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EXTENSÃO NIASSA

Campus Universitário de Chiuaula, Telefax: 27121520, Caixa Postal n.o 4; - Lichinga


DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS TECNOLOGIAS, ENGENHARIAS E MATEMÁTICA
Curso de Ensino de MATEMÁTICA

”Eu nunca ensino aos meus alunos, apenas tento dar condições nas quais eles possam aprender”.
(Albert Einstein)

1. Matrizes
Nossa habilidade de analisar e resolver equações ficará grandemente ampliada quando soubermos
realizar álgebras com as matrizes. Mais, ainda as definições e os teoremas nos levam a perceber as
aplicações interessantes da álgebra matricial, em económica e em computação gráfica.

Dá-se o nome de matriz a um quadro em que os seus elementos estão dispostos por linha e
colunas. Por regra, denotam-se matrizes por letras maiúsculas e os elementos duma matriz por
letras minúsculas acompanhadas de dois índices. O primeiro índice indica a linha em que o
elemento se encontra e o segundo indica a coluna do elemento. Assim, o elemento aij é o elemento
da i-ésima linha e j-ésima coluna da matriz 𝐴 = [𝑎𝑖𝑗 ].

Diz-se uma matriz do tipo m×n (que se lê “matriz do tipo m por n”) se for um quadro com 𝑚𝑥𝑛
elementos dispostos em "𝑚” linhas e "𝑛" colunas. Escreve-se A(m×n) ou [𝑎𝑖𝑗 ]𝑚×𝑛 e representa-se
por:
𝑎11 𝑎12 … 𝑎1,𝑛−1 𝑎1𝑛
𝑎𝑖𝑗  𝐾
𝑎21 𝑎22 … 𝑎2,𝑛−1 𝑎2𝑛
𝐴 = [⋮ ⋮ ⋮ ⋮ ] = [𝑎𝑖𝑗 ], {𝑖 = 1, … , 𝑚
… 𝑗 = 1, … , 𝑛
𝑎𝑚1 𝑎𝑚2 𝑎𝑚,𝑛−1 𝑎𝑚𝑛

Nestas notações, o primeiro índice (i) do elemento genérico 𝑎𝑖𝑗 indica a linha e o segundo (j) a
coluna em que se encontra o elemento de K.
Por exemplo, a23 é o elemento da matriz que se encontra na linha 2 e na coluna 3.

A matriz denotada acima mostra que, em geral, designar-se uma matriz por uma letra maiúscula e
os elementos pela correspondente letra minúscula afectada pelos índices convenientes.
Nota 1: A, em particular, pode ser o conjunto dos números reais, R. Neste caso, as matrizes dizem-
se reais. Designa-se por Am×n (K) o conjunto de todas as matrizes do tipo 𝑚 × 𝑛 (e lê-se ”éme-por-
éne”) sobre o corpo K.

Produzido por: Mestre Licínio Manuel Guido Mirassi


As matrizes do conjunto M(m×n)(K) podem ser classificadas quanto à forma em matrizes
rectangulares ou matrizes quadradas. Relativamente às matrizes rectangulares destacam-se alguns
tipos como ilustrado na Tab. 1.

Matrizes Rectangulares (𝑚 ≠ 𝑛)
Designação Forma Geral
Matriz Linha (m = 1) [ 𝑎11 𝑎12 ⋯ 𝑎1𝑛 ]
𝑎11
Matriz Coluna (n = 1) 𝑎12
[ ⋮ ]
𝑎𝑚1
Tabela 1: Principais tipos de Matrizes Rectangulares

Relativamente às matrizes quadradas, estas constituem um importante caso particular que se


caracteriza pelo número de linhas (m) ser igual ao número de colunas (n). No caso das matrizes
quadradas do tipo n×n, a sua dimensão é definida como ordem, designando-se a matriz como matriz
de ordem n.

1.1. Tipos de Matrizes


1.2. Classificação de matrizes

Matriz quadrada: É a matriz que tem o número 𝑚 de linhas igual ao número 𝑛 de colunas.
Obs.: A matriz (nxn) é denominada matriz quadrada de ordem n.

Elementos homólogos - Dadas as matrizes 𝐴 = [𝑎𝑖𝑗 ] e 𝐵 = [𝑏𝑖𝑗 ] do mesmo tipo (𝑚 × 𝑛) sobre um


corpo K, designam-se por elementos homólogos aos elementos com os mesmos índices, isto é,
àqueles elementos que estão nas mesmas linha e coluna. Por exemplo, 𝑎36 e 𝑏36 são elementos
homólogos.

Matrizes iguais - Dadas duas matrizes 𝐴 = [𝑎𝑖𝑗 ] e 𝐵 = [𝑏𝑖𝑗 ] do mesmo tipo 𝑚 × 𝑛 sobre um corpo
K, estas dizem-se iguais se os elementos homólogos forem iguais. Denota-se simbolicamente essa
igualdade por A = B.
Matrizes Opostas - Dada 𝐴 = (𝑎𝑖𝑗 ) ∈ 𝑀𝑚𝑥𝑛 (ℝ), a oposta de A é a matriz 𝐵 = (𝑏𝑖𝑗 ) ∈
𝑀𝑚𝑥𝑛 (ℝ) tal que 𝑏𝑖𝑗 = −𝑎𝑖𝑗 ; ∀ 𝑖 ∈ {1, … , 𝑚}, ∀ 𝑗 ∈ {1, … , 𝑛}. Ou seja, os elementos da matriz

Produzido por: Mestre Licínio Manuel Guido Mirassi


oposta de A são os elementos opostos aos elementos de A. Representamos a oposta de 𝐴 por −𝐴.
Ex:
3 −1 0 −3 1 0
A oposta da matriz 𝐴 = [ 2 √3 4 ] é 𝑎 𝑚𝑎𝑡𝑟𝑖𝑧 − 𝐴 = [ −2 −√3 −4 ]
1 0 −8 −1 0 8
−6 10 −2 6 −10 2

