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CENÁRIOS DE

RESPOSTA
Teste de diagnóstico 1, pp. 237-241
GRUPO III
GRUPO I Resposta de caráter pessoal; no entanto, o aluno pode
1. A. F – O Sermão é alegórico porque, referindo-se referir aspetos como:
aos peixes, são os homens o verdadeiro alvo da Introdução: o direito à informação é um dos direitos
crítica do Padre António Vieira.; B. V; C. F – O fundamentais da Declaração Universal dos Direitos do
Sermão apresenta uma estrutura argumentativa e Homem.
um discurso figurativo, com base na alegoria.; D. V Desenvolvimento (alguns tópicos possíveis):
2. 2.1 A 2.2 C • uma opinião informada contribui para uma
3.1 a. física; b. reflexões; c. à criação literária; d. escolha mais livre e consciente (+ exemplo);
valores espirituais; e. da sociedade; f. patriota; g. • o conhecimento é imprescindível para a escolha
nacionalista e/ou a tomada de decisões, para a construção de
3.2 a. Simão; b. Teresa; c. aos casamentos; d. da uma sociedade mais livre e pacífica (+ exemplo).
justiça; e. romântico; f. a coragem; g. a dignidade Conclusão: reforço da necessidade de cada indivíduo
4. 4.1 A 4.2 B 4.3 C saber/conhecer/optar/ter voz ativa no mundo em que
5. A. V; B. V; C. F – Na poesia anteriana são vive.
frequentes o abatimento e a disforia.; D. V
6. A. V; B. F – A transfiguração do real é um dos tópi- Teste de avaliação 1, pp. 249-255
cos da poesia de Cesário.; C. V; D. V
GRUPO I – PARTE A
GRUPO II
1. O sujeito poético, em jeito de evocação, convoca
1. 1.1 C 1.2 A 1.3 D 1.4 B 1.5 C 1.6 C 1.7 D um domingo solarengo e a sua rua, aquela onde
2. oração subordinada adverbial condicional morou e onde as crianças brincavam alegremente,
3. complemento do nome tal como se pode ver ao longo da primeira estrofe.
4. modalidade epistémica com valor de certeza 2. No presente, o “eu” sente-se magoado, triste,
inseguro, mas certo de que a vida pouco lhe deu e
GRUPO III
nem esse pouco soube aproveitar. Por isso, as
Resposta de caráter pessoal; no entanto, o aluno pode transformações por que passou fazem-no valorizar
referir aspetos como: o tempo da infância, que, por corresponder à
• a transmissão de valores que, por vezes, se vão inconsciência, se pode associar à alegria de viver e
perdendo numa sociedade massificada; à despreocupação, que contrastam com a
• a denúncia/revelação de situações-problema; racionalização excessiva no presente.
• o desenvolvimento do espírito crítico e da compe- 3. a. 1; b. 2; c. 2; d. 3
tência reflexiva e de argumentação;
GRUPO I – PARTE B
• o conhecimento de outros povos, outras culturas,
outras sociedades e o desenvolvimento da capaci- 4. A anáfora está ao serviço da enumeração das
dade da aceitação do outro. situações avaliadas como mais positivas pelo
sujeito poético. Assim, este reforça a ideia de que
Teste de diagnóstico 2, pp. 243-247 todos os outros sofredores sentirão uma dor bem
mais leve do que a sua, porque, ao contrário do
GRUPO I “eu”, todos podem ter a esperança de alterar a
1. A. V; B. F – “Vós sois o sal da terra” é o conceito dor.
predicável.; C. V; D. V; E. F – A obra estrutura-se 5. a. 3; b. 1; c. 3; d. 2
em quatro partes: Exórdio, Exposição, GRUPO I – PARTE C
Confirmação e Peroração.
2. 2.1 A 2.2 C 6. Fernando Pessoa criou vários heterónimos, mas
3.1 a. Santarém; b. impressões; c. digressivo; d. conseguiu imprimir-lhes marcas distintas, distan-
reflexão; e. social; f. materialismo; g. Natureza ciando-se deles e assumindo também uma
3.2 a. contrariado; b. João da Cruz; c. degredo; d. postura diferente face à vida.
Baltasar; e. acompanhá-lo; f. Simão; g. Teresa Um dos aspetos em que a diferenciação pessoana
4. 4.1 C 4.2 D sobressai é a incapacidade de o ortónimo aliar a
5. A. V; B. F; C. V; D. V emoção à razão, embora Pessoa lamente este
6. A. V; B. V; C. F; D. V; E. V; F. F; G. V comportamento e deseje frequentemente ser
como um ser vulgar, por exemplo, a ceifeira ou um
GRUPO II animal que age instintivamente, como o gato, por
1. 1.1 B 1.2 D 1.3 B 1.4 A 1.5 D 1.6 A 1.7 C ser desprovido de intelecto.
2. modalidade epistémica com valor de certeza Esta permanente intelectualização do sentimento
3. oração subordinada adjetiva relativa restritiva fá-lo afirmar “O que em mim sente está
4. predicativo do sujeito pensando” e desejar o impossível: ser inconsciente
e ter consciência disso.
A • 2023 • Sentidos 12 Assim, o poeta refugia-se no sonho ou na imagina-
ção, onde a arte tem origem, embora esta fuga

