você tem um bom “retorno sobre investimento”. O me-
lhor indicador daquilo que você vai realizar é aquilo que você já realizou.
Jesus e Seus discípulos recebiam ajuda continuamente. O sustento fi-
nanceiro que recebiam não provinha de doações de fundações, da sinagoga
local, nem de doadores significativos. Não, a lista de Lucas cita três doa-
doras específicas, mas também “muitas outras. Essas mulheres ajudavam a
sustentá-los com os seus bens” (Lc 8.3). Não se tratava de ofertas pontuais,
mas de sustento contínuo. A palavra “ajudavam” aqui implica, na língua
original, uma ação contínua, repetida vez após vez. Esse é um dos versículos
que destacamos para recomendar que você concentre quase todos os seus
esforços em pedir a indivíduos ou a casais que invistam – e não deixe de
pedir que contribuam todo mês.32
LUCAS 10.1-7
“Depois disso o Senhor designou outros setenta e dois e os enviou dois a
dois, adiante dele, a todas as cidades e lugares para onde ele estava prestes a ir.
E lhes disse: ‘A colheita é grande, mas os trabalhadores são poucos. Portanto,
peçam ao Senhor da colheita que mande trabalhadores para a sua colheita.
Vão! Eu os estou enviando como cordeiros entre lobos. Não levem bolsa,
nem saco de viagem, nem sandálias; e não saúdem ninguém pelo caminho.
Quando entrarem numa casa, digam primeiro: Paz a esta casa. Se houver
ali um homem de paz, a paz de vocês repousará sobre ele; se não, ela voltará
para vocês. Fiquem naquela casa, e comam e bebam o que lhes derem, pois
o trabalhador merece o seu salário. Não fiquem mudando de casa em casa.”
para ser usada caso alguma cidade se recusasse a lhes dar apoio (Lc 10.10-
16). Parece tentador, mas eu não recomendo.
Você se lembra da primeira vez que compartilhou com sua família que
ia para um ministério de tempo integral e levantaria o próprio sustento?
Talvez os seus pais e familiares tenham ficado orgulhosos no começo, por
você estar fazendo a “obra de Deus”. Quando, porém, descobriram que no
lugar de receber o tradicional salário você teria que “pedir” aos outros o que
seria sua renda, mudaram de atitude e passaram a olhar para você como um
extraterrestre, não como parte de uma família de respeito.
Talvez eles tenham se sentido céticos, envergonhados ou completa-
mente indignados, achando que algum grupo maligno estava tentando se
aproveitar do seu querido e inocente filho ou filha. Chocados com o fato
de que aquele ministério não seria como uma instituição (com uma fonte
mágica de renda para o salário de todos), eles começaram a usar o argu-
mento de que você deveria suprir adequadamente sua família. Sem falar do
desanimador discurso, “Não ouse pedir a nenhum dos nossos amigos do
clube de campo!”
Sim, às vezes as pessoas de quem você mais espera apoio e empolgação
são as que mais farão oposição ao rumo que você está tomando. Quer seja o
pastor da sua igreja, desapontado porque você decidiu não trabalhar na deno-
minação, quer seja sua irmã descrente, que tem certeza de que levantar susten-
to faz parte dos rituais de iniciação de alguma seita, você provavelmente ex-
perimentará uma resistência inicial daqueles que estão mais próximos a você.
uma viagem missionária à Indonésia com o nosso ministério, mas não tinha
uma base de contatos para levantar os 3.500 dólares de que precisava. Por
isso, colocou seus óculos geek e sua gravata e saiu de porta em porta, de
andar em quase todos os prédios comerciais da cidade. Ele pedia para falar
com o dono ou o diretor, dizia quem era, qual seu ministério, e pedia 75,
100 ou 150 dólares para sua missão de ajudar universitários indonésios a
ter um relacionamento pessoal com Deus. Ele conseguiu todo o valor com
gente que nem conhecia!
Rick se sentiu tão entusiasmado em alcançar estudantes indonésios
que, após se formar, quis se dedicar a isso em tempo integral; agora, porém,
a agência lhe disse que era necessário levantar 4.600 dólares por mês. Mais
uma vez, ele conseguiu o dinheiro, quase todo com pessoas que não conhe-
cia antes. Quando Rick chegou para começar seu ministério, conheceu uma
jovem que também era missionária naquele país. Eles se apaixonaram, se
casaram e decidiram passar a vida ministrando na Ásia. Hoje, mais de vinte
anos depois e com quatro filhos, o casal precisa levantar mais de 10.000
dólares mensais para cobrir todas as suas despesas pessoais e ministeriais.
Como você pode imaginar, mais uma vez ele conseguiu a quantia pedindo
a pessoas desconhecidas.
Recentemente, conversei com um conhecido líder de missões que tra-
balhou com Rick por muitos anos. Sem eu perguntar, ele contou: “Em trin-
ta anos de ministério, nunca conheci ninguém melhor do que Rick para
levantar e manter o próprio sustento”. Eu pensei, “Se Rick, com todas as
suas supostas deficiências e obstáculos, consegue sair em busca de toda uma
equipe de sustento desconhecidos, a partir do zero, qualquer pessoa conse-
gue. Não há desculpas!”
E quanto a você? Você está disposto a ir a qualquer lugar e abordar
qualquer pessoa que lhe permita falar do seu ministério e da oportunidade
que ela tem de investir? Você está preparado para se despir de qualquer
noção de orgulho e amor-próprio a fim de abraçar o mesmo tipo de paixão,
urgência, coragem, humildade e trabalho duro de Rick? Eu oro para que
sua resposta seja sim.
Paulo,
O MOBILIZADOR
Ninguém fez mais pela igreja primitiva do que o apóstolo Paulo. Três viagens
pela Ásia e inúmeros convertidos, discípulos e igrejas plantadas. Tudo isso
enquanto era perseguido. Tudo enquanto era sustentado pelos outros. Há
muito que podemos aprender com a maneira de Paulo lidar com a questão
de financiar sua própria vida e ministério. Parece que, em todo lugar, Paulo
buscava mobilizar pessoas e levantar recursos para levar o evangelho aonde
este ainda não tinha chegado. Agora vamos ver como ele fazia isso.
e lógica pela qual ele e outros obreiros cristãos merecem receber sustento fi-
nanceiro. Primeiro, ele faz uma série de perguntas retóricas que expõem a hi-
pocrisia dos coríntios. Em seguida, ele se dispõe a provar que tem o direito de
viver e ministrar dependendo das ofertas deles, e não de um trabalho secular.
Nos versículos 7 a 10, Paulo usa várias metáforas para demonstrar sua lógica:
• O soldado tem o direito de ter suas despesas pagas.
• O fazendeiro deve poder comer do fruto do seu trabalho.
• O pastor deve poder beber do leite do próprio rebanho.
Parece que Paulo avaliava a situação de cada cidade para decidir como
se sustentaria em cada lugar. Nesse caso, a carnalidade e a confusão dos
coríntios e dos seus falsos profetas era evidente. Ao mesmo tempo em que
alguns insultavam Paulo por achar que ele pregava para ganhar dinheiro,
outros, sabendo que ele não era remunerado, tentavam minar sua credibi-
lidade pelo fato de ele não cobrar para pregar! Na cultura grega, o valor de
uma mensagem estava atrelado ao preço que seu orador cobrava para falar.
Paulo tentava andar numa linha tênue entre esses dois grupos, com suas
constantes acusações.36
VOCÊ É UM MOBILIZADOR
Como o apóstolo Paulo, você e eu deveríamos nos concentrar em mo-
bilizar pessoas e recursos para a pessoa e os propósitos de Jesus Cristo. Nós
somos mais do que gente que levanta sustento; nós levantamos sustenta-
dores! Joe Michie, diretor criativo do Centro de Mobilização Missionária,
entende seus esforços para levantar sustento principalmente como mobili-
zação de pessoas. Quando ele convida as pessoas a se tornarem parceiras de
ministério que oram e contribuem, seu intuito é ajudá-las a:
• Ver mais sentido em seu trabalho diário
• Desempenhar um papel vital na obra do Reino, papel que elas não
vislumbravam nem imaginavam ser possível
• Viver de modo mais estratégico, encorajando-as a desenvolver alvos
para suas doações
• Ser parceiras não apenas da pessoa, mas do seu ministério
• Orar, além de contribuir
Uma Equipe
MANTENEDORA
Às vezes, pedir parece muito contrário ao espírito humano. A maior parte de
nós foi criada num ambiente onde o ato de pedir é considerado uma fra-
queza. Nós podemos ser muito autossuficientes, sem precisar de nada de
ninguém. Essa atitude pode até ser tipicamente humana, mas não faz parte
do que significa ser cristão. Precisamos colocar na cabeça não apenas que
não há nada errado em pedir, mas que pedir é algo bom. Pedir é bíblico.
Esse e outros conceitos fazem parte de um completo arsenal de passagens
bíblicas que nos ajudarão a construir nosso alicerce. Se você ainda está se
perguntando: “Será que Deus realmente não vê nada de mal em pedir sus-
tento?”, talvez estes versículos resolvam suas dúvidas.
2Coríntios 9.7 resume o que Deus tem em mente para nossa prática de
ofertar. “Cada um dê conforme determinou em seu coração, não com pesar
ou por obrigação, pois Deus ama quem dá com alegria.” Nossa contribuição
financeira debaixo da graça não deveria ir além de qualquer coisa que faría-
mos se estivéssemos debaixo da Lei? Em outras palavras, o desejo deveria
ser uma motivação maior do que a obrigação. Segundo meu pastor, o resul-
tado disso é que, se você estiver concentrado em dar apenas 10% à igreja,
não dê 10%. Dê 9% ou 11%! A tese dele é que Deus está mais interessado
em nosso coração e em nossas motivações do que em mostrar que sabemos
usar uma calculadora.
É por isso que meu foco tem sido ensinar os crentes a contribuir ge-
nerosamente, em vez de simplesmente dar o dízimo. Dar o dízimo pode se
tornar um tipo de obrigação legalista, uma tarefa que você marca numa lista
de afazeres, e não o alegre privilégio que Deus planejou para quem contri-
bui. Além disso, o escritor Randy Alcorn diz que 10% deveria ser apenas o
ponto de partida para os cristãos. Ele compara o dízimo com as rodinhas
que as crianças usam na bicicleta para aprender a andar. Elas só servem no
começo; com o passar do tempo, nossa generosidade deveria ir muito além
dos 10%. Eu concordo com ele.41
Recentemente, um cristão maduro e conhecedor das Escrituras com-
partilhou comigo que dá os primeiros 10% de sua renda para a igreja e o
que sobra para missionários. Quando eu perguntei de onde ele havia tirado
essa fórmula, ele fez uma longa pausa e reconheceu que era um simples
“hábito cultural” que ele formou ao longo dos anos, não um mandamento
bíblico – até onde ele sabia. É óbvio que essa questão pode gerar muitos
debates acirrados, mas o meu apelo é que nós deixemos de lado nossa visão
viciada de cristãos ocidentais e estudemos de forma honesta e objetiva as
Escrituras. Isso nos permitirá verificar o que Deus realmente ensina aos
crentes do Novo Testamento.
David Platt, Radical: Taking Back Your Faith from the American Dream (New York: Random
42
dar demais para Deus. Quando a economia entrou em crise, nós esperamos
uma queda no nosso sustento. Mas, conforme nossas contribuições pessoais
para nossa igreja e para outras pessoas aumentaram, aumentou também a
quantia que recebíamos. O Senhor continua nos mostrando que nada O
afeta, nem afeta o banco celestial que Ele preside. Nem mesmo os altos e
baixos da economia. Eu sei por experiência pessoal que, se formos fiéis em
investir sacrificialmente no Reino, Deus terá grande alegria em multiplicar
essas bênçãos e em mandá-las de volta.
Eu espero que você tenha crescido em seu entendimento do que a
Bíblia ensina sobre dinheiro, contribuições e levantamento de sustento.
Um entendimento fundamentado na Bíblia tem o poder de ampliar a sua
fé e os pedidos que faz a Deus e às pessoas. Ele também dará a base para
uma perspectiva correta sobre sua busca por sustento, de modo a honrar o
Senhor. Opiniões, percepções e experiências precisam se submeter à verda-
de da Palavra de Deus. Nosso sucesso depende de usarmos as lentes certas
para enxergar Deus, o ministério, nós mesmos, nossos mantenedores, o di-
nheiro e o ato de pedir sustento.
Parte 3
O PRIVILÉGIO
SECRETO
A maior honra de levantar sustento é ter como
parceiros Deus e uma equipe de mantenedores.
11
Deus Pode
No clássico filme Coração Valente, de Mel Gibson, o jovem William Wallace vê
seu pai, irmão e muitos outros escoceses serem massacrados por soldados
ingleses. Diante da visão dos corpos ensanguentados e sem vida, William
sente o desejo de sair imediatamente em busca de vingança. Porém, seu
tio Argyle, que acaba de se tornar o responsável pelo garoto, o faz parar e
compartilha um pouco de sua sabedoria. “Primeiro, aprenda a usar isto”,
diz o tio, tocando William na cabeça. “Depois eu lhe ensino a usar isso”, ele
acrescenta, apontando a espada do menino.
Já ouvi de treinadores na área de captação de recursos que eu demoro
demais para ensinar a mecânica e as técnicas de como se levantar sustento.
A verdade é que, depois de treinar milhares de obreiros, cheguei à conclusão
que não é tanto por não terem uma boa técnica que ministros abandonam
seu chamado e fracassam em levantar sustento, ou se arrastam por décadas,
estressados e sem sustento completo. É mais uma questão de mente e cora-
ção. Por isso, nossos seminários sobre levantamento de sustento duram dois
encontros de nove horas, com vinte e quatro horas obrigatórias de preparo
prévio. Quase toda a preparação e bem mais da metade do treinamento em
si mexem com a cabeça e o coração do obreiro. Em outras palavras, nossa
convicção é que primeiro devemos ajudar cada obreiro a entender a vali-
dade bíblica de se levantar sustento. Com base nisso, fazemos de tudo para
dar a eles uma perspectiva saudável de Deus, do ministério, de si mesmos e
de seus mantenedores.
100 PEÇA A DEUS // PARTE 3: O PRIVILÉGIO SECRETO
O PODER DA PERSPECTIVA
Se para as gerações anteriores o momento em que o tempo parou foi o
bombardeio de Pearl Harbor ou o assassinato do presidente John Kennedy,
talvez a imagem que mais impactou o mundo nos últimos anos foi o cha-
mado “11 de setembro”. Até hoje nos Estados Unidos, obreiros apontam
para esse ataque terrorista quando falam do seu sucesso ou fracasso em
conseguir sustento. Eles dizem, “Desde o 11 de setembro, com a quebra
da bolsa de valores, as pessoas foram tomadas pelo medo e começaram a
estocar. Elas não querem nem sentar para conversar sobre sustento, menos
ainda contribuir!”43
Ao mesmo tempo, há também quem diga, “Deus tem usado essa tra-
gédia de modo maravilhoso. As pessoas percebem que relacionamentos são
mais importantes que bens materiais. Elas querem se doar e dar seu dinhei-
ro a algo que realmente tenha valor. Com isso, ficam empolgadas em fazer
parte da minha equipe de sustento”. Quando ouço
“Nós não podemos os dois lados da história, olho com surpresa, coço a
mudar nosso passado
nem como as pessoas
cabeça e me pergunto, “E agora, o que é verdade?”
vão agir. Não podemos A resposta é que tudo depende da sua perspectiva.
mudar o inevitável. Sim, diante das situações da vida nós podemos
A única coisa que ter uma atitude do tipo “pobre eu”. Quando a ado-
podemos fazer é tocar
a única nota que
tamos, acabamos determinando nosso próprio des-
temos, que é a nossa tino, com nosso constante negativismo e as profe-
atitude. A vida é 10% o cias autorrealizáveis que deixamos tomar conta do
que acontece comigo e nosso pensamento. Você está preocupado demais
90% como eu reajo.”43
com algum desafio ou circunstância ameaçadora,
Chuck Swindoll, porque podem impedi-lo de ir logo para o campo
pastor e escritor
missionário – e com sustento completo?
43
William P. Dillon, People Raising (Chicago: Moody Publishers, 1993), p. 60.
VOCÊ NÃO PODE. DEUS PODE 101
Nós temos uma escolha. Todos os dias, temos que decidir se vamos
encarar nossos supostos obstáculos como impedimento para nosso alvo de
100% do sustento ou, num ato de vontade, escolher usá-los como pedras nas
quais pisar para chegarmos ao alvo. Quando Paulo nos exorta a “levar cativo
todo pensamento, para torná-lo obediente a Cristo”, ele se refere também
a uma mentalidade pequena, a viver focado no próprio umbigo e a atitudes
catastróficas que somos tentados a adotar. A minha oração é para que Deus
transforme o seu coração de modo que você passe a ver a tarefa de levantar
sustento como uma oportunidade, e não uma obrigação; um privilégio, e
não um prerrequisito pra o ministério. Oro para que você encontre a alegria
de se tornar parceiro de Deus e das pessoas de forma tão singular.
Quais lentes você usa quando olha para a tarefa de levantar sustento?
Todos nós colocamos certas lentes que usamos para ver todas as outras
coisas. Consequentemente, nossa perspectiva também levará as cores das
lentes que escolhemos. Todos nós temos nossa própria dose de “visão em
túnel”. Vemos as coisas de certa forma porque achamos que estamos certos.
Se considerássemos que outra perspectiva era melhor, nós a adotaríamos,
certo? Não necessariamente; às vezes mudar é um processo bastante do-
loroso. De fato, mudar a si mesmo é praticamente impossível. Você não
consegue, mas Deus consegue!
Nosso sucesso ou fracasso depende das lentes que escolhemos. Anos
atrás, dois vendedores chegaram a uma ilha para vender sapatos. Logo
mandaram uma mensagem de volta para o escritório – um vendedor tinha
a perspectiva correta, o outro não. Este último afirmou em seu telegrama:
“Dez mil aborígenes, todos descalços. Estou voltando”. O outro fez di-
ferente e escreveu, com sua boa perspectiva: “Dez mil aborígenes, todos
descalços. Mandem dez mil pares”.
Posso testemunhar que, quando as pessoas ganham a perspectiva corre-
ta sobre a busca por sustento, elas experimentam uma mudança tão radical
que voltam totalmente diferentes para suas famílias, amigos e colegas de
trabalho. A transformação as afeta por inteiro e é percebida por todos.
Quando você passa por uma mudança assim tão revolucionária, você
começa a olhar para a vida de forma diferente. Você olha para Deus e o
mundo de forma diferente. Você olha para sua família e amigos de forma
diferente. Você olha para o dinheiro e o ministério de forma diferente. Você
olha para seus mantenedores e para o levantar sustento de forma diferente.
Por isso permita que Deus jogue fora suas deploráveis lentes humanas e
coloque no lugar as lentes perfeitas que Ele tem para você. O resultado é
que tudo vai mudar.
102 PEÇA A DEUS // PARTE 3: O PRIVILÉGIO SECRETO
A ESTRADA ADIANTE
Nos próximos capítulos, lidaremos com as seguintes questões:
• Como você vê Deus?
• Como você vê seu ministério?
• Como você vê a si mesmo?
• Como você vê seus mantenedores?
• Como você vê o dinheiro?
• Como você vê o ato de pedir?
Adotar lentes bíblicas para responder cada uma dessas perguntas é es-
sencial no desenvolvimento da perspectiva correta e de uma equipe saudável
de mantenedores. Conforme fazemos um levantamento das nossas várias
perspectivas, Deus pode querer fazer alguma cirurgia em nosso coração. Se
for o caso, deixe que Ele faça. Comece com a oração: “Ó Senhor, peço que
me mostre se, de alguma forma, estou fora do caminho. Eu quero ser uma
pessoa ensinável. Abra a minha mente e o meu coração. Dê-me coragem
para olhar para dentro de mim e permitir que o Senhor opere as mudanças
que achar necessárias. Se há algo de que eu preciso me arrepender, ou algu-
ma crença que precisa se tornar convicção, eu clamo: Espírito Santo, dê-me
humildade e poder para mudar. Em nome de Jesus.”
quer trazer para o aprisco cada “ovelha perdida”, muito mais do que eu e
você queremos. Nós sabemos falar bonito, mas Ele apostou Sua vida nisso!
Ele anseia por ver sua vida e ministério frutificarem.
ELE É CAPAZ
“Àquele que é capaz de fazer infinitamente mais do que tudo o que pe-
dimos ou pensamos, de acordo com o seu poder que atua em nós” (Ef 3.20).
Nosso Deus santo e maravilhoso não está apenas disposto, mas é também
capaz de fazer acima e além de qualquer coisa que possamos compreender
ou até imaginar! Esse é um bom versículo-chave para você memorizar em
sua jornada em busca de sustento: ele será a âncora a mantê-lo firme nos
dias escuros e tempestuosos!
Quando estamos no púlpito, pregamos um Deus ilimitado, mas quan-
do o assunto é financiar ministérios, achamos que Ele trabalha com um
orçamento apertado. Será que Deus tem uma árvore de dinheiro, mas que
não cobre todos os investimentos que Ele tem a fazer? Ele até consegue
repartir um pouquinho para esta igreja, outro tanto para aquele ministério,
alguma coisa para esta pessoa… chega, porém, a hora em que Ele tem que
dizer, “Sinto muito, filho, minha conta chegou ao limite e eu não posso
pegar de volta o que já dei por aí. Você pode voltar amanhã?” Deus não é
um mão de vaca mesquinho! Essa “mentalidade de escassez” é o que deixa
os ministérios impotentes, afirma Ellis Goldstein (Ministério Cru). Ellis
crê que “O patrimônio líquido de Deus não mudou desde o dia em que Ele
criou o mundo!”44
Deus promete suprir todas as necessidades daqueles que aprenderam
que Ele é o dono de tudo. E como Ele vai fazer isso? “De acordo com as
suas gloriosas riquezas” no céu (Fp 4.19). O Senhor tem uma fonte inesgo-
tável de recursos, e Ele não é ganancioso nem sovina. Como afirma Andy
Stanley, “Você é convidado a acessar os recursos inexauríveis de Deus”, e
Ele tem prazer em dar a Seus filhos o que eles pedem.45
HONRA OU DESONRA
Diz a lenda que, após uma batalha particularmente longa e brutal, o
grande imperador francês Napoleão finalmente conquistou com seu exérci-
to uma disputada e populosa ilha do Mediterrâneo. Pouco depois, enquanto
ele e seus generais bebiam para saborear a vitória, um jovem oficial se apro-
ximou. O soldado fez uma reverência, e Napoleão lhe perguntou o que que-
ria. O soldado encarou Napoleão e disse, “Senhor, dê-me esta ilha”. Todos
os outros generais começaram a rir e zombar do jovem, até que Napoleão
se voltou para um deles para pedir uma caneta, e a outro um papel. Para
surpresa deles, Napoleão redigiu uma escritura da ilha, assinou e entregou
ao humilde, mas ousado, soldado. “Como o senhor pôde fazer isso?”, um ge-
neral perguntou, relutante. “Que direito esse homem tinha de receber esta
enorme ilha, depois de todo o trabalho que tivemos para conquistá-la?” “Eu
a dei a ele”, respondeu Napoleão, “porque ele me honrou com a magnitude
do seu pedido”.48
Quando penso em meu próprio relacionamento com Deus e nas súpli-
cas que apresento a Ele, tenho que ser honesto. Nem sempre eu O honro
com a magnitude dos meus pedidos. Eu quero que minha vida de ora-
ção demonstre fé o suficiente para se assemelhar
ao impacto e “coice” de uma escopeta, mas o que “A coisa mais difícil
acontece às vezes é que ela só dá conta de umas de entender sobre a
cuspidinhas! H.D. McCarty, meu pastor na época oração é por que Deus
da faculdade, costumava dizer, “Quando eu chegar colocaria esse tipo de
no céu, não quero ser culpado diante de Deus e das poder nas mãos de
pessoas como nós.”49
pessoas por pedir de menos”. Nem eu. Eu não que-
ro Deus me olhando nos olhos e dizendo, “Por que Ron Dunn,
escritor e evangelista
você não me pediu mais? Por que não pediu mais
aos outros?” Eu quero começar agora, para um dia
dar a Ele uma resposta que O satisfaça.49
Eu e minha família moramos no Arkansas, onde fica o quartel-general
da rede WalMart. Seu fundador, Sam Walton, era o tipo de pessoa que
dirigia uma caminhonete velha com o cachorro na parte de trás. Agora
imagine se um dia, ao sair para o trabalho numa manhã de neblina, eu visse
um carro velho não conseguir fazer a curva, descer a ribanceira e começar a
48
Steve Shadrach “Asking Big: Does It Offend or Affirm?” Support Raising Solutions Newsletter
(March 2006): http://www.supportraisingsolutions.org/resources/itemid/83/moduleid/4998/
asking-big-does-it-offend-or-affirm
49
Ron Dunn, Don’t Just Stand There, Pray Something (Grand Rapids, MI: Zondervan, 2001),
p. 38.