Matriz Identidade ou Unidade - É toda matriz quadrada onde os elementos da diagonal principal
são iguais a um e os demais elementos são iguais a zero. Ex:
1 0 0
1 0
𝐼2 = [ ] 𝐼3 = [0 1 0]
0 1
0 0 1

1 8 3
Diagonal principal e diagonal secundária - 𝑆𝑒𝑗𝑎 𝑚𝑎𝑡𝑟𝑖𝑧: 𝐴 = [2 5 0]
7 4 9
 Os elementos a11 = 1, a22 = 5 e a33 = 9 formam a diagonal, principal.
 Os elementos a13 = 3, a22 = 5 e a31 = 7 formam a diagonal secundária.

Matriz diagonal - É a matriz que apresenta todos os elementos que não pertencem à diagonal
principal iguais a zero.
4 0 0
Exemplo: A = [0 2 0]
0 0 3

Nota 2: As diagonais duma matriz tomam uma relevância especial quando se consideram matrizes
quadradas.

Nota 3: Uma matriz diagonal pode também ser entendida como uma matriz simultaneamente
triangular superior e triangular inferior.

Matriz Triangular Superior


A matriz quadrada 𝐴 = [𝑎𝑖𝑗 ] que tem os elementos 𝑎𝑖𝑗 = 0, para 𝑖 > 𝑗.
5 4 7 9
0 1 −8 4]
Ex: 𝐴 = [ ] , 𝐵 = [0 3
0 0 0 0 −2 3
0 0 0 6
Matriz Triangular Inferior
É uma matriz quadrada 𝐴 = [𝑎𝑖𝑗 ] que tem os elementos 𝑎𝑖𝑗 = 0 para 𝑖 < 𝑗.
5 0 0 0 1 0 0 0
Ex: 𝐵 = [ 4 3 0 0] 𝐶 = [0 2 0 0]
7 4 −2 0 0 0 2 0
9 1 2 6 0 0 0 2

Produzido por: Mestre Licínio Manuel Guido Mirassi


Matriz Simétrica
É toda matriz quadrada A, tal que AT = A. Então A é simétrica. A denominação simétrica provem
pelo facto de que os elementos dispostos simetricamente em relação à diagonal principal.
1 2 3
3 −2 0 1
Ex: 𝐴 = [2 0 4] , B=[ ], C=[ ]
−2 0 1 0
3 4 5

Matriz Anti-simétrica
É toda matriz quadrada A, tal que 𝐴𝑇 = −𝐴. E portanto, 𝐴 = − 𝐴𝑇 , é necessário que seus 𝑎𝑖𝑗
verifique as seguintes condições:
𝑎𝑖𝑗 = −𝑎𝑖𝑗 se 𝑖≠ 𝑗
𝑎𝑖𝑗 = 0 se 𝑖 = 𝑗
Isto é, todos elementos da diagonal principal serão necessariamente nulos, pois – A = A implica
igualdade −𝑎𝑖𝑗 = 𝑎𝑖𝑗 , que só é satisfeita por 𝑎𝑖𝑗 = 0. Dois elementos dispostos simetricamente em
relação `a diagonal principal, tem sinais opostos.
0 5 2 0 𝑖 2
Ex: 𝐴 = [−5 0 −1] 𝐵 = [ −𝑖 0 4]
2 1 0 −2 3 0

Nota 4: Diagonal principal tem de ser necessariamente toda nula.

Propriedade de Matrizes Simétricas/Anti-simétrica

1. ∝ 𝐴 é Simétrica sendo ∝ um número real ou complexo


2. AAT = ATA
3. A2 é Simétrica

Proposição
Qualquer matriz quadrada A pode ser decomposta na soma duma matriz simétrica com uma matriz
anti-simétrica e tal decomposição é única.

Se A é qualquer matriz quadrada, construímos uma matriz simétrica 𝑺 e uma matriz anti-simétrica
𝑃 definindo-as das seguintes maneiras:
𝐴+𝐴𝑇
 matriz simétrica: 𝑆 = 2
𝐴−𝐴𝑇
 matriz anti-simétrica: 𝑃 = 2
1
Seja Sij o elemento da matriz S, que esta na posição (i, j), então Sij = 𝑆𝑖𝑗 = 2 (𝑎𝑖𝑗 + 𝑎𝑗𝑖 ), onde
𝑎𝑖𝑗 𝑒 𝑎𝑗𝑖 são elementos da matriz A.

Produzido por: Mestre Licínio Manuel Guido Mirassi


Matriz Transposta - Chama-se Matriz Transposta duma matriz A(mxn) à matriz que dela se obtém
trocando, ordenadamente, as linhas com as colunas, e representa-se por: AT(nxm).
a d
a b c T
A=[ ] ==≫ A = [b e ]
d e f
c f
Exemplos:
2 1
2 3 5 𝑇
𝐴 = [ ] => 𝐴 = [3 −1]
1 −1 0 (2×3)
5 0 (3×2)

Propriedades da transposição de matrizes


Admitindo que a dimensão das matrizes permite que as operações indicadas possam ser efectuadas,
então são válidas as seguintes regras:

1) (AT )T =A ;
2) (𝛽A)T = 𝛽𝐴𝑇 (𝛽 constante);
3) (AT )k = (Ak )T ;
4) (A +B)T = AT +BT ;
5) (A x B)T =BT x AT ;
6) (A x B x...x X )T = X T x...x BT x AT .