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CENÁRIOS DE RESPOSTA

seja momentânea, por se aperceber de que a funciona como uma justificação para as
solução para este mal está em nós (“Não sei se é afirmações apresentadas na primeira.
sonho se realidade”). 2. Para o sujeito poético, os “homens falsos” são
Contudo, e mesmo consciente de que a cura está aqueles que não captam a realidade apenas com
em nós, a verdade é que Pessoa não a encontrou os sentidos e tentam atribuir ao que visionam
e, por isso, viveu sempre atormentado pelas sentidos ocultos, sentidos que as coisas não têm,
dualidades, acabando por, na realidade, não viver porque não se limitam exclusivamente a ver. E se,
ou fazê- algumas vezes, o “eu” lírico vê para além do visível
-lo através dos outros. é só porque escreve para aqueles que,
(176 palavras) habitualmente, atribuem outros sentidos àquilo
que apenas existe, e ele quer que o
GRUPO II – PARTE A compreendam.
1. 1.1 C 1.2 A 1.3 D 1.4 B 1.5 B 3. a. 3; b. 1; c. 2; d. 1
2. a. 3; b. 6; c. 2; d. 4; e. 1
GRUPO I – PARTE B
3. a. 2; b. 1; c. 3; d. 2; e. 3
4. D–B–E–A–C 4. O sujeito poético dá destaque ao espaço citadino,
uma vez que se refere à epidemia que assolou a
GRUPO II – PARTE B parte mercantil e regista que os armazéns se
1. 1.1 A 1.2 C 1.3 D 1.4 B 1.5 D 1.6 B encontravam fechados e a falta de canalização e
2. a. complemento oblíquo; b. complemento do de saneamento muito contribuíam para que a
nome; c. sujeito doença alastrasse, ao ponto de apenas restarem
3. a. oração subordinada adjetiva relativa explicativa; na cidade os médicos, os padres e os coveiros, que
b. oração subordinada adjetiva relativa restritiva; temiam os enfermos que grassavam por toda a
c. oração subordinada adverbial final parte.
4. valor restritivo 5. a. 2; b. 3; c. 1; d. 2
5. A participação de IES na Web Summit permite dar-
GRUPO I – PARTE C
-lho a conhecer, independentemente da sua di-
mensão estrutural. 6. Caeiro, Reis e Campos são, indubitavelmente, os
heterónimos pessoanos que mais se destacaram,
GRUPO III por terem uma obra substancial e bem distinta.
Introdução: definição do ponto de vista a defender – o Fernando Pessoa dotou Alberto Caeiro de um
ser humano usa a tecnologia para o bem comum. pensamento simples, tendo-o concebido como um
Desenvolvimento: pastor, que vive e se integra na natureza, sem a
• 1.o argumento: os avanços científicos ao serviço questionar, aceitando as leis do Universo, também
do bem-estar das populações. Ex.: novas técnicas acreditando que todas as coisas são divinas. Já
e aparelhos usados no diagnóstico ou tratamento Ricardo Reis, exemplificando a veia mais classicista
de doenças até agora incuráveis. do seu criador, adota o estoicismo e o epicurismo
• 2.o argumento: os avanços científicos ao serviço como princípios de conduta, usando a razão para
da comunicação entre as pessoas e do desenvolvi- controlar as emoções mais intensas e renunciar aos
mento económico e social. Ex.: desenvolvimento prazeres que possam provocar sofrimento. Por seu
de tecnologias que permitem um contacto mais turno, Álvaro de Campos vai espelhar a vertente
fácil entre as pessoas a nível social (redes sociais) modernista de Pessoa, ainda que não se deixe
ou a nível laboral (plataformas que permitem o guiar pelo sensacionismo de Caeiro. Efetivamente,
trabalho ou a aprendizagem à distância). este heterónimo leva o sensacionismo ao
Conclusão: necessidade de usar as tecnologias para o paroxismo, desejando “sentir tudo de todas as
bem comum. maneiras”, e afastando-se, assim, do Mestre; acaba
por cair no abatimento, aproximando-se, na fase
abúlica, da angústia existencial que caracterizou
Teste de avaliação 2, pp. 257-263 também o criador.
GRUPO I – PARTE A Em suma, pode concluir-se que a obra produzida
pelos três principais heterónimos em muito contri-
1. Na 1.a estrofe o sujeito poético apresenta a buiu para comprovar a genialidade de Fernando
atitude que, por vezes, assume, perante os Pessoa.
elementos naturais, e que contradizem a sua (179 palavras)
conceção do mundo e da natureza, dado que
atribui sentidos metafóricos às flores e aos rios. GRUPO II – PARTE A
© Edições ASA • 2023 • Sentidos 12
Por isso, na segunda estrofe, demonstra a 1. 1.1 A 1.2 B 1.3 D 1.4 C 1.5 B
necessidade de justificar esse tipo de 2. a. 5; b. 7; c. 1; d. 3; e. 4
comportamento, contrário à sua filosofia de vida, 3. a. 3; b. 2; c. 1; d. 3; e. 3
revelando que, se o faz, é para que os “homens 4. C–E–A–B–D
falsos” percebam que esses elementos naturais
existem apenas. Por isso,a segunda estrofe GRUPO II – PARTE B