106 PEÇA A DEUS // PARTE 3: O PRIVILÉGIO SECRETO
A PERSPECTIVA SUPERIOR
Marcos 10 relata uma conversa de Jesus com Seus discípulos dizendo,
“Novamente ele chamou à parte os Doze e lhes disse o que haveria de lhe
acontecer” (Mc 10.32). No mínimo, aquela era a segunda, terceira ou quarta
vez que Jesus reunia os discípulos para tratar do mesmo assunto.50 Ele deve
ter sentido que eles ainda não tinham entendido, e precisavam que Jesus
repassasse de novo o que estava para acontecer em Seus últimos dias. Em
ordem cronológica, mais uma vez o Senhor revê a traição do Filho do ho-
mem, Seu julgamento, condenação, zombarias, açoites, crucificação, e por
fim, “Três dias depois ele ressuscitará” (Mc 10.34). Ainda assim, o Senhor
não obteve a resposta esperada.
Em vez de demonstrarem simpatia ou gratidão, Tiago e João se apro-
ximaram de Jesus e exigiram, “Mestre, queremos que nos faças o que va-
mos te pedir” (Mc 10.35). Eu fico impressionado que Jesus não os tenha
50
Uma das vezes em que Jesus fez isso foi um capítulo antes, em Marcos 9.30-32.
VOCÊ NÃO PODE. DEUS PODE 107
Escolhendo uma
Paixão
Eu e minha esposa temos tido a alegria de trabalhar com milhares de estudan-
tes da faculdade, com quem já tivemos inúmeras conversas sobre o que
eles vão fazer, à medida que se aproximam da formatura. Até então, eles
costumavam se sentir seguros por saber que voltariam para mais um ano
letivo. Agora, porém, que estão para ser expulsos do ninho, eles sentem a
grande necessidade de orar, pedir conselhos, correr atrás das opções e tomar
decisões. Quando converso com esses jovens de até vinte e cinco anos, gosto
de fazer uma pergunta incomum. “Se você pudesse fazer qualquer coisa com
sua vida, o que faria? Por apenas um instante, pare de pensar em quem paga
a sua faculdade, no que seus pais querem ou na pressão do seu namorado ou
namorada. Não se imponha limites nem parâmetros. Coloque no papel o
que você gostaria de fazer com a sua vida caso você pudesse escolher.”
A maior parte desses jovens nunca se permitiu pensar de forma tão
aberta e livre. Eles foram condicionados a operar debaixo de certas ex-
pectativas exteriores ou limitações autoimpostas.
Há muitas coisas na
Alguns ficam tanto tempo sentados, olhando para vida que vão chamar
a folha de papel em branco que lhes entreguei, que sua atenção, mas pou-
chego a pensar que eles vão surtar! No fim, aca- cas vão ganhar seu
coração. São estas que
bam recebendo uma inspiração e começam a es-
vocês devem buscar
crever, entusiasmados. Terminam com um sorriso com diligência!
e me entregam o papel para eu dar uma olhada.
110 PEÇA A DEUS // PARTE 3: O PRIVILÉGIO SECRETO
Para quase todos, devolvo a folha, olho bem nos olhos deles e digo em voz
baixa, “Faça isso”.
Aqueles jovens têm razão para estarem tão empolgados com aquele
rumo específico, aquela causa ou vocação que eles colocaram no papel: foi
Deus quem colocou aquilo no coração deles. “Deleite-se no SENHOR, e
ele atenderá aos desejos do seu coração” (Sl 37.4). “Vocês estão se deleitan-
do no Senhor?”, pergunto aos que vão se formar. “Tenho certeza que estou
buscando”, eles respondem. A minha conclusão é, “Então vocês acabam de
escrever os seus desejos do coração. É hora de ir atrás deles”. Simples ou
idealista demais? É bem possível que o meu entendimento de como ajudar
alguém a descobrir o rumo de Deus para sua vida seja bem mais “aberto”
do que o normal, mas acredito que esse exercício atinge o âmago do enten-
dimento que cada um de nós deve ter quanto ao que foi designado a fazer.
CONVENCIDO DA VISÃO
Em algum momento da sua vida, alguém vai aparecer com uma opor-
tunidade de investimento, garantindo que você vai dobrar o seu dinheiro se
investir apenas 50.000 dólares junto com dez outros investidores. Segundo
a pessoa, não tem como você sair perdendo. Pois bem, a primeira pergunta
que você precisa fazer é, “Quanto do seu dinheiro você está investindo?” Se
o seu proponente não estiver investindo uma quantia significativa, não está
convencido da própria visão. Como alguém pode ser tão ingênuo a ponto
de tentar convencer alguém a investir dinheiro num projeto, se ele mesmo
não está disposto a investir? Esse conceito se aplica também ao seu mi-
nistério. Se você não estiver convicto, não conseguirá vendê-lo aos outros.
Precisamos dar o exemplo para as pessoas que estamos liderando ou ten-
tando influenciar. Em outras palavras, se eu quero que meus mantenedores
se identifiquem com meu ministério, eu mesmo preciso sentir que acredito
totalmente nele. Helen Keller disse, “A pior tragédia que pode acometer
uma pessoa é ter olhos, mas não ter visão”.53
Se o ministério no qual você está entrando é apenas algo que lhe parece
interessante ou que lhe dá prazer, ou ainda uma forma de ajudar pessoas
necessitadas por alguns anos antes de começar sua “carreira de verdade”, re-
ceio que você enfrentará um esforço descomunal quando começar a buscar
mantenedores comprometidos. Se você não crer com toda a sua alma que
sua visão vem de Deus e é o movimento mais estratégico que você pode
fazer, não achará muita receptividade nas pessoas que abordar. Elas poderão
52
Dan and Dave Davidson and George Verwer, God’s Great Ambition (Downers Grove, IL:
InterVarsity Press, 2004).
53
Da seção “World Christian Quotes” de www.thetravelingteam.org.
ESCOLHENDO UMA PAIXÃO 113
até fazer uma doação de caridade, mas poucas se sentirão tocadas a investir
e a se tornar parceiras de ministério.
quando olham nos olhos de um possível doador, acham difícil crer que real-
mente cumprem um papel importante.
Não permita que a importância do seu ministério seja determinada
por sua família, amigos, parceiros de equipe ou doadores. Elimine as vozes
de autocomiseração que ressoam no fundo da sua mente. Olhe para cima
e obtenha um vislumbre celestial da obra grande e gloriosa que o Grande
Comandante tem para você. Mesmo que aparentemente você opere “na re-
taguarda”, não se engane: você é tão essencial quanto qualquer outro mem-
bro do exército de Deus. Você está dando duro para cumprir o compromis-
so que recebeu do céu, e biblicamente você merece seu sustento.
Se você acredita que está na posição mais estratégica que poderia estar
e que foi Deus quem o chamou para ocupá-la, suas convicções virão à tona
quando você sentar com alguém para pedir sustento. Qualquer que seja a
sua descrição de tarefas, ela não é tão importante quanto uma visão bem
arraigada e a paixão por cumpri-la. Muito disso está ligado a como você vê
a si mesmo. Portanto, talvez você precise fazer uma autoavaliação. Esse tipo
de autoexame pode ser doloroso, mas com certeza será útil.
13
Digno do
Salário
Matthew tinha boa aparência e formação, falava bem, exercia uma boa lide-
rança, estava envolvido com o discipulado de pessoas e queria entrar para
a nossa missão. Quando ele e sua esposa (que também era uma pessoa
muito capacitada) se dispuseram a levantar seu sustento, estacionaram na
metade do valor de que precisavam. Por achar que eles eram um ótimo
investimento e um casal ao qual queríamos dar apoio, eu lhe disse que
minha família queria fazer parte da sua equipe de mantenedores mensais.
“Não”, ele protestou, “vocês estão envolvidos com muitas outras pessoas
que precisam de apoio no ministério”. Eu concordei com o que ele disse,
mas insisti que tínhamos certeza que queríamos fazer parte do seu grupo
de mantenedores; já havíamos até decidido quanto íamos dar. Novamente
ele se esquivou, dizendo, “Há outros obreiros sensacionais nos quais você
precisa investir”. Frustrado, falei, “Eu até já assinei o primeiro cheque.
Nós vamos fazer parte da sua equipe de sustento!” Mais uma vez ele rejei-
tou nossa intenção, por isso olhei nos seus olhos e perguntei, “Matthew,
você é um bom investimento?” Ele parou e desviou o olhar. Depois res-
pirou fundo e falou em voz baixa, “Eu não sei”. Se nem mesmo ele se via
como um bom investimento, como convenceria os outros? Não é à toa
que meu amigo Matthew estava tendo dificuldade para completar seu
sustento. Ele não cria de fato no que Jesus afirma em Lucas 10.7, que “o
trabalhador merece o seu salário”.
118 PEÇA A DEUS // PARTE 3: O PRIVILÉGIO SECRETO
amigo que, se ele direcionar alguns dólares estratégicos para você e seu
ministério, o retorno celestial será excelente. Assim como no mundo dos
negócios uma pessoa cria um plano de desenvolvimento e procura um ban-
co para obter financiamento, nós estamos montando um plano de desen-
volvimento ministerial, pelo qual estamos começando o nosso ministério
do zero e apresentando-o a potenciais investidores.
Alguém pode pensar, “Isso soa muito mundano. As pessoas não deve-
riam dar simplesmente porque Deus manda, independente de eu me atrasar
para uma conversa, cometer erros de digitação em meu material ou de eu
gaguejar na apresentação?” Por mais que eu quisesse lhe garantir que todo
encontro que você terá será com cristãos comprometidos com um entendi-
mento bíblico de “dar verticalmente”, não é o que vai acontecer. A maioria
das pessoas vai contribuir por uma motivação horizontal, pelo menos no
começo. O que vai impressioná-las é a sua aparência, o que você diz, como
você se apresenta – é isso que vai fazer com que queiram investir. Boa parte
de como elas verão você depende de como você vê a si mesmo. E como você
vê a si mesmo está baseado em como você percebe que Deus vê você.
Dr. Larry Crabb e Dr. Dan Allender, Encouragement; The Key to Caring (Grand Rapids, MI:
60
Zondervan, 1990).
122 PEÇA A DEUS // PARTE 3: O PRIVILÉGIO SECRETO
A PERGUNTA DE OURO
Levantar sustento é como dar seu testemunho pessoal. Pense nos passos
necessários em ambas as atividades: 1. Criar a necessidade. 2. Compartilhar
a solução. 3. Provocar uma decisão. Mesmo com a possibilidade de rejeição,
a conclusão dos dois esforços é: você está disposto a fazer a “pergunta de
ouro”? Após apresentar o evangelho a alguém, a sequência mais importante
de palavras é a parte em que você pede à pessoa que tome uma decisão. Para
alguns, o ato de pronunciar essas palavras pode ser uma experiência terrível.
“Você gostaria de receber Jesus Cristo como senhor e salvador da sua vida,
agora?” É tão difícil continuar olhando nos olhos da pessoa, fechar a boca
e esperar uma resposta. Por quê? Porque ela pode dizer “não”, e eu detesto
ser rejeitado! Assim, permito que o fator medo dê forma à minha teologia,
racionalizando a necessidade de perguntar às pessoas se querem receber
DIGNO DO SALÁRIO 123
a Cristo. Minha desculpa é que Deus tem poder para salvar a pessoa sem
precisar de minhas perguntas.
Os medos que enfrentamos no evangelismo são como os que experi-
mentamos ao levantar sustento. Como resultado, muitos obreiros vão se
limitar a pedir a grupos de pessoas (e não a indivíduos), mandar cartas e
cartões de compromisso de oferta, e colocar em seu blog um link de “faça
sua doação”. Até aqueles que conseguem fazer abordagens individuais a
doadores podem não chegar ao ponto de verbalizar a pergunta de ouro.
“Senhor Smith, seria uma honra ter o senhor e sua família investindo em
nosso ministério. Gostaria de saber o que acha de nos ajudar com um valor
mensal de 100 ou 150 dólares.” Assim como no evangelismo pessoal, ao
levantar sustento nós também precisamos fazer o pedido divino; depois,
porém, precisamos ter coragem para convidar as pessoas a responder – e
deixar que respondam!
Por que muitos obreiros decidem não pedir de forma direta e pessoal?
Eles vêm com todo tipo de desculpa teológica ou filosófica, quando, no
fundo, acho que o problema é o medo da rejeição. Eu também não gosto de
deixar as pessoas desconfortáveis, por isso faço a pergunta de ouro da forma
mais casual e amigável possível. Mesmo assim, não deixo de fazer.
Pense nisso. Como obreiro, se eu não consigo fazer uma simples per-
gunta de ouro no evangelismo, como vou conseguir fazê-la ao levantar sus-
tento? Nesse caso, eu não tenho nem o direito de fazê-la! Se você acha
difícil pedir às pessoas que façam parte da sua equipe de sustento, você
deveria avaliar como você tem se saído ao perguntar às pessoas se elas que-
rem crer em Cristo e recebê-lO como salvador. Se você conseguir romper
as barreiras do medo e da fé no seu testemunho, experimentará uma injeção
de adrenalina e a coragem para enfrentar seus medos na busca por sustento.
Quando você estiver acostumado a fazer a pergunta de ouro ao comparti-
lhar o evangelho, fazê-la para levantar sustento se tornará fácil.
Observação: Você já percebeu a relação que há entre quantas pessoas
você convida para crer em Cristo e quantas pessoas aceitam? Quanto mais
você pergunta, é mais provável que você receba respostas positivas. Agora
pense: a mesma relação existe quando você convida alguém para investir em
você e em seu trabalho.
e nos ajudou a entender que os crentes deveriam ter um padrão bem mais
elevado do que instituições seculares. Nós não podemos justificar uma ati-
tude de inferioridade ou um meio-termo naquilo que fazemos e apresenta-
mos para um mundo que nos observa atentamente. Puxa, como eu preciso
mudar minha maneira de pensar!
• Piadas sarcásticas — “Eu acho que meu marido só vai me levar para
jantar fora de novo nas bodas do Cordeiro!”
• Indiretas — “Estamos esperando um aumento para consertar o
ar-condicionado.”
• Comparações — “É claro que eu gostaria de poder colocar meus filhos
numa escola cristã, como os filhos do meu vizinho.”
Transplante de
TESOUROS
Madre Teresa sempre era questionada sobre qual seria a maior fonte de
sofrimento no mundo. Sua resposta era: solidão. E ela estava certa. Mesmo
em meio a milhões de pessoas a perder de vista, vivemos num mundo soli-
tário. Quando você entra no escritório de um executivo, pode achar que ele
é uma pessoa resolvida e de sucesso, mas na maior parte dos casos, trata-se
de alguém que se sente só. Muitos desses executivos gostariam de estar
pessoalmente ligados a alguém que tem um verdadeiro sentido e direção na
vida, alguém com visão e paixão e que os inclua em seus empreendimentos.
Acredite ou não, muitos dos seus mantenedores têm inveja de você. Em
algum momento da vida, eles podem ter percebido que vender um bilhão
de produtos não lhes deu a emoção que esperavam da vida. Sucesso nem
sempre equivale a significado. O patrimônio líquido dessas pessoas pode ser
cem vezes maior que o seu, mas elas têm seus ressentimentos, e no fundo
gostariam de ter o mesmo ímpeto, zelo e noção de propósito eterno que
você tem.
Nunca veja a si mesmo como inferior ou menos valioso do que as pes-
soas a quem você pede sustento. O fato de elas gozarem de prestígio e
poder aos olhos do mundo não significa nada. Quer parar de se intimidar
diante de encontros com pessoas de alto nível? Decida olhar para elas como
amigos, colegas de equipe e parceiros de ministério. Resolva em seu coração
que esse processo não diz respeito primeiramente a levantar recursos, mas
a levantar amigos! É um ministério de relacionamentos. É isso que Betty
130 PEÇA A DEUS // PARTE 3: O PRIVILÉGIO SECRETO
ter sido a única pessoa que lhes possibilitou investir nas coisas de Deus. Se
isso acontecer, talvez eles apontem na direção de uma “agência bancária”
celestial e digam, “Eu fui tão tolo e míope na terra. O tesouro eterno que
tenho no céu seria muito menor se você não tivesse se exposto e me desa-
fiado a contribuir. Muito obrigado!”
nação é a nação americana. Deus derramou sobre nós Sua rica abundância
por um motivo – não para a acumularmos para nós mesmos, mas para a re-
passarmos a um mundo perdido e necessitado. Nos Estados Unidos, quan-
do um obreiro pede a várias pessoas que contribuam, está apenas facilitando
para elas o cumprimento do mandato bíblico de passar adiante as bênçãos
que receberam. Você é apenas o mensageiro, o atravessador, ou aquilo que
um especialista em levantar sustento chama de “corretor de bênçãos”.
Se você é casado ou solteiro, talvez nossa lista não sirva para você.
Experimente chamar seu cônjuge ou outros obreiros da sua equipe para
uma tempestade cerebral, e procurem maneiras divertidas e criativas de ga-
rantir que estejam conectados com seus mantenedores, maridos e esposas.
Lembre-se de que “onde estiver o seu tesouro, ali também estará o seu cora-
ção” (Lc 12.34). Vocês já está transplantando um pouco do tesouro terreno
deles para suas contas celestiais. Deus usará isso para abrir o coração deles
para você e seu ministério. A partir daí, se amorosamente e em oração você
tocar o coração desse marido (e especialmente da esposa), você terá ganha-
do mantenedores para toda a vida.
Apenas saiba que seu sucesso ou fracasso depende de como você vê
seus mantenedores. Adote lentes que o ajudem a vê-los como companhei-
ros de equipe e amigos. Gosto muito de como ministérios como a Cruzada
Estudantil se referem a seus mantenedores como “parceiros de ministério”.
Essa é uma maneira perfeita de descrever pessoas tão preciosas. Você pode
chamá-los de doadores, mantenedores ou colaboradores; o que você não
pode é tratá-los como um caixa eletrônico: algo que você acessa todo mês
para expelir o dinheiro do qual você precisa. Esse tipo de atitude “sangues-
suga” é garantia de desastre. Lembre: mantenedores são parceiros de minis-
tério. Manuseie-os com o devido cuidado.
15
Levantamento Visionário
De Sustento
Jesus falou mais sobre dinheiro do que sobre qualquer outra coisa. Mais do que
sobre o céu e o inferno. Como se não bastasse dois terços das parábolas
tratarem de dinheiro, esse tema é discutido mais de 2300 vezes na Bíblia.
A maneira como vemos o dinheiro e lidamos com ele é um dos barômetros
da nossa vida espiritual. Dois dos maiores recursos humanos que o Senhor
emprestou para nós durante nossa curta estadia na terra são o tempo e o
dinheiro. Se alguém conferisse a sua agenda e despesas, chegaria a quais
conclusões sobre seus valores e prioridades?
Quer você esteja fazendo compras, pesquisando para trocar de carro,
planejando uma viagem, comprando um laptop ou experimentando uma
calça nova, qual é a pergunta que todo mundo faz várias vezes ao dia, espe-
cialmente ministros cristãos?
“Quando custa?”
É esse filtro que você e sua família estabeleceram para cada oportu-
nidade familiar ou ministerial, e para todos os bens e serviços que possam
adquirir? Você está cansado de ter essa pergunta dominando cada deci-
são? Saiba que Deus nunca quis que vivêssemos nesse tipo de escravidão.
Com isso não estou pregando um evangelho da prosperidade, equiparan-
do as bênçãos de Deus a riquezas. O que quero é que você fuja do outro
extremo e não caia numa “espiritualidade da pobreza”: achar que dirigir
um carro velho e rodado é mais piedoso do que um último modelo da
136 PEÇA A DEUS // PARTE 3: O PRIVILÉGIO SECRETO
e insubstituível tempo na terra por algo tão temporal e renovável como di-
nheiro?” Rick Warren coloca da seguinte forma, “Tempo é mais importante
que dinheiro. Você sempre pode ganhar mais dinheiro, mas o seu tempo é
fixo. Use dinheiro para economizar tempo”.66
Eu sei que é difícil calcular esse tipo de coisa, mas existe algo ainda mais
importante do que frugalidade. É “estrategicidade”! Viver e ministrar para a
glória de Deus é infinitamente mais importante do que qualquer busca trivial
na qual possamos nos meter. Penso que especialmente nós, homens, somos
culpados por arrastar nossa esposa e filhos para essa busca incessante e esse
ciclo vicioso de apertar o cinto e lançar mão de subterfúgios numa tentativa
desespera de economizar nas coisas mais básicas. Chegamos a espiritualizar
essa mentalidade de sobrevivência afirmando que estamos vivendo um estilo
de vida estratégico “de tempos de guerra”, quando na verdade nos torna-
mos cegos, cegamos nossa família e estamos totalmente alheios à verdadeira
guerra! A solução? Tirar os olhos das nossas supostas “necessidades”, olhar
atentamente para o Senhor e levantar todo o nosso sustento; não apenas para
cobrir nosso orçamento, mas para cumprir nossa visão.67
Concordo plenamente com Donna Wilson, da InterVarsity, quando ela
nos exorta a “não entrar numa cultura de materialismo e consumismo”.68 Eu
respeito cristãos que intencionalmente vivem abaixo dos seus recursos a fim
de redirecionar mais recursos para o Reino. O que acontece, porém, é que
muitos obreiros pensam que estão comprometidos com um estilo de vida
de tempos de guerra, quando na verdade estão apenas vivendo um estilo de
vida de simplicidade. Tenho certeza que você já viu pessoas ou publicações
dando forte ênfase a uma vida simples, às vezes chamando a si mesmas de
“minimalistas”. Eu as admiro por tentar cortar da sua vida o excesso de
entulho, mas algumas acreditam que, fazendo isso, estão de alguma forma
servindo a Deus.
Eu gostaria de pedir a essas pessoas que levassem essa ideia para um
nível acima, do temporal para o eterno, e tentassem determinar a real moti-
vação por trás da simplicidade que adotaram. Veja algumas diferenças entre
obreiros que adotaram um estilo de vida simples e outros que vivem como
se estivessem em tempos de guerra.
66
Rick Warren, tweet de 6 de agosto de 2012, https://twitter.com/RickWarren/
status/232675836090785793.
Alan fazia parte da equipe Crown Financial Ministry quando participou de um de nossos Boot
67
69
Um relatório recente do governo comprovou que uma família de renda média gasta cerca de
235 mil dólares em gastos com crianças até que os filhos tenham dezessete anos. A implicação
disso é que, se você pretende constituir família, é melhor você levantar bastante sustento!
16
O poder
DE PEDIR
Mudanças de paradigmas é algo difícil. Depois que o cimento de uma filosofia
inadequada sobre sustento tenha secado em sua mente, ele não pode ser
misturado novamente. Só uma marreta para removê-lo, e é isso que você vai
fazer. Ao final deste capítulo, vou pedir que você assuma um último e de-
finitivo compromisso: planejar toda a sua estratégia para levantar sustento
tendo em mente um único tema central. Seu foco será:
PEDIDOS DE CASAMENTO
Antes de começar, vamos simular uma pesquisa entre mulheres casadas
ou num relacionamento de noivado. Creio que você vai gostar. Mulheres
casadas, tentem se lembrar de como o seu marido fez seu pedido de casa-
mento (presumindo nossa cultura ocidental, na qual quem faz o pedido é o
homem). Há diversos meios de comunicação disponíveis para um homem
pedir a uma mulher que se torne sua esposa. Leia as opções abaixo e pense
no método que seu marido decidiu usar:
Aparelho de fax: Se vocês se casaram nos anos 80, talvez seu amado
quis impressioná-la com a última tecnologia da época, e mandou
144 PEÇA A DEUS // PARTE 3: O PRIVILÉGIO SECRETO
Há ainda uma importante ressalva que esse estudo nem sempre revela.
Os 9%, 14%, e 27% listados acima normalmente representam compromis-
sos bastante frágeis e superficiais, ao passo que os 46% que embarcam na
equipe por conta de uma conversa pessoal são muito mais profundos e con-
fiáveis. O fator que passa despercebido é este: a maneira como você faz para
garantir um novo mantenedor será um forte indicativo:
• Da quantia que darão
• Da consistência da doação
70
Scott Morton, Funding Your Ministry (Colorado Springs, CO: NavPress, 2007), p. 68.
146 PEÇA A DEUS // PARTE 3: O PRIVILÉGIO SECRETO
• Da longevidade da doação
PEDIR É A CHAVE
A razão para indivíduos contribuírem com causas ou pessoas em par-
ticular quase sempre é a mesma: alguém pediu. O poder de um simples
pedido ficou claro para mim certa vez, numa conversa com um mantenedor.
O PODER DE PEDIR 147
Ele era um bem-sucedido gerente de vendas, que ganhava mais de 250 mil
dólares por ano, vendendo equipamentos cirúrgicos para médicos e hos-
pitais. Naquela semana ele entrevistaria dezoito pessoas para três cargos
de vendedor. Falei com ele novamente uma semana depois, e perguntei se
tinha conseguido escolher três pessoas a quem ofereceria o emprego.
Ele respondeu sem rodeios, “Eu não ofereci o emprego a nenhuma
delas”.
“O quê?”, perguntei. “Nenhum deles se qualificou para ser um
vendedor?”
“Não, não é isso”, ele respondeu. “Alguns deles tinham qualificações até
demais, como presidentes de companhias que vieram para a entrevista por
causa do salário.”
Sem entender nada, perguntei mais uma vez, “Mas… se vários deles se
qualificavam – até demais, como você disse –, por que você não os contratou?”