Nota 5: Uma matriz A  M(nx n) (K) diz-se ortogonal se ATA = In = AAT e semi-ortogonal se ATA =
 In = AAT

Matriz Conjugada - Define-se a conjugada de A, e representamos por 𝐴̅, a matriz que se obtêm de
̅̅̅)𝑖𝑗 = 𝐴̅𝑖𝑗 , i = 1,…,
A substituído cada elemento pelo seu conjugado. Tem-se, pois, 𝐴̅  M(n× n) (C) e (𝐴
m, j = 1,… n.
1 9 − 2𝑖 1 9 + 2𝑖
Ex: a conjugada de 𝐴 = [ ] é a matriz 𝐴̅ = [ ]
7 + 3𝑖 8𝑖 7 − 3𝑖 −8𝑖
Propriedades
̿ = 𝐴.
1. 𝐴
2. ̅̅̅̅̅̅̅̅
𝐴 + 𝐵 = 𝐴̅ + 𝐵̅ .
3. ̅̅̅̅̅
∝ 𝐴 =∝̅ 𝐴̅.
̅̅̅̅ = 𝐴𝐶
4. 𝐴𝐶 ̅̅̅̅ .

5. ̅̅̅̅
𝐴𝑘 = (𝐴̅)k
6. (𝐴̅)𝑇 = ̅̅̅̅
𝐴𝑇
̅̅̅)−1 = ̅̅̅̅̅
7. Se m = n e A uma matriz invertível, então 𝐴̅ é invertível e (𝐴 𝐴−1
Matrizes ortogonais
Dizemos que uma matriz 𝐴 𝜖 𝑀𝑛(𝑅), inversível, é ortogonal, quando 𝐴−1 = 𝐴𝑇 . Podemos
verificar se uma matriz A é ortogonal, multiplicando 𝐴 por 𝐴𝑇 e vemos se o produto é a
identidade.

Produzido por: Mestre Licínio Manuel Guido Mirassi


1⁄ √3⁄
Exemplo: A matriz [ 2 2] é ortogonal. De facto, multiplicando essa matriz pela
− √3⁄2 1⁄2

1⁄ √3⁄ 1⁄ − √3⁄2
2 2 2 1 0
sua transposta, temos: [ ][ ]=[ ]
0 1
− √3⁄2 1⁄2 √3⁄
2
1⁄
2

Matriz Transconjugada
Define-se a Transconjugada de A, e representamos por A*, a matriz: (𝐴̅)𝑇 = ̅̅̅̅
𝐴𝑇 .

Ex1: 𝐴 = −𝑖𝐼𝑛  M(n× n) (C) então a transconjugada será: 𝐴∗ = −𝑖𝐼𝑛 .


2 𝑖
2 3+4 −4
Ex2: 𝐴 = [ ] então a transconjugada será: 𝐴∗ = [3 − 𝑖 −2]
−𝑖 −2 0
−4 0

Matrizes Hermetiana/ anti-hermitiana


Uma matriz 𝐴 ∈ 𝑀𝑚𝑥𝑛 (ℂ) diz-se hermitiana (ou hermítica) se 𝐴∗ = 𝐴. Diz-se que A é anti-
1 1+𝑖 1 1+𝑖 ∗
hermitiana se 𝐴∗ = −𝐴. Exemplo: [ ] é uma matriz hermitiana: [ ] =
1−𝑖 −1 1−𝑖 −1
1 1+𝑖
[ ]
1 − 𝑖 −1

Nota: Uma matriz 𝐴 ∈ 𝑀𝑚𝑥𝑛 (ℂ) diz-se unitária se for invertível e se 𝐴−1 = 𝐴∗ .
1 2 2
− 3𝑖 𝑖
2 3
Exemplo: [ 2 1 2 ]
−3𝑖 −3 − 3𝑖

2 − 3𝑖 1
Nota: Uma matriz A diz-se normal se 𝐴∗ 𝐴 = 𝐴𝐴∗ . Exemplo: [ ]
−𝑖 1 − 2𝑖

2. Álgebra Matricial
Discutem-se nesta secção as principais operações com matrizes: adição de matrizes, multiplicação
de uma matriz por um escalar e multiplicação de matrizes.

2.1. Soma de matrizes.

Sejam 𝐴 = [𝑎𝑖𝑗 ], 𝐵 = [𝑏𝑖𝑗 ] ∈ M(m×n) (K). Define-se soma 𝐴 + 𝐵 à matriz 𝐶 = [𝑐𝑖𝑗 ], tal que 𝑐𝑖𝑗 =
𝑎𝑖𝑗 + 𝑏𝑖𝑗 , ∀(i,j)∈ {1,...,m}×{1,...,n}.

Considerem-se os seguintes casos como Exemplo:

Produzido por: Mestre Licínio Manuel Guido Mirassi


1 2 5 6 1+5 6+2 6 8
I. [ ] +[ ]= [ ]= [ ]
3 4 7 8 3+5 4+8 10 12

1 3 1+3 4
II. [ ]+ [ ]= [ ]= [ ]
2 4 2+4 6

III. [3 4] + [1 + 2] = [3 + 1 4 + 2] = [6 4]

2.1.2. Propriedades da soma de matrizes.


Admitindo que a dimensão das matrizes envolvidas permite que as operações indicadas possam ser
efectuadas, então são válidas as seguintes regras:
1. 𝐴 + (𝐵 + 𝐶) = (𝐴 + 𝐵) + 𝐶; - Associatividade
2. 𝐴 + 𝐵 = 𝐵 + 𝐴 - Comutatividade,
3. 𝐴 + 0 = 0 + 𝐴 = 𝐴 - 0 matriz nula ou mesmo Elemento neutro,
4. 𝐴 + (−𝐴) = (− 𝐴) + 𝐴 = 0; - Elemento simétrico,
5. 0 − 𝐴 = − 𝐴;
6. 𝐴 = 𝐵 e 𝐶 = 𝐷 então 𝐴 + 𝐶 = 𝐵 + 𝐷.
Nota 6: Repare-se que as propriedades da adição de matrizes são idênticas às da adição em R.

