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Cuidado com o Fermento!

À procura da verdade, no meio da confusão religiosa do Brasil

"Vede e acautelai-vos do fermento dos fariseus e dos saduceus" (Mateus 16:6). Quando
Jesus ofereceu estas palavras de advertência aos Seus apóstolos, ele se apoiou em
milhares de anos de significado simbólico da palavra "fermento". Quando entendemos o
uso deste termo na Bíblia, podemos ver algumas aplicações da sua advertência, que é
importante para nossos esforços ao servir o Senhor.

O Fermento do Erro

Os usos simbólicos da palavra "fermento", na Bíblia, são geralmente negativos. O


fermento freqüentemente representou o mal e o erro. Podemos traçar no Velho
Testamento o desenvolvimento destes significados da palavra "fermento". O uso do
fermento era proibido durante a Páscoa, a festa em que os israelitas comemoravam a
libertação da nação judaica da servidão egípcia (Êxodo 12:15). De fato, os israelitas não
tinham permissão para incluir fermento nos sacrifícios feitos a Deus. Em Levítico 2:11,
Deus disse: "Nenhuma oferta de manjares, que fizerdes ao Senhor, se fará com
fermento; porque de nenhum fermento, e de mel nenhum queimareis por oferta ao
Senhor."

Baseando-se nesta tradição de que o fermento representava alguma coisa má, impura e
inaceitável por Deus, Jesus e Paulo se referiram às falsas doutrinas como fermento.
Jesus advertiu contra o fermento o falso ensinamento dos fariseus e dos saduceus
(Mateus 16:12). Paulo disse que aqueles que tentavam persuadir os cristãos a voltarem à
pratica da lei de Moisés espalhavam o fermento (Gálatas 5:4-9).

O fermento também representava a influência corruptora da imoralidade. Paulo se


referiu ao problema da imoralidade sexual entre os cristãos de corinto em termos duros
e perguntou: "Não sabeis que um pouco de fermento leveda a massa toda?" (1 Coríntios
5:6). Deixada sem correção, a ação do fermento da imoralidade pode se espalhar e
corromper a congregação inteira.

Sacrifícios Sem Fermento

Exatamente como os filhos de Deus no Velho Testamento tinham que oferecer


sacrifícios ázimos (isto é, sem fermento) e puros, hoje Deus espera que nossos
sacrifícios espirituais sejam livres de impurezas. Para ajudar-nos a apreciar este fato,
Deus nos deu o exemplo do sacrifício perfeito e sem pecado oferecido por seu Filho. Os
cristãos de hoje celebram a Ceia do Senhor com pão asmo, porque este foi o que Jesus
usou na comunhão-modelo com seus apóstolos. Quando consideramos o simbolismo do
fermento, fica aparente que nenhum outro tipo de pão poder ser satisfatório. Cristo foi
nosso sacrifício ázimo, sem pecado (1 Coríntios 5:7-8). Temos que imitá-lo e também
sermos verdadeiramente sem fermento (1 Coríntios 5:7). Uma igreja que é sem
fermento e pura não permite imoralidade ou falso ensinamento (1 Coríntios 5:9-13).

A Importância de Ser Moralmente Sem Fermento


Nossa sociedade é, infelizmente, cheia do fermento de imoralidade. A desonestidade, a
cobiça e a sensualidade têm corrompido as vidas de inúmeras pessoas e ameaçam cada
um de nós, todos os dias. Os jornais estão cheios de relatos da corrupção no Governo.
As revistas e os filmes tiram lucro da exploração do pecado sexual. Jesus nos chama
para sermos luzes e para mudar este mundo escuro e corrompido (Mateus 5:14-16).

Porém, muitos que afirmam estarem seguindo Jesus estão ignorando esta determinação.
Enquanto proclamam estão se atualizando com um mundo em mudança, algumas igrejas
vão aprovando certas práticas claramente condenáveis, como o adultério (Lucas 16:18)
e o comportamento homossexual (Romanos 1:26-27; 1 Coríntios 6:9-11). Onde Jesus
exigia santidade, estas igrejas modernas a substituem por uma atitude tolerante que
aceita, o câncer mortal do pecado e encoraja a morte espiritual eterna (Romanos 6:23).
O fermento está agindo, corrompendo os justos.

