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CURSO TÉCNICO EM ENFERMAGEM

ANATOMIA E FISIOLOGIA HUMANA

Anatomia (anatome = cortar em partes) refere-se ao estudo da estrutura e das


relações entre estas estruturas. A fisiologia (physis + lógus +ia = natureza + estudo)
lida com as funções das partes do corpo, isto é, como elas trabalham. A função
nunca pode ser separada completamente da estrutura.

Níveis de Organização Estrutural


O corpo consiste de vários níveis de organização estrutural que estão
associados entre si. O nível químico inclui todas as substâncias químicas
necessárias para manter a vida. As substâncias químicas são constituída de átomos
(menor unidade da matéria). Átomos combinados formam moléculas, por exemplo:
proteínas, carboidratos, gorduras e vitaminas.
As moléculas unem-se e formam outro nível de organização: o nível celular.
As células são unidades estruturais e funcionais básicas de um organismo capaz de
funcionar independente.
O terceiro nível de organização é o nível tecidual. Os tecidos são grupos de
células semelhantes que, juntas, realizam uma função particular. Exemplo: tecido
conjuntivo, epitelial, nervoso.
Quando diferentes tipos de tecidos estão unidos, eles formam o próximo nível
de organização: o nível orgânico. Os órgãos são compostos de dois ou mais
tecidos diferentes, têm funções específicas e geralmente apresentam uma forma
reconhecível.
O quinto nível de organização é o nível sistêmico. Um sistema consiste de
órgãos relacionados, que desempenham uma função comum. Já o nível organismo
é o mais alto nível de organização, o qual é composto por todos os sistemas do
corpo funcionando como um todo.

Processos Vitais
Metabolismo (metabole = mudança) é a soma de todos os processos
químicos que ocorrem no corpo. Uma fase do metabolismo, chamada de
catabolismo (cata = para baixo), envolve o desdobramento de moléculas complexas
em moléculas menores e mais simples. Exemplo: quebra de proteínas em
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aminoácidos. Outra fase do metabolismo, chamada de anabolismo (ana = para


cima), utiliza energia gerada pelo catabolismo para a construção dos componentes
estruturais e funcionais do corpo.
A responsividade é a capacidade de detectar e responder às mudanças no
meio externo ou no meio interno. Células diferentes detectam diferentes alterações e
respondem de maneira característica.
O movimento inclui o movimento do corpo inteiro, de órgãos individuais, de
células, e estruturas intracelulares.
O crescimento refere-se ao aumento em tamanho. Ela pode ser devido a um
aumento do tamanho das células existentes, do número de células ou da quantidade
de substâncias intracelulares.
A diferenciação é o processo pelo qual células não especializadas tornam-se
células especializadas. As células diferenciadas diferem estrutural e funcionalmente
de suas originárias.
Reprodução refere-se à formação de novas células para crescimento, reparo
ou reposição, ou à produção de um novo indivíduo.

Homeostase
A homeostase (homeo = igual; stasis = ficar parado) é uma condição na qual
o meio interno do corpo permanece dentro de certos limites fisiológicos. Um
organismo é dito em homeostase quando seu meio interno contém a concentração
apropriada de substâncias químicas, mantém a temperatura e a pressão adequadas.

A célula
É o nível da organização celular que as atividades essenciais à vida ocorrem
e, também, onde os processos das doenças se originam. A citologia é o ramo da
ciência que estuda as células.
Composição da célula – membrana plasmática (celular) é a membrana
limitante externa que separa as partes internas das células dos materiais
extracelulares e do meio ambiente externo, e é formada por fosfolipídios e proteínas.
A membrana possui como funções manter o potencial elétrico da célula,
revestimento da célula, dá forma (que pode mudar em alguns processos como
divisão celular, movimento e a ingestão), dá proteção, permeabilidade seletiva
(permite a passagem de certas substâncias e restringe a passagem de outras). Os
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processos envolvidos no movimento de substâncias através das membranas