Tranquilo, ele respondeu, “Porque nenhum deles me pediu o cargo. Eles
passaram os quarenta e cinco minutos da entrevista falando de emprego,
renda, regalias, falaram até de férias. Mas nenhum deles me disse, ‘Eu res-
peito muito esta empresa e seus produtos, e posso vendê-los muito bem.
Você poderia me contratar?’”
Meu amigo concluiu, “Se uma pessoa não consegue nem pedir um
emprego numa simples entrevista, como eu vou esperar deles que procu-
rem médicos e gerentes de hospitais e peçam que efetuem a compra dos
nossos itens?”
Eu estava chocado.
O mesmo princípio se aplica a levantar sustento. Você quer que a pes-
soa sentada do outro lado da mesa se torne parceira do seu ministério?
Você quer que ela invista em você e seu ministério? Se a resposta é sim, você
precisa pedir que ela se comprometa.
Uma abastada senhora católica estava morrendo de câncer, e foi visi-
tada todos os dias pelo padre, nos seus últimos meses. Ele fez isso porque
se preocupava com ela, mas também porque achava que, uma vez que a
mulher não tinha filhos, deixaria sua fortuna para a paróquia local. Quando
ela faleceu, após seu funeral, o padre compareceu à leitura do testamento,
mas para sua completa surpresa, a mulher não deixou nada para sua pró-
pria igreja, da qual fora um membro fiel durante toda sua vida. Em vez
disso, deixou todo seu dinheiro para uma organização evangelística local.
Perplexo, o padre localizou o líder da organização e o encheu de perguntas.
“Quem é você?” “Como você conhecia minha paroquiana?” “Por que ela
deixou toda sua fortuna para vocês, e não para nossa igreja?” “Bem,” admitiu
148 PEÇA A DEUS // PARTE 3: O PRIVILÉGIO SECRETO
visão, segundo você?” Eu não estava apenas lutando com aquelas questões,
eu estava me sentindo um tanto quanto ofendido. Será que ele achou que
eu era muito pobre ou mesquinho, que não podia ou não queria dar mais?
Eu e minha esposa concordamos, mas só demos o valor exato que ele pe-
diu, quando teríamos dado mais. Aquele obreiro de bom coração, mas sem
muito discernimento, teve medo de me ofender pedindo mais. Acabou
ofendendo por pedir pouco. Quando você pede bastante, está dizendo ao
seu mantenedor que acredita que ele tem condições e generosidade para
compartilhar o que tem.
Em contraste, uma moça me pediu uma reunião para falar sobre sus-
tento, durante uma refeição numa conferência. Sua apresentação do minis-
tério foi boa, nada muito profundo: nem chegava perto da visão e paixão
que Ronnie tinha demonstrado. Na hora de pedir, ela também me olhou
nos olhos e disse, “Steve, seria uma honra ter você e sua esposa em nossa
equipe de mantenedores mensais. O que você acha de investir duzentos dó-
lares mensais em mim e em meu ministério?” Ela também ficou esperando
minha resposta, mas desta vez um tipo totalmente diferente de pensamen-
tos e emoções tomaram conta de mim. Pensei, “Isso é significativo. Você
deve realmente acreditar que você e seu ministério valem duzentos dólares
por mês. Além disso, você deve achar que eu tenho condições e generosida-
de para atender seu pedido!”
Eu nunca vou esquecer o respeito e estima que ela demonstrou ao se
encontrar comigo pessoalmente e pedir uma quantia significativa. Se ela
fizer um bom trabalho de apreciação e comunicação conosco, e ocasional-
mente pedir um aumento, um dia podemos atender sua expectativa e lhe
dar 200 dólares todo mês!
Você tem medo de pedir demais? Se pedir, lembre-se que você pode
sempre diminuir o valor para uma faixa que seja mais confortável ao doador.
Pense um pouco: Quanto você acha que você e seu ministério realmente
valem por mês? Cem dólares? Duzentos dólares? Trezentos? Quinhentos
ou mais? Eu oro para que você decida “pedir grande”, a Deus e às pessoas.
Se o fizer de forma humilde, sensível e em oração, elas não se sentirão ofen-
didas. De fato, você provavelmente as afirmará e honrará com a magnitude
do seu pedido.
HORA DO COMPROMISSO
Há várias gerações, um exército se preparava para a batalha. Suas fileiras
estavam cheias de milhares de homens saudáveis, capazes de esmagar qual-
quer oponente. Seus líderes os proveram com as melhores armas e passaram
anos treinando cada regimento para lutar até a morte uma guerra corpo a
corpo. A tribo de Efraim se achava particularmente corajosa. Contudo, ao
chegar o dia em que o inimigo apareceu sobre a colina, o coração daqueles
O PODER DE PEDIR 151
PREPARE-SE PARA
IMPACTAR
A vontade de conseguir não é nada sem a
vontade de planejar.
17
Maximizando Sua
Frutificação
Nosso despertamento aconteceu em 1988, às dez horas de uma noite quente
de primavera. Eu e minha esposa estávamos passando de moto por uma
ruela de uma cidadezinha no México, quando fomos atingidos de lado por
um carro que avançou o sinal vermelho. Carol foi jogada longe e sofreu
vários ferimentos graves. Eu a resgatei, fiz sinal para um táxi e a levei para o
que achava ser um hospital. O lugar, na verdade, era um postinho de saúde
bem sujo e sem equipamentos, com um “doutor” jovem e sem experiência,
que ainda por cima não falava inglês. Quando ele viu dois ossos saindo do
tornozelo da minha esposa, ficou chocado. Quando ele se virou para mim
e encolheu os ombros como se dissesse “não posso fazer nada”, entendi que
tinha nas mãos um sério problema. Fiquei até tarde da noite ligando para
amigos médicos nos Estados Unidos e fui informado que, se não conseguis-
se levar rapidamente Carol para um centro de trauma, ela poderia ter uma
gangrena e perder a perna. Contratei um jatinho munido de equipamentos
médicos para nos levar de volta a Houston, onde ela seria operada no tor-
nozelo, clavícula e do pulmão em falência.
As cirurgias foram um sucesso, mas nossos problemas estavam apenas
começando. Essa tragédia desencadeou uma jornada para que eu abrisse os
olhos e visse quão frágeis, despreparados e tolos nós éramos, no que diz res-
peito às nossas finanças. Receber a conta de 7.300 dólares das despesas com
o jatinho – que o seguro médico não cobriu – foi um choque. Acrescente
a isso o fato de que tínhamos cinco estudantes universitários comendo
156 PEÇA A DEUS // PARTE IV: PREPARE-SE PARA IMPACTAR
e morando conosco. Tínhamos ainda quatro filhos, nas idades de três anos,
dois anos, um ano, e um bebê de três meses, que dependiam de uma mãe
acamada, incapaz de sequer se mexer.
Sem economias, investimentos nem fundos de emergência, convence-
mos as prestadoras de cartão de crédito a nos dar mais tempo e parcelas
menores. Depois de atingir o limite de crédito do nosso cartão por causa de
saques e supermercado, decidimos parar de ajudar missionários. Foi então
que as coisas começaram realmente a ir de mau a pior. Clamamos a Deus e
compramos um livro de Larry Burkett, para entender como o Senhor que-
ria que lidássemos com nossas finanças e saíssemos do buraco financeiro
em que estávamos. Como conseguimos isso?
PASSO A PASSO
RETOMAMOS NOSSAS DOAÇÕES
Nós nos comprometemos a dar pelo menos os primeiros 10% de todas
as nossas entradas para a obra do Reino. Esse seria nosso primeiro cheque
preenchido a cada mês. Uma decisão inquestionável e inegociável.
MONTAMOS UM ORÇAMENTO
Foi a primeira vez no nosso casamento que estabelecemos em porme-
nores um planejamento financeiro mensal. Decidimos exatamente onde,
quando e como gerenciaríamos nossos recursos.
Nós não somos especialistas, mas se sua casa não está financeiramen-
te em ordem, você também precisa de um despertamento, de preferência
menos catastrófico que o nosso. Se neste momento você se encontra num
MAXIMIZANDO SUA FRUTIFICAÇÃO 157
buraco financeiro, seja porque você mesmo o cavou ou porque “jogaram” você
nele (como no meu caso), tome nota dos cinco passos que listei acima. E,
ao começar, tenha em mente:
extremas para acabar de uma vez com ela. Ore considerando fazer um voto
a Deus de nunca mais ter que pagar um centavo que seja de juros de cartão
de crédito.
Eis um exemplo para nos fazer pensar por que devemos economizar e
investir. Recentemente foram publicados dados que mostram o custo pro-
vável de um curso universitário em 2030, com base na taxa de inflação.
Naquele ano, o preço médio de uma faculdade particular será algo em torno
de 130.428 dólares por ano, e uma universidade pública custará pelo menos
41.220 dólares por ano. A implicação dessas informações é que, se você
pretende mandar os filhos para a faculdade um dia, é melhor começar a
economizar agora!72
72
Valores fornecidos pelo presidente dos consultores da Cruzada Estudantil, Kal Chany, que
escreveu o livro Paying for College Without Going Broke (publicado por Princeton Review, 2011).
Eu fiz as contas usando meus próprios valores e descobri que, se eu tivesse outro filho em 2012, e
quisesse economizar o total de quatro anos de faculdade pública (incluindo alojamento e pensão),
teria que separar 450 dólares todo mês pelos próximos dezoito anos. Esses valores sofrem uma
taxa de inflação anual de 6% para despesas de faculdade e um retorno sobre investimento de 8%
anuais. Mais informações em www.campusconsultants.com.
MAXIMIZANDO SUA FRUTIFICAÇÃO 161
Você quer ter uma consciência limpa quanto ao seu orçamento, e não
deseja inflá-lo além do que é sábio ou necessário. Paulo lida com esse as-
pecto da integridade financeira: “Queremos evitar que alguém nos critique
quanto ao nosso modo de administrar essa generosa oferta, pois estamos
tendo o cuidado de fazer o que é correto, não apenas aos olhos do Senhor,
mas também aos olhos dos homens” (2Co 8.20, 21). Precisamos ter o mes-
mo cuidado de Paulo.
Pare um pouco e examine a planilha de orçamento presente nos apên-
dices deste livro. Por que tantos itens na categoria “despesas”? Por que in-
cluir categorias como vitaminas, animais de estimação e material escolar?
Porque a vida é assim! Essas são despesas reais que você vai ter, e é melhor
se preparar para elas em seu orçamento. Além delas, há uma miríade de
outros itens essenciais que você fará bem em não omitir. Por exemplo:
delas vão querer se tornar doadores regulares além de contribuir para esse
seu fundo inicial – mas você precisa pedir.
73
De acordo com o livro Revolution, de George Barna, publicado por Tyndale House Publishers
em fevereiro de 2006. Leia principalmente o capítulo 2, sobre a nova geração de revolucionários
tentando ser a igreja que Cristo nos comissionou a ser.
74
Para conhecer vários modelos de BAM, bem como leigos, empresas e pastores discutindo e
promovendo BAM, acesse: businessasmissionnetwork.com.
18
Tempestade
de Nomes
Jake era do tipo animado, querido, que parecia conhecer todas as pessoas em
todos os lugares. Sim, ele era jovem, mas tinha uma network muito boa.
Quando sentiu-se chamado ao ministério, começamos a discutir levanta-
mento de sustento. Ele precisava começar a fazer uma tempestade cere-
bral de possíveis contatos, aquilo que alguns chamam de “tempestade de
nomes”. Fiquei espantado quando ele me disse que não conseguia pensar
em ninguém, por isso mandei que voltasse à sua cidade natal e dirigisse
em cada rua, listando nomes de pessoas de quem se lembrava. Ele voltou
com quarenta nomes, incluindo seu técnico da liga secundária, o prefeito
e o açougueiro, para quem havia trabalhado. Levei-o até a sede da sua fra-
ternidade e examinamos os quadros com fotos das turmas da sua época.
Registramos mais quarenta nomes. Passamos pela lista de ex-alunos da fra-
ternidade da qual participou na faculdade e encontramos outros cinquenta.
Cutucá-lo ajudou a estimular sua mente, abrindo uma comporta de círculos
concêntricos de amigos e contatos que ele fizera ao longo dos anos. E ele
nem tinha se dado conta disso.
Frequentemente interajo com pessoas na equipe de ministérios de
tempo integral, e elas conseguem pensar em pouquíssimas pessoas para
colocar em sua lista de contatos. Eu queria poder dizer a elas, “Você está
me dizendo que tem quarenta e três anos de idade, dezesseis de ministé-
rio e só consegue pensar em setenta e seis contatos que podem se tornar
166 PEÇA A DEUS // PARTE IV: PREPARE-SE PARA IMPACTAR
mantenedores? Eu acho que você ama o ministério; é das pessoas que você
não gosta!”
Antes de partirmos para o como fazer, deixo um pensamento que tem
a ver com casamento e networking: Se você se casou há menos de três anos,
você ainda está em lua de mel, certo? Independente de quem foi ao seu
casamento, sua lista de convidados se torna valiosíssima, uma vez que eles
queiram ajudar o jovem casal a começar com o pé direito. Muitos vão acei-
tar conversar e entrarão para sua equipe de sustento. Uma dica aos solteiros:
se possível, faça um casamento enorme. Não dá para saber se isso não vai se
tornar uma grande vantagem um dia!
REGISTRE E RETENHA
Agora é a sua vez. Assim que você e seu supervisor estiverem confor-
táveis quanto ao orçamento que você planejou, é hora de botar as mãos na
massa e fazer uma extensa tempestade de nomes. Você tem muito trabalho
a fazer, por isso separe um bom tempo para isso na sua agenda. Peça ao
Senhor energia, perseverança, criatividade e uma boa memória – você vai
precisar refazer cada estágio da sua vida toda. Tente se lembrar de cada
nome do seu passado.
Consiga um bom software de base de dados, que permita a você re-
gistrar e acessar de forma rápida e fácil qualquer informação relevante dos
seus contatos. Encontre um programa desenvolvido para ajudar obreiros
cristãos a levantar sustento,75 que além de gerenciar informações de conta-
tos, possibilite rastrear suas doações, gerar gráficos e relatórios, fazer mala
direta, mostrar quando alguém deixou de ofertar, alertar você para mandar
uma mensagem de gratidão ou cartão de aniversário, agendar tarefas. Você
pode encontrar uma lista de excelentes opções nos apêndices desde livro, na
seção Recursos Atuais.
Alguns de vocês não vão conseguir nem setenta e seis pessoas para
colocar na lista. Costumo fazer uma estimativa de que cada pessoa tem
cerca de mil amigos e conhecidos; desses mil que você já conheceu ou en-
controu na vida, estimo que você manteve contato com cerca de sessenta.
Estou certo que esses sessenta vão para a sua lista de contatos, mas aposto
que você deixou de fora a maioria dos novecentos e quarenta com quem
não manteve contato. Então, o que aconteceria se você voltasse, tentasse
restabelecer contato com pessoas da lista dos novecentos e quarenta, mas
alguém respondesse, “Sinto muito, não tenho interesse em encontrá-lo de
novo”. O que você teria perdido? Absolutamente nada! Sim, se você quiser,
você pode deixar-se abater, fechar-se em casa e ficar deprimido, mas você
pode simplesmente mandar aquele nome de volta para o arquivo “perdi
contato” – onde ficou por dezenove anos – e avançar para o próximo nome!
Quando tento me reconectar com alguém do passado, gosto de compor
uma carta personalizada antes de telefonar ou mandar um e-mail. Coloco
a pessoa a par da minha vida: minha conversão a Cristo, como vai minha
família e trabalho, e conto como Deus tem me conduzido para este minis-
tério estratégico. Só então incluo algo semelhante a isto:
Tenho a responsabilidade e o privilégio de levantar todo o meu
sustento pessoal e operacional antes de dar início ao meu minis-
tério. Tenho orado e pensado nas principais pessoas que partici-
param da minha vida ao longo dos anos. Por isso, neste momento
ao mesmo tempo empolgante e assustador da minha vida, estou
voltando ao passado e pedindo a velhos amigos como você que me
permitam compartilhar a visão ministerial e os alvos financeiros
que o Senhor tem me dado. Sei que faz muito tempo que nós não
nos vemos, mas em algum momento nós fomos importantes na
vida um do outro. Talvez você não possa se juntar a mim e investir
nesse meu novo empreendimento, mas seria uma honra comparti-
lhar minha história com você e saber como vão as coisas depois de
todos esses anos. Posso ligar para você na semana que vem e verifi-
car se podemos nos encontrar em algum momento? Estou ansioso
por restabelecer o contato.
Isso é assim tão assustador? Qual a pior coisa que pode acontecer se
você chegar a telefonar para a pessoa? A melhor coisa é que um velho ami-
go pode se tornar um novo mantenedor!76
76
Para mais ajuda sobre esse assunto, e sobre como retomar o contato com amigos do passado,
confira o capítulo 18 de ViewPoints: “How Old Friends Can Become New Supporters”.
TEMPESTADE DE NOMES 169
os periódicos das escolas nas quais estudou, listas de membros das igrejas
pelas quais passou até agora, e até álbuns de fotos que possam estimular sua
memória a ajudá-lo a listar centenas de nomes de grupos de jovens, reu-
niões da empresa, retiros, formandos do segundo grau, viagens missionárias
e associações do bairro. Quando o assunto é tempestade de nomes, não se
torne um cavaleiro solitário. Invente maneiras criativas de envolver outras
pessoas. Estas são outras duas formas de você multiplicar seus esforços além
do que você pode fazer sozinho:
COMITÊS EXECUTIVOS
Tenho um amigo próximo que criou um comitê executivo, por meio
do qual ele e sua esposa recrutaram doze mantenedores com quem se en-
contrariam uma vez por mês, enquanto levantavam sustento. O propósito
era orar por eles, levantar novos nomes, marcar conversas pessoais, e pro-
mover encorajamento e prestação de contas. Algumas daquelas pessoas até
criaram um segundo comitê em outra cidade, onde também concentraram
seus esforços. Qualquer que seja o nome que você dê ao seu grupo, tente
mantê-lo ativo até você alcançar 100% do seu sustento. Se você der a esses
mantenedores iniciais uma boa descrição de funções e os valorizar, eles fi-
carão com você até o fim.
DICAS FINAIS
É bom convidar diferentes igrejas locais para fazerem parte da sua equi-
pe de apoio. No entanto, é possível que alguém se oponha a você convidar
a igreja ou os amigos dessa pessoa para que contribuam para um ministério
que vai acontecer longe dali. Eles podem dizer: “Como você pode levantar
dinheiro de um grupo de pessoas para ministrar a outro grupo, em outro
local? Não são as pessoas desse outro local que devem sustentar você?” Sim,
idealmente isso é verdade. Mas há várias exceções na Bíblia. Paulo recebeu
dinheiro de outras igrejas distantes a fim de poder ministrar em Corinto,
Tessalônica e Éfeso (At 18.1, 2Co 11.7, 8, 1Ts 2.9, 2Ts 3.8, At 20.34).77
As pessoas sempre me perguntam, “Quantos nomes eu devo ter em
minha lista de contatos?” O máximo possível, no mínimo várias centenas.
Conheço um rapaz de vinte e um anos que foi contratado para trabalhar
numa firma de corretagem de estoque. Eles exigiram que ele levasse para
seu primeiro dia de trabalho mil nomes com informações de contato.
Aquele seria o ponto de partida para ele construir sua clientela. Ele não
poderia copiar nomes de uma lista telefônica; precisavam ser pessoas que
77
Vários textos bíblicos apoiam esse conceito, incluindo a expressão “nos seus primeiros dias no
evangelho” (Fp 4.15, 16). Ele se refere claramente à primeira pregação de Paulo na Macedônia,
cerca de dez anos antes da escrita da carta. Aqueles crentes de Filipo eram mantenedores de
Paulo de longa data, durante todo o tempo em que ele viajou plantando igrejas em outras regiões.
2Coríntios 11.9 descreve como Silas e Timóteo foram da Macedônia a Corinto para levar a
Paulo os recursos supridos pela igreja dos filipenses, de modo que o apóstolo pudesse passar de
um ministério em tempo parcial para o tempo integral, entre os coríntios (At 17.14, 15). Mais
informações nas páginas 114 a 115 de Philippians: Triumph in Christ, de John F. Walvoord.
172 PEÇA A DEUS // PARTE IV: PREPARE-SE PARA IMPACTAR
Dinheiro e
bom senso
Bart era um atleta de destaque na faculdade. Ele presumiu que poderia se
poupar do árduo e obrigatório processo que todo mundo enfrenta ao
buscar sustento completo. Nós trouxemos esse jovem líder para a nossa
equipe, junto com sua esposa, e lhes proporcionamos um ótimo treina-
mento sobre sustento. Mas Bart tinha outros planos. Ele já tinha deci-
dido que as centenas de horas em ligações, viagens e encontros pessoais
com mantenedores era algo desnecessário. Em vez disso, ele cria que
Deus estava mandando escolher cem dos seus principais contatos no
estado, para uma abordagem individual. Num único dia, ele enviou uma
carta para todos os cem, pedindo a mesma quantia mensal e incluin-
do um envelope selado para que mandassem logo o primeiro cheque.
Confiante de que todo o dinheiro começaria a entrar em questão de dias,
ele sentou-se, orou e ficou de olho na caixa de correios. Implorei a ele
que não seguisse esse plano, mas ele dizia, “Não, Deus mandou que eu
fizesse assim!” Minha vontade era dizer, “Não, Ele não mandou”, mas
isso não seria espiritual.
Três meses depois, bateram à porta do meu escritório. Bart, cuja
postura era normalmente de extrema autoconfiança, agora estava calado
e com um olhar desanimado. Parecia um pouco mais ensinável, ao me
contar que somente dois da sua lista dos “Top 100” haviam respondido,
ainda por cima com ofertas únicas. Bart estava confuso e abatido. Agora
ele estava aberto a ser ajudado. Encorajei-o a voltar aos cem contatos
174 PEÇA A DEUS // PARTE IV: PREPARE-SE PARA IMPACTAR
e marcar conversas individuais com cada um; ele até tentou, mas não
se sentia bem diante da carta que mandara antes. Consequentemente,
nunca conseguiu montar uma equipe de sustento. Depois de mancar
financeiramente por três anos, ele e sua esposa desiludida finalmente
partiram para um trabalho e salário “de verdade”. Fiquei muito triste: se
havia alguém capaz de facilmente montar uma equipe, era Bart. Mas em
vez disso ele escolheu atalhos e uma abordagem “tamanho único”. Esse
foi o seu fracasso.
Nós não podemos nos permitir cortar caminho na nossa preparação.
“Falhar em planejar é planejar falhar”, diz o ditado. Por isso, antes de co-
meçar, “Consagre ao Senhor tudo o que você faz, e os seus planos serão
bem-sucedidos” (Pv 16.3). Neste estágio do processo, você e sua família,
amigos e principais mantenedores já devem ter computado muitos dias e
até semanas esquadrinhando cada fragmento da vida, cada pedaço de ati-
vidade na qual você já se envolveu, cada lugar onde já morou, trabalhou,
estudou, jogou e congregou em toda a sua vida. Você já pode humildemente
recuar com um senso de satisfação, confiante que fez um trabalho completo
e exaustivo de tempestade de nomes. Nesse caso, você tem tudo para come-
çar com o pé direito.
PRIORIZE NOMES
Agora que sua tempestade de nomes já criou uma grande enxurrada, como
organizá-los? Quem você deve abordar primeiro, e quem vem depois?
Como saber o que pedir? A primeira coisa que você deve fazer é dividir
sua enorme lista em grupos de pessoas com prioridade alta, média e baixa.
PRIORIDADE ALTA
Pessoas que você está quase certo que se tornarão parceiros no seu sus-
tento, provavelmente indivíduos com quem você tem alguma relação natu-
ral, dada por Deus. Elas se importam com você pessoalmente, ou têm uma
forte paixão pela sua causa, ou foram influenciados por sua organização ou
agência no passado.
PRIORIDADE MÉDIA
Trata-se dos contatos que você não tem certeza se vão contribuir. A
chance é de 50%. Se você orar, escolher a rota da abordagem pessoal e fizer
um excelente trabalho de apresentação e pedido, pode ser que Deus os im-
pulsione para entrar para sua equipe de sustento.
DINHEIRO E BOM SENSO 175
PRIORIDADE BAIXA
Esses contatos são as pessoas que você está certo que não vão querer
contribuir, mas mesmo assim você vai manter o nome deles na lista. Nunca
se sabe; você pode alcançar 100% do seu sustento sem pedir a nenhum de-
les. Ainda assim, alguns de nós vão ter que trabalhar com todas as três listas,
bem como bateladas de indicações, até conseguirem sustento completo.
U$ 75/mês 80 160
U$ 100/mês 60 120
U$ 125/mês 48 96
U$ 150/mês 40 80
U$ 200/mês 30 60
escolha. Tenho visto que quem levanta sustento geralmente recebe o que
pede. Se você decidir pedir 50 dólares por mês às pessoas, a média de doa-
ções de todos os seus mantenedores será de 40 dólares. Se você pedir 100
dólares por mês a cada pessoa, a média será de 85 a 90. Se você pedir 150
dólares, vai receber em média 130, e assim por diante.
NÃO PEDIR
Possíveis doadores não têm o poder de ler a mente. Você precisa dar
a eles alguma ideia do que quer que eles façam! Eles ligam a TV e veem
um apresentador religioso pedir ofertas de 19,95 dólares. Ao mudar de ca-
nal, outro apresentador pede doações de 500 dólares para um novo projeto.