Traço duma matriz


Chama-se traço duma matriz quadrada à soma dos elementos da diagonal principal,
𝑡𝑟(𝐴) = ∑𝑛𝑖=1 𝑎𝑖𝑖 .

Propriedades do traço duma matriz.


Admitindo que a dimensão das matrizes permite que as operações indicadas possam ser efectuadas,
então são válidas as seguintes regras:
1. tr(A + B) = tr(A) + tr(B) ;
2. tr(𝛼 𝐴) = 𝛼 tr(A) ;
3. tr(AB) = tr(BA) ;
4. tr(𝐴𝑇 ) = tr(A) .

2.2. Multiplicação duma matriz por um escalar.

A multiplicação duma matriz A por um escalar 𝛽 ϵ Ɍ é uma nova matriz, do mesmo tipo, cujo
elemento genérico é: 𝛽 𝑎𝑖𝑗 . Ou seja, multiplica-se uma matriz por um escalar multiplicando todos
os seus elementos por esse escalar, 𝐴𝛽 = [𝛽𝑎𝑖𝑗 ], i =1,...,m e j =1,...,n. Exemplo:
1 2 3×1 3×2 3 6
1. 3 × [ ]= [ ]= [ ]
3 4 3×3 3×4 9 12

Produzido por: Mestre Licínio Manuel Guido Mirassi


1 1
2. 1⁄2 × [3 4] = [2 × 3 × 4] = [3⁄2 2]
2

1 ×1
3. √2 × [ ] = [√2 ] = [ √2 ]
2 √2 × 2 2√2

2.2.1. Propriedades da multiplicação duma matriz por um escalar

Sejam A, B ∈ M(m×n) (K) e λ, μ ∈ K. As seguintes propriedades são verificadas:

1) λ (A + B) = λA + λB
2) (λ + μ)A = λA + μA
3) λ (μA) = (λμ)A
4) 1 · A = A. O escalar 1 designa-se por unidade ou elemento neutro do corpo K.

2.3. Potenciação de matriz


Chama-se potencia de expoente k de A, com k e No, à matriz de M(nxn) (K), que representamos por
Ak definida do seguinte modo:
𝐼 , 𝑠𝑒 𝐾 = 0
𝐴𝑘 = { 𝑛𝑘−1
𝐴 𝐴, 𝑠𝑒 𝑘  𝑁

Quando multiplicamos um número real por ele mesmo, efectuamos uma potenciação. Se a é um
número real, indicamos por 𝑎𝑛 o produto 𝑎 × 𝑎 × … × 𝑎, onde consideramos 𝑛 factores iguais a 𝑎.
Analogamente, quando lidamos com matrizes, definimos a potência de expoente 𝑛 (ou a 𝑛-ésima
potencia) duma matriz quadrada A como sendo o produto 𝐴 × 𝐴 × … × 𝐴, onde há 𝑛 factores
iguais a 𝐴.
5 −4
Exemplo: 𝐴 = [ ], temos:
3 1
5 −4 5 −4 13 −24
𝐴2 = 𝐴 × 𝐴 = [ ][ ]=[ ]
3 1 3 1 18 −11
13 −24 5 −4 −7 −76
𝐴3 = 𝐴2 × 𝐴 = [ ][ ]=[ ]
18 −11 3 1 57 −83

Quando calculamos sucessivas potências duma matriz, podem ocorrermos seguintes casos
especiais:
 𝐴𝑛 = 𝐴, para algum 𝑛 natural.
Nesse caso, dizemos que a matriz A é periódica. Se 𝑝 é o menor natural para o qual 𝐴𝑝 = 𝐴,
dizemos que A é periódica de período 𝑝. Particularmente, se 𝑝 = 2, a matriz A é chamada
idempotente.
 𝐴𝑛 = 0, para algum n natural.
Nesse caso, dizemos que a matriz A é nihilpotente. Se p é o menor natural para o qual 𝐴𝑝 = 0, a
matriz A é dita ser nihilpotente de índice p.

Exemplo 2
Efectuando a multiplicação de A por ela mesma, você poderá constatar que a matriz A, em cada
caso, é idempotente:

Produzido por: Mestre Licínio Manuel Guido Mirassi


1⁄ 1⁄
a. 𝐴 = [ 2 2]
1⁄ 1⁄
2 2
0 5
b. 𝐵 = [ ]
0 1
5 −1 5 −1 5 −1 0 0
c. seja 𝐴 = [ ]. Calculando 𝐴2 , temos 𝐴 × 𝐴 = [ ][ ]=[ ]. Ou seja, A
25 −5 25 −5 25 −5 0 0
é nihipotente de índice 2.

342.3.1. Propriedades
Sejam A  Mnn (K) e k, l  N0. Tem-se:
1. 𝐴𝐾 𝐴𝑙 = 𝐴𝐾+𝑙
2. (𝐴𝐾 )𝑙 = 𝐴𝑘𝑙
3. 𝐴0 = 𝐼 (matriz identidade).
4. 𝐴𝑘 = ⏟
𝐴 × 𝐴 × … × 𝐴; (k>0) - Desde que A seja quadrada.
𝑘 𝑣𝑒𝑧𝑒𝑠

2.4. Multiplicação de matrizes

Dadas as matrizes, A(mxn) e B(pxq), o produto de matrizes AxB existe se n=p e o seu resultado é a
matriz C do tipo (mxq) cujo elemento genérico é cik, o qual se obtém multiplicando a linha i da
matriz A (primeira matriz), pela coluna k da matriz B (segunda matriz).
Uma vez que, a multiplicação de matrizes envolve a multiplicação de (linhas da 1ª matriz)x(colunas
da 2ª matriz), torna-se necessário que o número de elementos das linhas da 1ª matriz (n – nº de
colunas) coincida com o número de elementos das colunas da 2ª matriz (p – nº de linhas).
Em resumo:

Dum modo geral, dadas duas matrizes A e B de dimensões, respectivamente 𝑚 × 𝑛 e 𝑝 × 𝑞, os


produtos C = AB e D = BA são possíveis nas seguintes circunstâncias:
Produto Possível se..... Resultado
A(m×n) × B(p×q) n=p C(m×q)
B(p×q) × A(m×n) q=m D(p×n)

Exemplo: Considerem-se as seguintes matrizes reais:

−2 3 −3 2 0
3 −5 5
𝐴= [3 5 3] 𝐵 = [−2 1 ] 𝐶 = [ ] 𝐷 = [−3 5 −3]
−5 −4 −1
3 5 −5 −1 −3

Produzido por: Mestre Licínio Manuel Guido Mirassi


Os produtos possíveis são AB, BC, CA, DA, DB. A titulo de exemplo teremos:
−2 3 −3 2 0
𝐴𝐵 = [ 3 5 3 ] [−2 1 ]
3 5 −5 −1 −3
(−2) × 2 + 3 × (−2) + (−3) × (−1) (−2) × 0 + 3 × 1 + (−3) × (−3) −7 12
=[ 3 × 2 + 5 × (−2) + 3 × (−1) 3 × 0 + 5 × 1 + 3 × (−3) ] = [−7 −4]
3 × 2 + 5 × (−2) + (−1) × (−1) 3 × 0 + 5 × 1 + (−5) × (−3) 1 20

Consideremos os seguintes casos:

1 2 5 6 1×5+2×7 1×6+2×8 19 22
A. [ ][ ]= [ ]= [ ]
3 4 7 8 3×5+4×7 3×6+4×8 43 50

5 6 1 2 5×1+6×3 5×2+6×4 23 34
B. [ ][ ]= [ ]= [ ]
7 8 3 4 7×1+8×4 7×2+8×4 41 46

1
C. [3 4] [ ] = [3 × 1 + 4 × 2] = [11] = 11
2

1 1×3 1×4 3 4
D. [ ] [3 4] = [ ]=[ ]
2 2×3 2×4 6 8

1 −1 1 −1 1 × 1 + (−1) × 1 1 × (−1) + (−1) × (−1) 0 0


E. [ ][ ]= [ ]= [ ]
1 −1 1 −1 1 × 1 + (−1) × 1 1 × (−1) + (−1) × (−1) 0 0

Nota 8: Em geral AB ≠ BA.

2.4.1. Propriedades da multiplicação de matrizes.

Admitindo que a dimensão das matrizes envolvidas permite que as operações indicadas possam ser
efectuadas, então são válidas as seguintes regras:
1. (A x B) x C =A x (B x C) - Associatividade;
2. A x B = B x A - Comutatividade
3. Ax (B+C) =Ax B+A x C e (B+C) x A=Bx A+C x A - Distributividade em relação à adição;
4. 𝛼(Ax B) = ( 𝛼A) x B =A x( 𝛼B) , - 𝛼 ∈ R;
5. A x 0= 0 e 0 x A =0 ou A(nxn) x 0= 0 x A(nxn) = 0 - 0 é matriz nula);
6. AxI=A e I xA=A ou A(nxn) x I = I x A(nxn) =A(nxn) -A matriz identidade I;
7. A0 = I - matriz identidade.

4. Matriz Inversa

Produzido por: Mestre Licínio Manuel Guido Mirassi


Dada uma matriz 𝐴 ∈ 𝑀𝑛(𝑅), se existe uma matriz 𝐵 ∈ 𝑀𝑛(𝑅), tal que 𝐴𝐵 = 𝐼𝑛, a matriz A é

4 5 4 5 a b  1 0
Sendo A    , ou seja :  .  . Determine : a, b, c, d.
 3 4  3 4   c d  0 1 
4a  5c  1 4a  5c  1 a  4
   
4 5 a b  1 0 4b  5d  0 3a  4c  0 c  3
Entao :  .       
 3 4   c d  0 1  3a  4c  0 4b  5d  0 b  5
  
3b  4d  1 3b  4d  1 d  4
a b   4  5
Portanto, a matriz   sera :  
c d   3 4 
dita inversível e a matriz B é a sua inversa, e podemos escrever 𝐵 = 𝐴−1 . Uma matriz inversível
sempre comuta com sua inversa; logo, se 𝐴𝐵 = 𝐼𝑛 entao 𝐵𝐴 = 𝐼𝑛 e A é a inversa de B.
Dada uma matriz quadrada A, não sabemos se ela é ou não inversível até procurar determinar sua
inversa e isso não ser possível. Para descobrir se uma matriz é ou não invertível e, em caso
afirmativo, determinar sua inversa, só contamos, até o momento, com a definição. Assim, dada uma
matriz A de ordem n, escrevemos uma matriz também de ordem n, cujos elementos são incógnitas a
determinar, de modo que o produto de ambas seja a identidade de ordem n. Vamos a um exemplo:
2 5 𝑥 𝑦
1. Vamos determinar caso exista a matriz inversa de 𝐴 = [ ]. Seja [ ] a matriz inversa de
1 3 𝑧 𝑡
2 5 𝑥 𝑦 1 0 2𝑥 + 5𝑧 2𝑦 + 5𝑡 1 0
A, então: 𝐴𝐵 = 𝐼2 ⟹ [ ][ ]=[ ]⟹[ ]=[ ]
1 3 𝑧 𝑡 0 1 𝑥 + 3𝑧 𝑦 + 3𝑡 0 1

2𝑥 + 5𝑧 = 1
2𝑦 + 5𝑡 = 0
Essa igualdade gera um sistema de 4 equações e 4 incógnitas:{
𝑥 + 3𝑧 = 0
𝑦 + 3𝑡 = 1

Note que esse sistema admite dois subsistemas de 2 equações e 2 incógnitas:

2𝑥 + 5𝑧 = 1 2𝑦 + 5𝑡 = 0
{ 𝑒 {
𝑥 + 3𝑧 = 0 𝑦 + 3𝑡 = 1

Resolvendo cada um deles, obtemos 𝑥 = 3; 𝑦 = −5; 𝑧 = −1; 𝑡 = 2.