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CENÁRIOS DE RESPOSTA

1. 1.1 B 1.2 D 1.3 A 1.4 A 1.5 B 1.6 C glorificação do seu papel nos descobrimentos, a
2. a. oração subordinada adjetiva relativa restritiva; elevação do povo português a um patamar quase
b. oração subordinada adverbial final; c. oração divino. Desta forma, os versos referidos demons-
subordinada adjetiva relativa explicativa tram o caráter épico do poema.
3. a. predicativo do sujeito; b. complemento do nome; 6. a. 1; b. 1; c. 3; d. 2
c. complemento agente da passiva
4. a. “Sérgio Tréfaut fá-lo”; b. … jovens europeus GRUPO I – PARTE C
abandonaram-nas 7. O poema “O Sentimento dum ocidental” reveste-
se de uma vertente crítica bastante mais
GRUPO III
acentuada do que acontece na obra Mensagem,
Introdução: breve referência aos conflitos que uma vez que esta apenas na terceira parte se
grassam atualmente e a algumas das consequências. debruça sobre os aspetos negativos do Portugal da
Desenvolvimento: época, nomeadamente a incerteza e a inação que
• 1.o argumento: os interesses políticos, económicos se vivem.
e religiosos subjacentes aos conflitos e ou ações ter- A análise do real leva Cesário a comentar a socie-
roristas. Ex.: a guerra na Ucrânia, no Irão ou na Síria. dade que observa e em que se move,
• 2.o argumento: a urgência em unir os povos, a denunciando as más condições de vida de vários
propagação de ideais mais democráticos, de tipos sociais. Por vezes, essa crítica é
valores de respeito pelos direitos humanos, a acompanhada de alusões irónicas, como é o caso
solidariedade e a cooperação. Ex.: as ações da referência às “impuras” ou às “burguesinhas do
humanitárias levadas a cabo para ajudar a Ucrânia catolicismo”. A cidade de Lisboa é apresentada
ou os protestos da população do Irão contra as como um espaço opressivo, mórbido, onde impera
atrocidades e violações dos direitos fundamentais. a solidão e a injustiça. A referência ao “velho
Conclusão: posição que pode e deve assumir-se para professor de latim”, que mendiga na noite
tornar o mundo num espaço onde valha a pena viver. lisboeta, ilustra essa visão crítica da sociedade,
denunciando essa mesma injustiça.
Relativamente a Mensagem, a visão negativa da
Teste de avaliação 3, pp. 265-270
pátria está patente na última parte da obra, no-
GRUPO I – PARTE A meadamente no último poema, “Nevoeiro”, em
que se denuncia a decadência e a crise social e
1. O sujeito poético é determinado, destemido, cora- política em que o país se encontra, e que funciona
joso, empenhado, apaixonado pela arte de nave- como um grito de alerta para a necessidade de
gar, crente em Deus, como comprovam os versos agir e fazer renascer o orgulho na nação através da
“Da obra ousada, é minha a parte feita” (v. 7) e “E construção do Quinto Império.
a Cruz ao alto diz que o que me há na alma / E faz Assim, concluímos que ambas as obras contêm
a febre em mim de navegar” (vv. 13-14). uma vertente crítica, embora incidam sobre dife-
2. As expressões “mar com fim” e “o mar sem fim” rentes aspetos da sociedade.
estabelecem uma oposição entre o mar (221 palavras)
conquistado pelos gregos e romanos, por um lado,
e pelos portugueses, pelo outro. Desta forma, GRUPO II
enaltece-se o povo luso, ao atribuir-lhe a
1. 1.1 B 1.2 C 1.3 D 1.4 A 1.5 D 1.6 B 1.7 C
conquista do desconhecido.
2. complemento direto
O “mar sem fim” poderá ser também uma alusão
3. “que este projeto espelhe/espelha essa vastidão,
ao Quinto Império, o império espiritual, em que os
diversidade e força da comunidade planetária” –
portugueses dominarão, daí ser “sem fim”.
oração subordinada substantiva completiva; “que
3. a. 1; b. 2; c. 1; d. 3
somos” – oração subordinada adjetiva relativa res-
GRUPO I – PARTE B tritiva