Depois de dez anos e centenas de conversas que já tive para pedir sustento,
apenas duas vezes alguém me interrompeu antes de eu ser mais específico, e
disse, “Não sugira um valor. Vamos orar e você saberá”. Os demais aprecia-
ram grandemente eu ser mais específico no que estava pedindo.
Às vezes percebo alguém em nossa equipe que tem um doador que
ajuda esporadicamente, falhando um mês aqui e outro ali. Nesses casos,
pergunto ao obreiro, “Você conversou pessoalmente com essa pessoa?” Um
tanto quando envergonhados, a resposta comum é admitir que eles apenas
falaram por telefone com o mantenedor, mandaram uma carta ou e-mail,
ou expuseram o projeto num contexto de grupo. Quase sem exceção, uma
conversa individual e face a face é a alternativa que gera um compromisso
mensal mais significativo, consistente e duradouro.
de Utilidades
Tonya era uma garota brilhante. Suas habilidades com as pessoas estavam acima
da média, e ela sabia disso. Antes de decidir se dedicar ao ministério em
tempo integral, havia escolhido a profissão de telemarketing, e era boa nisso.
Ela passou pelo nosso treinamento obrigatório sobre levantar sustento, mas
não prestou atenção nem fez anotações. Presumiu que, com seus talentos e
pano de fundo, poderia pular muito do trabalho pesado – como ela o cha-
mava – e simplesmente começar a procurar as pessoas para pedir. Ela pen-
sava, “Quem precisa de roteiros, apostilas, ou apresentações de PowerPoint
quando Deus já lhe deu uma personalidade tão cativante?” Em vez de le-
var dias e dias preparando-se meticulosamente e
treinando com cuidado as várias ferramentas que Se você se preparar
hoje, tem boas chances
lhe pediram para desenvolver, ela decidiu se lançar de não ter que reparar
sozinha na tarefa. Para ela, aquela seria uma aven- amanhã.
tura grandiosa de confiança e fé. Para os outros era
tolice, arrogância até.
Assim que ela começou, numa cidade diferente, vieram os obstáculos.
Em toda parte, as pessoas olhavam confusas e faziam perguntas que não
tinham respostas. Suas previsões otimistas de sucesso instantâneo viraram
um pesadelo. As pessoas não apareciam aos encontros porque ela não con-
firmava de antemão. Algumas delas não se impressionavam com seu estilo
desconexo e impensado de explicar seu ministério. Outras duvidavam da
182 PEÇA A DEUS // PARTE IV: PREPARE-SE PARA IMPACTAR
credibilidade da sua organização e planos, uma vez que ela não preparara
nenhum material de divulgação mais profissional.
Humilhada, Tonya teve que voltar ao lápis e papel. Ela chamou seu
supervisor, e juntos debruçaram-se sobre a prancheta para avaliar e plane-
jar; em seguida, ela se escondeu em seu apartamento por dez dias, fazendo
nada além de orar, planejar, preparar e praticar. Comprometa-se a lançar o
fundamento apropriado antes de fazer aquela primeira ligação ou ter sua
primeira conversa. O propósito aqui é que, ao começar, você já tenha uma
visão geral e uma fundamentação lógica para as ferramentas básicas das
quais vai precisar. Ao se preparar para impactar, estas são as três partes
principais do processo.
encontro! Ao mesmo tempo, você não quer abrir mão da sua integridade.
Não mencionar finanças pode soar enganoso, como uma tática do tipo “fis-
gar e trocar”. Isso não é bom para a sua credibilidade.
O PEDIDO
Ao marcar suas conversas, você vai precisar decidir de antemão se vai
convidar cada pessoa para se juntar à sua equipe de sustento ou apenas orar
por essa possibilidade. Há uma grande diferença. Como você pode ima-
ginar, eu recomendo que, durante o encontro, você convide a pessoa para
entrar para sua equipe, e deixe-a responder. Essas pessoas já responderam
muitas perguntas e pedidos na vida; elas vão saber lidar com o seu! Você
deu duro para conseguir esse encontro: trocou quatro ou cinco telefonemas,
aceitou remarcar a conversa, e agora tem preciosos quarenta minutos senta-
do diante dessa pessoa tão ocupada. Não os desperdice. E definitivamente
não presuma que terá outra oportunidade tão rápido. Use seus quarenta
minutos por tudo o que eles valem! Seus possíveis doadores sabem por que
você está lá. Você não escondeu nada deles. Vá em frente e convide-os para
VESTINDO SEU CINTO DE UTILIDADES 185
sua equipe. Depois fique quieto e espere a resposta. Você pode confiar no
Senhor que seu pedido será ouvido, e que Ele é plenamente capaz de dire-
cionar a resposta da pessoa. Depois que você a convidar para que invista e
se torne um parceiro ministerial, é entre ela e o Senhor.
Mas vamos admitir: a parte mais difícil da conversa é esse pedido face
a face. Às vezes, a sensação é como encarar seu pai bravo, depois de você ter
aprontado alguma! Se pelo menos houvesse uma terceira pessoa presente,
para aliviar um pouco da pressão. Bem, lembre-se de que o próprio Deus
está presente. Mas além dEle, pense no portfólio ministerial que você trou-
xe. Ele permite que você e a pessoa não fiquem apenas olhando um para o
outro, mas possam também olhar seus documentos. No meu caso, quando
chega a hora de fazer o pedido, mostro à pessoa os gráficos de Níveis de
Contribuição. São eles:
apenas dando início ao diálogo. TOTAL: 43 doadores ...................................... $ 7200 por mês
O FECHAMENTO
A quinta e última parte de montar seu portfólio é o fechamento. Como
você vai encerrar a conversa? Você precisa ser muito específico com relação
a quais exatamente são os próximos passos para você e para o doador. Faça
um fluxograma e escreva para onde você vai querer conduzir a conversa,
com base na resposta que a pessoa der. Por exemplo, se ela disser:
“Sim, queremos fazer parte da sua equipe.”
• Estabeleça a quantia mensal ou anual com a qual ela vai se
comprometer.
• Estabeleça quando ela vai querer começar.
• Estabeleça como ela vai começar a contribuir:78 cheque, transferência
eletrônica ou cartão de crédito. (Pergunte se ela já pode decidir isso
agora ou deseja confirmar depois. Nesse caso, você volta a entrar em
contato.)
• Decida se você também vai pedir uma contribuição para os fundos
que você está levantando para começar seu ministério.
• Peça recomendações, se achar necessário.
• Entregue sua última carta circular, atualize suas informações de con-
tato e agradeça.
computador para a pessoa e deixar que ela digite suas informações, clique
“enviar” e entre oficialmente na sua equipe.
Eu sei que todos esses detalhes podem deixar você confuso ou parecer
que é coisa demais. Eu entendo. Se você pedir a plenitude e a capacitação
do Espírito enquanto você, com fidelidade e consistência, ora, prepara e
pratica, você verá Deus ir à sua frente. Lembre-se que Ele quer ver seu
sustento aumentando, mais ainda do que você!
Observação: Nos capítulos 22 a 26, oferecerei bem mais detalhes práti-
cos para a primeira ligação, os encontros e a continuidade.
21
Montando sua
Agenda
Quando eu comecei a levantar meu sustento, planejei ir de carro de Arkansas
para Kansas City: uma viagem de seis horas. Naquela semana, foquei mi-
nha atenção em outras coisas e não marquei nenhum outro compromisso.
Pensei comigo mesmo, “Eu sei que ainda não tenho nenhuma conversa
marcada, mas conheço esses caras. São meus amigos. Tenho certeza que va-
mos conseguir nos falar. Tenho que confiar em Deus!” Com esse pensa-
mento ao mesmo tempo positivo e difuso, saí confiantemente em viagem.
Ao chegar em Kansas City, comecei os telefonemas: um amigo estava fora
da cidade, outro estava recebendo visita da família,
um terceiro estava doente, ainda outro havia troca- “Quaisquer falhas das
do de número, e a derrocada continuou. Depois de quais já ouvi falar,
percorrer a minha lista inteira, eu ainda não tinha quaisquer erros que
nenhuma conversa marcada. Senti-me tão tolo que cometi, quaisquer toli-
ces que já testemunhei
queria gritar, “Nunca mais eu faço isso!” Entrei no
na vida pública ou
carro e peguei a estrada de volta..79 privada, foram todos
O que eu fiz não foi um bom exemplo de como consequência de agir
gerenciar sua agenda ao levantar sustento: passe sem pensar.” 79
seis horas dirigindo para Kansas City. Fique uma Bernard Baruch,
hora fazendo ligações telefônicas. Dê meia vol- executivo americano
ta e dirija por seis horas para casa. Esse meu erro
79
Stewart Levine, The Book of Agreement: 10 Essential Elements for Getting the Results You Want
(San Francisco: Berrett-Koehler Publishers, 2002), p. 213.
192 PEÇA A DEUS // PARTE IV: PREPARE-SE PARA IMPACTAR
vou passar menos tempo num lugar, as pessoas se mostram mais dispostas
a fazer um esforço para se encaixar na minha agenda apertada; elas sabem
que vou embora logo. Se, porém, eu disser a elas que vou ficar entre uma e
duas semanas, elas não veem um motivo urgente para marcar logo uma reu-
nião, respondendo, “Só venha para a minha cidade, e vamos achar uma hora
para conversar”. Constatei que obreiros em busca de sustento vão conseguir
apenas um ou dois encontros por dia se ficarem por mais tempo numa úni-
ca cidade. Isso tem um impacto negativo em você e nas pessoas com quem
senta para conversar sobre sustento.
CENÁRIO 1:
Você marcou um encontro às 20h30 no Starbucks com Larry, um velho
amigo do segundo grau, que agora tem seu próprio negócio. Ele diz, “Que
bom que você está na cidade. Já conseguiu dar uma passada no novo sho-
pping? Já foi jogar golfe, ou ver o time de futebol americano?”
Você responde, “Não, ainda não consegui”.
“Por que não?” Larry pergunta. “O que você fez o dia todo?”
“Bem, deixe-me ver. Às seis da manhã eu fui tomar café com Terry
Jones, para conversarmos sobre meu sustento; no meio da manhã tomei
um cafezinho com o pastor Strauss; almocei com um executivo que me foi
indicado por outro mantenedor; agora estou vindo de um jantar com um
casal que queria ouvir sobre minha visão ministerial. Não tive muito tempo
para passear na cidade, pois você é meu quinto compromisso de hoje.”
Larry não sabe o que falar. O que deve estar se passando em sua mente?
“Esse cara leva a coisa a sério!”
CENÁRIO 2:
Às oito da noite você se encontra com Rachel, uma forte indicação
feita por um mantenedor, para comerem alguma coisa. Depois de se co-
nhecerem melhor, Rachel fala, “Já sei que você está na cidade para levantar
sustento para seu ministério. Conseguiu algum encontro bom hoje?”
Você para, baixa os olhos e balbucia, “Ahmm, sim foi um bom dia. Mas
eu, bem, eu não consegui nenhuma conversa pessoal hoje.”
“Entendo. O que você fez durante o seu dia na cidade?”, ela pergunta.
“Hoje? Bem, eu dormi até mais tarde, tive um tempo devocional muito
bom. Depois fiz um pouco de exercícios, li um pouco e passei um tempo na
biblioteca, colocando algumas coisas em dia.
“Então eu sou sua única conversa de hoje?”, ela questiona sem rodeios.
“Acho que sim”, você responde, sem graça.
196 PEÇA A DEUS // PARTE IV: PREPARE-SE PARA IMPACTAR
Rachel também não sabe o que falar, mas por outro motivo. O que deve
estar se passando em sua mente? “Esse cara precisa arranjar um emprego!”
Por quanto tempo você empregaria um vendedor que se achasse bem-
-sucedido por fazer uma ou duas ligações por dia? Conheço muitos obrei-
ros que, na busca por sustento, ficariam tortos de tanto dar tapinhas nas
próprias costas, gabando-se de marcar uma média de uma ou duas conver-
sas por dia!
Mesmo que eu trabalhe e ore tenazmente para preencher cada dia da
minha busca por de sustento com seis encontros, muitas vezes tenho que
me contentar com três a cinco conversas pessoais. Raramente tenho seis
compromissos num único dia, mas não por falta de iniciativa ou empenho.
Estive no Texas recentemente, e consegui catorze encontros em três dias.
Um colega de trabalho conseguiu dezesseis encontros durante uma viagem
de três dias para Little Rock. Então, por favor, não se avalie pelo padrão dos
outros. Não compare a humilde ética de trabalho de outros obreiros com a
sua. Você estabelece seu ritmo.
MARCANDO ENCONTROS
Ao planejar suas viagens, escreva o nome das pessoas de prioridade
alta, média e baixa daquela cidade. Ore por cada uma delas e classifique-as
de acordo com a disposição que você espera de cada uma quanto a investir
em você e seu ministério. Avalie quem do topo da lista é mais difícil de se
conseguir para uma conversa pessoal, com base na agenda lotada de cada
um. Concentre-se neles primeiro. Em seguida, contate a segunda pessoa
mais difícil de negociar uma vaga em seu calendário, e depois a terceira.
Monte sua agenda de viagens em torno desses indivíduos. Deixe por último
aqueles velhos amigos, dispostos a ver você a qualquer momento do final
dos seus esforços de agendamento. Eles o amam tanto que vão lhe permitir
encaixá-los em qualquer brecha. Enquanto você liga, manda e-mail ou uma
mensagem de texto a cada pessoa da sua lista – enquanto você monta sua
agenda diária –, entenda que é um desafio e tanto equilibrar pessoas, com-
promissos e viagens. Esteja preparado para fazer reajustes de última hora,
de pessoas e compromissos, em cada cidade e todos os dias.
Sim, eu quero lotar todos os meus dias com encontros, mas gosto tam-
bém de deixar um ou outro espaço no final da minha estadia em cada lugar,
tendo em vista “encontros divinos”. O motivo? E se numa tarde, durante
uma conversa com um velho conhecido, ele ficar empolgado e exclamar, “Eu
não tinha ideia de que era isso que você está fazendo. Por quanto tempo
MONTANDO SUA AGENDA 197
você vai ficar na cidade? Eu quero que meu sócio ouça exatamente o que
você me expôs. Você tem algum espaço na sua agenda antes de ir embora?”
É ou não é um “encontro divino”? É claro que sim!
Em contraste, conheço um monte de pessoas que adotam apenas o
conceito de encontros divinos. Em outras palavras, elas não planejam de
antemão suas viagens e conversas pessoais. Elas simplesmente aparecem na
cidade e ficam zanzando por três dias, crendo que Deus vai fazer aparecer as
pessoas certas na hora certa. É óbvio que devemos ouvir o Espírito quando
Ele nos direciona ou redireciona, mas não consigo acreditar que o Senhor
vai abençoar nossa indisposição de trabalhar com afinco. Não há justificati-
va para a preguiça. Nossa consciência sempre nos entrega.
Planejar e marcar encontros e conversas é uma tarefa que consome
muito do nosso tempo, energia, paciência e ânimo. Mas não há descul-
pas. Conheço obreiros levantando sustento que dizem que o verão é ruim
para marcar encontros porque as pessoas estão viajando. O outono não é
bom porque as escolas estão voltando às aulas, com todo tipo de ativida-
des. Novembro e dezembro, é claro, não dá, pois as pessoas saem de férias.
Na verdade, essas pessoas conseguem eliminar o ano todo, se quiserem.
O fato é que todos os dias do ano são uma ótima ocasião para convidarmos
pessoas a investirem seus recursos para impactar o mundo. Só depende da
sua perspectiva.
Parte 5
Chegou A HORA
Desça da arquibancada, siga até a pista e corra a
corrida para a qual Deus o está chamando.
22
Entrando na Zona
de Conflito
A porta do escritório está fechada. O café está esfriando na caneca. O olhar de
Chris está sobre o telefone em cima da mesa. Ele já planejou e orou, mas
está paralisado de medo. Seu olhar agora parece se voltar para algum lugar
lá fora, através da janela. Seu estômago começa a revirar. Ele arruma nova-
mente a mesa. O café esfriou. Ele deveria fazer uma atividade física. Sim.
“Por que não começar hoje?”, ele pensa. Coloca o tênis de corrida e se dirige
à porta. Sua esposa percebe e não entende nada. Ela achou que ele ia passar
a manhã dando telefonemas.
Talvez você consiga se identificar. É a primeira tarde em que você vai
para o escritório, tranca a porta e decide não sair enquanto não tiver alinha-
do pelo menos oito conversas pessoais. Já mandou uma circular com notí-
cias, uma batelada de e-mails preparando para a conversa, e está finalmente
pronto para fazer suas primeiras ligações marcando conversas para pedir
sustento. Só que você está muito nervoso e começa a fazer qualquer outra
tarefa da sua lista, exceto a mais importante: ligar para as pessoas.
É aqui que a batalha começa; chegou a hora de correr. Você e eu pode-
mos ser as pessoas de mais oração e planejamento de todas, mas agora é a
prova de verdade. Enfrentaremos os gigantes da nossa mente, caminhare-
mos em direção aos nossos medos, e rejeitaremos a passividade e a procras-
tinação? Cada vez que pegamos o telefone para fazer uma ligação, cada vez
que batemos à porta de alguém para uma conversa sobre sustento, cada
vez que olhamos no fundo dos olhos da pessoa e fazemos a pergunta de
202 PEÇA A DEUS // PARTE 5: CHEGOU A HORA
ouro, estamos decidindo enfrentar a batalha. Agora que estamos para en-
trar na parte mais prática do levantamento de sustento, eu convido você a
se comprometer, logo de início, a ser um homem ou mulher que: depende
totalmente de Deus em oração; importa-se de maneira profunda e pessoal
com cada vida que você cruza; e por fim, apega-se com persistência a uma
atitude do tipo “eu consigo, não vou desistir”.
Você está pronto?
Eu sei que a maneira como você marca um encontro vai depender mui-
to da sua idade. Missionários mais jovens podem contatar seus amigos da
mesma idade por mensagem de texto ou pelas mídias sociais. Um ou outro
vai usar e-mail. Para a maioria, o método escolhido será uma ligação te-
lefônica, especialmente se o seu contato é consideravelmente mais velho
que você. Procure identificar e usar o meio mais eficaz de se conectar com
seu potencial mantenedor, quando for marcar uma conversa. Esse é o fator
determinante no que diz respeito aos meios de comunicação usados, e não
apenas por ser o mais rápido, mais fácil ou menos intimidador.
me disse que tem família?” Não faça isso! Você tem que perguntar como o
filho dele foi na partida de baseball. Pergunte se a esposa gostou do hotel
onde ficaram, e das refeições. Você está tentado construir um relaciona-
mento com a pessoa; registre, armazene e repasse cada informação coletada
antes de cada conversa. Isso o ajudará a estabelecer um vínculo forte.
FECHANDO ENCONTROS
Gosto de ter minha agenda aberta na minha frente, de modo que eu
possa saber exatamente quais são meus horários vagos. Mesmo que eu
não tenha nenhum compromisso alinhado, não digo à pessoa, “Minha
semana está vaga. Estou livre a qualquer horário. Quando você quer
204 PEÇA A DEUS // PARTE 5: CHEGOU A HORA
marcar nossa conversa?” Se eu fizer isso, a primeira coisa que o outro vai
pensar é, “Não tem nenhum compromisso marcado na semana? Tá mau,
hein?” Uma abordagem melhor seria sugerir alguns horários específicos,
mas expressar flexibilidade. Eu reparto meu dia em seis possíveis horários
para conversar:
Café da manhã
Nesse horário, você pode se encontrar com as pessoas antes de elas irem
para o serviço. Se você pagar o café, num local perto de onde elas trabalham,
o resultado normalmente é um negócio fechado.
No meio da manhã
Uma boa hora para encontrar-se com pastores, executivos, donos de
negócios e donas de casa. Muitas dessas pessoas têm flexibilidade para con-
versar por vinte a quarenta e cinco minutos, em casa ou no escritório.
Almoço
Esse tempo, normalmente, é reservado para trabalhadores com tempo e
flexibilidade suficientes para sair para almoçar. Porém, não deixe de levá-los
de volta ao trabalho no horário.
No meio da tarde
As mesmas sugestões do meio da manhã.
Jantar
Separe esse horário para pessoas solteiras ou casais com quem você
deseja ter um tempo mais descontraído.
De noite
Encontrar-se com um velho amigo ou conhecido mais jovem às oito e
trinta da noite para comer alguma coisa é uma boa pedida se você quer co-
locar as coisas em dia e falar sobre seu ministério visando levantar sustento.
E, é claro, fins de semana podem ser uma ótima ocasião para planejar
conversas pessoais, uma vez que as pessoas costumam ter uma agenda mais
flexível aos finais de semana.
Em casa
Eu detesto me convidar para a casa de alguém, menos ainda para uma
refeição. Contudo, eu convido pessoas para a minha casa, para falar do meu
ministério e das oportunidades de parceria. Encontrar-se em sua casa ou
na casa da pessoa é algo que normalmente reservamos para alguém a quem
conhecemos bem. Uma visita domiciliar também costuma ser mais flexível,
e pode durar até uma hora. Nunca deve passar de duas.
No escritório
A maioria dos donos de negócios, executivos e gerentes de empresas
tem uma agenda bem mais livre, a ponto de permitir que você apareça
no local de trabalho deles para uma conversa de vinte ou trinta minutos.
Apesar disso, seja pontual e respeite seus limites de tempo; tente nunca
extrapolar quarenta e cinco minutos.
Num restaurante ou cafeteria
Este ambiente é apropriado para aqueles que desejam passar um tempo
fora de casa ou do escritório. Pague sempre a conta, de modo a não con-
tribuir para a ideia errada de que não passamos de mendigos à espera de
qualquer coisa gratuita.
Se você for casado, ou a pessoa com quem você vai se encontrar, seja
cauteloso em encontros com pessoas do sexo oposto. Não marque uma con-
versa a sós em lugares fechados, nem saiam para comer num restaurante.
Nem tanto por uma questão de tentação, isso os protegerá da acusação de
comportamento impróprio.
ESTABELEÇA UM VÍNCULO
“Alô, é o senhor Smith?”
“Senhor Smith, aqui é o Steve Shadrach. Como o senhor está?”
“O senhor teria um minuto para conversar?”
“Conheci seu filho e sua filha na última reunião de jovens. Gostei mui-
to deles. Você e sua esposa estão de parabéns.”
MARCANDO O ENCONTRO
“Senhor Smith, na semana passada eu mandei uma carta falando do
meu ministério. O senhor conseguiu lê-la? Entendeu a proposta?”
206 PEÇA A DEUS // PARTE 5: CHEGOU A HORA
SABEDORIA E ATITUDE
Não fale demais sobre dinheiro, ou eles vão tentar responder já por
telefone. Não fale de menos sobre dinheiro, ou eles se sentirão enganados.
Lembre-se das duas expressões-chave para alcançar o equilíbrio: visão mi-
nisterial e alvos financeiros. Para mim, elas cumprem o propósito de informar
que vamos conversar sobre dinheiro e sobre contribuir, sem falar demais e
espantar a pessoa antes mesmo de encontrá-la pessoalmente.
Perceba que eu não pergunto se a pessoa gostaria de conversar. Seja
confiante e presuma que ela gostaria de ver você pessoalmente e ouvir sua
visão ministerial. Pergunte apenas qual dia e horário seria melhor para ela.
A sua atitude é contagiante. As pessoas vão saber pela sua voz e atitude se
você acha mesmo que vai conseguir um horário com elas. Se nossa postura
durante o telefonema for de abatimento, desânimo ou derrota, passaremos
a impressão de que somos mendigos de mãos estendidas, certos da rejeição.
Não é de admirar que não consigamos marcar conversas pessoais.
O outro caminho é sorrir durante a ligação. Dê risada, se for apropria-
do. Dê às pessoas um gostinho da visão, paixão e alegria que você tem no
Senhor e no seu trabalho. Deixe-as sentir que você está motivado a conta-
giá-las com sua empolgação. Talvez você nem conheça a pessoa com quem
está falando no telefone. Por que não começar agora mesmo a se entrosar e
a construir uma amizade? Assim, quando se encontrarem pessoalmente, a
conversa será apenas uma continuidade de um relacionamento entre duas
pessoas que já estão conectadas.
ENTRANDO NA ZONA DE CONFLITO 207
Construindo
Pontes
Talvez eu não devesse ser tão transparente, mas já houve vezes em que, a ca-
minho de um encontro ou tentando dar início a uma conversa sobre susten-
to, eu fiquei paralisado de medo. Lembro-me de já ter dado dez voltas num
quarteirão antes de criar coragem para sair do carro, dirigir-me à casa do
contato e bater à porta. Outra vez, eu estava no escritório de um abastado
advogado e político de renome, a quem pediria uma vultosa doação anual.
Comecei a usar meu portfólio para tentar esconder as mãos e as pernas, que
tremiam incontrolavelmente. Eu só estava esperando o momento em que
aquele homem ia me expor, dizendo, “Filho, você precisa ir ao banheiro?