3 −5
Logo, a matriz A é inversível e sua inversa é 𝐴−1 = [ ]=𝐵
−1 2

6 3
2. 𝐴 = [ ]. Procedendo como no item anterior, escrevemos:
8 4

6 3 𝑥 𝑦 1 0 6𝑥 + 3𝑧 6𝑦 + 3𝑡 1 0
𝐴=[ ][ ]=[ ]⟹[ ]=[ ]
8 4 𝑧 𝑡 0 1 8𝑥 + 4𝑧 8𝑦 + 4𝑡 0 1

6𝑥 + 3𝑧 = 1 6𝑦 + 3𝑡 = 0
Obtemos então os sistemas: { 𝑒 {
8𝑥 + 4𝑧 = 0 8𝑦 + 4𝑡 = 1

Produzido por: Mestre Licínio Manuel Guido Mirassi


Ao resolver esses sistemas, porém, vemos que não admitem solução (tente resolve-los, por qualquer
método!). Conclui-mos, então, que a matriz A não é inversível.

Nota 10: Percebeu-se que ao tentar inverter uma matriz de ordem 2, recaímos em dois sistemas,
cada um de duas equações e duas incógnitas. Se a matriz a ser invertida for de ordem 3, então o
problema recairá em três sistemas, cada um com três equações e três incógnitas, assim
sucessivamente.

Observação:
a) Sendo 𝐴−1 a matriz inversa de A, então 𝐴−1 é invertível e a sua inversa é a própria matriz
A, isto é, (𝐴−1 )−1 = A.
b) A matriz nula não é invertível. No entanto, a matriz identidade I é invertível tendo-se 𝐼 −1 =
𝐼.
c) Se uma matriz quadrada tiver uma linha ou uma coluna nula então não é invertível.

Teorema: A inversa duma matriz invertível é única. Sejam B e C as inversas de A. Então, 𝐵 =


𝐵𝐼 = 𝐵 (𝐴𝐶) = 𝐵𝐴)𝐶 = 𝐼𝐶 = 𝐶.

3.1. Propriedades da inversão de matrizes


1. Se 𝐴 𝜖 𝑀𝑛(𝑅) é inversível, então (𝐴−1 )−1 = 𝐴. De fato, como 𝐴−1 𝐴 = 𝐼𝑛, temos que A é
a inversa de 𝐴−1 .
2. Se 𝐴, 𝐵 𝜖 𝑀𝑛(𝑅) são inversíveis, então AB é inversível e (𝐴𝐵)−1 =𝐵 −1 𝐴−1.
De fato, temos (𝐴𝐵)( 𝐵−1 𝐴−1 ) = 𝐴(𝐵𝐵 −1 ) 𝐴−1 = 𝐴𝐼𝑛𝐴−1 = 𝐴𝐴−1 = 𝐼𝑛. Logo, 𝐵 −1 𝐴−1
é a inversa de 𝐴𝐵.
3. Se 𝐴 𝜖 𝑀𝑛(𝑅) é inversível, então (𝐴𝑇 )−1 = (𝐴−1 )𝑇 .
De facto, como 𝐴𝑇 (𝐴−1 )𝑇 = (𝐴−1 𝐴)𝑇 = (𝐼𝑛)𝑇 = 𝐼𝑛, temos que (𝐴−1 )𝑇 é a inversa de 𝐴𝑇 .

Cálculo de Inversa duma matriz a partir de Operações elementares


Dada 𝐴 ∈ 𝑀𝑚𝑥𝑛 (ℝ), chamam-se operações elementares as seguintes acções:

1. Permutar duas linhas A: 𝐿𝑖 ↔ 𝐿𝑗 - Indicamos a troca das linhas 𝐿𝑖 e 𝐿𝑗 por 𝐿𝑖 ↔ 𝐿𝑗 .

2. Multiplicar uma linha de A por um número real não nulo: 𝐿𝑖 ← 𝜆𝐿𝑖 .

Indicamos que multiplicamos a linha 𝐿𝑖 de S pelo número real 𝜆 escrevendo 𝐿𝑖 ← 𝜆𝐿𝑖

3. Somar a uma linha um múltiplo duma outra: 𝐿𝑖 ← 𝐿𝑖 + 𝜆𝐿𝑗 . Indicamos que somamos à
linha 𝐿𝑖 a linha 𝐿𝑗 multiplicada pelo numero real 𝜆 por: 𝐿𝑖 ← 𝐿𝑖 + 𝜆𝐿𝑗

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−3 2 5
Exemplo: Vamos aplicar algumas operações elementares às linhas da matriz 𝐴 = [ 0 1 6]
8 4 −2
−3 2 5 𝐿1 ↔ 𝐿3 8 4 −2
1. [ 0 1 6 ] ⇒ [0 1 6]
8 4 −2 −3 2 5
−3 2 5 −3 2 5
2. [ 0 1 6] 𝐿2 ← −3𝐿2 ⇒ [ 0 −3 −18]
8 4 −2 8 4 −2
−3 2 5 −3 2 5
3. [ 0 1 6 ] 𝐿2 ← 𝐿2 + 2𝐿3 ⇒ [ 16 9 2 ]
8 4 −2 8 4 −2

Consideremos o conjunto 𝐴 ∈ 𝑀𝑚𝑥𝑛 (ℝ):


