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Manual Torres Espiadas

ABRIL 2020
ÍNDICE
1. - INTRODUÇÃO ............................................................................................................................ 1

2. - CARACTERIZAÇÃO ESTRUTURAL ..................................................................................... 1

3. - IDENTIFICAÇÃO DAS ESPIAS ............................................................................................... 6

4. - MATERIAIS ................................................................................................................................. 7

4.1. - CABOS............................................................................................................................................. 8
4.2. - ESTICADORES ................................................................................................................................ 10
4.3. - MANILHAS .................................................................................................................................... 11
4.4. - CERRA-CABOS ............................................................................................................................... 12
4.5. - SAPATILHOS .................................................................................................................................. 13

5. - REGULAMENTAÇÃO APLICÁVEL ..................................................................................... 13

5.1. - REGULAMENTOS ..................................................................................................................... 13

6. - ESTUDO DE ESTABILIDADE ................................................................................................ 14

6.1. - ANÁLISE DO DIMENSIONAMENTO ...................................................................................... 17

7. - INSTALAÇÂO E MANUTENÇÂO DE ESPIAS .................................................................... 18


PROJECTO DE AVALIAÇÃO DE TORRES

1. - INTRODUÇÃO
O presente trabalho tem como principal objetivo a sistematização dos principais conceitos
associados ao dimensionamento, instalação e manutenção de torres espiadas.

As torres espiadas são quase exclusivamente utilizadas para servir os sistemas de radio e as
telecomunicações e a sua utilização têm diminuído, ao longo destes últimos anos devido a
dificuldade na sua implantação, o espaço ocupado é substancialmente maior do que as torres
tradicionais.

Estas estruturas são constituídas por uma torre treliçada ou mastro muito esbelto suportado
lateralmente por espias em cabo de aço ou compósitos.

Este tipo de estruturas tem um comportamento, regra geral, não linear que dificulta o estudo
estrutural deste tipo de torres tendo frequentemente de se recorrer a modelos de calculo
aproximados e que tem levado ao colapso de várias estruturas ao longo dos anos.

2. - CARACTERIZAÇÃO ESTRUTURAL
As torres espiadas são constituídas por corpo metálico esbelto e modulado, chamado de mastro,
o qual é suportado por cabos (espias) pré-tensionados fixos ao longo de sua extensão. Os cabos
são constituídos por cordoalhas de aço e são ancorados às fundações laterais da estrutura.
Alguns destes cabos estão ligados a dispositivos estruturais com uma configuração que permite
a elevação da rigidez global da estrutura, a diminuição do ângulo de rotação e da magnitude dos
deslocamentos (dispositivos anti-torsão).

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Tradicionalmente as torres/mastros espiados tem uma configuração em triangulo conforme
esquema abaixo:

Planta implantação Alçado

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Para torres com mais do que um nível de espiamento deve existir pelo menos um nível de
espiamento com 6/8 cabos por nível num dispositivo anti-torsão formado por braços afastados
do mastro que absorvem os esforços de torção. As torres de telecomunicações moveis todas
deveriam ter instalado um sistema anti-torsão pois o grande volume de equipamento instalado
na torre leva frequentemente a problemas de instabilidade da torre devido a fenómenos de
torsão.

Seguem exemplos de sistemas anti torsores e a sua aplicação:

Dispositivo anti-torsão – Planta Dispositivo anti-torsão - Alçado

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Dispositivo anti-torsão tipo

Também é frequente a fixação das espias a torre serem terminadas diretamente no montante.
Este tipo de amarração, para alem de introduzir cargas concentradas nos montantes, leva a
fenómenos de desgaste por corte no montante da torre. Por norma os montantes tubulares são
de parede fina o que pode levar a uma diminuição drástica da seção dos mesmos.

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Recomenda-se que as fixações das espias sejam efetuadas através de um triangulo de fixação
de espias ou no caso de torres de maior seção e com montantes também de maior seção ou em
perfis maciços a utilização de peças de fixação aos montantes, seguem exemplos de aplicação.

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3. - IDENTIFICAÇÃO DAS ESPIAS
Nas torres espiadas é importante que seja bem definida a posição das espias quer em altura na
torre quer na localização nos maciços, esta definição reveste-se de importância primordial em
torres com espiamentos assimétricos.

Neste documento apresenta-se uma regra para identificação das espias assente no sistema de
identificação dos setores das antenas.

A linha de espias A será a espia mais próxima do zero, (N=0) e as restantes espias B, C e D, no
sentido horário a semelhança do considerando na numeração dos setores nas antenas. A
posição dos maciços de ancoragem segue a mesma distribuição, com a numeração tipo A1, A2,
etc, com o A1 o mais próximo da base da torre.