É no final do corredor!”81
O segredo para enfrentar seus medos é caminhar na direção deles e
nunca se esquecer de fazer o pedido divino antes
“Deus nunca usa al-
mesmo de entrar no local do encontro. Confie
guém grandemente,
no poder do Espírito Santo e nas promessas da até que o tenha testado
Palavra. Ir até o fim nesse tipo de cenário assus- profundamente.” 81
tador será uma das maiores preparações que você A. W. Tozer,
terá para o ministério e para a vida. Não usurpe o escritor e evangelista
que Deus quer fazer em sua vida esquivando-se das
conversas mais difíceis. Esqueça o discurso “estou
fora da minha zona de conforto”. Persevere com paciência, e comece sua
81
A. W. Tozer, Root of the Righteous (Wilder Publications, Limited, 2010), Capítulo 39.
210 PEÇA A DEUS // PARTE 5: CHEGOU A HORA
HORA DA REFEIÇÃO
Tenha bons modos. Isso pode soar muito básico, mas a maneira como
você se comporta durante uma refeição diz muito. Onde e como sentar-se,
quais talheres usar, não falar de boca cheia, tudo isso é muito importante.
Deixe a outra pessoa pedir primeiro, e na sua vez, não peça a “Travessa
Magistral de Mariscos do Senhor Netuno”! Você é quem mais vai falar, por
isso peça um prato pequeno: você não está ali para comer.
Sempre pague pela refeição. Quebrar esse antigo costume é a pior for-
ma de “choramingo”. Já não é ponto pacífico que a pessoa que estende um
convite para jantar é quem paga a conta? Por que, então, essa prática básica
é violada com tanta frequência por obreiros em busca de sustento? Quando
o garçom traz a conta, esticamos o braço numa fingida tentativa de pegar,
dizendo, “Deixe que eu pago”. Lá no fundo, nós queremos que a outra pessoa
pague a conta. Não é de admirar que as pessoas nos tratem como mendigos;
nós as ensinamos assim!
Deixar que os outros paguem nossa conta geralmente prejudica – e
muito – o nosso trabalho. Por quê? Porque muitas pessoas acham que re-
solver seu problema de 25 dólares no restaurante é a forma de eles ajudarem
no seu sustento. Não é! Levantar sustento não diz respeito a uma refeição
de 25 dólares. O que está em jogo é se essa pessoa vai se tornar um parceiro
ministerial duradouro, investindo 75, 150 ou 300 dólares por mês em você
e no seu trabalho. Quando eu percebo que vai haver uma disputa sobre
quem vai pagar a conta, peço licença para ir ao banheiro e, na volta, passo
no caixa e pago a conta. Isso tem o efeito benéfico de implodir, na men-
te de vários executivos controladores, a ideia de que obreiros cristãos não
passam de gente pobre e necessitada. Pagar as contas coloca você e ele no
mesmo patamar: não é o rico homem de negócios que está direcionando
alguns trocados para o rapaz sem sustento. Se estou certo em minha leitura
212 PEÇA A DEUS // PARTE 5: CHEGOU A HORA
PONTES DE RELACIONAMENTO
Quando eu me sento para comer com alguém, não começo imediata-
mente a falar do meu ministério. Gosto de passar algum tempo conhecendo
a pessoa. Algumas me permitem fazer isso mais do que outras. Quanto a
mim, tentarei ao máximo começar a cultivar um relacionamento com ela.
O que eu faço é:
Fale de como e quando Deus dispôs seu coração para buscar essa obra
específica, e se for o caso, faça a relação entre seu chamado para esse minis-
tério e o seu testemunho. Isso pode ajudar o seu mantenedor a ligar todos
os pontos quanto à natureza e à razão de você fazer o que está fazendo.
OUTRAS DICAS
Torne o encontro um diálogo, não um monólogo. Fale de tantas coisas
boas que o seu ouvinte não vai conseguir não interromper com perguntas.
O ideal é que ele faça as perguntas, mas mesmo que não faça, você ainda
precisa criar momentos na conversa em que tentará extraí-las. Tente fazer
a conversa fluir em ambas as direções. Perguntas preguiçosas, e às vezes
condescendentes, como “Faz sentido?” podem ser trocadas por outras mais
honrosas e estimulantes, como “Quais são alguns dos problemas que nossos
jovens enfrentam hoje, na sua opinião?”
Conduza sua história de acordo com sua audiência. Conheça seu pú-
blico: você está falando com uma pessoa madura, um presbítero de longa
data ou membro de um conselho de missões? Ou trata-se de um parceiro
comercial do seu tio, alguém que nunca frequentou igreja? Não presuma
que você pode usar terminologia religiosa com as pessoas. “Nosso intuito é
contextualizar o evangelho pela plantação de igrejas multiplicadoras entre
grupos de povos não alcançados na janela 10/40” pode não ser apropriado
para falar a alguém que não tem um diploma em missiologia. Você vai ter
que baixar um pouco o registro do seu linguajar em muitos dos seus encon-
tros. Use linguagem comum, de modo que as pessoas possam compreen-
der a ideia básica do que você está fazendo. “Queremos ajudar os jovens
a se tornar pessoas íntegras e completas, como Deus as projetou para ser.
Queremos prepará-las pessoal, moral e espiritualmente, para que possam
ter bons casamentos e famílias, afetando positivamente a próxima geração.”
É preferível, mas nem sempre possível, ter marido e esposa presentes
no encontro. Quando Neemias compareceu perante o rei, ele observou com
maestria, “estando presente a rainha” (Ne 2.6). Assim como Neemias estava
compartilhando sua visão e pedido com marido e esposa, é sábio tentarmos
conversar com ambos os cônjuges. Embora em nossa cultura presumamos
que quem toma as decisões é o marido, tenho visto que muitas das escolhas
ligadas à contribuição financeira do casal vêm da esposa. No entanto, em
termos práticos, é irreal querer sincronizar a agenda do marido e da esposa
em cada uma das conversas pessoais que você marcar.
216 PEÇA A DEUS // PARTE 5: CHEGOU A HORA
Compartilhando
a Visão
Carol e eu estávamos no limite. Financeiramente, não podíamos ser parceiros
de mais nenhum obreiro. Foi quando recebemos uma ligação de Marshall.
Ele estava indo para a Índia, evangelizar estudantes, e queria ter uma con-
versa comigo. Eu fico impressionado com qualquer pessoa que dedique
tempo e esforço para contatar e conversar pessoalmente com um potencial
doador. É algo que demonstra coragem, excelência e me faz pensar que o
que a pessoa tem a compartilhar é mesmo importante.
Embora Marshall tivesse apenas vinte e dois anos, ele puxou sua ca-
deira para perto da minha na varanda e me conduziu pela apresentação do
seu portfólio. Estava cheio de fotos sobre como ele conheceu o Senhor,
seu ministério com estudantes, e sua paixão pela Índia. Ele explicou como
lhe parecia estratégico se concentrar em alcançar com o evangelho os dez
milhões de universitários indianos.
Ao fazer a transição para o pedido, ele se inclinou para a frente, olhou
nos meus olhos e afirmou, com calma, “Senhor Shadrach, seria uma grande
honra ter o senhor e sua família como meus parceiros, enquanto eu entrego
a minha vida para ajudar esses estudantes hindus a conhecer o amor de
Cristo. Gostaria de saber se o senhor estaria disposto a fazer o investimen-
to mensal de 100 dólares, ou até de 150 dólares, para eu poder dar início
ao meu ministério?” Com o rosto bem perto do meu, ele fez silêncio. Eu
olhava para ele e ele me olhava, esperando. Estava claro que era minha vez
de falar. Ele foi tão educado e confiante que me deixou responder. Eu estava
218 PEÇA A DEUS // PARTE 5: CHEGOU A HORA
tão fascinado que mal conseguia falar: balbuciei alguma coisa sobre ter que
falar primeiro com minha esposa.
Assim que cheguei em casa, fui direto falar com Carol, anunciando,
“Eu sei que não podemos assumir mais nenhum compromisso mensal, mas
nós temos que ajudar com o sustento de Marshall!” A combinação de sua
presteza em abordar um intimidador homem mais velho, sua percepção das
enormes necessidades espirituais daquele país, e por fim seu convite íntimo
e pessoal para que me juntasse a ele eram simplesmente irresistíveis. Estou
dentro!
Mesmo que alguém possa dizer que eu e minha esposa chegamos ao
nosso limite de contribuições, no último mês entramos para mais duas
equipes de mantenedores. Dobramos também a quantia que damos a um
terceiro missionário. Definitivamente, não estávamos planejando aumentar
nossas doações, então por que o fizemos? Por uma simples razão: cada um
daqueles três indivíduos nos contatou pessoalmente, insistiu em conseguir
um encontro, conversou pessoalmente conosco e… pediu. Quer seja con-
vidando alguém para receber a Cristo, para se casar com você ou para se
tornar um parceiro de ministério, eu creio que há pode no pedido.
Pode ser assustador escolher alguém para correr atrás, em busca de uma
conversa sobre sustento. Você coloca em risco seu relacionamento com essa
pessoa e se expõe a uma possível rejeição. Colocar todas as cartas na mesa e
fazer o pedido tem um efeito hipnotizador no seu ouvinte. Cria um vínculo
de confiança e respeito entre quem faz e quem ouve o pedido. Nada disso
pode acontecer por telefone, e-mail, carta ou numa apresentação para um
grupo de pessoas. Portanto, vamos agora ser mais abrangentes e destrinchar
as partes de uma apresentação da visão missionária e do pedido.
VISÃO MINISTERIAL
Após construir uma ponte de relacionamento e compartilhar seu tes-
temunho e chamado, faça a transição para compartilhar sua visão. É sem-
pre bom oferecer um pouco de contexto que ajude o ouvinte a entender o
propósito e alcance da agência com a qual você trabalha. Inclua um visual
simples mostrando a fundação, o líder, o público-alvo, a área geográfica que
a organização prioriza, e algumas estatísticas do impacto da organização.
Esse olhar mais panorâmico do seu trabalho ajudará seu potencial mante-
nedor a entender o quadro maior e ver como você e seu papel se encaixam.
Concentre-se na sua visão de ministério. Ela é o coração e a alma de
toda a conversa. Ore por ela, aprimore, revise, encene, permita que ela entre
COMPARTILHANDO A VISÃO 219
no fundo da sua mente e coração. Estas são as seis perguntas básicas que
você precisa responder para seu potencial mantenedor. Incluo algumas
respostas, junto com algumas amostras de roteiro, usando um hipotético
membro de equipe trabalhando num campus e em busca de sustento.
POR QUÊ?
Qual a justificativa bíblica e prática da sua visão?
“2Pedro 3.9 expressa o coração de Deus no sentido em que Ele não
quer ‘que ninguém pereça, mas que todos cheguem ao arrependimento’.
A razão de Cristo vir ao mundo foi buscar e salvar o perdido. É por isso
que ministramos. A maioria dos quase 17 milhões de alunos universitários
espalhados pelos 3500 campi dos Estados Unidos estão em trevas espiri-
tuais, sem conhecer nem experimentar o amor e perdão que Jesus tem para
eles. João 14.6 confirma que o único caminho para o Pai é por meio de
Jesus, e eu me sinto impelido a compartilhar a mensagem transformadora
do evangelho com esses estudantes, desesperadamente carentes da verdade
e de esperança.”
QUEM?
Quem será impactado e transformado por esse ministério?
“Universitários compõem um pequeno percentual da população mun-
dial, mas de várias formas, são a fatia mais poderosa da humanidade. Eles
são e continuarão sendo líderes em cada faceta da sociedade. Alcançar o
campus de hoje é estratégico para se alcançar o mundo amanhã. Os jo-
vens de dezoito e vinte e cinco anos estão tomando hoje as decisões mais
importantes da vida. Se pudermos ajudá-los a se entregar a Jesus Cristo e
mentoreá-los na direção certa, podemos determinar o curso deles para a
vida toda.”
ONDE?
Onde eles moram ou trabalham?
“Minha atribuição é para ministrar na Universidade do Arkansas (UA),
em Fayetteville. É um campus de 25 mil alunos, entre eles atletas, membros
de fraternidades e associações de moças, alunos residentes e estrangeiros.
O único denominador comum entre eles é que todos estão precisando de-
sesperadamente de um relacionamento pessoal com Cristo. Esse é o motivo
para eu dizer não a qualquer outra proposta de carreira a fim de me dedicar
totalmente a isso. Quero ajudar esses estudantes a conhecer o Senhor e se
tornar discípulos totalmente entregues a Jesus.”
220 PEÇA A DEUS // PARTE 5: CHEGOU A HORA
O QUÊ?
Qual a sua estratégia para levar a cabo a visão?
“Eu passarei todos os dias e o dia todo nos dormitórios, fraternidades,
no centro de convivência dos alunos e no complexo esportivo, conversan-
do com eles. Construirei relacionamentos, pregarei o evangelho, começarei
pequenos grupos de estudo bíblico e, se Deus permitir, os levarei a Cristo.
Então, eu os fortalecerei na fé e os equiparei para serem líderes e obrei-
ros cristãos. Como você sabe, Jesus ordenou que fizéssemos discípulos, em
Mateus 28. Quero cumprir aquilo que está no coração de Deus, no campus
da UA.”
COMO?
Qual o seu objetivo e como você pretende medir seu sucesso?
“Queremos começar um movimento de estudantes no campus até que
tenhamos uma impactante reunião com vários alunos estabelecida no local.
Para nós, a verdadeira medida do sucesso é quantos estudantes perdidos
podemos ganhar para Cristo, quantos recém-convertidos podemos ajudar
a se tornar seguidores maduros de Cristo, e por fim quantos deles podemos
treinar para se tornarem também obreiros. Se pudermos formar pelo me-
nos dez agentes de transformação por ano, que dediquem a vida para fazer
discípulos, cremos que a verdadeira diferença será sentida na eternidade.”
VOCÊ?
Qual o seu papel específico no cumprimento dessa visão?
“Meu papel é o de um missionário entre os alunos. Faço parte de uma
equipe que firmou um compromisso mínimo de três anos, para alcançar
os alunos da UA. Vou morar perto da faculdade com um grupo de rapazes
da fraternidade que estão envolvidos no ministério. Meus alvos específicos
serão as fraternidades Sig Ep e Lambda Chi. Juntas, elas representam cerca
de trezentos e vinte cinco dos alunos mais influentes do campus. Se puder-
mos ver alguns desses líderes terem um encontro radical com Cristo, isso
poderá transformar completamente os rumos do corpo discente. Mas eu
tenho que dizer a verdade: às vezes é assustador entrar nas sedes dessas
fraternidades. Peço oração.”
Observação: Gosto muito do que Casey e sua equipe do ministério
SevenNine fazem em seus encontros para pedir sustento. Após mostrarem
um folheto explicando seu ministério, levam a pessoa até um espaço em
branco, onde o obreiro risca um diagrama mostrando em quais partes do
mundo estão os não alcançados, e como os crentes podem se mobilizar para
COMPARTILHANDO A VISÃO 221
enviasse notícias periódicas? Seria uma honra saber que o senhor as está
lendo e orando por nosso ministério.”
“Agora que o senhor já tem uma boa noção do que eu e minha família
vamos fazer no próximo ano, tem algum problema se eu voltar a vê-lo daqui
a um ano para falar sobre o ministério que estou desenvolvendo e sobre a
possibilidade de sustento?”
É bem provável que o “senhor Smith” diga sim ao seu pedido de
enviar informativos e de voltar a conversar em um ano. Por quê? Porque
ele crê que, assim que você sair por aquela porta, ele nunca mais vai ouvir
falar de você. Essa tem sido a experiência dele com outros obreiros cris-
tãos. Se você realmente seguir à risca o que disse, mandando cartas cir-
culares, escrevendo recados de vez em quando, pedindo que ele também
envie motivos de oração, etc., adivinhe? Daqui a um ano, você pode ter
subido para o topo da lista dele, caso ele tenha um aumento de renda ou
alguém que ele já ajuda saia do ministério. Talvez seja otimismo demais
da minha parte, mas eu sempre acho que, atrás de cada “não”, sempre há
um “sim” escondido!
precisa ser a pessoa que toma a iniciativa e mostra exatamente quais são os
próximos passos. Não vá embora sem deixá-los bem claro na sua mente e
na do mantenedor.
OUTRAS DICAS
Se você ficar confuso, volte aos princípios básicos. Durante seus encon-
tros, as pessoas surgirão com comentários ou perguntas descabidos. Mesmo
que não seja a intenção delas, suas observações poderão tirá-lo do eixo e
fazê-lo perder a linha de pensamento naquilo que está tentando comunicar.
Tenha sempre em mente estes três princípios básicos, enquanto luta para
conseguir apresentar seu ministério:
• Quem você é (Seu testemunho e chamado.)
• O que você faz (Sua visão ministerial.)
• O que você quer (Seu pedido e encerramento da conversa.)
Terminando
Bem
Sarah entrou esfuziante no meu escritório. Ela estava tão empolgada: 80% do
sustento levantado em apenas três meses! Eu a parabenizei, e até usei o
exemplo dela numa palestra que dei sobre sustento. Foi então que algo
estranho aconteceu. Em poucos meses, recebi um demonstrativo do nosso
supervisor financeiro. Conferi os relatórios mensais de toda a nossa equipe.
Sarah tinha recebido apenas 750 dólares naquele mês, uma diferença gri-
tante dos 80% que ela tinha falado. Liguei para ela e a chamei para conver-
sar. O que aconteceu foi que ela tinha recebido vários “sim” em suas conver-
sas, mas poucos daqueles novos mantenedores começaram a contribuir de
fato. Infelizmente, a história de Sarah será a sua, caso você ache que é chato
pedir ao seu novo doador que comece a dar ali mesmo, durante o encontro.
Também não pense que é estranho voltar ao escritório ou à casa da
pessoa uma segunda vez, a fim de pegar o primei-
ro cheque ou comprovante de depósito. De outra
A pior forma de
forma, como você vai conseguir que ela comece a comunicação são
contribuir? Orando esperando e torcendo para que as conclusões
o dinheiro chegue? E se o mantenedor não mandar precipitadas, seguidas
nada em um, dois, três meses? Esta é a mensagem de perto pelo e-mail!
de voz que Sarah, exasperada, mandou para o man-
tenedor que ainda não tinha contribuído: “Éééé,
desculpe incomodar, mas você disse que entraria para a minha equipe de
228 PEÇA A DEUS // PARTE 5: CHEGOU A HORA
sustento. Por que você ainda não começou a contribuir?” Horrível! Depois
disso, ela recorreu a e-mails. Nada de resposta.
Lembre-se: se você se achar frustrado com alguém que ainda não co-
meçou a contribuir, não se permita chegar ao ponto de ficar bravo com a
pessoa. Noventa por cento das vezes, a culpa não é dela, mas sua! Você é que
não foi suficientemente claro sobre quais seriam exatamente os próximos
passos na doação, incluindo datas.
TELEFONANDO
Para aqueles que precisam de mais tempo para dar uma resposta, es-
tabeleça um dia e hora para você voltar a ligar. Eles podem não estar acos-
tumados com obreiros que dão duros, são específicos e vão até o fim em
seus compromissos. Por que não surpreendê-los e quebrar o estereótipo?
Exatamente no dia e hora que você prometeu telefonar, telefone! Quer você
se sinta inclinado a isso ou não, seja fiel em dar continuidade. Fale mais de
uma vez em qual dia e hora você vai ligar, para que a pessoa entenda que a
ligação será um tipo de encontro, durante o qual você espera uma resposta
decisiva. Isso ajudará a pessoa a não fazer pouco-caso do seu pedido e liga-
ção – e da resposta que ela tem que dar.
Brad, um membro novo da nossa equipe que conseguiu 100% em qua-
tro meses, compartilha esta observação: “Eu não quero esperar demais para
ligar cobrando uma decisão. Quanto mais tempo eu dou à pessoa, amenizo
o senso de urgência e fica mais difícil fazer com que atendam o telefone.
Portanto, ligue exatamente no dia e hora em que você prometeu ligar!” Eu
concordo. As chances de ela se comprometer com seu sustento começam
uma queda livre se você esperar mais de dois ou três dias para ligar de novo,
dando prosseguimento ao processo. Encare essa ligação como um “encon-
tro por telefone” que você tem que marcar com a pessoa. Se só der sinal de
ocupado, continue ligando no mesmo dia até falar com ela. Por quê? Porque
vocês dois se comprometeram a ter uma conversa por telefone naquele dia
e horário. E você sempre honra seus compromissos!
de que a estão me evitando, cada vez que veem pelo número que sou eu. É
por isso que não me importo de ligar de novo em diferentes horários, dia e
noite, para todos os números que eu tiver. Se eu não conseguir por telefone,
não ligo de aparecer no escritório, na casa ou até na igreja da pessoa, se for
apropriado. Por quê? Porque eu prometi, e sempre cumpro o que prometo.
DEIXANDO RECADOS
Às vezes eu deixo um recado, mas nunca peço que me liguem de volta.
Sempre presumo o melhor motivo pelo qual a pessoa não estava presente
quando telefonei. E sempre assumo a responsabilidade por ligar de novo –
todas as vezes. Já houve algumas vezes em que, depois de meses tentando
falar com a pessoa, acabei dizendo, “Senhor Smith, eu não sei porque não
conseguimos mais nos falar. Eu prometi que ligaria de novo, e quero cum-
prir o que prometi. Seria uma honra tê-lo como mantenedor. Se o senhor
puder me ligar e dizer o que pretende fazer, eu agradeço. Muito obrigado”.
Mesmo assim, não fique surpreso se não receber mais resposta. Faz parte.
Você fez o que estava ao seu alcance.
ROTEIRO DA LIGAÇÃO
Quando consigo falar com a pessoa, digo o seguinte:
“Senhor Smith, aqui é Steve Shadrach. Como o senhor está?”
“Foi muito bom ter conversado com o senhor na quinta. Mais uma vez,
obrigado por separar um tempo para mim.”
“O senhor vai lembrar que eu prometi ligar novamente hoje de manhã,
para ver se o senhor tinha mais alguma pergunta sobre o meu ministério
e para saber o que Deus lhe mostrou quanto a investir em mim e em meu
ministério. O senhor conseguiu decidir o que pretende fazer?”
PROPÓSITO DA CONTINUIDADE
Se uma pessoa quer entrar para sua equipe de sustento, começa a parte
difícil: fazer com que ela comece a contribuir de fato. Você pode tentar fazer
isso por telefone, mas é muito mais eficaz falar pessoalmente. Há três mo-
tivos para lhe fazer uma visita.
PEDIR INDICAÇÕES
Se você pretende pedir que a pessoa indique outros possíveis mantene-
dores, a melhor hora para isso é no final desta segunda visita.
ESTRATÉGIA DE INDICAÇÕES
Utilizar essa abordagem pode fazer de você um mestre em networking.
Em Neemias 2, o copeiro do rei não estava tão seguro sobre o quanto
Artaxerxes queria ajudar. Mas ele ia descobrir! Com sagacidade, Neemias
implementou o “efeito dominó”: primeiro aproximou-se do rei e conquis-
tou o compromisso daquele que era a pessoa de maior influência. Depois
pediu a Artaxerxes seu endosso e referências. Neemias pegou aquelas cartas
de referência e as entregou às próximas pessoas de maior influência – os
governadores das províncias. Depois de contar com os “sim” do rei e go-
vernadores, estava quase certo que o terceiro em influência – o gerente da
madeireira – lhe daria tudo o que pedisse.
Foi assim que Olga, uma ucraniana de vinte e quatro anos, usou suas
indicações. Ela veio para os Estados Unidos precisando levantar 2700 dó-
lares de sustento mensal para cobrir seu orçamento e de mais duas pessoas.
Ela não conhecia ninguém e seu visto duraria vinte e um dias. Um ame-
ricano, parceiro de equipe, compartilhou com ela o contato de quarenta
referências que ele tinha, para servir como ponto de partida. Olga ficou tão
empolgada que levantou todo o valor usando apenas as indicações, e indi-
cações de indicações. Cumprindo o que havia prometido, antes de partir da
América, ela deu ao rapaz da equipe quarenta novas indicações. Vamos falar
sobre indicações:
TERMINANDO BEM 231
A ATITUDE CERTA
Você pode realmente estragar tudo, se pedir
“O preguiçoso deixa
indicações da forma errada ou com a pessoa errada. acontecer. O sábio faz
Algumas dicas são: Amplie sua forma de pensar. acontecer.”84
Antes de contatar quem você ainda não conhece, Rick Warren,
você contatou diligentemente cada um que você pastor e escritor
conhece? Você deu duro em lembrar e alistar cada
nome de pessoas que você conhece e com quem já teve alguma interação?
Uma estratégia de sucesso para indicações requer de você um senso de ur-
gência. Assim como Olga, você está disposto a ir a qualquer lugar e falar
84
Rick Warren, tweet de julho de 2012, http://tweetwood.com/RickWarren/
tweet/213326161747517440 (indisponível).
232 PEÇA A DEUS // PARTE 5: CHEGOU A HORA
com qualquer pessoa sobre seu ministério e sobre participar da sua equipe
de sustento? Há pessoas que são orgulhosas (ou preguiçosas) demais para
fazer o que precisam fazer para começar no ministério. Pedir indicações é
crucial para você expandir sua lista e multiplicar exponencialmente seus
contatos.
Seja positivo e grato. Espere uma boa resposta quando pedir indica-
ções. Creia em Deus e acredite que você e seu ministério valem um investi-
mento significativo. Agradeça ao Senhor e a cada um que confia em você o
bastante para fazer indicações. Trate cada pessoa com muito cuidado; caso
você sinta uma forte reação negativa quando mencionar indicações, seja
sábio, sensível e esteja disposto a recuar um pouco.