4. A crítica à igreja está presente na segunda estrofe, GRUPO III


quando o sujeito poético lembra a História de
Resposta de caráter pessoal, no entanto, o aluno
Portugal e faz referência à “nódoa negra e fúnebre
poderá referir os seguintes aspetos:
do clero” e ao “ermo inquisidor severo”. Estas ex-
• o português é hoje a quinta língua mais falada no
pressões aludem ao período em que a inquisição
mundo, com cerca de 280 milhões de falantes;
impunha o seu poder, perseguindo e matando, e
• fatores positivos que têm contribuído para o
que o eu lírico considera constituir a maior
prestígio da língua portuguesa:
mancha na reputação da igreja, uma enorme
– escritores portugueses conceituados, cujas
desonra, uma ação digna de repúdio.
obras foram traduzidas em várias línguas;
5. O passado histórico-literário português está pre-
– conquistas ao nível do desporto;
sente na referência à estátua de Camões, o “épico
– maior facilidade na divulgação da música por-
d`outrora” de “proporções guerreiras”, que consti-
tuguesa;
tui uma alusão à obra Os Lusíadas e ao que ela re-
– reconhecimento do trabalho dos emigrantes…
A • 2023 • Sentidos 12 presenta: a narrativa dos feitos heroicos dos nave-
• contributos resultantes do aumento do número de
gadores portugueses na conquista dos mares, a
falantes do português:

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CENÁRIOS DE RESPOSTA

– maior facilidade de comunicação entre povos,


nomeadamente com os africanos; Teste de avaliação 4, pp. 273-279
– maior projeção da cultura portuguesa.
GRUPO I – PARTE A
1. A vida monótona e sem nenhum tipo de perspeti-
vas aumenta o isolamento e agudiza a solidão das
personagens. Batola acaba por se entregar à bebi-
da, o que tem até reflexos na relação que tem com
a mulher, à inércia e à preguiça, uma vez que
negligencia as suas tarefas. O Rata, que se
habituara a ver outros mundos quando
mendigava, vendo-se impossibilitado de sair de
Alcaria em virtude da doença, e sem ninguém que
lhe minorasse a solidão, suicida-se.
2. O recurso expressivo é a personificação. Através
deste recurso, humaniza-se o espaço, dando-lhe
características que o tornam inerte, sem ação. Esta
ausência de vida da aldeia é, na verdade, a
ausência de vida dos ceifeiros que, regressando
cansados da faina e não encontrando motivo para
saírem de casa, se recolhem na solidão, afastados
de tudo e de todos.
3. a. 3; b. 3; c. 2; d. 1

GRUPO I – PARTE B
4. A ação do excerto acontece no regresso de George
a Amesterdão, após ter ido à sua terra natal
vender a casa que era dos pais. Embora George
tivesse abandonado a vila muito jovem, só após a
morte dos pais, no momento em vai vender a casa
que era da família, toma consciência de que isso
representa o corte efetivo total com o passado.
Talvez seja essa a razão das lágrimas no momento
em que parte, embora não o queira admitir.
5. a. 3; b. 2; c. 3; d. 1

GRUPO I – PARTE C
6. Manuel de Sousa Coutinho, ao longo de toda a
ação, mostrou-se um pai e um marido extremoso,
íntegro, defensor e respeitador da família, e um
verdadeiro patriota, consciente de que devia lutar,
através dos meios possíveis, contra o domínio Fili-
pino.
No final do ato I, perante a possibilidade de vir a
perder a sua casa para morada dos governadores,
Manuel de Sousa não hesita. Perante o pânico de
Madalena de Vilhena, faz apelo ao seu lado racio-
nal, convencendo-a a mudarem-se para o palácio
de D. João de Portugal; com a família a salvo,
incendeia a sua casa, afirmando, ironicamente,
que a “alumiava” para receber os governadores.
Além disso, com a chegada do Romeiro e o agra-
vamento da saúde de Maria e da debilidade de
Madalena, Manuel de Sousa não cessa de se
autoincriminar e considerar que tudo o que está a
acontecer é fruto do “seu erro”. Nesse © Edições ASA • 2023 • Sentidos 12
sentido,
vela noite e dia Maria e esforça-se por impedir que
Madalena reconheça no Romeiro o seu primeiro
marido.
Assim, esta personagem mostra o seu verdadeiro
sentido de família e o amor à pátria.
(181 palavras)

