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O AMOR – 2º ATO

NARRADOR 1 – Você se lembra daquela história de amor da Lili com o


João Pinto Fernandes?

NARRADOR 2 - Qual história?

NARRADOR 1 – Aquela da quadrilha.

NARRADOR 2 – Ah, agora eu me lembrei. Mas será que eles foram felizes
para sempre mesmo?

NARRADOR 1 – Olha... não sei. Mas vamos relembrar um pouquinho


essa história pra ver como é que ela terminou?!
NARRADOR 2 – Então vamos.
NARRADOR 1 – E a história começou assim:
João que amava Tereza que amava Raimundo que amava num sei
quem...Só sei que no final Lili que não amava Ninguém casou-se com
João Pinto Fernandes que nem tinha entrado na história. Muito irônico
mesmo né?!
NO PALCO, LILI E J. P. F. ESTÃO EM FRENTE A UM PADRE PARA A
CERIMÔNIA.
TOCA O INÍCIO DE UMA MÚSICA DE CASAMENTO
PADRE – Então agora vamos aos votos.
João, você promete fidelidade à Lili?

JOÃO – Sim,
Lili, de tudo, ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento
Padre – e você, Lili?

Lili - Quero vivê-lo em cada vão momento


E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento

PADRE – Então eu vos declaro marido e mulher.


Pode beijar a noiva.
APRESENTAÇÃO DA MÚSICA EU SEI QUE VOU TE AMAR.
Narrador 1 - Depois veio a lua de mel na praia. Música, sol, mar,
caipirinha...
NESSE MOMENTO, NA PRAIA CHEGA UM CASAL DE CANTORES.
CANTOR – Bom dia, senhor. Gostaria de dedicar uma música para sua
lindíssima esposa? É apenas 5 reais.
JOÃO – Pois não! Fique à vontade...
NESSE MOMENTO, A DUPLA CANTA A MÚSICA GAROTA DE IPANEMA.
Narrador 1 - Depois da lua de mel, chegou o momento das visitas.
Narrador 2 – João e Lili receberam presentes e ouviram conselhos, mas
muitos conselhos para viver um grande amor.
VISITANTE 1 - Para viver um grande amor, preciso
É muita concentração e muito siso
Dirigindo-se à Lili
Muita seriedade e pouco riso
Para viver um grande amor
VISITANTE 2 - Para viver um grande amor, mister
É ser um homem de uma só mulher Dirigindo-se a João
Pois ser de muitas - poxa! - é pra quem quer
Nem tem nenhum valor
VISITANTE 3 - Para viver um grande amor
Conta ponto saber fazer coisinhas
Dirigindo-se à Lili
Ovos mexidos, camarões, sopinhas
Molhos, filés com fritas, comidinhas
Para depois do amor
VISITANTE 4 - E o que há de melhor que ir pra cozinha
E preparar com amor uma galinha Dirigindo-se à Lili
Com uma rica e gostosa farofinha
Para o seu grande amor?
VISITANTE 5 - É sempre necessário ter em vista
Dirigindo-se a João
Um crédito de rosas no florista
Muito mais, muito mais que na modista!
Para viver um grande amor

NARRADOR 1 – E viveram felizes assim por muitos e muitos meses até


que um dia...
CHEGA UM MENSAGEIRO E ENTREGA UMA CARTA A JOÃO. É UMA
CONVOCAÇÃO PARA A GUERRA.
UMA VOZ DE FUNDO FAZ A LEITURA DA MENSAGEM.
“Senhor João, esta é uma carta de convocação. O exército brasileiro
precisa de sua presença. Arrume suas coisas e junte-se a nós
imediatamente nesta luta. A guerra o espera.”
MÚSICA TRISTE DE FUNDO
JOÃO – Adeus, Lili. Até um dia...
LILI – Adeus, adeus... volte logo, meu amor, pois sem você eu não sei
viver.
APRESENTAÇÃO DA MÚSICA SAMBA EM PRELÚDIO
ENTRAM EM CENA 2 ATORES DECLAMANDO O SONETO DA SEPARAÇÃO.
ATOR 1 - De repente do riso fez-se o pranto
Silencioso e branco como a bruma
E das bocas unidas fez-se a espuma
E das mãos espalmadas fez-se o espanto.
ATOR 2 - De repente da calma fez-se o vento
Que dos olhos desfez a última chama
E da paixão fez-se o pressentimento
E do momento imóvel fez-se o drama.
ATOR 1 - De repente, não mais que de repente
Fez-se de triste o que se fez amante
E de sozinho o que se fez contente.
ATOR 2 - Fez-se do amigo próximo o distante
Fez-se da vida uma aventura errante
De repente, não mais que de repente.
JOÃO E LILI SEPARAM-SE AO SOM DA MÚSICA ROSA DE HIROSHIMA.
NESSE MOMENTO, SLIDES COM IMAGENS DA GUERRA E BARULHOS DE
BOMBAS SÃO APRESENTADOS.
DECLAMAÇÃO DE TRECHOS DO POEMA BOMBA ATÔMICA.
ATOR 1 - A bomba atômica é triste
Coisa mais triste não há
Quando cai, cai sem vontade
Vem caindo devagar
Tão devagar vem caindo
Que dá tempo a um passarinho
De pousar nela e voar...
Coitada da bomba atômica
Que não gosta de matar!
ATOR 2 - Coitada da bomba atômica
Que não gosta de matar
Mas que ao matar mata tudo
Animal e vegetal
Que mata a vida da terra
E mata a vida do ar
Mas que também mata a guerra...
Bomba atômica que aterra!
Bomba atônita da paz!
ATOR 3 - Nunca mais oh bomba atômica
Nunca em tempo algum, jamais
Seja preciso que mates
Onde houve morte demais:
Fique apena tua imagem
Aterradora miragem
Sobre as grandes catedrais:
Guarda de uma nova era
Arcanjo insigne da paz!

Narrador 1 – Mas um dia a guerra finalmente acabou.


Narrador 2 - Estava chegando a hora de João voltar para casa.
Narrador 1 – E finalmente ele estava de volta.
Narrador 2 – E quão tamanha foi sua surpresa.
NO MOMENTO EM QUE CHEGA EM CASA, AO SOM DA MÚSICA O PATO,
JOÃO É RECEPCIONADO POR UM BANDO DE CRIANÇAS, CHAMANDO-O
DE PAPAI.
Narrador 1 - Na verdade eram todos seus filhos, pois Lili havia ficado
grávida de sêxtuplos.
Narrador 2 – E assim termina a história de João e Lili que, como diz o
ditado:
JOGRAL - Narrador 1 e 2 - Viveram felizes para sempre.
O TRABALHO É ENCERRADO COM A MÚSICA A CASA COM TODOS OS
ATORES NO PALCO.

ROTEIRO – PROF. JÚNIOR

CEM 02 GAMA

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