plasmáticas são classificados como transportes passivos e ativos. Nos processos
passivos as substâncias movem-se através das membranas plasmáticas sem utilizar
nenhuma energia celular. Outra característica dos processos passivos é o
movimento de substâncias de regiões de alta concentração em direção a regiões de
mais baixa concentração. A diferença entre altas e baixas concentrações é chamada
de gradiente de concentração. Já nos processos ativos, a célula utiliza parte de sua
energia própria (ex. bomba de Na e K).
O citoplasma é o constituinte celular mais volumoso, dividindo-se em
hialoplasma e morfoplasma. Hialoplasma é também chamado citoplasma
fundamental, citossol ou matriz citoplasmática, é transparente, homogêneo e sem
estrutura; nele estão mergulhados os componentes celulares (organóides celulares).
Morfoplasma engloba todos os elementos figurados no citoplasma, ou seja, os
organóides celulares. Componentes do citoplasma:
 Citoesqueleto: consiste em microfilamentos, microtúbulos e filamentos
intermediários responsáveis por manterem a forma da célula, resistindo à
compressão. Os microfilamentos mantêm a forma da célula, resistindo à tensão. Os
microtúbulos são tubos retos e delgados que proporcionam suporte e forma às
células e servem como canais para o movimento de substâncias através do citossol.
Os filamentos intermediários são responsáveis pela ancoragem do núcleo e outras
organelas;
 Mitocôndrias: são organelas responsáveis pela produção de energia (ATP) a
partir de processos metabólicos. As células que gastam muita energia, tais como as
musculares, hepáticas e dos túbulos renais, apresentam uma grande quantidade de
mitocôndrias;
 Cílios e flagelos: algumas células do corpo possuem projeções para
movimentação da célula inteira ou para a movimentação de substâncias ao longo de
sua superfície. Se as projeções são poucas (geralmente únicas ou em pares) e
alongadas, elas são chamadas de flagelos. O único exemplo de flagelo no corpo
humano é a cauda do espermatozoide;
 Ribossomos: realizam a síntese de proteínas. Encontramos ribossomos
ligados (aderidos a paredes do retículo endoplasmático rugoso) e ribossomos livres.
Nos ribossomos livres ocorre a produção das proteínas que atuam no citossol;
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 Retículo endoplasmático rugoso (RER): como apresentam ribossomos


aderidos à sua membrana externa, este retículo também possui a função de síntese
proteica, porém a maior parte das proteínas será secretada. Dentro do RER, na
maioria dos casos, ocorre a ligação do carboidrato com as proteínas produzidas pelo
ribossomo, formando glicoproteínas;
 Retículo endoplasmático liso (REL): entre as diversas funções do REL,
destacamos a síntese de lipídeos como óleos, fosfolipídios e esteroides. Entre as
secreções esteroides, podemos destacar os hormônios sexuais (estrogênio e
testosterona); Em relação à desintoxicação, as enzimas do REL auxiliam este
processo tornando algumas drogas mais solúveis facilitando assim seu processo de
eliminação;
 Complexo de Golgi: a maioria das vesículas (lipídios e proteínas) produzidas
no RER e no REL é enviada para o complexo de Golgi onde sofrerão modificações e
serão enviadas para os seus destinos (permanecem na célula ou são exocitados).
Observamos que células secretoras possuem o complexo de Golgi mais
desenvolvido que células não secretoras;
 Lisossomo: são sacos membranosos que possuem enzimas hidrolíticas. As
enzimas hidrolíticas são sintetizadas pelo RER e enviadas para o complexo de
Golgi. As células animais utilizam o lisossomo para digerir macromoléculas,
entretanto a produção excessiva de lisossomos pode destruir uma célula por
autodigestão;
 Centrossomos e centríolos: os centrossomos auxiliam na organização do fuso
mitótico durante a divisão celular, os centríolos formam regeneram flagelos e cílios.