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CENÁRIOS DE RESPOSTA

GRUPO II – PARTE A indagar, mostra-se triste, pois percebe que ela lhe
mentiu, não revelando o verdadeiro motivo de ter
1. 1.1 B 1.2 A 1.3 D 1.4 A 1.5 B tardado tanto. A filha, por sua vez, obedece à mãe,
2. a. 2; b. 1; c. 5; d. 3 respondendo-lhe, mas mostra resistência em fazê-
3. a. 2; b. 3; c. 2; d. 1; e. 3 -lo de forma honesta, e acaba por lhe mentir,
4. C–A–E–B–F–D dizendo que teve de esperar que a água deixasse
GRUPO II – PARTE B de estar turva, pois os cervos tinham-na revolvido.
2. O refrão revela a verdadeira razão da demora da
1. 1.1 D 1.2 A 1.3 C 1.4 C 1.5 B 1.6 C filha na fonte - está apaixonada, o que nos permite
2. a. modificador do nome apositivo; b. inferir que encontrou o amigo e isso fez com que
complemento do nome; c. predicativo do sujeito se atrasasse a chegar a casa.
3. a. oração subordinada adverbial concessiva; b. 3. A cantiga pode dividir-se em três partes, cada uma
oração subordinada substantiva completiva; c. delas abrangendo duas estrofes. Assim, nas duas
oração subordinada adjetiva relativa restritiva primeiras, a mãe questiona a filha sobre a sua de-
4. “Já não as tento converter à minha visão das mora na fonte; as duas seguintes contêm a res-
coisas” posta da filha à pergunta da mãe, mentindo sobre
5. coesão gramatical referencial a razão da demora; nas duas últimas, a mãe
mostra--se desconfiada e acusa a filha de mentir,
GRUPO III
mostrando conhecer o verdadeiro motivo do
Introdução: definição do ponto de vista a defender: a atraso. Assim, cada uma das partes corresponde à
obra de arte literária está subordinada ao olhar do seu fala de um interlocutor.
criador e às suas convicções e reflete sobre um
determinado tempo. GRUPO I – PARTE C
Desenvolvimento: Na poesia trovadoresca, o tema do amor é
• 1.o argumento: a perspetiva crítica apresentada indissociável da temática da mulher, qualquer que seja
pelo autor dá a conhecer a sociedade que o o tipo de cantiga.
rodeia, segundo o seu ponto de vista. Na cantiga de amigo, é abordada essencialmente a
• 2.o argumento: através da obra de arte, ficamos a paixão pelo amigo, aliada à saudade, ao ciúme, à
conhecer, por exemplo, outros tempos, outros incerteza ou insegurança da relação amorosa, como
espaços e a sua importância. acontece, por exemplo, em “Ondas do mar de Vigo”
Conclusão: Assim, o autor, através da sua obra, analisa ou “Levad’amigo que dormides las manhanas frias”. É
e critica um tempo diverso do seu, a nível social, políti- frequente a natureza surgir como confidente ou teste-
co, económico, ou o seu, visto, no entanto, por um munha dos encontros e desencontros dos amantes.
prisma que não o do homem comum. Na cantiga de amor, o tema é desenvolvido em obe-
diência às regras do amor cortês. Assim, a mulher é
Teste de avaliação 5, pp. 281-286 elogiada pelo trovador, apresentada como um ser divi-
no, inatingível, uma vez que é perfeita, quer pela sua
GRUPO I – PARTE A beleza, quer pelas qualidades morais que a caracteri-
zam. É exemplo desse retrato a cantiga “Quer eu à
1. O sujeito poético lamenta o facto de, no presente,
maneira de proençal”, onde o trovador se assume
as palavras já não serem obedientes, não
como um seu vassalo, que sofre por amor (coita
acatarem a sua vontade, manifestarem
amorosa).
descontentamento, talvez porque recusam o
Concluindo, ambas as cantigas abordam a temática do
domínio do sujeito lírico sobre elas. Pelo contrário,
amor, apesar das nuances que apresentam, conforme
refere que, no passado, as palavras correspondiam
se trate da cantiga de amigo ou cantiga de amor.
ao seu amor por elas (“gostavam de mim:
(168 palavras)
dançavam / à minha roda”). O “eu” lírico confessa,
no entanto, a sua paixão pelas palavras, quer no GRUPO II
passado quer no presente.
2. Os referidos vocábulos remetem para a conceção 1. 1.1 B 1.2 B 1.3 A 1.4 C 1.5 A 1.6 C 1.7 B
de criação poética por parte do sujeito poético, 2. composição (palavra + palavra)
demonstrando que defende que a escrita de 3. oração subordinada adjetiva relativa explicativa
poesia deve ser rigorosa, cuidada, fruto de uma GRUPO III
seleção minuciosa das palavras.
3. Através da interrogação, o sujeito lírico admite a No cartoon está representado um telemóvel pousado
possibilidade de ser ele próprio o ator da mudança na mão de alguém que o observa; o fundo é azul, cor da
que refere, na medida em que reconhece que água onde várias pessoas naufragam. A cor de fundo da
poderá, no presente, procurar apenas as palavras imagem é escura, o que faz sobressair o objeto em
mais enigmáticas e inacessíveis. causa.
Todas as figuras representadas estão absortas na
GRUPO I – PARTE B observação do telemóvel que possuem na mão, com-
1. Inicialmente, a mãe revela a sua preocupação pe- pletamente ausentes do mundo, concentradas no seu
A • 2023 • Sentidos 12
rante a demora da filha na fonte, mas, depois de a conteúdo, com uma expressão facial de entusiasmo,
deleite e avidez. A maioria dessas figuras, seis, já se