A ABORDAGEM CERTA
Não improvise na hora de pedir referências. Escreva o que vai falar
e pratique. Peça a opinião de alguém e pratique de novo. Faça seus dez
primeiros encontros com pessoas que, depois de decidirem quanto a contri-
buir, verão com bons olhos você pedir que elas apontem outras pessoas para
você abordar. Quer você peça indicações no primeiro ou segundo encontro,
o que costumo dizer é:
“Senhor Smith, antes de eu ir embora, posso pedir outra ajuda muito
importante? Mesmo querendo completar meu sustento para atender logo
meu compromisso ministerial, estou limitado no número de pessoas que
conheço nesta região. O senhor consegue pensar rapidamente em pessoas
que o senhor e sua família conhecem, gente com o mesmo interesse pela
salvação dos perdidos, e cujos nomes eu poderia anotar? Eu gostaria muito
de poder me sentar com elas e compartilhar meu ministério, assim como
fiz com o senhor.”
TRIÂNGULOS DE CONFIANÇA
Faça uma lista de alguns amigos íntimos e associados. Depois que você
tiver se encontrado com esses indivíduos e garantido que eles se comprome-
teram a ajudar, faça um segundo pedido: “Quem você conhece o suficiente
para dizer que aceitaria um encontro comigo, só porque você pediu?” Essa
pergunta provavelmente renderá bons nomes e conversas, pelo triângulo
de confiança criado, no qual a credibilidade do seu amigo para com aquela
pessoa foi agora estendida a você.
Se você dividiu sua lista de contatos em alta, média e baixa prioridade, a
tendência é que uma indicação de alguém da categoria alta seja melhor que
a de alguém da média; o mesmo acontece entre a média e a baixa. Priorize
de acordo.
Você precisa
da Igreja
Leonel conheceu o Senhor quando estava na faculdade. Ele começou a compar-
tilhar sua fé, fazer discípulos e se preocupar com a pregação do evangelho
pelo mundo. Depois de se formar, casou-se e se inscreveu para entrar numa
agência missionária e começou a levantar sustento. Além de pedir a fa-
miliares e amigos que entrassem para sua equipe de sustento, ele também
procurou a igreja na qual foi discipulado. Era uma velha igreja tradicional,
com um mapa-múndi na entrada. No mapa, havia foto de uma centena de
missionários que a igreja sustentava, com 200 dólares mensais cada um.
A igreja estava muito orgulhosa do número de obreiros que saiu do seu
meio, e também de quanto dinheiro enviava a cada um deles todo mês.
Mas Leonel entrou na história, comparecendo a uma reunião do de-
partamento de missões da igreja, que acontecia todo domingo à tarde.
A reunião estava cheia de homens mais velhos querendo logo resolver os
assuntos para poderem ir para casa assistir futebol. Eles apoiaram Leonel
e mostraram que iam sustentar aquele jovem, em reconhecimento de que
ele havia começado sua vida cristã ali. Leonel apresentou seu material, mas
percebeu que os homens estavam bocejando, ansiosos para que ele termi-
nasse logo. Por isso, passou logo ao pedido: “Eu tenho que levantar 4600
dólares de sustento mensal, para ir para a China. Como minha igreja de
origem, quero pedir a vocês que entrem para minha equipe de sustento com
metade do meu orçamento: 2300 dólares por mês.”
236 PEÇA A DEUS // PARTE 5: CHEGOU A HORA
No momento em que Leonel falou “2300 dólares por mês”, todo mun-
do virou a cabeça na direção dele, de olhos arregalados. Gaguejando, dis-
seram, quase em uníssono: “B-b-bem, sim, Leonel, nós… nós queremos
ajudar você. Mas você sabe que, na nossa igreja, todo mundo recebe 200 dó-
lares por mês. É, é assim que nós sempre fazemos”. Acalmando-os, Leonel
respondeu, “Eu entendo, mas será que vocês podem pelo menos considerar
meu pedido em oração?” Ops. Aquilo despertou uma nova série de falatório
sem sentido: um monte de velhos tentando embotar o pedido de Leonel
com um monte de justificativas de impossibilidade. Leonel deixou a reu-
nião e, mais tarde, ouviu de um amigo que estivera presente: “Puxa, hoje
sim nós tivemos uma reunião do departamento de missões, depois que você
saiu. Você mexeu com os circuitos do nosso ‘nós sempre fazemos assim’!”
Quando Leonel voltou no domingo seguinte, o departamento declarou,
unânime: “Vamos lá, 50% do seu orçamento. Contribuiremos com 2300
dólares por mês”.
Você, porém, pode estar pensando que a sua igreja nunca terá o de-
sejo ou as condições de assumir esse nível de sustento. Bem, se a igreja de
Leonel, travada em sua rotina como era, dispôs-se a reconsiderar seus an-
tigos procedimentos, talvez a sua também o faça. Muitas vezes, não temos
porque não pedimos.
Desafio você a pedir a sua igreja de origem de 20 a 50% do seu orça-
mento. O que de tão ruim pode? “Sentimos muito, mas não podemos ajudar
com tanto. Será que 15% ajuda?” Com certeza! Eles nunca se esquecerão
da coragem que você demonstrou. Eles o respeitarão por pedir aquilo que
ninguém mais ousou pedir, e estarão dispostos a aumentar o valor no futuro,
uma vez que você realmente acredita que seu ministério é um investimento
estratégico. Deus pode muito bem surpreendê-lo, se você estiver disposto a
arriscar tudo ao pedir “grande”. Uma ressalva: depender de uma única igreja
para uma porção tão grande do seu sustento tem os seus possíveis contras.
Se o pastor ou as finanças da igreja mudarem, ou se eles decidirem incor-
porar exigências indevidas ao seu sustento, sua equipe de mantenedores
pode ser afetada. Por isso, tenha discernimento e continue trabalhando para
aumentar o número de indivíduos que contribuem mensalmente.
de todo tipo para conseguir sustento completo. Alguns não estão dispostos
a marcar encontros pessoais para pedir sustento. Em vez disso, decidem
tentar a abordagem do apelo em massa às igrejas do país.
Missionários gastam tempo demais preparando pacotes enormes com
carta de apresentação, panfletos, vídeos, cartões de compromisso e envelope
selado para devolução. Eles os enviam para centenas de igrejas de uma vez,
crendo piamente que cada pastor está ansioso para
abrir, ler e responder de pronto com uma vulto- Ir até pessoas que
sa oferta do orçamento voltado para missões. Essa você conhece sempre
dá mais fruto do que
não é uma boa abordagem.
abordar igrejas que
No fim, alguns descobrem que essa forma ve- você não conhece.
lha e custosa de spam não dá resultados, e deci-
dem pegar a estrada. Achando que têm o dom da persuasão de massas, eles
amontoam a família no banco de trás do carro e vão de cidade em cidade,
igreja em igreja, pregando apaixonadamente sobre o próprio ministério.
Esperam que as congregações lhes deem gordas ofertas de amor. Depois de
um ou dois anos, tudo o que receberam mal cobriu os custos de hospeda-
gem, alimentação, combustível e manutenção do carro. Pior de tudo é que
eles ainda estão longe de ter uma sólida equipe de mantenedores mensais.
O que lhes restou é um carro surrado e uma família desgastada. Eu enten-
do que algumas denominações preferem que seus obreiros saiam viajando
para espalhar a visão por outras igrejas locais, mas o desgaste imposto aos
missionários pode ser significativo.
sua visão ministerial, convide-o para sua equipe. Ele ficará surpreso e per-
guntará, sem entender direito: “Você está pedindo para ser sustentado pela
igreja, é isso?” “Sim, pastor, eu vou procurar o departamento de missões
para receber o apoio financeiro da igreja. Hoje, porém, estou falando com
você. Seria uma tremenda honra e uma forma de estreitar nossos laços se
você e sua família entrassem para minha equipe de mantenedores mensais.”
Seu pastor não vai saber o que fazer com a conversa. Ele já foi procurado
centenas de vezes por obreiros querendo sustento da igreja, mas essa será a
primeira vez que ele será abordado pessoalmente.
Independente do que ele responda, é ganhar ou ganhar. Se ele disser
“sim” e se tornar um mantenedor mensal, pense no peso de credibilidade
que isso lhe conferirá ao abordar outras pessoas. E se ele disser que não
pode, pelo menos se sentirá motivado a recomendar você, oferecendo-se
para dar nomes, falar com a igreja e escrever uma carta de referência.
Eu nem sei dizer quantos pastores já encontrei que nunca foram soli-
citados como mantenedores de um missionário, apesar de pastorearem por
décadas. Que tragédia! Comece com o pastor principal, passe para o pastor
auxiliar, e assim por diante na fila de liderança. Encontre-se pessoalmente
com cada um da equipe pastoral. Eles vão comentar uns com os outros,
“Você é o próximo!”; não tem problema. Apenas faça. Cada um desses lí-
deres merece uma experiência única na vida de ter esse tipo de conversa e
oportunidade de investir num obreiro da Grande Comissão. É algo que
pode mudar o curso da vida deles.
As vinte horas que você gasta planejando um chá para levantar susten-
to poderiam ser usadas com mais sabedoria – e renderiam frutos melhores
de sustento fiel e contínuo – se você as trocasse por vinte e uma conversas
pessoais de uma hora cada. Nem dá para comparar. Se o seu ministério já
planeja algum tipo de banquete anual, não use esse evento tanto para le-
vantar sustento, como para conhecer pessoas, cumprimentá-las e pegar suas
informações de contato. As cem pessoas que comparecerem ao evento não
vão apenas pagar os 100 dólares da refeição. Não, agora cada uma delas vai
receber uma visita pessoal de um membro da equipe convidando-a para sua
equipe de mantenedores mensais, doando 100 dólares por mês! Em outras
palavras, use qualquer reunião que você organizar como um meio para um
fim, e não o fim em si mesmo. E qual é esse fim? Encontros individuais.
Pedidos individuais.
IGREJAS DENOMINACIONAIS
Tendo eu mesmo pastoreado uma igreja denominacional, conheço as
limitações impostas à liderança dessas igrejas, de financiarem apenas pro-
gramas e pessoas associados oficialmente à denominação. Fico assustado
com o olhar desesperado (e até decepcionado) de jovens e zelosos missioná-
rios que voltam às suas igrejas em busca de sustento, apenas para serem dis-
pensados por conta de seu chamado para um trabalho não denominacional.
Tudo o que você pode fazer é ir até a liderança da igreja e apresentar seu pe-
dido de sustento. Se eles não puderem prover fundos do próprio orçamento,
isso ao menos pode dispô-los a autorizar você a abordar os membros da
igreja individualmente.
LIDERANÇAS CONTROLADORAS
Há pastores que costumam pensar em termos de “minha igreja”, “meu
povo” e “meu orçamento”, como se ele estivesse edificando sua própria igre-
ja, e não a de Cristo. Tenho certeza que eles têm boas motivações para isso,
mas você pode querer estar preparado para apresentar alternativas criativas.
Por exemplo, se eles fizerem você escolher entre aceitar o sustento da igreja
ou abordar individualmente seus membros, qual você deve escolher? Prefira
sempre escolher indivíduos, mas acho que você nem vai precisar escolher.
No seu lugar, eu diria ao líder da igreja:
“Irmão, eu preciso ter a minha igreja local em minha equipe de susten-
to. Como eu vou poder abordar outras igrejas e pessoas se minha própria
igreja não estiver por trás do meu ministério? Vai quebrar minhas pernas.
Além disso, tenho outro dilema: eu tenho um bom relacionamento com as
pessoas da igreja, e elas estão só esperando que eu as procure para que sejam
meus mantenedores. Se eu não fizer isso, elas vão ficar contrariadas! Eu en-
tendo o raciocínio por trás da política da igreja, de impedir que estranhos
venham usar nosso rol de membros para pedir dinheiro. Posso lhe mostrar
um plano que tenho, para ver o que você acha? Esta é uma lista dos trinta e
dois casais da igreja com os quais tenho um relacionamento bem próximo,
e que estão esperando eu entrar em contato. Eu prometo não pedir sustento
a nenhum membro que não esteja nesta lista sem antes lhe pedir permissão.
Posso fazer dessa forma?”
DICAS FINAIS
Crie uma versão personalizada do gráfico Níveis de Contribuição,
para apresentar em seu tempo com o departamento de missões das igrejas.
Mostrar como eles podem se encaixar em sua equipe básica de igrejas man-
tenedoras com uma ajuda mensal ou anual deixará bem claro para eles qual
papel desempenhar.
Encontre pessoas que o recomendem e defendam, em várias igrejas.
Você pode espalhar pelas igrejas pacotes coloridos de divulgação, mas os
resultados serão decepcionantes. Por isso, o melhor a fazer é pegar sua lista
completa de contatos, ore e examine os nomes, a fim de decidir quais deles
têm um envolvimento e uma influência significativos em suas igrejas locais.
Mande um recado para eles, pedindo que conversem sobre você com as
244 PEÇA A DEUS // PARTE 5: CHEGOU A HORA
ALIMENTE SEU
REBANHO
A vida é fundamentada em relacionamentos.
Precisamos ser intencionais, para sermos
relacionais.
27
As três leis da
Contribuição
Foi Gavin que me deu a notícia de que estava deixando nossa equipe. Foi difícil
vê-lo partir. Nos últimos cinco anos, ele assumiu um ministério que estava
definhando e o fez alcançar milhares de pessoas. Estudantes se convertiam,
passavam por um processo de discipulado e eram enviados para pregar a
outros. Mas agora Gavin ia embora. Seu chamado mudou? Era o Senhor
que o estava relocando? Fiz algumas perguntas, mas não estava preparado
para o que ia ouvir. Gavin, que levantara seu sustento em tempo recorde,
me disse algo que me deixou surpreso. Ele perdera metade dos seus man-
tenedores nos últimos anos. Ele soube ganhá-los, mas não soube mantê-los
nem valorizá-los.
Não deixe a história de Gavin se tornar a sua história. Sim, ore e traba-
lhe duro para levantar seu sustento. Junte suas coisas e vá para o seu campo
missionário. Seu relacionamento com seus mantenedores é forte. Você está
empolgado, eles também. Eles ficaram entusiasmados ao ouvir sobre o seu
incrível ministério, e ao ouvir que são membros estratégicos da sua equipe
de sustento. Você prometeu compromisso em sua parceria ministerial: disse
que oraria por eles e os manteria informados e envolvidos. Sim, as expec-
tativas que criamos nessa lua de mel são altas, mas alguns de nós acabam
prometendo demais e entregando de menos. Não é assim?
No livro Raving Fans (Animando os Fãs), Blanchard e Bowles descre-
vem como empregados podem deixar os clientes de uma empresa tão satis-
feitos que eles se tornam seus fãs animados. A lealdade gerada na clientela
248 PEÇA A DEUS // PARTE 6: ALIMENTE SEU REBANHO
é tão forte e duradoura que eles nunca vão sequer pensar em buscar a con-
corrência.87 Isso me leva a fazer as mesmas perguntas com relação a meus
mantenedores: como posso tratá-los de tal maneira que eles nunca queiram
sair da minha equipe? E quando alguém perguntar, eles sempre darão um
bom relatório de mim e meu ministério, e da maneira como me importo
com eles.
E se você resolvesse em seu coração que vai sempre entregar mais do
que promete a seus novos mantenedores? Estabeleça como você vai honrar
e valorizar seus parceiros de ministério de modo que eles nunca pensem em
redirecionar seu dinheiro para outra pessoa. Se isso lhe parece desafiador,
vamos descobrir como tornar nossos mantenedores “fãs animados”.
Eu tenho um tio que olha para mim e balança a cabeça, em reprovação.
Ele não consegue entender por que eu escolhi viver com uma receita apa-
rentemente pequena e fixa. O que ele também não entende é que eu tenho
o emprego mais seguro que existe! A maioria das pessoas acredita que seu
diploma, esforços e a supostamente inquebrável economia americana são
garantia de um bom emprego e de estabilidade a longo prazo. Durante
os anos em que dependi de sustento de outros, já recebi muitas ofertas de
emprego, muitas para ganhar bem mais do que ganho hoje. Muito mais.
É claro que toda segurança e estabilidade vêm de Deus, e de Deus
somente. Contudo, humanamente falando, aquela valorizada posição de
executivo com um escritório com vista para duas ruas, placa de metal com
o nome e salário de seis dígitos é como a semente de grama que plantei
ontem em meu jardim: pode ir embora no primeiro sopro de vento. É to-
talmente diferente do que sinto em minha equipe de sustento. Você conhe-
ce pessoas que hesitam em saltar de um trabalho secular seguro, com seu
salário mensal, para entrar no ministério em tempo integral e levantar um
sustento incerto? Ajude-os a rever sua perspectiva. Esse pode ser o passo
mais estável, seguro e garantido que elas já deram na vida.
No meu caso, Deus tem dado a mim e à minha esposa mantenedores
mensais e anuais que moram em partes diferentes do país e trabalham em
vários setores da indústria. Se posso dar um conselho de corretor da bolsa
de valores, eu diria para você tentar desenvolver um “portfólio” diversi-
ficado de mantenedores. Quando a economia está pegando meus man-
tenedores de certa região do país, os que moram no outro lado estão em
melhores condições, e podem contribuir. Se meus doadores que trabalham
em bancos precisam diminuir a ajuda por um ou dois anos, meus parceiros
87
Ken Blanchard and Sheldon Bowles, Raving Fans: A Revolutionary Approach to Customer
Service (New York: HarperCollins, 1993).
AS TRÊS LEIS DA CONTRIBUIÇÃO 249
Ganhar
Até este ponto, meu foco tem sido conseguir pessoas para minha equi-
pe de sustento. Você começou pedindo 100, 200 ou 300 dólares mensais. É
possível que você tenha que diminuir um pouco seus pedidos para se ade-
quar ao orçamento de uma ou outra pessoa. Mesmo que aquele mantenedor
só possa participar do seu sustento com 25 ou 50 dólares por mês, tudo
bem, pelo menos você o tem na sua equipe. Já é um começo!
Manter
Ganhar pessoas para sua equipe é só a primeira etapa; o próximo passo
rumo a uma equipe saudável é mantê-las comprometidas com você e seu
ministério.
Valorizar
Trata-se do cultivo regular dos seus atuais mantenedores para que, em
intervalos periódicos, eles passem a investir mais.
Vamos tratar do passo “ganhar”, e deixar o manter e valorizar para os
próximos dois capítulos.
GANHAR
Quais são as principais razões para as pessoas se juntarem à sua equipe
de sustento? Somos diferentes uns dos outros e atraímos o investimento das
pessoas por vários motivos. Para alguns, a razão é:
88
Steve Shadrach, “Successful Support Raising in a Suffering Economy” Support Raising
Solutions Newsletter (Dezembro de 2008), http://www.supportraisingsolutions.org/resources/
newsletter-viewer/itemid/47/successful-support-raising-in-a-suffering-economy.
AS TRÊS LEIS DA CONTRIBUIÇÃO 251
As pessoas contribuem para boas causas – e outras não tão boas – mas
ao observar sua missão e paixão, compreendem que esse pode ser um inves-
timento eterno.
Participar substitutivamente
Elas adorariam poder elas mesmas cumprir o ministério, mas sentem que
devem ficar e contribuir, para ver o trabalho sendo realizado por meio de você.
Sentem necessidade
Essa é uma característica inata, parte da constituição dos seres huma-
nos. Cristãos ou não, as pessoas sentem-se alegres e realizadas em dar algo
aos outros.
que não deixou de contribuir um mês sequer, em dezenove anos. Ele come-
çou doando U$ 41,53 todo mês; aumentou para U$ 76,17; mais tarde subiu
para U$ 132,91. Hoje, depois de vários aumentos, ele nos ajuda com U$
462,52 por mês. Se você pedir um aumento antes de começar o ano fiscal,
é negócio fechado.
mensais são uma forma mais sustentável de montar uma boa equipe, mas
combina os pedidos mensais com esses pedidos anuais mais sólidos. Matt
acredita tanto no poder de conversas pessoais que já chegou a voar de
Londres a Dubai para abordar doadores âncora de destaque.
A pergunta é: o quanto você acredita nessa estratégia?
28
O banco
de Amor
Ele a conheceu numa cerimônia de casamento, e ficou interessado no mesmo ins-
tante. Foi conversar com ela, mas ela ia se mudar na semana seguinte para
um lugar a 1600 quilômetros de distância, para começar a faculdade. Pegou
seu número de telefone e a convidou para sair. Ela não aceitou o convite.
Ele continuou procurando-a e fez um novo convite. Mesma resposta. Depois
de dois anos, ela finalmente concordou em saírem juntos. Ele já tinha tudo
planejado para que fosse perfeito, não somente o primeiro encontro, mas
muitos outros. Finalmente, ele a pediu em casamento, e ela aceitou. Hoje, dez
anos depois, ele ainda lhe traz flores. Ainda planeja e prepara cada saída espe-
cial. Isso porque ele tem um lema: não prometa demais e entregue de menos.
Um lema excelente, tanto para o casamento quanto para levantar sustento.
Quando um novo mantenedor entra em sua equipe, seu banco de amor
está cheio de “pontos de amor”. Não tem como errar. Porém, se ano após
ano tudo o que você faz são saques em vez de depósitos, vai chegar a hora
em que a conta vai ficar no vermelho. Não é de admirar que aquele parceiro
saia da equipe: não sobrou nada no relacionamento! Tiramos o dinheiro
dele todo mês, mas não investimos nada de volta, em sua vida, família ou
caminhada cristã.
Um final desastroso para um começo brilhante é algo que pode aconte-
cer no casamento e em nossa equipe de sustento. Sofreremos as consequên-
cias de não exercer sabedoria e presciência, e de não dedicar tempo a man-
ter e cultivar nossos mantenedores. Mas o que estamos tentando cultivar?
258 PEÇA A DEUS // PARTE 6: ALIMENTE SEU REBANHO
Sessenta e seis acham que você não se importa mais com eles
A maioria daqueles doadores deixa de doar porque acha que você não
liga mais para eles. E a verdade é que eles podem ter razão. Que mancada!
Muitas vezes o que aconteceu foi que eles ficaram sem receber notícias por
meses. Você criou na cabeça deles uma expectativa de que a parceria seria
extremamente empolgante, com notícias constantes do campo missionário.
Acabou que as coisas não saíram bem como você havia descrito; prometer
demais e entregar de menos pode acabar com sua equipe.
levantando parceiros que invistam em você. Você precisa ser grato, a Deus
e a eles.
29
Linhas de
Comunicação
Eu recebi. Duas vezes por semana, vinham os e-mails. Nós os estávamos susten-
tando como plantadores de igrejas, mas eu comecei a me perguntar se eles
estavam realizando algum ministério de verdade. Seus constantes e-mails
vinham recheados de notícias e fotos das atividades dos filhos, suas ex-
cursões de final de semana em família e os altos e baixos emocionais de
adotarem uma criança nativa. Aquilo estava nos cansando. Eu queria que
soubessem que nós nos interessávamos e orávamos por eles, mas não tinha
coragem de dizer, “Mandem menos e-mails, mas falem mais sobre seu mi-
nistério”. Comunicar é importante, mas comunicar bem é ainda melhor!
dos frutos do seu ministério a seus mantenedores. Saiba que muitos deles
levantam às seis da manhã e trabalham de quarenta a sessenta horas por
semana, para ganhar o dinheiro que enviam todo mês. Pensar nisso deveria
produzir em nós uma ética de trabalho bem consistente! Cada contato que
você faz com seus mantenedores os prende mais forte em você. Onde esti-
ver o seu tesouro, estará o seu coração, e cada vez que você se empenha em
falar com seus mantenedores, estreita o vínculo que há entre vocês, constrói
uma relação de lealdade e cria um laço duradouro de fidelidade.
RECEBENDO NA EQUIPE
O que você faz quando alguém se torna mantenedor? Tenha um plano.
Aliste todos os passos necessários para mostrar ao novo mantenedor quais
são as opções de oferta, como começar a doar, como funcionam os reci-
bos, enfim, responda toda e qualquer pergunta. Você vai querer ter todas
as informações deles, para começar a entrar em contato. Como já mencio-
nei, você pode conseguir esses dados dando-lhes algum tipo de ficha para
preencher. Mande logo um bilhete de gratidão. Por que não fazer algo es-
pecial, que comunique como você está animado e agradecido por tê-los na
sua equipe? Se houver um livro ou CD do qual você gosta, e que pode servir
de encorajamento, envie para eles, com um cartão escrito à mão. Faça uma
tempestade cerebral de maneiras criativas de fazê-los sentirem-se parte do
seu ministério.
ABORDAGEM PESSOAL
Aproveite qualquer oportunidade que tiver de estar pessoalmente com
cada um de seus mantenedores. Marque pelo menos uma refeição ou lanche
por semana com diferentes doadores. Não planeje nada – preocupe-se ape-
nas em estar com a pessoa e colocar a conversa em dia. Ao final do ano, você
terá se conectado com cinquenta e dois parceiros de ministério. Fazendo
isso, prometo que seus mantenedores vão começar a se enxergar não apenas
como doadores, mas amigos. Quando você viajar para os lugares onde eles
moram, não se esqueça de ligar marcando um encontro. A maioria deles
nunca teve a experiência de ter um missionário procurando-os para con-
versar. Não fique surpreso se seu convite os deixar surpresos! Observação:
se você está ministrando em outro continente ou se seus mantenedores
moram muito longe, por que não agendar conversas de quinze minutos
pela Internet, com um mantenedor por semana, a fim de fazer contato e
atualizá-los sobre seu ministério?