A fixação das espias na torre será referenciada pela letra H e a respetiva cota de fixação, no
caso de espias do sistema anti-torsão será adicionada a referencia T e a letra D e E para a espia
esquerda e direita.

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Planta Alçado

Segue abaixo quadro resumo do tipo de codificação

Codigo Espia Sapata Cota -H Torsor -T


A1H06 A 1 06
B1H06 B 1 06
C1H06 C 1 06
A1H12 A 1 12
B1H12 B 1 12
C1H12 C 1 12
A2H18 A 2 18
B2H18 B 2 18
C2H18 C 2 18
A2H21-TD A 2 21 D
A2H21-TE A 2 21 E
B2H21-TD B 2 21 D
B2H21-TE B 2 21 E
C2H21-TD C 2 21 D
C2H21-TE C 2 21 E

4. - MATERIAIS

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4.1. - CABOS

Um cabo de aço é constituído por várias partes distintas, nomeadamente a alma, arame ou fio,
arame central, perna.

Alma é o eixo central do cabo onde se enrolam as pernas. Estas podem ser de aço, fibra natural
ou de polietileno. As almas de fibras naturais são feitas de algodão, fornece ao cabo a lubrificação
adequada contra o desgaste produzido pelo atrito interno e proteção contra o ataque dos agentes
corrosivos; As almas de fibra artificiais, a fibra mais utilizada é o polietileno (plástico) não
absorvem humidade, tendo a desvantagem de serem mais caras; as almas de aço evitam as
deformações por compressão e são utilizadas em ambientes submetidos a altas temperaturas.

Arame ou fio é o componente básico do cabo de aço, o qual é fabricado em diversas qualidades,
segundo o uso ao que se destina o cabo final.

Perna é formada por um número de arames que de acordo com a sua construção, são enrolados
helicoidalmente ao redor de um centro, em uma ou varias camadas.

Cabo é o produto final. Este é formado por várias pernas, que são enroladas helicoidalmente ao
redor de uma alma.

A Norma Europeia EN 1993-1-11, Eurocódigo 3: Projeto de estruturas de aço: Parte 11 fornece


regras de projeto para estruturas com componentes de tensão em aço que, devido às suas
conexões com a estrutura, são ajustáveis e substituíveis, consulte a Tabela 1.1.

Esta norma também fornece regras para determinar os requisitos técnicos para componentes de
tensão pré-fabricados para avaliar sua segurança, capacidade de manutenção e durabilidade.

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Cabos de aço são feitos de arames esticados a frio e enrolados entre si formando pernas. Essas
pernas são enroladas em volta de um núcleo, formando o cabo de aço.

Composição do cabo de aço

O diâmetro de um cabo de aço é o diâmetro do círculo que envolve todos os fios. Ao medir o
cabo de aço, é importante ter a maior distância dos limites externos dos cordões dos dois fios
opostos. Uma medição com cordões paralelos resultará em leituras inferiores incorretas.

Os cabos a utilizar devem ser de aço de sete fios (6+1) com alma de aço e protegidos contra a
corrosão com capa protetora de zinco, recomenda-se a utilização de cabos 6x19 CWS com carga
a rotura de 1960 N/mm2 e com diâmetros máximos de 12 mm.

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A utilização de cabos de aço em inox poderá ser utilizada em casos devidamente justificados e
tendo em atenção as caraterísticas do cabo.

Segue tabela de características dos cabos de aço 6x19 CWS :

4.2. - ESTICADORES

Os esticadores assumem um papel muito importante na constituição da espia

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Os Esticadores são acessórios utilizados para tensionar cabos de aço nos processos de fixação,
amarração e movimentações de cargas em geral. São ferramentas indispensáveis para retirar
as folgas e esticar os cabos e cordoalhas utilizados nestes processos. Para espiamentos e outras
operações que exigem um alto tensionamento durante um longo período, recomenda-se
esticadores forjados do tipo manilha/manilha.

4.3. - MANILHAS

A Manilha de elevação de cargas são acessórios indispensáveis nas operações de


movimentação, amarração, fixação de carga e elevação. Estas podem ser fabricadas de vários
tipis de aço e a sua utilização difere de acordo com a sua aplicação e diâmetro dos cabos de aço
e correntes.