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CENÁRIOS DE RESPOSTA

terá afundado na água, pelo que só se visualizam as apertado e muito escuro que realçava o esplendor
respetivas mãos que continuam a segurar o telemóvel. da sua carnação ebúrnea” (ll. 28-29). Todavia, esta
Assim, poder-se-á dizer que o cartoon sugere a obses- personagem feminina toca-o de uma forma
são pelas redes sociais, que caracteriza os dias de hoje. diferente, levando mesmo o nosso protagonista a
Por outro lado, poderá não ser inocente o facto de as sonhar com ela. Neste seu sonho conseguimos
figuras femininas serem representadas com o cabelo mesmo depreender que Maria Eduarda assume
tapado com um lenço. Uma vez que o autor do uma dimensão divinizada, quase como algo
cartoon é iraniano, esse pormenor poderá constituir inalcançável, “uma criatura humana, caminhando
uma alusão à situação das mulheres iranianas, que sobre nuvens, com um grande ar de Juno que re-
procuram na Internet o contacto com um mundo que monta ao Olimpo” (ll. 37-38).
nem sempre está ao seu alcance. 5. a. 2; b. 3; c. 3; d. 1
(176 palavras)
GRUPO I – PARTE C
Teste de avaliação 6, pp. 289-295 6. O amor é, definitivamente, um tema muito
presente na literatura portuguesa. De facto, desde
GRUPO I – PARTE A as trovadorescas cantigas de amigo e de amor, às
1. Este excerto decorre depois do auto de fé em que obras de Almeida Garrett e de Camilo Castelo
Sebastiana de Jesus, a mãe de Blimunda, foi Branco, sem esquecer os Autos de Gil Vicente ou
condenada pelo Santo Ofício ao degredo. Por esta as Rimas, de Camões, facilmente constatamos que
altura, Blimunda já se encontra em casa, depois de o amor está vivamente presente em vários autores
ter visto a sua mãe pela última vez, sem sequer se portugueses.
ter podido despedir dela (dado que os familiares Num primeiro plano, podemos facilmente encon-
de um condenado poderiam também estar trar a temática amorosa nas cantigas de amor,
sujeitos a perseguições e/ou punições). Por isso, onde, geralmente, uma figura feminina ocupa o
agora que pode manifestar o seu sofrimento em centro das atenções, revelando-se como uma
privado, chora pela perda da mãe. mulher desejada pelo sujeito lírico masculino e
2. Deslumbrado, desde o início, com os olhos de Bli- que lhe causa sofrimento (coita) ou pela
munda (“de cada vez que ela o olha a ele sente um indiferença ou pela impossibilidade de ser
aperto na boca do estômago, porque olhos como alcançada ou pelo simples facto de não
estes nunca se viram”, ll. 2-4), Baltasar acredita ter corresponder ao seu amor, sendo que nestas
sido vítima de um encantamento por parte de Bli- composições literárias se destacam a
munda que o leva a sentir-se preso àquela mulher. hiperbolização do sentimento amoroso e o
Este sentimento de aprisionamento que o invade frequente elogio superlativo da mulher idealizada
justifica-o ele como uma consequência de ela o ter e amada.
olhado por dentro (“Não tenho forças que me O amor e a paixão estão também presentes em
levem daqui, deitaste-me um encanto […] Olhaste- Amor de Perdição, de Camilo Castelo Branco, assu-
me por dentro”, ll. 18-20). Porém, Blimunda, de mindo diferentes formas, que vão desde o amor
imediato afasta essa hipótese, comprometendo-se incondicional de Simão por Teresa, amor esse que
a nunca o fazer (“Juro que nunca te olharei por é correspondido, mas proibido, ao simples amor
dentro”, l. 20). É que, nesta fase, Baltasar não sabe fraternal que Simão nutre por Mariana, sem
ainda dos poderes especiais de Blimunda que a esquecer a paixão louca desta última pelo herói
levam a fazer esse juramento (“Não sabes de que romântico da obra e que a leva a se suicidar após a
estás a falar, não te olhei por dentro”, l. 21). morte do amado.
3. a. 1; b. 3; c. 2; d. 3 Em suma, o amor está inevitavelmente presente
na literatura, ou não fosse o Homem movido por
GRUPO I – PARTE B este sentimento tão genuinamente bom, mas que
simultaneamente pode trazer tanta mágoa e sofri-
4. A visão que Carlos da Maia tem sobre a condessa
mento.
de Gouvarinho contrasta com a idealização que faz
(234 palavras)
sobre Maria Eduarda, logo após a ver pela
primeira vez. Efetivamente, a partir da conversa GRUPO II – PARTE A
que o protagonista tem com Ega conseguimos
depreender que Carlos detém uma visão um tanto 1. 1.1 C 1.2 D 1.3 B 1.4 B 1.5 C
pejorativa sobre a Condessa de Gouvarinho, 2. a. 4; b. 6; c. 1; d. 7; e. 3
revelando mesmo que se sentiu “horrorizado” 3. a. 2; b. 1; c. 2; d. 2; e. 1
com esta figura feminina tão inculta. Ainda na 4. E–B–F–C–D–A
mesma linha de raciocínio, confessa a Ega que GRUPO II – PARTE B © Edições ASA • 2023 • Sentidos 12
teve um pequeno capricho inicial pela Condessa,
mas que este cedo se esmoreceu. De forma 1. 1.1 C 1.2 D 1.3 A 1.4 A 1.5 D 1.6 B
bastante semelhante, conseguimos também 2. a. complemento do adjetivo; b. predicativo do su-
depreender que Carlos sente um inicial capricho jeito; c. complemento do nome
por Maria Eduarda, logo na primeira vez que vê 3. a. oração subordinada adverbial final; b. oração
esta “senhora alta, loura, com um meio véu muito subordinada adjetiva relativa explicativa; c. oração
subordinada substantiva relativa restritiva