Se, ao aplicar uma sequência de operações elementares a uma matriz A, obtemos a matriz B,
dizemos que B é equivalente a A e indicamos por 𝐵~𝐴. Fica definida, assim, uma relação no
conjunto 𝐴 ∈ 𝑀𝑚𝑥𝑛 (ℝ), que é:
1. Reflexiva: 𝐴 ~ 𝐴
2. Simétrica: se 𝐴 ~ 𝐵 entao 𝐵 ~ 𝐴
3. Transitiva: se 𝐴 ~ 𝐵 e 𝐵 ~ 𝐶 entao 𝐴 ~ 𝐶
Isto é, a relação ~ é uma relação de equivalência no conjunto 𝐴 ∈ 𝑀𝑚𝑥𝑛 (ℝ).
Assim, se 𝐴 ~ 𝐵 ou se 𝐵 ~ 𝐴 podemos dizer, simplesmente, que A e B são equivalentes.
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Lembremos que nosso objectivo é determinar um método para encontrar a inversa de uma matriz,
caso ela exista, que seja mais rápido e simples do que o uso da definição. Para isso, precisamos do
seguinte resultado:

Teorema: Se 𝐴 ∈ 𝑀𝑛 (ℝ), então A é inversível se, e somente se, 𝐴~ 𝐼𝑛 . Se A é inversivel, a mesma


sucessão de operações elementares que transformam 𝐴 em 𝐼𝑛 , transformam 𝐼𝑛 na inversa de 𝐴.
Este método permite determinar, durante sua aplicação, se a matriz é ou não inversível, então:
1. Escrevemos, lado-a-lado, a matriz que queremos inverter e a matriz identidade de mesma

ordem, segundo o esquema: 𝐴|𝐼


2. Por meio de alguma operação elementar, obtemos o número 1 na posição 11.
3. Usando a linha 1 como linha-pivo, obtemos zeros nas outras posições da coluna 1 (para isso,
fazemos uso da terceira operação elementar).
4. Por meio de uma operação elementar, obtemos o número 1 na posição 22.
5. Usando a linha 2 como linha-pivo, obtemos zeros nas outras posições da coluna 2 (para isso,
fazemos uso da terceira operação elementar).
6. Passamos para a terceira coluna e assim por diante.

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7. Se, em alguma etapa do procedimento, uma linha toda se anula, podemos concluir que a
matriz em questão não é inversivel - nesse caso, nenhuma operação elementar igualaria essa
linha a uma linha da matriz identidade!
8. Se chegarmos à matriz identidade, então a matriz à direita, no esquema, será a matriz
inversa procurada.

Veja os exemplos a seguir:


3 1 2
𝐴 = [−1 0 3 ]. Escrevemos na forma esquemática:
4 2 −5
3 1 2 1 0 0 3 1 2 1 0 0 𝐿1 ↔ 𝐿2
−1 0 3 |0 1 0 𝐿2 ← −𝐿2 ⇒ 1 0 −3| 0 −1 0 ⇒
4 2 −5 0 0 1 4 2 −5 0 0 1

1 0 −3 0 −1 0 1 0 −3 0 −1 0
⇒ 3 1 2 |0 1 0 𝐿2 ← 𝐿2 − 3𝐿1 ⇒ 0 1 11 | 1 3 0
4 2 −5 0 0 1 𝐿3 ← 𝐿3 − 4𝐿1 0 2 7 0 4 1 𝐿3 ← 𝐿3 − 2𝐿2

1 0 −3 0 −1 0
⇒0 1 11 | 1 3 0
0 0 −15 −2 −2 1 𝐿3 ← −15𝐿3

1 0 −3 0 −1 0 𝐿1 ← 𝐿1 + 3𝐿3
⇒ 0 1 11 | 1 3 0 𝐿2 ← 𝐿2 − 11𝐿3
0 0 1 2⁄15 2⁄15 − 2⁄15

1 0 0 6⁄15 − 9⁄15 − 3⁄15


0 1 0| − 7⁄15 23⁄15 11⁄15
0 0 1 2⁄15 2⁄15 − 1⁄15
6 −9 −3
1
Logo, a matriz A é inversível, e 𝐴−1 = 15 [−7 23 11 ] . Pode-se verificar que essa é, realmente,
2 2 −1
a inversa de A, efectuando a multiplicação dela por A e constatando que o produto é 𝐼3 .
2 4 −1
2. 𝐴 = [0 −3 2 ]. Escrevendo na forma esquemática:
4 11 −4
2 4 −1 1 0 0 𝐿1 ← 1 𝐿1
2
430 −3 2 | 0 1 0
4 11 −4 0 0 1
Como a terceira linha se anulou, podemos parar o processo e concluir que a matriz A não é
invertível.

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RESUMO:
a) A 𝑎𝑖𝑗 designa-se por elemento genérico, aos números i e j dá-se o nome de índices naturais,
o primeiro representa a ordem da linha e o segundo a ordem da coluna;
b) Caso m≠n a matriz diz-se rectangular {matriz tipo (mxn)}, caso m =n a matriz diz-se
quadrada {matriz tipo (nxn) ou de ordem n}, estas últimas são particularmente importantes.
c) De entre as matrizes rectangulares há a destacar a matriz linha e a matriz coluna;
d) A matriz quadrada dá-se o nome de elementos principais aos elementos aij, em que i =j. Eles
formam a diagonal principal, que vai do canto superior esquerdo ao canto inferior direito.
e) Os elementos que se distribuem simetricamente em relação à diagonal principal chamam-se
elementos opostos. O elemento aij é oposto do elemento aji. Por exemplo, na matriz (3x3),
os elementos a12 e a21 são opostos.
𝑎11 𝑎12 𝑎13
[𝑎21 𝑎22 𝑎23 ]
𝑎31 𝑎32 𝑎33
Teoremas:
i. Se 𝐴 = (𝑎𝑖𝑗 )𝑛𝑥𝑛 e 𝐵 = (𝑎𝑖𝑗 )𝑛𝑥𝑛 são duas matrizes invertíveis, então 𝐴𝐵 é invertível e
(𝐴𝐵)−1 = 𝐵 −1 𝐴−1 .
ii. Sendo ∝ um escalar não nulo e A uma matriz invertível então ∝A é invertível e (∝ 𝐴)−1 =
1
𝐴−1.