O núcleo apresenta uma membrana, a carioteca, que envolve o carioplasma,


líquido onde estão imersos o nucléolo e a cromatina. O nucléolo é um corpúsculo
relacionado com a formação dos ribossomos. A cromatina é um conjunto de
grânulos de forma e tamanhos irregulares, visíveis quando a célula é tratada com
corantes básicos. A cromatina representa os cromossomos quando a célula não está
em processo de divisão. Os cromossomos são elementos compostos por DNA onde
aparecem os genes, e responsáveis pelas atividades celulares. Por meio dos genes,
o núcleo coordena as funções da célula.
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Divisão celular
Os cromossomos são formados basicamente por dois tipos de substâncias
químicas: proteínas e ácidos nucléicos. O ácido nucléico encontrado nos
cromossomos é o ácido desoxirribonucléico – o DNA. O DNA é a substância química
que forma o gene. Cada gene possui um código específico, uma espécie de
“instrução” química que pode controlar determinada característica do indivíduo,
como a cor da pele, o tipo de cabelo, a altura, etc.
Cada cromossomo abriga inúmeros genes, dispostos em ordem linear ao
longo de filamentos. Atualmente, estima-se que em cada célula humana existam de
20 mil a 25 mil genes. Os cromossomos diferem entre si quanto à forma, ao
tamanho e ao número de genes que contêm.

Células haplóides e diploides – para que as células exerçam a sua função no


corpo dos animais, elas devem conter todos os cromossomos, isto é dois
cromossomos de cada tipo: são as células diplóides. Com exceção das células de
reprodução (gametas), todas as demais células do nosso corpo são diplóides.
Porém, algumas células possuem em seu núcleo apenas um cromossomo de cada
tipo. São as células haplóides. Os gametas humanos – espermatozóides e óvulos –
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são haplóides. Portanto os gametas são células que não exercem nenhuma função
até encontrarem o gameta do outro sexo e completarem a sua carga genética.
Nos seres humanos, tanto o espermatozóide como o óvulo possuem 23 tipos
diferentes de cromossomos, isto é, apenas um cromossomo para cada tipo. Diz-se
então que nos gametas humanos n= 23 (n é o número de cromossomos diferentes).
As demais células humanas possuem dois cromossomos de cada tipo. Essas
células possuem 46 cromossomos (23 pares) no núcleo e são representadas por 2n
= 46. Em cada par, um é de origem materna e outro, de origem paterna.

Tipos de divisão celular


As células são originadas a partir de outras células que se dividem. A divisão
celular é comandada pelo núcleo da célula. Ocorrem no nosso corpo dois tipos de
divisão celular: a mitose e a meiose.
Antes de uma célula se dividir, formando duas novas células, os
cromossomos se duplicam no núcleo. Formam-se dois novos núcleos cada um com
46 cromossomos. A célula então divide o seu citoplasma em dois com cada parte
contendo um núcleo com 46 cromossomos no núcleo. Esse tipo de divisão celular,
em que uma célula origina duas células-filhas com o mesmo número de
cromossomos existentes na célula mãe, é chamado de mitose.
Portanto, a mitose garante que cada uma das células-filhas receba um
conjunto complementar de informações genéticas. A mitose permite o crescimento
do indivíduo, a substituição de células que morrem por outras novas e a
regeneração de partes lesadas do organismo.
Na formação de espermatozóides e de óvulos ocorre outro tipo de divisão
celular: a meiose. Nesse caso, os cromossomos também se duplicam no núcleo da
célula-mãe (diplóide), que vai se dividir e formar gametas (células-filhas, haplóides).
Mas, em vez de o núcleo se dividir uma só vez, possibilitando a formação de duas
novas células-filhas, na meiose o núcleo se divide duas vezes. Na primeira divisão,
originam-se dois novos núcleos; na segunda, cada um dos dois novos núcleos se
divide, formando-se no total, quatro novos núcleos. O processo resulta em quatro
células-filhas, cada uma com 23 cromossomos.
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Os Tecidos
Tecido é um grupo de células semelhantes e sua substância intracelular que
funcionam juntos no desempenho de uma atividade especializada. A ciência que
estuda os tecidos é chamada de histologia (histio = tecido; Logus = estudo).
Há 04 grupos de tecidos no corpo:
 Tecido epitelial, que reveste as superfícies e cavidades corporais, os órgãos
ocos e os ductos; forma as glândulas;
 Tecido conjuntivo, que protege e sustenta o corpo e seus órgãos; mantém
órgãos unidos, armazena energia em forma de gordura e oferece imunidade;
 Tecido muscular, que é responsável pelo movimento;
 Tecido nervoso, que inicia e transmite impulsos nervosos que coordenam as
atividades corporais.
O tecido epitelial tem por características: consiste em grande parte ou totalmente,
de células muito próximas, com pouco material extracelular entre elas; os epitélios
são avasculares; possuem suprimento nervoso; apresenta uma alta capacidade de
renovação (alta taxa mitótica) que dependendo do epitélio, pode durar de 02 a 50
dias para se renovar; tem por função proteção, secreção, absorção, excreção,
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recepção sensorial e reprodução. Dentre os vários tipos de tecido epitelial, temos a