309
CENÁRIOS DE RESPOSTA

4. valor genérico
5. deítico temporal e pessoal GRUPO III
O amor é um sentimento único, mas ao mesmo tempo
arrebatador. Um sentimento capaz de mover monta-
nhas, mas simultaneamente capaz de conduzir o ser
humano à mais profunda das depressões. O Homem
move-se por amor e se, para muitos, o casamento é
apenas um contrato, para outros é muito mais do que
isso: é a confirmação de amor eterno. Todavia, muitas
das vezes, esta perfeição idealizada acaba por não ser
atingida e resultar em divórcio. E a verdade é que, nos
últimos anos, tem-se assistido a um aumento de divór-
cios em Portugal. Perante este incremento assustador,
somos obrigados a questionar: “Mas afinal quais as
principais razões que conduzem ao divórcio e o que
pode justificar o crescimento exponencial destes
casos”?
Para respondermos à primeira questão, poderíamos
enumerar uma infindável lista de justificações, contu-
do, talvez seja mais sensato reconhecer que as prin-
cipais razões incidem sobre a falta de respeito mútuo,
a infidelidade, o excesso de ciúmes, problemas
financeiros que prejudicam a estabilidade económica
ou, ainda, a escassez de comunicação entre o casal.
Já quando nos debruçamos sobre a segunda questão,
facilmente encontramos uma explicação para a subida
do número de divórcios. Por um lado, o papel da mu-
lher na sociedade ocidental tem vindo a sofrer grandes
alterações nas últimas décadas, deixando esta de ser
vista como uma simples mãe e dona de casa, para pas-
sar a ser encarada como autónoma e financeiramente
independente. Por outro lado, podem ser também
considerados fatores como a globalização e o rápido
acesso a meios de comunicação, a maior liberdade de
expressão, e, muito recentemente, o efeito nefasto
que a pandemia da Covid-19 e o confinamento
obrigatório acarretaram consigo no que diz respeito à
manutenção e equilíbrio de relações.
Em suma, perante uma sociedade em constante
evolução e modernização, também as mentalidades
evoluem e o respeito pela individualidade de cada um
torna-se máxima indispensável. Os divórcios estão a
começar a ser relativizados e banalizados, todavia não
nos podemos esquecer dos seus enormes impactos in-
dividuais e sociais, desde a desestruturação da família
tradicional à possibilidade de depressão e grande frus-
tração pessoal e familiar.
(346 palavras)