A Manilha de elevação de cargas é constituída por duas partes desmontáveis. A primeira parte
é o corpo, pode ser curvo ou reto. A segunda parte é denominada por pino. Existem três tipos de
pinos para as manilhas. O pino roscado é o mais comodo e fácil de usar. Nestas manilhas, uma
das orelhas é lisa e a outra roscada. O pino atravessa a orelha lisa e enrosca na outra até que a
flange do pino assenta na face da orelha lisa. A manilha de pino liso redondo evita roscas, tem
duas orelhas lisas e um pino que é seguro por um freio.

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4.4. - CERRA-CABOS

Recomenda-se que a ligação da espia a torre seja preferenciamente efetuada com cabos
terminados em fabrica

A terminação do cabo da espia na sapata deve ser efetuada com recurso a cerra-cabos
forjados

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4.5. - SAPATILHOS

Nos terminais dos cabos deve ser sempre instalados sapatilhos para evitar o
esmagamento do cabo provocando a deteoração mais rápida da espia

5. - REGULAMENTAÇÃO APLICÁVEL

5.1. - REGULAMENTOS

Para este trabalho, como base de dimensionamento da estrutura vai ser considerada a
regulamentação atualmente em vigor mais avançada, Eurocódigos:

▪ NP EN1990 (EC ‘0’) – Base para projetos de estruturas


▪ NP EN1991-1-1 (EC1-1-1) – Ações gerais
▪ NP EN1991-1-4 (EC1-1-4) – Ações do Vento

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▪ NP EN1993-1-1 (EC3-1-1) – Regras gerais para projeto de estruturas de aço
▪ NP EN1993-1-8 (EC3-1-8) – Project de ligações
▪ EN1993-1-11 (EC3-1-11) - Design of structures with tension components
▪ EN1993-3-1:2006 – Design of steel structures – Towers and masts
▪ EN 12385-1 Steel wire ropes – Safety – Part 1: General requirements
▪ EN 12385-4 Stranded ropes for general lifting applications
▪ EN 12385-2, Steel wire ropes – Safety – Part 2: Definitions, designation and classification.
▪ EN795:1996 – Proteção contra quedas em altura. Dispositivos de Amarração. Requisitos
e Ensaios

6. - ESTUDO DE ESTABILIDADE
Os projetos de estabilidade para torres espiadas novas, ou verificação de estabilidade de torres
espiadas existentes deve seguir o recomendado na 1993-3-1:1 Eurocode 3 - Design of steel
structures - Part 3-1: Towers, masts and chimneys - Towers and masts e EN 1993-1-11 Eurocode
3 - Design of steel structures - Part 1-11: Design of structures with tension componentes,
nomeadamente para verificação da capacidade resistente dos cabos, coeficientes de segurança,
e tensões iniciais nos cabos.

Nas torres para instalações de antenas da rede movel devem ser verificadas as situações de
carregamento abaixo indicadas.

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A aplicação da força do vento na estrutura deve ser efetuada o mais distribuída possível para
evitar o aparecimento de tensões locais que dificultam a analise do dimensionamento, a
aplicação de forças pontuais em elementos das torres são frequentemente responsáveis por
erros na análise final do rácio de utilização da torre.

Recomenda-se a que as cargas do vento na estrutura sejam distribuídas pelos montantes da


torre e a ação do vento nas antenas e equipamentos sejam transmitidas a torre o mais
realisticamente, em casos mais complexos devem ser considerados os interfaces e as próprias
estruturas de ligação dos interfaces a torre.

Para suprimir as possíveis vibrações que podem ocorrer em espias sujeitas ao vento, uma das
seguintes procedimentos devem ser seguidos:

a) Instalar tensões iniciais nas espias inferiores a 10% da força de rutura da


espia e proceder a inspeções regulares as espias de mod o que não ocorram
frequências excessiva e/ou amplitude de oscilações.

b) Instalar amortecedores indivíduos em todos os casos em que a tensão


inicial seja superior a 10% da força de rutura da espia.

Na prática, a mínima pré-tensão deve ser aquela que não permita que a espia fique descarregado
devido a ocorrência de ventos usuais moderados (com período de retorno menor ou igual a um

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ano). Uma tolerância +/- 10% deste valor de pré-tensão é admitida durante as operações de
montagem.

As ações das forças da pré-tensão inicial nas espias devem ser consideradas no cálculo
estrutural da torre, recomenda-se a utilização de uma tabela de calculo das tensões iniciais nas
espias que traduza de forma simples as forças para utilização nas operações de instalação e
manutenção das espias, segue tabela exemplificativa.