268 PEÇA A DEUS // PARTE 6: ALIMENTE SEU REBANHO
sustento. Isso sempre me deixa com uma boa lista de novos nomes para os
quais telefonar!
Sempre me pego mandando mensagens de texto a meus mantenedores,
pedindo que orem por uma conversa evangelística que estou para ter com
um universitário, uma reunião na qual vou falar, ou pedindo que eles man-
dem seus pedidos. Às vezes, minhas mensagens são a continuação de uma
conversa sobre um filho deles que está doente. E a lista continua. É algo
fácil, rápido e geralmente mais fácil de se responder do que uma ligação
telefônica.
MÍDIA SOCIAL
Onde ela vai parar? Aonde estamos indo com
“Se você não está
toda essa tecnologia? Como acompanhá-la sem engajado em mídias
ser atropelado por esse trem descarrilado? Se você sociais, você não é um
acha difícil acompanhar todas as novas opções de comunicador; cada
mídia social que surgem a cada dia, saiba que você indivíduo tem uma
marca online.” 94
não está só. Pesquisas da Netpop Research revelam
que 82% de todos os usuários de mídias sociais são Marcus Messner,
professor de
pessoas de dezoito a quarenta e dois anos.93 Você
Jornalismo na Virginia
também tem abraçado esse “tsunami”? Estas são Commonwealth
algumas dicas do que fazer e do que não fazer na University)
sua busca por sustento.94
Não faça: Não pense que as mídias sociais são o segredo para um sus-
tento completo.
Elas podem ser muito boas para um primeiro contato ou para manter
alguém informado sobre sua vida e ministério, mas para quem está cons-
truindo uma equipe de sustento de longo prazo, nada substitui o pedido
face a face. Em nossa era de alta tecnologia, há ocasiões em que precisamos
insistir em ser “alto contato”. Adote a abordagem pessoal.
93
Mais informações em NetPopResearch.com.
94
Steve Shadrach “Do’s and Don’ts of Using Social Media in Support Raising” Support
Raising Solutions Newsletter ( June 2011): http://www.supportraisingsolutions.org/newsletter/
itemid/1632/moduleid/
270 PEÇA A DEUS // PARTE 6: ALIMENTE SEU REBANHO
Não faça: Não abuse dos seus mantenedores com excesso de comunicação.
Você pode cansar seus parceiros de ministério se mandar muitas men-
sagens, e-mails, links, vídeos e blogs. Comece a desenvolver uma estratégia
de mídias sociais, mas não deixe que ela se transforme em um circo!
Não faça: Não faça nenhuma postagem tola nas mídias sociais.
Se você usar as redes sociais para reclamar da vida, fazer comentários
políticos, postar fotos das férias, saiba que todos os seus mantenedores po-
derão ver. Não poste nada que possa ser pedra de tropeço e manchar sua
credibilidade.
CARTAS CIRCULARES
Seus mantenedores querem receber notícias. Se você estabelecer pa-
drões saudáveis de comunicação com eles, será como “água fresca para a
garganta sedenta”, de acordo com Provérbios 25.25. Alguns dos seus par-
ceiros ministeriais guardarão cada carta que você enviar com notícias. Quer
sua prática seja enviar cópias de papel, quer envie e-mails, veja o que outras
pessoas estão fazendo e imite o que houver de melhor. Por ora, vamos pen-
sar nos pontos fracos e fortes de cartas circulares. Inclua qualquer um dos
elementos abaixo e assine seu próprio atestado de óbito.
Sinal de socorro
Mensagens do tipo “Se você não nos ajudar, nós vamos falir!”, podem
dar certo uma vez, mas na segunda vai levantar sérias dúvidas sobre sua
capacidade de levantar sustento e cuidar das suas finanças. Nunca faça isso.
Palavras demais
Uma carta composta apenas de texto cansa os mantenedores e não terá
muitos leitores, se não tiver também alguma foto, legenda, gráfico ou espaço
em branco.
Choramingos
Mandar fotos da sua perua velha, compartilhar que seus filhos ganha-
ram roupas usadas dos vizinhos, ou explicar que ficaram sem plano de saúde
nos faz parecer mendigos e diminui a honra do nosso chamado ministerial.
Esses são os principais exemplos que uso do que não fazer em cartas
circulares. Se, porém, sua intenção é tornar seus mantenedores em “fãs ani-
mados”, o caminho é:
Peça permissão
Pergunte se eles gostariam de receber uma correspondência periódica;
assim eles não a considerarão lixo eletrônico. Isso também pode abrir portas
com aqueles que ainda não são mantenedores.
Cada carta circular deveria incluir uma foto e relato de alguém que foi
impactado pelo evangelho, mas não precisa ser sempre alguém que você
levou a Cristo. Basta ser alguém que você impactou. Seus mantenedores
estão fazendo investimentos espirituais, e querem ver os dividendos. Gosto
de mostrar esse tipo de carta a minha família, para despertar visão e paixão
no coração dos meus filhos.
Simplifique
Nivele por baixo: presuma que seus mantenedores não sabem nada do
seu ministério, e que é a primeira vez que eles leem a respeito. Não os con-
funda nem tente impressionar usando jargão evangélico, acrônimos ou o
tipo de linguagem interna que só seus colegas de trabalho entendem.
Mapeie os temas
Por que não planejar, com um ano de antecedência, uma agenda
de temas para você seguir? Assim você não tem que ficar quebrando a
cabeça, todo mês, sobre o que vai escrever para mandar em três dias! No
ano passado, entrevistei, a cada mês, uma pessoa que foi impactada pelo
nosso ministério. Enviei sua história e foto num e-mail mensal chama-
do Uma Única Vida para Entregar. A reação das pessoas foi muito boa,
pois elas puderam ver claramente o retorno sobre investimento para
suas doações.
274 PEÇA A DEUS // PARTE 6: ALIMENTE SEU REBANHO
Floresça!
Eu me lembro do dia em que minha perspectiva mudou. E o responsável foi
Scott. Ele entrou para minha equipe de sustento com 100 dólares mensais.
Tudo estava indo muito bem, até que ele perdeu seu emprego numa cor-
retora e teve que começar de novo em outra. Nesse meio-tempo, ele pediu
para me ver. Enquanto dirigia até o local do encontro, eu me preparava para
ouvir que ele deixaria de ajudar.
Assim que nos sentamos, ele falou, “Eu tenho sido seu mantenedor há
mas de dois anos, e você nunca pediu que eu aumentasse a contribuição.
Nunca. Por quê?” Eu fiquei chocado. Não sabia o que responder. Comecei
a gaguejar, tentando sair com uma resposta. Por fim, ele quebrou o silêncio
e disse, enfático: “Então, peça!”
Nervoso, respondi, “O que você acha de, talvez, bem, aumentar sua
oferta atual?”
“Quanto você quer que eu aumente?”, ele falou alto.
“Ah, sim, bem.” Eu travei, e depois falei, timidamente, “Que tal, talvez,
o que você acha, subir de 100 para 200 dólares?”
“Ok, quando você quer que eu comece?”, ele disparou.
“Pode ser este mês?”
Pensei que ele tinha terminado de me fritar, mas continuou, “Me fale:
no ano que passou, para quem mais você pediu um aumento de sustento?”
“No-no último ano?” Falei devagar, para ganhar tempo. “Bem, eu andei
bem ocupado no último ano. Deixe-me ver…” Estava na cara que eu não
conseguia pensar em ninguém. Ele me fez prometer que entraria em con-
tato com pelo menos dois mantenedores por mês, nos próximos seis meses,
a quem pediria um aumento.
276 PEÇA A DEUS // PARTE 6: ALIMENTE SEU REBANHO
Você os educa.
Pedir um sustento adicional informa que nossas necessidades aumen-
tam com o tempo. Isso é lógico e faz todo o sentido, mas é algo que nunca
passa pela cabeça das pessoas! Muitas delas recebem aumento na própria
folha de pagamento; depois, quando vão dar o dízimo, aumentam o valor
que já dão ou procuram novas oportunidades de doar. Faz sentido para os
doadores que o seu orçamento pessoal também aumente com o custo de
vida, assim como aumentam seus planos e orçamento ministerial.
Fruto ministerial
A mão de Deus está sobre o ministério dessa pessoa? Ela é eficaz? Ela
é capaz de me mostrar um registro dos seus frutos? Em outras palavras,
por que eu devo investir mais no ministério de alguém que não está se
97
Estas duas perguntas, bem como o script para pedir aumento, vêm principalmente de Sean
Vollendorf, diretor de campus da Student Mobilization.
LINHAS DE COMUNICAÇÃO 279
DICAS FINAIS
Encontre pessoas que vão recomendar você.
Continue a avaliar todos os seus contatos para escolher qualquer pessoa
que queira realmente se colocar ao seu lado e ajudá-lo com sua equipe de
sustento. É certo que muitos dos seus doadores são líderes em suas igrejas
locais, e recomendariam você, se você pedisse. Passe para eles todas as infor-
mações de que vão precisar sobre você e seu ministério, e eles a levarão para
as pessoas e grupos certos, representando você em seus pedidos de sustento.
Pense bem se não há entre seus parceiros de ministério alguém que faça
parte do conselho de alguma instituição ou trabalhe para uma empresa que
já tenha um programa de assistência social, pelo qual todas as doações que
fizerem serão dobradas.
O dia
D
O ano era 1944, e Hitler e seu regime nazista ameaçavam conquistar toda a
Europa. A única esperança de pará-los parecia ser os soldados ameri-
canos e ingleses reunidos na Inglaterra na noite anterior, esperando o
sinal verde para cruzarem o canal rumo à França. As cadeias estavam
repletas de soldados desertores que tinham se recusado a lutar ou tenta-
do suicídio. O motivo? Todos sabiam muito bem que os nazistas haviam
passado dois anos fortalecendo as praias da Normandia com abrigos
protegidos por metralhadoras, minas e cercas de arame. As perdas se-
riam significativas.
Ao amanhecer, as barcas americanas que levavam os soldados se
aproximaram da praia, e as enormes rampas de carga se abriram para
deixar os homens sair e nadar até a batalha. No entanto, o que aconteceu
foi que eles foram massacrados pelos alemães. Por horas, praticamente
todos os soldados americanos caíram mortos ou paralisados de medo de
entrar na incessante linha de fogo nazista. Alguns estavam com tanto
medo que se escondiam, deitavam-se em posição fetal e choravam cha-
mando a mãe.
Por fim, um oficial já traumatizado pela guerra juntou coragem para
reunir seus soldados aterrorizados. O coronel George Taylor ficou de pé
no meio da água vermelha de sangue e gritou para sua desolada unidade:
“Homens, há só dois tipos de soldado nesta praia; os que morreram e os que
286 PEÇA A DEUS // PARTE 6: ALIMENTE SEU REBANHO
ainda vão morrer. Agora, vamos invadir essa praia!”101 Sua visão e determi-
nação reanimaram os soldados, e pelas próximas cinco horas eles subiram o
morro, passando por cima de cadáveres até abrirem uma brecha, pela qual
os Aliados puderam entrar, ganhar a batalha, e por fim a guerra. Taylor
tomou uma decisão do tipo “agora ou nunca”: ou ele tomava a ofensiva ou
esperava seus inimigos o aniquilarem. Aquela pode ter sido a hora mais
decisiva de toda a 2a Guerra Mundial.
Assim como aqueles soldados naquele junho sangrento, há gerações
atrás, temos também uma pergunta “agora ou nunca” para responder: “Vou
ficar na água, paralisado na praia, ou vou arriscar tudo para levantar e correr
para onde a batalha está acontecendo?” Deus nos concede uma breve janela
de oportunidade para fazer nossa vida valer a pena. Vamos desperdiçá-la?
Arranjaremos desculpas para não buscar diligentemente o plano de Deus
para nós, até cumpri-lo? Ou deixaremos que o medo, a distração ou a apatia
nos roubem a vitória?
Se você quiser realmente cumprir o chamado de Deus para sua vida,
precisará lutar com essas perguntas até achar a resposta. Não dê meia-volta.
Você não vai se arrepender de ter seguido em frente. Hoje é seu Dia
D, o momento mais decisivo da sua vida.
Steve Shadrach, “Evangelism: The Cutting Edge of Your Ministry” Campus Ministry
101
O PODER DA ESCOLHA
Levantar sustento requer que você sempre opere na sua “zona de des-
conforto”. E isso é bom para você. Se não escolher levantar sustento, nunca
experimentará a alegria plena e as bênçãos de ter uma equipe de mantene-
dores. Você precisa trocar o “eu deveria” pelo “eu quero”, a fim de descobrir
o que Deus tem para quem decide fazer seu ministério dependendo do
sustento de outros. Já aprendemos em 1Coríntios 9.14 que essa é uma or-
dem de Deus. Por que, então, ficamos relutantes e indispostos, alimentando
atitudes ruins quanto a levantar sustento? Deixemos Deus nos transformar,
para abraçarmos com alegria Sua vontade para nossa vida.
Será que o Senhor trabalhou no seu coração a ponto de você agora en-
xergar a busca de sustento não como uma obrigação, mas como uma opor-
tunidade? Não como um problema, mas um privilégio? Um prazer, e não
um fardo? Saiba que, se você está levantando sustento porque mandaram
288 PEÇA A DEUS // PARTE 6: ALIMENTE SEU REBANHO
você fazer isso, enfrentará muitas dificuldades, e pode não durar no ministé-
rio. Minha esperança é que a sua perspectiva tenha mudado, que você tenha
chegado ao ponto de decidir sair para levantar todo seu sustento, do zero.
Por fim, uma última pergunta:
Se você pudesse apertar um botão mágico e ter um salário mensal ga-
rantido pelo resto da vida – sem precisar mexer com as intimidadoras e
demoradas tarefas que delineei neste livro –, você o apertaria?
Nem eu.
APÊNDICES
Coletamos e criamos muitas ferramentas e
recursos úteis para ajudá-lo a custear totalmente
seu ministério.
CONTEÚDO
dos Apêndices
Um dos momentos de maior aprendizado dos meus vinte anos foi quando
criei coragem para fazer a meu pai uma pergunta muito perigosa: “Pai, qual
área da minha vida eu deveria escolher para melhorar?” Eu tinha certeza
que ele ia titubear, pensar por alguns dias e me procurar para falar que não
tinha recomendação nenhuma a fazer para este filho impecável. Qual foi
minha surpresa, quando ele respondeu de imediato: “Ah, essa é fácil: você
vive procrastinando!” Ouvindo aquilo, dei um sorriso confiante e respondi:
“Obrigado, pai. Vou começar a trabalhar nessa área amanhã de manhã”.
Bem, essa história é verdadeira, menos a última parte. Eu não lembro
como eu reagi, mas meu pai estava certo. Eu não sou um bom planejador, e
costumo lutar com minhas motivações. Meu pai tinha um lema verdadeiro:
“Começar já é metade da batalha”; quer seja um programa de atividades fí-
sicas, quer seja sentar para começar a ligar pedindo sustento, dar o primeiro
passo pode criar o impulso do qual precisamos para entrar no ritmo.
Eu vivo criando listas de afazeres, como esta, que me faz sair da poltro-
na e me mostra passos práticos para começar meus esforços para levantar
sustento. Algumas destas dicas você já conhece, mas o que costumo fazer
quando estou para me lançar em busca de sustento é:
2Coríntios 5.7 Quais são suas incertezas? Peça que Deus o guie para superar esses pos-
síveis obstáculos.
1Timóteo 4.8 Que tipo de piedade você precisa que o Senhor lhe dê para levantar
sustento?
Êxodo 25.1-40; 35.21 Como a verdadeira busca de recursos é um ministério espiritual?
Tiago 1.2-4 Levantar sustento é uma dura jornada, mas creia que o Senhor o
conduzirá.
1Timóteo 6.6-12; Você está se deixando conduzir por seu orçamento ou sua visão? Como
Hebreus 13.5 “choramingos” desonram a Deus?
Provérbios 19.21 Você entregou a direção a Deus ou ainda está tentando tomar o volante?
Mateus 5.43-48 Ore por pessoas que possam estar se opondo ao seu levantamento de
sustento.
Romanos 11.33-36; Liste as áreas nas quais os recursos de Deus são ilimitados.
Filipenses 4.19
2Timóteo 3.12 Seu dia está difícil? Isso acontece quando estamos fazendo a obra do
Senhor. Aperte os cintos!
Atos 20.35 Como dar pode ser mais abençoador que receber?
Eclesiastes 4.9-12 Você já recrutou colegas ou um comitê executivo para ajudá-lo a levantar
sustento?
Lucas 8-10 Como Jesus e Seus discípulos viviam e ministravam com base no sustento
que recebiam?
Números 13.32, 33 Você vê a si mesmo como Deus o vê?
Tito 1.12; Provérbios 5.3 Você está sendo diligente em sua agenda diária, ou está se deixando do-
minar pela preguiça? Organize-se!
Filipenses 4.5, 6 Apresente a Deus todos os seus pedidos. Pelo que você deveria pedir, mas
não está pedindo?
Colossenses 3.23-24; Por que e como Deus honra nosso trabalho diligente?
Romanos 12.11
Efésios 4.31, 32 Como você lida com um “não”? Encare-o como uma oportunidade!
Tiago 5.16 Você já pediu ao seu cônjuge ou melhor amigo que orasse por você hoje?
Salmo 46.10 Aquiete-se diante do Senhor. Ouça o que Ele está falando. O que Ele
está lhe dizendo?
Provérbios 4.23 Quais áreas do seu coração você precisa guardar, para não cair em pecado?
Guarde-as!
Sou grato a Rachel Turner e Kyle Mathews, do Centro de Mobilização Missionária, pelo exce-
102
Tiago 1.5-8 Como Deus pode lhe dar clareza quanto ao valor exato ou média de valor
a pedir?
Provérbios 22.7; Você tem alguma dívida? Ore por qualquer dívida atual e peça que o
Salmos 37.21 Senhor o livre de dívidas futuras.
Filipenses 1.3-11 Você já orou e agradeceu a Deus por seus doadores hoje? Apresente cada
um deles a Deus em oração.
1Coríntios 9.14 Você sente que tem uma justificativa para depender do sustento fornecido
por outras pessoas? Com base em quê?
2Coríntios 9.5-15 Liste os resultados da generosidade. Você dá com alegria?
Esdras 7.10; 2Coríntios Quais princípios bíblicos você pode aplicar à maneira como levanta seu
4.2 sustento?
João 15.5 Peça que o Senhor o encha com Seu Espírito e com Suas palavras neste
dia.
Mateus 19.26 Como você vai lidar com o desânimo?
Tiago 4.6; Seu orgulho o faz tropeçar? Como?
1João 2.16
Isaias 40.28-31 Ore por força e energia renovadas na sua busca por sustento.
1Coríntios 9.15-27 Por que você está entrando no ministério cristão de tempo integral? O
que você pretende conseguir?
Isaias 55.8, 9 Ore por um “encontro divino” hoje. Deixe o Senhor falar com você.
Lucas 16.10 Quais são as pequenas coisas nas quais você precisa ser mais fiel? Seja fiel,
e Deus lhe dará coisas maiores!
Isaías 40.31 Descanse na soberania de Deus. Ele conhece suas lutas e sofrimentos.
Provérbios 25.25 Deixe seus mantenedores a par das suas notícias. Compartilhe com eles
algumas vitórias recentes.
Neemias 1 O que você pode aprender com a forma como Neemias orou e planejou?
1Tessalonicenses 2.10-13 Que tipo de ministério você pode ter na vida das pessoas com quem vai
conversar sobre sustento?
Lucas 12.22-26 Você está confiando mais em Deus que em seus recursos? O que o impede
de fazê-lo?
Provérbios 22.7 Cite alguns motivos para nos esforçarmos a fim de nunca contrair dívidas?
Efésios 3.20 Você acredita que é possível conseguir 100% em 100 dias?
Filipenses 1.1-11 Quem são as pessoas que se importam a ponto de serem poderosos guer-
reiros de oração em seu favor?
1Pedro 5.8 Em quais áreas você é vulnerável ao inimigo? Recorra ao poder de Cristo
contra ataques espirituais.
Lucas 12.29-31 O que o está motivando hoje?
1Crônicas 29.1-20 Escreva num papel seus maiores bens materiais. Consagre todos a Deus.
Lucas 6.38 Lidere pelo exemplo. Quanto você tem sustentado outros obreiros?
Atos 4.32-36 Você tem orado para que seus mantenedores tenham a mente mais volta-
da para o Reino, por meio do seu ministério?
1Coríntios 9.9-15 Por que receber sustento é um “direito” bíblico que Deus lhe concedeu?
Provérbios 30.7-9 Avalie o que você fala. Você está envolvido em choramingos?
Provérbios 6.6-11 Você está procrastinando? Trabalhe para conseguir 100% o quanto antes,
para poder também se doar 100% ao ministério, o quanto antes.
Filipenses 4.10-20 Por que pedir sustento é, na verdade, uma forma de demonstrar amor e
fazer um favor às pessoas?
Salmo 37.4 Você está deixando suas emoções o controlarem? Cite algumas maneiras
de você “deleitar-se” no Senhor.
100 DIAS DE DEVOCIONAIS SOBRE SUSTENTO 301
Lucas 12.13-33 Você já lidou adequadamente com todas as fortalezas que o dinheiro pode
estabelecer contra você e sua família?
1Coríntios 10.31 Liste áreas da sua vida que você pode consagrar ao Senhor hoje.
Atos 20.24 Faça uma lista de todas as pessoas com quem você compartilhou seu tes-
temunho ou o evangelho desde que começou a levantar sustento.
3João 8 Como encarar a busca de sustento como um ministério pode ajudar as
pessoas a se tornarem seus “cooperadores em favor da verdade”?
Gálatas 6.9 Liste algumas maneiras pelas quais você pode ser tentado a perder a espe-
rança. Entregue-as a Deus e comece de novo.
Mateus 6.25-34 Qual é o seu trabalho e qual é o trabalho de Deus?
1Coríntios 15.58 Qual o seu chamado? Você está firme e inabalável nele?
Efésios 6.10-19; 1Reis Você está evitando pedir sustento, pedindo, em vez disso, orações? Seja
17.8-16 corajoso!
Lucas 5.5-7 Você já confiou totalmente no Senhor para suprir todas as suas necessida-
des, mesmo em tempos de lutas e dificuldades?
Tiago 1.6-8 Em quantas conversas sobre sustento você confiou em Deus para fazer a
“pergunta de ouro”?
Provérbios 15.22 Você buscou conselhos piedosos em sua busca de sustento?
Romanos 13.8 Você tem algum tipo de dívida a acertar com alguém?
Números 18.21-24 Por que e como Deus exigiu que os levitas dependessem das doações dos
israelitas?
Provérbios 27.23-27 Você tem um bom orçamento e o segue com fidelidade?
Colossenses 1.9 Ore para que o coração dos seus doadores se volte para o término da
Grande Comissão.
Tiago 4.2 Você está pedindo sustento a Deus, bem como aos outros?
1Pedro 5.10 Como Deus vai usar as dificuldades e obstáculos que você está enfrentan-
do para torná-lo mais parecido com Jesus?
Provérbios 6.6-8 Por que é sábio economizar para o futuro? O que você pode aprender
com as formigas?
Romanos 15.20-24; Como você pode enfatizar a grandeza da sua visão, em vez de suas
Colossenses 1.28, 29 “necessidades”?
2Coríntios 2.17 Você está sendo sincero e direto em suas conversas?
1Coríntios 9.24 Como você está confiando em Deus para tirá-lo da sua zona de conforto
e levá-lo a completar seu sustento?
3João 5-8 Sua vida é irrepreensível? Se seus mantenedores perceberem um histórico
piedoso, sentirão o desejo de contribuir.
Hebreus 12.1-3 O que significa olhar fixamente para Jesus? O que o impede de fazê-lo?
Lucas 14.28-33 Quão bem preparado você está para seus encontros?
Josué 1.1-9 Anote seus temores e entregue cada um deles a Deus. Peça coragem para
seguir em frente.
Efésios 4.29 Você está transmitindo graça aos outros, mesmo a quem se recusa a aju-
dá-lo com seu sustento?
Deuteronômio 7.9 Você tem agradecido ao Senhor por toda Sua fidelidade até aqui?
Colossenses 3.14 Você perdeu alguma amizade enquanto buscava sustento? Esta é uma boa
hora para orar por essa pessoa.
João 15.16 Separe um tempo mais longo para orar especificamente pelo fruto que
você produz, na busca de sustento e no ministério.
1Coríntios 2.9-16 Como você pode buscar a mente de Cristo enquanto levanta sustento?
Salmo 27.1; 2Timóteo 1.7 Do que você tem medo? Ore por seus temores. Entregue-os a Deus, men-
cionando-os de forma específica.
302 PEÇA A DEUS // PARTE IV: APÊNDICES
Mateus 7.7, 8 Você já pediu a Deus uma porta aberta hoje? Esteja disposto a entrar,
caso Ele abra!