Teste de avaliação 7, pp. 297-303


GRUPO I – PARTE A
1. Lídia, apesar da situação em que se encontra,
grávida de um médico com quem não tem
nenhum tipo de compromisso, está serena, (“dos
dois o mais calmo é outra vez ela”), o que poderá
conduzir à ideia de que tem perfeita noção da
situação, mas não pretende exercer nenhum tipo
de pressão sobre Ricardo Reis. Além disso, mostra
ser uma mulher madura e, em certa medida,
diferente das mulheres do seu tempo, já que está
A • 2023 • Sentidos 12
decidida a “deixar vir o menino”; considerando o

310
CENÁRIOS DE RESPOSTA

tempo da ação, estar decidida a ser mãe solteira


exigia grande determinação, uma vez que seria GRUPO II – PARTE A
motivo até de ser apontada pela sociedade; por 1. 1.1 C 1.2 D 1.3 A 1.4 B 1.5 D
fim, mostra-se generosa com Ricardo Reis ao 2. a. 6; b. 4; c. 5; d. 1; e. 3
afirmar “Se não quiser perfilhar o menino, não faz 3. a. 1; b. 2; c. 2; d. 3; e. 2
mal, fica sendo filho de pai incógnito, como eu”. 4. C–A–E–B–F–D
2. Inicialmente, perante a notícia, Ricardo Reis
mostra “indiferença”, “alheamento”, como se o GRUPO II – PARTE B
que estava a acontecer não o implicasse 1. 1.1 A 1.2 C 1.3 C 1.4 D 1.5 B 1.6 D
diretamente; no entanto, quando Lídia afirma que 2. a. oração subordinada adjetiva relativa restritiva;
deixará “vir o menino”, Reis, inicialmente, parece b. oração subordinada adverbial temporal; c.
ser tocado por um qualquer sentimento, dir-se-ia oração subordinada adverbial concessiva
que se percebe no médico um traço de 3. a. modificador do nome restritivo; b. sujeito; c.
humanização. Contudo, este estado emocional é complemento do nome
transitório, uma vez que, rapidamente, se forma 4. coesão gramatical frásica
em Reis “uma cólera” que só desaparece quando 5. empréstimo
Lídia afirma que criará o filho sozinha.
3. a. 1; b. 3; c. 2; d. 3 GRUPO III

GRUPO I – PARTE B Introdução: definição do ponto de vista a defender: a


mulher tem vindo a conquistar espaço e prestígio na
4. Quando o seu pai a chamou para o acompanhar à sociedade atual.
primeira missa, Teresa mostrou-se apreensiva e Desenvolvimento:
até sobressaltada (“vestiu-se a menina assustada”
• 1.o argumento: a educação: a frequência de
e “O silêncio de Teresa era interrogador”).
cursos superiores, incluindo em áreas conotadas
Seguidamente, após ter conhecimento das
com o género masculino, coloca-as em igualdade
intenções do pai, Teresa tenta convencê-lo através
de circunstâncias com o homem. Ex.: profissões
da argumentação, assegurando que nunca deixará
ligadas à saúde e às engenharias levam a mulher a
de amar Simão e odiará sempre o seu primo (“E
hospitais, fábricas…
ele quer-
• 2.o argumento: a maternidade adiada e o
-me, depois de eu me ter negado”; “Eu agora mes-
casamento cada vez mais tardio dão à mulher
mo o abomino”). Por fim, a jovem menina mostra
maior disponibilidade. Ex.: é cada vez mais
a sua determinação de heroína romântica, assegu-
frequente encontrarmos mulheres que descuram
rando que prefere a morte a ceder à vontade do
o lado pessoal para se dedicarem à profissão.
pai (“mate-me; mas não me force a casar com o
Conclusão: a mulher, a poder de muito empenho,
meu primo”).
começa a ter um espaço próprio na sociedade.
5. a. 1; b. 3; c. 2; d. 2

GRUPO I – PARTE C
6. Inês Pereira é, desde o início, uma jovem que se
destaca por apresentar características diferentes
das raparigas suas contemporâneas. Desde logo, a
desobediência à figura materna, que era quem ti-
nha o poder de educar, que lhe havia deixado uma
tarefa para cumprir, que Inês não faz; em vez
disso, interroga-se sobre o seu papel e a clausura a
que está obrigada, enquanto as outras raparigas
são mais livres. Além disso, perante uma proposta
de casamento que Lianor Vaz lhe traz, Inês
assegura que quer conhecer o noivo e saber como
é e só depois decidirá. Esta atitude advém do facto
de Inês ter na sua mente o modelo de homem
com quem quer casar, que deverá ter maneiras
corteses e saber “tanger”; o que a jovem quer é
alguém que a tire “daquele cativeiro” e lhe dê
outra vida. Esta rebeldia de Inês, porém, acaba por
não ser benéfica para si e para as suas ambições. © Edições ASA • 2023 • Sentidos 12
(157 palavras)

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