epitélio glandular, que tem como função a secreção, efetuada pelas células
agrupadas (ou não) bem abaixo do epitélio de revestimento. Formadas por esse
tecido, as glândulas secretam substâncias no interior de ductos, em superfícies ou
no sangue. Elas são classificadas em endócrinas (suprarrenais, hipófise), exócrinas
(glândulas sudoríparas, salivares) ou mistas, quando apresentam os dois tipos de
secreção (pâncreas).
O tecido conjuntivo tem por características: é o mais abundante no corpo; formado
por três elementos básicos – células, substância fundamental e fibras (as últimas
duas se encontram fora da célula e formam a matriz); esse tecido geralmente não
aparece em superfícies livres, tais como revestimentos de órgãos internos ou
superfície externa do corpo; com exceção das cartilagens, o tecido conjuntivo, assim
comoo epitélio, é inervado; geralmente ele é altamente vascularizado, excluindo as
cartilagens que são avasculares, e os tendões, que têm um suprimento sanguíneo
reduzido; a matriz de um tecido conjuntivo, que pode ser fluida, gelatinosa, fibrosa
ou calcificada, é geralmente secretada pelas células do tecido conjuntivo e células
adjacentes e determina a qualidade do tecido.
Classificação do tecido conjuntivo: tecido conjuntivo embrionário; tecido
conjuntivo adulto ou maduro, que pode ser frouxo (adiposo), denso (tendões,
revestir baço, rins, fígado, etc.) ou cartilagem; tecido ósseo; tecido sanguíneo.
As túnicas – a combinação de uma camada epitelial com uma camada de tecido
conjuntivo subjacente forma uma túnica epitelial. São exemplos, as túnicas
mucosa, serosa e cútis. As túnicas mucosas revestem cavidades que abrem para o
exterior, tais como o trato gastrointestinal. As túnicas serosas (pleura, pericárdio,
peritônio) revestem cavidades fechadas e recobrem os órgãos nestas cavidades. As
túnicas serosas consistem de porções visceral e parietal.
Os demais tecidos estudaremos posteriormente.

Posição Anatômica
Na anatomia, existe uma convenção universal de que as descrições do corpo
humano, assumem que o corpo esteja em uma posição específica, chamada de
posição anatômica. Na posição anatômica, o indivíduo está de pé, ereto, de frente
para o observador, com os membros superiores (extremidades) posicionados
lateralmente, as palmas das mãos voltadas para frente e os pés apoiados no chão.
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Termos de Direção
Para localização das diversas estruturas corporais, umas em relação às
outras, os anatomistas utilizam certos termos de direção.

Planos e Secções (cortes)


O corpo humano também pode ser descrito em termo de planos (superfícies planas
imaginárias) que o atravessam. Um plano sagital é um plano que divide o corpo em
lados direito e esquerdo. Um plano sagital mediano passa através de uma linha
mediana do corpo, dividindo-o em dois lados iguais, direito e esquerdo. Um plano
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parassagital não atravessa o corpo na sua linha mediana e divide o corpo em


porções desiguais, direita e esquerda. Um plano frontal (coronal) é um plano que
divide o corpo em porções anterior (fronte) e posterior (dorso). Um plano
transversal (horizontal) divide o corpo em porções superior e inferior.
Quando você estuda a estrutura do corpo, frequentemente ele é visto em secção, o
que significa que você está olhando apenas uma superfície de uma estrutura
tridimensional. Um plano oblíquo atravessa o corpo ou um órgão em ângulo.
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Cavidades do Corpo
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Regiões e Quadrantes abdominopélvicos


Para localizar facilmente os órgãos, a cavidade abdominopélvica é dividida
em nove regiões, mostradas na figura.

Pode-se ainda dividir em quatro quadrantes, são eles: quadrante superior


direito (QSD), quadrante superior esquerdo (QSE), quadrante inferior direito (QID) e
quadrante inferior esquerdo (QIE).

Linhas
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Partes do Corpo
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Regiões do Corpo
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