Alçado Planta
Cabo Carga de Rotura Força Inicial (Fti ) Angulo V FV FH Angulo H FX Fy
Tirante Cota
Tipo Diametro N/mm2 N(KN) N(KN) º KN KN º KN kn

A1H06 6,0 6x19 CWS Ø8 1770 46,3 4,5 45 3,18 3,18 57,0 -2,67 1,73
B1H06 6,0 6x19 CWS Ø8 1770 46,3 4,5 43 3,07 3,29 6,0 -0,34 -3,27
C1H06 6,0 6x19 CWS Ø8 1770 46,3 4,5 50 3,45 2,89 57,0 2,43 1,58
Somatorio 9,70 -0,59 0,04
A1H09TD 9,0 6x19 CWS Ø8 1770 46,3 4,5 56 3,73 2,52 69,0 -2,35 0,90
A1H09TE 9,0 6x19 CWS Ø8 1770 46,3 4,5 56 3,73 2,52 44,0 -1,75 1,81
B1H09TD 9,0 6x19 CWS Ø8 1770 46,3 4,5 54 3,64 2,65 6,0 -0,28 -2,63
B1H09TE 9,0 6x19 CWS Ø8 1770 46,3 4,5 54 3,64 2,65 20,0 0,90 -2,49
C1H09TD 9,0 6x19 CWS Ø8 1770 46,3 4,5 61 3,94 2,18 40,0 1,40 1,67
C1H09TE 9,0 6x19 CWS Ø8 1770 46,3 4,5 61 3,94 2,18 74,0 2,10 0,60
Somatorio 22,61 0,03 -0,13
TOTAL 32,31 -0,56 -0,10

As torres espiadas, quando comparadas com torres autoportantes, apresentam um problema


peculiar de análise. Além do comportamento não-linear das espias (modelados como barras
resistentes somente à tração ou elementos de cabos), o projetista deverá levar em conta os

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efeitos de grandes deflexões e altas cargas de compressão nos mastros, que podem levar ao
colapso destes elementos. Por estas razões é imperativo que seja feita uma análise
computacional não linear geométrica, ou análise de 2a ordem destas estruturas para que se
possa determinar com precisão os esforços finais nas barras destas estruturas.

6.1. - ANÁLISE DO DIMENSIONAMENTO

O dimensionamento das torres treliçada deve ter em conta o EN 1993-1-1 e o EN 1993-1-11 para
a resistência do mastro, das espias e acessórios.

Nas espias e os seus componentes deve ser verificado o estado limite final, e verificar-se que:

FEd/ FRd ≤1
FEd - É o valor do projeto da força axial do cabo

FRd - É o valor do projeto da resistência à tensão

O valor de FRd deve ser calculado de acordo com o ponto “6.2 Barras de pré-tensão e componentes
do grupo B e C” do EN 1993-1-11.

O valor do projeto da resistência à tensão FRd deve ser considerado o menor de :

FRd= min (Fuk/1.5x ɤR ; Fk/ ɤR)


Onde

Fuk é o valor característico da resistência à ruptura,


Fk é o valor característico da resistência, conforme indicado na Tabela 6.1do EN 1993-1-11;

ɤR é um fator parcial.

Para os componentes de tensão do grupo B, Fuk deve ser calculado como:

Fuk=Fmin x Ke

Fmin=(K x d2 x Rr)/1000
K é o fator de força de rutura mínimo;

d é o diâmetro nominal do cabo em mm;

Rr é força de rotura tipo do cabo em N / mm2;

ke é o fator de perda fornecido na Tabela 6.3 1do EN 1993-1-11 para alguns tipos de terminações.

Este procedimento de calculo deve ser aplicado ao cabo da espia mas também esticador e manilha,
referem ainda as boas praticas internacionais que os acessórios das espias (manilha, esticadores, etc.)

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devem ser reduzidos os valores de FRd de um coeficiente de 0.85 para garantir o mesmo nivel de
fiabilidade do cabo da espia (não existe normas especifica para o calculo do FRd de manilhas e
esticadores a semelhança do do cabo)
Segue mapa resumo da verificação dos espiamentos de acordo com o procedimento de calculo
acima indicado.
Designação Espia Fsd(KN) FEd (KN) Referencia Fuk FRd (KN) fs Estado
Cabo de aço B1H06 32,5 20,3125 8 mm 33,316864 22,2 0,9 Verifica
Esticador B1H06 32,5 20,3125 5/8" 40 26,7 0,8 Verifica
Mailha B1H06 32,5 20,3125 3/8" 6000 32,0 0,6 Verifica

7. - INSTALAÇÂO E MANUTENÇÂO DE ESPIAS


A instalação de espiamentos em torres continua a ter lacunas muito graves, na generalidade das
torres treliçada espiadas encontramos erros graves, quer na seleção do cabo, dos esticadores,
das manilhas e ainda em maior frequência na terminação dos cabos com cerra-cabos.