O Fermento do Erro

A Importância de Ser Doutrinariamente sem Fermento O evangelho que Jesus revelou


(através do trabalho do Espírito Santo), para guiar seus seguidores, era puro. Agora,
depois de dois mil anos, ainda podemos apreciar a pureza e a simplicidade da doutrina
que ele revelou no Novo Testamento. Mas muitas pessoas não se contentam em aderir a
esta verdade pura e não fermentada. Séculos depois do trabalho de Jesus na terra, os
homens começaram a misturar o evangelho com outros elementos, criando uma ímpia
mistura de doutrinas corruptas. A palavra "sincretismo" descreve esta tentativa de
misturar idéias que são contraditórias.

O desenvolvimento do catolicismo na Ásia e na Europa ilustra esta tendência perigosa.


Quando o catolicismo se tornou a religião oficial do Império Romano ficou mais fácil
incorporar as falsas religiões à "nova" fé do que converter verdadeiramente os
adoradores de ídolos. Uma ilustração clara deste fermento doutrinário ocorreu no ano
432. Em um concílio, em Éfeso, representantes de várias igrejas determinaram declarar
que Maria era a Mãe de Deus. Nessa cidade, conhecida por sua adoração de uma
divindade feminina, Maria foi "elevada" por um concílio humano a ser conhecida como
a Mãe de Deus. Em vez de enfrentar diretamente o pecado de adorar Diana (como Paulo
havia feito quatro séculos antes, veja Atos 19:26-29), este concílio adotou a adoração a
Diana na prática da igreja, disfarçada de veneração a Maria. Com o passar do tempo,
esta exaltação a Maria levou ao desenvolvimento de um completo sistema de crenças
sobre a mãe de Jesus, sem qualquer fundamento bíblico. O fermento da falsa doutrina
estava se espalhando.

O ambiente religioso do Brasil ilustra esta mesma tendência. A crença religiosa de


muitos brasileiros é uma mistura de catolicismo, superstições tribais de índios nativos e
idéias religiosas trazidas da África. Muitos dos "santos" honrados hoje nada mais são do
que falsos deuses, aos quais foram dados nomes católicos e incorporados em um sistema
confuso onde a distinção entre verdade e erro está apagada.

Nas décadas passadas, mais fermento foi espalhado por várias igrejas protestantes. Uma
nação mundialmente conhecida pelo seu espiritismo tem muitas pessoas que acreditam
em experiências subjetivas e rejeitam a idéia de que Deus revelou um padrão absoluto
de verdade. O amplo crescimento do pentecostalismo é desenvolvido, parcialmente,
sobre esta confusão. Supostos milagres ("trabalhos!") feitos pelos maus espíritos são
substituídos pelos milagres que se dizem operados pelos pregadores. Satanás
aparentemente cede seu lugar ao Espírito Santo, mas o que acontece mesmo é a
expansão das doutrinas contraditórias. No Novo Testamento, o Espírito Santo deu poder
a homens santos para realizarem maravilhosos milagres e confirmar a verdade do
evangelho falado. Hoje em dia, dúzias de igrejas que ensinam doutrinas conflitantes
dizem estar manifestando os sinais do céu! Paulo disse que devemos rejeitar tais novas e
contraditórias mensagens e contentar-nos com as mensagens já reveladas 1900 anos
atrás! Ele advertiu os Gálatas: "Assim, como já dissemos, e agora repito, se alguém vos
prega evangelho que vá além daquele que recebestes, seja anátema" (Gálatas 1:9). É
uma triste ironia que o Espírito da Verdade (João 14:17) tenha sido transformado no
autor da confusão e da incerteza. O fermento do falso ensinamento continua se
espalhando.

O Que Devemos Fazer?

O entendimento desta tendência humana para corromper o que é bom e justo, nos
auxiliará a encontrar nosso caminho na travessia da confusão dos erros humanos, e
chegar à verdade revelada por Deus. Em cada encruzilhada temos que insistir na
resposta à pergunta que Jesus fez aos chefes religiosos espalhadores do fermento, no seu
tempo: ". . . do céu ou dos homens?" (veja Mateus 21:25). Com este teste, poderemos
seguir a inspirada determinação de Paulo: ". . . julgai todas as cousas, retende o que é
bom; abstende-vos de toda a forma de mal" (1 Tessalonicenses 5:21-22). O fermento
humano tem que ser rejeitado, quando nós seguimos "o caminho, a verdade e a vida"
(João 14:6).

- por Dennis Allan

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