Provérbios 19.27 A quem você está ouvindo, ao Deus soberano ou ao astuto e mentiroso
Satanás?
Mateus 6.21 Como pedir sustento a descrentes pode mover o coração deles para Deus?
Filipenses 2.14-16 Reflita sobre as diferentes maneiras pelas quais levantar sustento é uma
bênção.
2Coríntios 5.20; Efésios Como você se encaixa no plano maior de Deus?
2.10
Levítico 18.8, 24 As pessoas estão doando a você ou a Deus?
Neemias 2.1-9 Qual é a sua visão ministerial? Como você a apresenta a seus
mantenedores?
2Coríntios 8.8-14 Você tem orado por forças para terminar bem?
Provérbios 20.4 Como você pode trabalhar com mais afinco para atender logo sua atri-
buição ministerial?
Salmo 46.1 Você desistiu? Sente-se travado? Clame àquele que é seu socorro presente
em tempos de tribulação.
1Timóteo 5.17, 18 Você se vê como um bom investimento? Você é digno do seu salário?
1Tessalonicenses 5.18 Você tem agradecido a Deus pelas ofertas pequenas, assim como agradece
pelas maiores?
Salmo 32.8 O Senhor o trouxe até aqui; confie nEle para levá-lo até o final.
2Timóteo 4.1-8 Como você pode aumentar seu senso de urgência para chegar mais rápido
aos 100%?
Atos 1.8 Como sua vida e ministério estão ligados a ganhar o mundo para Cristo?
Salmo 66.16-20 Você está empolgado por completar seu sutento? Compartilhe sua alegria,
contando às pessoas o que Deus tem feito!
Romanos 5.3-5 Pense nos altos e baixos da sua busca por sustento nos últimos 100
dias. Agradeça a Deus por todas as tribulações e triunfos que você
experimentou.
Apocalipse 7.9 Linha de chegada. O que você terá para mostrar como fruto da sua vida
e ministério naquele dia?
ESTUDOS BÍBLICOS
SOBRE SUSTENTO 103
Sou grato a Scott Morton e aos Navigators por me permitirem adaptar parte do material usado
103
em 2010 para treinamento da sua equipe, “Biblically Funding the Work of God”.
DEUS: PROPRIETÁRIO E
PROVEDOR
C. Passagens Diversas
Leia com atenção cada versículo e registre sua resposta a: Qual a
ideia principal em cada passagem, quanto a Deus ser a fonte e o prove-
dor de todas as coisas?
1. Levítico 25.23
2. Deuteronômio 8.1-10
3. Deuteronômio 8.11-20
4. Salmo 24.1
5. Salmo 37.25-29
6. Provérbios 3.9
7. Eclesiastes 5.18-20
8. Ageu 2.6-9
9. Mateus 6.19-21, 24
10. Atos 17.24-28
11. Romanos 8.32
12. 1Timóteo 6.6-10
A. Os levitas
Estude com atenção Números 18
1. Descreva o trabalho dos levitas e como ele era diferente do trabalho
das outras tribos.
2. Descreva como Deus pretendia suprir as necessidades dos levitas.
3. Como o seu entendimento da intenção de Deus em suprir plena-
mente Seus ministros do Antigo Testamento afeta sua visão de Deus e de
Seus desejo de suprir suas necessidades hoje?
B. Neemias
Estude com atenção Neemias 1.1–2.9
1. Descreva o quanto Neemias acreditava em sua missão.
2. Como Neemias se preparou para sua conversa com o rei?
3. Como obreiros em busca de sustento, o que podemos aprender com
Neemias sobre oração, preparação, coragem e sobre como pedir?
C. Jesus
Estude com atenção Lucas 8.1-3
1. Descreva o método pelo qual Jesus e Sua equipe eram sustentados.
2. De todas as formas que Jesus poderia ter escolhido para custear Suas
despesas pessoais e ministeriais, por que você acha que Ele escolheu essa?
3. De que maneira entender que o Filho de Deus escolheu ser sustenta-
do pelas constantes ofertas de pessoas afeta nossa perspectiva e abordagem
ao custeio de nossa própria vida e ministério?
308 PEÇA A DEUS // PARTE IV: APÊNDICES
D. Os discípulos
Estude com atenção Lucas 9.1-6; 10.1-9
1. Que exemplo Jesus deu em Lucas 8.1-3 que seria útil aos discípulos
ao serem enviados em Lucas 9 e 10?
2. Por que Jesus queria primeiro que os discípulos achassem um an-
fitrião que lhes fornecesse abrigo, antes de começarem seu ministério na
cidade?
3. Em Lucas 10.7, Jesus mandou Seus discípulos ficarem num lugar só
e ministrarem com base no sustento e hospitalidade do seu anfitrião. Por
quê? O que Ele quis dizer ao declarar que o “trabalhador é digno do seu
salário”?
4. Jesus entende que você merece receber pleno sustento. Como isso
afeta sua maneira de ver a si mesmo e a tarefa de levantar sustento?
E. O apóstolo Paulo
Estude com atenção Atos 18.1-5; 1Coríntios 9.1-14; Romanos
15.20-24
1. Com base em Atos 18, qual o modo de operação favorito de Paulo:
fazer tendas e pregar uma vez por semana ou viver de sustento e pregar
diariamente? Por quê?
2. Com base em 1Coríntios 9, descreva o argumento que Paulo usou
para defender por que ele e outros obreiros cristãos merecem ser sustenta-
dos pelos outros.
3. A maioria dos obreiros apenas considera a opção de depender de
sustento dos outros para viver e ministrar, ou talvez ore a respeito. Contudo,
1Coríntios 9.14 parece indicar que essa é uma ordem de Jesus. Como você
interpreta esse texto, e por quê?
4. De acordo com o texto de Romanos 15, por que Paulo estava para
visitá-los? Como o fato de Paulo fazer um apelo direto e pessoal afeta sua
compreensão e abordagem na busca por sustento?
5. Com base nessas passagens, aliste alguns princípios ou lições apren-
didos com Paulo e que podem ser aplicados à sua convicção e prática do
levantamento de sustento.
F. Outros
Estude com atenção estes versículos e registre o principal pensa-
mento e aplicação quanto à sua filosofia ou prática de levantar sustento.
1. Deuteronômio 12.10-12
2. 1Samuel 30.7-10, 21-25
EXEMPLOS BÍBLICOS DE CUSTEIO MINISTERIAL 309
3. 1Coríntios 15.58
4. Gálatas 6.6
5. 1Timóteo 5.17, 18
6. 3 João 1.5-8
O Senhor sustenta Seus ministros de diferentes maneiras. Neste gráfi-
co, aliste uma observação de maior importância para cada exemplo estuda-
do, e extraia uma aplicação que possa ajudá-lo em sua busca por sustento.
Os levitas
Neemias
Jesus
Os discípulos
Paulo
Outros
2.
3.
4.
ENTENDENDO
SEUS PARCEIROS
MINISTERIAIS
A. A viúva pobre
Estude com atenção 1Reis 17.1-16
1. Quais são as diferentes maneiras de Deus suprir observadas nessa
passagem?
2. Deve ter sido muito difícil para Elias pedir a comida da viúva pobre.
Nesse caso, por que você acha que Deus pediu que o profeta o fizesse?
3. O que você acha que Elias, a mulher e o filho aprenderam com essa
experiência?
4. O que podemos aprender sobre confiar em Deus, abordar pessoas de
baixa renda e sobre Deus abençoar nossos mantenedores pelo investimento
sacrificial deles em nós?
B. O rei rico
Estude com atenção Neemias 2.1-9
1. Liste as perguntas que o rei fez a Neemias. Por que você acha que
ele as fez?
2. Neemias criou uma série de pedidos a fazer ao rei. Seu plano era
fazer um pedido, esperar a resposta, fazer o segundo pedido, esperar a res-
posta, e assim por diante. Por que você acha que ele usou essa abordagem?
3. Quem estava sentado ao lado do rei? Você acha que essa pessoa teve
alguma influência na atitude ou decisão do rei?
312 PEÇA A DEUS // PARTE IV: APÊNDICES
4. Por que você acha que o rei deu tudo e até mais do que Neemias
pediu?
5. O que podemos aprender com essa passagem sobre abordar possíveis
doadores mais significativos?
C. A mulher extravagante
Estude com atenção Marcos 14.1-9
1. Por que você acha que a mulher contribuiu com tamanha abundância?
2. Em vez de condená-la, como fizeram os outros, por que Jesus a hon-
rou quanto ao uso que ela decidiu fazer do seu dinheiro?
3. Para Jesus, o feito extravagante da mulher foi um ato de adoração.
Como pedir que nossos mantenedores deem sacrificialmente pode, na ver-
dade, facilitar que eles cresçam em adoração?
4. Como podemos ajudar nossos mantenedores a entender que, quando
dão, não estão dando a nós nem ao nosso ministério, mas ao próprio Deus?
D. A igreja lutadora
Estude com atenção 2Coríntios 8.1-15
1. Qual era a condição financeira das igrejas da Macedônia? (vv. 1-4)
2. Por que Paulo pediu a essas igrejas que contribuíssem, mesmo sendo
financeiramente desprovidas?
3. Quais são alguns propósitos de se contribuir, listados nos versículos
7-15?
4. Como esse texto bíblico nos afeta quanto a quais igrejas e pessoas
devemos abordar em busca de sustento? E quanto aos valores que devemos
pedir?
E. Os amigos generosos
Estude com atenção Filipenses 4.10-20
1. No começo, os filipenses se preocuparam com Paulo, mas ainda não
haviam contribuído. Por quê? (v. 10)
2. Nos versos 15 e 16, aqueles crentes contribuíram várias vezes com
Paulo, de modo que ele pôde ministrar em outros lugares. O que isso im-
plica para obreiros que levantam sustento numa cidade ou país específico, a
fim de ir ministrar em outro lugar?
3. Por que Paulo pede que os filipenses deem, ao mesmo tempo em que
afirma não ter necessidade alguma?
ENTENDENDO SEUS PARCEIROS MINISTERIAIS 313
F. Outros
Estude com atenção estes versículos e registre o principal pensa-
mento e aplicação quanto ao entender seus mantenedores e ajudá-los a
se tornar parceiros por meio de suas doações.
1. Atos 20.35
2. Romanos 12.1-13
3. 2Coríntios 1.15, 16
4. Filipenses 1.1-7
Qual é o seu chamado ministerial e qual a base bíblica que você usa
para apoiá-lo?
4. Mateus 6.25-34
5. Mateus 14.22-33
6. 2Timóteo 1.5-14
7. Hebreus 12.1-3
Salário dele (bruto) R$_______ R$_______ ___ Entrada para casa própria R$_______ R$_______ ___
Bônus R$_______ R$_______ ___ Educação (sua ou dos filhos) R$_______ R$_______ ___
Total bruto de entradas R$_______ R$_______ ___ Seguro R$_______ R$_______ ___
Livros e materiais didáticos R$_______ R$_______ ___ Consultas médicas R$_______ R$_______ ___
MINISTÉRIO (INCLUINDO
ENTRETENIMENTO/SOCIAL LEVANTAR SUSTENTO/ Mensal Anual %
MANUTENÇÃO
Hobbies R$_______ R$_______ ___
Cópias/suprimentos R$_______ R$_______ ___
Academia/recreação R$_______ R$_______ ___
Refeições R$_______ R$_______ ___
Cinema/teatro/TV a cabo R$_______ R$_______ ___
Correios R$_______ R$_______ ___
Férias/viagens/eventos R$_______ R$_______ ___
Equipamentos R$_______ R$_______ ___
Total R$_______ R$_______ ___
Website/Internet R$_______ R$_______ ___
Financiamento ou aluguel R$_______ R$_______ ___ Menos todas as despesas R$_______ R$_______ ___
Seguro patrimonial/ Excedente ou deficit R$_______ R$_______ ___
R$_______ R$_______ ___
contra acidentes
Impostos R$_______ R$_______ ___ Presentes R$_______ R$_______ ___
Telefones (fixo e celular) R$_______ R$_______ ___ Total R$_______ R$_______ ___
Fases:
Fase 1: levantar $ __________ mensal e $ __________ de dinheiro até __________ (data)
Fase 2: levantar $ __________ mensal e $ __________ de dinheiro até __________ (data)
Fase 3: levantar $ __________ mensal e $ __________ de dinheiro até __________ (data)
Agenda de e-mails JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ
Circulares/
Assuntos
Alguns destes conceitos foram adaptados do material de Scott Morton e do treinamento 4:10
104
Tempestade de Nomes105
Parentes e amigos da família Colegas/contatos de trabalho
Em todos esses anos, vi várias versões deste material na Cruzada Estudantil e em The
105
Navigators.
322
Planilha de Contatos (tempestade de nomes)
Quem convidarei? Onde mora? Qual seu telefone? Quando farei o pedido? O que pedirei? Observações
ESBOÇO DE TELEFONEMA
Use o espaço abaixo para criar seu próprio esboço de ligação.
INTRODUÇÃO: (saudação)
ESBOÇO DE
TELEFONEMA
(AMOSTRA)
Para
Al e Susie Jones início de $5000 $5000 X X Passar para pegar a oferta
ministério
325
Informações Pessoais106
Sua parceria e amizade são muito importantes para nós! Por isso, pedimos que você nos
mantenha atualizados, para que possamos orar e nos importar de forma mais específica.
Nome Cônjuge
Endereço
Trabalho
Profissão Empresa
Filhos
Você tem e usa alguma destas mídias sociais? Gostaria de receber nossas atualizações por meio
delas, ocasionalmente?
Facebook Twitter
LinkedIn Website/Blog
Você tem alguma sugestão sobre como podemos ser mais eficazes em nosso ministério?
106
Adaptado com permissão do material de treinamento coSTART, de Andrew Knight.
PLANILHAS PARA LEVANTAMENTO DE SUSTENTO 327
Contato/ Presente
Carta/cartão Visita/ligação
Circular geral ligação para especial/
para doador para doador
igreja livro
Janeiro
Fevereiro
Março
Abril
Maio
Junho
Julho
Agosto
Setembro
Outubro
Novembro
Dezembro
107
Adaptado do manual iNFO School, de The Navigators, Parte 7, p 33.
328
Planilha Mensal de Prestação de Contas108
Semana 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Orientação: Registre o total na coluna da semana. Use a mesma planilha, semana após semana, e encaminhe-a por e-mail para seu parceiro de prestação de contas.
Busca de conversas pessoais
Ligações para marcar conversas
Cartas ou e-mails para marcar conversas
Conversas
Pessoais
Pessoais com pedido específico
Pedidos por carta/e-mail/telefone
Indicações
Indicações
Indicações contatas por terceiros
Horas gastas levantando sustento Incluindo planejar, escrever, telefonar e conversar pessoalmente.
Segunda
Terça
Quarta
Quinta
Sexta
Sábado
Domingo
Novo sustento
Compromissos mensais
Compromissos anuais
Fundos para começar o ministério
Ofertas especiais
Situação do sustento
Orçamento mensal
Valor mensal levantado
% mensal levantado
PEÇA A DEUS // PARTE IV: APÊNDICES
108
Adaptado de John Patton, diretor operacional do Centro para Mobilização Missionária.
PLANILHAS PARA LEVANTAMENTO DE SUSTENTO 329
Diante de Deus, da minha família, dos meus colegas de trabalho, do meu ministério, meus doadores, meu
parceiro de prestação de contas e de mim mesmo: serei fiel a estes compromissos e trabalharei e orarei de todo
coração, alma e mente, até conseguir 100% do sustento.
Diante de Deus, da minha família, deste obreiro e de mim mesmo: de todo coração, alma e mente, serei fiel a
estes compromissos até que esta pessoa consiga 100% do seu sustento.
__________________________ ____________
Assinatura do parceiro Data
109
Algumas destas ideias vêm do acordo usado por Ellis Goldstein e a Cruzada Estudantil.
LEVANTAMENTO
DE SUSTENTO EM
COMUNIDADES NEGRAS
AMERICANAS
Donna Wilson
guanxi (n.) Conceito social chinês baseado na troca de favores, no qual relacionamentos pes-
110
fardo, pois você vai pedir quantias maiores a doadores mais significativos.
Lembre: grandes visões requerem grandes quantias em dinheiro!
Assim como o ministério em si, levantar sustento é uma questão de re-
lacionamento. Espero que você tenha como prática de vida construir mui-
tos relacionamentos, e com todo tipo de pessoa. Esforce-se para alcançar
pessoas nas escolas, bairros, igrejas e comunidades das quais já fez parte um
dia. Assim como Paulo assumiu o compromisso de se fazer de tudo para
com todos, aprenda a construir pontes de relacionamento com pessoas de
diferentes credos, personalidade e nível socioeconômico.
Um motivo para isso é que nunca se sabe quem vai acabar ganhando
muito dinheiro, que possa ser investido no Reino. Se você viver o bastante
para conhecer muitas pessoas e construir relacionamentos, tem chance de
que algumas delas acabem se tornando investidores significativos do seu
ministério. Tem gente que diz que eu contribuo com muitas pessoas porque
conheço muita gente rica, mas não é isso. O fato é que passei minha vida
esforçando-me para amar, servir e alcançar todo tipo de pessoa – incluindo
pessoas ricas e generosas!
Depois de ler Tiago 2.1-10, eu não quer dar uma preferência pecami-
nosa a pessoas abastadas, mas precisamos reconhecer que a maioria delas
são um grupo à parte. É melhor reconhecermos isso se vamos nos conectar
a elas e seus recursos para completar a Grande Comissão. Muitas dessas
pessoas pensam, falam e agem de maneiras difíceis de entender. Mesmo
assim, considere estas cinco dicas:
especial, nunca em minha própria conta. Essa prática guarda o meu coração
irrepreensível.
Peça a Deus a ousadia de ganhar as pessoas para sua equipe, o cui-
dado e a preocupação de mantê-los nela, a criatividade e persistência de
valorizá-los gradualmente para que deem mais e mais, conforme cresce a
sua visão ministerial.
Acessando a Rede
“Negócios Como
Missão”: sua próxima
geração de parceiros
ministeriais
Steve Shadrach
Brad era um cristão em crescimento, bom marido, pai e membro de igreja. Ele
também era um ocupado dono de empresa, mas acabou achando tempo
para se inscrever no curso Perspectivas no Movimento Cristão Mundial, aten-
dendo à insistência dos amigos. Ele achou que sabia muito a respeito de
Deus, do Reino e de missões, até fazer o curso. Sentindo-se humilhado
(mas incrivelmente motivado), ele fez algumas mudanças radicais em sua
vida e negócios. Mesmo ganhando muito, decidiu que ia começar a viver
com até 100 mil dólares, e pediu a cada um de seus executivos que fizesse
o mesmo. Se eles estivessem dispostos, teriam o privilégio de entrar para
sua “equipe estratégica”, escolhendo ministérios ao redor do mundo para se
tornarem parceiros e investirem milhões de dólares de lucros empresariais
na Grande Comissão. Brad e sua equipe estão causando um impacto tre-
mendo, e mesmo no meio de uma economia tumultuada, eles têm visto seus
negócios dobrar, em cada um dos últimos cinco anos. Acho que não dá para
ser generoso demais com Deus…
Não se surpreenda com a história de Brad; o Senhor está levantando
leigos do mundo todo que tiveram seus olhos abertos para um propósito
mais eterno para sua vida e empresas. Há uma obra poderosa do Espírito
varrendo nossa nação com uma proposta totalmente diferente: a chama-
da “Business as Mission” (“Negócios como Missões”), ou BAM. O mun-
do mudou muito no que diz respeito a profissionais que querem impactar
344 PEÇA A DEUS // PARTE IV: APÊNDICES
sanado. Cada um, na verdade, é uma cortina de fumaça que serve de disfarce
para as emoções negativas que a pessoa está tentando evitar.
3. Aumentando sua base de sustento: Você entende como usar mídias so-
ciais no cultivo constante da sua equipe de sustento?
MÍDIA SOCIAL: CONHEÇA SUAS LIMITAÇÕES OU ELA O LIMITARÁ 351
DICAS FINAIS
• Esteja disponível: Seus mantenedores conseguem achar você e in-
formações sobre seu ministério a qualquer momento e em qualquer
lugar? 95% dos doadores querem poder ler sobre você antes de con-
tribuir. Providencie um site ou blog onde as pessoas possam entrar
em contato com você ou pesquisar sobre você.
• Seja pessoal: Use as redes sociais para se lembrar de aniversários, datas
importantes e eventos significativos da vida dos seus mantenedores.
• Seja único: Encontre maneiras novas e criativas de informar e envol-
ver seus mantenedores em sua missão. Envie vídeos com atualizações
ao vivo. Use fotos em e-mails formatados com capricho. Faça per-
guntas específicas ou peça a opinião deles por meio de uma pesquisa
online. Peça que assinem listas online de oração ou que orem por
352 PEÇA A DEUS // PARTE IV: APÊNDICES
cartão enviado diretamente para qualquer lugar nos Estados Unidos pelo
preço de um selo. Cardstore pode até acrescentar sua assinatura digital.
(www.cardstore.com)
L. Shutterfly permite que você insira e organize suas fotos para trans-
formá-las num álbum de fotos com encadernação profissional e impressas
em papel de alta qualidade. Esses álbuns servem como um ótimo portfólio
ministerial portátil. Você também pode criar um website customizado e
gratuito para compartilhar seus vídeos e fotos com todos seus mantenedo-
res, com endereço web próprio. (www.shutterfly.com)
o livro The Fuel and the Flame, para equipes que ministram em universida-
des e líderes estudantis.
In 2004, Steve também se tornou Diretor de Mobilização no U.S.
Center for World Mission, e junto com Dave Flynn, supervisionou por
oito anos a expansão do curso Perspectivas no Movimento Cristão Mundial
no mundo todo. Durante esse tempo, ajudou a fundar o ministério de mo-
bilização estudantil Every Ethne, com Andy Kampman, o ministério de
mobilização internacional SevenNine, com Casey Morgan, e o ministério
Campus Ministry Toolbox, com John Allert. Em 2012, os vários ministérios
nos quais Steve servia se solidificaram sob o ministério The Body Builders.
A organização passou a se chamar Centro de Mobilização Missionária,
com o objetivo de envolver, equipar e conectar crentes do mundo todo com
seu papel mais estratégico no cumprimento da Grande Comissão.
Steve concluiu um curso de Mestrado em Estudos Bíblicos no
Seminário de Dallas e um Doutorado em Liderança Executiva Eclesiástica
e Paraeclesiástica, no Seminário de Denver. Ele e Carol têm cinco filhos
adultos, um neto, e ainda moram perto do campus da Universidade do
Arkansas. Continuam hospedando e ministrando a alunos da faculdade.
Links de ministérios
• stumo.org • perspectives.org • cmtbox.org
• thetravelingteam.org • everyethne.org • 79online.org
• mobilization.org • supportraisingsolutions.org • cmmpress.org
AGRADECIMENTO
Eu não tenho para onde ir a não ser para o próprio Jesus Cristo. Ele é o ponto
central e o sustentador da minha vida e futuro. Sou um dos homens mais
abençoados do planeta por ter minha esposa Carol e nossa família ao nosso
lado. Minha riqueza ultrapassa qualquer valor monetário. Obrigado por
sua paciência comigo enquanto eu lutava para escrever este livro, nos últi-
mos cinco anos. Tenho a mais pura alegria por trabalhar com a equipe do
Centro de Mobilização Missionária. Deus está atuando por meio de cada
um de vocês, e em vocês também. Sinto-me privilegiado em ser socorri-
do por vocês! Scott Morton, de The Navigators e Ellis Goldstein, de Cru,
são meus principais mentores no assunto de levantar sustento. Eles sempre
são honestos comigo, fazendo dessa a minha definição de amizade. Muito
obrigado a Tim Howington, que torcia meu braço toda semana, para que
eu terminasse este livro. Sou muito grato também a Todd Ahrend, que
trabalhou para dar forma ao manuscrito como se fosse um peru de Ações
de Graças. Eu o chamo de “O Cortador”, e o amo por isso. Outros edito-
res voluntários que contribuíram com um excelente retorno foram John
Patton, Christina Jerrett, Kyle Mathews, Andrew Knight, Micah May, e
vários outros leitores, cujas sugestões de alterações eu aceitei. Meu ami-
go e missionário queniano Tom Stickney foi quem apareceu com o título
O Pedido Divino111, para este livro. No princípio, achei estranho, depois fas-
cinante, e por fim profundo. Obrigado a meus confiáveis assistentes Laura
McDowell e Rachel Turner, por seu incansável serviço. Sou grato a Joe
Michie e Ian Frasier, pela idealização e criatividade em construir a iden-
tidade deste livro. Que Deus multiplique seu trabalho árduo e excelente.
Minhas apreciações a Karen Pickering, de BookVillages, pelo pastoreio pa-
ciente deste livro, ao longo dos seus vários estágios até a conclusão. Àqueles
que endossam publicamente este livro, obrigado; tenho um enorme respeito
por cada um de vocês. Aos milhares que fizeram nosso curso e a quem
111
Nota do Tradutor: O título em inglês não é, literalmente, O Pedido Divino, mas uma criação do
referido missionário, que não pode ser traduzida literalmente. Transmite, porém, a ideia de que
pedir sustento é algo que fazemos endossados por Deus e em dependência dEle.
364 PEÇA A DEUS // PARTE IV: APÊNDICES