Não menos grave é o tensionamento das espias, na generalidade das torres não existe um
registo da tensão instalada nas espias nem o mapa de tensionamento das mesmas.

Pretende-se com este documento definir procedimentos para a instalação e manutenção das
espias em torres novas e proceder a retificação de espias em torres existentes.

a. Instalação do cabo

A instalação de cabos de espias com recurso a cerra-cabos tem sido alvo de vários erros que
danificam os cabos e não garantem a devida execução de terminais. Seguem alguma regras
básicas para execução de terminais de espias em cerra-cabos.

A posição do cerra-cabos

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O número de cerra-cabos e a distancia entre cerra-cabos tem regras muito própria, segue abaixo
figura com distancia de cerra-cabos e quadro com numero de cerra-cabos para terminais e para
ligação de cabos com alma de fibra e com alma metálica.

Diametro do cabo Nº Cerra-cabos Distancia cerra-cabos (mm)


Diametro Nº Cerra-cabos Distancia cerra-cabos (mm)
mm Min Max
mm 6 4Min 36 Max 48
6 8 4 4 36 48 48
64
8 10 4 4 48 60 80
64
12 4 72 96
10 16 4 5
60 96
80
128
12 4 72 96
16 5 96 128
Etapas para instalar cerra-cabos corretamente:

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PASSO 1: Aplique o primeiro cerra-cabos com a distância ao laço igual a
soma do número de cerra-cabos a utilizar. Aperte as porcas uniformemente
torque recomendado.

PASSO 2: Aplique o segundo cerra-cabos o mais próximo possível do laço


com as porcas viradas para o cabo ativo. Ajuste as porcas firmemente, mas
não aperte.

PASSO 3: aplique os restantes cerra-cabos espaçados igualmente entre os


dois primeiros. e ajuste as porcas.

PASSO 4: Aplique tensão e aperte todas as porcas com torque recomendado

PASSO 5: Após aplicação de carga a espia esta deve ser reajustada e


reapertado os cerra-cabos.

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O alinhamento final e o tensionamento das espias normalmente devem prosseguir do nível mais
baixo para cima (anexo F .4.2.2 e F5 do EN 1993-3-1).

• A posição final da linha central do mastro deve estar dentro de um cone


vertical com seu ápice na base do mastro e com um raio de 1/500 da altura
da base do mastro.

• A componente horizontal resultante das tensões iniciais das espias num


determinado nível não deve exceda 5 %: da componente horizontal média ou
da tensão inicial da espia para esse nível. A tensão inicial em qualquer espia
individual num nivel não deve, em caso algum, variar mais que 10% do valor
de calculo, consulte EN 1993-1-11.

• A deflexão inicial máxima da torre/mastro entre dois níveis de espiamento


deve ser inferior a L/1000, em que L é a distância entre os níveis de
espiamento em questão.

• Após a montagem, as espias devem ser tensionadas de acordo com os


valores de projeto, levando em consideração a temperatura real do local,
consulte a EN 1993-1 11.

• Para minimizar a possibilidade de vibrações das espias ao vento, as tensões


devem ser seleciona das de modo que para cada espia a tensão seja inferior
a 10% de sua carga de ruptura.

• Para garantir que o cabo esteja em condição verdadeiramente elástica, as


espias devem ser pré-esticadas, de preferência no fornecedor ou, se
existirem instalações adequadas, na montagem local (ver EN 1993 -1-11).

• O pré-alongamento deve ser realizado carregando a espia ciclicamente


entre 10% e 50% de sua carga de ruptura. O número de ciclos não deve ser
inferior a dez.

Após tensionamento final das espias as mesmas devem ser bloqueadas em todos os seus pontos
moveis, ver exemplos abaixo.

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Após intervenção no espiamento de uma torre espiada deve ser elaborado por técnico
competente um relatório da intervançã no espiamento onde conste um mapa de tensões nas
espias que deve ser completado com uma reportagem fotográfica onde sejam evidenciados os
seguintes pontos:

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• Terminação dos cabos das espias (cravamento mecânico,
cerra-cabos, etc…);

• Ligação das espias a torre;

• Ligação das espias a base de fixação;

• Aplicação de esticadores e respetivo travamento,

• Aplicação de manilhas e respetivo travamento,

Coimbra, 13 de abril de 2020


O Técnico

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