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Português 9º ano

Teste 3

GRUPO I

Lê o poema de Eugénio de Andrade. Em caso de necessidade, consulta o vocabulário apresentado.

AGORA AS PALAVRAS
1 Obedecem-me agora muito menos,
as palavras. A propósito
de nada resmungam, não fazem
caso do que lhes digo,
5 não respeitam a minha idade.
Provavelmente fartaram-se da rédea,
não me perdoam
a mão rigorosa, a indiferença
pelo fogo de artifício.
10 Eu gosto delas, nunca tive outra
paixão, e elas durante muitos anos
também gostaram de mim: dançavam
à minha roda quando as encontrava.
Com elas fazia o lume,
15 sustentava os meus dias, mas agora
estão ariscas1, escapam-se por entre
as mãos, arreganham os dentes
se tento retê-las. Ou será que
já só procuro as mais encabritadas2?

Eugénio de Andrade, O Sal da Língua, 2.ª ed., Porto,


Fundação Eugénio de Andrade, 1996

VOCABULÁRIO
1 ariscas – fugidias.
2 encabritadas – rebeldes.

Responde, de forma completa e bem estruturada, aos itens que se seguem.

1. Identifica os dois tempos a que se refere o poeta ao caracterizar a sua relação com as palavras e justifica
a resposta, transcrevendo, para cada um desses tempos, uma expressão do texto.

2. Explica a mudança sentida pelo poeta na sua relação com as palavras, indicando duas manifestações
dessa mudança.

3. Explicita o que o poeta pretende sugerir nos versos 6 a 9, justificando o recurso a «Provavelmente» (verso 6).
4. Identifica três recursos expressivos presentes no poema, explicando o seu significado e a relação com a
temática do poema.

5. Explicita o significado presente do verso 6 até ao 9.

4. Na frase interrogativa que conclui o texto (versos 18 e 19), o poeta apresenta uma alternativa em relação
ao que ficou dito anteriormente.

Explica a alternativa apresentada nessa frase interrogativa.

5. Num texto bem estruturado, entre 80 a 120 palavras, apresenta a tua opinião acerca deste poema de
Eugénio de Andrade, justificando a tua posição com citações do poeta.

5. Lê o excerto seguinte de uma entrevista ao poeta Eugénio de Andrade.

1 Como é que lhe surgem os poemas? Um dia afirmou: «Não sou um poeta inspirado, o
poema é em mim conquistado sílaba a sílaba».
Há ocasiões em que tenho necessidade de um papel. Portanto, começo a escrever e, às vezes,
abandono-me a uma fluência de escrita. A dado instante, paro, leio e sublinho um verso – esse
5 é o primeiro verso. Puxo de outra folha, em branco, e escrevo esse verso em cima, o resto
rasgo imediatamente. E é a partir dessa primeira linha que tudo é conquistado. É como se as
palavras se chamassem umas às outras. E o poema vai-se fazendo, gradualmente, como o
oleiro vai fazendo um vaso.
Porto de Encontro, Revista da Câmara Municipal do Porto,
dezembro de 2000 (texto adaptado)

Escreve um comentário, com um mínimo de 80 e um máximo de 120 palavras, no qual expliques as


relações que é possível estabelecer entre o poema «Agora as Palavras», de Eugénio de Andrade, e o
excerto da entrevista a este poeta.

O teu texto deve incluir uma parte introdutória, uma parte de desenvolvimento e uma parte de conclusão.

Organiza a informação da forma que considerares mais pertinente, tratando os tópicos apresentados a
seguir.

• Indicação de dois aspetos, um no poema «Agora as Palavras» e o outro no excerto da entrevista, que
evidenciem que o tema da criação poética está presente nos dois textos.
• Referência ao modo como o poema «Agora as Palavras» pode ilustrar a ideia, expressa por Eugénio de
Andrade no excerto da entrevista, de que a escrita de um poema é uma tarefa complexa.

• Explicitação do sentido da comparação «o poema vai-se fazendo, gradualmente, como o oleiro vai
fazendo um vaso» (linhas 7 e 8), referindo se concordas, ou não, com a perspetiva apresentada nessa
comparação e justificação do teu ponto de vista.

GRUPO III

Responde aos itens que se seguem, de acordo com as orientações que te são dadas.
1. Completa cada uma das frases seguintes com um dos dois elementos apresentados entre parênteses.
Escreve a letra que identifica cada espaço, seguida do elemento que lhe corresponde.
O prémio literário atribuído ao escritor foi, a) (de certo / decerto) modo, um reconhecimento
público pelo trabalho realizado.

Não vejo b) (se não / senão) um motivo para ele querer adquirir todos os livros desta coleção.

Os livros de poesia não são mais caros do que os c) (de mais / demais).

Sentíamo-nos obrigados a dar continuidade ao estudo, d) (com quanto / conquanto) já


estivéssemos a precisar de repouso.

2. Classifica a forma verbal sublinhada na frase seguinte, indicando pessoa, número, tempo e modo.
Quando terminares a leitura do texto, passa à redação do comentário.

3. Para cada item (3.1. e 3.2.), seleciona a opção que permite obter uma afirmação correta.
Escreve o número do item e a letra que identifica a opção escolhida.

3.1. Na frase «A mensagem deste poema do século XVI permanece atual.», a palavra sublinhada é uma
forma de um verbo
(A) copulativo.
(B) intransitivo.
(C) transitivo direto.
(D) transitivo indireto.

3.2. Na frase «Enviámos ontem uma mensagem aos organizadores do concurso de escrita.», a expressão
sublinhada desempenha a função sintática de
(A) complemento indireto.
(B) complemento direto.
(C) complemento oblíquo.
(D) modificador.

4. Reescreve cada uma das frases seguintes, iniciando cada frase que escreveres com a palavra indicada
entre parênteses.
Faz apenas as alterações necessárias.
a) Empenhar-nos-emos no trabalho, se nos orientarem.
(Só)
b) Ele traz-te o novo livro do teu autor preferido.
(Oxalá)
c) Encontraram-no num curso de pintura.
(Alguém)
GRUPO IV

A expressão escrita ocupa um lugar privilegiado no nosso dia a dia, seja em situações mais formais,
como, por exemplo, em contexto de sala de aula, seja em situações mais informais, como, por exemplo, na
comunicação que estabelecemos no domínio privado.

Partindo da tua experiência, escreve um texto que pudesse ser divulgado num blogue de turma, no qual
expresses o teu ponto de vista sobre a importância da escrita no quotidiano de cada um, apresentando razões
e exemplos ilustrativos que sustentem a tua opinião.

O teu texto deve ter um mínimo de 180 e um máximo de 240 palavras.

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