iii. Seja 𝑚 ∈ ℕ. Se 𝐴 = (𝑎𝑖𝑗 )𝑛𝑥𝑛 é uma matriz invertível, então 𝐴𝑚 é invertível e (𝐴𝑚 )−1 =
(𝐴−1 )𝑚 e escreve-se 𝐴−𝑚 = (𝐴𝑚 )−1.
iv. Seja 𝐴 = (𝑎𝑖𝑗 )𝑛𝑥𝑛 uma matriz. Se existir 𝑙 ∈ ℕ tal que 𝐴𝑙 = 0 então A não é invertível.
v. Sejam A e B matrizes com A invertível tais que 𝐴𝐵 = 0. Então B = 0.
vi. Sejam A e B matrizes com B invertível tais que 𝐴𝐵 = 0. Então A = 0.
vii. Sejam A, B e C matrizes com A invertível tais que AB = AC. Então B = C.
viii. Sejam A, B e C matrizes com B invertível tais que AB = CB. Então A = C.
ix. 𝐴 = (𝑎𝑖𝑗 )𝑛𝑥𝑛 é uma matriz invertível se e só se 𝐴𝑇 é invertível e (𝐴𝑇 )−1 = (𝐴−1 )𝑇 .
x. Se 𝐴 = (𝑎𝑖𝑗 )𝑛𝑥𝑛 é uma matriz simétrica invertível, então 𝐴−1 é simétrica.
xi. Se 𝐴 = (𝑎𝑖𝑗 )𝑛𝑥𝑛 é uma matriz hermitiana invertível, então 𝐴−1 é hermitiana.
xii. Se 𝐴 = (𝑎𝑖𝑗 )𝑛𝑥𝑛 é uma matriz ortogonal, então 𝐴𝑇 e 𝐴−1 são matrizes ortogonais.
xiii. Se A e B são duas matrizes ortogonais então AB é uma matriz ortogonal.
xiv. Se A e B são duas matrizes unitárias então AB é uma matriz unitária.
xv. Se A e B são duas matrizes simétricas então AB é uma matriz simétrica se e só se A e B
comutarem.
xvi. Se A e B são duas matrizes hermitianas então AB é uma matriz hermitiana se e só se A e B
comutarem.

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Exercícios

1. Escreva a matriz 𝐴 = (𝑎𝑖𝑗) em cada caso:


3𝑖 + 𝑗, 𝑠𝑒 𝑖 = 𝑗
(a) A é do tipo 2 × 3, e aij = {
𝑖 − 2𝑗, 𝑠𝑒 𝑖 ≠ 𝑗
2𝑖, 𝑠𝑒 𝑖 < 𝑗
(b) A é quadrada de ordem 4 e 𝑎𝑖𝑗 = {𝑖 − 𝑗, 𝑠𝑒 𝑖 = 𝑗
2𝑗, 𝑠𝑒 𝑖 > 𝑗
0, 𝑠𝑒 𝑖 ≠ 𝑗
(c) A é do tipo 4 × 2, e aij = {
3, 𝑠𝑒 𝑖 = 𝑗
(d) A é quadrada terceira ordem e 𝑎𝑖𝑗 = 3𝑖 − 𝑗 + 2 .

2𝑥 + 𝑦 11 𝑥2 𝑦 1 −1
2. Determine x e y tais que: (a) [ ]=[ ] (b) [ 2 ] = [−1 ]
2𝑥 − 𝑦 9 𝑥 𝑦 1

2𝑖 + 𝑗, 𝑠𝑒 𝑖 = 𝑗
3. Obtenha a transposta da matriz A ∈ 𝑀2𝑥4 (ℝ), 𝐴 = (𝑎𝑖𝑗 ), 𝑡𝑎𝑙 𝑞𝑢𝑒 , aij = {
𝑖 2 − 𝑗, 𝑠𝑒 𝑖 ≠ 𝑗

4. Mostre que a soma de duas matrizes simétricas é uma matriz simétrica.

𝑎 3 2𝑎 𝑏 −3 −1 2 0 5
5. Determine a; b; e c para que [ ]+[ ]=[ ]
𝑐 0 −2 1 4 3 3 4 1

6. Sendo A; B ∈ 𝑀𝑚𝑥𝑛 (ℝ), use as propriedades para simplificar a expressão:


1 3
3(2𝐴𝑇 − 𝐵)𝑇 + 5(5 𝐵 𝑇 − 𝐴𝑇 + 5 𝐵 𝑇 )

9 4 2 −8 7 −9
7. Sendo 𝐴 = [ ]e𝐵=[ ], Determine matrizes X e Y tais que
6 12 11 −12 −19 −2
2𝑋 + 𝑌 = 𝐴
{
𝑋 − 2𝑌 = 𝐵

9. Supondo as matrizes A e B inversíveis, vamos obter a matriz X nas equações abaixo:


1. 𝐴𝑋 = 𝐵 2. (𝐴𝑋)𝑇 = 𝐵

1 2 −2 1
10. Sendo A=[ ] e B=[3⁄ − 1⁄ ]. Calcule:
3 4 2 2
a) AB e BA. b) A ; A3 se são nilpotentes, determine o índice de cada uma.
2

Produzido por: Mestre Licínio Manuel Guido Mirassi

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